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ARISTÓTELES E SUAS CONCEPÇÕES DE JUSTIÇA INTRODUÇÃO Ética Aristotélica é pautada na ideia de que a vida do homem possui uma finalidade voltada para a prática de virtudes e a consequente felicidade (eudaimonia). Ao tomar a justiça também como uma virtude, Aristóteles busca relacionar a verificação acerca do meio em que vive o homem às suas condições políticas e sociais. A justiça se difere das demais virtudes, sendo considerada a maior delas, por relacionar-se com o próximo, e não com o indivíduo que a manifesta. “A justiça é a forma perfeita de excelência moral porque ela é a prática efetiva da excelência moral perfeita” (ARISTÓTELES, 1996, p. 195). CONCEITO DE JUSTIÇA PARA ARISTÓTELES Em seu livro “Ética a Nicômaco”, capítulo V, Aristóteles define por justiça “a disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, que as faz agir justamente e desejar o que é justo” (ARISTÓTELES, 1991, p. 96). A justiça de Aristóteles é teleológica, ou seja, possui um finalidade em questão na prática social. Essa justiça deve estar ligada a prática da boa ação, que desenvolve o hábito e leva a virtude de forma final. BOA AÇÃO HÁBITO VIRTUDE JUSTIÇA UNIVERSAL Cumprimento daquilo que expressa o ordenamento. Trata-se da obediência ao nómos, que engloba também os costumes e os princípios. JUSTIÇA PARTICULAR A justiça particular sendo parte da justiça absoluta, é parte da virtude - a igualdade, ou seja, ser injusto nesse último sentido é tomar mais do que lhe é devido ou desrespeitar a igualdade. TIPOS DE JUSTIÇA PARTICULAR JUSTIÇA DISTRIBUTIVA A justiça distributiva é aquela onde ocorre pelo Estado a distribuição de bens, honrarias, cargos bem como responsabilidades e impostos. (BITTAR, 2010, p. 133). JUSTIÇA RECÍPROCA A justiça recíproca é aquela na qual existe uma reciprocidade pura e simples na aplicação das penas, observando a diversidade do caso. JUSTIÇA CORRETIVA Esta desempenha um papel corretivo de reestabelecer o equilíbrio entre dois ou mais indivíduos através de um meio termo entre perda e ganha. JUSTIÇA POLÍTICA A justiça política se caracteriza por meio das relações dos indivíduos na polis. O justo político se apresenta entre as pessoas que vivem juntas com o objetivo de assegurar a auto-suficiência do grupo O justo político é a justiça aplicada ao meio social, no convívio entre aqueles que partilham de um espaço comum, dividindo atividades, buscando a liberdade e a igualdade entre eles. TIPOS DE JUSTIÇA POLÍTICA JUSTIÇA LEGAL O justo legal possui a lei como alicerce. Fundamentos derivados das regras vigentes entre os cidadãos políticos com o objetivo de acompanhar a dinâmica social, regulando assim as relações entre as pessoas. JUSTIÇA NATURAL Encontra base na própria natureza. Ele provém do Direito natural e é estruturado por normas genéricas, as quais fazem parte da na natureza e, por isso, são validas em si mesmas. “conjunto de todas as regras que encontram aplicação, validade, força e aceitação universais. JUSTIÇA DOMÉSTICA A justiça doméstica se refere ao ambiente familiar e as relações existentes nesse meio. São elas: entre marido e mulher, pais e filhos e senhor e servo Para Aristóteles não há justiça quando se trata de relações em que as coisas pertencem ao homem (os servos e os filhos, até certa idade). EQUIDADE – CONCEPÇÃO APRIMORADA DE JUSTIÇA A equidade, de forma simplificada, é reconhecida por Aristóteles como uma configuração aprimorada da justiça, uma vez que representa a correção da justiça legal. CONCLUSÃO A justiça é uma virtude portanto trata-se de uma aptidão ética humana que apela para a razão prática. A justiça também não é única e, por isso, Aristóteles descreve distintas espécies e as exemplifica, mostrando que ela não se realiza sem a plena aderência da vontade do praticante. O homem justo é aquele que obedece às leis e não fere a igualdade.
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