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WEB II - WEB-AULA 1 - ADMIII
Seminário II
Terceirização: reflexo no mundo empresarial e no mundo do trabalho1
Caro(a) leitor(a), você já ouviu falar em terceirização de empresas ou serviços? Aposto que sim! Pois é sobre este assunto que passaremos a discutir agora.
A terceirização tem sido utilizada frequentemente por grandes empresas no mundo todo, assim o ordenamento jurídico brasileiro passou, aos poucos, a regulamentar este instituto devido à repercussão dele no mundo empresarial e nas relações de trabalho.
Esta aula, então, destina-se ao conhecimento deste instituto, ou seja, iremos conhecer as razões de sua origem, as vantagens para a empresa ao adotar a terceirização, as desvantagens e a legislação pertinente. Preparados?
TERCEIRIZAR SERIA “EMPURRAR” O SERVIÇO E A RESPONSABILIDADE PARA O OUTRO COMO PRETENDE MOSTRAR A FIGURA AO LADO? É o que iremos ver...
Desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45) que as empresas começaram a descentralizar a sua produção, ou seja, passaram para terceiros a produção que antes lhes cabia. Entretanto, essa prática não se esgotou com o fim da guerra, muito pelo contrário. As empresas, a partir da década de 1960, devido ao grande desenvolvimento tecnológico, à concorrência no mercado e à intensificação da globalização econômica, optaram por concentrar a produção em sua atividade principal, deixando para terceiros as atividades conexas à sua produção.
Ficou claro para você? Ora, as empresas com a finalidade de produzir mais e concentrar a sua energia apenas na sua atividade fim, passaram a contratar outras empresas para realizar as atividades-meio, que são as atividades conexas à atividade fim.
Darei um exemplo bem simples para ilustrar: Qual é a atividade-fim de um Banco? Abertura de contas, movimentações financeiras. Concordam? Pois bem, para as outras atividades em uma agência de banco, como por exemplo, a limpeza e vigilância, os Bancos passaram a contratar empresas para o fornecimento deste tipo mão de obra. Entendeu? Assim, o vigilante e a zeladora não são empregados do Banco, mas sim de uma empresa terceirizada que fornece esses empregados ao banco.
E quais as vantagens disso? Ora, as vantagens são muitas, pois o Banco  deixa de pagar diversos encargos sociais e trabalhistas a milhares de pessoas que trabalham na agência, mantendo apenas um contrato de natureza civil com a empresa terceirizada. Esta empresa terceirizada, por sua vez, é a responsável por pagar o salário e outros encargos aos vigilantes e pessoal da limpeza. Percebeu?
É importante saber também que a empresa contratante da terceirizada (no exemplo, o Banco) é chamada de tomadora de serviços; a empresa contratada é chamada de prestadora de serviços.
Como resultado, então, das “necessidades” do mercado, a terceirização se consolidou no Brasil e para regulamentar esse novo instituto, a Súmula (Enunciado) 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) passou a admitir a terceirização como legal em apenas algumas hipóteses, sob pena de responsabilidade subsidiária.
	PARA SABER MAIS: Leia a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho,  disponível em:
http://blogdotarso.com/2011/05/25/tst-muda-a-sumula-331-que-trata-de-terceirizacoes-e-responsabilidade-do-tomador/
Traduzindo: para acompanhar as mudanças na sociedade, a fim de regulamentar o que surge de novo nela, o TST, por meio de reiteradas decisões, publicou uma Súmula para descrever quais seriam as terceirizações lícitas e ilícitas. As primeiras são admitidas pelo direito, as últimas repudiadas. Assim, a empresa que viesse a terceirizar um serviço permitido por lei, responderia subsidiariamente pelos encargos fiscais e trabalhistas com a empresa terceirizada. Por sua vez, a empresa que viesse a terceirizar um serviço não permitido por lei, a terceirização seria nula, e a empresa que contratou a terceirizada (tomadora de serviços) teria que arcar com os encargos fiscais e trabalhistas. Neste último caso, com a anulação da terceirização, haveria o vínculo empregatício direto entre os empregados terceirizados com o tomador de serviços.
