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Aula 03 - Competência

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Direito Processual Civil p/ AJAJ TRE MG 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges – Aula 03 
 
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AULA 03: Competência: em razão do valor e da matéria; competência funcional e 
territorial; modificações de competência e declaração de incompetência. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Cronograma 01 
2. Capítulo V: Competência: em razão do valor e da 
matéria; competência funcional e territorial; modificações 
de competência e declaração de incompetência. 
1. Fixação da competência 
2. Modificação de competência 
2.1. Pela inércia do réu 
3. Classificação 
3.1. Distinção entre competência absoluta e competência 
relativa. 
3.2. Em razão da matéria 
3.3. Em razão do valor da causa 
3.3.1. Lei 12.153/2009 
3.4. Competência territorial 
3.5. Competência funcional 
4. Conflito de competências 
5. Competência Internacional 
5.1. Competência exclusiva (prevista no art. 89) 
5.2. Competência concorrente (prevista no art. 88) 
6. Declaração de incompetência 
6.1. Dever de declaração 
02 
3. Resumo 23 
4. Questões comentadas 25 
5. Lista das questões apresentadas 36 
6. Gabarito 44 
 Direito Processual Civil p/ AJAJ TRE MG 
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“Autorrespeito é o fruto da disciplina. O senso de dignidade cresce com a 
capacidade de dizer para si: não”. (Abraham Heschel) 
Diga não às festinhas fora de hora, à preguiça, e perceba que sua mente 
deve controlar seu corpo, não o contrário. 
 
 
CAPÍTULO V: DA COMPETÊNCIA 
As regras da competência estão presentes na Constituição Federal (arts. 92 
e ss), no CPC (arts. 86 e ss), em legislação esparsa, no regimento interno dos 
tribunais e nos códigos de organização judiciária. Essas normas dizem qual o órgão 
competente para receber cada ação, de acordo com a natureza jurídica, a matéria e 
as pessoas que participam da demanda. 
Competência é a fração delegada de jurisdição a um órgão ou conjunto de 
órgãos. A despeito de esse conceito dividir a jurisdição, no plano real, ela é una e 
indivisível. Ela também é entendida de outra forma, quando integra o Poder 
Judiciário: o juiz é investido da função jurisdicional; desse modo, onde houver órgão 
jurisdicional haverá jurisdição. Mas, há limitações a essa amplitude de atuação, e 
essa limitação é a competência. Se um órgão é incompetente, não quer dizer que 
ele perdeu a jurisdição, mas sim que teve a sua atuação limitada. 
 
1. Fixação da competência 
Uma vez determinada a competência, em regra, não há possibilidade de 
alteração do juízo. Haveria enorme dificuldade, por exemplo, em ter uma ação 
proposta na Comarca de Belo Horizonte, que fosse encaminhada a Goiânia e depois 
a São Paulo. Se não houvesse a regra de fixação, os indivíduos estariam sujeitos a 
tal instabilidade. 
Dúvida: quando ocorre a fixação? Determina-se a competência no momento 
em que a ação é proposta (art. 87 do CPC). São irrelevantes as modificações do 
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o 
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órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia 
(continuação do art. 87). 
Exemplo: Contra Alice, residente em São Paulo, foi proposta ação de 
cobrança. A ação de cobrança deve ser proposta no domicílio do réu. 
Alice, cansada da intensa movimentação de São Paulo, resolve mudar-se 
para Feira de Santana (BA) e leva consigo toda a atividade de seu escritório. Mas, 
ainda que a residência da ré tenha sido alterada, a lide já estava estabilizada e a 
mudança não leva nenhum efeito ao processo. Somente em situações excepcionais 
poderá ser alterada a competência: são os casos de modificação de competência. 
 
2. Modificação de competência 
Quando ocorre a modificação de competência, o julgamento do processo é 
realizado por juízo diverso do que previu, a princípio, a lei. A modificação ocorre nos 
casos de competência relativa. Também é admitida em razão da continência ou da 
conexão. 
A continência entre duas ou mais ações ocorre quando há identidade quanto 
às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o 
das outras (art. 104, CPC). Ou seja, uma está contida na outra. 
Na conexão ou na continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de 
qualquer das partes, pode mandar reunir as ações propostas em separado, para que 
sejam decididas simultaneamente (art. 105). 
Na continência, portanto, são comuns as partes e a causa de pedir e 
distinguem-se os objetos. Mas, um dos pedidos, por ser menor, acaba inserido no 
outro. Uma situação hipotética de continência seria: Marcos, dirigindo sua Ferrari em 
Mônaco, atropelou Bráulio. Bráulio ficou impossibilitado de trabalhar na escuderia de 
Fórmula 1, em que é mecânico, por um ano. Apesar da amizade, Bráulio requereu 
indenização por lucros cessantes em uma ação e reparação por perdas e danos 
(que inclui lucros cessantes) em outra. Reparem que o pedido da primeira ação foi 
englobado pelo da segunda. 
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Na conexão, é diferente, há identidade da causa de pedir ou do objeto, mas 
não têm que ser idênticas as partes. Um exemplo de conexão: Marcos atropelou 
com sua Ferrari não apenas o Bráulio mas também o Fitzgerald. Os dois ficaram 
bem, não foi nada grave, mas cada um deles propôs ação de perdas e danos contra 
o motorista (mesmo réu). Duas ações com idênticos pedidos e causa de pedir, mas 
com autores diferentes. 
Anote-se que, a despeito da estrita imposição legal, o STJ firmou orientação 
no sentido de que não se exige perfeita identidade entre os requisitos fixados 
(continência e conexão), para que ocorra a conexão das ações, sendo essencial que 
o julgador, em seu prudente arbítrio, reconheça a pertinência da medida. O 
legislador, ao determinar a reunião dessas ações, quis evitar a contradição nos 
julgados. 
 
