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DOENÇAS DE BOVINOS LEITEIROS INSTITUTO FEDERAL MINAS GERAIS – CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA BACHARELADO EM AGRONOMIA – BOVINOCULTURA DE LEITE- PROF.: CHARLES BISPO Claudio Batista e Hévelyn Gonçalves INTRODUÇÃO QUANDO INADEQUADAS Transmissão de doenças pode ocorrer com mais facilidade Mudança de foco : tratamento clínico prevenção de doenças INTRODUÇÃO Tabela 1 – Identificação de doenças consideradas como as mais importantes na avaliação dos agentes de campo para os rebanhos cadastrados na Associação dos Criadores de Gado Holandês do Estado de Minas Gerais no período de novembro de 2010 a abril de 2011. Número de rebanhos -> em 35 INTRODUÇÃO DOENÇAS Brucelose Febre aftosa Mastite Tuberculose Clostridioses Leptospirose Rinotraqueíte infecciosa Diarréia viral Raiva dos herbívoros Leucose enzoótica Doenças específicas de bezerros 1. BRUCELOSE AGENTE ETIOLÓGICO: Brucella abortus bactéria intracelular facultativa; imóvel alta predileção ao epitélio da placenta Tipos de Substrato Tempo de sobrevivência Instalações 4 meses Pasto 1-6 dias Solo úmido 100 dias Seco 1 a 2 meses Água fria 151-185 dias Potável 5 – 114 dias Poluída 1-5 meses Leite 15ºC 38 dias 62,8-65,6ºC 30 minutos 71,7ºC 15 segundos Fezes esterco 5 dias Úmidas 4meses Feto abortado 75 dias Adaptado de Grasso (2000). 1. BRUCELOSE Introdução da doença no rebanho -> compra de animais positivos. FAGOCITAÇÃO MULTIPLICAÇÃO CORRENTE SANGUÍNEA MUCOSAS Bactérias RETENÇÃO DE BACTÉRIAS 1. BRUCELOSE RETENÇÃO DE BACTÉRIAS: predileção pelo eritritol, localizado no útero gravídico 1. BRUCELOSE Gestação da vaca 3 meses 3 meses 3 meses Fetos -> decomposição -> expulsão produção de eritritol multiplicação da Brucella necrose e/ou deposição de fibrina na região dos cotilédones placentários infecção -> morte celular, infecção dos tecidos adjacentes; placentite e abortos. 1. BRUCELOSE TOURO INFECTADO SÊMEN VACA INFECTADA FETOS, ANEXOS FETAIS, SECREÇÕES VAGINAIS LEITE, DERIVADOS CRUS E CARNE CRUA HOMEM VACA OU TOURO AMBIENTES CONTAMINADOS 1. BRUCELOSE SINTOMAS Fêmeas: Aborto aumento do intervalo de partos retenção de placenta endometrites secreção vaginal purulenta e fétida infecção da glândula mamária queda na produção de leite Depois para de abortar e vira portadora sã espalhando a doença. GESTAÇÃO MÊS Primeira 5º ou 6º Segunda Próximodo7º Terceira Próximo do 8º 1. BRUCELOSE SINTOMAS Machos orquites epididimite perda da libido Humanos lesões articulares febre Orquite em bovino 1. BRUCELOSE TRATAMENTO Não se trata caríssimo com muitas chances de não dar certo. CONTROLE E PREVENÇÃO vacinação das fêmeas do rebanho 3-8 meses de idade vacina B-19, em dose única testes diagnósticos ≥24 meses; de 6 em 6 meses Fêmeas :15 dias antes ou depois do parto 30 -60 dias após o parto 1. BRUCELOSE CONTROLE E PREVENÇÃO sacrifício dos animais contaminados desinfecção uso de piquetes maternidade desinfetantes clorados (2,5% de cloro ativo) soluções de formaldeído (2%) compostos fenólicos (2,5%) álcool(70%) carbonato de cálcio (1:10) ... 2. FEBRE AFTOSA Uma das enfermidades virais que mais prejuízos causa à pecuária brasileira. De notificação compulsória. AGENTE ETIOLÓGICO: Gênero Aphtovirus Existem 7 tipos descritos Brasil: O, A e C. 2. FEBRE AFTOSA 2. FEBRE AFTOSA SINTOMAS: transformam em pústulas AFTAS Língua Lábios Gengivas Cascos -baba muito -tem dificuldade de se alimentar -tem dificuldade de se locomover -diminui produção de leite -expõe o animal a outras doenças 2. FEBRE AFTOSA TRANSMISSÃO: [ vírus ] mucosa da língua tecidos moles em torno das unhas No líquido das vesículas SANGUE fases iniciais da enfermidade arrebentam SALIVA ALOJAMENTOS PASTOS ESTRADAS 2. FEBRE AFTOSA TRANSMISSÃO: 2. FEBRE AFTOSA Os animais que não morrem podem ser PORTADORES SÃOS TRATAMENTO: Não há Animais com sinais suspeitos: comunicar às autoridades sanitárias que se responsabilizarão pelas providências. Instalações devem ser desinfetadas e a propriedade isolada. 