Isso significa dizer, tomando o exemplo do banco, que se a empresa terceirizada contratada pelo Banco (prestadora de serviços), para fornecer os vigilantes (caso de terceirização lícita), não pagasse os encargos fiscais e trabalhistas, o Banco teria que pagar (RESPONS. SUBSIDIÁRIA). Portanto, a prestadora de serviços seria a devedora principal.
Diferente seria se o Banco contratasse uma empresa terceirizada para uma atividade fim (o que não é permitido por lei), isto ocorreria o vínculo direto entre os empregados contratados pela terceirizada com o Banco.
No entanto, alguns juristas e doutrinadores entendem que nos casos de terceirização, deveria vigorar a responsabilidade solidária, na qual a tomadora de serviços e a prestadora seriam responsáveis pelos encargos fiscais e trabalhistas. Assim, no exemplo supracitado, tanto o Banco quanto a empresa terceirizada seriam os devedores principais.
Lembre-se de que a terceirização de mão de obra só é possível para a atividade-meio da empresa (nunca a atividade fim), além disso, não pode haver relação de subordinação direta e nem pessoalidade entre os empregados terceirizados com a tomada de serviços.
Explicando melhor, não pode haver relação de subordinação direta e nem pessoalidade entre os empregados da prestadora de serviços com a tomadora de serviços. Isso significa que a tomadora não exerce poder diretivo e de comando aos empregados terceirizados, e nem pode exigir ou especificar quais empregados irão trabalhar para ela, pois essas são as tarefas da prestadora de serviços, ou seja, da empresa terceirizada. Não se esqueçam disso, pois se houver a caracterização de subordinação direta e/ou pessoalidade, a terceirização é considerada ilegal, mesmo que seja a atividade-meio.
	Quer conhecer um caso real em que a terceirização foi considera ilícita? APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS, lendo a decisão judicial disponível em:
https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:3RIA5GAo-zkJ:revistas.pucsp.br/index.php/red/article/download/729/507+decis%C3%A3o+judicial+citibank+terceiriza%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShRAdd-j3vyX-czpeFmLVGWH3-ai7Yeh8mkNo8FVFMk03pSsY9pYtEvxx_jziHHkf9TTXuvOHHdRzMqXYsABr2zPZuf8e8a_nlgqVm477a6cZRPKyvJnTvgKv7_1DqUNhCHvf9S&sig=AHIEtbTiH0TvrXzK4hRIbvhia6Er5qPhLw
O Banco Citibank contratou uma empresa terceirizada para fornecer funcionários que fariam atendimentos por telefone aos clientes do Citibank. Não havia relação de subordinação entre estes funcionários com o Banco, que nem se quer trabalhavam na agência, e sim no espaço físico na empresa terceirizada. Entretanto, o Ministério Público do Trabalho verificou que, na verdade, esses funcionários realizavam movimentações bancárias por telefone.  Tratava-se, portanto, de terceirização ilícita, pois os empregados terceirizados executavam serviços que eram a atividade fim do tomador de serviços. O que fez, então, o Ministério Público? Ajuizaram uma ação em face do Banco e das empresas prestadoras de serviços (terceirizadas), exigindo que o Banco contratasse diretamente todos os funcionários, com o salário e vantagens dos bancários. A ação foi julgada totalmente procedente.
Sacou? Era vantajoso ao Citibank terceirizar o serviço de atendimento por telefone, pois não precisaria fornecer espaço físico para estes empregados, nem equipamentos. Se tivesse que contratá-los diretamente, teria ainda que pagar o salário de bancário com todas as vantagens legais.
Tranquilo entender isso, não é? Resumindo, então: a terceirização seria uma tendência de transferir, para terceiros, atividades que não fazem parte do negócio principal da empresa, sendo uma tendência moderna que consiste na concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a terceiros as complementares, numa relação de parceria (GIOSA, 1997; QUEIROZ, 1992).
Mas e quais são as vantagens da terceirização?Melhoria na qualidade do produto ou serviço vendido e também da produtividade; transformações dos custos fixosem custos variáveis; redução do preço final do produto ou serviço (competitividade); investimentos específicos em pesquisa de tecnologia, para criação de novos produtos; diminuição do espaço físico ocupada da empresa (os funcionários terceirizados podem trabalhar no espaço da empresa terceirizada); diminuição de acidentes de trabalho; maior arrecadação de ISS e IPTU para o município com a proliferação de pequenas empresas terceirizadas (BASILE, 2009).
