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1 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Matéria da Prova: Ca de Pulmão, Ca de mama, Ca gástrico e introdução. Observação: Prestar atenção aos casos clínicos dados em aula porque a prova será no mesmo molde. Caso Clínico Paciente feminina, 73 anos, deu entrada na emergência com dispneia, e cansaço aos pequenos esforços. Paciente relata tosse produtiva há cerca de 45 dias com piora progressiva. Paciente relata ainda perda de 9 kg no mesmo período. Nesse caso, como a paciente estava dando entrada na emergência, as hipóteses diagnósticas seriam bem variadas. “A resposta de vocês na prova também pode ser bem variada, desde que esteja dentro do contexto! Essa paciente poderia ter uma tuberculose, uma pneumonia... Uma série de doenças! Essa paciente vai precisar de uma boa anamnese; ela pode ter algumas outras comorbidades que expliquem essa sua perda ponderal. Então, os diagnósticos diferenciais vão estar relacionados a hipótese diagnóstica da paciente, exame físico, e exames solicitados. Nesses exames solicitados eu vou fornecer informações pra vocês na prova; talvez eu coloque um RX pra vocês avaliarem... Eu vou dar os dados pra vocês com relação aos exames, e ai sim... Com esses dados dos exames é que vocês vão fechar a hipótese diagnóstica, e o diagnóstico diferencial de vocês!” Caso clínico Paciente masculino, 33 anos, referia lombalgia de forte intensidade com evolução progressiva há 2 meses. Esse paciente inicialmente achou que a dor tinha relação com um trauma ocorrido em jogo de futebol. No momento do exame, a intensidade da dor era de 10+/10+, e ela impedia o mesmo de se locomover. A radiografia da coluna lombar apontou fratura em L4/L5. Na TC foram observadas lesões osteolíticas. A professora relata que pediu a TC de corpo inteiro desse paciente, e na TC ela descobriu que ele tinha um Tumor de Pulmão com menos de 0,5 cm. O tumor era tão agressivo que o paciente já tinha lesões praticamente em toda coluna. Mesmo fazendo quimioterapia esse paciente viveu apenas 8 meses após a descoberta do tumor. Os exames solicitados são muito importantes porque muitas vezes só com eles é que nós vamos descobrir de onde é o tumor primário. As vezes o paciente tem uma doença, e ele vai abrir o quadro com sinais e sintomas que nunca vão indicar câncer. No caso desse paciente especificamente o tumor era muito agressivo, e por isso ele fez metástases muito rapidamente. Introdução: O grande problema do câncer de pulmão é que ele vem aumentando mundialmente. O Ca de pulmão é uma das principais causas de morte evitáveis, ele está muito relacionado ao tabagismo. Embora apenas 11% dos fumantes evoluam com o câncer de pulmão, o tabagismo representa o principal fator de risco para esse tumor e está envolvido em até 90% dos casos. Ou seja, de todos os tabagistas apenas 11% deles desenvolverão CA pulmonar. Contudo, dentre os pacientes com CA de pulmão 90% têm associação com cigarro. O cigarro de tabaco contém mais de 4.000 produtos químicos, sendo que cerca de 60 deles foram identificados como carcinógenos. Hoje o tratamento do CA de pulmão tem mudado muito, e isso é graças à nova fase pós-genoma. Descobriu-se que existem muitas mutações ativadoras ou amplificadoras de proto-oncogenes envolvidas no desenvolvimento de câncer de pulmão. Os genes mais frequentemente mutados nos cânceres pulmonares são EGFR e KRAS. “Eu gosto de falar sobre isso porque daqui há algum tempo nós não falaremos mais em quimioterapia, falaremos apenas em terapia alvo; a terapia alvo é baseada nesses dois proto-oncogenes. Os pacientes que tem sido submetidos às terapias alvo moleculares tem tido aumento significativo de sobrevida, embora não tenham tido cura.” Essa imagem é importante porque quando nós pensarmos em câncer de pulmão não podemos pensar só no câncer de pulmão propriamente dito. Nós temos os cânceres de pulmão broncogênicos e outras neoplasias (que ficam fora do brônquio). Os carcinomas broncogênicos são divididos em carcinoma de pequenas células e carcinoma de não pequenas células. 