2. FEBRE AFTOSA PREVENÇÃO: Vacinação obrigatória vacina oleosa de ação prolongada calendário oficial Semestral: animais com até 24 meses de idade Anual: animais com mais de 24 meses de idade 2. FEBRE AFTOSA 3. MASTITE Inflamação da glândula mamária Altera a qualidade do leite: < rendimento industrial < validade dos produtos lácteos 50% dos quartos mamários de 50% das vacas em lactação podem estar infectados (OLIVEIRA, 2006). 3. MASTITE Pode ser de natureza: Mastite contagiosa: Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Corynebacterium spp. e Mycoplasma spp. Mastite ambiental: bactérias coliformes, Streptococcus uberis, Actinomyces pyogenes, Pseudomonas spp., fungos e algas. 3. MASTITE Influenciada por: estado imunitário dos animais; condições gerais de higiene; procedimentos de ordenha; condições da ordenhadeira; condições do ordenhador; conformação do úbere, tetos; condição dos esfíncteres. Relação entre produção de leite, mastite e anatomia de tetos PARÂMETROS AVALIADOS EFEITO SOBRE A CCS Maiorcomprimento de teto Aumentou Maior diâmetro de teto Aumentou Menor distânciado teto ao solo Aumentou Fonte: PORCIONATO E SANTOS, 2009 Teto com extremidade invertida 3. MASTITE Clínica: confirmada por observação direta Sintomas: Para de comer, tem febre e reduz muito a produção de leite; Úbere fica inchado e avermelhado, em alguns casos dolorido ao toque; Leite apresenta grumos, sangue, pus e outras alterações. Subclínica: não há efeitos facilmente detectáveis Sintomas: Redução da produção de leite. 3. MASTITE Diagnóstico das mastites clínicas Exame diário: teste da caneca Diagnóstico das mastites subclínicas Mensalmente California mastitis test (CMT) 3. MASTITE CONTROLE: Limpeza com água; desinfetar as tetas do animal: Pré-dipping - iodo (2%); cloro (0, 2%). Pós-dipping - iodo (10%); cloro (de 0,3 a 0,5%). Influência do manejo pré-ordenha sobre a CBT do leite Lavagem com água Pré-dipping Secagem manual % de redução bacteriana X 4 X X 10 X X 54 X 34 Fonte: Galton et al., 1986 3. MASTITE CONTROLE: Ordem de ordenha: controle higiênico do ambiente; descarte de vacas com mastite crônica; assegurar-se que animais comprados não estejam com mastite; tratamento em todas as tetas nas vacas secas; antibióticos específicos 4. TUBERCULOSE AGENTE ETIOLÓGICO: Mycobacterium bovis A composição lipídica do bacilo tem grande importância na resistência aos desinfetantes, ácidos ou álcalis. lesões denominados tubérculos. 4. TUBERCULOSE Infecção: gânglios linfáticos de animais - que se contaminam pela via aerógena Digestiva - gânglios linfáticos intestinais, na parede intestinal e no fígado comum em bezerros que se alimentam de leite proveniente de vaca doente. 4. TUBERCULOSE FONTE DE INFECÇÃO: animais infectados, introduzidos nos rebanhos. Microrganismo é eliminado por: secreções do trato respiratório fezes leite urina sêmen corrimentos genitais. 4. TUBERCULOSE SINAIS emagrecimento progressivo tosse cansaço visível quando submetidos a pequenos esforços aumento de volume de gânglios linfáticos. Muitos animaisinfectados podem não apresentar sinais da doença. 