Mas e as desvantagens da terceirização? Redução dos postos de trabalho; contratação de valores mínimos e sem concessão de diversos benefícios e vantagens; marginalização dos prestadores de serviços terceirizados em relação aos demais empregados e na escala de importância dentro da empresa; além de dificultar a fiscalização do trabalho (BASILE, 2009).
O problema, caro(a) aluno(a), é que muitas vezes as empresas fazem uso da terceirização de maneira ilícita, a fim de fraudar a lei e a Constituição, na intenção de diminuir os gastos e custos com a mão de obra.
É preciso ficar claro para você também que não existe norma legal que proíba a terceirização, nem lei específica que a autorize. O que existe é apenas o Enunciado/Súmula do TST (331).
Portanto, é necessário sempre discutir a legitimidade da existência da terceirização, devendo o Direito regulamentá-la, de fato, ou proibi-la para efetivamente proteger a relação de emprego contra fraudes.
O Judiciário está repleto de casos em que a empresa procura negligenciar as responsabilidades trabalhistas ou de previdência social, realizando terceirizações ilícitas. Há casos, inclusive, de criações de empresas fictícias em nome de uma pessoa (muitas vezes, um ex-empregado) que aparece contratando outros trabalhadores, mas que, na realidade, atua como intermediário da empresa principal, que é a autêntica empregadora.
E os sindicatos neste processo todo, como ficariam? Para o juiz do Trabalho, Reginaldo Melhado (2006), o papel do sindicato enfraquece muito, pois na terceirização há o sindicato que representa os trabalhadores da empresa contratante e os muitos sindicatos representativos dos empregados das empresas terceirizadas, além daqueles que compreendem os integrantes das chamadas categoriais diferenciadas. O resultado desse processo é o enfraquecimento do movimento sindical.
Mas eu sei que você será um administrador de empresas moderno, inteligente e consciente. Portanto, saberá que para uma empresa ter um bom desenvolvimento, ela precisa contar com empregados eficientes, felizes e satisfeitos.
Por isso, se houver necessidade de terceirizar os serviços de uma empresa, isso deverá ser feito dentro dos ditames da súmula 331 do TST, sem incorrer em fraude.
	SAIBA MAIS, assista ao VÍDEO, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=07Ua9CwJDWM&feature=related.
Trata-se de uma reportagem na TV Justiça a respeito da terceirização de mão de obra. A reportagem faz consulta ao público e entrevista uma advogada trabalhista e uma juíza do trabalho sobre o assunto.  Vale muito a pena ver.
Gostaria, inclusive, de compartilhar com vocês uma experiência que tive como advogada. Uma empresa realizava há muitos anos uma falsa terceirização. O que ela fazia? Simplesmente vários operários trabalhavam para esta empresa como prestadores de serviços e, na verdade, eram empregados da empresa, mas para furta-se do custo social, a empresa realizava contrato de prestação de serviços com os operários, tirando-lhe todos os direitos trabalhistas.
Ora, uma empresa (e você como administrador sabe disso) deve agir na ética e com responsabilidade social, portanto, somente realizar a terceirização quando preenchidos os requisitos: ATIVIDADE-MEIO e SEM SUBORDINAÇÃO DIRETA E PESSOALIDADE.
Não se esqueçam que o art. 170 da Constituição Federal estatuiu que aordem econômica deve ser fundada na valorização do trabalho humano. Por conseguinte, caros administradores de empresa: as questões econômicas não podem estar acima das questões sociais, ambas devem andar juntas...
Somente assim iremos criar mecanismos para que o Brasil, além de ocupar o lugar de 15ª economia no mundo, seja também um dos melhores países para se viver em qualidade de vida.
VÁ AO FÓRUM: Poste uma mensagem relatando o que você entendeu por terceirização e quais as vantagens e desvantagens para a empresa ao terceirizar serviços e mão de obra. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASILE, César Reinado Offa. Direito do Trabalho: teoria geral a segurança e saúde. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009 – (Sinopses Jurídicas; v. 27).
