Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO DO PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR; HIPETROFIA; GENÉTICA E EXERCÍCIO Profa. Edilamar Menezes de Oliveira Lab de Bioquímica e Biologia Molecular do Exercício edilamar@usp.br Estrutura e função das fibras musculares; Metodologias utilizadas para determinação do tipo fibra; Efeito do treinamento físico; Efeitos da Genética do indivíduo. Fibras Musculares Esqueléticas • 1873, anatomista francês Louis Antoine Ranvier Classificações das Fibras Musculares (Needham 1926) A mioglobina (Mb) contendo ferro é uma das proteínas que transporta oxigênio molecular (O2), sendo o principal transportador intracelular de oxigênio nos tecidos musculares, além de estocar oxigênio nos músculos. Coloração Branca VS. Coloração Vermelha Bergström e Hultman (1966)- Biópsia do ME análises estruturais, bioquímicas e moleculares foram identificadas. Biópsia Muscular Anestesia Sucção da Amostra Coleta da amostra Sóleo de rato Diferentes métodos histoquímicos têm sido proposto para diferenciar os subtipos de fibras musculares, mas o método mais usado para todos os propósitos é a histoquímica para miosina ATPase. Velocidade de contração Características Contráteis das Fibras Musculares Engle, 1962. Miosina ATPase Muscular Enzima miosina ATPase Substrato ATP Produto ADP + Pi pH 10.3 pH 4.6 Brook e Kaiser, 1974. Características Contráteis das Fibras Musculares Fibra Tipo I lenta Fibra Tipo IIA (intermediária) rápida Fibra Tipo IIB rápida pH 10.3 pH 4.3 IIB IIA I II I Velocidade de Hidrólise do ATP Bottinelli RM et al. 1994 Características Contráteis das Fibras Musculares 36 humanos Variação na proporção dos tipos de fibras em diferentes músculos. Perfil das Fibras Musculares Esqueléticas pH 10.3 IIB IIA I Estrutura MOSAICO Johnson, 1973 Proporção de Tipos de Fibras em Músculos Johnson, 1973 Fibra Tipo I lenta vermelha oxidativa SO Fibra Tipo IIA (intermediária) rápida branca oxida/glico FOG Fibra Tipo IIB rápida branca glicolítica FG Atividade Oxidativa SDH (succinato dehidrogenase) Características Bioquímicas das Fibras Musculares Atividade Glicolítica α-GPDH (Alfa glicerol fosfato dehidrogenase) Características Moleculares das Fibras Musculares 1990, Staron & Pette MHCIβ MHCIIa MHCIIb MHCIId/x Miosina ATPase MHCIIx MHCIIa MHCIIb MHCIβ MHCIβ Fibra Tipo I MHCIIa Fibra Tipo IIA MHCIId/x Fibra Tipo IID/X MHCIIb Fibra Tipo IIB Classificação das MHC Fibra Branca Fibra vermelha Características Estruturais das Fibras Musculares Mitocôndrias cardíacas: após 60 min de natação em ratos Wistar 1. Mitocôndrias irregulares e com invaginações. 2. Invaginação. 3. Duas invaginações e presença de ribossomos 1 2 3 Características Estruturais das Fibras Musculares Controle 60 min exercício 90 min exercício 120 min exercício Mitocôndrias cardíacas: após TF de natação em ratos Wistar Fibra Branca Fibra vermelha Características Estruturais das Fibras Musculares Capilarização Capilarização: efeito do TF aeróbio Controle Aeróbio Características Estruturais das Fibras Musculares Características Estruturais das Fibras Musculares O que confere as fibras musculares diferentes características? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? Características Funcionais das Unidades Motoras Unidades motoras Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Fibras por neurônio 300-800 200-400 10-180 Diam. nervo motor Pequena Grande Grande Veloc. cond. nerv. Lenta Rápida Rápida Tempo contração 110 50 50 Características Funcionais das Unidades Motoras Fibras musculares apresentam características bioquímicas, estruturais, moleculares e neurais diferenciadas. Como acontece o recrutamento destas fibras durante o exercício físico ? Fibras I Fibras IIa Fibras IIb Intensidade do Exercício Nº de fibras Recrutamento de unidades motoras durante o EF Recrutamento ordenado das UM Exercício Intensidade crescente 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Tipo I Tipo II a Tipo II b Tempo (min) % fibras Recrutamento ordenado das UM Exercício Intensidade decrescente -20 0 20 40 60 80 100 120 1 2 3 4 5 6 7 8 Tipo I Tipo II a Tipo II b Tempo (min) % fibras Resumindo... Características Lentas Rápidas Rápidas Tipo I Tipo IIA Tipo IIB SO FOG FG Diâmetro