 
Não haverá reunião dos processos, se um deles já foi julgado 
(Súmula 235 do STJ). 
Dúvida: Como ocorre a reunião dos processos? E qual o juiz 
deixará de julgar para que o outro julgue? Quando o réu for citado de 
uma nova ação, ele pedirá para reuni-la ao processo que tenha com 
ela continênciaou conexão. O juiz pode também aplicar, de ofício, a 
regra da reunião dos processos (inciso VII c/c § 4o do art. 301). 
O julgamento das duas ações ficará a cargo do juiz que 
primeiro realizou citação válida. A citação válida torna prevento o 
juízo (art. 219 do CPC). O artigo 219 menciona juízo, mas na sua 
redação deveria constar foro: a citação válida torna o foro prevento. 
O momento de tornar prevento o juízo, quando há conflito 
entre dois juízes de mesma competência territorial, é definido pelo 
artigo 106: “Correndo em separado ações conexas perante juízes 
que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento 
aquele que despachou em primeiro lugar” (art.106, CPC). 
 
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2.1. Pela inércia do réu 
Se o autor ajuíza ação em foro diferente do que a lei prevê e o réu se 
silencia, não suscitando exceção de competência, o juízo indicado de modo 
equivocado pelo autor torna-se o competente. Nesse caso, há o fenômeno da 
prorrogação. A modificação de competência não ocorrerá se os dois juízos são 
absolutamente competentes. Assim, não haverá possibilidade de reunião dos 
processos para julgamento conjunto, nem será admitido o critério da prevenção. 
Exemplo: ação de indenização por perdas e danos que tramite 
simultaneamente com a ação criminal, sendo ambas decorrentes de um mesmo ato 
ilícito. O art. 110 do CPC traz a solução para esse problema, indicando que se o 
conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato 
delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se 
pronuncie a justiça criminal. 
 
3. Classificação 
Quando o ordenamento jurídico pátrio divide as atividades jurisdicionais em 
vários órgãos e juízes, ele pretende suprir impossibilidades práticas e físicas. Não se 
poderia delegar a um juiz o papel de solucionar sozinho todos os litígios que 
reivindicam prestação jurisdicional. Desse modo, inúmeros critérios de competência 
são adotados. 
 
3.1. Distinção entre competência absoluta e competência relativa. 
Competência Relativa Competência Absoluta 
Privilegia a vontade das partes Razões de Ordem Pública 
Não pode ser declarada de 
ofício. Salvo: contratos de consumo e 
de adesão (art. 112, CPC). 
Pode ser declarada de ofício 
Há preclusão processual; não Não há preclusão; permite-se alegação 
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se admite arguição posterior (Súmula 
33 do STJ) 
a qualquer tempo e grau de jurisdição. 
Origem: descumprimento das 
normas de competência em razão do 
valor e do território. 
Origem: Material, natureza da lide; 
funcional, considera a função do órgão; 
pessoas (art. 109 da CF). 
Incompetência relativa: vício de 
nulidade relativa 
Incompetência absoluta: gera uma 
nulidade absoluta 
Normas de caráter dispositivo 
podem ser flexibilizadas. 
Normas de caráter cogente, não 
podem ser flexibilizadas. 
 
Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Já a incompetência 
absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grau 
de jurisdição, independentemente de exceção. 
No Brasil, adota-se o sistema jurídico que integra dispositivos legais das 
duas competências, relativa e absoluta. Assim, estabelece-se equilíbrio entre 
vontade das partes e interesse público, sem extrema liberdade ao juízo ou às partes, 
o que poderia gerar desordem, nem com muita rigidez, o que poderia gerar 
excessivo custo às partes envolvidas. 
Quais os efeitos da declaração de incompetência absoluta e o que fazer em 
seguida? Prevê o CPC que declarada a incompetência absoluta, somente os atos 
decisórios serão nulos, e os autos serão remetidos ao juiz competente (art. 113). 
Os atos processuais destinados a dar continuidade ao processo, que não 
envolvam alguma decisão do juiz não serão declarados nulos após a remessa dos 
autos. Mas as decisões tomadas no curso do processo ou, principalmente, que 
ponham fim ao processo, serão tidas como nulas. Esse conhecimento já caiu em 
prova. 
 
 
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Vejam algumas questões sobre competência em prova da FCC 2012: 
(TRT 4ª Região RS – FCC 2012) Declarada a incompetência absoluta, o 
processo 
a) será extinto com resolução de mérito. 
b) deverá ser remetido ao juiz competente e somente os atos probatórios 
serão declarados nulos. 
 c) deverá ser remetido ao juiz competente e somente os atos decisórios serão 
declarados nulos. 
d) deverá ser remetido ao juiz competente e todos os atos processuais serão 
declarados nulos. 
e) será sempre extinto sem resolução de mérito. 
Gabarito: C 
 
(TRT 6ª Região PE – FCC 2012) No processo civil, a incompetência absoluta 
a) não pode ser conhecida de ofício pelo Juiz. 
b) deve ser alegada mediante exceção. 
c) só pode ser reconhecida pelo Juiz, não cabendo à parte deduzi-la. 
d) pode ser alegada em preliminar de contestação. 
e) se não for alegada no prazo da contestação, fica preclusa sua arguição no 
processo. 
Gabarito: D 
 
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(TJ RJ – FCC 2012) A incompetência absoluta 
a) uma vez declarada, leva à nulidade somente dos atos decisórios, 
remetendo-se os autos ao juiz competente. 
b) uma vez declarada, sempre leva à extinção do processo, sem resolução do 
mérito. 
c) deve ser levantada por meio de exceção, a ser apensada aos autos 
principais. 
d) deve ser declarada após arguição preliminar, levando à nulidade de todo o 
processo. 
e) pode ser prorrogada, se o réu não opuser exceção declinatória nos casos e 
prazos legais. 
Gabarito: A 
 
3.2. Em razão da matéria 
A competência em razão da matéria (ratio materiae) é definida pela natureza 
da causa e utiliza regras de competência absoluta. É normatizada pelas leis de 
organização judiciária, salvo casos expressos no CPC. 
Art. 91: Regem a competência em razão do valor e da matéria as normas deorganização judiciária, ressalvados os casos expressos neste Código. 
As regras que definem essa modalidade de competência não se limitam ao 
que definiu o dispositivo citado. Além de estarem nas leis de organização judiciária, 
essas normas também estão presentes na Constituição Federal, nas Constituições 
Estaduais, nas leis federais. 
Na CF/88, são definidas as competências das justiças – Justiças 
especializadas: do Trabalho, Eleitoral, Militar. À Justiça Comum cabe competência 
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residual: excluídas as definições para justiças especializadas e federal, há a comum. 
A competência da Justiça Federal está prevista nos arts. 108 e 109 da CF. 
 
