O que existe do pragmatismo norte-americano no judiciário brasileiro?

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“O que existe do pragmatismo americano dentro do ativismo judicial no Brasil?”
 
 O movimento conhecido como “ativismo judicial”, advindo do neoconstitucionalismo do pós-Segunda Guerra Mundial, o qual trouxe a característica da supremacia da Constituição e, além disso, a valorização dos aspectos humanos e sociais estabelecidos como princípios, os quais foram conferidos como espécies normativas; significou um grande avanço na questão do controle dos Poderes galgando a um impedimento de renascimento de um novo Estado controlado por um déspota sem limitações. Esse movimento representa-se, muitas vezes, por uma atividade do Poder Judiciário em detrimento da inércia ou omissão dos demais poderes a determinado assunto considerado polêmico na sociedade e que há certo deslocamento da classe política e sociedade civil e o impedimento da efetivação das demandas sociais- ilustrado na questão que o Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade da união estável homoafetiva- na qual o mesmo foi chamado por meio de uma demanda processual para decidir sobre a matéria que valeu sobre todos os assuntos relacionados à mesma em toda a jurisdição brasileira.
 Com a abrangência política das decisões judiciais, e, devido sua relevância nacional, as Cortes Superiores (com destaque ao STF), ganharam repercussões midiáticas até então nunca vistas no país, as mesmas são defendidas por alguns doutrinadores com base em uma maior transparência nos julgamentos e contestadas por outros sob uma espécie de “miditiação” do processo. Com a referida abrangência, esse movimento representa uma proatividade na interpretação da Lei Constitucional, expandindo o seu sentido e alcance, ao mesmo está atrelada uma participação mais intensa do Poder Judiciário na concretização dos valores e fins contidos na mesma. Onde ele decide interferindo no espaço dos Poderes Executivo, propondo políticas públicas em alguns casos; e Legislativo, com o sistema de controle de constitucionalidade das leis.
 Quando se aborda a questão do pragmatismo jurídico norte-americano, recai acerca de suas três características essenciais: O contextualismo, no qual implica que toda e qualquer proposição seja julgada em conformidade com as necessidades humanas e sociais; o consequencialismo, concernente a um teste por meio da antecipação de seus resultados possíveis e o anti-fundacionalismo, onde exclui-se as entidades metafísicas, os conceitos abstratos, os princípios perpétuos, as instâncias últimas e outras prováveis fundações ao pensamento. Para essa vertente do pensamento jurídico, o Direito passa a ser definido pela atividade dos juízes, cabendo aos mesmos à criação dele e não apenas a mera reprodução, ao juiz pragmático, sua melhor decisão é a que melhor corresponda às necessidades humanas e sociais, visando intervir na realidade social- criando- com suas decisões, verdadeiras políticas públicas, buscando muito além das tradicionais fontes do direito, recorrendo aos princípios éticos e políticos; para os pragmatistas, a norma somente é válida quando for aplicada pelo magistrado e não quando elaborada pelo legislador.
 No contexto atual do ativismo judicial brasileiro, há as características inerentes do pragmatismo, principalmente no que tange a essa criação de políticas públicas e demais direitos em conformidade com os princípios decorrentes da Carta Magna e dos Direitos Humanos, observando o bem comum e a finalidade social da proposição de determinada decisão, principalmente nas matérias que geram bastante repercussão nacional. Assim estando presentes todas as características do pensamento pragmático, porém, estando mais visíveis, as do contextualismo e do consequencialismo.