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Apostila de sucessoes Alejandro Pos graduacao1

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1:
DIREITO DAS SUCESSÕES
CONCEITO: Suceder significar vir depois, ocupar o lugar de alguém, podendo acontecer tanto na sucessão inter vivos ou na sucessão causa mortis. É a substituição de uma pessoa em alguma relação jurídica.
Quando uma pessoa adquire um bem de outra, por ato inter vivos trata-se de sucessão singular (doações, cessão de crédito e compra e venda).
A primeira norma relevante em torno da sucessão “causa mortis” é de índole constitucional – art. 5º, XXX da CF – “É garantido o direito de herança”, que é um direito fundamental.
O art. 5º, XXX da CF, é norma de eficácia limitada, de aplicabilidade indireta, mediata. Não se resolve um conflito concreto apenas com a aplicação de tal norma. Ela serve para evitar que possa ser aprovada alguma legislação contrária ao seu comando, bem como serve como subsídio para a interpretação de outros textos legais. 
ESPÉCIES DE SUCESSÃO
Sucessão Legítima: É a que decorre da lei, é a vontade presumida do de cujus, seguindo os critérios de vocação hereditária, dispondo sobre quem sucederá o morto, quando ele (morto) não regulou em vida, por ato de última vontade ou testamento a transmissão de seus bens, estabelecidos no art. 1.786 do Código Civil .
Os sucessores do morto são chamados de sucessores legítimos ou legais. A ordem legal preferencial pela qual são chamados os sucessores do morto é chamada de ordem de vocação hereditária, que são os herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) e os colaterais até o 4(quarto) grau, previsto no art. 1.829 do CC. 
Sucessão Testamentária ou voluntária: É aquela que segue as regras estabelecidas pelo testador, que em vida dispôs sobre seus bens em testamento ou ato de última vontade com eficácia pós-morte, art. 1.857 do Código Civil. 
Os sucessores beneficiados com a sucessão testamentária são os herdeiros testamentários e os legatários. 
Herdeiros testamentários são aqueles que recebem por testamento o direito à quota-parte ou fração do patrimônio do de cujus ou ainda a totalidade do patrimônio na falta dos herdeiros necessários ou legítimos. Exemplo: deixo 30% dos meus bens para João.
Herdeiros legatários são os que recebem por testamento coisa certa, determinada, individualizada. Exemplo: Deixo minha casa de Araras para Joana. Deixo o meu apartamento de Ipanema em usufruto para Kátia.
O direito dos parentes próximos à herança é reconhecido como sendo de ordem pública, pela própria lei, ao estabelecer a quota legítima, da qual o de cujus não pode dispor causa mortis nem mesmo inter vivos. Toda via, a lei faculta, em parte, aos que tem parentes em linha reta, podendo testar somente até 50% dos seus bens necessários (legítima) e, sem limite, aqueles que não têm parentes vivos em linha reta, podendo dispor de seu patrimônio de acordo com sua vontade. A legítima corresponde à metade dos bens do de cujus.
Assim, haverá limitação ao direito de testar quando existirem herdeiros necessários ou legítimos; mas a sucessão testamentária convive, várias vezes, com a sucessão legítima – art. 1.788 do Código Civil.
Sucessão Mista: Quando ocorrer os dois tipos de sucessão, ou seja, sucessão legítima e sucessão testamentária. 
Exemplo: o testador deixa dois herdeiros necessários, legítimos e um testamento beneficiando uma terceira pessoa com os bens de sua parte disponível. A sucessão dos herdeiros necessários (legítima) conjugada com a sucessão do herdeiro testamentário é uma sucessão mista, sendo certo que o testador só poderá dispor da metade da herança, havendo herdeiros necessários (legítima), pelo princípio da liberdade de testar, como determinam os arts. 1.789 e 1.857 § 1º do Código Civil. Caso o testador disponha de mais da metade de seus bens havendo herdeiros necessários ou legítimos, o testamento sofrerá uma redução da liberalidade – art. 1967 do Código Civil.
DIFERENÇA ENTRE SUCESSÃO E HERANÇA
Natureza jurídica da herança: Universalidade de direito ou princípio da indivisibilidade, estabelecido no art. 1.791 do CC.
O administrador da herança deverá garantir que o patrimônio transmitido aos herdeiros seja preservado até o momento da partilha, quando efetivamente estará exclusivamente nas mãos dos novos titulares. A herança é transmitida é deferida aos herdeiros como um todo unitário, sendo indivisível até o momento da partilha. Todo o acervo patrimonial que o de cujus angariou em vida, além das dívidas e demais obrigações contraídas, compõem essa universalidade de direitos.
Conceito de Herança: É conjunto de bens, direitos e deveres patrimoniais, ou seja, a universalidade das relações jurídicas de caráter patrimonial em que o falecido era sujeito ativo e passivo, podendo a herança apresentar um caráter positivo (créditos superam os débitos) ou negativo (os débitos superam os créditos), nesse caso, dizemos que a herança será negativa. A herança transmite-se em virtude de sucessão causa mortis. 
Conceito de Sucessão: É o modo de transmitir direitos, que poderá ser legítima ou legal, testamentária ou mista.
Obs. Em regra, as relações patrimoniais positiva da pessoa que falece são transferidas aos herdeiros, mas há direitos patrimoniais do autor da herança (morto) que não serão transferidos aos seus herdeiros, que são aqueles de cunho personalíssimo do de cujus (ex. prestação alimentícia) ou aqueles vinculados a termo certo, como o usufruto, que é o direito real de natureza patrimonial.
SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL E SUCESSÃO A TÍTULO SINGULAR
Sucessão a título universal: Transfere ao sucessor a totalidade do patrimônio do de cujus ou uma fração determinada dele, abrangendo tanto o seu ativo como o seu passivo. A sucessão universal designa o herdeiro, que é aquele que sucede o falecido numa posição indeterminada de bens. Ela somente pode decorrer da morte, pois a ninguém é lícito transferir a totalidade do patrimônio em vida. 
Sucessão a título singular: dá origem à figura do legado, que é especificação de um ou algum bens ou de algumas vantagens, por força de um testamento. Não necessariamente o legado se consubstancia em um bem objetivamente identificado. Pode se consubstanciar em uma vantagem – ex. o testador deixa determinado que os estudos de determinada pessoa sejam custeados pela herança.
O legado, em regra, surge por força de um testamento. Mas nada impede que a lei crie o legado, que é chamado de “legado ex lege”, conforme preceitua o art. 1.786 do Código Civil, ou seja, a lei determina que determinado bem fique com alguma pessoa.
A diferença entre o sucessor a título universal e o a título singular, consiste na responsabilidade do herdeiro (universal) por ser responsável pela parcela das dívidas correspondentes à fração do ativo que recebe; as dívidas existentes no momento da abertura da sucessão, enquanto que o legatário (singular) não recebe uma fração determinada e nem deve pagar uma parcela dos débitos, os quais, só serão por ele pagos, se o de cujus tiver expressamente onerado o legado.
A sucessão legítima sempre será a título universal (quota parte).
A sucessão testamentária poderá ser a título universal ou á título singular (legado), dependendo da vontade do de cujus.
 
ABERTURA DA SUCESSÃO
Delação da herança: Fenômeno que representa a “devolução dos bens aos herdeiros”. Significa a transmissão imediata e automática da propriedade dos bens integrantes da herança aos herdeiros, no momento do óbito do “de cujus”. A posse, para o herdeiro, transmite-se “ex lege”, contudo tal fato não ocorre em relação ao legatário. O bem nunca ficará sem proprietário.
O domicílio do falecido firma a competência territorial para a abertura do inventário, mesmo que a morte do falecido tenha ocorrido em local diverso do seu domicílio e os bens estejam situados em lugares diversos.
Se o domicílio do falecido era certo, a sucessão será aberta (inventário) no lugar do último domicílio do falecido, de acordo com o art. 1.785 do Código Civil c/c art. 96, caput, do Código de Processo Civil.
Se o falecido possuirvários domicílios, será competente aquele que primeiro conheceu do inventário, por prevenção, excluindo-se os demais.
Na falta de domicílio certo, excepciona a regra da competência territorial do lugar do domicílio do falecido, será competente o foro da situação dos bens e se estes estiverem situados em locais diferentes, a competência se estabelece no lugar onde ocorreu o óbito, art. 96, inciso I e II do Código de Processo Civil.
LEI APLICÁVEL NO MOMENTO DA MORTE
A sucessão obedece à lei do país em que era domiciliado o falecido, qualquer que seja a situação dos seus bens. As regras aplicáveis serão aquelas quando houve a abertura da sucessão (quando ocorrer a morte do autor da herança).
Exemplo: alguém que faleceu no ano de 2000 sob á égide do Código Civil de 1916, serão aplicados as regras do Código de 1916, mesmo que a abertura do inventário tenha sido requerido na vigência do Novo Código Civil. (abertura da sucessão diferente de abertura de inventário).
Vale registrar que a LICC – Lei de Introdução ao Código Civil, no artigo 10, § 1º, recepcionado pela Constituição Federal, art. 5º XXXX, garantindo como cláusula pétrea determina, como regra, a aplicação da lei brasileira para a sucessão dos bens do estrangeiro. Há uma exceção: aplica-se a lei pessoa do falecido estrangeiro se esta for mais favorável ao cônjuge sobrevivente ou aos filhos brasileiros, ou aqueles que os represente. A lei mais vantajosa para o cônjuge ou para os filhos regerá a sucessão dos estrangeiros com bens situados no Brasil.
DIREITO DE SAISINE OU DROIT DE SAISINE
Princípio de origem francesa, pelo qual se estabelece que a posse dos bens do de cujus se transmite no momento da morte, independentemente de abertura de inventário ou da vontade dos herdeiros, aplicando-se a lei material vigente na data do óbito e neste instante, os herdeiros passam a titularizar as relações jurídicas transmissíveis do falecido. Este princípio acha-se expressamente consagrado no art. 1.784 do CC.