2 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Atenção! Sempre que falarmos em câncer de pulmão É MUITO IMPORTANTE saber se esse câncer é primário, ou metastático. O risco do câncer ser metastático é muito grande, haja vista que a maioria dos tumores fazem metástase pulmonar por disseminação hematogênica. É fundamental saber sobre a origem do tumor; isso porque se tivermos um paciente com câncer de pulmão primário e tratarmos como metástase NÃO VAI ADIANTAR NADA! Cada órgão tem um quimioterápico específico que trata para a resposta específica do tipo de câncer. Observação: O carcinoma de pequenas células é o tipo mais agressivo, e com pior prognóstico. Apenas 5% dos pacientes tem possibilidade de cura cirúrgica quando descobrem o tumor. Esse carcinoma faz metástases muito rapidamente, e a sobrevida desses pacientes é mínima. Anatomia Pulmonar É fundamental conhecer a anatomia pulmonar para entendermos que tipos de exames devem ser solicitados para cada tipo de tumor. Por exemplo, sabemos que para tumores de localização central podemos solicitar uma broncoscopia. Por outro lado, se o tumor for periférico a broncoscopia não vai alcança-lo. Epidemiologia É um dos mais comuns dos tumores malignos Apresenta um aumento de 2% ao ano no mundo Acomete mais homens do que mulheres; o que é muito associado também ao fato do homem fumar mais do que a mulher. Cerca de 31.270 novos casos no ano de 2018. A última informação de mortalidade por ca de pulmão é de 2013. O prognóstico é muito reservado, expectativa de vida muito ruim, e ainda assim os últimos dados são de 2013! Deveriam ser pelo menos de 2018! Fatores de risco – É CERTO DE CAIR NA PROVA!!!!!!! Tabagismo (tanto o tabagismo ativo quanto o passivo são fatores de risco para câncer pulmonar). Demora 20 anos para que o risco de um paciente ex tabagista desenvolver câncer se iguale ao de um paciente que nunca fumou. (Ou seja, você precisa parar de fumar por pelo menos 20 anos para que o tabaco deixe de ser um fator de risco para ca pulmonar). Exposição a agentes químicos- Pessoas que trabalham direto com arsênico, asbesto, urânio, berílio, radônio, cádmio, cloreto de vinil, gás mostarda, cromo, níquel. Exposição à poluição do ar – “Viver da câncer, né?! Todo lugar tem poluição!” Infecções pulmonares de repetição Irradiação ionizante (Pacientes que fizeram radioterapia ou quimioterapia para tratamento de algum tipo de tumor na adolescência ou na infância podem desenvolver ca de pulmão pela radiação). Infecção pelo HIV Síndrome de Li-Fraumeni (Essa síndrome é causada por uma alteração genética; ela faz com que o paciente tenha pré-disposição a desenvolver diversos tipos de câncer. Pacientes portadores dessa síndrome costumam ter cerca de 3 ou 4 tumores diferentes antes dos 30 anos. Para descobrir se o paciente tem essa síndrome o exame usado é mapeamento genético). Fatores genéticos e história familiar de câncer no pulmão. PROVA: TEM QUE SABER FATOR DE RISCO, TEM QUE SABER SINAIS E SINTOMAS, TEM QUE SABER OS EXAMES A SEREM SOLICITADOS. Sinais e sintomas Ao falarmos em sinais e sintomas de câncer pulmonar precisamos nos atentar primeiro na localização do tumor. Se o tumor estiver localizado no centro (próximo ao hilo pulmonar) o paciente vai ser rico em sintomas; por outro lado, os 3 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes tumores periféricos só causam sintomas quando estão grandes, ou invadindo alguma estrutura. Sendo assim, tumores periféricos só costumam se manifestar em estágios avançados, e não costumamcausar tosse, nem hemoptise, costumam causar apenas dor (pela compressão da região). Observação: O tumor periférico pode crescer com direção ao centro. Tumores periféricos com crescimento para região central podem gerar sintomas semelhantes aos do tumor central. Em suma.. Os sintomas variam conforme a localização do tumor. Tumores centrais (no hilo) podem apresentar manifestações como: dispneia, tosse, sibilos, estridor, hemoptise e pneumonia. Tumores