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EXERCÍCIOS DIREITO DAS COISAS TEMAS: Direito de vizinhança, Condomínio, Direitos reais de fruição sobre coisas alheias e alienação fiduciária em garantia. DIREITO DE VIZINHANÇA: 1ª) Quanto ao direito de vizinhança, assinale a alternativa correta. a) O dono do prédio que não tiver acesso à via pública, nascente ou porto, pode, independentemente de indenização, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. b) O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores. c) O proprietário tem direito de cercar ou tapar de qualquer modo o seu prédio e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. d) O proprietário ou ocupante do imóvel deve tolerar que o vizinho entre no prédio, independentemente prévio aviso, para dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório. 2ª) Considerando essa afirmativa, marque a opção CORRETA. a) O dono do prédio que não tiver acesso à via pública pode constranger o vizinho a lhe dar passagem, independentemente de pagar indenização, se o rumo for fixado judicialmente. b) A alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso à via pública, não obriga o proprietário da outra a tolerar a passagem. c) Se antes da alienação existia passagem através do imóvel vizinho, está o proprietário deste constrangido, depois, a dar outra passagem. d) Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. 3ª) Julgue os seguintes itens, se V (Verdadeiro) ou F (Falso), indicando o respectivo erro se Falso. I - Se os ramos de uma árvore, cujo tronco estiver na linha da divisa de duas propriedades, ultrapassarem a extrema de um dos prédios, o dono do prédio invadido deverá dar ciência ao seu confinante para que tome as providências necessárias para sanar o problema e, em caso de recusa ou omissão do vizinho, ele poderá cortar os ramos invasores, às expensas daquele. São três os artigos do Código Civil que disciplinam a matéria, que assim se pronunciam: “A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes”. (artigo 1.282 CC) “As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido”. (artigo 1.283 CC) “Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular”. (artigo 1.284 CC) Se o vegetal, seu tronco, frutos ou raízes, causar justificado dano ao imóvel vizinho, o proprietário deste, comprovando o uso nocivo da propriedade (mau uso) que lhe ocasiona o dano, pode obter autorização para a remoção da referida árvore, isso independente de perdas e danos. II - Félix e Joaquim são proprietários de casas vizinhas há cinco anos e, de comum acordo, haviam regularmente delimitado as suas propriedades pela instalação de uma singela cerca viva. Recentemente, Félix adquiriu um cachorro e, por essa razão, o seu vizinho, Joaquim, solicitou-lhe que substituísse a cerca viva por um tapume que impedisse a entrada do cachorro em sua propriedade. Surpreso, Félix negou-se a atender ao pedido do vizinho, argumentando que o seu cachorro era adestrado e inofensivo e, por isso, jamais lhe causaria qualquer dano. Neste caso, a razão assiste a Félix. Felix está equivocado, conforme Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. Ou seja, Joaquim, à luz do Art. 1.297, §3o do CC, pode constranger Félix a construir o tapume totalmente às suas custas, mas poderá, se assim desejar, dividir às custas da construção. 4ª) Indique critérios para que seja estabelecida uma relação de vizinhança. Os direitos de vizinhança são obrigações propter rem, ou seja, vinculam os proprietários de prédios vizinhos, os chamados confinantes, acompanhando a coisa. A obrigação que decorre dessa relação de vizinhança é transmitida ao sucessor a título particular. Por se transferir a eventuais novos ocupantes do imóvel, é também denominada obrigação ambulatória. Existem regras que determinam que o vizinho deve permitir a pratica de certos atos, dessa forma haverá uma invasão na sua área de domínio. Como por exemplo, a sujeição que recai sobre o dono do prédio inferior, obrigado a receber as águas que fluem naturalmente do superior. (Art. 1288, CC) Assim como há normas que obrigam o proprietário à abstenção de determinada prática. Exemplo dessa abstenção é a proibição imposta ao proprietário de fazer mau uso de seu prédio, suscetível de prejudicar a saúde, o sossego ou a segurança do vizinho (Art. 1277, CC). Os direitos de vizinhança representam limitações ao direito de propriedade. Com efeito, para que uma pessoa se utilize de seu direito de propriedade adequadamente, deve levar em conta que a utilização desse direito pressupõe o respeito ao exercício de propriedade de outrem. Por outras palavras, “o aproveitamento da propriedade por alguém encontra limites no mesmo aproveitamento de seu vizinho”. Os direitos de vizinhança, pois, é disciplinada por meio de dispositivos legais cujo objetivo precípuo é a regulamentação da relação social e jurídica