Buscar

Aula 09 (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 123 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Olá. 
Nesta aula vamos estudar tema que vem sendo
bastante cobrado nas provas, veremos o seguinte: 
AULA 09: 9.10 Improbidade administrativa. 8.8 Lei nº 
8.429/1992 e alterações (Lei de Improbidade
Administrativa). 
Então, vamos ao que interessa. 
Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o
princípio da probidade administrativa ao estabelecer que “os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal
cabível”. 
Com efeito, o princípio da probidade administrativa é
uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja,
entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque
à probidade administrativa. 
Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da
Silva destaca que “o princípio da probidade administrativa é
uma forma de moralidade administrativa que mereceu
consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo
com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”. 
Define o mestre que “a probidade administrativa 
consiste no dever do funcionário de servir à Administração
com honestidade, procedendo no exercício das suas funções
sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes
em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer.
Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada”. 
Improbidade Administrativa 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
2 
É importante dizer que o referido dispositivo
constitucional é norma que exige complemento, ou seja, trata-se de
norma de eficácia limitada. 
Por isso, a fim de regulamentar o preceito
constitucional, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei
de Improbidade Administrativa (LIA), que dispõe sobre as
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta
ou fundacional. 
Deve-se observar que a sanção por improbidade
administrativa não tem natureza penal, na medida em que a
Constituição dispôs que a sanção de improbidade não traz
prejuízo à ação penal cabível. 
Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de
improbidade administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não
tem natureza de ação criminal. 
Portanto, a Lei de Improbidade não trata de ilícitos
penais, não aplica ou impõe penalidades criminais por violação ao
princípio da probidade, ou seja, é uma lei que impõe sanções de
natureza civil, política e administrativa, mas não penal, muito embora
haja previsão de ilícito criminal àquele que represente por ato de
improbidade sabendo-o ser falso, conforme o seguinte: 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
3 
Nesse sentido, Supremo Tribunal Federal já se
manifestou em diversas assentadas que a Lei nº 8.429/902 não tem
natureza penal, conforme assim consignado: 
“O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas
ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do
Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos
Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a
inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de
Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 —
v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do
CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta
Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia
constitucional, usurpou a competência do STF como guardião
da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita
de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria
submeter a interpretação constitucional do Supremo ao
referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais,
que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que
estende, à ação de improbidade administrativa, a
competência especial por prerrogativa de função para
inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à
mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado
artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de
nova hipótese de competência originária não prevista no rol
taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria
atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a
ação de improbidade administrativa é de natureza 
civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF, 
e que o STF jamais entendeu ser competente para o 
conhecimento de ações civis, por ato de ofício, 
ajuizadas contra as autoridades para cujo processo 
penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar
Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao
fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete
da Constituição, discordando de decisão do Supremo,
exclusivamente quando não se tratar de hipótese em que a
Corte tenha decidido pela inconstitucionalidade de uma lei, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
4 
em face de vício formal ou material, e que, afirmando a
necessidade da manutenção da prerrogativa de foro mesmo
após cessado o exercício da função pública, a natureza penal
da ação de improbidade e a convivência impossível desta
com uma ação penal correspondente, por crime de
responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias
distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido
formulado, para conferir aos artigos impugnados
interpretação conforme no sentido de que: a) o agente
político, mesmo afastado da função que atrai o foro por
prerrogativa de função, deve ser processado e julgado
perante esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado
ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente
político não responde a ação de improbidade administrativa
se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c)
os demais agentes públicos, em relação aos quais a
improbidade não consubstancie crime de responsabilidade,
respondem à ação de improbidade no foro definido por
prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade
tenha por objeto ato funcional”. ADI 2797/DF e ADI 2860/DF,
rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. (ADI-2797) (ADI-
2860) 
Sujeitos da Improbidade 
No âmbito da improbidade administrativa temos o
sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito passivo é aquele que sofre
ou sofreu a lesão por ato improbidade. E o sujeito ativo a quem é
imputado o ato de improbidade. 
Quanto ao sujeito passivo, regra geral, a Lei nº 
8.429/92 atribui à qualidade a entidade ou ente estatal, ou seja, a
Administração Pública direta ou indireta. Todavia, poderá também ser
sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a
Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das
entidades paraestatais. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVOProf. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
5 
Com efeito, são sujeitos passivos da improbidade
administrativa os seguintes: 
 Administração Direta (União, Estados, DF e
Municípios e seus respectivos órgãos) ou Indireta
(Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios, de Território, 
 Empresa incorporada ao patrimônio público 
 Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual 
 Entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; 
 Entidades cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual 
Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos,
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento
do patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. 
De outro lado, o sujeito ativo, ou seja, aquele que
comete o ato de improbidade administrativa é, em regra, o agente
público, considerado este como todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
6 
nas entidades mencionadas como sujeito passivo da
improbidade. 
É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da
expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a clássica lição de
Hely Lopes Meirelles, para quem os agentes públicos são divididos
em: 
a) Agentes políticos 
b) Agentes administrativos 
c) Agentes honoríficos 
d) Agentes delegados 
e) Agentes credenciados 
Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que
compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de
independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime
especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição,
investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou
designação. 
Dentre esses estariam compreendidos os magistrados,
os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos
representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito,
e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder
Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e
Vereadores). 