1 – Compete ao Tribunal Regional Federal (art. 108) 
1 – Processar e julgar, originariamente: 
a) Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça 
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os 
membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral; 
b) As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos 
juízes federais da região; 
c) Os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
d) Os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal. 
e) Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal; 
2 – Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e 
pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua 
jurisdição. 
 
2 – Compete aos juízes federais (art. 109) 
a) As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e 
à Justiça do Trabalho; 
b) As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
c) As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; 
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d) Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar 
e da Justiça Eleitoral; 
e) Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, 
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente; 
f) As causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5o deste 
artigo; 
g) Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados 
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
h) Os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição; 
i) Os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de 
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
j) Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar; 
k) Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e 
à naturalização; 
l) A disputa sobre direitos indígenas. 
Observando-se que: 
– Nas causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária 
onde tiver domicílio a outra parte. 
– Nas causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção 
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato 
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que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito 
Federal. 
– Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos 
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência 
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, 
se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
– Na hipótese do tópico anterior, o recurso cabível será sempre para o 
Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
– Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja 
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do 
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça 
Federal. 
 
 
A Corte Especial do STJ editou súmula que desloca 
para os tribunais regionais federais (TRFs) a competência para 
decidir os conflitos entre juizado especial federal e juízo federal 
da mesma seção judiciária. A nova orientação está presente na 
Súmula 428. Enunciado: “Compete ao Tribunal Regional 
Federal decidir os conflitos de competência entre juizado 
especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”. 
Com o novo entendimento, o STJ reconheceu a 
interpretação dada pelo STF no Recurso Extraordinário no 5 
90.409-RS e revogou a Súmula 348⁄ STJ, que firmava a 
competência do STJ para essas hipóteses. 
 
 
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3.3. Em razão do valor da causa 
Outro critério de definição da competência leva em conta o valor da causa. 
Trata-se de modalidade de competência relativa. É utilizada para determinar as 
causas que caberão aos Juizados Especiais. O Juizado Especial Estadual é regido 
pela Lei no 9.099/1995, o Juizado Especial Federal pela Lei no 10.259/2001 e o 
Juizado Especial da Fazenda Pública Estadualpela Lei no 12.153/2009. 
Os Juizados Especiais Estaduais têm competência para julgar as causas 
que não ultrapassem o valor de 40 salários-mínimos, nem que tenham sido previstas 
no art. 3o, incisos II a IV (Lei 9.099/1995). 
Art. 3o: O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, 
processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim 
consideradas: 
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; 
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; 
III – a ação de despejo para uso próprio; 
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao 
fixado no inciso I deste artigo. 
Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza 
alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as 
relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, 
ainda que de cunho patrimonial. 
Característica fundamental do Juizado Especial Civil consiste em que o autor 
pode escolher a Justiça Comum, mesmo que a sua causa se enquadre ao que é 
estipulado para o Juizado Especial. Fala-se, assim, do fenômeno da facultatividade. 
Os Juizados Especiais Federais, por sua vez, apresentam diferenças; têm 
competência para julgar causas de até 60 salários-mínimos – somente as causas da 
Justiça Federal até esse valor. Ou seja, além de observar o valor, deverá ser 
observado se a causa cumpre o definido no art. 109 da CF (citado), que determina o 
que é causa da justiça federal. Dois requisitos, portanto: 1) valor máximo de 60 
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salários mínimos; 2) enquadrar-se entre as causas da justiça federal (art. 109, 
CF/88). 
Art. 3° da Lei no 10.259/2001: Compete ao Juizado Especial Federal Cível 
processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de 
sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. 
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas: 
I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações 
de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, 
execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou 
interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos; 
II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais; 
III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o 
de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal; 
IV – que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a 
servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares. 
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de 
competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o 
valor referido no art. 3o, caput. 
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua 
competência é absoluta. 
O parágrafo 3o desse artigo traz aquela que é uma das principais 
características do Juizado Especial Federal: o caráter de obrigatoriedade. Não há 
opção de recorrer a outro juízo, como ocorre no Especial Estadual. 
 
3.3.1. Lei 12.153/2009 
Enquanto a Lei no 9.099/95 (dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais) exclui de sua competência as causas de interesse da Fazenda Pública 
Estadual, a Lei no 12.153/2009 vem tratar delas. 
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Obviamente, mantendo a característica dos Juizados Especiais de atuar em 
causas de baixo valor. Mas, nesse ponto, também há diferença entre os dois 
juizados, já que os cíveis são competentes para causas até 40 salários mínimos, 
enquanto os Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual para causas até 60 
salários mínimos (assim como os Especiais Federais). 
Enquanto prevalece no Juizado Especial Cível o caráter de facultatividade, 
prevalece no Juizado Especial da Fazenda Pública Estadual, como no federal, a 
obrigatoriedade. 
Não é de competência do juizado em estudo: 1) as ações de mandado de 
segurança, de desapropriação e demarcação, populares, por improbidade 
administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos 
ou coletivos; 2) as causas sobre bens imóveis dos Estados, DF, territórios e 
municípios, bem como das autarquias e fundações públicas a eles vinculadas; 3) as 
causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a 
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares. 
Sobre a esta Lei é igualmente importante memorizar que ela define, como 
partes possíveis nos Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual, autores: as 
pessoas físicas, as micro e pequenas empresas; réus: os estados, DF, territórios e 
municípios, bem como as autarquias, fundações públicas e empresas públicas a 
eles vinculadas. 
 
