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Efeitos de construções vizinhas

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2.1.1 Edificações vozinhas 
	Costa Nunes (1956) foi o primeiro no Brasil a intervir na influência das construções vizinhas nos ajustes dos desaprumos e recalques em prédios, subdividindo os movimentos característicos de acordo com os carregamentos em quatro tipos, sendo em concordância com a época de construção, considerando prédios similares.
Tipo 1: Quando prédios vizinhos são construídos juntamente. Ocasiona uma sobreposição de tensões entre os prédios, sendo influenciado pelos seus carregamentos. Por esse motivo é provocado uma concentração de tensões nesta região e tem como consequência recalques maiores, provocando nos prédios o tombamento em sentidos contrários, como mostra a figura 2.2.
 Figura 2.2 – Efeitos de construções vizinhas – carregamento simultâneo
 Fonte: o autor
Tipo 2: Quando um prédio vizinho é construído após o outro. O primeiro causa um pré-adensamento do subsolo sobre a sua base, quando o segundo prédio é construído provoca um acréscimo de tensões, causando o recalque dos prédios no mesmo sentido. Como mostra a figura 2.3.
 Figura 2.3 – Efeitos de construções vizinhas – carregamento não simultâneo 
 Fonte: o autor
Tipo 3: Quando um prédio é construído posteriormente de dois já existentes, ele provoca um acréscimo de tensões no maciço, ocorrendo um recalque induzindo um tombamento no sentido contrário entre os dois prédios já construídos. Como demostra a figura 2.4.
Figura 2.4 – Efeito de construções vizinhas – terceiro prédio construído entre dois prédios pré existentes.
Fonte: o autor
Tipo 4: Quando já existe um prédio e são construídos dois novos prédios vizinhos, o primeiro a ser construído causa o pré - adensamento do maciço, sendo assim os prédios construídos após sofrerão o tombamento em sentidos opostos, com isso o prédio existente não sofrerá desaprumos. Como mostra a figura 2.5
Figura 2.5 – Efeitos de construções vizinhas – dois prédios construídos ao lado de um já existente
Fonte: o autor
2.1.2 Rigidez relativa estrutura-solo
O vínculo entre as lajes, pilares e vigas provoca consideravelmente a rigidez do edifício, promovendo uma deformação mais lenta.
	Lopes e Gusmão (1991), mostram que para avaliação da grandeza dos recalques foi observado o comportamento de um pórtico para que fosse possível obter os cálculos do parâmetro de rigidez relativa estrutura-solo (Kss), como mostra a equação 2.1
(2.1)
Sendo:
: módulo de elasticidade do material da estrutura 
: módulo de elasticidade do solo 
: momento de inércia de voga típica
: comprimento do vão entre pilares
De acordo com Meyerhof (1953), a equação é melhor definida de modo que seja feita uma relação entre a rigidez da superestrutura e a rigidez do solo, conforme equação 2.2.
(2.2)
Sendo:
: rigidez do solo
: rigidez da superestrutura
: rigidez relativa estrutura – solo
: número de pavimentos
: comprimento dos vãos
: inércia da seção transversal de cada viga
: módulo de elasticidade da superestrutura
: módulo de elasticidade do solo.
Confirmando o desenvolvimento de Meyerhof (1953), Lopes e Gusmão (1991) concluíram que de acordo com o aumento da rigidez relativa da estrutura – solo (, ocorre uma diminuição significativa dos recalques diferenciais, como mostra a figura 2.6.
 
Figura 2.6 – Recalque x rigidez relativa solo-estrutura
Fonte: Lopes e Gusmão, (1991)
2.1.3 Números de pavimentos 
De acordo com Goshy (1978), quanto maior o edifício mais alto será a estrutura global, pois essa ação não é igual na edificação toda, ou seja, nos primeiros andares é onde ocorre a maior concentração desse comportamento.
Lopes e Gusmão (1991), concluíram que a partir do aumento vertical da edificação, os recalques diferenciais passam a diminuir, obtendo um reforço na influência dos primeiros pavimentos.
Gusmão e Gusmão filho (1994), acrescentam que de acordo com o crescimento vertical da estrutura, a rigidez da estrutura tende a aumentar substancialmente. Isso acontece por conta da relação solo-estrutura, fazendo com que se tornem dependentes apenas do carregamento.
De acordo com Moura (1995), por conta das solicitações de momentos fletores em pilares e vigas, a interação entre a estrutura com o solo, o comportamento afeta consideravelmente os primeiros pavimentos, diminuindo nos andares superiores.
REFERÊNCIAS 
COSTA NUNES, A.J. Curso de Mecânica dos Solos e Fundações. Editora Globo, 1956.
LOPES, F.R.; GUSMÃO, A.D. On the influence of soil-structure interaction in the distribution of foundation loads and settlements. In: EUROPEAN CONFERENCE ON SOIL MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING, 10, Firenze, 1991. Proceedings. Rotterdam, A. A. Balkema, v. 2, p. 505-9, 1991.
MEYERHOF, G.G. Some recent foundation research and its application to design. STRUCTURAL ENGINEERING. Londres, 1953.
GUSMÃO, A.D.; GUSMÃO FILHO, J. A. Avaliação da influência da interação solo- estrutura. In. X COBRAMSEF, Foz do Iguaçu, PR, ABMS, Anais... v.1, p.68-74, 1994.
GUSMÃO FILHO, J.A. Fundações do conhecimento geológico à prática da engenharia. Editora Universitária – UFPE, Livro. Recife, PE, 1998.
MOURA, A.R.L.U. Interação solo-estrutura em edifícios. Tese M.Sc., Escola de Engenharia da UFPE, Pernambuco, PE, Brasil, 1995.

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