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Resenha crítica sociologia sobre os quatro grupos de estudos sobre o comportamento humano

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Sociologia-Resenha crítica
Os quatro grupos de estudos sobre o comportamento humano desviante
 É considerado como desviante qualquer tipo de comportamento de inconformidade às regras sociais, esses comportamentos podem ser considerados como graves quando coloca em risco a ordem social por isso tornaram-se objetos de estudo de quatro importantes teorias sociológicas: funcionalismo, interacionismo, teorias de conflito e teorias de controle, todos esses estudos buscam entender o que leva o homem a certos tipos de comportamento desviante bem como as consequências deste, sendo o crime, o mais comum, além de mostrar possíveis soluções à inibição de desvios comportamentais. 
 O funcionalismo considera que, o crime e desvio são consequências de determinadas estruturas sociais onde não há regulação moral, isso levaria as pessoas que não realizam seus desejos dentro do seu âmbito social a adquirirem comportamento desviante visto que, há disparidade entre esses desejos e as gratificações existentes na sociedade.
 Segundo Durkheim (GIDDENS, A. 6. Ed, p.665 2012) 
Não há regras claras que orientem a sociedade, o crime e desvio são fatos sociais, pois, ambos são elementos inevitáveis e necessários para a sociedade, argumentando que o desvio tem uma função adaptativa, ele argumenta que este pode introduzir novas ideias e desafios na sociedade, trazendo mudanças sociais e culturais.
 Setenta anos após o surgimento da obra de Durkheim, o sociólogo Kai Erikson comprova em seus estudos que, as sociedades precisam de suas cotas de desvio e que elas agem de modo a mantê-las intactas, gradativamente a sociedade tende a aceitar determinados níveis de comportamento desviantes à medida que, estes vão se tornando mais comuns.
 Conclui-se com isso que, o funcionalismo tende a responsabilizar as desigualdades sociais pelo comportamento desviante dos indivíduos onde os grupos mais pobres, inconformados com a sua situação de miséria e almejando certo nível de ascensão social usam desse tipo de comportamento para alcança-lo, mas, é importante salientar que essa visão é de certa forma equívoca, visto que existem comportamentos desviantes em todos os níveis e em todas as classes sociais. 
 O interacionismo critica a ideia da existência de tipos de condutas ‘’desviantes’’. Ao contrário, se perguntam o porquê de certos comportamentos serem considerados como desviantes e porque eles são atribuídos a determinados grupos e a outros não. Segundo a perspectiva da rotulação/etiquetagem, o desvio não é característico do indivíduo, mas, sim, é resultado da interação entre desviantes e não desviantes, isso pode ser atribuído à natureza do próprio desvio. Lemert divide esses desvios entre primários e secundários, onde no desvio primário os atos desviantes do indivíduo permanecem anônimos e este não assume o comportamento desviante não assumindo o rótulo de criminoso. No desvio secundário, a partir do momento em que esses atos vêm à tona, o indivíduo os assume e passa a aceitar sua rotulação como criminoso tende, portanto, a repeti-lo. Esse desvio pode se tornar amplificado, em lugares como as prisões, por exemplo, onde o criminoso tende a amplificar seu comportamento desviante. 
 O interacionismo sustenta a tese de que o desvio não é característico do indivíduo, mas resultado de sua interação com a sociedade, porém, ao dar maior ênfase ao desvio secundário se esquece de caracterizar os motivos pelos quais os indivíduos assumem os desvios primários e esse primeiro comportamento desviante é fundamental para entendimento dos rótulos que recebe, mas, deixa de falar das origens do indivíduo que podem ter papel fundamental nas suas escolhas comportamentais, pois, o comportamento desviante em si não é aprendido apenas no desvio secundário.
 As teorias do conflito baseavam-se em pensamentos marxistas e argumentavam que o desvio é escolhido deliberadamente e tem natureza política. Não acreditavam, portanto, que o desvio era determinado por fatores como biologia, personalidade, anomia, desorganização social ou organização. Os teóricos da nova criminologia formulam sua análise segundo a estrutura da sociedade e a proteção do poder da classe dominante. Onde, segundo eles, a classe dominante usa da lei para manter os seus interesses, em que os crimes cometidos por poderosos tendem a ser minimizados de certa forma, sustentam que o comportamento desviante deve ser entendido dentro do contexto de cada realidade social. 
 Propõe como meio de melhorar esses comportamentos uma maior integração entre a polícia e a comunidade, onde ao invés de ser extremamente repressiva essa seria mais branda e atuaria mais como educativa. 
 As teorias do conflito podem ser tidas como a mais adequada ao mundo contemporâneo, é fato que o poder ainda exerce grande influência dentro da lei, as desigualdade social tende a marginalizar os mais pobres, fazendo com que o crime se torne atraente como meio de ascensão social, a miséria é responsável pela entrada de muitos jovens no mundo do crime e estes tendem a ser punidos severamente por seus atos desviantes, enquanto que, a lei tende a ser mais branda com os mais ricos, mesmo que tenham cometido crimes iguais ou ainda piores. 
 As teorias do controle enfatizam que o crime ocorre como resultado de um desequilíbrio entre os impulsos para a atividade criminal e os controles sociais ou físicos que o impedem. Afirmam que, os seres humanos tendem a ser naturalmente egoístas e que tomam decisões visando apenas os seus próprios objetivos, usando inclusive de meios criminosos para consegui-los. Propõe a inibição desses comportamentos através de meios coercitivos como a liberdade vigiada, policiamento repressivo e cuidado com áreas abandonadas. 
 Essa teoria já foi aplicada por diversas ditaduras e se mostrou totalmente ineficiente, visto que, a repressão ao em vez de restabelecer a paz acabou por aumentar a revolta da população, é, portanto uma teoria inválida, que viola direitos fundamentais da pessoa humana como a liberdade de expressão, o direito de ir e vir e a liberdade de opinião. 
 
 
IESB
Disciplina: Sociologia
Assunto: Resenha crítica- os quatro grupos teóricos que tentam explicar o comportamento desviante
Professor (a): Weber Lima
Aluno (a): Maria Thamyres de Souza Almeida Matrícula: 1511010520
Sociologia

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