Por outro lado, há forte corrente que defende serem
agentes político apenas aqueles erigidos a cargos eletivos, tal como o
Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. 
Nesse sentido, vale salientar, que o STF tem entendido
que os agentes políticos são todos aqueles que exercem
atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não
sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que
englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados,
conforme orientação firmada no Informativo 263. Vejamos: 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
7 
Informativo 263 (RE-228977) 
Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* 
(v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: -
Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte
passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A
autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos
atos jurisdicionais praticados. Os magistrados
enquadram-se na espécie agente político, investidos 
para o exercício de atribuições constitucionais, sendo 
dotados de plena liberdade funcional no desempenho 
de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica. 
(...) 
(...) os magistrados se enquadram na espécie agente
político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional
no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias
e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao
exercício de suas funções decisórias. 
(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em
sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 
72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais,
judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais,
conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com
independência nos assuntos de sua competência. São as
autoridades públicas supremas do Governo e da
Administração na área de sua atuação, pois não estão
hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites
constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os
agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à
independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para
tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus
eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com
culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria
encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
8 
República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de 
Município); os membros das Corporações Legislativas 
(Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do 
Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros 
do Ministério Público (Procuradores da República e da 
Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." 
Aqui, porém, fica uma ressalva. É que o STF, no
julgamento da Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A
Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de
responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o
previsto no art. 37, §4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime
fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)". 
Com isso, o STF firmou orientação no sentido de que
agentes políticos submetidos ao regime especial de 
responsabilização da Lei 1.079/50 não podem ser processados 
por crimes de responsabilidade e pelo regime da Lei de 
Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de sua
competência e principalmente pelo fato de que referidos diplomas
(LIA e Lei 1.079/1950) preveem sanções de ordem política, como, v. 
g., infere-se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 
8.429/92. 
É que, nesse caso, haveria possibilidade de bis in idem,
com dupla punição política por um ato tipificado nas duas leis em
foco. Vejamos: 
INFORMATIVO Nº 471 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7
PROCESSO: Rcl - 2138 
ARTIGO 
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a
reclamação para assentar a competência do STF para julgar o
feito e declarar extinto o processo em curso no juízo
reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de
responsabilidade político-administrativa previstos na 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
9 
CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 
8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade 
fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinadopela Lei 
1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por 
estarem regidos por normas especiais de 
responsabilidade, não respondem por improbidade 
administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas 
por crime de responsabilidade em ação que somente 
pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102, 
I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem
improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco
Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro,
Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na
ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min.
Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de
preservar-se a observância do princípio da moralidade, e
afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de
responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF,
art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não
estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e
estivesse definido como ato de improbidade, deveriam
responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92,
aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese
dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação
civil pública, não se enquadravam como crime de
responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência
para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl
2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min.
Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) 
Contudo, o próprio STF vem mitigando a aplicação
dessa decisão, em razão de ter sido proferida em sede de controle
concreto de constitucionalidade, produzindo efeitos apenas inter
partes. Vejamos: 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE COM TRÂNSITO
EM JULGADO. EX PREFEITO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
10 
QUE DECIDIDO NA RECLAMAÇÃO 2.138 E NO AGRAVO
REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO 6.034. AGRAVO REGIMENTAL
AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. As decisões
proferidas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal
nas Reclamações 2.138/DF e 6.034/SP têm efeitos
apenas inter partes, não beneficiando, assim, o ora
Agravante. 2. Inviável o agravo regimental no qual não são
impugnados todos os fundamentos da decisão agravada. 3.
Não cabe Reclamação contra decisão com trânsito em
julgado. Súmula STF n. 734. 4. Agravo regimental ao qual se
nega provimento. (Rcl 8221 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN
LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 25/02/2010) 
Agentes administrativos são todos aqueles agentes
que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de
poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando
sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. 
Nesse conceito estão todos os que têm com os entes
Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas
(Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de
natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de
dependência. 
Por isso, dividem-se em servidores públicos,
empregados públicos e funcionários temporários. 
Servidores públicos são todas as pessoas físicas que
ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o
Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. 
Vale lembrar que cargo público é o conjunto de
atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura
organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei
nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e
vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser
em caráter efetivo ou em comissão. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
11 
Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos
(concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos
de Direção e Assessoramento Superior). 
Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam
emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da
legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. 
Servidores ou funcionários temporários, ou
simplesmente temporários, são agentes contratados de forma
temporária, por excepcional interesse público, para exercer função
por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal
em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor
visando atender necessidade temporária em razão de excepcional
interesse público. 
Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na
esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade
temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público
poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos
legais. 
Agentes delegados são particulares que, por força de
contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma
atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco,
sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este
(descentralização por colaboração). Temos como exemplo os
delegatários de serviço público, tal como os concessionários,
permissionários, tabelião, leiloeiros etc. 
Agentes honoríficos são particulares que, em razão
de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade
profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para
exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo
ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos
Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
12 
Por fim, temos ainda os chamados agentes
credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de
representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato
determinado, mediante remuneração. 
É possível, ademais, constatarmos a existência de
outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais
agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). 
É o que explicita a Profa. Di Pietro, em relação aos
militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de
servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão,
por isso não são considerados como servidores, figurando-se como
mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente
de militares. 
Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a
expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos
os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante
ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se
refere a qualquer agente público para fins penais apenas. 
Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos
dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é
o de agente público, conforme assim expresso: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
Contudo, a lei também admite o terceiro como sujeito
ativo da improbidade administrativa. Então, também será sujeito
ativo todo aquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO –JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
13 
Significa dizer que um particular, que não tenha
qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades
tuteladas, mas que induza um agente público ou concorra com este,
ou ainda que se beneficie do ato de improbidade praticado por ele,
também será considerado sujeito ativo da improbidade
administrativa. 
Espécies ou modalidades de Improbidade 
Quanto aos atos de improbidade administrativa, a LIA
estabelece três espécies ou modalidades de atos de
improbidade, sendo atos que: 
 Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º);
 Causam prejuízo ao erário (art. 10); 
 Atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11) 
Assim, quanto à primeira modalidade, a lei dispõe que
constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art.
1° desta lei, e notadamente: 
 Verbo RECEBER: 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel 
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta 
ou indireta, a título de comissão, percentagem, 
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto 
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação 
ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática 
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
14 
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro
serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado; 
 Verbo PERCEBER: 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por
preço inferior ao valor de mercado; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza; 
 Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR,
UTILIZAR OU USAR: 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
15 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei. 
Para os casos de enriquecimento ilícito são previstas as
seguintes sanções (penalidade): 
 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, 
 Ressarcimento integral do dano, quando houver, 
 Perda da função pública, 
 Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
 Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do 
acréscimo patrimonial, e 
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
16 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos; 
Na segunda modalidade, dispõe a LIA que Constitui
ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta lei, e notadamente: 
 Verbo PERCEBER: 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem integrante do patrimônio de qualquer das
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao
de mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
enriqueça ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
17 
 Verbo PERCEBER: 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da
gestão associada sem observar as formalidades previstas
na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela
Lei nº 11.107, de 2005) 
 ATOS DE DISPOSIÇÃO: 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais
e regulamentares aplicáveis à espécie; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie; 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a
sua aplicação irregular; 
VI - realizar operação financeira semobservância das
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea; 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento; 
 ATUAÇÃO 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
18 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
renda, bem como no que diz respeito à conservação do
patrimônio público; 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei; 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
dispensá-lo indevidamente; 
Para os casos de lesão ao erário são previstas as
seguintes sanções (penalidade): 
 Ressarcimento integral do dano, 
 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
 Perda da função pública, 
 Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, 
 Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor
do dano, 
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos; 
E, finalmente, ainda dispõe a Lei de Improbidade que
constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência; 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
19 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
fazê-lo; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço. 
Para os casos de improbidade por violação aos
princípios da Administração Pública são previstas as seguintes
sanções (penalidade): 
 Ressarcimento integral do dano, se houver, 
 Perda da função pública, 
 Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
 Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor 
da remuneração percebida pelo agente, e 
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
três anos. 
Do Processo Administrativo 
A Lei de Improbidade prevê que qualquer pessoa
poderá representar à autoridade administrativa competente
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
prática de ato de improbidade, conforme art. 14, observando o
seguinte: 
Art. 14 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
20 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
assinada, conterá a qualificação do representante, as
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das
provas de que tenha conhecimento. 
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação,
em despacho fundamentado, se esta não contiver as
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição
não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei. 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se
tratando de servidores federais, será processada na forma
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. 
Assim, caso seja aberto procedimento administrativo a
comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao
Tribunal ou Conselho de Contas, podendo tais órgãos designar
representantes para acompanhar o procedimento. 
De todo modo, para apurar qualquer ilícito previsto na
LIA, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade
administrativa ou mediante representação formulada, poderá
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento
administrativo. 
Ademais, nos termos do art. 16 da LIA, havendo
fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao
juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou
terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público, o qual observará o Código de Processo Civil (arts.
822 e 825). 
Podendo, neste caso, o pedido incluir a investigação, o
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
21 
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e
dos tratados internacionais. 
Do processo Judicial 
Prevê o art. 17 da LIA que a ação principal seguirá o
rito ordinário, e será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada. 
Poderá ocorrer, mesmo administrativamente, o
afastamento do agente do exercício do cargo, empregou ou função,
conforme previsto no art. 20, parágrafo único, que assim expressa: 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa
competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual. 
Caso tenha sido proposta a medida cautelar, a ação
principal deverá ser proposta dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar. 
Não há prerrogativa de foro na ação de improbidade
administrativa. Assim, ação deverá ser proposta junto ao juízo de
primeiro grau. Nesse sentido, é o entendimento do Supremo Tribunal
Federal. Ilustrativamente: 
INFORMATIVO Nº 572 
TÍTULO: Improbidade Administrativa - Ação Civil - 
Competência do Magistrado de Primeiro Grau (Transcrições)
PROCESSO: RE - 439723 
ARTIGO 
[...] 
Cumpre enfatizar, neste ponto, que o Supremo Tribunal
Federal, no referido julgamento plenário da ADI 2.797/DF, ao
declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002, na
parte em que esta introduziu o § 2º no art. 84 do CPP, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
22 
explicitou que, tratando-se de ação civil
por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92),
mostra-se irrelevante, para efeito de definição da
competência originária dos Tribunais, que se cuide de
ocupante de cargo público ou de titular de mandato
eletivo ainda no exercício das respectivas funções,
pois, em processos dessa natureza, a ação civil deverá
ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau.