existente entre os titulares de direitos reais sobre imóveis, sobretudo diante da proximidade existente entre eles. Segundo Clóvis Beviláqua, os direitos de vizinhança têm por fundamento “a necessidade de conciliar interesses dos proprietários vizinhos, limitando poderes inerentes ao domínio, de modo que possam subsistir ao lado de outros pertencentes a proprietários diferentes de prédios contíguos. Há aí um complexo de direitos e obrigações determinados pela situação que Joseph Kohler denominou interesses da convivência social, regulados pelo princípio de que o elemento social coexiste com o individual. Diante dessas idéias, exsurge a necessidade de traçar um conceito de vizinhança. Isso porque o seu conceito é mais amplo que aquele utilizado pela linguagem comum, no sentido de que prédios vizinhos são somente aqueles que possuem relação de contigüidade entre si. O conceito jurídico de vizinhança não comporta somente os prédios contíguos entre si, mas também todos aqueles que possuem vínculos jurídicos. Havendo real possibilidade de interferência em um imóvel através do uso ou da fruição exercida em outro, haverá configuração de uma relação de vizinhança, sendo que, havendo conflitos, surgirá a possibilidade de sua composição. A proteção dos direitos de vizinhança, como se vê, é mais ampla do que o estabelecido no art. 1277. Os direitos à inviolabilidade da vida privada e intimidade (art. 5.º X da Constituição Federal e art. 21 do Código Civil) também estão albergados pelos direitos de vizinhança. O mesmo se diga em relação à proteção ao meio ambiente (art. 225 da Constituição) Uma vez violado qualquer dos interessesresguardados pelo art. 1277 (ou outros interesses que se coadunam com os direitos de vizinhança como a violação à intimidade, por exemplo), o vizinho que sofrer prejuízos poderá adotar inúmeras medidas aptas a fazer cessar as interferências prejudiciais. CONDOMÍNIO 1ª) )VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) Assinale a alternativa correta. a) Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos o de quinhão maior, mesmo que outro tenha realizado benfeitorias mais valiosas. b) Não é admitida a renúncia da parte ideal pelo condômino, ainda que para se eximir do pagamento das despesas e dívidas. c) Por ser fonte de litígio, será lícito ao condômino exigir, a qualquer tempo, a divisão da coisa comum, desde que não haja acordo estipulando a indivisibilidade por prazo não maior de dez anos, vedada a prorrogação ulterior e ressalvada a possibilidade da divisão judicial antes do prazo acordado, a requerimento de qualquer interessado e se graves as razões apresentadas. d) Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule e, uma vez cancelado, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente, salvo se decorrido o prazo de usucapião tabular. 2ª) Assinale a alternativa correta a respeito do condomínio edilício. a) A instituição é ato solene, somente pode ser realizada por escritura pública. b) É possível determinar na escritura de constituição do condomínio que o terraço de cobertura não seja parte comum do prédio. c) A Convenção que constitui o condomínio deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, metade das frações ideais. d) Num edifício de apartamentos é vedada a alienação de garagem de um condômino a outro. 3ª) Em relação ao condomínio edilício, o atual Código Civil prevê: a) A unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. b) A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. c) O terraço de cobertura é parte comum, ainda que disposição em contrário se faça na escritura de constituição do condomínio. d) Não pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. 4ª) (VUNESP - 2014 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Assinale a alternativa correta: a) Por não se tratar de obrigação propter rem, o adquirente de unidade autônoma do condomínio edilício não responde pelos débitos do alienante, devidos ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. b) No condomínio edilício, as partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se à propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, inclusive os abrigos para veículos, que sempre poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, tendo em vista o caráter absoluto do direito de propriedade. c) É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial, bem como sobre os prejuízos causados pelo furto de veículos ou de objetos no interior do condomínio, pois a res- ponsabilidade civil se aproxima das regras previstas no Código de Defesa do Consumidor e o condômino, ao alocar o veículo, transfere a sua guarda à administração, aplicando-se as regras do contrato de depósito. d) Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial, a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns, a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns e o fim a que as unidades se destinam. 