Menor Maior Maior Diâm. nervo motor Menor Maior Maior Capilarização Maior Menor Muito menor Força contração Menor Maior Muito maior Veloc. contração Menor Maior Maior Resistência fadiga Maior Menor Muito menor Características Lentas Rápidas Rápidas Tipo I Tipo IIA Tipo IIB SO FOG FG Metab. oxidativo Maior Menor Muito menor Metab. glicolítico Menor Maior Muito maior Glicogênio Menor Maior Maior Triglicerídeos Maior Menor Menor ATPase miosínica Menor Maior Muito maior Limiar de excitab. Menor Maior Maior I IIa IIb Cor vermelha branca branca Dens. mitocôndrias Capilarização Bioquímicas oxidativa glicolítica/ oxid. glicolítica Funcionais Tempo de contração/relaxam. lenta rápida rápida Força de contração Rendimento não fatigável fatigável fatigável Limiar de excitabilidade Características das fibras musculares 1. Histoquímica 2. Eletroforese 3. Imunohistoquímica Metodologias utilizadas para a determinação do Tipo de Fibra: • Histoquímica - Diferentes pigmentações - Área da fibra Miosina ATPase, SDH, α-GPDH, PAS MHCIIx MHCIIa MHCIIb MHCIβ - Composição molecular das MHC • Eletroforese MHC1β - Anticorpos - Área da fibra - Alto custo • Imunohistoquímica 1. Histoquímica 2. Eletroforese 3. Imunohistoquímica Metodologias utilizadas para a determinação do Tipo de Fibra: I - Biópsia ou Extração do tecido Humanos I - Biópsia ou Extração do tecido Animais de experimentação II - Montagem do tecido: III - Congelamento do tecido: III - Congelamento do tecido: Tecido congelado em -20oC Nitrogênio líquido -196o C IV - Cortes: Criostato -25º C Cortes seriados 10 m V - Histoquímica ATPase: Enzima miosina ATPase Substrato ATP Produto ADP + Pi pH 10.3 pH 4.3 pH 4.3 pH 4.6 pH 10.3 Tipo I Tipo IIA Tipo IIBColoração da Miosina ATPase com pré-incubação a pH=10.3 (A) e 4.3 (B) B I I II B II B A II A II A 1. Histoquímica 2. Eletroforese 3. Imunohistoquímica Metodologias utilizadas para a determinação do Tipo de Fibra: Determinação do Tipo de Fibra • Gel de eletroforese: Isoformas de miosinas – Proteinas com diferentes pesos deslocam-se diferente. + _ Tipo I Tipo IIA Tipo IIx 1 1 – Marker 2 2 – Soleus 3 3 – Gastroc 4 4 – Quads 5 5 - Biceps Staron, 1992 10,4 4,3 4,6 Staron, 1992 10,4 4,3 4,6 Staron, 1992 10,4 4,6 Staron, 1992 10,4 4,3 4,6 10,4 4,3 4,6 Identifique uma fibra intermediária: tipo 2A 1. Histoquímica 2. Eletroforese 3. Imunohistoquímica Metodologias utilizadas para a determinação do Tipo de Fibra: Imunohistoquímica O método imuhistoquímico reconhece o antígeno por um anticorpo específico (Junqueira e Carneiro, 2000). MHC IIa É possível alterar o tipo de fibra? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? > % Fibras rápidas > % Fibras lentas o Tipo de Fibra é um dos fatores que afetam a performance • Fig. 3. SDS-PAGE gels ilustrando as alterações nas isoformas de MHC Iβ I & IIa* IIa IIa & IIx* IIx IIx & IIb* IIb Soleus Plantaris Extensor digitorum longus Ratos treinados 75% VO2 max. em sessões com 30, 60 ou 90 min de duração, por 10 semanas. Mudança de Tipos de Fibra com TF aeróbio: Princípio da Proximidade Como dissociar o componente genético do ambiental no efeito do treinamento físico? Estudos Transversais Estudos com gêmeos pH 4,3 Estudos escandinavos Década de 70 Hipertrofia muscular Treino da força - 6 meses 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 Tipo I Tipo II a Tipo II b Antes Depois m2 Áreas dos diferentes tipos de fibras de acordo com a modalidade praticada -20 -10 0 10 20 30 40 % d e v a ri a çã o (r el a ti v a a o s se d en tá ri o s) Velocistas Fundistas Fibras I Fibras II Brooks e Fahey, 1985 Variações na % de distribuição de fibras de acordo com o tipo de modalidade praticada (Vastus lateralis) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 (%) Sedentários Sprinters 100m Sprinters 800m Corredores 5000m Maratonistas Fibras I Fibras II Taylor et al., 1985 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 (%) Sedentários Halterofilistas Hóquistas Fundistas Remadores Fibras I Fibras II Variações na % de distribuição de fibras de acordo com o tipo de modalidade praticada Como dissociar o componente genético do ambiental no efeito do treinamento físico? Estudos Transversais Pré disposição genética GENÉTICA PERFORMANCE ESPORTIVA MEIO AMBIENTE