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PARTE 3: NECROSES ANA PAULA MONTEIRO DE ARAÚJO A Necrose em geral Quando a capacidade homeostática da célula é superada pela intensidade ou duração da agressão, ocorre uma lesão irreversível. O limite entre a reversibilidade e a irreversibilidade de uma lesão é o chamado “ponto de não-retorno”. Ultrapassado esse ponto segue-se um período de desorganização estrutural progressiva, que culmina com a morte celular. Pode ser causada por: Anóxia (Hipóxia seria degeneração, na necrose é total), Alteração física, química, biológica (agressores virais, bacterianos...) e imunitária (doenças autoimunes, colagenosas, artrite reumatoide...). Pode ser classificada em: necrose anóxica, coagulativa, liquefativa, do tecido gorduroso e caseosa. O núcleo necrosado Na Degeneração os núcleos estão aparentemente íntegros, na necrose o núcleo passa por três processos: a Picnose, a Cariorexe e a Cariólise. Estão presentes em todos os tipos de necrose e sua última etapa é o surgimento da massa de necrose, que consiste em células sem núcleo, sem contorno e sem função. Picnose: Núcleo menor e mais corado (basófilo = roxo/azul). DNA condensado. Cariorexe: Núcleo fragmentado. DNA fragmentado. Cariólise: Núcleo desaparecendo. DNA em dispersão, menos corado. 3 1 2 Necrose Anóxica e seu mecanismo ANÓXIA BRUSCA (ISQUEMIA) ATIV MITOCONDRIAL ATIV FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA ATP GLICÓLISE MANTÉM ATP BOMBA DE NA/K = ALTO CONSUMO DE ATP ATP LESÃO IRREVERSÍVEL NA MEMBRANA TUMEFAÇÃO DESTRUIÇÃO DAS CRISTAS MITOCONDRIAIS ATP CONSEQUÊNCIAS FINAIS *Em negrito está o “ponto de não retorno” e sua classificação consiste em uma Tumefação de Alta amplitude Necrose caseosa Na Necrose caseosa não se observa células, apenas uma massa eosinófila, com infiltrado linfocitário, presença de tubérculo ou granuloma. E a principal característica: as Células Gigantes multinucleadas, que podem ser do tipo Langhans (núcleos na periferia, “C”) ou do tipo Corpo estranho (núcleos no centro). Este tipo de necrose possui uma organização específica, que consiste em: A célula gigante no centro, com células epiteliais á sua volta e linfócitos mais distantes. Mais comumente causada pelo bacilo de Koch, mesmo bacilo da Tuberculose. Sobre as Células Gigantes Linfócitos Células epiteliais Célula Gigante: Langhan Necrose Coagulativa Comum atacar tecidos ricos em proteínas, por isso é mais vista no músculo cardíaco, causando Infarto. Característica importante é o desaparecimento do núcleo, mas a permanência do seu arcabouço celular, ou seja, desaparece o núcleo, mas a célula permanece com seu contorno. É comum em lâminas a presença de Infiltrado neutrofílico, eosinófilo. Para reconhecer neutrófilos procura-se células com aparentemente três núcleos. Com a evolução forma uma fibrose e apenas o que se vê é uma massa colagenosa. Ainda sobre Necrose coagulativa Necrose Liquefativa Ataca tecidos ricos em lipídios, mais comum acontecer no Sistema nervoso central. O tecido se torna líquido devido as enzimas liberadas pelo tecido morto, o citoplasma do corpo celular do neurônio passa a ser eosinófilo (rosa mais claro), seu núcleo sofre cariólise e apresenta Célula-granulo-adiposa (sinônimo para células fagocitárias, por ex.: macrófagos). Pode ocorrer proliferação e tumefação das células epiteliais dos capilares cerebrais. Isto ocorre como resposta a anóxia. Ainda sobre a necrose liquefativa Coloração Basofílica Coloração eosinofílica e com núcleo em cariólise Ainda sobre a necrose liquefativa Células granulo-adiposas: tem citoplasma com aspecto espumoso, devido a fagocitose dos lipídios. Ainda sobre a necrose liquefativa Capilar com células proliferadas e tumefeitas Capilar cerebral normal Necrose do tecido gorduroso Diferente da necrose liquefativa que tem preferência por tecidos ricos em lipídios, esta ataca diretamente células adiposas. Fazendo lesões focais neste tecido. As áreas mais afetadas são: as mamas e o pâncreas. Os adipócitos perdem seu contorno. Os ácidos graxos saem das células e se saponificam com sais alcalinos (cálcio), passando a se apresentar como manchas (pingo de vela). Este mecanismo desencadeiam focos de intensa reação inflamatória, que podem vir a resultar em massas fibrosas Ainda sobre necrose do tecido gorduroso A evolução da Necrose O modo de eliminação depende da extensão da massa necrosada, do local onde se localiza e da causa da necrose. Assim pode ocorrer absorção, drenagem, cicatrização e calcificação, encistamento e a gangrena Absorção: Nada mais é que a fagocitose de uma necrose pequena, desde que o tecido vizinho tenha esta capacidade. Drenagem: Utilização de vias excretoras normais, como por exemplo a tosse na tuberculose, esta utiliza a árvore brônquica para expulsão. Cicatrização/ Calcificação: Substituição do tecido morto por tecido fibroso, podendo ainda depositar-se cálcio. Ainda sobre evolução da necrose Encistamento: Formação de pseudocistos. Comum no tecido nervoso, pois este não tem capacidade de absorção e drenagem. Gangrena seca: Ocorre por meio da desidratação do tecido necrosado e resulta da ação de agentes externos. Sua causa mais frequente é a isquemia. Gangrena úmida: Bactérias anaeróbicas provocam liquefação e putefração, como resultado liberam-se toxinas perigosas. Ocorre em tecidos úmidos, que facilitem o processo. Gangrena gasosa: Bactérias anaeróbicas gasógenas produzem bolhas, que liberam produtos tóxicos e gases. Morte celular Apoptose Células deixam de gastar energia Parada de síntese proteica e mecanismos da membrana Edema celular Núcleo e o processo de necrose: picnose, cariorexe e cariólise Reação inflamatória aguda Tecido necrosado > cicatriz fibrosa Células gastam energia Permanece síntese de proteína e funcionamento normal das organelas Ocorre retração celular e emissão de corpos apoptóticos Não provocam reação inflamatória Células em apoptose são digeridas por células vizinhas FIM
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