Conseqüências da Saisine: Os herdeiros são investidos na posse e domínio da herança. Adquirem os direitos e obrigações do morto com todas as suas qualidades e vícios – Art. 1.202 e 1.203 do CC.
Obs: Importante ressaltar que alguns renomados autores consideram que com o SAISINE os herdeiros adquirem a propriedade da herança, porém a questão é controvertida uma vez que por ser a herança uma universalidade até a partilha, a propriedade só seria adquirida após o formal de partilha devidamente levado a registro. Porém não há que se negar que aos herdeiros são conferidos todos os elementos da propriedade (usar, fruir, dispor e reaver), sendo o elemento “dispor” mediante autorização judicial (para venda) ou por Cessão de direitos hereditários (gratuita ou onerosa) e sem necessidade de autorizacão judicial, daí sermos partidários da transmissão de “posse e domínio” através do Saisine, sendo a propriedade adquirida após a partilha.
DA ACEITAÇÃO DA HERANÇA
Conceito: é o ato jurídico unilateral ao qual o herdeiro delibera sobre a sua quota na intenção de partilhar os bens confirmando sua intenção de receber o acervo deixado pelo de cujus.
Há três espécies de aceitação:
a) expressa: em que o herdeiro por escrito diz que aceita a herança – art. 1.805, 1ª parte do Código Civil;
b) tácita: quando pratica atos condizentes com sua qualidade de sucessor – art. 1.805, 2ª parte do Código Civil
c) presumida: quando citado permanece silente – art. 1.807 do Código Civil.
A herança poderá ser aceita não se exigindo, contudo, a aceitação expressa. Geralmente a herança é aceita de forma tácita – art. 1.805 do Código Civil. A aceitação é sempre incondicional e total. A aceitação é sempre em benefício de inventário, que é o benefício concedido pela lei ao herdeiro que o patrimônio pessoal dele jamais será atingido pela dívida do espólio, e por essa razão o incapaz não pode renunciar porque nunca terá prejuízo.
O herdeiro ao aceitar a herança, responde pelo passivo, entretanto, apenas até os limites da herança, incumbindo-lhe a prova do excesso do encargo, salvo se houver inventário demonstrando o valor dos bens herdados – artigos 1.792 e 1.821 do Código Civil.
Aceitação em benefício do inventário – Somente os bens da herança respondem pelos débitos do de cujus. Trata-se de uma forma de limitar a responsabilidade do herdeiro, que não responderá pelos débitos e obrigações da herança além dos limites ativos da sucessão. O direito brasileiro presume a aceitação da herança em benefício do inventário, salvo declaração expressa em contrário do herdeiro que queira suportar com seus bens as dívidas do monte. A conseqüência básica e essencial da aceitação da herança em benefício do inventário é a existência de dois patrimônios distintos, sendo um do espólio e outro do herdeiro.
DA RENÚNCIA DA HERANÇA
A renúncia é auto exclusão, o herdeiro não é excluído, ele se exclui. O herdeiro que renunciou não pode ser representado, ou seja, os herdeiros do renunciante não são chamados por representação. Eventualmente os de descendentes do herdeiro renunciante podem herdar por cabeça, se não houver outro herdeiro da mesma classe do renunciante ou se todos da mesma classe renunciaram– art. 1.810 c/c 1.811 do Código Civil. 
Exemplo: Antonio é autor da herança, sendo seus herdeiros, Bruno, Carlos. Bruno é pai de Diogo e Carlos é pai de Eugênio. Bruno falece antes de Antonio, ou seja, pré-morto. Logo após o falecimento de Antonio, Carlos renúncia à herança. Serão, assim, considerados herdeiros, em partes iguais, os netos de Antonio, ou seja, Diogo e Eugênio, pois serão os únicos herdeiros de Antonio na mesma linha sucessória – art. 1.811 do CC.
Se Bruno não fosse pré-morto e Carlos renunciasse à herança, Bruno seria o único herdeiro de Antonio, pois seria o único herdeiro na primeira linha sucessória. Se Carlos renunciou à herança e Bruno é pré-morto, a herança será dividida igualmente entre os dois netos de Antonio, ou seja, em partes iguais, pois tais pessoas serão únicos herdeiros na mesma linha sucessória. Diogo terá, assim, sua posição prejudicada em face da renúncia de Carlos. Se os dois filhos renunciarem à herança deixada por Antonio, esta não irá para mãe Marina, mas sim para os netos de Antonio, únicos herdeiros da subseqüente, pois a ascendência não admite representação. No legado, ocorrendo à renúncia, tal fato acarretará a caducidade da disposição testamentária.
A renúncia a herança tem que ser expressa, veiculada por ato formal (escritura pública ou termo judicial) – art. 1.806 do CC. Não se trata de um negócio jurídico, mas sim de um ato jurídico em sentido estrito, sendo vedado ao renunciante renunciar em parte à herança ou estabelecer condições para tanto. A renúncia não admite condição.
È possível que a mesma pessoa sendo herdeira e legatária renuncie ao legado, sem que isso implique na renúncia da herança ou vice e versa art. 1.808 do CC. 
A renúncia retroagirá à data do falecimento (abertura da sucessão), por isso não chega a ocorrer à delação da herança em favor do renunciante. Este, para efeitos da sucessão, não será considerado de qualquer forma, é como se ele não existisse. A renúncia beneficiará o monte e os demais herdeiros que concorrerem para aquela herança, que serão os proprietários dos bens em razão da delação da herança art. 1.810 do CC;
A renúncia pode ser retratável, caso seja provada a ocorrência de vício de vontade, coação, erro ou dolo.
A renúncia configura ato personalíssimo, não dependendo de vênia conjugal;
Renúncia à favore, translativa ou imprópria – Trata-se, na realidade, da aceitação da herança com uma posterior doação ou cessão gratuita de direitos hereditários. A sucessão está configurada, inclusive com a incidência do respectivo imposto de transmissão, que deverá ser pago pelo doador ou cedente. Sendo os herdeiros do mesmo grau, acresce-se a parte do renunciante à dos outros. Sendo o renunciante o único herdeiro de sua classe, chama-se a classe seguinte, que herdarápor cabeça.
INDIGNIDADE
Conceito: A indignidade é a privação do direito hereditário que a lei impõe aos herdeiros eventuais que cometeram atos ofensivos à pessoa ou à honra do de cujus.
A indignidade é uma penalidade civil, uma sanção civil consistente na exclusão de herdeiro ou legatário da sucessão do de cujus, tendo em vista a prática de atos graves, listados taxativamente no art. 1.814 do Código Civil, contra a pessoa do de cujus.
O novo Código Civil ampliou o rol dos atos considerados graves para incluir aqueles praticados contra à vida de ascendentes, descendentes, cônjuge ou companheiro do de cujus.
A indignidade deve ser pronunciada por sentença, em ação própria movida exclusivamente para esse fim. Essa ação própria, de rito ordinário, deve ser movida pelos interessados na sucessão e só alcança a pessoa indigna, que fica excluída da herança. A lei prevê um prazo decadencial para a propositura da ação de indignidade que é de 4 (quatro ) anos contados a partir do falecimento – art. 1.815, § único.
Quanto à legitimidade, a jurisprudência já se pacificou no sentido de que o Ministério Público não tem legitimidade para a propositura dação.
Os efeitos da indignidade são pessoais, não abrangendo os descendentes do indigno, os quais poderão herdar como representantes de seu ascendente, sendo considerado o indigno, para efeitos da sucessão, como se morto fosse. 
Quanto ao inciso II do art. 1.814 do CC, a maior parte da doutrina defende a obrigatoriedade de sentença penal condenatória para que haja o posterior reconhecimento da indignidade.
Ação de exclusão por indignidade
a) legitimidade ativa: qualquer interessado na sucessão;
b) legitimidade passiva: herdeiro ou legatário que praticam o ato ofensivo;
c) competência: distribuição por dependência do inventário;
d) rito: comum ordinário;
e) prazo: decadencial de 4 anos a contar do saisine;
f) natureza jurídica da sentença: há duas correntes:
g) declaratória art. 1815: doutrina majoritária
h) constitutiva: pois o prazo é de natureza decadencial e vai haver alteração na cadeia sucessória jurisprudência majoritária
Efeitos da sentença de indignidade
O indigno é considerado como se morto fosse, pois a pena não pode passar da pessoa do apenado;
Os herdeiros do indigno recebem no lugar dele representando-o na sucessão do ofendido.
OBS: Quem tem interesse para propor a ação de exclusão no caso de filho que mata o pai é o irmão daquele que matou, sendo que o tutor deverá propor ação sob pena de responder civilmente pela sua omissão, o legitimado poderá ser o próprio tutelado quando atingir a maioridade, ou no caso de destituição do tutor, o próximo tutor também terá legitimidade para a promoção da ação de exclusão.
São consideradas válidas e eficazes as vendas realizadas pelo indigno, pois o terceiro adquirente está de boa-fé, pelo princípio da estabilidade das relações jurídicas e pela teoria da aparência. Portanto, a eficácia desta sentença para o adquirente é ex nunc, pois não retroagirá, mas para os demais herdeiros a sentença de indignidade terá eficácia ex tunc, retroagindo à data do óbito, por isso, os demais herdeiros serão indenizados. Neste caso, os demais herdeiros não sabiam que o alienante era o indigno, conforme art. 1.817 do CC;
O indigno perde o direito de administração e o usufruto legal dos bens herdados por seus filhos, mesmo que esses sejam menores e estejam sob o seu poder familiar, na forma do art. 1816, parágrafo único do CC;
O indigno perde o direito a eventual sucessão dos bens recebidos por seus filhos, art. 1.816 do CC;
O indigno tem o direito de ser ressarcido das benfeitorias necessárias que realizar - art. 1.817, § único parte final;
O indigno tem que restituir os frutos e rendimentos que houver recebido dos bens hereditários;
O indigno pode ser perdoado, somente o ofendido poderá perdoá-lo, pode ser expresso ou tácito, por documento escrito sempre, diz que perdoa o ofendido e o perdão será tácito quando após a prática do ato ofensivo, o ofendido doa bens ou faz testamento beneficiando o indigno. Passar o natal juntos, morar na mesma casa, não é hipótese de perdão – art. 1.818 do CC;
REABILITACÃO DO INDIGNO
É possível que o de cujus, e somente ele, providencie o perdão do indigno ainda em vida, desde que o faca por testamento ou outro ato autêntico. Se assim o fizer, após a morte do ofendido ninguém terá possibilidade de ingressar com a ação. Porém deve-se atentar para que o ofendido a cada motivo promova um perdão, pois a superveniência de uma ofensa não alcança o perdão anterior (art. 1.818 ).
