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CIRÚRGICAS OTOLÓGICAS (OTOHEMATOMA-TÉCNICAS DE ZEPP - CONCHECTOMIA OU CONCHOTOMIA)

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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
CIRURGIAS OTOLÓGICAS 
 
 
9) HEMATOMA DO PAVILHÃO AURICULAR (OTOHEMATOMA) 
 
# DEFINIÇÃO: 
 
O hematoma do pavilhão auricular é caracterizado por um aumento repentino do 
volume da orelha, devido ao acúmulo de conteúdo líquido (sangue) na superfície côncava 
(medial) da cartilagem auricular (PINNA), situado entre a pele e a cartilagem. 
 
# ETIOLOGIA: 
 
A causa principal é o trauma, que é decorrente do ato de coçar a orelha, de sacudir a 
cabeça e de esfregar a orelha afetada contra objetos. Normalmente este comportamento está 
associado aos seguintes fatores: 
 
• otites (bacteriana ou parasitária); 
• ectoparasitas (sarna, mosca, pulga e carrapato); 
• corpos estranhos e tumores auriculares. 
 
# DIAGNÓSTICO: 
 
É baseado na apresentação, por ser uma afecção que surge de forma repentina 
(aguda), e pela história clínica (principalmente visando o comportamento do animal nos 
últimos tempos). Na palpação percebesse a presença de conteúdo líquido. 
Diagnóstico diferencial: Abscesso. 
 
# TRATAMENTO: 
 
• conservativo: consiste na drenagem, lavagem e aspiração do hematoma sob técnica 
de punção asséptica e injeção local de enzimas proteolíticas (2 ou 3 vezes por 
semana). A causa da irritação deve ser determinada e tratada. Este é um tratamento 
mais lento para a recuperação do paciente e só deve ser utilizado em casos de 
otohematomas pequenos (localizados), e nos casos que o tratamento cirúrgico esteja 
contra-indicado. 
 
• cirúrgico: é o mais eficaz, e o animal deve ser submetido à anestesia geral. A orelha 
é preparada para a cirurgia asséptica (tricotomia, anti-sepsia e colocação de buchas 
de algodão no conduto auditivo), o hematoma é aberto por uma incisão longitudinal 
na face côncava (interna) da orelha. O sangue é removido, a cavidade é curetada e 
lavada exaustivamente, para que sejam removidos todos os depósitos de fibrina e 
coágulos. Se ainda persistir a hemorragia, deve-se procurar o vaso e promover a 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
cauterização ou ligadura do mesmo. A sutura de Wolff é recomendada paralela a 
linha de incisão, 2 a 5 mm próximo das bordas, sendo mantidas com a distância de 5 
a 10 mm ao longo de toda a orelha. A incisão deverá permanecer com as bordas 
afastadas permitindo a drenagem de líquidos no pós-operatório. Os pontos deverão 
atravessar toda a espessura da orelha, e a tensão dos mesmos deve ser suficiente 
para manter a posição da pele aderida na cartilagem. O fio indicado é um não 
absorvível (nylon ou polipropileno 2.0 ou 3.0) e o nº de pontos deve ser tantos 
quantos necessário para distribuir uma compressão uniforme sobre toda a orelha. 
Após o hematoma ter sido drenado a causa deve ser tratada. A orelha pode ser 
incluída em uma bandagem compressiva sobre a cabeça. 
 
# PÓS – OPERATÓRIO: 
 
• curativo tópico diário para evitar a obstrução o dreno; 
• remoção dos pontos em 3 semanas. 
 
# COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS: 
 
Retração e enrugamento da cartilagem auricular e o retorno do problema quando a 
causa não for tratada. 
 
 
10) RESSECAÇÃO DA PAREDE LATERAL DO CONDUTO AUDITIVO 
EXTERNO – TÉCNICA DE ZEPP 
 
# DEFINIÇÃO: 
 
É uma técnica cirúrgica que auxilia no tratamento das otites externas através da 
remoção de parte da cartilagem do conduto auditivo externo. 
 