TREINAMENTO Embora o potencial genético não possa ser modificado, é possível maximizar a performance através de um treinamento adequado Gêmeos monozigóticos Gêmeos dizigóticos % F ib ra s le n ta s (g êm eo B ) 20 40 60 80 20 40 60 80 % Fibras lentas (gêmeo A) Predisposição genética Genética X Performance The human gene map for performance and health-related fitness phenotypes 2001 2002 2003 2004 2005 29 genes 71 genes 90 genes 109 genes ? We conclude from this first installment that exercise scientists need to prioritize high- quality research designs and that replication studies with large sample sizes are urgently needed GENES CANDIDATOS • ECA • Angiotensinogênio • Enzima AMP desaminase • Creatina quinase • SERCA Polimorfismo Mutação Expressão gênica • ECA • Angiotensinogênio • Enzima AMP desaminase • Creatina quinase • SERCA Genes que parecem influenciar fenótipos relacionados a PA e exercício Gene da ECA 287pb Sistema Renina Angiotensina - Regula volume plasmático - PA - Hipertrofia músculo cardíaco e esque Polimorfismo da enzima conversora de angiotensina - ECA Montgomery et al. Nature 393: 221, 1998 ACE gene and muscle performance Association of ACE alleles with performance Williams et al. Nature 403: 614, 2000 Montgomery et al. Nature 393: 221, 1998 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 C h a n g e s i n d e lt a e ff ic ie n c y d u ri n g tr a in in g ( % ) 490 pb: II 190 pb: DD ambos: ID Nakai et al. Circulation 90: 2199-2202, 1994. Nakai et al. Circulation 90: 2199-2202, 1994. Mean Serum ACE Levels Among the Three Groups Defining the ACE Gene Polymorphism ACE Genotype Number 26 44 41 Serum ACE conc 11.4 ± 2.7 14.5 ± 3.4 16.6 ± 4.6 IU/ml P<0.01 P<0.01 NS ACE indicates angiotensin I-converting enzyme. II ID DD Polimorfismo da ECA Capacidade Aeróbia x Capacidade Anaeróbia (força) Polimorfismo da ECA Capacidade Aeróbia x Capacidade Anaeróbia (força) POLIMORFISMO ECA E CAPACIDADE AERÓBIA • remadores olímpicos da seleção australiana apresentaram predomínio do alelo I. (Gayagay et al., 1998) • corredores de elite apresentaram uma relação direta entre o aumento da presença do alelo I e o aumento das distâncias corridas em suas respectivas provas. (Myerson et al., 1999) • atletas de provas de média duração (nadadores) tinham predisposição para o alelo I, considerando provas de média duração aquelas que variam entre 12 e 15 minutos. (Nazarov et al., 2001) • indivíduos sedentários que realizavam treinamento físico aeróbio não apresentaram uma relação direta entre o polimorfismo da ECA e o rendimento físico. (Rankinen et al., 2000) - Débito cardíaco - Densidade capilar - Oferta de substrato - Oferta de oxigênio - Capilarização - Estoque de ácido graxo intramuscular - Eficiência da utilização dos substratos pela fibra muscular - Número, volume e densidade mitocôndrial Montgomery et al. (1998) Melhora do VO2 pico Relação direta Polimorfismo II POLIMORFISMO ECA E CAPACIDADE AERÓBIA Mudança do tipo de fibra muscular Zhang et al., 2003 ? Hipertrofia cardíaca II x DD POLIMORFISMO ECA CAPACIDADE AERÓBIA Zhang et al., 2003 Polimorfismo da ECA Capacidade Aeróbia x Capacidade Anaeróbia (força) 9% 15% 0% 5% 10% 15% 20% II DD genótipo ECA au m en to n a fo rç a is om ét ric a (% ) Folland et al., 2000 POLIMORFISMO ECA E FORÇA MUSCULAR Adaptações neurais Adaptações musculares Pesquisas com exercício X Genes : Hoje - Investigações de genes que podem ser influenciados diretamente pelo exercício Ex.: massa muscular; densidade óssea, etc - Investigações sobre doenças que são influenciadas por efeitos genéticos ou exercício Ex.: hipertensão (indivíduos sedentários e exercício) Outros Genes Estudados Genes que codificam: Intermediários na sinalização da Insulina Intermediários do metabolismo energético Enzimas envolvidas no metabolismo da glicose e lipídios Enzimas que processam colágeno e pró-colágeno USO DE ANIMAIS MODIFICADOS GENETICAMENTE PARA ESTUDOS FISIOLÓGICOS OU DE FUNÇÃO Animais transgênicos Knockout Knockin Animais Congênicos Microarrays Miostatina Miostatina Miostatina Compreendermos as bases Celulares Bioquímicas Moleculares Interação gene-exercício Essencial para melhorar a saúde humana e a performance através do exercício Obrigada pela atenção
Compartilhar