A reabilitacão pode ocorrer expressamente ou tacitamente, conforme art. 1818 parágrafo único, sendo que se o ofendido já sabia a causa da indignidade e contemplou o ofensor em testamento, entende-se neste caso a reabilitação como tácita, fazendo com que o ofensor venha a herdar dentro dos limites da disposição.
DESERDAÇÃO
Conceito: É uma sanção aplicada aos herdeiros necessários pelo ofendido (autor da herança) com a finalidade de privar-lhes da heranca. Também é considerada uma penalidade consubstanciada na exclusão da sucessão dos herdeiros, comandada por testamento e importa a herdeiros necessários, em hipóteses que se adeqüem à taxatividade da lei, previstas nos arts. 1.962 e 1.963 do Código Civil.
A diferença precípua entre indignidade e deserdação é que esta só ocorre em relação aos herdeiros necessários, ou seja, descendentes e ascendentes e só pode ser feito por meio de testamento. Do ponto de vista prático, enquanto a deserdação é feita em vida pelo ofendido, a indignidade só poderá ser proposta após a morte do ofendido, se o mesmo não o houver reabilitado por testamento ou outro ato autêntico.
 
A deserdação não se opera automaticamente, dependendo de sentença judicial reconhecendo a vontade da cláusula disposta no testamento, proferida em procedimento próprio, com a garantia da ampla defesa do deserdado. Quanto aos efeitos, não há expressa previsão a esse respeito no Código Civil, sendo que a maior parte da doutrina entende que os efeitos são os mesmos da indignidade. 
Obs.: O cônjuge nunca poderá ser deserdado por motivos de deserdação (1.962 e 1.963 CC/02), apenas por motivos de indignidade, pois se este comete qualquer das causas que leva, a deserdação, é causa de separação litigiosa com culpa, e se este não o fez é hipótese de perdão.
È condição de procedibilidade, o testamento válido com a expressa menção da causa que gerou a deserdação:
Legitimidade ativa: qualquer interessado na sucessão;
Legitimidade passiva: descendente ou ascendente;
Rito: comum ordinário;
Competência: distribuição por dependência do inventário;
Prazo: decadencial de 4 (quatro) anos;
Causas que podem ocorrer a deserdação: ofensa física, injúria grave, relações ilícitas com a madrasta, com padrasto, com a mulher ou companheira do filho ou a do neto e vice-versa, desamparo do descendente e ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
HERANÇA JACENTE – HERANÇA VACANTE
Conceito: A herança será considerada jacente quando alguém falecer sem deixar herdeiros conhecidos, ou seja, a ordem proclamada pelo art. 1.829 do Código Civil, devendo ser adotado um procedimento para verificação ou não de herdeiros, conforme preceitua o art. 1.819 do Código Civil.
A herança jacente é reconhecida como uma pessoa formal, mas não tem personalidade jurídica, nomeando o juiz um curador, para administração dos bens, que serão arrecadados através do procedimento de jurisdição, previsto no art. 1.142 do Código de Processo Civil, o qual poderá ser iniciado de ofício pelo juiz, sendo uma exceção à regra geral de que o juiz não pode iniciar de ofício um procedimento.
Após a arrecadação de todos os bens e a constatação de inexistência de herdeiros, o juiz declarará VACANTE (declaração de vacância), ou seja, vaga a herança, conforme art. 1.820 do Código Civil. Se os herdeiros aparecerem, o procedimento será convolado eminventário.
A herança jacente é a situação que se encontram os bens antes de proferida a sentença no procedimento de jurisdição voluntária iniciado para a verificação dos herdeiros. Com a prolação da sentença, considerando arrecadados os bens e constatada a inexistência de herdeiros, a herança passará a ser denominada de vacante.
Decorridos 5 (cinco) anos após a abertura da sucessão (momento da morte, do óbito), os bens serão incorporados ao patrimônio do município. Enquanto não houver tal incorporação, os bens da herança vacante não poderão ser considerados bens públicos, por isso, em tese, estão sujeitos ao usucapião.
O Superior Tribunal de Justiça tem se posicionado no sentido de não considerar o Município como herdeiro, por isso ele não tem administração e posse dos bens desde a abertura da sucessão. Tanto é assim, que não foi elencado no art. 1.829 do Código Civil, o município como titular desse direito, recebendo somente, justamente pela há ausência de herdeiros.
Se os colaterais não se habilitarem até a declaração de vacância, não poderão mais fazê-lo, pois o efeito da sentença que pronuncia a vacância é o afastamento dos colaterais da sucessão, conforme preceitua o art. 1.822, parágrafo único do Código Civil, porém, os demais herdeiros poderão reivindicar os bens até o momento antes da incorporação ao patrimônio do município.
Com a finalização de todo o procedimento e a transferência dos bens ao município, os herdeiros, não terão mais quaisquer direitos sobre os bens, de acordo com a posição dominante na doutrina, porque o art. 1.158 do Código de Processo Civil refere-se somente à sentença de declaração da vacância, não dizendo a respeito à incorporação ao patrimônio do município. Assim, os herdeiros somente podem pleitear os bens depois de transitada a sentença que declarou à vacância até o momento da efetiva incorporação do bem ao patrimônio do município, mas há que se analisar, sempre, o caso concreto, pois pode ser sustentada uma eventual nulidade no procedimento de arrecadação de bens.
SUCESSÃO POR AUSÊNCIA
Normalmente a abertura da sucessão dá-se com a morte real, porém excepcionalmente em caso de ausência, onde a pessoa desaparece sem que se possa provar a morte, a lei permite a abertura da sucessão, primeiro a provisória e, depois, a definitiva, mediante arrecadação dos bens e curadoria dos mesmos.
Para que esse fato tenha efeitos jurídicos, necessário se faz à provocação do Judiciário pelo interessado ou pelo Ministério Público, para que seja declarada ausência e nomeado um curador para administrar os bens do ausente, preservando os bens deixados pelo ausente, sendo nomeado curador:
a) o cônjuge, desde que não separado judicialmente ou, de fato, por mais de dois anos; 
b) em sua falta, o pai, a mãe ou os descendentes, nessa ordem, precedendo os mais próximos os mais remotos; 
c) na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz à escolha do curador. (dativo)
Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos, havendo ele deixado representante ou procurador, podem os interessados, requerer a abertura da sucessão provisória, que será por sentença de abertura da sucessão provisória, deve ser registrada no Registro Civil de Pessoas naturais, no cartório do domicílio anterior do ausente, produzindo os mesmos efeitos do registro de interdição, conforme art. 26 do CC
A curadoria cessa, por sentença averbada no livro de emancipação, interdições e ausência: 
a) comparecendo o ausente, seu procurador ou quem o represente; 
b) sobrevindo certeza da morte do ausente; 
c) sendo aberta a sucessão provisória.
Consideram-se interessados legitimados para requerer a abertura da sucessão provisória, aqueles previstos no art. 27 do CC: 
a) o cônjuge não separado judicialmente; 
b) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
c) os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
d) os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Poderá a sucessão provisória converte-se em definitiva se satisfeitas as seguintes condições: 
a) quando houver certeza da morte do ausente; 
b) a requerimento dos interessados, dez (10) anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória, com o levantamento das cauções prestadas – art. 37 do CC; 
c) provando-se que o ausente conta 80 (oitenta) anos de nascido, e que de 5 (cinco) datam as últimas notícias suas, note-se que a disposição não tem natureza alternativa, de modo que as duas exigências — o ausente contabilizar 80 (oitenta) anos e suas últimas notícias datarem de cinco anos — devem figurar simultaneamente para a incidência do comando legal, art. 38 do CC;
Autorizada a abertura da sucessão definitiva, presume-se a morte do ausente, porém a conversão não é desde logo tão definitiva quanto a denominação dá a entender.
O nosso ordenamento jurídico encara a ausência como fenômeno transitório, embora capaz de deflagrar a sucessão provisória e, em seqüência, a sucessão definitiva. A abertura da sucessão definitiva e a conseqüente entrega do patrimônio do ausente aos interessados não implicam, necessariamente, o perdimento ou a transferência irreversível do patrimônio do suposto morto para os sucessores.
Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão somente os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo, art. 39 do CC.
Há, porém um limite temporal de dez anos a essa reversibilidade, em homenagem à segurança e a certeza das relações que se consolidaram ao longo do período da ausência. O regresso do ausente, após os dez anos subseqüentes à abertura da sucessão provisória, não lhe conserva o acervo patrimonial, porque agora a transferência dos seus bens que se operou, está definitivamente consolidada e coberta pela intangibilidade, por força da decadência, isto é, extinção de um direito por haver decorrido o prazo legal prefixado para o seu exercício.
FORMAS DE SUCEDER
Sempre deve ser feita a seguinte pergunta: Existe alguém com capacidade sucessória entre os herdeiros e ao autor da herança? Há duas respostas possíveis:
Não existe ninguém entre eles com capacidade sucessória, os herdeiros recebem por direito próprio.
Existe alguém entre eles com capacidade sucessória, o mais afastado recebe por representação.
