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Direito Civil II - 5ª aula - Provas

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DIREITO CIVIL – II 
 
PROVAS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Dispõe o art. 212 do Código Civil: 
“Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado 
mediante: 
I - confissão; 
II - documento; 
III - testemunha; 
IV - presunção; 
V - perícia”. 
CONFISSÃO 
 
A confissão é prova que consiste em manifestação de uma parte reconhecendo situação favorável 
à outra. Desse modo, somente quem ostenta essa posição na relação jurídica pode confessar. 
Dispõe os arts. 213 e 214 do Código Civil: 
“Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que 
se referem os fatos confessados. 
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que 
este pode vincular o representado. 
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de 
coação”. 
Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e 
favorável ao adversário (CPC, art. 348). 
 
ESPÉCIES DE CONFISSÃO 
 
 Judicial: em juízo. 
 Extrajudicial: fora do processo 
 Espontânea: feita por escrito 
 Provocada: que é aquela obtida em depoimento pessoal 
 Expressa: expressamente sobre os fatos alegados pela parte contrária 
 
 Presumida (ou ficta) pela revelia (CPC, arts. 302 e 319): revelia (art. 319, CPC), da falta de 
impugnação específica dos fatos (art. 302), da falta de comparecimento ou recusa de depor (343, § 
2º) ou da recusa de exibir documento por determinação judicial (art. 359), trata-se de uma 
presunção relativa podendo ser elidida por outras provas. 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS: 
 
 A capacidade da parte. 
 A declaração de vontade. 
 O objeto possível. 
 
Obs.: Como da confissão decorrem consequências desfavoráveis ao confessor, não basta, para efetivá-la, 
a capacidade genérica para os atos da vida civil, sendo necessária a titularidade dos direitos sobre os quais 
se controverte. 
O representante legal do incapaz não pode, em princípio, confessar, porque lhe é vedado concluir 
negócios em conflito de interesses com o representado (CC, art. 119). 
A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação (CC, art. 
214). 
 
 
DOCUMENTO 
 
 
Documentos tem função apenas probatória e não se confundem com instrumentos públicos ou 
particulares. Estes são espécies e aqueles são o gênero. O instrumento é criado com a finalidade precípua 
de servir de prova, como, por exemplo, a escritura pública, ou a letra de câmbio. Os instrumentos 
públicos são feitos perante o oficial público, observando-se os requisitos do art. 215 do CC/02. Os 
particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios interessados. 
 
ESPÉCIES DE DOCUMENTO: 
 
 Público: são os documentos elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções, 
como as certidões, traslados etc. 
 
Certidão é a reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou documento. 
Quando integral, abrangendo todo o conteúdo da anotação, chama-se verbo ad verbum. Se abranger 
apenas determinados pontos indicados pelo interessado, denomina-se certidão “em breve relatório”. 
Traslado é cópia do que se encontra lançado em um livro ou em autos. A admissibilidade das 
diversas formas de reprodução mecânica de documentos hoje existentes, bem como os seus efeitos, está 
regulamentada no Código de Processo Civil, na seção que trata da força probante dos documentos (arts. 
364 e s.). 
 
 Particular: quando elaborados por particulares. Uma carta, um telegrama, por exemplo, podem 
constituir importante elemento de prova. 
A Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a informatização do processo 
judicial, alterando o Código de Processo Civil, estabelece: 
“Para o disposto nesta Lei, considera-se: 
I — meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos 
digitais; 
II — transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de 
comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores; 
III — assinatura eletrônica as seguintes formas de identificação inequívoca do signatário: 
a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora 
credenciada, na forma de lei específica; 
b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos 
respectivos” (art. 1º, § 2º). 
Acrescenta o art. 11 da referida lei: 
“Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos com garantia 
da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão considerados originais para 
todos os efeitos legais. 
§ 1º Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da 
Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas 
autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos e privados 
têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de 
adulteração antes ou durante o processo de digitalização. 
§ 2º A arguição de falsidade do documento original será processada eletronicamente na forma da 
lei processual em vigor. 
§ 3º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2º deste artigo, deverão ser 
preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o 
final do prazo para interposição de ação rescisória; 
§ 4º (Vetado); 
 
§ 5º Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande volume ou por 
motivo de ilegibilidade deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria no prazo de 10 (dez) 
dias contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os quais serão devolvidos à 
parte após o trânsito em julgado; 
§ 6º Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente estarão disponíveis 
para acesso por meio da rede externa para suas respectivas partes processuais e para o 
Ministério Público, respeitado o disposto em lei para as situações de sigilo e de segredo de 
justiça”. 
“O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência com o 
original assinado” (CC, art. 222). 
“A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de 
declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original” (art. 223). 
“A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as 
circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição” (art. 223, parágrafo único), em razão 
dos princípios da literalidade e abstração, que regem a exigibilidade dos títulos de crédito. 
“As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer 
outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, 
contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão” (art. 225), não se exigindo que sejam 
autenticadas. 
“Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, 
em seu favor, quando escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros 
subsídios” (art. 226). 
“A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura 
pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da 
falsidade ou inexatidão dos lançamentos” (art. 226, parágrafo único). 
Aduza-se, por fim, que “os documentos redigidos em línguaestrangeira serão traduzidos para o 
português para ter efeitos legais no País” (art. 224). 
 
