1. PRÉ URBANISMO PROGRESSISTA E CULTURALISTA

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O SÉCULO XIX 
 
PROCESSO DE 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
CRESCIMENTO ACELERADO DAS CIDADES 
 
 
 
PROBLEMAS DE HABITAÇÃO, 
CIRCULAÇÃO, ABASTACIMENTO, 
SANEAMENTO 
LONDRES NO FINAL DO SÉC. XIX 
 
TRANSFORMAÇÕES DOS MEIOS DE 
 PRODUÇÃO E TRANSPORTE 
 
EMERGÊNCIA DE NOVAS FUNÇÕES URBANAS 
 
 
ROMPIMENTO COM A CIDADE MEDIEVAL 
FORMAÇÃO DOS CORTIÇOS 
 
 
 
HABITAÇÕES CONGESTIONADAS, CONDIÇÕES 
INADEQUADAS DE LUZ E VENTILAÇÃO, CARÊNCIA 
DE ESPAÇOS ABERTOS, PÉSSIMAS INSTALAÇÕES 
SANITÁRIAS. 
 
“...filas únicas de casas ou grupos de ruas surgem aqui e ali, como pequenas vilas, 
sobre o novo solo de argila, no qual não cresce nem ao menos grama; as ruas não 
são pavimentadas nem servidas por esgotos, mas abrigam numerosas colônias de 
porcos (...) A confusão foi levada ao extremo pois, onde quer que os programas de 
construção tenham deixado algum espaço livre, foram acrescidas novas 
construções até não restar uma polegada sequer.” 
Engels, 1845. 
 
 
 
“As casas geralmente têm dois andares; as fundações muitas vezes foram colocadas 
sobre a zona herbosa e sobre terreno vegetal, e não existe qualquer ventilação 
entre os pavimentos dos locais de habitação e o terreno não drenado. (...) A água 
abre seu caminho sob as casas e, unida aos líquidos que saem das fossas negras, 
vêm à tona com vapores nocivos até as salas de estar.” 
Assistant Comissioners’ Report, 1838 
INCIDÊNCIAS DA VIDA URBANA NO 
DESENVOLVIMENTO FÍSICO, NO NÍVEL 
MENTAL E NA MORALIDADE DOS 
HABITANTES 
ABERTURAS DE GRANDES ARTÉRIAS VIÁRIAS 
 
ESPECIALIZAÇÃO DOS SETORES URBANOS 
INVESTIGAÇÃO SOBRE AS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DA 
POPULAÇÃO TRABALHADORA NA GRÃ-BRETANHA (1842) 
 
 
LEIS DE SAÚDE (1848) 
 
 
AUTORIDADES LOCAIS RESPONSÁVEIS PELO ESGOTO, 
COLETA DE LIXO, FORNECIMENTO DA ÁGUA, VIAS 
PÚBLICAS, INSPEÇÃO DOS MATADOUROS E ENTERRO DOS 
MORTOS. 
NECESSIDADE REFORMAS SANITÁRIAS 
 
 
LEIS SANITÁRIAS 
 
 
INICIADAS NA INGLATERRA EM 1844, AS LEIS INCIDIRAM DIRETAMENTE 
NAS CONDIÇÕES DE MORADIA E CONSTRUÇÃO DA CIDADE INDUSTRIAL, 
ACABANDO POR FORÇAR OS GOVERNOS A AGIR SOBRE A 
PLANIFICAÇÃO URBANA. 
A CIDADE FINITA 
POSTA A TERMO POR FORÇAS 
TÉCNICAS E SOCIOECONÔMICAS 
Carcassonne, França 
OBSERVAÇÃO E REFLEXÃO EM RELAÇÃO À CIDADE 
 
MODELOS 
 
PROJEÇÕES ESPACIAIS/IMAGENS DA CIDADE FUTURA 
 
PROPOSTAS DE ORDENAMENTO URBANO 
LIVREMENTE CONSTRUÍDAS POR UMA 
REFLEXÃO QUE SE DESDOBRA 
FREQUENTEMENTE NO IMAGINÁRIO 
(UTOPIA). 
MODELO PROGRESSISTA 
 
VOLTADO PARA O FUTURO (PROGRESSO) 
ACEITANDO A INDUSTRIALIZAÇÃO COMO 
CHAVE DOS TEMPOS MODERNOS 
MODELO PROGRESSISTA 
“ORDEM TIPO” 
 
ESPAÇO AMPLAMENTE ABERTO, ROMPIDO POR VAZIOS E VERDES 
 
TRAÇADO CONFORME ESPECIALIZAÇÃO 
(HABITAT, TRABALHO, CULTURA, LAZER) 
 
DISPOSIÇÃO SIMPLES E GEOMÉTRICA 
(ARRANJOS NOVOS, SIMPLES E RACIONAIS) 
 
MODELO DE HABITAÇÃO - COLETIVA OU INDIVIDUAL 
(BASEADA SEMPRE EM UM PROTÓTIPO) 
ROBERT OWEN 
(1771 – 1858) 
 REFORMISTA SOCIAL 
GALÊS, CONSIDERADO UM 
DOS FUNDADORES DO 
SOCIALISMO E 
DO COOPERATIVISMO. 
 