periféricos são geralmente oligossintomáticos, causando dor somente quando invadem a parede torácica. São de localização subpleural e inacessíveis à broncoscopia. Efeito metastático Rouquidão e paralisia do diafragma; Derrame pleural; Coração: dispneia, tosse, pulso paradoxal, estase de jugular e aumento da área cardíaca (Tudo isso pode ser gerado por metástase pulmonar). Fígado: aumento do volume e nódulos hepáticos palpáveis; SNC: cefaleia, náusea, vomito, hemiparesias; Síndrome de Pancoast: O Tumor de Pancoast é um tumor de ápice de pulmão. Quando esse tumor cresce ele comprime o plexo braquial, e também pode causar sintomas pela infiltração de C1, T1, T2. Dentre os principais sintomas, se destacam: fortes dores no ombro, alteração na temperatura cutânea e atrofia na musculatura do ombro e da mão. O paciente pode ter ptose palpebral, atrofia de membros, dores. Um dos recursos que podemos oferecer ao paciente é o uso de radioterapia para amenizar o tumor. Síndrome da Veia Cava Superior: Nesse caso, o tumor comprime a veia cava superior, que passa ao lado da parte superior do pulmão direito. Os pacientes apresentam sintomas como: inchaço na face, pescoço, braços, parte superior do tórax, cefaleia, tonteira, dispneia e alteração na consciência. Isso é fácil de entender; devido a compressão não passa sangue o suficiente. Não temos muitas opções para oferecer à esses pacientes, se eles não responderem ao tratamento de quimioterapia, eles morrem. (“São pacientes que morrem de maneira muito feia!”) Frequência dos sinais e sintomas em pacientes com câncer de pulmão: O principal sinal e sintoma do paciente é a tosse, sendo seguido por perda de peso, e em terceiro lugar vem a dispneia. 4 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Diagnóstico “Como é que a gente vai fazer o diagnóstico? O paciente vai chegar pra você com esses sinais e sintomas todos, e o primeiro exame que devemos pedir é o Raio- X. Se o Raio-X vier alterado podemos pedir uma TC para confirmar essa alteração!” Para fazer diagnóstico de câncer de pulmão podemos fazer os seguintes exames: Citologia de escarro Broncoscopia com biópsia (para tumores centrais) Biópsia percutânea por agulha (para tumores periféricos) Toracocentese (periféricos) Biópsia pleural percutânea: (mais difícil de visualizar porque pode pegar material que não seja tumor) Mediastinostomia (Tórax Aberto) Mediastinoscopia (Via endoscópica) Video-toracoscopia Toracotomia PROVA: Cite 3 exames para confirmação diagnóstica. (Qualquer um desses acima serve) Considerações gerais: Na citologia do escarro nós vemos as células do pulmão do paciente, então o diagnóstico é confirmado quando a citologia de escarro for positiva para células malignas. O grande problema da citologia é dar muito falso negativo. Biópsia percutânea por agulha é um método muito pouco usado. Isso porque ele causa muito conflito entre os médicos. Alguns cirurgiões fazem esse método, enquanto outros são contra porque acreditam que o método dissemina células malignas no seu trajeto. (Slide): Confirmação diagnóstica da suspeita de ca de pulmão 5 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes PET SCAN: “Como o Ca de pulmão é muito agressivo, e apenas 20% dos pacientes tem um tumor tratável quando ele é descoberto, se houvessem recursos suficientes nós faríamos Pet scan em todos os pacientes. No caso do câncer de pulmão seria excelente se todos os pacientes fossem submetidos à esse exame. Contudo, essa não é a realidade, a gente infelizmente não consegue fazer esse exame na maioria dos pacientes (no SUS). Para pacientes com plano de saúde, ou que tenham como pagar, a primeira coisa que devemos vamos pedir é o PET SCAN.” Tumor periférico 1- Aspiração percutânea por agulha filha orientada por fluoroscopia ou TC - Não adianta só fazer a punção, ela tem que ser guiada para ver se estamos pegando material do local certo, justamente para evitar o falso negativo. 