 
TESTEMUNHAS 
 
 
ESPÉCIES DE TESTEMUNHAS: 
 
 Instrumentárias: são as que assinam o instrumento. 
 
 Judiciárias: são as que prestam depoimento em juízo. 
A prova testemunhal é menos segura que a documental. Por essa razão, só se admite, “salvo os 
casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o 
décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados”. “Qualquer que 
seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da 
prova por escrito” (CC, art. 227 e parágrafo único). 
A prova testemunhal, que resulta do depoimento oral das pessoas que viram, ouviram ou 
souberam dos fatos relacionados com a causa, por estar impregnada de alto grau de subjetividade, é 
sempre alvo de críticas dentro do sistema jurídico. 
Daí as restrições a sua admissibilidade ampla, como a feita no presente artigo. 
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a 
prática dos atos da vida civil; 
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes 
faltam; 
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; 
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma 
das partes, por consangüinidade, ou afinidade. 
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento 
das pessoas a que se refere este artigo. 
 
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: 
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; 
II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, 
ou amigo íntimo; 
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, 
ou de dano patrimonial imediato. 
 
PRESUNÇÃO 
 
Presunção é a ilação que se extrai de um fato conhecido, para se chegar a um desconhecido. Não 
se confunde com indício, que é meio de se chegar a uma presunção. 
Exemplo de presunção: como é conhecido o fato de que o credor só entrega o título ao devedor 
por ocasião do pagamento, a sua posse pelo devedor conduz à presunção de haver sido pago (CC, art. 
324). 
 
Podem ser mencionadas, ainda, a morte presumida (art. 6º), a gratuidade do mandato (art. 658), a 
boafé (art. 1.203), dentre outras. 
 
ESPÉCIES DE PRESUNÇÕES: 
 
 Legais (juris): são as que decorrem da lei, como a que recai sobre o marido, que a lei presume ser 
pai do filho nascido de sua mulher, na constância do casamento. 
As presunções legais dividem-se em: 
o Absolutas (juris et de jure): são as que não admitem prova em contrário. A presunção de 
verdade atribuída pela lei a certos fatos é, nestes casos, indiscutível. Exemplo: a de que são 
fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor 
insolvente tiver dado a algum credor (CC, art. 163). 
o Relativas (juris tantum): são as que admitem prova em contrário. Por exemplo, a 
presunção de paternidade atribuída ao marido, em relação ao filho de sua mulher nascido 
na constância do casamento, pode ser elidida por meio da ação negatória de paternidade 
(CC, art. 1.601). 
 
 Comuns (hominis): são as que se baseiam no que ordinariamente acontece, na experiência da 
vida. Presume-se, por exemplo, embora não de forma absoluta, que as dívidas do marido são contraídas 
em benefício da família. 
“As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova 
testemunhal” (CC, art. 230). 
O dispositivo trata das presunções que não decorrem da lei. 
Não são admitidas nos negócios jurídicos cujo valor ultrapasse o décuplo do salário mínimo 
vigente no País ao tempo em que foram celebrados, bem como em outros casos previstos em lei (CC, art. 
227). 
 
 
PERÍCIA 
 
 
O Código de Processo Civil denomina prova pericial o exame e a vistoria (art. 420). Exame é a 
apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Exemplos: exame 
 
grafotécnico, exame hematológico nas ações de investigação de paternidade etc. Vistoria é também 
perícia, restrita, porém à inspeção ocular. 
É diligência frequente nas ações imobiliárias, como possessórias e demarcatórias. 
A vistoria destinada a perpetuar a memória de certos fatos transitórios, antes que desapareçam, é 
denominada ad perpetuam rei memoriam, regulada atualmente no capítulo do Código de Processo Civil 
que trata da “produção antecipada de provas” (arts. 846-851). 
O referido diploma também considera prova pericial a avaliação, que é a atribuição ao bem do seu 
valor de mercado. 
O arbitramento é forma de avaliação. É o exame pericial destinado a apurar o valor de 
determinado bem, comum nas desapropriações e ações de indenização. 
O atual Código Civil contém, nesse Título V, dois artigos novos: o 231 (“Aquele que se nega a 
submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa”) e o 232 (“A recusa à 
perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame”). 
A jurisprudência já se adiantara, pois vinha proclamando, em ações de investigação de 
paternidade, que “a recusa ilegítima à perícia médica pode suprir a prova que se pretendia lograr com o 
exame frustrado”. 
O Superior Tribunal de Justiça, na mesma linha de pensamento, já vinha decidindo que “a recusa 
do investigado em submeter-se ao exame DNA, aliada à comprovação de relacionamento sexual entre o 
investigado e a mãe do autor impúbere, gera a presunção de veracidade das alegações postas na 
exordial”. 
Tal entendimento foi sedimentado com a edição da Súmula 301, do seguinte teor: “Em ação 
investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de 
paternidade”.

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