4. TUBERCULOSE DIAGNÓSTICO métodos diretos: identificação do microrganismo causador por meio de cultura e de testes de laboratório. métodos indiretos: teste cutâneo de reação à tuberculina diagnóstico clínico baseado nos sinais Animais em fase avançada da doença podem ser negativos aos testes. proteínas derivadas da bactéria da tuberculose região cervical, escapular, ou prega caudal. Consistência macia, necrose 33 4. TUBERCULOSE Em rebanhos livres de tuberculose, é aconselhado o sacrifício de animais. Gera grandes prejuízos : descarte de animais queda na produtividade baixa qualidade do leite condenação de carcaças gastos com serviços veterinários, medicamentos 5. CLOSTRIDIOSES AGENTE ETIOLÓGICO: Gênero Clostridium Habitat: solo e trato intestinal do homem e animais. capacidade de se manterem por longos períodos no solo -> esporo. Infecção: via oral inalação feridas acidentais ou cirúrgicas Causam doença por invasão nos tecidos ou produção de toxinas. 5. CLOSTRIDIOSES CARBÚNCULO SINTOMÁTICO - C. chauvoei não contagioso comum a sua ocorrência em animais criados em pastagens. 5. CLOSTRIDIOSES SINAIS inchaço com gases, principalmente nos músculos traseiros, manqueira elevação da temperatura corporal (41ºC). Casos agudos da doença -> morte entre 24 e 48 horas após o início dos sinais. CONTROLE: Vacinas polivalentes TRATAMENTO antibióticos à base de penicilinas. 5. CLOSTRIDIOSES GANGRENA GASOSA OU EDEMA MALIGNO – C. septicum, C. chauvoei, C. sordellii, C. perfringens e C. novyi SINAIS edemas crepitantes no local da infecção que podem eliminar espuma amarelada. consequência de castração, descorna, parto ou inoculações praticadas sem cuidados de assepsia. CONTROLE: vacinação Ccrepitar = estourar 38 5. CLOSTRIDIOSES ENTEROTOXEMIAS - toxinas do C. perfringens no trato digestivo alimentação pobre em fibras mudança brusca no tipo de alimentação alto teor de concentrado SINAIS depressão, anorexia (falta de apetite), inércia, falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e o equilíbrio, e diarréia. pode ocorrer morte súbita. TRATAMENTO: à base de penicilinas. CONTROLE: imunização. aumento de produção e de absorção de toxinas dos clostrídios 5. CLOSTRIDIOSES BOTULISMO - toxinas pré-formadas do C. botulinum alimentos deteriorados. toxinas dos tipos C e D - agem nas terminações nervosas dos músculos SINAIS paralisia flácida da musculatura esquelética ou paralisia motora progressiva morte CONTROLE vacinação específica adequada suplementação mineral do rebanho. 6. LEPTOSPIROSE AGENTE ETIOLÓGICO: Leptospira interrogans variedades: pomona, icterohaemorrhagiae, wolffi, guaicurus e hardjo. 6. LEPTOSPIROSE Quadros agudos - animais mais jovens. bezerros crise hemolítica, com icterícia (mucosas amareladas) hemoglobinúria (hemoglobina na urina) pontos hemorrágicos nas mucosas febre anemia. Quadros crônicos baixa eficiência reprodutiva repetição de cio, abortos ao redor do quinto mês de gestação mumificação fetal natimortos nascimento de bezerros debilitados. fetos, tecidos e líquidos placentários: potencialmente perigoso para o homem. 6. LEPTOSPIROSE TRATAMENTO: à base de estreptomicina medicação de suporte em casos graves Soroterapia transfusão de sangue CONTROLE: eliminar as fontes de infecção: Urina ratos (depósitos de água, poças de água estagnada, bebedouros, cochos) vacinação polivalentes 7. RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA AGENTE ETIOLÓGICO: Herpesvírus bovino do tipo 1 (HVB-1). TRANSMISSÃO: contato nasal e sêmen SINAIS: traqueíte e rinite, acompanhados de febre. vulvovaginite pustular febre e lesões vesiculares na mucosa vaginal e vulvar, que evoluem para placas necróticas e descarga vaginal. abortos a partir do 4ºmês de gestação natimortos nascimentos de bezerros fracos 7. RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA SINAIS: bezerros infecções intestinais diarreia persistente não respondem ao tratamento -> morte animais jovens quadro nervoso, em conseqüência de encefalite. Incoordenação motora e excitação, que terminam muitas vezes com a morte do animal. machos incapacidade temporária de monta, em decorrência de lesões no pênis. A conjuntivite pode ser vista com os sinais ou isoladamente, e é possível haver infecções bacterianas secundárias. 7. RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA CONTROLE: isolamento dos animais vacinas TRATAMENTO: Antibióticos (evitar infecções secundárias) DIAGNÓSTICO Soroneutralização imunofluorescência hemaglutinação passiva 8. DIARRÉIA VIRAL AGENTE ETIOLÓGICO: Pestivirus Subclínicas (70% a 90%) vírus se multiplica no tecido linfóide do trato respiratório: aumento da temperatura corporal queda na produção de leite Clínica: bovinos entre seis meses e dois anos depressão, fraqueza, anorexia, desidratação, acidose, lesões erosivas da mucosa bucal e nasal, diarréia aquosa, muitas vezes com sangue morte em poucos dias 8. DIARRÉIA VIRAL Podem ocorrer infecções secundárias Vacas prenhes morte embrionária Abortos natimortos Defeitos congênitos (ausência de pelos, opacidade de córnea, incapacidade de locomoção, etc.). Alguns animais persistentemente infectados são sorologicamente negativos, mas eliminam o vírus continuamente. CONTROLE: vacinas 9. RAIVA DOS HERBÍVOROS AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus do gênero Lyssavirus TRANSMISSÃO: morcego Desmodus rotundus. SINAIS: incubação entre um e três meses -> após, apresentam fases: CONTROLE: vacina FASES SINAIS períodoprodrômico inquietude, aumento de temperatura de 1 a 2ºC,anorexia parcial,agressividade fase de excitação andar apressadamente,atonia de rúmen e anorexia fase paralítica paralisia Risco de infecção para os seres humanos: veterinários devem ser imunizados. MORTE 10. LEUCOSE ENZOÓTICA AGENTE ETIOLÓGICO: vírus RNA da família Retroviridae. infecta as células brancas do sangue TRANSMISSÃO: V E R T I CAL HORIZONTAL AGULHAS CONTATO TRANSFUSÃO DE SANGUE ETC. MÃE FILHO 10. LEUCOSE ENZOÓTICA animais adultos mortalidade é geralmente baixa. SINAIS: leucemia formação de tumores linfóides. aumento dos gânglios linfáticos superficiais tumorações em vários órgãos. CONTROLE: Evitar transferência de sangue bezerros de vacas positivas devem ser alimentados com o leite de vacas sadias. Se possível, animais positivos devem ser eliminados. NÃO EXISTE TRATAMENTO, NEM VACINA Rins 11. DOENÇAS ESPECÍFICAS DE BEZERROS DIARRÉIAS AGENTE ETIOLÓGICO: protozoários, bactérias e vírus CONTROLE vacinação das vacas no final da gestação ingestão adequada de colostro medidas estritas de higiene do ambiente e dos utensílios vacinas que atuam contra várias doenças diarréicas, como colibacilose, salmonelose e rotaviroses. TRATAMENTO soro oral acidose metabólica = adição de íon bicarbonato no soro. Casos graves: soros alcalinizantes, via endovenosa. Antibióticos : quando houver aumento da temperatura corporal 11. DOENÇAS ESPECÍFICAS DE BEZERROS DOENÇAS PULMONARES AGENTE ETIOLÓGICO: bactérias e vírus. CONTROLE: prevenção das doenças respiratórias correta administração do colostro vacinação das vacas no período pré-parto 11. DOENÇAS ESPECÍFICAS DE BEZERROS BEZERRAS DEVEM RECEBER TRATAMENTO ESPECIAL Futuras produtoras de leite Protegidas de qualquer forma de estresse: deficiências alimentares exposição prolongada a frio e a calor intensos etc. devem receber o colostro o mais rapidamente possível Primeiras doze horas de vida ≥4 litros, nas primeiras seis horas de vida. Obrigado(a) pela atenção!
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