Por direito próprio: são aqueles que herdam através da ordem de vocação hereditária prevista no art. 1.829 do CC.; 
Por direito de representação – é cabível nas ocasiões em que há concorrência pela herança, entre os parentes do falecido, quando não estão no mesmo grau. Exemplo: um dos filhos do de cujus é declarado indigno por sentença, a sua filha (neta do morto) representará o pai na sucessão do avô. Tem-se, então uma hipótese de concorrência da neta (descendente em segundo grau) com os filhos (descendentes em primeiro grau). 
O mesmo ocorrerá se a hipótese for de pré-morte ao invés de indignidade. Note que a neta é convocada não por sua condição de parente de segundo grau, mas pelo fato de ser filha de um dos filhos do de cujus.
Regras específicas da representação:
Está prevista no art. 1.851 do Código Civil, quando são chamados certos parentes (representantes) do falecido (representado) a suceder em, todos os direitos em que ele sucederia se vivo fosse. 
O falecido na hipótese acima é justamente a pessoa que, em condições normais, herdaria, mas que por ter falecido antes do de cujus (ou ter sido declarada indigno de herdar) será representada por certos parentes seus, que herdarão exatamente o que representado herdaria;
Importa ressaltar que esses parentes são necessariamente descendente do representado e dividirão por igual a parte que caberia a este, conforme art. 1.854 do CC.
O direito de representação sempre ocorre na linhadescendente, nunca se verifica na linha ascendente – art. 1.852 do CC.; e na linha colateral só ocorre em uma situação art. 1.853 do CC.
Por direito de transmissão: È verificada através da morte do herdeiro pós-morto (sucessor do falecido após o óbito do autor da herança) por um herdeiro seu. 
Exemplo: João falece deixando dois filhos, Karla e Pedro. Sua filha Kátia falece em seguida, sem manifestar o desejo de renunciar ou aceitar a herança deixada por seu pai, autor da herança. Kátia possuía três filhos, Sandro, Márcia e Christiam como seus únicos e herdeiros e netos do autor da herança. Na sucessão do primeiro falecido, pai de Kátia, haverá a sucessão por transmissão dos bens de João aos seus netos Sandro, Márcia e Christiam, porque a falecida Kátia adquiriu os direitos sucessórios sobre o patrimônio de seu pai, mas não chegou a aceitá-lo. Kátia transmitirá para os seus três filhos o direito de aceitar ou de renunciar à sucessão de João. Se Kátia fosse pré-morta, os seus filhos receberiam por direito de representação e a partilha seria por estirpe.
Portanto, a herdeira Kátia transmitiu aos seus filhos, o direito de manifestar a aceitação ou renúncia dos bens, ficando dividido o acervo hereditário de João da seguinte forma: 50% dos bens para Pedro, que herdará por direito próprio e os outros 50% será partilhado por direito de representação para os três filhos de Kátia partilhando por estirpe. Cabe ainda acrescentar que na hipótese citada, os representantes deverão primeiramente deliberar sobre a sucessão da mãe (Kátia) para depois aceitar ou renunciar a heranca do avô 9art. 1.809 parágrafo único )
FORMAS DE PARTILHAR
Por cabeça – quando todos os herdeiros forem da mesma classe – 1º grau, 2º grau. 
Exemplos 1: João falece e deixa 3 (três) filhos. Os filhos herdarão por direito próprio, pois não há ninguém entre eles com capacidade sucessória, a partilha será por cabeça, pois todos os três são parentes de 1º grau do morto, são os mais próximos, entre os iguais, tratamento igual, 1/3 para cada filho, recebem por direito próprio por cabeça.
Exemplo 2: João antes de falecer, já tinha três filhos pré-mortos (Joaquim, Carlos e Eugênio). Joaquim possuía dois filhos (Amaro e Flávia); Carlos possuía dois filhos (Carmem e Katia) e Eugênio possuía um filho (Antonio). Dessa forma, os netos herdarão por direito próprio, pois todos são parentes de 2º grau do morto, sucedem de forma igual, então será 1/5 para cada neto, recebem por direito próprio e a partilha será por cabeça.
Na renúncia como é ato de liberalidade, a pessoa renuncia porque quer, e por isso, é considerado como se o herdeiro jamais tivesse existido, a parte que caberia ao filho renunciante, acresce à dos outros herdeiros, que herdarão por direito próprio e a partilha será por cabeça, conforme art. 1.810 do CC.
Exemplo 1: Renúncia de um dos filhos. João possui 3 (três) filhos, Joaquim, Carlos e Eugênio. João falece e Eugênio que possuiu dois filhos (Diego e Karla) renuncia a herança. Joaquim e Carlos recebem por direito próprio e a partilha será por cabeça, de forma igual, pois são parentes do mesmo grau (1º grau) e ainda receberá a parte que caberia a Eugênio que renunciou à herança, com base no art. 1.810 do CC. Os netos de João não receberão a herança, tendo em vista a renúncia de seu pai Eugênio.
Exemplo 2: Renúncia de todos os filhos. João falece, deixando três filhos, Joaquim, Carlos e Eugênio que renunciam à herança. Joaquim possui dois filhos (Amaro e Flávia), Carlos possui dois filhos (Carmem e Katia) e Eugênio possuiu um filho (Antonio). Como não há ninguém entre os netos, receberam por direito próprio e como são todos parentes do mesmo grau (2º grau), a partilha será por cabeça, cabendo a cada um 1/5 da herança, na forma do art. 1.811 do CC.
Por estirpe – Quando houver concorrência com classes diferentes, pois aos desiguais, terá tratamento desigual. 
Exemplo: João falece deixando 3 (três) filhos, Joaquim, Carlos e Eugênio que é pré-morto e possui um filho, Diego. Em relação a Joaquim e Carlos não há ninguém, então receberam por direito próprio e a partilha será cabeça, pois Joaquim e Carlos são parentes de 1º grau do morto. Em relação a Diego, como seu pai é pré-morto, receberá por representação e a partilha será por estirpe, pois Diego é parente em 2º grau do morto. O mesmo ocorrerá quando o filho for indigno ou deserdado, é tido como pré-morto.
 Por linhas – É a forma de partilhar exclusiva da sucessão dos ascendentes, em que vigora o princípio do grau mais próximo afasta o mais remoto. Por vedação legal não há direito de representação na classe dos ascendentes. Nesta forma de partilhar, os bens são divididos pelas duas linhas ao meio a paterna e a materna – cada uma com direito a receber 50% do valor do monte se ambas concorrerem à sucessão.
Exemplo 1: Uma pessoa falece deixando apenas pai e mãe. Cada um deles receberá a metade do patrimônio do finado, independentemente de serem casados ou do regime de bens entre eles convencionado.
Havendo representante em só uma das linhas, paterna ou materna, o ascendente em grau mais próximo afastará o mais remoto, sucedendo na totalidade dos bens.
Exemplo 2: João falece, deixando vivo sua mãe Catarina e seus avós paterno e materno e pai pré-morto. A mãe do falecido, Catarina receberá a totalidade da herança, por direito próprio, por pertencer ao grau mais próximo e por inexistir direito de representação nesta classe. Os avós nada receberam, com base no art. 1.836, § 1º do CC.
Exemplo 3: João falece, deixando vivos seus avós paterno e materno, tendo em vista, que sua mãe já falecera. Os avós paternos recebem 50% e os outros 50% caberão aos avós materno – art. 1.836, § 2º do CC.
 
ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
É a relação preferencial estabelecida pela lei a certas pessoas que são chamadas a suceder o finado, prevista no art. 1.829 do Código Civil. O testamento pode, em todo ou em parte, alterar essa ordem, a qual, entretanto, não poderá ser alterada integralmente se existirem herdeiros necessários. Trata-se, assim, de uma relação preferencial, estabelecida em lei, que só vai ceder diante da hipótese de existência de testamento. 
A partir do art. 1.845 do CC, o cônjuge também é considerado herdeiro necessário, concorrendo com o descendente do sucedido (filhos, netos, bisnetos, trinetos) sendo que os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação (art. 1.833 do CC). Assim sendo, serão chamados na seguinte ordem:
Em primeiro lugar serão chamados os filhos a suceder o autor da herança;
Na falta dos filhos, chamar-se-ão os netos e posteriormente os bisnetos, ressalvados os casos de representação.
Obs.: O neto mesmo sendo parente em linha reta descendente em segundo grau do finado, exclui o genitor deste (os avós), parente de 1º grau na linha reta ascendente do autor da herança.
Portanto, se o cônjuge sobrevivente for casado pelo regime da comunhão universal de bens, separação legal obrigatória e comunhão parcial de bens quando todos os bens forem adquiridos na constância da sociedade conjugal, não há concorrência, pois ele já é meeiro.
Contudo, o cônjuge concorrerá quando for casada pelo regime da separação total de bens (pacto antenupcial), participação final nos aquestos ou na comunhão parcial com bens particulares, ou seja, se já possuía bens ao se casar, ou lhe sobrevierem bens, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub rogados em seu lugar (art. 1.659, I do CC).
SUCESSÃO DOS DESCENDENTES
Quanto aos filhos, na linha descendente, não há qualquer distinção entre os irmãos germanos e unilaterais (art. 227 parágrafo 6 da CF). Todos herdarão do pai e da mãe da mesma forma e nas mesmas proporções, com igualdade absoluta para efeitos da sucessão. Entre eles, há distinção, apenas, na sucessão entre colaterais, onde os irmãos unilaterais herdarão o correspondente à metade dos irmãos bilaterais ou germanos, o que não viola o princípio contido no art. 227, parágrafo 6 da CF, uma vez queo dispositivo constitucional veda a discriminação entre os filhos, não havendo que se cogitar de descriminação entre irmãos germanos e unilaterais, quando se outorga aos primeiros maiores direitos sucessórios do que aos segundos, quando aberta a sucessão entre os irmãos.