SISTEMA BASEADO NA 
COOPERAÇÃO MÚTUA E NA 
AUTOGESTÃO DE BENS. 
 
PROJETO PARA NEW HARMONY, INDIANA, EUA, 1825 
CHARLES FOURIER 
(1772-1837) 
COMERCIANTE FRANCÊS 
 
COOPERATIVISMO INTEGRAL E 
AUTO-SUFICIENTE. 
 
UNIÃO DE ESFORÇOS PARA SE 
ALCANÇAR UM ESTADO DE 
HARMONIA UNIVERSAL. 
GRANDES CONSTRUÇÕES 
COMUNAIS 
URBANOS E RURAIS 
MÁXIMO 1600 
PESSOAS 
AUTOSSUFICIENTES 
HABITANTES TRABALHARIAM 
CONFORMES DE SUAS PAIXÕES E 
VOCAÇÕES 
FALANSTÉRIOS 
 
UMA REDE EXTENSA DESSES FALANSTÉRIOS SERIA A 
BASE DA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL QUE POR MEIO DA 
EXPERIMENTAÇÃO DARIA ORIGEM 
A UM NOVO MUNDO 
JEAN-BATISTE ANDRÉ GODIN 
(1817-1888) 
 
INDUSTRIAL FRANCÊS, 
FABRICANTE DE FOGÕES. 
FUNDOU UMA OFICINA 
METALÚRGICA EM GUISE 
(FRANÇA) 
FAMILISTÉRIO DE GUISE (1859) 
 
COMPLEXO ARQUITETÔNICO DE HABITAÇÕES 
PARA OPERÁRIOS. 
 
A LUMINOSIDADE DOS APARTAMENTOS, 
A CIRCULAÇÃO DO AR, 
O ACESSO A ÁGUA POTÁVEL EM CADA PISO, 
SÃO ELEMENTOS FUNDAMENTAIS QUE ERAM GARANTIDOS PELA 
ARQUITETURA PRÓPRIA DOS EDIFÍCIOS. 
FUNCIONOU ATÉ 1968 COMO COOPERATIVA DE OPERÁRIOS. 
HOJE É UMA SOCIEDADE AUTÔNOMA, ONDE VIVEM 300 FAMÍLIAS. 
CAIXAS DE SEGURANÇA 
QUE PROTEGIAM CONTRA 
AS DOENÇAS E ACIDENTES LABORAIS 
ASSEGURAVAM UMA APOSENTADORIA AOS 60 ANOS. 
MODELO CULTURALISTA 
ANÁLISE E CRÍTICA DAS REALIZAÇÕES 
DA CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL, 
COMPARANDO-A COM O PASSADO 
 
NOSTALGIA 
A IDEOLOGIA DESTE MODELO BASEIA-SE NA 
IDEIA DE CULTURA 
E NÃO MAIS DE PROGRESSO 
 
CONCEPÇÃO DE ARTE INSPIRADA PELO 
ESTUDO DA IDADE MÉDIA 
MODELO CULTURALISTA 
“ORDEM TIPO” 
 
DIMENSÕES DA CIDADE SÃO MODESTAS (OXFORD, ROUEN, BEAUVAIS) 
 
NENHUM TRAÇO DE GEOMETRISMO – IRREGULARIDADE E ASSIMETRIA 
 
NADA DE PROTÓTIPOS – CADA CONSTRUÇÃO DEVE SER DIFERENTE 
UMA DA OUTRA, EXPRIMINDO SUA ESPECIFICIDADE 
 
ANTINDUSTRIALISMO 
BRUGES, BÉLGICA 
 
 
 
 
 
 
JOHN RUSKIN 
INSPIRADO NO 
PENSAMENTO DE 
PUGIN 
 
INSPIRADO NO 
PENSAMENTO DOS 
 PRÉ-RAFAELITAS 
 
MEDIEVALISTA 
PALÁCIO DE WESTMINSTER EM LONDRES, 
CHARLES BARRY E AUGUSTUS WELBY PUGIN, 1834 
Ofélia, John Everett Millais, 
1851-2 
CONTRA A REPETIÇÃO MONÓTONA E 
PELA DIVERSIDADE DE ELEMENTOS 
CONSTRUTIVOS NAS CIDADES 
 
CATEDRAL DE CHARTRES, 1220 
VALOR DA PARTICULARIDADE 
ELEMENTOS CONSTRUTIVOS QUE EXPRIMEM E 
CONTAM A HISTÓRIA DOS MORADORES 
WILLIAM MORRIS 
DEGRADAÇÃO DE ARTE PELA INDÚSTRIA 
VALORIZAÇÃO O ARTESANATO 
 
CRÍTICA ÀS GRANDES CIDADES E A 
DENSIDADES DESTAS 
FIM DA INDÚSTRIA 
 
 
VALOR DAS CIDADEZINHAS E SUPRESSÃO DA 
DIFERENÇA ENTRE CAMPO E CIDADE 
Red House, Philip Webb e William Morris, Londres , 1859