3.4. Competência territorial 
É modalidade relativa, que define a circunscrição territorial judiciária: na 
Justiça Estadual, comarca e, na Justiça Federal, seção judiciária. Foro comum é o 
do domicílio do réu, previsto no art. 94 do CPC. 
A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre 
bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu; sendo que 
tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
Se incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for 
encontrado ou no foro do domicílio do autor. Na hipótese de o réu não ter domicílio 
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nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se 
este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
Se na causa houver dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão 
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Desse modo, se o 
enunciado da questão dispuser que o réu será demandado no foro mais próximo ao 
domicílio do autor, se tiver dois ou mais domicílios incorrerá em erro. Como vimos, 
tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles (art. 
94), a critério do autor. 
Por seu turno, as pessoas jurídicas serão demandadas no local de sua sede; 
dessa forma, a União – no Distrito Federal, e os estados – nas respectivas capitais. 
As autarquias, fundações e empresas públicas têm sede definida na lei que as 
institui. Figurando-se no polo passivo mais de um réu, o autorpoderá demandar em 
qualquer das sedes deles. 
Façamos leitura de artigos do CPC em que são previstos critérios de 
definição da competência territorial e, em seguida, passemos a exemplos de 
cobrança em prova: 
Obs. Fiquem atentos às partes destacadas!!! 
Leitura de dispositivos do CPC 
Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro 
da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de 
eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 
posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. 
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última 
vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido 
no estrangeiro. 
 Parágrafo único. É, porém, competente o foro: 
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 I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; 
 II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio 
certo e possuía bens em lugares diferentes. 
Art. 97. As ações em que o ausente for réu correm no foro de seu último 
domicílio, que é também o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha 
e o cumprimento de disposições testamentárias. 
Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de 
seu representante. 
Comentário: 
Não se pode, desse modo, processar a ação em que incapaz seja parte no foro que 
seja de exclusivo domicílio do autor. Esse tipo de ação será processada no 
domicílio do representante do incapaz. 
Art. 99. O foro da Capital do Estado ou do Território é competente: 
 I - para as causas em que a União for autora, ré ou interveniente; 
 II - para as causas em que o Território for autor, réu ou interveniente. 
 Parágrafo único. Correndo o processo perante outro juiz, serão os autos 
remetidos ao juiz competente da Capital do Estado ou Território, tanto que neles 
intervenha uma das entidades mencionadas neste artigo. 
 Excetuam-se: 
 I - o processo de insolvência; 
 II - os casos previstos em lei. 
Art. 100. É competente o foro: 
 I - da residência da mulher, para a ação de separação dos cônjuges e a 
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conversão desta em divórcio, e para a anulação de casamento; 
 II - do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se 
pedem alimentos; 
 III - do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou 
destruídos; 
 IV - do lugar: 
 a) onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica; 
 b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu; 
 c) onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a 
sociedade, que carece de personalidade jurídica; 
 d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o 
cumprimento; 
 V - do lugar do ato ou fato: 
 a) para a ação de reparação do dano; 
 b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios. 
 Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito 
ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do 
fato. 
Vejam como pode ser cobrado pela FCC: 
(TRT 20ª Região SE – FCC 2012) Em relação à competência é correto afirmar: 
a) A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio do 
autor. 
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b) As ações em que o ausente for réu correm no foro de seu último domicílio, 
que é também o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o 
cumprimento de disposição testamentárias. 
c) Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro do 
domicílio do réu, como regra. 
d) Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro mais próximo 
ao domicílio do autor. 
e) Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação deve ser 
proposta necessariamente no foro da Capital do Estado em que reside o 
autor. 
Gabarito: B 
 
(TJ RJ – FCC 2012) Em relação à competência, é correto afirmar que 
a) a ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu 
representante. 
b) a ação em que se pedem alimentos deve ser proposta no foro do 
alimentante. 
c) se houver dois ou mais réus, com domicílios diferentes, a demanda será 
proposta no foro do réu de maior idade. 
d) nas ações de reparação de dano sofrido por acidente de veículos, será 
competente o foro do domicílio do réu, com exclusão de qualquer outro. 
e) em qualquer processo, se o juiz considerar-se absolutamente 
incompetente, deverá extingui-lo, de ofício ou após provocação da parte. 
Gabarito: A 
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3.5. Competência funcional 
Ela prescreve a função de cada órgão jurisdicional diante de uma relação 
processual já iniciada. Modalidade de competência absoluta. 
Classifica-se: pelo grau de jurisdição – recursal ou originária; pelo objeto do 
juízo; pelas fases do procedimento, uma vez que o juiz que praticou certo ato será 
competente para praticar outro ato processual. Ele se torna prevento (prevenção 
proporciona a fixação da competência no juízo que primeiro atua no processo 
instaurado ou próximo de instaurar-se); pela relação entre a ação principal e as 
acessórias, sendo que o juiz da ação principal será competente para as acessórias. 
A Lei da Ação Civil Pública (no 7.347/1985) traz, em seu art. 2o, a 
competência funcional do local do dano. Determina-se a competência do local do 
dano pela natureza do direito controvertido: direitos coletivos, difusos, individuais 
homogêneos. 
 
Art. 2o: As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro dolocal onde 
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a 
causa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competência Jurisdicional 
Nacional Internacional 
Competência Relativa 
• Em razão do valor da causa 
• Territorial 
 
Competência Absoluta 
• Em razão da Matéria 
• Funcional 
 
 
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Parágrafo único: A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para 
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou 
o mesmo objeto. 
 
4. Conflito de competências 
É um incidente processual que está previsto no art. 115 do CPC. Há conflito 
de competência: conflito positivo – quando dois ou mais juízes se declaram 
competentes; conflito negativo – quando dois ou mais juízes se consideram 
incompetentes. 
Há, ainda, os casos do inciso III do art. 115, CPC, quando entre dois ou mais 
juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Não se 
trata, porém de nova espécie de conflito, já que uma análise mais apurada 
demonstrará que tais casos são derivações das espécies anteriores. 
O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério 
Público ou pelo juiz. O Ministério Público será ouvido em todos os conflitos de 
competência; mas terá qualidade de parte naqueles que suscitar. 
 