5ª) Leia atentamente o enunciado abaixo, indique se Verdadeiro (V) ou Falso (F), e, se Falso, aponte o(s) erro(s) e justifique. I - É possível ao condomínio estipular, em sua respectiva convenção, juros moratórios acima de 1% ao mês na hipótese de inadimplência das taxas condominiais. Resposta CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONFLITO DE LEIS NO TEMPO. TAXAS CONDOMINIAIS. JUROS MORATÓRIOS ACIMA DE 1% AO MÊS. PREVISÃO NA CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO. POSSIBILIDADE. Em face do conflito de leis no tempo e, conforme prevê o art. 2º, § 1º, da LICC, os encargos de inadimplência referentes às despesas condominiais devem ser reguladas pela Lei 4.591/64 até 10 de janeiro de 2003 e, a partir dessa data, pelo Código Civil/02. 2. Após o advento do Código Civil de 2002, é possível fixar na convenção do condomínio juros moratórios acima de 1% (um por cento) ao mês em caso de inadimplemento das taxas condominiais. 3. Recurso especial provido. (RESP 200702576465, NANCY ANDRIGHI, STJ - TERCEIRA TURMA, 22/09/2010). CC/2002 Art.1.336 § 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. - A alteração que seria introduzida no § 1º, pela Lei nº 10.931, de 2-8-2004, foi vetada, razão pela qual mantém-se a sua redação. - Arts. 406 e 407 do Código Civil - Art. 12, § 3º, da Lei nº 4.591, de 16-12-1964 (Lei do Condomínio e Incorporações). 6ª) Cite, explique e exemplifique em que hipóteses o condômino do condomínio edilício pode ser penalizado, e indique as modalidades de sanções aplicáveis, segundo o código civil. Condômino que não pagar a sua contribuição perante o condomínio edilício ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de 1% (um por cento) ao mês; bem como à multa moratória de até 2% (dois por cento) sobre o débito (art. 1.336, §1º, do CC). Prevê também o Código Civil (art. 1.337, “caput”), que o condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos, poderá, por deliberação de ¾ dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa de até o quíntuplo do valor atribuído à cota condominial. De acordo com o parágrafo único desse dispositivo, por ato unilateral do síndico, dependente de posterior aprovação de ¾ dos condôminos, ao condômino com comportamento anti-social poderá ser instituída multa de até 10 (dez) vezes o valor da contribuição mensal. Além das penalidades acima, previstas no artigo 1.337 do Código Civil, o § 2º do artigo 1.336 prevê ainda que 2/3 dos condôminos restantes podem deliberar a imposição de multa no montante de até cinco vezes o valor da cota condominial para o condômino que: a) realizar obras que comprometam a segurança da edificação; b) alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; c) der destinação diferente à sua parte àquela prevista para a edificação; d) utilizar a sua parte de forma a prejudicar o sossego, a salubridade e a segurança dos demais possuidores. No caso de dívidas de condomínio (inclusive as multas aqui descritas) não cabe alegação de impenhorabilidade do imóvel por ser o mesmo bem de família (legal ou convencional), sendo a obrigação “propter rem” justamente uma das exceções à tal proteção. Por fim, pertinente deixar claro que quem adquire área individual responde por dívidas do alienante, prevê o artigo 1.345 do CódigoCivil, evidenciando esse comando legal a natureza “propter rem” da obrigação de pagar a cota condominial. DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃO SOBRE COISAS ALHEIAS 1ª) A prisão civil do inadimplente em se tratando de alienação fiduciária em garantia a) nunca foi admitida pelo Supremo Tribunal Federal, porquanto sempre se reconheceu a inconstitucionalidade superveniente do Decreto-Lei nº 911/69. b) é possível, haja vista que a Constituição Federal de forma expressa equipara o alienante fiduciário à figura do depositário infiel, conforme sedimentado pela Súmula Vinculante nº 25. c) não é mais admissível em razão de entendimento sumulado de forma vinculante pelo Supremo Tribunal Federal. d) é possível, haja vista a recepção do disposto no Decreto-Lei nº 911/69, o qual equipara o devedor à figura do depositário infiel, conforme entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal. 2ª) Noêmia, proprietária de uma casa litorânea, regularmente constituiu usufruto sobre o aludido imóvel em favor de Luísa, mantendo, contudo, a sua propriedade. Inesperadamente, sobreveio uma severa ressaca marítima, que destruiu por completo o imóvel. Ciente do ocorrido, Noêmia decidiu reconstruir integralmente a casa às suas expensas, tendo em vista que o imóvel não se encontrava segurado. A respeito da situação narrada, assinale a alternativa correta. a) O usufruto será mantido em favor de Luísa, tendo em vista que o imóvel não fora destruído por culpa sua. b) O usufruto será extinto, consolidando-se a propriedade em favor de Noêmia, independentemente do pagamento de indenização a Luísa, tendo em vista que Noêmia arcou com as despesas de reconstrução do imóvel. c) O usufruto será extinto, consolidando-se a propriedade em favor de Noêmia, desde que esta indenize Luísa em valor equivalente a um ano de aluguel do imóvel. d) O usufruto será mantido em favor de Luísa, independentemente do pagamento de qualquer quantia por ela, tendo em vista que Noêmia somente poderia ter reconstruído o imóvel mediante autorização expressa de Luísa, por escritura pública ou instrumento particular. 