Art. 1.835 do CC – na linha descendente, a forma de divisão da herança variará de acordo com os graus dos herdeiros. Se todos os herdeiros de 1º graus estiverem vivos, a sucessão será por cabeça (todos receberão em partes iguais). Se um herdeiro de 1º grau concorrer com outros de 2º grau, a herança será por estirpe, ou seja, os herdeiros de 2º grau herdarão a mesma parte que caberia ao seu ascendente pré morto, indigno ou deserdado. Se só existirem herdeiros de 2º grau, todos herdarão por cabeça novamente e assim por diante. 
SUCESSÃO DOS ASCENDENTES
Art. 1.836 do CC – na classe dos ascendentes, os mais próximos afastam os mais remotos, não havendo possibilidade de representação na linha ascendente. Se um dos pais estiver vivo, ele herdará tudo apesar de ainda vivos os seus sogros.
Se concorrerem ascendentes do mesmo grau, caberá à cada linha sucessória metade da herança (avós maternos receberão metade e avós paternos também). Mesmo que apenas um dos avós maternos ou paternos concorra com dois avós da outra linha, a herança deverá ser dividida entre duas partes idênticas, cabendo ao ascendente viúvo metade, e aos outros ascendentes a outra metade.
SUCESSÃO DO CÔNJUGE
Com relação a figura do cônjuge, o Novo Código Civil o elevou à categoria de herdeiro necessário (art. 1.845), concorrendo com os descendentes e ascendentes, não podendo ser afastado por testamento. O cônjuge, a partir da vigência do NCC passará a concorrer com os ascendentes e descendentes do falecido. Com o novo Código Civil houve uma ampliação dos direitos sucessórios do cônjuge, inclusive com modificações nos institutos do direito real de habitação e no usufruto vidual.
A sucessão dos companheiros não está prevista no art. 1.829, mas sim no art. 1.790 do CC
Logo, ao cônjuge caberá, necessariamente, a metade dos bens da herança (legítima), na falta de descendentes e ascendentes.
O cônjuge ainda ocupa a 3ª (terceira) posição na ordem de vocação hereditária, após os descendentes e os ascendentes. Todavia, em certos casos, o cônjuge herdará em concorrência com os descendentes ou com os ascendentes.
A questão que mais atormenta a doutrina e jurisprudência atualmente diz respeito à vocação sucessória do cônjuge separado de fato. Tecnicamente, não há solução prevista pelo CC para essa controvérsia. Os tribunais tem se posicionado no sentido de afastar o cônjuge sobrevivente da sucessão se a separação de fato for evidente, inequívoca e irreversível, não entrando na colação o bem adquirido pelo cônjuge após separado de fato.
No art. 1.830 do CC dispõe que o direito sucessório do cônjuge sobrevivente só será reconhecido se não estava ao tempo da morte do outro, separado de fato ou judicialmente há mais de 2 (dois) anos.
O art. 1.829 do novo Código Civil dispõe sobre a ordem de vocação hereditária, nos seguintes termos:
Art. 1.829 - "A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais".
DO REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Quando o regime de bens for o da comunhão universal o cônjuge sobrevivente, não concorrerá com os descendentes, pois, por força desse regime, receberá metade do patrimônio do casal, pois o cônjuge já está protegido pela sua meação e a outra metade será partilhada entre os outros herdeiros (descendentes) e se não houver, passe-se a classe seguinte (ascendente).
Exemplo: meação do cônjuge e meação dos herdeiros descendentes – art. 1.829, I do CC. Um casal possui patrimônio total de R$ 300.000,00 e dois filhos comuns do casal.
R$ 150.000,00 – referente à meação da viúva;
R$ 150.000,00 – referente aos dois filhos comuns, cabendo a cada um o valor de R$ 75.000,00.
DO REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS
O cônjuge não concorrerá com os descendentes, caso seja casado pelo regime da separação obrigatória de bens, previsto no art. 1.641, in verbis:
a) Pessoas que contraírem o matrimônio sem observar as causas suspensivas – art. 1.523 CC; b) A pessoa maio de sessenta anos; c) a todos que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Tal situação representa uma injustiça, tendo em vista que no regime da separação obrigatória de bens, ocorre uma verdadeira mitigação da escolha do regime de bens, pois é imposto pela lei a determinadas pessoas ou situações que estejam vivendo naquele momento.
Em regra, não faria sentido, com efeito, permitir ao cônjuge sobrevivente eventualmente receber, a título de herança, os mesmos bens que não podiam comunicar-se no momento da constituição do vínculo conjugal.
Na forma da Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal, "no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento". A prevalecer esse entendimento, na nova ordem civil, ao cônjuge sobrevivente competirá metade dos bens adquiridos na constância do matrimônio, se verificada a existência de aquestos (aplicando-se a regra do regime da comunhão parcial de bens). Logo, desnecessário seria atribuir-lhe, em concorrência com os descendentes, mais alguma cota da herança.
Os bens adquiridos na constância da sociedade conjugal só comunicam, se não forem sub rogados a bens anteriores já existentes. 
DO REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS EM RELAÇÃO AOS BENS COMUNS.
Dessa forma, se o autor da herança falecer, deixando descendentes comuns e cônjuge, o cônjuge sobrevivente terá direito a meação e os demais herdeiros o direito a outra metade da herança, recebendo por direito próprio e a partilha será por cabeça. Nesse regime, o cônjuge não é herdeiro.
O cônjuge em concorrência com 02 (dois) filhos 
Exemplo 1: João casado pelo regime da comunhão parcial de bens com Maria, possuindo dois filhos bilaterais. Adquiriram bens na constância do casamento no valor total de R$ 100.000,00. Como ficará a partilha?
Maria e os filhos sucedem por direito próprio e a forma de partilhar será a seguinte: Meação da Maria R$ 50.000,00 e meação dos filhos R$ 50.000,00, cabendo a cada um o valor de R$ 25.000,00. 
O cônjuge em concorrência com 03 (três) filhos 
Exemplo 2: João Casado pelo regime da comunhão parcial de bens com Maria, possuindo três filhos bilaterais. Adquiriram bens na constância do casamento no valor total de R$ 100.000,00. Como ficará a partilha?
Todos sucedem por direito próprio e partilham por cabeça, cabendo ao cônjuge sobrevivente R$ 50.000,00 e aos filhos R$ 50.000,00, cabendo a cada filho o montante de R$ 16.666,66.
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS EM RELAÇÃO AOS BENS PARTICULARES DO AUTOR DA HERANÇA.
O cônjuge quando for ascendente dos herdeiros da herança, concorrerá com os herdeiros nos bens particulares, não podendo receber cota inferior a ¼ do monte. Isso só ocorrerá quando o autor da herança deixar mais de 3 herdeiros, pois, nesse caso, o cônjuge não é meeiro, mas sim herdeiro, conforme art. 1.832 do CC.
Exemplo 1: João Casado pelo regime da comunhão parcial de bens com Maria, possuindo 4 filhos bilaterais, possuindo bens particulares no valor total de R$ 100.000,00. Como ficará a partilha?
Todos sucedem por direito próprio e a partilha será por cabeça, cabendo ao cônjuge ¼ da herança, ou seja, R$ 25.000,00 e 4 (quatro) filhos será partilhado o valor de R$ 75.000,00, cabendo a cada um o valor de R$ 18.750,00, art. 1.832 parte final, pois, nesse caso, o cônjuge sobrevivente é ascendente dos herdeiros, sendo-lhe assegurado ¼ da herança.
Se entre os herdeiros houver filhosbilaterais (germanos), concorrendo com filho unilateral, mesmo que seja somente um filho, a regra da reserva da cota de ¼ para o cônjuge cai por terra e será partilhado de igual forma para todos os herdeiros.
Observação: Portanto, se o cônjuge não for ascendente de todos os herdeiros, ou seja, se for madrasta ou padrasto, não deverá se beneficiar do mínimo legal, não se aplicando a regra do art. 1.832 do CC.
A igualdade de quinhões a que se refere o art. 1.832 do CC é a existente entre o cônjuge e os descendentes que herdarem por direito próprio. Não haverá igualdade se a morte de um dos descendentes antecedeu à morte, deixando filhos, que receberão por representação.
Exemplo 2: João casado pelo regime da comunhão parcial de bens com Maria, possuindo 4 filhos, sendo um filho unilateral, possuindo bens particulares no valor total de R$ 100.000,00. Como ficará a partilha.
Todos sucedem por direito próprio e partilha será por cabeça, cabendo a cada um o montante de R$ 20.000,00.
Na verdade, diante das ressalvas legais, somente nas hipóteses de regime de separação convencional de bens; comunhão parcial, existindo bens particulares do falecido; e de participação final nos aqüestos, o cônjuge sobrevivente herdará em concorrência com os descendentes.
Quando concorre com os descendentes, o cônjuge sobrevivente possui o direito de herdar quinhão igual aos do que sucederem por cabeça, sendo certo que sua cota não poderá ser inferior à quarta parte da herança, caso seja ascendente dos descendentes sucessíveis, segundo o art. 1.832 do novo Código Civil:
Art. 1.832 - "Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual aos do que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer".
Exemplificando, se o cônjuge for ascendente dos descendentes que participarem da sucessão, terá direito a, no mínimo, 1/4 (um quarto) da herança, isto é, havendo 4 (quatro) ou mais herdeiros, o cônjuge receberá, ao menos, aquela cota (1/4). O restante (3/4) será dividido pelos descendentes. Se o número de herdeiros for igual ou inferior a 3 (três), o cônjuge adquirirá quinhão idêntico aos dos descendentes. Todavia, se o cônjuge não for o ascendente dos descendentes sucessíveis, receberá independente do número de herdeiros, cota igual a dos descendentes.
CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE COM OS ASCENDENTES QUALQUER QUE SEJA O REGIME DE BENS.