GIOSA, Lívio Antônio. Terceirização: uma abordagem estratégica, 5ª Ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
QUEIROZ, Carlos Alberto R. Soares. Manual de Terceirização. 4ª Ed. São Paulo: STS, 1992.
MELHADO, Reginaldo. Metamorfoses do capital e do trabalho: relações de poder, reforma no judiciário e competência da justiça laboral. São Paulo: LTr, 2006
WEB-AULA 2
Seminário II
Propriedade industrial: marcas, registro e terceirização
Olá, alunos!
Agora, daremos início à aula sobre marcas. Será que um administrador de empresas precisa conhecer a legislação pertinente ao registro de marcas? Entendemos que sim, afinal a marca é um referencial do produto/serviço de uma empresa, sendo usada para distinguir um produto/serviço em relação a outro no mercado. Portanto, uma empresa que objetiva se destacar, precisa buscar o registro de sua marca, bem como conhecer mecanismos legais de proteção à propriedade da marca.
Já imaginou se um terceiro fizer uso da marca de um produto em destaque no mercado e não houvesse punição para isso? Já imaginou se você como administrador de empresas pudesse utilizar a marca “coca-cola” na empresa de tubaínas que trabalha? Isto não seria justo, nem legal. Por isto, a legislação brasileira criou regras para o registro e uso da marca.
 
Preparados para aprender?
Espero que sim, para tanto, será necessário conhecer o conceito de marca, a importância e o procedimento para a manutenção da propriedade da marca, procurando entender também o impacto da terceirização neste direito de propriedade.
A nossa Constituição Federal (CF) estabelece como um de seus fundamentos, o princípio da livre iniciativa, isso significa que as empresas têm total liberdade para atuarem no mercado, desde que não violem os dispositivos constitucionais e legais, é claro.
O fato é que a livre iniciativa e a livre concorrência (art. 1º, inciso IV, e art. 170, CF) revelam um cenário cada vez mais competitivo entre as empresas que exercem atividades econômicas.
Neste sentido, pessoal, os exploradores de atividade econômica precisam fazer valer a sua criatividade para criar sinais distintivos, que diferenciam seus produtos e/ou serviços dos demais oferecidos pelos concorrentes. E o administrador de empresas precisa estar antenado a isso.
Mais do que isso, a utilização destes sinais distintivos é utilizado como verdadeira forma de agregar valor ao bem posto em circulação, sendo capaz de possuir uma valoração autônoma em relação ao serviço ou produto produzido. Como, então, agregar valor ao produto ou serviço prestado por uma empresa? Criando estes sinais distintivos: a MARCA.
Denis Borges Barbosa (2003) identifica marcas como sinais distintivos apostos a produtos fabricados, ou seja, a marca é o sinal visualmente representado, que é configurado para o fim específico de distinguir a origem dos produtos e serviços.
Ficou claro qual é o papel da MARCA, então?
Ela é um símbolo voltado a uma finalidade: identificar produtos no mercado, de modo a distingui-lo de outro. Para tanto, a MARCA deve ter a capacidade de simbolizar e indicar uma origem específica, sem confundir o consumidor.
Você conhece o hino das marcas? Não? Sim? PARA SABER MAIS: Assista ao vídeo, disponível em:http://www.youtube.com/watch?v=_RTYYMl3eOw.
Para tutelar o direito à propriedade e uso da marca, a nossa Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XXIX, previu essa proteção, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Afinal, não iria adiantar tero direito sem a proteção legal, não é mesmo?
Por conseguinte, a fim de complementar o dispositivo constitucional supracitado, a Lei Federal nº. 9.279 de 14 de maio de 1996, que regulamenta direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, dedica o seu Título III à proteção das marcas.
Essa Lei, pessoal, é importantíssima para o conhecimento sobre: a definição da MARCA, as permissividades legais para o registro, a proteção do direito de propriedade da marca e as possibilidades da perda deste direito.
O art. 123 da referida Lei 9.279/96 especifica as três espécies de marcas adotadas no Brasil: marca de produto ou serviço, marca de certificação (ex.: INMETRO) e marca coletiva (ex.: CAPEBE).
