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Gabarito AP1 – Literatura Brasileira III 2019.1 Questão 1) Observar a obra A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, é observar o quadro social do período do Segundo Reinado, através do comportamento das personagens, reflexo das pessoas da época, e da descrição da paisagem. Na obra, observamos que as personagens são cotidianas e valorizam as relações sociais, frequentando ambientes em que têm a oportunidade de serem vistas. No fragmento de “O Sarau”, por exemplo, as moças querem ser vistas e, por isso, apresentam suas habilidades. Já a paisagem é destacada pelo autor tendo em vista a valorização do que é local, como o trecho “bela avenida, orlada de coqueiros” ou “eterna primavera desta nossa boa Terra de Santa Cruz”. Através dessas características, o Romantismo retratava uma realidade capaz de valorizar o país, ou seja, de cunho nacional, dando destaque ao cotidiano brasileiro e à paisagem do país. Assim, o Romantismo ganhava força como período literário de valorização do elemento nacional. (Aluna: Taís Poliana Evangelista – Pólo: Piraí) Questão 2) A cultura brasileira formou-se, ao longo do tempo, por meio da junção de diferentes culturas que chegaram aqui, por meio dos escravos, do continente africano, da colonização dos portugueses, entre outros. Povos que aqui chegaram e deixaram marcas de suas culturas, contribuindo para a construção de uma cultura brasileira híbrida e que foi sendo adaptada com frequência. O futebol, por exemplo, onde o Brasil é considerado o “país do futebol”, também é uma importação, mas que foi adaptado para um jeito brasileiro de jogar. Machado de Assis destaca sobre a popularização da polca e o perigo desse ato, pois, muitas vezes, para popularizar algo de forma rápida, abre-se mão do poético do autor/artista para agradar a um todo e, assim, perde-se a essência do que esse mesmo autor/artista desejou passar. (Aluna: Andréa Pimentel – Pólo: São Francisco de Itabapoana) Questão 3) Há muitas particularidades do Romantismo Negro no fragmento dado. Por exemplo, o tom sombrio e sinistro do ambiente descrito, a referência a aspectos tenebrosos e macabros, como um cadáver degolado e banhado em sangue. Some-se a isso a presença de uma criança, igualmente ensanguentada e morta. Ainda, salientamos um comportamento social condenado – o adultério – e o destaque dado ao erotismo e à devassidão, em meio à embriaguez, como características do Romantismo Negro. Observamos que este se distanciou bastante do projeto romântico de José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo, por exemplo. Não há a mínima alusão à natureza exuberante do Brasil, não se tem a intenção de construir uma literatura genuinamente nacional – o que se percebe pela ausência de personagens brasileiros em sua essência. Portanto, o Romantismo Negro abordou o universal em detrimento de uma “cor local”, fugindo, assim, duma “realidade brasileira”. (Aluno: Leonardo Berbat de Brito – Pólo: Nova Friburgo) Questão 4) Cartas chilenas usam a sátira para apontar os problemas vividos em Minas Gerais por um governante inábil, autoritário e com diversas práticas com as quais Tomás Antônio Gonzaga discordava. Minas Gerais não foi exposta claramente no texto. O eu- lírico falava do Chile e Fanfarrão Minésio foi um nome fictício que ele deu ao governador de Minas Gerais. O escritor usa esses artifícios evitar ser pego, afinal, ao falar mal do governo, ele poderia sofrer represálias. O caráter alegórico do texto tem justamente esse objetivo. As críticas não eram bem vistas, pois colocavam em risco a ordem e a hegemonia da Metrópole. Essa foi uma maneira disfarçada que Gonzaga encontrou para não deixar de fazer a denúncia. Utilizar a literatura para fazê-la já mostra o ideal iluminista, afinal, para os iluministas, as letras, a razão e o conhecimento é que são a fonte da verdade. No prólogo, o autor explica que julgou fundamental traduzir a obra, pois o público precisava saber quem era o Fanfarrão. Com a obra, o que ele deseja é que os leitores reconheçam os Fanfarrões por aí. As letras trariam este benefício: o conhecimento. Esse era o poder que Tomás Antônio Gonzaga quis oferecer ao público e é assim que percebemos o ideal iluminista do poder do conhecimento em Cartas chilenas. (Aluna: Ana Carolina Martins Peres – Pólo: Nova Iguaçu)
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