5. Competência Internacional 
"Um sistema jurisdicional de um país pode pretender julgar 
causas que sejam propostas perante os seus juízes. No 
entanto, o poder de tornar efetivo aquilo que foi decidido sofre 
limitações, porque existem outros Estados, também 
organizados, e que não reconheceriam a validade da sentença 
em seu território, não permitindo, pois, a sua execução". (Didier 
Jr., 2011a) 
Nessa interessante exposição de Didier Jr., vê-se que o sistema jurisdicional 
depara-se com um limitador externo, que é o sistema jurisdicional dos outros países. 
Diante da possibilidade de estabelecer decisões sobre as quais o País não poderia 
controlar o cumprimento, o legislador brasileiro buscou estabelecer regras de 
competência internacional que se adequassem ao princípio da efetividade. 
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Por esse princípio, o estado não deve julgar se sua decisão não irá ser 
reconhecida onde deveria produzir efeitos. Sem contar o alto dispêndio em ocupar 
os órgãos jurisdicionais do País com causas que não se liguem a seu ordenamento. 
Diante dessa dificuldade, criou-se uma limitação espacial da jurisdição, que 
comporta exceções. O CPC trata da Competência internacional, nomeadamente em 
3 artigos: do 88 ao 90, neles são definidas as competências concorrentes e as que 
devem ser analisadas por autoridade judiciária nacional. 
 
5.1. Competência exclusiva (prevista no art. 89) 
Nas causas especificadas nesse artigo, listadas abaixo, a sentença 
estrangeira não produzirá efeito, nem sequer poderá ser homologada. 
Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
1) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 2) proceder a inventário 
e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro 
e tenha residido fora do território nacional. 
Art. 90: A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz 
litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma 
causa e das que lhe são conexas. 
 
5.2. Competência concorrente (prevista no art. 88) 
Causas que tribunais estrangeiros também podem julgar. 
De acordo com o mencionado art. 88, é competente a autoridade judiciária 
brasileira quando: 1) o réu estiver domiciliado no Brasil, independentemente de sua 
nacionalidade; 2) a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil (é tida como 
domiciliada no Brasil, a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou 
sucursal); 3) a ação tiver origem de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Dúvida: Se a competência é concorrente, quer dizer que o Brasil determina 
o que outros Estados irão julgar? Não. Nos casos previstos no art. 88, o Brasil 
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reconhece a sentença estrangeira, desde que homologada no Brasil; portanto, esse 
é o motivo por que se menciona competência concorrente no dispositivo. 
 
6. Declaração de incompetência 
A incompetência absoluta é declarada de ofício e pode ser alegada, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. Não sendo, 
porém, deduzida no prazo da contestação ou na primeira oportunidade em que lhe 
couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas. 
Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão 
nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. Prorroga-se a competência se o 
réu não opuser exceção declinatória do foro e de juízo, no caso e prazo legais. 
Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, ofereceu exceção de 
incompetência. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não 
o suscitou ofereça exceção declinatória do foro. 
A ação apresentada ao foro ou juízo diferente do previsto na legislação 
como competente para aquela ação em razão da matéria, da hierarquia ou da 
função, fica sujeito ao fenômeno da incompetência absoluta; desse modo, discute-se 
se o dever de o juiz reconhecer e declarar, de ofício, a incompetência absoluta, ou 
mesmo o poder de declará-la a pedido de qualquer das partes – por que, se os atos 
decisórios do juízo incompetente são nulos, não há incoerência em atribuir a ele o 
dever de declarar sua incompetência? 
Há o entendimento de que, ao se declarar incompetente, o juiz não está 
atuando naquilo em que estaria impedido, seria uma exceção entre outras previstas 
no ordenamento. A lei processual em diversas situações exige, por exemplo, que o 
juiz cumpra diligências de cartas rogatórias, precatórias ou de ordem, sem que o juiz 
se torne naquele caso competente para atuar em outras partes do processo. 
Outro ponto debatido é o de haver, ou não, nulidade de todos os atos 
decisórios do juízo absolutamente incompetente. Todavia, não se encontra indicação 
nesse sentido em texto legal algum. A nulidade está ligada à ineficácia do ato 
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processual ou do procedimento como um todo, sempre que se afastar da previsão 
legal. 
Decidir pela própria incompetência é dever do juiz, assim surge a 
preocupação em se saber se aquele que cumpre o que a lei manda, praticando um 
ato decisório que o artigo 113 do CPC lhe impõe como dever, estará praticando ato 
nulo. A primeira impressão é a de que a nulidade está sempre ligada a um ato 
contrário à lei e não um ato praticado de acordo com a lei. 
Quando se contraria a norma reguladora da competência relativa, dá-se o 
fenômeno da incompetência relativa, que, por ser apenas relativa, poderá ser 
prorrogada até mesmo pela vontade das partes. Todavia, quando essa 
incompetência for de natureza absoluta, não poderá haver prorrogação pela simples 
vontade das partes, embora o possa ser por outros motivos, de modo excepcional. 
 
6.1. Dever de declaração 
O artigo 113 do CPC dispõe que a incompetência absoluta deve ser 
declarada de ofício pelo juiz, de modo que é dever do juiz reconhecer a 
incompetência absoluta do juízo, mesmo quando não solicitado pelas partes. O juiz 
não poderá deixar de reconhecê-la sempre que se convencer da sua incompetência. 
O próprio juiz há de ser o juiz da sua competência e proclamar a sua incompetência, 
de ofício. 
O ato por meio do qual o juiz reconhece e declara a incompetência e 
determina a remessa dos autos ao foro ou ao juízo competente é, em regra, de 
decisão. Nas excepcionalidades em que não seja possível a remessa dos autos é 
que então o juiz poderá reconhecer a incompetência e extinguir o processo. 
 