Cabe assinalar, por outro lado, que esta Suprema Corte, emtal julgamento, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº 
10.628/2002 também no ponto em que esse diploma
legislativo atribuía prerrogativa de foro a ex-ocupantes de
cargos públicos e a ex-titulares de mandatos eletivos, sendo
indiferente, para esse efeito, que, contra eles, houvesse sido
instaurado ou estivesse em curso, quer processo penal de
índole condenatória, quer processo resultante do ajuizamento
de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 
8.429/92). Ao assim decidir, o Supremo Tribunal Federal,
relembrando antiga lição ministrada por JOÃO BARBALHO
(“Constituição Federal Brasileira”, p. 303/304, edição fac-
similar, 1992, Brasília), advertiu que a outorga desse
tratamento seletivo a determinados cidadãos que não mais
se acham no desempenho da função pública – cujo exercício
lhes assegurava a prerrogativa de foro “ratione muneris” –
ofende o princípio republicano, que traduz postulado
essencial e inerente à organização político-constitucional
brasileira. Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os
cidadãos da República. Isso significa, na perspectiva da
controvérsia suscitada pela Lei nº 10.628/2002, que as
atribuições constitucionais dos Tribunais devem merecer
interpretação que impeça a indevida expansão, por efeito de
imprópria atividade legislativa comum, de sua competência
originária, para que não se transgrida, com a (inadmissível)
concessão de prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos
públicos ou a ex-titulares de mandatos eletivos, um valor
fundamental à própria configuração da idéia republicana, que
se orienta pelo vetor axiológico da igualdade, viabilizando-se,
desse modo, em relação a quem não mais detém certas 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
23 
titularidades funcionais no aparelho de Estado, a aplicação
ordinária do postulado do juiz natural, cuja importância tem
sido enfatizada, em sucessivas decisões, por esta Corte
Suprema (RTJ 149/962-963 – RTJ 160/1056-1058 – RTJ
169/557 – RTJ 179/378-379, v.g.). Vê-se, portanto, como
anteriormente assinalado, que o acórdão impugnado nesta
sede recursal extraordinária ajusta-se, nesse específico
ponto, à orientação jurisprudencial que esta Suprema Corte
firmou no exame da matéria ora em análise. Sendo assim,
em face das razões expostas, e considerando, sobretudo, o
julgamento plenário da ADI 2.797/DF, conheço, em parte, do
presente recurso extraordinário, para, nessa parte, negar-lhe
provimento. Publique-se. Brasília, 24 de novembro de 2009.
Ministro CELSO DE MELLO Relator * decisão publicada no DJE
de 17.12.2009 
Com efeito, proposta a ação, prevenirá a jurisdição do
juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a
mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
A ação poderá ser proposta contra o agente público, o
terceiro e inclusive a pessoa jurídica. 
Assim, no caso de a ação principal ter sido proposta
pelo Ministério Público, aplica-se a possibilidade de inversão do polo
prevista na Lei da Ação Popular, a qual estabelece: 
Art. 6º 
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao
lado do autor, desde que isso se afigure útil ao
interesse público, a juízo do respectivo representante
legal ou dirigente. 
Cumpre destacar que, o Ministério Público, se não
intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal
da lei, sob pena de nulidade. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
24 
Ademais, no âmbito do processo judicial é vedada a
transação, acordo ou conciliação. 
Na fase instrutória, ação deverá ser instruída com
documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
É importante salientar que no procedimento judicial,
haverá a chamada defesa prévia ou preliminar, é que, conforme
dispõe o §7º, do art. 17, estando a inicial em devida forma, o
juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser
instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de
quinze dias. 
Diante disso, o juiz ao receber a manifestação, terá
prazo de trinta dias para, em decisão fundamentada, rejeitar ou
admitir a ação. Rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato
de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via
eleita. 
Se receber a petição inicial, determinará a citação do
réu para apresentar contestação. Dessa decisão caberá agravo de
instrumento. 
O juiz poderá, em qualquer fase do processo, ao
reconhecer a inadequação da ação de improbidade, extingui-la sem
julgamento do mérito. 
Nos termos do art. 18, a sentença que julgar
procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão
dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
pelo ilícito. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
25 
Em todo caso, a Fazenda Pública, quando for o caso,
promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento
do patrimônio público, mesmo antes da sentença. 
Ademais, conforme dispõe o art. 20, a perda da
função pública e a suspensão dos direitos políticos só se
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
De qualquer forma, a aplicação das sanções
decorrentes da Lei de Improbidade não depende: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas. 
Da Prescrição 
Conforme dispõe o art. 23 da LIA, as ações destinadas
a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: 
I - até cinco anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego. 
Então, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As
disposições da lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos,
alcançam os que exercem cargo, emprego ou função pública,
de modo efetivo ou transitório, e os que exercem, por eleição, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
26 
mandato eletivo. 