2- Broncoscopia com biópsia transbrônquica escovada ou por agulha – APENAS SE O TUMOR FOR PERIFÉRICO E TIVER CRESCIMENTO CENTRAL! SE O CRESCIMENTO NÃO FOR CENTRAL, NÃO POSSO FAZER ESSE EXAME PORQUE NÃO VAI ADIANTAR NADA! 3- Toracoscopia vídeo-assistida em cunha, ou aspiração por agulha – Muito bom para tumores mais periféricos. 4- Toracotomia- Com a toracotomia nós conseguimos acessar diretamente o tumor, então é mais fácil fazer o diagnóstico. Tumores centrais 1-Citologia de escarro 2-Broncoscopia - Na broncoscopia nós pegamos o material por biópsia, escovado, ou com aspiração por agulha fina. 3- Aspiração percutânea por agulha fina 4-Toracotomia. “Falou de tumor central: é broncoscopia”. EXAMES COMPLEMENTARES: Laboratorial completo (Função hepática, Função Renal, e Dosagem de Cálcio*) *Em casos de câncer de pulmão sempre temos que dosar o cálcio porque tem algumas síndromes paraneoplásicas que cursam com hipercalcemia maligna. Radiografia de tórax TC de tórax e abdome Cintilografia óssea (SEMPRE!) TC crânio (SEMPRE!) Devemos sempre pedir TC de crânio para pacientes com CA pulmonar, principalmente se for carcinoma de pequenas células. Isso porque o carcinoma de pequenas células é tão agressivo que, na maioria dos casos, quando se faz o diagnóstico, já tem metástase cerebral. OBS: Algumas vezes, um dos tratamentos do câncer de pequenas células é radioterapia cerebral pra evitar a metástase. PET – CT (Deve ser solicitado sempre que o paciente tiver condições de fazer) Quando pegamos um Raio-X como esse do carcinoma escamoso na região hilar isso pode indicar uma série de coisas. O importante é saber que um dos diagnósticos diferenciais é o câncer. Nessa outra radiografia nós vemos um carcinoma de pequenas células com atelectasia em lobo inferior e médio direito. Observem o mediastino sendo puxado para o lado da atelectasia. 6 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes (Essa imagem já caiu em provas anteriores) -RAIO X mostrando um nódulo ESCAVADO EM LOBO SUPERIOR DE PULMÃO DIREITO- ISSO AQUI É UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE TUBERCULOSE E CA DE PULMÃO! (Os dois dão emagrecimento, então só a partir do histopatológico ou da citologia é que vamos fazer o diagnóstico). Aqui é a TC do mesmo tumor acima. Reparem no tamanho desse tumor. Nessa imagem nós vemos um nódulo solitário de adenocarcinoma. Esse tumor da foto é totalmente cirúrgico. Essas imagens são de um mesmo paciente. O tumor praticamente sumiu depois de quimioterapia e radioterapia. Cirurgia para um tumor nessa região nem pensar! Tipos histológicos Carcinoma de não pequenas células: É o tipo histológico mais frequente! - Adenocarcinoma (É o mais frequente dentre os não pequenas células) - Carcinoma de células escamosas (epidermóide) - Carcinoma de grandes células (Se divide em carcinoma adenoescamoso, carcinoma sarcomatoide, tumor carcinoide). Observação: O adenocarcinoma geralmente tem localização periférica, enquantoo carcinoma de células escamosas normalmente tem localização central. Carcinomas de pequenas células - Geralmente de localização central, está fortemente associado com o tabagismo crônico. - É o mais agressivo, cresce rapidamente, produzindo muitas metástases e levando o paciente a óbito em pouco tempo. - SEUS TIPOS HISTOLÓGICOS SÃO: Linfocitóide (oat cell), intermediário e combinado em torno de 15%. - É menos frequente, mas é o mais agressivo. PROVA: Saber que existem tumores de pequenas células, e tumores de não pequenas células. Saber que os tumores de pequenas células são muito mais graves. Saber que os tumores de não pequenas células são mais frequentes, e que dentre eles o adenocarcinoma é o mais comum. 