RESUMO DA AULA 
 
 Conceito de Competência: é a fração delegada de jurisdição a um órgão ou 
conjunto de órgãos. 
- A competência pode ser: 
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 1) Relativa: Em razão do valor da causa ou territorial. 
 2) Absoluta: Em razão da matéria ou funcional. 
- Competência Territorial: Existem algumas hipóteses em que a competência 
territorial será absoluta (arts. 95 e 99 do CPC). Nesses casos, a competência 
territorial não poderá ser modificada e nem prorrogável. 
- Para que seja fixada a competência faz-se-à necessário a verificação a quem 
incumbe julgar o processo: a autoridade nacional ou internacional. 
- De acordo com o art.88 do CPC a competência é concorrente, pois a ação poderá 
ser ajuizada tanto no Brasil como no exterior. Já o art. 89 traz a competência 
exclusiva, a qual a ação somente poderá ser ajuizada no Brasil. 
- Em matéria civil, a Justiça Comum é caracterizada pela bipartição: Justiça Comum 
Federal e Justiça Comum Estadual. 
- A Justiça Comum Federal compete: julgar as causas relativas à União, empresa 
pública federal, autarquia federal e, de modo extensivo, fundações públicas federais. 
- Lembrem-se: a Justiça Federal não poderá julgar nem processar as causas que 
envolvam sociedade de economia mista, salvo se a União intervier na causa. 
(Súmula 42 do STJ e 517 do STF) 
- A Justiça Comum Estadual a competência será residual. 
Critérios para a fixação da competência: 
 
- Incompetência relativa: incidente processual dentro do prazo de defesa. Não se 
admite o reconhecimento de ofício. 
- Incompetência absoluta: preliminar da contestação. Apresentar caráter dilatório. 
No reconhecimento os autos são remetidos ao Juízo competente, com a invalidação 
dos atos decisórios. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (AGU – Cespe 2010) Rodolfo, maior de idade, casado, comerciante, ajuizou 
pelo rito ordinário, em uma das varas federais de Brasília, ação de indenização 
por ato ilícito em face da União, que foi citada pessoalmente. Com base nessa 
situação hipotética, julgue o item a seguir: 
Ainda que Rodolfo passe a residir em outra localidade, por motivo de trabalho, 
a competência do juízo não será alterada. 
COMENTÁRIO: 
Para responder essa questão, façamos a leitura do artigo 87 do CPC: 
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é 
proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a 
competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
Na hipótese da questão, a ação já havia sido proposta e a competência 
estabelecida, ocorrendo prevenção do juízo. Desse modo, a mudança de residência 
de Rodolfo não poderia ser invocada para alteração de competência. 
Gabarito: Certo 
 
02. (DPF – Cespe 2004) Considere que A proponha contra B ação para 
reparação de dano causado em acidente de veículo ocorrido na cidade do Rio 
de Janeiro. Em face dessa consideração, julgue o item a seguir, relativo à 
competência. 
As partes podem, desde que estejam de comum acordo, estabelecer o foro 
competente para a causa, elegendo, por exemplo, o juízo da 1.ª Vara Cível para 
processar o feito, sendo previsto no Código de Processo Civil o foro de eleição 
quando se tratar de competência territorial. 
COMENTÁRIO: 
 Essa questão é excelente para entender o princípio do Juiz Natural, que é 
um dos princípios garantidores da imparcialidade judiciária, por meio dele se invoca 
o total respeito às regras de competência. 
Está previsto no inciso LIII do art. 5º da CF: 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente 
Pelas regras gerais de competência, a escolha do juiz deve ser aleatória. A 
proibição de escolha do juízo refere-se a todos, incluindo partes e juízes. Portanto, 
não seria possível eleger, como menciona a questão, a 1ª Vara Cível, mas somente 
eleger o local, a comarca. 
Gabarito: Errado 
 
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Enunciado das questões 03 a 06: 
Competência é o poder que tem um órgão jurisdicional de fazer atuar a 
jurisdição diante de um caso concreto. Decorre esse poder de uma delimitação 
prévia, constitucional e legal, estabelecida segundo critérios de especialização 
da justiça, distribuição territorial e divisão de serviço. A exigência dessa 
distribuição decorre da evidente impossibilidade de um juiz único decidir toda 
a massa de lides existentes no Universo e, também, da necessidade de que as 
lides sejam decididas pelo órgão jurisdicional adequado, mas apto a melhorresolvê-Ias (Vicente Greco Filho). Julgue os itens abaixo: 
 
03. (Inédita) A incompetência relativa argúi-se por meio de exceção; já a 
incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. 
COMENTÁRIO: 
Art. 112 (caput) do CPC. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência 
relativa. Cominado com: 
Art. 113 (caput) do CPC. A incompetência absoluta deve ser declarada de 
ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, 
independentemente de exceção. 
Gabarito: Certo 
 
04. (Inédita) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito 
real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do 
autor. 
COMENTÁRIO: 
Art. 94 (caput) do CPC. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada 
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do 
réu. 
Gabarito: Errado 
 
05. (Inédita) Compete ao STJ dirimir conflito de competência verificado, em 
determinada região, entre juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição 
federal. 
COMENTÁRIO: 
Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência 
verificado, na respectiva região, entre juiz federal e juiz estadual investido de 
jurisdição federal (Súmula 3 ⁄ STJ). 
Gabarito: Errado 
 
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06. (Inédita) O Tribunal Regional Federal julgará as causas em que sociedade 
economia mista for parte. 
COMENTÁRIO: 
É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte 
sociedade de economia mista (Súmula 556, STF). 
Gabarito: Errado 
 
07. (DPU – Cespe 2010) É absoluta a competência internacional brasileira em 
ação relativa a imóvel situado no Brasil. 
COMENTÁRIO: 
A banca examinadora transcreveu o texto da Lei. O art. 89 do CPC traz: 
 Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
 - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
 - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o 
autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
Gabarito: Certo 
 
08. (DPU – Cespe 2010) Julgue os itens a seguir, acerca do direito processual 
civil internacional. 
A competência jurisdicional brasileira somente incide sobre indivíduo 
estrangeiro se este residir no Brasil durante mais de quinze anos ininterruptos. 
COMENTÁRIO: 
O CPC não exige que o estrangeiro esteja residindo a mais de quinze anos 
ininterruptos no país para que a competência brasileira incida sobre ele. A banca 
misturou as normas de Competência com um dos requisitos de aquisição de 
nacionalidade brasileira (Pegadinha...) 
Vejamos o art. 88, CPC: é competente a autoridade judiciária brasileira 
quando: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único: Para o fim do disposto no inciso I, reputa-se domiciliada no 
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. 
Gabarito: Errado 
 