3ª) É direito do usufrutuário a) alienar o usufruto, a título gratuito ou oneroso. b) a disposição causa mortis do usufruto, por testamento. c) requerer, do nu-proprietário, a consolidação da propriedade em suas mãos a qualquer tempo. d) a percepção de alugueres incidentes durante o usufruto. 4ª) De acordo com o que dispõe o Código Civil a respeito do usufruto, do uso e da habitação, assinale a opção correta. a) O uso é o direito real temporário de ocupação gratuita de casa alheia, para moradia do titular e de sua família. b) A habitação é direito real limitado, personalíssimo, temporário, indivisível, intransmissível e gratuito. c) O usufruto é direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia todas as utilidades para atender às próprias necessidades e às de sua família. d) Pode-se transferir o usufruto por alienação. 5ª) Assinale a opção correta. a) O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. b) São direitos reais de fruição sobre coisas alheias o uso, o usufruto, a habitação, o penhor, a hipoteca e a anticrese. c) Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito poderá ocupá-la com sua família ou emprestá-la. d) Extingue-se a servidão predial pelo óbito do dono do prédio dominante, pois a obrigação, no caso de morte do dono do prédio serviente, transmite-se aos herdeiros. 6ª) Direito de Superfície. a) O direito de superfície importa uma concessão temporária, mas isso não implica uma propriedade resolúvel. b) Não poderá ser convencionada a demolição do que está construído no terreno para que o superficiário nele erga as construções que lhe aprouver. c) O superficiário não poderá ajustar com o proprietário a erradicação de plantações para no terreno fazer outras do seu interesse. d) Durante o período do contrato o proprietário confere ao superficiário a propriedade útil do seu imóvel, como titular de um direito real oponível erga omnes. 7ª) O direito ao uso de coisa alheia constitui a) direito real que, a título gratuito ou oneroso, instituído por ato inter vivos ou causa mortis, permite ao usuário, temporariamente, fruir todas as utilidades de coisa móvel ou imóvel, para atender às suas necessidades e às de sua família. b) direito real temporário de ocupar gratuitamente bem imóvel alheio para a moradia do titular e de sua família, não podendo estes alugá-lo nem emprestá-lo. c) direito real de gozo sobre bens imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõe sobre prédio serviente em benefício do dominante. d) direito real pelo qual o proprietário, temporariamente, de modo gratuito ou oneroso, concede a outrem o direito de construir ou plantar em seu terreno. 8ª) Diferencie os direitos reais de usufruto, uso e habitação sob quatro aspectos. Usufruto: O usufruto é um direito de gozar da coisa alheia enquanto temporariamente destacado da propriedade, ou seja, é o direito que o sujeito tem de desfrutar temporariamente de um bem alheio, sem que ele tenha que ser o seu proprietário e sem que altere a sua substancia. Uso: O uso, por sua vez, é o direito que um sujeito tem de usar de uma coisa e dela retirar o que for de acordo com as suas necessidades e de sua família, sem dela retirar as vantagens. Difere do usufruto, uma vez que o usufrutuário retira das coisas todas as utilidades da coisa, ou seja, o sujeito goza da coisa alheia como se fosse o seu proprietário. Ele temporário e resultante do desmembramento da propriedade. Por outro lado, ele tem também suas características próprias, como a indivisibilidade, o uso não pode ser constituído por partes em uma mesma coisa. E é também incessível, ou seja, não é cedido nem pelo seu exercício. Habitação: Já a habitação é um uso limitado, consistente no uso de um imóvel para a sua habitação e de sua família. É a faculdade que o sujeito tem de residir em um determinado local. O titular deste direito não pode fazer nada com a casa ou prédio alheio a não ser habita-lo com sua família. É um direito real e personalíssimo, Seu objeto é o bem imóvel como exclusividade e o sujeito titular do direito deverá residir neste bem, ele ou com a sua família. Por ser personalíssimo, não pode entrega-lo a outra pessoa e nem emprestá- lo. Se o direito for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas poderá residir na casa, sem a obrigação de pagar aluguel aos demais titulares. Como rege o Art. 1415 A única diferença seria, no uso e na habitação, do qual o inciso VIII do artigo supracitado não se aplica, sendo aceito apenas pelo usufruto. 