 
	Quer entender a diferença destas marcas? E aprender ainda mais sobre marcas? APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS, leia o material disponível em:http://www.wipo.int/freepublications/pt/sme/900/wipo_pub_900.pdf, ele é completo e didático. Vale a pena conferir.
Agora, uma coisa precisa ficar bem clara, caro(a) aluno(a): não é qualquer sinal que pode ser registrado como marca. O registro está sujeito a algumas condições ou requisitos, são eles: a) originalidade; b) novidade relativa; c) distintividade; d) não-colidência com marca notória; e) desimpedimento; f) veracidade; g) licitude.
Há, no entanto, elementos que não são registráveis como marca, mesmo se preencherem os requisitos necessárias. Você faz idéia de quais são? PARA SABER: Leia o art. 124 da Lei 9279/96, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm
Atendido os requisitos referidos retro, poderá a pessoa física ou jurídica requisitar oregistro da marca, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Deduz-se que a Lei de Propriedade adota o sistema atributivo ou constitutivo, pois o art. 129 declara expressamente que a propriedade da marca se adquire pelo registro validamente expedido.
Logo, pessoal, o direito à propriedade surge apenas quando fazemos o registro da marca. Segundo Rubens Requião (2007) apenas o registro, e não a ocupação ou uso anterior, é que constitui o direito à propriedade da marca. Portanto, o titular do direito é o primeiro a registrar a marca.
Lembre-se de que o registro confere o direito apenas ao ramo de atividade da empresa, seja de serviço, seja de produto. Isso significa que uma empresa que vende refrigerante com a marca “gazzi” não pode impedir que uma agência de turismo use a marca “gazzi”.
Concluindo: a proteção se restringe ao produto/serviço a que se destina a marca.
Mas, será que a propriedade só acontece mesmo com o registro, limitada ao ramo de atividade da empresa, sem nenhuma exceção? É o que iremos ver agora...
A Lei de Propriedade Industrial (LPI – Lei 9729/96) garante tutela especial em relação às marcas de alto renome, com elevado poder de penetração junto ao público, estendendo a proteção conferida pelo registro a todos os ramos de atividade, conforme preceitua o art. 125.
Fábio Ulhoa Coelho (2008) traz os seguintes exemplos de marcas amplamente conhecidas:Coca-Cola, Goodyear, Brastemp.
Assim, uma empresa de calça jeans não pode usar a marca Coca-Cola, sacou? Pois a proteção se estende a todos os ramos de atividade.
Além das marcas de alto renome, também são dignas de proteção especial, conforme o art. 126 da LPI, as marcas consideradas notoriamente conhecidas.
Ensina Rubens Requião (2007, p. 262): “Notório é a qualidade do que é ostensivamente público e conhecido”.
NA FIGURA ABAIXO, HÁ EXEMPLOS DAS POSSÍVEIS FORMAS DAS MARCAS
E o que significa “marcas notoriamente conhecidas”? São marcas conhecidas mundialmente que não precisam ser registradas. Estas marcas possuem proteção especial estabelecida por meio da assinatura de um tratado internacional (Convenção da União de Paris), no qual o Brasil celebrou com outros países. 
Assim, a marca considerada notória goza de proteção independentemente de ser registrada. O registro, neste caso, passaria a ter efeito meramente declaratório.
Para ilustrar, apresento abaixo uma decisão (jurisprudência) do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na qual houve o reconhecimento da notoriedade da marca “Super Bonder”, declarando nulo o registro na marca HIPPERBOND, conforme a seguinte ementa:
	EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRAFAÇÃO DE MARCA. "SUPER BONDER" E "HIPPER BOND". VEDAÇÃO LEGAL. NULIDADE. IMPOSIÇÃO AO INPI. 1. O art. 5º, inc. XXIX, previu que a lei asseguraria aos autores de inventos industriais, privilégio temporário para sua utilização, bem como a proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e desenvolvimento tecnológico e econômico do país. 2. O revogado Código de Propriedade Industrial (Lei 5.772/71), foi recepcionado pela Constituição de 88, até a edição da Lei 9.279/96, sendo que ambas reservaram proteção especial para marca notoriamente conhecida, razão que impõe ao órgão encarregado destes registros (o INPI), atentar para os ditames legais, rejeitando registros que contenham reprodução ou imitação, no todo ou parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia. 3. Provido o recurso para declarar nulo o registro do INPI nº 816406430, da marca "HIPPERBOND". (TRF4, AC 2000.04.01.141626-9, Terceira Turma, Relatora Marga Inge Barth Tessler, DJ 17/07/2002)
Entendeu a decisão? Não havia registro no INPI da marca “Super Bonder”, entretanto, devido ao fato de ser uma marca notoriamente conhecida, ela possui proteção especial. Deste modo, não podia o INPI ter permitido o registro da marca “Hipperbond”, vez que causaria confusão ao consumidor. O Tribunal, então, anulou o registro desta marca.