7 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Nessa imagem, vemos um tumor periférico inacessível a broncoscopia. Então temos que fazer toracoscopia, mediastinoscopia. TIPO MAIS COMUM EM MULHERES E PACIENTES NÃO FUMANTES: carcinoma bronquioloalveolar. Normalmente não está ligado ao tabagismo. Ca de pequenas células: normalmente tem localização central. Conseguimos fazer broncoscopia para fazer diagnostico. ÁREAS MAIS COMUNS DE METÁSTASES: Linfáticas (pulmão faz muito metástase linfática) São as mais frequentes. Normalmente se iniciam Ipsilateral (do mesmo lado) e contínuas, e depois se tornam contralaterais. A metástase também pode ser em salto (já vai contralateral, não vai por contiguidade. Não param em um pulmão e já vão para o outro). Intralobares – hilares – mediastínicas (por isso a etiologia, sintomatologia é muito rápida) Traqueobrônquicas, Subcarinais, ligamento inferior, janela aorto pulmonar e para-esofágica. Se na prova cair área mais comum de metástase: LINFÁTICAS!!!!! Na imagem vemos um Raio-X de tumor brônquio fronte direito. Não temos mais pulmão nessa imagem radiológica. (?) 8 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Hematogênicas: Fígado Adrenais Ossos Encéfalo Pulmão (contralateral)- é o outro pulmão Contiguidade: “É só pensar nas estruturas ao redor, e pensar que o tumor vai invadindo tudo”. Parede brônquica x submucosa Parênquima adjacente Pleura e/ou parede torácica Coração, grandes vasos e pericárdio Diafragma Esôfago Síndromes paraneoplásicas - O câncer que mais da síndrome paraneoplasica é o de pulmão Hipercalcemia maligna – (Por isso sempre dosamos o cálcio no exame laboratorial). A professora relatou que alguns casos de CA pulmonar apresentam apenas essa hipercalcemia maligna, e quando investigamos descobrimos o tumor. A hipercalcemia só melhora quando tratamos o tumor. Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Osteoartropatia hipertrófica e baqueteamento digital Dermatopolimiosite (inflamação da musculatura estriada. Esses pacientes têm dores absurdas, que só melhoram em vigência do tratamento pulmonar) Manifestações Hematológicas Estados de hipercoagulabilidade (todos os cânceres podem causar) Não vai ser pedido na prova, só é bom saber que pode estar relacionado com essas síndromes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (TEM QUE SABER!): Pneumonia Tuberculose Enfisema pulmonar Bronquite Cisto broncogênico Abcesso Metástase pulmonar (diagnóstico diferencial para tumor primário) Tudo isso pode ser diagnóstico diferencial. O que une é a anamnese, o exame físico, e o RX. Se fizemos isso e suspeitamos que o paciente esteja com uma doença pulmonar, aí nós vamos optar pelo exame que o paciente deve fazer. Se o paciente tem história de emagrecimento, hemoptise, e na imagem radiológica vem um tumor em região central devemos pedir uma broncoscopia. Tratamento Existem vários fatores que influenciam a escolha do paciente, são eles: Estadiamento (Tamanho do tumor, linfonodos regionais, metástase) – NÃO CAI NA PROVA É indispensável saber se o paciente é metastático, se ele é um paciente que tem possibilidade cirúrgica. Obs: Se for um paciente cirúrgico o cirurgião sempre remove os linfonodos regionais também. Tipos histológicos Quanto mais agressivo o tumor, mais agressivo será o tratamento. 9 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Fatores de risco para complicações Precisamos saber se o paciente aguenta a cirurgia, quimioterapia, radioterapia. Cirurgia: Apenas 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico (ou porque já é metastático, ou porque está numa área muito central- está numa área que não tem como acessar) Vai depender sempre do TNM (Estadiamento) Carcinoma de pequenas células: Apenas 5% dos casos são cirúrgicos, visto que já existem metástases a distância na hora do diagnóstico. Método de abordagem: - Ressecção em cunha ou segmentectomia: para tumores pequenos e localizados no pulmão, ou para pacientes sem condições clinicas de serem submetidos à cirurgia de porte maior. - Lobectomia: ressecção de lobo pulmonar onde se originou o tumor (tira só um pedaço do pulmão) - Pneumectomia: retirada de todo o pulmão (paciente vive com 1 pulmão) Quimioterapia: Extremamente tóxica, agressiva. Combinação de CISPLATINA com duas outras drogas ETOPOSÍDEO, VINCRISTINA, DOXORRUBICINA ou CICLOFOSFAMIDA. Cisplatina é nefrotóxica, não pode usar em pacientes que não tem boa função renal. Causa leucopenia muito grande no paciente. Radioterapia: A