# OTITE EXTERNA: 
 
É uma inflamação do epitélio do conduto auditivo externo, caracterizado por um 
aumento da produção de cerume e material sebáceo, descamação do epitélio, prurido e dor. 
É a principal indicação para a realização da técnica cirúrgica. 
 
# ETIOLOGIAS DA AFECÇÃO: 
 
• bactérias (otites purulentas); 
• parasitas (Otodects cynots); 
• fungos; 
• traumas (limpeza inadequada); 
• reações alérgicas aos produtos de limpeza. 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
 
# FATORES PREDISPONENTES: 
 
• orelhas pendulares com presença de pelos. Ex: Poodles, Cocker Spaniel; 
• alta umidade no canal auditivo, com a adição do calor e da falta de luz – estão entre 
os principais fatores predisponentes; 
• estenose do conduto auditivo. 
 
# DIAGNÓSTICO: 
 
• exame otológico completo; 
• cultura e antibiograma. 
 
# TRATAMENTO: 
 
• clínico: irrigação e limpeza do conduto auditivo externo, uso dos agentes 
ceruminolíticos e antibióticos (tópico e sistêmico), uso dos agentes antifúngicos e 
parasiticidas; 
• cirúrgico: está indicado quando a otite externa não responde mais à terapia clínica. 
 
O objetivo da cirurgia é promover alterações do meio, por meio do aumento da 
ventilação, diminuindo a umidade, a temperatura e a secreção. Também facilita a drenagem 
dos conteúdos e o tratamento tópico local. 
 
# TÉCNICA CIRÚRGICA: 
 
TÉCNICA DE ZEPP: mediante a anestesia geral e decúbito lateral, o conduto auditivo 
externo é preparado para a cirurgia asséptica (limpeza e anti-sepsia). Uma sonda é 
introduzida no conduto auditivo para determinar a profundidade da incisão. Duas incisões 
verticais são feitas na pele (entre as incisuras pré-trágica e intertrágica – Fig. 04), maiores 
que o conduto cartilaginoso vertical (aproximadamente 0,5 cm) e são unidas por uma 
incisão horizontal ventral. Este flap cutâneo é dissecado e removido dorsalmente. Se 
necessário, a glândula salivar parótida deve ser rebatida ventralmente. Com uma tesoura de 
Mayo, são feitas duas incisões verticais do conduto cartilaginoso, no sentido dorso-ventral, 
até atingir o conduto auditivo horizontal. Este flap lateral de cartilagem é tracionado 
ventralmente (dobrado) e seccionado, deixando uma sobra para ser suturada ventralmente 
junto à pele. Pontos isolados simples com fio não absorvível monofilamento (2.0 a 3.0) 
estão indicados para unir a borda da cartilagem seccionada com a pele. 
 
# PÓS-OPERATÓRIO: 
 
• limpeza local diária das secreções e crostas; 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
• uso de anti-sépticos ou antibióticos locais (após antibiograma); 
• em caso de deiscência dos pontos, a ferida deve ser tratada como ferida aberta 
(cicatrização por contração e epitelização) e usar antibióticos sistêmicos; 
• retirar os pontos entre 10 e 14 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 04 – Anatomia da orelha do cão. 
 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
 
11) CONCHECTOMIA OU CONCHOTOMIA 
 
# DEFINIÇÃO: 
 
É o corte estético de orelhas, feito para dar ao cão a característica externa de sua 
raça ou para o tratamento de algumas afecções auriculares nos animais domésticos. Ex: 
carcinoma de células escamosas no gato. 
 
# PRINCIPAIS INDICAÇÕES: 
 
• melhorar a aparência estética em algumas raças; 
• extirpação de neoplasias em felinos. 
 