Comentário: 
Verifica-se que tanto os agentes públicos, sejam
efetivos ou que tenham vínculo transitório, ocupem cargos, exerçam
função pública ou tenham um emprego público, seja por eleição,
mandato ou nomeação, são considerados sujeitos ativos da
improbidade administrativa, conforme o seguinte: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por
qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou dareceita anual, serão punidos na forma
desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
desta lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
27 
No entanto, não apenas àquele considerado agente
público (servidor ou não) responde por ato de improbidade, a lei
alcança terceiros, ou seja, aquele que induzam, concorram ou se
beneficie de ato de improbidade, de acordo com o art. 3º da LIA,
assim expresso: 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta. 
Gabarito: Errado. 
2. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Ato de
improbidade é definido como o ato lesivo ao ordenamento
jurídico praticado exclusivamente por servidor público, no
exercício de sua função, contra a administração direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da União, dos
estados, do DF e dos municípios. 
Comentário: 
De acordo com o art. 2° da Lei nº 8.429/92, verifica-se
que o ato de improbidade administrativa pode ser praticado por 
agente público, servidor ou não. 
Gabarito: Errado. 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT –
CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os
deputados federais, os senadores e o presidente da República,
na qualidade de agentes políticos, não se submetem às regras
da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a regime especial
de responsabilização. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
28 
Comentário: 
De fato, o Supremo Tribunal Federal firmou
entendimento na Reclamação nº 2.138 no sentido de que os agentes
políticos que estejam submetidos à Lei de crime de responsabilidade
(Lei nº 1.079/50) não respondem por improbidade com base na Lei
nº 8.429/92, conforme o seguinte: 
“(...) o Tribunal, por maioria, julgou procedente a
reclamação para assentar a competência do STF
para julgar o feito e declarar extinto o processo
em curso no juízo reclamado. Após fazer distinção
entre os regimes de responsabilidade político-
administrativa previstos na CF, quais sejam, o do
art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o
regime de crime de responsabilidade fixado no
art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei 
1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos,
por estarem regidos por normas especiais de 
responsabilidade, não respondem por 
improbidade administrativa com base na Lei 
8.429/92, mas apenas por crime de 
responsabilidade em ação que somente pode ser 
proposta perante o STF nos termos do art. 102, I, 
c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem
improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso,
Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o
primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto
que proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e
Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo
considerações sobre a necessidade de preservar-se a
observância do princípio da moralidade, e afirmando
que os agentes políticos respondem pelos crimes de
responsabilidade tipificados nas respectivas leis
especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em
relação ao que não estivesse tipificado como crime de
responsabilidade, e estivesse definido como ato de
improbidade, deveriam responder na forma da lei 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
29 
própria, isto é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer
agente público, concluía que, na hipótese dos autos, as
tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil
pública, não se enquadravam como crime de
responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a
competência para julgar a ação seria do juízo federal de
1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel.
p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-
2138) 
Contudo, doravante é preciso ter cuidado com esse tipo
de questão. É que, o próprio STF tem mitigado essa decisão sob o
fundamento de ter sido proferida em controle concreto e, portanto, o
efeito somente seria inter partes, não se aplicando, sobretudo, aos
Prefeitos por não constarem do art. 102, inc. I, alínea “c”, da CF/88. 
Aliás, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) já há
entendimento uniforme no sentido de que a Lei nº 8.429/92 aplica-se
a agentes políticos, sobretudo os que não respondem por crime de
responsabilidade típico. Ilustrativamente: 
“2. Conforme decidido pela Corte Especial, no julgamento da 
Rcl 2.790/SC, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe
4/3/10, a Lei 8.429/92 é aplicável aos agentes políticos
municipais, tais como prefeitos, ex-prefeitos e vereadores.
(AgRg nos EREsp 1119657/MG, Rel. Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2012,
DJe 25/09/2012)” 
Gabarito: Certo. 
4. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) O disposto na lei 8.429/92
não se aplica a prefeitos, agentes políticos que se submetem
ao regime do Decreto-Lei n.º 201/1967 (crime de
responsabilidade). 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
30 
Comentário: 
Observe que se vem fixando o entendimento de que é
possível aplicação do disposto na Lei 8.429/92 a prefeitos, agentes
políticos que se submetem ao regime do Decreto-Lei n.º 201/1967,
por se tratar de norma que estabelece crime funcional ou de
responsabilidade impróprio (não é de responsabilidade propriamente
dito). Ilustrativamente: 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATOS DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PREFEITO. APLICAÇÃO DA
LEI N. 8.429/92 E DO DECRETO N. 201/67 DE FORMA
CONCOMITANTE. ATO IMPROBO QUE TAMBÉM PODE
CONFIGURAR CRIME FUNCIONAL. INEXISTÊNCIA DE BIS IN
IDEM. JUÍZO SINGULAR CÍVEL E TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
INAPLICABILIDADE DO PRECEDENTE DO STF (RECLAMAÇÃO 
N. 2.138/RJ) IN CASU. 
1. Os cognominados crimes de responsabilidade ou, com
designação mais apropriada, as infrações político-
administrativas, são aqueles previstos no art. 4º do Decreto-
Lei n. 201, de 27 de fevereiro de 1967, e sujeitam o chefe do
executivo municipal a julgamento pela Câmara de
Vereadores, com sanção de cassação do mandato, litteris:
"São infrações político-administrativas dos Prefeitos
Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos
Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato" [...]. 