Na classe ascendente, os mais próximos afastam os mais remotos – art. 1.836, § 1º do CC, não havendo possibilidade de representação na linha ascendente, conforme art. 1.852 do CC.
Se o autor da herança falecer sem deixar descendente e nem cônjuge sobrevivente, a herança será partilha entre os ascendentes, cabendo a partilha por linha sucessória, metade da herança para a linha materna e paterna.
Se autor da herança falecer e não deixar descendente e nem cônjuge sobrevivente e deixar somente a sua mãe viva e seu pai pré morto, herança ficará na sua totalidade para sua mãe, pois na linha ascendente não há direito de representação, portanto, os seus avos paternos não recebem, por não existir direito de representação (art. 1.852 do CC) e ainda, por sua mãe estar na linha mais próxima, exclui automaticamente a mais remota, conforme art. 1.836,§ 1º do CC. 
Na sucessão dos ascendentes, esses sempre sucederão por direito próprio, nunca por representação e sua partilha será por linha, isto é, ½ para a linha materna e ½ para a linha paterna. A partilha por linha é modo peculiar da partilha dos ascendentes.
Não existindo descendentes, o cônjuge concorre para a herança com os ascendentes, nos termos do art. 1.837 do novo Código Civil:
Art. 1.837 - "Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau".
Em concorrência com ascendente, pouco importa o regime de bens do casal. Em qualquer hipótese, o cônjuge supérstite possui o direito de herdar uma quota da herança, independente, por óbvio, da sua meação já prevista nos regimes em que ele já é meeiro.
Quando o autor da herança falecer e não deixar descendentes, serão chamados os ascendentes do autor da herança. Se o cônjuge sobrevivente era casado pelos regimes da comunhão universal de bens, separação obrigatória de bens (Súmula 377 do STF) e comunhão parcial de bens - nos aquestos, ele já é meeiro, concorrendo com os ascendentes na outra metade de acordo com o art. 1.837 do CC. 
Exemplo 1: João falece inexistindo descendente, deixando, porém ascendentes vivos. João era casado pelo regime da comunhão universal de bens com Joana, com patrimônio total de R$ 300.000,00, como ficará a partilha:
Maria tem direito a meação pelo seu regime bem, ou seja, terá direito a R$ 150.000,00 e serão chamados a sucessão o ascendente, de acordo com o art. 1.836 do CC, concorrendo com os sogros na meação de R$ 150.000,00. Como Maria (cônjuge) esta concorrendo com os ascendentes do autor da herança (sogros), caberá a ela 1/3 da outra metade de R$ 150.000,00. 
Maria recebe por direito próprio e partilha será por cabeça, cabendo a ela a meação no valor de R$ 150.000,00 e 1/3 da outra meação, no valor de R$ 50.000,00, em concorrência com os ascendentes do autor da herança (sogros) que sucederão por direito próprio e a partilha será por linha (materna e paterna), de acordo com o art. 1.836 § 2º do CC, cabendo a cada sogro o valor de R$ 50.000,00, de acordo com o art. 1.837, 1ª do CC. 
Se os ascendentes forem os pais do falecido, ou seja, os sogros do cônjuge, caberá ao cônjuge um terço da herança (art. 1.837 do CC 1ª. Parte). Entretanto, se apenas o pai ou a mãe, um dos dois, estiver vivo ou for excluído da sucessão, o cônjuge possuirá o direito à metade dela (art. 1.837 do CC 2ª. Parte). 
Exemplo 2: João falece inexistindo descendente, deixando, porém deixando somente seu pai vivo. João era casado pelo regime da comunhão universal de bens com Joana, com patrimônio total de R$ 300.000,00, como ficará a partilha:
Maria tem direito a meação pelo seu regime bem, ou seja, terá direito a R$ 150.000,00 e será chamado à sucessão o ascendente, ou seja, de acordo com o art. 1.836 do CC, concorrendo com o sogro, cabendo-lhe metade do valor de R$ 150.000,00, pois esta concorrendo somente com o seu sogro, cabendo-lhe a ½ da outra metade, pois Maria (cônjuge) esta concorrendo com o seu sogro, ascendente do autor da herança.
 
Maria recebe por direito próprio e partilha será por cabeça, cabendo a ela a meação no valor de R$ 150.000,00 e 1/2 da outra meação, no valor de R$ 75.000,00, em concorrência com o seu sogro, ascendente do autor da herança, que sucederá por direito próprio e a partilha será pela linha paterna, tendo em vista que na sucessão dos ascendentes a linha próxima exclui a mais remota (Art. 1.836 § 1º do CC). Caberá a Maria o valor total de R$ 225.000,00 e ao seu sogro o valor de R$ 75.000,00, de acordo com o art. 1.837, 2ª do CC. 
Se um dos pais do falecer antes do autor da herança, ao cônjuge sobrevivente caberá a metade da herança, pela concorrência existente no art. 1.837 2ª do CC.
Da mesma forma, se o(s) ascendente(s) for (em) acima do primeiro grau, o cônjuge terá sempre o direito à metade da herança.
NA FALTA DOS DESCENDENTES, CHAMA-SE OS ASCENDENTES, NA FALTA DOS ASCENDENTES, O CÔNJUGE HERDA A HERANÇA NA SUA TOTALIDADE, SALVO SE HOUVER HERANÇA TESTAMENTÁRIA, conforme art. 1.838 do CC.
DIREITO REAL DE HABITAÇÃO
No Código Civil de 1.916 só seria concedido direito real de habitação ao cônjuge sobrevivente se fosse casado pelo regime da comunhão universal de bens, pois teria direito a meação, havendo condição resolutiva, enquanto fosse vivo e permanecesse viúvo (art. 1.611 do CC de 1.916). 
Esse direito será concebido seja ao cônjuge sobrevivente seja qual for o regime de bens, não havendo condição resolutiva para atribuir tal direito ao cônjuge sobrevivente, entendendo parte da doutrinaque se vier a se casar de novo ou passar a viver em união estável, permanecerá com o direito real de habitação, pois já o exercia no momento da morte do autor da herança, de acordo com o art. 1.831 do CC.
No direito real de habitação o nu proprietário terá a propriedade despojada da fruição, do uso, do gozo e da alienação, contudo o detentor (cônjuge sobrevivente) do direito real de habitação tem a obrigação de residir no bem gravado, ou seja, de usar o bem, não podendo sequer alugá-lo, sob pena de caducidade do instituto. 
Requisitos para a concessão do direito real de habitação: a) qualquer regime de bens (Código de 2002); b) a sucessão da propriedade dos bens cabem aos descendentes ou ascendentes; c) que o espólio só possua apenas um único imóvel de natureza a inventariar, podendo haver outros bens de natureza diversa; d) o cônjuge deveria exercer esse direito no momento da morte do autor da herança.
SUCESSÃO DOS COLATERAIS
Na falta de cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830 do CC, serão chamados os colaterais até o 4º (art. 1.592 do CC) incluem-se nesses, pela ordem, irmãos, sobrinhos, tios e primos, de acordo com o art. 1.839 do CC. Na sucessão dos colaterais, primeiro são chamados os colaterais próximos, ou seja, os de 2º grau que são os irmãos do morto, devendo se verificar se os mesmos são bilaterais (germanos) ou unilaterais; no 3º grau os sobrinhos (na linha descendente) e tios (linha ascendente) e no 4º grau os sobrinhos netos (linha descendente) tios avôs (linha ascendentes).
Observação: irmão (colateral - 2º grau); sobrinho e tio (colateral 3º grau); primo (colateral 4º grau);
Há distinção entre os irmãos bilaterais (germanos) e os unilaterais (somente um genitor comum). Os irmãos germanos sempre receberão o dobro que couber aos irmãos unilaterais – art. 1.841 do CC. É importante destacar que tal tratamento não é inconstitucional, entendimento esse pacífico na doutrina. Não está sendo questionada a igualdade entre filhos, mas sim entre irmãos, sendo pertinente a concessão de privilégios aos irmãos bilaterais em detrimento aos unilaterais, valorizando, assim, a família.
Os irmãos sucedem por direito próprio e partilham por cabeça, independentemente se forem bilaterais ou unilaterais, havendo distinção no valor da partilha, onde os irmãos bilaterais recebem o dobro do unilateral (art. 1.842 do CC).
Na classe dos colaterais os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido somente aos filhos dos irmãos, ou seja, aos sobrinhos do morto, que são parentes em 3º grau. 
Só existe direito de representação na linha colateral, quando os sobrinhos são chamados à sucessão pelo direito de representação e partilham por estirpe, em concorrência com o irmão vivo do falecido, art. 1.840 do CC c/c art. 1.853 do CC.
O tio só sucederá na falta de irmãos e sobrinhos na forma do art. 1.843 do CC caput.
Se todos os irmãos falecerem, os sobrinhos são chamados a sucessão, não por representação, pois a classe anterior foi toda extinta, sucederão pode direito próprio e partilha será por cabeça, conforme art. 1.843 § 1º do CC.
Exemplo 1: Tício faleceu deixando três irmãos, sendo um bilateral e dois unilaterais, deixou herança no total de R$ 100.000,00. O bilateral receberá R$ 66.666,66 e os unilaterais receberão o valor de R$ 33.333,33 cada um.
Exemplo 2: Caio falece deixando dois irmãos pré mortos, Mévio e Tício. Tício era irmão bilateral, possuindo dois filhos (Vera e Paulo) e Mévio irmão Unilateral, possuía um filho (Carlos). A herança de Caio soma o total de R$ 100.000,00. Como ficará a herança? Os filhos de Tício receberão o equivalente ao dobro do que receberá o filho de Mévio. 
Tício que era irmão bilateral receberia o valor de R$ 66.666,66 se vivo fosse. Portanto, Vera e Paulo sucedem por representação, conforme art. 1.854 do CC e partilham por estirpe, cabendo a cada um o valor de R$ 33.333,33, conforme art. 1.855 do CC. Mévio receberá a metade do que couber ao seu irmão bilateral, o valor de R$ 33.333,00 se vivo fosse, conforme art. 1.843 § 2º do CC. Portanto, Carlos sucede por representação, conforme art. 1.854 do CC e partilha por estirpe, cabendo a ele o valor de R$ 33.333,00.