09. (STJ Analista Judiciário – Cespe 2008) No que concerne às regras de 
fixação da competência, julgue os itens subsequentes. 
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A competência é fixada no instante em que a ação é proposta, não importando 
as alterações de fato ou de direito supervenientes, salvo supressão do órgão 
judiciário ou alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
COMENTÁRIO: 
Mais uma vez a banca copiou a letra da Lei. Observem que a assertiva é 
idêntica ao texto do art. 87 do CPC. 
Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a 
competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
Gabarito: Certo 
 
10. (TRT 8ª Região – FCC 2010) A respeito das modificações de competência, 
considere: 
I. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto 
ou a causa de pedir. 
II. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade 
entre as partes e a causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das outras. 
III. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi 
julgado. 
IV. A competência em razão da matéria poderá modificar-se pela conexão ou 
continência. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I, III e IV. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) I e II. 
COMENTÁRIO: 
O item IV está incorreto, pois de acordo com o art. 102 do CPC são as 
competências, em razão do valor e do território, que podem modificar-se pela 
conexão ou continência. 
Gabarito: A 
 
11. (TCE RO – FCC 2010) Em matéria de competência, considere: 
I. A ação fundada em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, 
na situação da coisa. 
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II. Se autor e réu residirem fora do Brasil, a ação fundada em direito pessoal 
deverá ser proposta necessariamente no foro do Distrito Federal. 
III. Ação fundada em direito pessoal será proposta, em regra, no foro do 
domicílio do réu. 
IV. Ação fundada em direito real sobre bens imóveis será, em regra, de 
competência absoluta. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
COMENTÁRIO: 
O item III está correto: Regra geral a ação fundada em direito pessoal e a 
ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas no foro do 
domicílio do réu. 
O item IV também está correto. Nas ações fundadas em direito real sobre 
imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar 
pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de 
propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e 
nunciação de obra nova. 
Gabarito: E 
 
12. (BACEN – FCC 2006) Por exceção devem-se arguir a 
a) incompetência absoluta, a suspeição e o impedimento do Juiz. 
b) incompetência absoluta e a incompetência relativa. 
c) conexão, a continência e a incompetência relativa. 
d) coisa julgada e a litispendência. 
e) incompetência relativa, a suspeição e o impedimento do Juiz. 
COMENTÁRIO:De acordo com o art. 304 do CPC: é lícito a qualquer das partes arguir, por 
meio de exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento (art. 134) ou a 
suspeição (art. 135). É importante fazer uma leitura dos arts. 112, 134 e 135 do 
CPC. 
Gabarito: E 
 
13. (BACEN – FCC 2006) Ocorrendo conflito negativo de competência, para as 
medidas urgentes 
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a) será competente o Juiz que houver primeiramente despachado no processo. 
b) será competente apenas o relator, que as decidirá monocraticamente. 
c) será competente o Juiz suscitante. 
d) poderá o relator designar um dos Juízes para decidi-las. 
e) será competente, alternadamente, o Juiz suscitante e o suscitado. 
COMENTÁRIO: 
O relator, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, poderá 
determinar, quando o conflito for positivo, seja sobrestado o processo, mas, neste 
caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em 
caráter provisório, as medidas urgentes. 
Gabarito: D 
 
14. (PGE SE – FCC 2005) A competência determinada pela localização do 
imóvel, nas ações fundadas em direito real, será 
a) absoluta, se o litígio recair sobre direito de propriedade, vizinhança, 
servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. 
 b) relativa, sempre concorrente entre o foro do local do imóvel e o do 
domicílio do réu. 
 c) absoluta, porém sempre poderão ser ajuizadas no foro de eleição 
contratado. 
 d) sempre relativa, mas não admite eleição de foro no contrato. 
 e) concorrente entre o foro do local do imóvel e o do domicílio do autor. 
COMENTÁRIO: 
Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da 
situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de 
eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 
posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova (a competência 
determinada pela localização do imóvel é absoluta). 
Gabarito: A 
 
15. (TRE SP – FCC 2006) Com relação à modificação da competência, é certo 
que 
a) dá-se a continência entre duas ou mais ações quando lhes for comum o 
objeto ou a causa de pedir. 
b) a competência, em razão do valor e do território, não poderá modificar-se 
pela conexão ou continência. 
c) a competência em razão da matéria e da hierarquia é derrogável por 
convenção das partes. 
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d) a competência em razão do valor e do território é sempre inderrogável por 
convenção das partes. 
e) o juiz da causa principal é também competente para a ação declaratória 
incidente e as ações de garantia. 
COMENTÁRIO: 
O item “e” está correto. Literalidade do art. 109, CPC: O juiz da causa 
principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, 
as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente. 
Gabarito: E 
 
16. (Metrô SP – FCC 2008) De acordo com o Código de Processo Civil 
brasileiro, é competente o foro do lugar do ato ou fato para ação em que for 
a) réu o ausente. 
b) ré a pessoa jurídica. 
c) ré a sociedade, que carece de personalidade jurídica. 
d) réu o devedor no caso de anulação de títulos extraviados ou destruídos. 
e) réu o administrador ou gestor de negócios alheios. 
COMENTÁRIO: 
Vamos aproveitar essa questão e fazer uma leitura completa do art. 100 do 
CPC. 
É competente o foro: 
I - da residência da mulher, para a ação de separação dos cônjuges e a 
conversão desta em divórcio, e para a anulação de casamento; II - do domicílio ou 
da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
III - do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados 
ou destruídos; 
IV - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica; 
b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela 
contraiu; 
c) onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a 
sociedade, que carece de personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se Ihe exigir o 
cumprimento; 
V - do lugar do ato ou fato: 
a) para a ação de reparação do dano; 
b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios. 
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Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito 
ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do 
fato. 
Gabarito: E 
 