radioterapia tem boa resposta. Contudo, ela sozinha não é curativa. Por isso, precisa ser associada à outros meios. Lembrando que tumores pulmonares fazem muita metástase, sendo assim não podemos pensar apenas em tratamento local. “Teve um professor que cobrou em uma prova marcadores tumorais para ca de pulmão- como oncologista a gente não usa esses marcadores mas se eles pedirem é CA72. Mas eu não peço isso na prova!” Seguimento: O seguimento do ca pulmonar é bem semelhante ao ca de mama. Visa a detecção de doença recorrente Tumores primários secundários Complicações do tratamento Recomendações: Primeiros 2 anos 3/3 meses 3 anos seguintes 6/6 meses Após, a cada 12 meses Observação: Se estamos falando de seguimento de 3 anos, e depois anual nós entendemos que foram pacientes que descobriram em estágio bem inicial. Precisamos lembrar que tratamos pouquíssimos pacientes em estágio inicial, mas ainda conseguimos tratar alguns. O grande problema desses pacientes é que a maioria deles é idosa, tabagista, e além disso eles tem outras comorbidades associadas. Então, muitas vezes não conseguimos oferecer o tratamento mais adequado devido à essas comorbidades; seja ele fazer operação ou quimioterapia. É importante saber o seguimento. Exames de seguimento: Exame físico Laboratorial completo (Não esquecer cálcio, função renal, e função hepática!) Radiografia de tórax TC 1 0 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Cintilografia óssea PET scan RNM encéfalo ou TC Imagens NÃO ESQUEÇAM! QUANDO O TUMOR É METASTÁTICO ELE NORMALMENTE SE DISSEMINA NOS DOIS PULMÕES. NÓDULO ESCAVADO SIMULANDO ABCESSO- está na parede torácica, provavelmente esse paciente tem dor. Na imagem de PET SCAN vemos uma metástase para glândula adrenal, e coluna vertebral. Observações: Não temos que saber os nomes dos tratamentos. Temos que saber apenas que o tratamento pode ser com quimioterapia, radioterapia, ou cirurgia. Voltando aos casos clínicosdo início da aula.. Paciente feminina, 73 anos, deu entrada na emergência com dispneia, e cansaço aos pequenos esforços. Paciente relata tosse produtiva há cerca de 45 dias com piora progressiva. Paciente relata ainda perda de 9 kg no mesmo período. Que exames solicitar para ela? Raio X de tórax, TC. Qual é o exame de confirmação diagnóstica? Mediastinoscopia com histopatológico, ou broncoscopia com histopatológico, ou citologia de escarro. (SEMPRE COLOCAR HISTOPATOLÓGICO). Como paciente tem esses sintomas, imaginamos que seu tumor seja central, então podemos pedir broncoscopia. Cite três diagnósticos diferenciais: Pneumonia, tuberculose, enfisema pulmonar. (Devemos ser mais objetivos no diagnóstico, um simples abcesso não causaria o emagrecimento de 9 kg) Hipótese diagnóstica: Câncer de pulmão. 1 1 Ca de Pulmão – Oncologia – Clínica Médica Nicolle Moraes Nunes Paciente masculino, 33 anos, referia lombalgia de forte intensidade com evolução progressiva há 2 meses. Esse paciente inicialmente achou que a dor tinha relação com um trauma ocorrido em jogo de futebol. No momento do exame, a intensidade da dor era de 10+/10+, e ela impedia o mesmo de se locomover. A radiografia da coluna lombar apontou fratura em L4/L5. Na TC foram observadas lesões osteolíticas. Nesse caso clínico só se descobriu a lesão osteolítica, e a fratura. Então, até esse momento estamos falando de uma doença óssea. Por isso, não podemos dizer que a hipótese diagnóstica desse paciente é câncer de pulmão. Ao menos, não agora. Na prova as questões serão direcionadas. O que precisamos saber sobre esse caso é que pode ser uma metástase. Se eu suspeito de metástase, suspeito de uma doença primária desconhecida até saber de onde veio. Ai sim, nós precisamos descobrir de onde vem essa lesão. Então, o que nós precisamos saber é onde está a lesão, por isso precisamos saber que exames pedir. Nesse caso, devemos pedir uma Tc de corpo inteiro para descobrir de onde é a lesão primária. Também poderiamos pedir um PET-SCAN. E TC de crânio ou RNM sempre!
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