Os irmãos sempre sucedem por direito próprio e partilham por cabeça, dividindo-se o patrimônio de forma igualitária se todos forem irmãos bilaterais ou se todos forem unilaterais, conforme art. 1.843 § 3º do CC. 
Se houver concorrência dos irmãos bilaterais com unilaterais a divisão é diferenciada, conforme art. 1.843 § 2º do CC.
Quando houver concorrência à sucessão irmãos do falecido com filhos de irmão (pré morto, deserdado ou indigno) a lei, em desvio à regra geral do mais próximo exclui o mais remoto, privilegia os sobrinhos, através do direito de representação, de acordo com o art. 1.840 do CC. 
A norma contida no art. 1.840 do CC restringiu o direito de representação somente aos sobrinhos quando em concorrência com os irmãos do falecido. Não existe direito de representação para os demais colaterais.
Na sucessão dos sobrinhos e dos tios – ambos são colaterais de 3º grau, porém, no caso de concorrência da herança entre sobrinhos e tios do falecido, apesar de existir igualdade de graus, o art. 1.843 do CC prioriza a sucessão dos sobrinhos e na sua falta herdam os tios.
Exemplo 3: João faleceu, sem descendentes, ascendentes, cônjuge e companheiro, deixando vivos colaterais de 3º grau, ou seja, 05 (cinco) sobrinhos e um tio, irmão de seu pai.
Os sobrinhos sucedem por direito próprio e partilha será por cabeça, cabendo a cada um 1/5 da herança, excluindo o tio do autor da herança, pela regra que prioriza os sobrinhos em face dos tios, mesmo sendo parentes do mesmo grau, conforme art. 1.843 do CC.
Na sucessão dos colaterais de 4º grau, ou seja, os sobrinhos netos, os primos e os tios avós, todos recebem de forma igual não havendo distinção, por direito próprio e divisão por cabeça e sem distinção de bilaterais ou unilaterais. Essa distinção será feita apenas entre os irmãos e em por direito de representação para os sobrinhos.
SUCESSÃO DO COMPANHEIRO SOBREVIVENTE NA UNIÃO ESTÁVEL
A união estável entre homem e mulher constitui entidade familiar digna de proteção do Estado. A previsão teve origem na Constituição Federal de 1988 art. 226 parágrafo terceiro, seguindo-se a regulamentação dos direitos dos companheiros nas Leis ns. 8.971, de 29 de dezembro de 1994, e 9.278, de 10 de maio de 1996.
Por essa legislação especial, o companheiro sobrevivente ocupava posição similar à do cônjuge viúvo, tendo direito a usufruto parcial sobre os bens da herança, se concorresse com descendentes ou ascendentes do falecido, ou à totalidade da herança, se não houvesse descendentes nem ascendentes, além do direito real de habitação sobre o imóvel que lhe servia de residência.
O novo Código Civil trata da união estável de forma confusa no art. 1.723 seguintes e a vocação sucessória do companheiro somente é tratada no art. 1.790, que passa a concorrer no direito de herança apenas sobre os bens havidos onerosamente durante a vida em comum com o falecido parceiro. Isso acontece, porque o legislador confere aos companheiros que vivem em união estável a aplicação do regime da comunhão parcial de bens.
Importa dizer que o companheiro não terá qualquer participação na herança relativa a outros bens, adquiridos antes ou havidos graciosamente (herança ou doação) pelo autor da herança.
Requisitos para a sucessão dos companheiros:
O companheiro sucedendo em concurso com parente ou sozinho, tem que preencher os seguintes requisitos: a) viver em união estável à época do óbito; b) falecer um deles na vigência do Código de 2002; c) a aquisição a título oneroso de bens durante a união estável; d) comprovação em juízo da sua qualidade de companheiro do sobrevivente, cabendo ação declaratória, pelo rito comum ordinário, havendo litígio entre os sucessores. 
O art. 1.790 do Código Civil dispõe que a sucessão do companheirolimita-se aos bens adquiridos onerosamente na vigência da União Estável, em nada importando o regime patrimonial, se da comunhão parcial, ou de outra previsão contratual.
O companheiro possui direito a meação, ou seja, a metade dos bens comuns, porque adquiridos na vigência da união estável, pelo regime legal da comunhão parcial de bens, como os adquiridos a título oneroso, ainda que só em nome de um deles, por fato eventual, doação, herança ou legado em favor de ambos (cláusula de comunicabilidade) se for em nome somente de um deles, será excluído da meação (art. 1.659, I do CC), as benfeitorias em bens particulares e os frutos de todos os bens (art. 1.725 c/c 1.660 do CC), salvo contrato escrito estipulando o contrário (art. 1.725 do novo CC). 
Obs. Se houver contrato escrito (art. 1.725 do CC), poderá impedir o direito à meação dos bens adquiridos na união estável, mas não afastará a sucessão do companheiro quanto a sua meação. 
Assim, em termos simples, o companheiro tem direito a meação da herança dos bens adquiridos na constância da união e a título oneroso, sendo herdeiro concorrente na outra metade com os demais herdeiros. Nos bens particulares o companheiro não terá direito a nada, pois somente herdará a totalidade dos bens exclusivos, caso não haja nenhum parente até o 4º grau do autor da herança. Para tornar ainda mais delicada, ele concorrerá com descendentes, ascendentes e colaterais na ordem estabelecida pelo artigo 1.790, nas seguintes regras:
INCISO I - Concorrendo com filhos comuns, herdará como se fosse mais um deles, dividindo em partes iguais a herança; 
Estabelece o direito de quinhão equivalente ao atribuído legalmente ao filho, em razão de ser a quota do filho referente a todo o acervo hereditário e a do companheiro limitada somente aos aquestos. Desse modo, a porção equivalente a que terá direito o companheiro refere-se à quota dos aquestos que será repartida de maneira igual entre os filhos comuns e o convivente supérstite.
O companheiro é meeiro nos bens adquiridos na constância da União estável e será herdeiro, concorrendo com a outra metade, com a mesma cota que couber aos filhos comuns. Os bens adquiridos a título gratuito e os anteriores à união são divididos somente entre os parentes do morto. Este inciso se refere especificamente aos filhos comuns.
Exemplo 01: João e Maria são companheiros, possuindo um patrimônio comum de R$ 300.000,00. O casal dois filhos (Ricardo e Kátia). João falece. Como ficará a forma de suceder e de partilhar?
Maria receberá por direito próprio, e partilhará por cabeça cabendo a ela a meação do patrimônio adquirido na constância da sociedade, no valor de R$ 150.000,00 e concorrerá com os seus filhos na outra metade, que será dividida por três, cabendo a ela o valor de R$ 50.000,00. Os filhos sucederão por direito próprio e partilharão por cabeça, cabendo a cada um o valor de R$ 50.000,00. 
Exemplo 02: João e Maria são companheiros, possuindo um patrimônio comum no valor de R$ 300.000,00 e João possui patrimônio exclusivo no valor de R$ 100.000,00. João falece, deixando dois filhos comuns. Como ficará a forma de suceder e a forma de partilhar? 
Maria receberá por direito próprio, e partilhará por cabeça cabendo a ela a meação do patrimônio adquirido na constância da sociedade, no valor de R$ 150.000,00 e concorrerá com os seus filhos na outra metade, que será dividida por três, cabendo a ela o valor de R$ 50.000,00. Os filhos sucederão por direito próprio e partilharão por cabeça, cabendo a cada um o valor de R$ 50.000,00, referente aos bens comuns (aquestos) e receberão a metade bens exclusivos (particulares), cabendo a cada um o valor de R$ 50.000,00, recebendo cada um o total de R$ 100.000,00. 
INCISO II - Concorrendo com descendentes só do de cujus, recebe apenas a metade do que àqueles caiba;
No tocante ao inciso II, observamos que o direito de herança do companheiro, ao concorrer com filhos apenas do de cujus, restringir-se-á à metade do que couber a cada um deles, atribuindo pesos diferenciados para ser realizada a partilha, como, por exemplo, se o falecido deixar dois filhos, a herança será repartida em duas partes e meia, ficando a porção do convivente limitada pela restrição contida no caput do artigo 1.790 somente quanto à parte do acervo hereditário que o torna sucessível. Entretanto, na hipótese de a concorrência se efetivar com filhos comuns e filhos somente do autor da herança, a lei é omissa e, em casos como esse, não podem carecer de solução, e a única forma de resolvê-los será dividir os bens em partes iguais, de maneira que o companheiro receba quinhão igual ao atribuído a cada um dos filhos, face à imposição constitucional que não os diferencia. 
Exemplo 01: João e Maria são companheiros, possuindo um patrimônio comum no valor de R$ 300.000,00. João falece, deixando dois filhos unilaterais, ou seja, enteados de Maria. Como ficará a forma de suceder e a forma de partilhar?
Maria receberá por direito próprio e partilhará por cabeça cabendo a ela a meação do patrimônio adquirido na constância da sociedade, no valor de R$ 150.000,00 e concorrerá com os filhos de João na outra metade, cabendo a Maria metade do valor do que couber a cada um dos filhos de João. Portanto, Maria receberá o valor de R$ 30.000,00 e os filhos de João sucederá por direito próprio e partilharão por cabeça, cabendo a cada um o valor de R$ 60.000,00.
INCISO III - Concorrendo com outros parentes sucessíveis (ascendentes e colaterais), terá direito apenas a 1/3 da herança. A redação do inciso III do art. 1.790 do CC concede ao companheiro apenas 1/3 da herança se concorrer com o ascendente quer seja pai, mãe, avô ou bisavô do falecido. Fica claro também, que essa quota se refere aos aquestos. 