 
# SELEÇÃO DO PACIENTE PARA A CIRURGIA ESTÉTICA: 
 
• idade ideal: entre 60 e 90 dias (média: 75 dias), possibilita uma maior probabilidade 
no sucesso estético da cirurgia. 
• controle parasitário: o animal deve estar livre de endo e ectoparasitos; 
• vacinas: o animal deve ter recebido pelo menos uma dose de vacina contra 
Parvovirose e Cinomose; 
• alimentação: deve ser equilibrada; 
• saúde: antes da cirurgia deve se proceder um exame clínico, verificando o 
hemograma completo e a temperatura, e, ainda,observar se o animal está 
apresentando vômito, diarréia ou presença de pústulas no abdome; 
• avaliação clínica das orelhas: averiguar a posição, a apresentação anormalmente 
grandes e se mostran-se excessivamente espessas ou se contém dobras anormais; 
• parecer e relato ao proprietário: após observar todos estes aspectos, devemos fazer 
um relatório ao proprietário sobre a possibilidade do sucesso da cirurgia, dos riscos 
ao paciente e dos cuidados pós-operatórios. 
 
# INSTRUMENTAL NECESSÁRIO: 
 
• material para hemostasia; 
• material para diérese; 
• material para síntese; 
• campo e material auxiliar; 
• clampe de orelha reto ou curvo (material específico). 
 
 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
# ANESTESIA: 
 
Por se tratar de uma cirurgia estética, todo cuidado é pouco, e o animal deverá 
permanecer imóvel durante todo o procedimento, necessitando desta forma uma anestesia 
geral. 
 
# TÉCNICA CIRÚRGICA: 
 
Após o preparo do paciente, o mesmo é colocado em decúbito esternal, com o 
focinho apoiado sobre uma almofada. O comprimento das orelhas pode ser medido com o 
auxílio de uma régua esterilizada, a olho, marcando-se com uma agulha, um lápis 
dermatológico ou coincidindo a borda livre cranial da orelha sobre o canto medial do olho. 
As duas orelhas são colocadas juntas, nivelando-se as pontas, quando então a 
marcação de ser igualada. O ponto de referência superior é feito desta forma e o inferior 
deve passar pela incisura intertrágica. 
Após a colocação do clampe de orelhas, a secção é feita com bisturi de maneira 
magistral, envolvendo a pele externa, a cartilagem e a pele interna da orelha. A porção da 
orelha seccionada deve ser guardada para posterior medida. 
O clampe é removido e a hemostasia dos ramos da artéria e veia auricular cranial e 
caudal são feitos por pinçamento e force-torção. O brinco (extremidade mais ventral da 
cartilagem conchal que permanece após a secção) é, então, aparado de maneira a concluir a 
incisão estética. 
Para a secção da outra orelha, a porção seccionada anteriormente pode ser usada 
como referência de medida na colocação do clampe. 
Após a secção e hemostasia da segunda orelha, as duas devem ser comparadas, 
examinando-as com uma vista anterior e posterior, a fim de ser avaliada a estética do 
animal. A sutura deve ser feita com fio não absorvível monofilamentoso 3.0 ou 4.0, com 
uma sutura contínua simples, evitando-se atingir a cartilagem auricular. Os pontos devem 
iniciar sempre pela pele da face medial da orelha, facilitando a cobertura da cartilagem pela 
pele da face lateral que é mais móvel. 
 
# PÓS-OPERATÓRIO: 
 
• etapa fundamental para o sucesso da cirurgia, o proprietário deve ser instruído a 
acompanhar ativamente esta etapa; 
• manter as orelhas eretas, usando-se bandagens ou armações por um período entre 15 
a 20 dias; 
• adaptar uma proteção para que o animal não coce a ferida cirúrgica; 
• limpeza diária e aplicação de anti-sépticos; 
• retirada dos pontos de pele aos 8 dias de pós-operatório. 
 
 
 
 
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Cirurgia Veterinária I 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
 
BOJRAB, M.J. Cirurgia dos pequenos animais. 2 ed. São Paulo: Roca, 1986. 
 
OTT, R.L. Ears. In: ARCHBALD, J. Canine surgery. 2 ed. Santa Barbara: American 
Veterinary Publications, 1974. cap. 6, p. 263-290. 
 
HENDERSON, R.A. , HORN, R.D. The pinna. In: SLATTER, D. Textbook of small 
animal surgery. 2 ed. Philadelphia: Saunders Company, 1993. cap. 115, p. 1545-1559. 
 
VAN SLUIJS, F.J. Atlas de cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Manole, 1992, 
141p. 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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