17. (TRE AM – FCC 2010) Considere as seguintes assertivas a respeito das 
modificações da competência: 
I. A competência em razão da matéria poderá modificar-se pela conexão. 
II. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade 
quanto as partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das outras. 
III. A competência em razão da hierarquia é inderrogável por convenção das 
partes. 
De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que se afirma 
APENAS em 
a) II. 
b) I e II. 
c) I e III. 
d) II e III. 
e) I. 
COMENTÁRIO: 
O item I é o único incorreto. A competência, em razão do valor e do território, 
poderá modificar-se pela conexão ou continência, e não a competência em razão a 
matéria como diz o item. 
Gabarito: D 
 
18. (TRT 3ª Região – FCC 2009) A respeito das modificações da competência, 
considere: 
I. As partes podem modificar a competência em razão da matéria, elegendo o 
foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações 
contratuais 
II. O foro contratual não obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
III. Havendo conexão ou continência, o juiz pode, de ofício, ordenar a reunião 
de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas 
simultaneamente. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
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c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
COMENTÁRIO: 
Os itens I e II estão incorretos.Primeiro, a competência em razão da 
matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem 
modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão 
propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. Segundo, o foro contratual 
obriga, sim, os herdeiros e sucessores das partes, isso é o que diz o §2° do art. 111 
do CPC. 
Gabarito: E 
 
19. (TRT 3ª Região – FCC 2009) A respeito das modificações da competência, é 
correto afirmar: 
a) O juiz da ação principal não é competente para a ação declaratória incidente. 
b) Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma 
competência territorial, será competente para ambas o juízo em que tramitar a 
ação de maior valor. 
c) A competência em razão do valor poderá modificar-se pela conexão ou 
continência. 
d) A competência em razão da matéria pode ser modificada por convenção das 
partes, devendo constar de contrato escrito. 
e) O foro contratual tem validade exclusivamente entre as partes, não 
obrigando seus herdeiros ou sucessores. 
COMENTÁRIO: 
A alternativa “c” está em concordância com o art. 102, CPC: A competência, 
em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência. 
Gabarito: C 
 
20. (TRE BA – Cespe 2010) Acerca da competência jurisdicional, julgue os 
próximos itens. 
O Supremo Tribunal Federal como representante máximo do Poder Judiciário 
nacional é o tribunal competente para a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias oriundas de países com os quais o Brasil possua relações 
diplomáticas. 
COMENTÁRIO: 
Atualmente a competência para conceder o exaquatur é do STJ e não mais 
da Corte Suprema. 
Art. 105 da CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
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I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às 
cartas rogatórias; (Incluída pela EC/45, de 2004) 
Gabarito: Errado 
 
21. (TJ MS – FCC 2009) Em relação à competência, é correto afirmar: 
a) achando-se o imóvel situado em mais de um Estado ou Comarca, o foro será 
determinado pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade 
do imóvel. 
 b) em regra, argúi-se a incompetência relativa como preliminar em 
contestação. 
 c) o juiz da causa principal é o competente para a reconvenção e para a ação 
declaratória incidente, mas não o é para a ação de garantia e outras que digam 
respeito ao terceiro interveniente. 
 d) as partes podem alterar a competência em razão do valor e do território, por 
acordo verbal ou escrito, genérico ou determinado a negócio jurídico 
específico. 
 e) a nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, não pode 
ser declarada de ofício pelo juiz, necessitando da oposição de exceção para 
tanto. 
COMENTÁRIO: 
 
Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, 
determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a 
totalidade do imóvel. 
Gabarito: A 
 
22. (TRT PR – FCC 2010) A respeito da competência, é INCORRETO afirmar: 
a) Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, pode o autor optar pelo 
foro de eleição quando o litígio versar sobre posse. 
 b) Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação fundada 
em direito pessoal será proposta no domicílio do autor. 
 c) Para a ação em que se pedem alimentos, é competente o foro do domicílio 
ou residência do alimentando. 
 d) Para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos, é competente 
o foro do domicílio do devedor. 
 e) Para a ação em que for ré a sociedade que carece de personalidade jurídica, 
é competente o foro do lugar onde exerce a sua atividade principal. 
COMENTÁRIO: 
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O art. 95 do CPC determina que nas ações fundadas em direito real sobre 
imóveis é competente o foro da situação da coisa. No entanto, pode o autor optar 
pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de 
propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e 
nunciação de obra nova. 
Gabarito: A 
 
23. (TRE PB – FCC 2007) Sobre competência, considere: 
I. Dá-se continência quando o objeto ou a causa de pedir de duas ou mais 
ações lhes for comum. 
II. Em regra, o foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente 
para as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro. 
 
III. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma 
competência territorial, considera-se prevento aquele onde houve a primeira 
citação válida. 
IV. A competência em razão da matéria é inderrogável por convenção das 
partes. 
 
De acordo com o Código de Processo Civil é correto o que consta APENAS 
em: 
a) II e III. 
b) II e IV. 
c) I, II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
COMENTÁRIO: 
Observem que o examinador misturou os arts. 103 e 104 do CPC no item 
número I, deixando-o incorreto: 
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum 
o objeto ou a causa de pedir. 
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há 
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais 
amplo, abrange o das outras. 
Assim, na continência o objeto não é comum. 
O item III também está incorreto, pois o art. 106, CPC deixa claro que 
correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma 
competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro 
lugar e não aquele onde houve a citação válida. 
Gabarito: B 
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24. (TRT 3ª Região – FCC 2007) A respeito das modificações da competência, é 
correto afirmar: 
a) Reputam-se conexas duas ou mais ações sempre que há identidade quanto 
às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das outras. 
 b) Dar-se-á a continência entre duas ou mais ações quando lhes for comum o 
objeto ou a causa de pedir. 
 c) O foro contratual ou de eleição é restrito às partes contratantes, não 
obrigando os herdeiros ou sucessores destas. 
 d) A competência em razão do valor e do território pode ser modificada pelas 
partes, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e 
obrigações. 
 e) A competência em razão da matéria e da hierarquia poderá modificar-se 
pela conexão e pela continência. 
COMENTÁRIO:

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