2. Deveras, as condutas tipificadas nos incisos do art. 1º do
Decreto-Lei n. 201/67 versam os crimes funcionais ou crimes
de responsabilidade impróprios praticados por prefeitos, cuja
instauração de processo criminal independente deautorização do Legislativo Municipal e ocorre no âmbito do
Tribunal de Justiça, ex vi do inciso X do art. 29 da
Constituição Federal. Ainda nesse sentido, o art 2º dispõe
que os crimes previstos no dispositivo anterior são regidos
pelo Código de Processo Penal, com algumas alterações: "O
processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum
do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
31 
com as seguintes modificações" [...] (Precedentes: HC 
69.850/RS, Relator Ministro Francisco Rezek, Tribunal Pleno,
DJ de 27 de maio de 1994 e HC 70.671/PI, Relator Ministro
Carlos Velloso, DJ de 19 de maio de 1995). 
3. A responsabilidade do prefeito pode ser repartida em
quatro esferas: civil, administrativa, política e penal. O
código Penal define sua responsabilidade penal funcional de
agente público. Enquanto que o Decreto-Lei n. 201/67 versa
sua responsabilidade por delitos funcionais (art. 1º) e por
infrações político-administrativas (art. 4º). Já a Lei n. 
8.429/92 prevê sanções civis e políticas para os atos
improbos. Sucede que, invariavelmente, algumas condutas
encaixar-se-ão em mais de um dos diplomas citados, ou até
mesmo nos três, e invadirão mais de uma espécie de
responsabilização do prefeito, conforme for o caso. 
4. A Lei n. 8.492/92, em seu art. 12, estabelece que
"Independentemente das sanções penais, civis e
administrativas, previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito" [...] a penas
como suspensão dos direitos políticos, perda da função
pública, indisponibilidade de bens e obrigação de ressarcir o
erário e denota que o ato improbo pode adentrar na seara
criminal a resultar reprimenda dessa natureza. 
5. O bis in idem não está configurado, pois a sanção criminal,
subjacente ao art. 1º do Decreto-Lei n. 201/67, não
repercute na órbita das sanções civis e políticas relativas à
Lei de Improbidade Administrativa, de modo que são
independentes entre si e demandam o ajuizamento de ações
cuja competência é distinta, seja em decorrência da matéria
(criminal e civil), seja por conta do grau de hierarquia
(Tribunal de Justiça e juízo singular). 
6. O precedente do egrégio STF, relativo à Rcl n. 2.138/RJ,
cujo relator para acórdão foi o culto Ministro Gilmar Mendes
(acórdão publicado no DJ de 18 de abril de 2008), no sentido
de que "Se a competência para processar e julgar a ação de
improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também
atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime
de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
32 
rogante do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição", não
incide no caso em foco em razão das diferenças amazônicas
entre eles. 
7. Deveras, o julgado do STF em comento trata da
responsabilidade especial de agentes políticos, definida na Lei 
n. 1.079/50, mas faz referência exclusiva aos Ministros de
Estado e a competência para processá-los pela prática de
crimes de responsabilidade. Ademais, prefeito não está
elencado no rol das autoridades que o referido diploma
designa como agentes políticos (Precedentes: EDcl nos EDcl
no REsp 884.083/PR, Relator Ministro Benedito Gonçalves,
Primeira Turma, DJ de 26 de março de 2009; REsp 
1.103.011/ES, Relator Ministro Francisco Falcão, Primeira
Turma, DJ de 20 de maio de 2009; REsp 895.530/PR, Relator
Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 04 de fevereiro de
2009; e REsp 764.836/SP, Relator Ministro José Delgado,
relator para acórdão ministro Francisco Falcão, Primeira
Turma, DJ de 10 de março de 2008). 
8. O STF, no bojo da Rcl n. 2.138/RJ, asseverou que "A
Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de
responsabilidade político-administrativa para os agentes
políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 
8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c",
(disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)" e delineou que aqueles
agentes políticos submetidos ao regime especial de
responsabilização da Lei 1.079/50 não podem ser
processados por crimes de responsabilidade pelo regime da
Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação
de sua competência e principalmente pelo fato de que ambos
diplomas, a LIA e a Lei 1.079/1950, preveem sanções de
ordem política, como, v. g., infere-se do art. 2º da Lei n. 
1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, nesse caso sim,
haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla
punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco. 
9. No caso sub examinem, o sentido é oposto, pois o Decreto 
n. 201/67, como anteriormente demonstrado, dispõe sobre
crimes funcionais ou de responsabilidade impróprios (art. 1º)
e também a respeito de infrações político-administrativas ou 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
33 
crimes de responsabilidade próprios (art. 4º); estes
submetidos a julgamento pela Câmara dos Vereadores e com
imposição de sanção de natureza política e aqueles com
julgamento na Justiça Estadual e com aplicação de penas
restritivas de liberdade. E, tendo em conta que o Tribunal a
quo enquadrou a conduta do recorrido nos incisos I e II do
art. 1º do diploma supra ("apropriar-se de bens ou rendas
públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio" e
"utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de
bens, rendas ou serviços públicos"), ou seja, crime funcional,
ressoa evidente que a eventual sanção penal não se
sobreporá à eventual pena imposta no bojo da ação de
improbidade administrativa. Dessa forma, não se cogita bis
in idem. 
10. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 1066772/MS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe 03/09/2009) 
Gabarito: Errado. 
5. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os
empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não
se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade
administrativa, por não serem agentes políticos nem
constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos
taxativamente na norma de regência. 