9ª) Explique em que consistem as servidões positivas/negativas, contínuas/descontínuas, aparentes/não aparentes, exemplificando. As servidões positivas, quando conferem ao dono do prédio dominante o poder de praticar algum ato no prédio serviente, e negativas quando é imposto o dever de se abster da pratica de determinado ato de utilização. Uma servidão é continua quando é exercida ininterruptamente, independente de uma ação humana Servidão descontínua é a que tem seu exercício condicionado a algum ato humano atual. A servidão aparente é aquela que se manifesta por obras exteriores, são aquelas que são visíveis e permanentes, como a servidão de passagem, por exemplo. Não aparente é a servidão que não se revela por obras exteriores. 10ª) Diferencie os direitos reais de enfiteuse e superfície. A enfiteuse é perpetua sendo feita por ato de ultima vontade ou inter vivos, no caso da superfície deve obrigatoriamente ser temporário(não existe norma limitando o tempo que irá perdurar a obrigação, mas deve obrigatoriamente ser estipulado no contrato o termino do contrato) podendo também ser feito pelo ato inter vivos ou ato de ultima vontade. A enfiteuse em regra é indivisível, contudo pode ocorrer sua divisão em glebas no caso de herança, nesse caso, haveria o chamado cabecel, ele é o administrador, escolhido pelos demais foreiros ou pelo senhorio do solo, fica responsável pela cobrança do foro, na superfície o próprio superficiário é o administrador do solo. O direito de superfície pode ser oneroso ou gratuito, ou seja, pode o dono do solo transferir temporariamente a posse da propriedade para terceiro sem que esse tenha obrigação de pagar ocânon para o proprietário, na enfiteuse o pagamento do foro anual é obrigatório. A extinção da enfiteuse ocorre como visto a cima pelo o resgate do foreiro, o abandono voluntário, deterioração da coisa, comisso, ou pelo falecimento do enfiteuta que não possui herdeiros, no caso do superficiário pode ocorrer por qualquer irregularidade no contrato, retornando assim a superfície ao fundeiro sem que seja obrigado a indenizar o superficiário. 11ª) Quais os requisitos para que a promessa de compra e venda apresente direito real de aquisição? Decorrendo da promessa direito real de aquisição, assegurado estará o contrahere futuro em sendo adimplente o comprador, o que deixa claro que não se trata de obrigação meramente pessoal, posto que há ingresso no campo do direito real, exercitável erga omnes. O contrato preliminar de compra e venda, considerando o direito real que visa a constituir, e a execução coativa através da adjudicação, apresenta caracteres diversos dos demais contratos preliminares, pois traz em seu bojo a possibilidade de sua execução com alcance do exato fim do contrato definitivo, que é a transferência da propriedade plena. Não se resolve simplesmente em perdas e danos. Em razão da peculiar situação, o legislador editou normas especiais exigindo para a sua celebração o instrumento público (art. 108), e dispondo sobre sua execução (arts. 1.417 e 1.418), não se aplicando a regra geral do art. 462. 12ª) Cite e explique quatro deveres do devedor fiduciante. 1) Respeitar a alienação fiduciária em garantia, solvendo sua dívida com todos os seus acessórios (juros, comissões permitidas, correção monetária de conformidade com os índices estipulados); pagando, pontualmente, todas as prestações a que se obrigou a pagar, se a solutio consistir em parcelas periódicas, sujeitando-se à execução da garantia, se for inadimplente. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos, taxas, contribuições condominiais e quaisquer outros encargos que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel, cuja posse tenha sido transferida para o fiduciário, nos termos deste artigo, até a data em que o fiduciário vier a ser imitido na posse. O fiduciante pagará ao fiduciário, ou a quem vier a sucedê-lo, a título de taxa de ocupação do imóvel, por mês ou fração, valor correspondente a um por cento do valor indicado no contrato, para efeito de venda em público leilão, do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão, computado e exigível desde a data da alienação em leilão até a data em que o fiduciário, ou seus sucessores, vier a ser imitido na posse do imóvel. 2) Manter a conservar o bem alienado, defendendo-o com todos os interditos possessórios contra os que turbarem ou esbulharem sua posse. 3) Permitir que o credor ou fiduciário fiscalize, em qualquer tempo, o estado da coisa gravada. 4) Não dispor da coisa alienada fiduciariamente, onerosa ou gratuitamente, porque o bem não mais lhe pertence, é da propriedade do seu credor.
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