Agora que você já sabe um pouco sobre o direito de propriedade de marca, vamos entender como é feito o registro no INPI?
Tanto as pessoas físicas como as pessoas jurídicas podem requerer o registro de marca. Ademais, a marca que se deseja registrar deve estar em consonância com a atividade desenvolvida pela empresa.
O titular da marca, quando tiver interesse, pode transferir, ceder ou licenciar o uso da marca. Isso quer dizer que um terceiro pode circular, no mercado interno, um produto com marca de outro, desde que previamente autorizado (NEGRÃO, 2008).
E a terceirização? Será que ela influencia a propriedade da marca? SAIBA MAIS, Leia este artigo “Você pode terceirizar tudo, menos a sua marca”, que traz interessantes comentários a respeito, disponível em:http://www.cbm.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/sesed_cbm/arquivos/artigos/voc%C3%AA%20pode%20terceirizar%20tudo%20-%20marketing.pdf
VEJA NA FIGURA AO lado O ESQUEMA DO PROCEDIMENTO PARA O REGISTRO DE MARCAS
Agora, resta saber qual a duração da propriedade da marca. Seria para sempre? Claro que não...
O prazo de vigência do registro da marca, segundo o art. 133 da Lei nº. 9.297/96 (LPI), é de 10 anos, contados da data de concessão do registro, podendo ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos.
Entretanto, a LPI prevê também a extinção ou perda do registro da marca e, consequentemente, a sua titularidade nos seguintes casos:
a) decurso do prazo de duração (sem pedido de prorrogação);
b) caducidade;
c) falta de pagamento da retribuição devida ao INPI;
d) renúncia do titular;
e) inexistência de representante legal no Brasil, se o titular é domiciliado ou sediado no exterior.
A caducidade (LPI, art. 142, III) é um fator extintivo de direito, decorrente do abuso ou desuso no exercício do direito. O termo “caducar” se refere à decadência, ou seja, à perda de um direito. Portanto, infere-se daí que a caducidade da marca é a perda de todos os direitos que o empresário adquire ao registrá-la pelo não uso dela no prazo de 05 anos.
O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um Recurso Especial, posicionou-se neste sentido, argumentando que o registro da marca tem por finalidade preservar o direitode uso com exclusividade. Logo, senão há atualização para a qual o registro é feito, desaparece o motivo de sua existência e não há razão para preservar direitos que não são usados (Recurso Especial n. 29.878/RJ, relator: Ministro Cesar Asfor Rocha).
Ressalta-se, então, que o não uso da marca implica a caducidade do direito de propriedade (perda do direito).
Você faz idéia do que acontece se houver a extinção do direito à exclusividade do uso da marca?
Extinto o direito industrial, ou seja, o direito de registro da marca, o respectivo objeto cai em domínio público. Neste caso, qualquer pessoa poderá utilizá-lo ou explorá-lo economicamente.
Gostou da aula? Agora ficará mais fácil escolher uma marca? Será possível realizar o registro dela com êxito? Espero que sim...
VÁ AO FÓRUM: Poste uma mensagem relatando se você acha ou não importante a utilização da marca para diferenciar produtos e serviços no mercado.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Denis Borges. Uma Introdução à pesquisa industrial. 2° ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.
COELHO, Fábio U. Curso de direito comercial: direito de empresa. 12ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v.1
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa. 6°. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 27ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v.1

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