Comentário: 
Os empregados públicos são considerados agentes
públicos, e, portanto, estão submetidos aos preceitos da Lei de
Improbidade Administrativa, conforme prescreve o art. 2º da LIA, que
assim prevê: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
34 
designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
Gabarito: Errado. 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MS –
CESPE/2013) Considera-se agente público todo aquele que
exerce, exclusivamente com remuneração, função pública
como preposto do Estado. 
Comentário: 
De acordo com o art. 2° da Lei nº 8.429/92, reputa-se
agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivode ato de improbidade. 
Gabarito: Errado. 
7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT –
CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou
concorre para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficia sob qualquer forma não se submete às disposições
da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser apurada de
acordo com o Código Penal. 
Comentário: 
Submete-se ao regramento da Lei de Improbidade
aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta, conforme preconiza o seu art. 3º
da Lei nº 8.429/92: 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
35 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta. 
Gabarito: Errado. 
8. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011) Particular
não responde por eventual ação de improbidade por não ser
agente público. 
Comentário: 
Não só o agente público está submetido à Lei de
improbidade, mas o terceiro (particular) que concorra, induza ou que
se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade,
conforme prevê o art. 3º da Lei 8.429/92. 
Gabarito: Errado. 
9. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) No
sistema adotado pela referida lei, são sujeitos ativos do ato de
improbidade os agentes públicos, assim como aqueles que,
não se qualificando como tais, induzem ou concorrem para a
prática do ato de improbidade ou dele se beneficiam direta ou
indiretamente. 
Comentário: 
De fato, além do agente público, também é sujeito
ativo da improbidade, de acordo com o art. 3º da LIA, aquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática
do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
ou indireta. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
36 
Gabarito: Certo. 
10. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF –
CESPE/2012) A Lei de Improbidade Administrativa pune atos
praticados contra a administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos poderes do DF, inclusive os
realizados por aqueles que não sejam servidores públicos. 
Comentário: 
Considera-se também como sujeito ativo da
improbidade administrativa o terceiro, isto é, aquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta (art. 3º da LIA). 
Gabarito: Certo. 
11. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Um
terceiro que pratique, juntamente com um agente público, ato
do qual decorra prejuízo ao erário não estará sujeito às
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. 
Comentário: 
Além do agente público, também responderá por ato de
improbidade o terceiro, ou seja, aquele que, mesmo não sendo
agente público, induza, concorra ou se beneficie, direta ou
indiretamente, de ato de improbidade. 
Gabarito: Errado. 
12. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) O prefeito de determinado
município firmou contrato de aluguel de milhares de 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
37 
computadores para as escolas municipais. A contratação foi
feita sem licitação, sob o argumento de que a fornecedora dos
computadores é uma organização social sem fins lucrativos.
Posteriormente, o tribunal de contas do estado detectou que o
aluguel anual de cada máquina custava o dobro do valor de
um computador novo, tendo o MP estadual, por seu turno,
descoberto que os dirigentes da organização social mantêm
relação direta com donos de empresa de material de
informática à qual pertencem os computadores alugados. A
quebra do sigilo bancário da organização social demonstrou
que os pagamentos recebidos do município eram repassados à
referida empresa. O MP poderá ajuizar ação de improbidade
contra o prefeito, mas nada poderá fazer em relação aos
dirigentes da organização social ou aos donos da empresa de
informática, visto que a referida lei alcança apenas os
ocupantes de cargos públicos. 
Comentário: 
Nos termos do art. 3º da LIA, também responderá por
ato de improbidade aquele que, mesmo não sendo agente público,
induza, concorra ou se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de
improbidade. 
Gabarito: Errado. 
13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS –
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Apuração interna realizada
descobriu que um empregado público federal de uma
sociedade de economia mista recebeu vantagem indevida de
terceiros, em troca do fornecimento de informações
privilegiadas e dados sigilosos do ente de que ele fazia parte.
O relatório de conclusão da apuração foi enviado ao
Ministério Público para providências cabíveis. O terceiro
beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e
criminal, mas não por improbidade administrativa, visto que
esta não abrange particulares. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
38 
Comentário: 
O particular que, mesmo não sendo agente público,
induza, concorra ou se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de
improbidade poderá ser responsabilizados nos termos da Lei nº 
8.429/92. 
Gabarito: Errado. 
14. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção
do mandato eletivo implica cessação automática da existência
de foro especial por prerrogativa de função, ainda que o fato
que deu causa à demanda haja ocorrido durante o exercício
daquele, exceto na hipótese de improbidade administrativa,
conforme jurisprudência do STF. 
Comentário: 
Não há foro por prerrogativa de função para atos de
improbidade administrativa. 
A ação de improbidade tem natureza civil (e política) e
a prerrogativa de foro aplica-se no caso de crime. Por isso, a extinção
de eventual mandato não implicaria cessão de foro especial para atos
de improbidade administrativa, porque não existe tal foro ação de
improbidade administrativa. 
Gabarito: Errado. 
15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT –
CESPE/2010) Enquanto as empresas públicas podem ser
sujeitos passivos da improbidade administrativa, as
sociedades de economia mista não podem, em razão do
regime de direito privado a que estão submetidas. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
39 
Comentário: 
O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa
é o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade
administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal.