Essa disposição trouxe o privilégio em favor dos parentes mais distantes do convivente falecido, de poderem receber mais do que for atribuído aos descendentes diretos, quando concorrerem com o companheiro supérstite, bem como a possibilidade deste, como parente mais próximo do de cujus, nada recebe e fica totalmente desamparado, na hipótese de todos os bens a serem partilhados terem sido adquiridos a título gratuito ou antes da união.
INCISO IV – Não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. Esse inciso deve ser lido com consonância com o caput do art. 1.790, pois pelo princípio mínimo de interpretação jurídica, devemos entender que ele está se referindo apenas e tão somente aos ‘bens adquiridos onerosamente e na constância da União’. Dessa forma, quanto aos outros bens (particulares) não havendo parentes sucessíveis, seu destino seria o Município, conforme a regra contida no art. 1.819 do CC. Porém, a redação do art. 1.844 do CC, dirimiu a controvérsia existente, quando inclui o companheiro na redação do mencionado artigo, concluindo que mesmo os bens adquiridos antes da união poderiam se destinar ao companheiro, na falta total da sucessão legítima ou testamentário. 
Portanto, por uma interpretação construtiva, que objetive fazer acima de tudo justiça, pode extrair daí a solução que evite a injustiça e o absurdo de deixar um companheiro, em dadas situações, no total desamparo. Não havendo outros herdeiros, o companheiro, por força do claro comando do inciso IV, deverá receber não apenas os bens havidos na constância da relação, mas a totalidade da herança.
Há de se destacar algumas diferenças entre o direito sucessório do cônjuge e do companheiro, sem a especificação do gênero.
 
Concorrendo com os descendentes, o cônjuge supérstite tem reservado a quarta parte da herança. Ao companheiro sobrevivente, entretanto, não se tem essa reserva.
 
Quando o cônjuge supérstite concorre com os ascendentes, tem reservada a terça parte da herança e a metade, se houver um só ascendente ou se for maior aquele grau. No caso do companheiro sobrevivente, a herança será, em qualquer caso, de um terço.
 
O cônjuge supérstite terá a integralidade da herança, não havendo descendentes ou ascendentes. Já o companheirosobrevivente, por sua vez, sempre terá que dividir a herança se houverem outros parentes sucessíveis, ficando a ele reservada a terça parte da herança. 
 
Observa-se, ainda, que o companheiro sobrevivente só herdará a integralidade da herança se não houver outros parentes sucessíveis.
 
É inegável, pois, o tratamento sucessório diferenciado que se dá ao companheiro sobrevivente ao compará-lo com o cônjuge sobrevivente.
TESTAMENTO
Conceito: É o ato/ negócio jurídico personalíssimo formal, porque é a vontade do testador a respeito das disposições patrimoniais e outras admitidas (deserdação, reconhecimento de filho) para valer depois de sua morte, que devem estar contidas no corpo do testamento, sendo admitida complementação do testamento com atos extra testamentários. É um ato essencialmente revogável, porém o único aspecto que não se admite a revogação do testamento, quando nele houver o reconhecimento voluntário de filiação ocorrido no bojo do testamento. Não se trata de que o testamento seja irrevogável, posto que o mesmo é revogável, porém quando houver reconhecimento voluntário de filiação, o mesmo em relação ao filho será irrevogável, conforme art. 1º da Lei 8.560. 
È um ato extremamente formal, mas no campo doutrinário e jurisprudencial, há uma certa flexibilização desse rigor e formalismo, que vem sendo capitaneada pelo próprio STJ, sem afastar, contudo, a tradição solene do ato.
A interpretação da vontade do testador com o auxilio de atos não inclusos no próprio testamento é admitida, entretanto, não é possível a alteração do testamento levando-se em conta atos e fatos previamente inseridos no ato testamentário.
Não é admitido testamento conjuntivo, que é aquele outorgado por duas ou mais pessoas no mesmo instrumento. Contudo, nada impede que seja feito testamento recíproco, deixando os testadores, em atos distintos, seus bens para cada um deles.
O art. 1.863 do CC proíbe o testamento conjuntivo, seja ele simples (duas ou mais pessoas outorgando testamento no mesmo ato), seja ele recíproco (dois ou mais testadores no mesmo ato, nomeando-se legatários um do outro); seja ele simultâneo (duas ou mais pessoas, no mesmo ato, fazem testamento deixando seus bens para uma mesma pessoa) e o co-respectivo (que é o testamento elaborado no mesmo instrumento, por uma ou mais pessoas, que deixam seus bens para outras pessoas, referindo-se ao legado deixado pelos outros testadores – porque fulano deixou seus bens para sicrano, nomeio meu legatário a fulana).
Capacidade Testamentária Ativa
A capacidade testamentária ativa inicia-se aos 16 anos, devendo, contudo, por ser um ato personalíssimo, prescindir de assistência, conforme art. 1.860 § único do CC.
Não é possível testamento por procuração ou por representação, portanto, só pode testar as pessoas que tiverem na sua plena capacidade mental e juízo perfeito, sob pena de nulidade e no caso de incapacidade momentânea também ensejará nulidade, conforme art. 1.860 do CC.
O momento da aferição da incapacidade é o da feitura do testamento, não importando se, depois de sua elaboração, a testador se torne incapaz, não sendo considerado nulo ou caduco. O testamento feito por absolutamente incapaz não pode ser ratificado com a superveniência da capacidade. A pessoa que deixa de ser tornar incapaz tem que, necessariamente elaborar novo testamento, conforme art. 1.861 do CC.
Capacidade Testamentária Passiva
A capacidade testamentária passiva exige personalidade. Assim, os animais não têm capacidade para serem herdeiros ou legatários. O máximo que pode ocorrer é a disposição testamentária que estipule condição para o legado, tal como a estipulação de obrigação de cuidar dos animais.
O nascituro pode ser contemplado pelo testamento. As pessoas jurídicas, mesmo aquelas sem personalidade jurídica, mas que já tenham iniciado suas atividades podem, por analogia, serem equiparadas ao nascituro e com isso terem capacidade passiva para herdar.
Revogação do Testamento
A revogação do testamento também é um ato solene e formal. Em regra, um testamento somente se revoga através de outro testamento. O CC trata do tema no art. 1.969 e seguintes.
O testamento cerrado tem como característica essencial ser um testamento fechado. Assim, se for aberto ou rasgado pelo próprio testador ou com seu consentimento, será considerado revogado (art. 1.972 do CC). A mesma idéia aplica-se, por analogia, ao testamento particular, que será considerado revogado se rasgado pelo testador ou com a anuência deste. Quanto ao testamento público, o simples ato de rasgá-lo não importa em usa revogação, está só ocorrerá com a elaboração posterior de um testamento válido.
O art. 1.973 do CC trata da revogação presumida que se dá quando após a celebração do testamento, vem a nascer ou a aparecer um descendente do testador. Nessa condição, o testamento será considerado automática e integralmente revogado. Deve-se atentar, contudo, que se o testador souber da possível existência do descendente (gravidez da mulher), fazendo expressa previsão desse fato no corpo do testamento (em sobrevindo herdeiro, fica a legítima reservada...) o testamento não será considerado revogado.
Por sua vez o art. 1.974 trata do rompimento do testamento por ignorância sobre a existência de outros herdeiros necessários, que, atualmente, somente poderá se referir a ascendentes.
INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS TESTAMENTÁRIAS
A regra fundamental sobre a interpretação das cláusulas testamentárias é que acima de tudo, deve ser interpretado o testamento buscando a afirmar a vontade do testador, estando essa disposição no art. 112 do CC.
No campo do testamento, há regra específica prestigiando esse comando, encontrada no art. 1.899 do CC.
O testamento deve ser interpretado devendo prevalecer a vontade do testador, pois a interpretando o que quis dizer o testamento, inclusive com aspectos que não estão no testamento (como por exemplo quando o testador se refere no testamento, a apelidos dos beneficiários). 
È vedado que se complemente o testamento, que se some aspectos e cláusulas que não estejam nele inseridas, provenientes de determinações não testamentárias. 
Os arts. 1.903 e 1.904 do CC são decorrentes da regra geral do art. 1.899 do CC. Eles admitem a utilização de documentos para a interpretação do testamento (art. 1.903 do CC), estabelecendo, ainda, presunções quanto a partilha dos quinhões quando não expressamente discriminada pelo testador (art. 1.904 do CC).
ESPÉCIES DE TESTAMENTO
a) ordinários: público, cerrado e particular;
b) especiais: marítimo, aeronáutico e o militar (o nuncupativo é espécie de testamento militar).
O testamento público é a forma de testamento mais usual. O testamento público é elaborado perante o Ofício de Notas, pelo testador que o dita para um tabelião que o reproduzirá no livro competente, perante 2 testemunhas. Encerrado o ato, o testamento será lido pelo tabelião perante todos e depois assinado. Não há necessidade de confirmação do conteúdo do testamento pelas testemunhas, como ocorre no testamento particular. As desvantagens nesse testamento são os seus custos; a impossibilidade de revogação somente por ato próprio do testador (ex rasgá-lo). Nessa hipótese deve obrigatoriamente ser elaborado novo testamento, revogando o anterior.
O testamento cerrado é a forma de testamentária pela qual a pessoa pode fazer o testamento sem que o seu conteúdo seja conhecido por outras pessoas. È também chamado de testamento íntimo. O testador entrega em documento lacrado sua disposições testamentárias ao tabelião do Ofício de Notas que, perante as 2 testemunhas, registrará em livro que lhe foi exibido o testamento cerrado pelo testador, lavrando o ATO DE CONFIRMAÇÃO. No livro constará o procedimento de aprovação do testamento cerrado. Seu conteúdo só será do conhecimento do próprio testador. Este testamento é também conhecido como testamento fechado ou lacrado ou carta sigilar, testamento secreto ou místico. Artigos

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