Poderá, ademais, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade
que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais,
como é o caso das entidades paraestatais. 
Nesse sentido, prevê o art. 1º da Lei nº 8.429/92 que: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer
agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para 
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais decinqüenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma 
desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
desta lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos 
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. 
Assim, teremos os seguintes sujeitos passivos (vítimas
da improbidade): 
 Administração Pública direta e indireta 
 Empresa incorporada ao patrimônio público 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
40 
 Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio
ou da receita anual 
 Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou
da receita anual 
 Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público; 
Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos
(entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento
do patrimônio ou da receita anual) a sanção patrimonial limita-se à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
Gabarito: Errado. 
16. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) O sujeito
passivo de ato de improbidade administrativa restringe-se à
pessoa jurídica de direito público atingida pelo ato. 
Comentário: 
De acordo com o art. 1º e seu parágrafo da Lei nº 
8.429/92, não só pessoas jurídicas de direito público, mas pessoas
jurídicas de direito privado, integrantes ou não da Administração
Pública, podem ser sujeitos passivos de ato de improbidade
administrativa. 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer
agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para 
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
41 
concorra com mais de cinqüenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma 
desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
desta lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos 
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos. 
Gabarito: Errado. 
17. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – PF – CESPE/2012)
Se o suposto autor do ato alegar que não tinha conhecimento
prévio da ilicitude, o ato de improbidade restará afastado, por
ser o desconhecimento da norma motivo para afastá-lo. 
Comentário: 
Não é o desconhecimento da norma motivo para afastar
a ilicitude de sua conduta. Aliás, ninguém pode alegar o
desconhecimento da norma para excluir a responsabilidade por
eventual ato ilícito. 
Ademais, no âmbito da Lei de Improbidade não se
exige, para todos os atos, o dolo específico, de modo que mesmo o
não conhecimento da norma não afasta eventual ilicitude do ato. 
Nesse sentido, é o entendimento do Superior Tribunal
de Justiça. Ilustrativamente: 
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
CONTRATAÇÃO DE SERVIDOR SEM CONCURSO 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
42 
PÚBLICO. VIOLAÇÃO PRINCIPIOLÓGICA DE
CONHECIMENTO PALMAR. EXTENSÃO DO ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA AOS CONTRATADOS. 
1. "A jurisprudência do STJ dispensa o dolo específico
para a configuração de improbidade por atentado aos
princípios administrativos (art. 11 da Lei 8.429/1992),
considerando bastante o dolo genérico (EREsp.
654.721/MT, Rel. Ministra Eliana Calmon, Primeira
Seção, julgado em 25.8.2010, DJe 1.9.2010)." (AgRg
no Ag 1331116/PR, Rel. Min. Herman Benjamin,
Segunda Turma, julgado em 01/03/2011, DJe
16/03/2011). 
2. É de conhecimento palmar a violação principiológica
consistente na contratação ou manutenção de
servidores públicos sem a realização de concurso
público. Não há como alegar desconhecimento da
vedação constitucional para a contratação de servidores
sem concurso público, mormente quando já passados
quase 24 anos de vigência da Carta Política.
(Precedente: REsp 1.130.000/MG, Rel. Min. Humberto
Martins, Segunda Turma, julgado em 22.6.2010, DJe 
30.8.2010.) Agravo regimental improvido. 
(AgRg no AREsp 149.558/SP, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2012,
DJe 25/05/2012) 
Gabarito: Errado. 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ –
CESPE/2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de improbidade
administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de
função específica (administrativa), não se admitindo sua
extensão à atividade judicante. 
Comentário: 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
43 
Consoante entendimento do STJ, eventual ilícito
praticado no exercício da atividade judicante também poderá ser
enquadrado como ato de improbidade, respondendo o magistrado por
tal fato. Ilustrativamente: 
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
MAGISTRADOS. AGENTES POLÍTICOS VS. AGENTES
NÃO POLÍTICOS. DICOTOMIA IRRELEVANTE PARA A
ESPÉCIE. COMPATIBILIDADE ENTRE REGIME ESPECIAL
DE RESPONSABILIZAÇÃO POLÍTICA E A LEI DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONCEITO
ABRANGENTE DO ART. 2º DA LEI N. 8.429/92. 
1. Sejam considerados agentes comuns, sejam
considerados agentes políticos, a Lei n. 8.429/92
é plenamente incidente em face de magistrados
por atos alegadamente ímprobos que tenham sido
cometidos em razão do exercício de seu mister
legal. 
2. Em primeiro lugar porque, admitindo tratar-se de
agentes políticos, esta Corte Superior firmou seu
entendimento pela possibilidade de ajuizamento de
ação de improbidade em face dos mesmos, em razão
da perfeita compatibilidade existente entre o regime
especial de responsabilização política e o regime de
improbidade administrativa previsto na Lei n. 8.429/92,
cabendo, apenas e tão-somente, restrições em relação
ao órgão competente para impor as sanções quando
houver previsão de foro privilegiado ratione personae
na Constituição da República vigente. Precedente. 
3. Em segundo lugar porque, admitindo tratar-se de
agentes não políticos, o conceito de "agente
público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é
amplo o suficiente para albergar os magistrados,
especialmente, se, no exercício da função
judicante, eles praticarem condutas
enquadráveis, em tese, pelos arts. 9º, 10 e 11
daquele

Outros materiais