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Crescimento, desenvolvimento motor e psicomotricidade

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1 
 
Disciplina: Crescimento, desenvolvimento motor e psicomotricidade 
Autores: M.e Carla Morales 
Revisão de Conteúdos: Esp. Irajá Luiz da Silva 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Carla Morales 
 
 
 
Crescimento, desenvolvimento motor e 
psicomotricidade 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
MORALES, Carla. 
Supervisão na Educação Inclusiva / Carla Morales. – Curitiba, 2018. 
38 p. 
Revisão de Conteúdos: Irajá Luiz da Silva 
Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. 
Material didático da disciplina de Crescimento e Desenvolvimento Motor 
– Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
 ISBN: 978-85-5475-172-2 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 Falar do corpo é sobretudo falar de uma estrutura que se desenvolve e 
cresce. Essa estrutura, dotada de sistemas interligados e complexos, é capaz de 
realizar funções que permitem a vida e sua interação com o ambiente. Nesta 
disciplina será visto como o desenvolvimento cognitivo e corporal fazem com que 
essa máquina ganhe uma capacidade extraordinária para realizar as mais 
diversas funções. Também será possível ver como o desenvolvimento motor 
pode proporcionar uma gama de experiências de vivências corporais 
importantes nos processos de socialização e desenvolvimento da linguagem. 
Veremos que os exercícios físicos, realizados nas fases de crescimento e 
desenvolvimento ajudam o corpo na otimização de suas funções motoras e 
cognitivas. Longe de esgotar qualquer assunto, esta disciplina procura gerar 
reflexões no campo da aprendizagem e ampliar seu conhecimento acadêmico, 
facilitando a compreensão e a dinâmica de atuação no campo mercadológico, 
uma vez que o trabalho está voltado para atuação com pessoas e mais do que 
nunca se faz necessário o entendimento sensorial para as estratégias e 
desenvolvimento motor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Aula 1 - Crescimento e desenvolvimento 
 
Apresentação da Aula 1 
Nesta aula, se inicia a jornada na busca do entendimento dos processos 
de crescimento e desenvolvimento do corpo. Ao pensar como uma simples célula 
e seus fatores de divisão e multiplicação podem acarretar no aparecimento do 
corpo humano e cada parte dele se desenvolve em conjunto, mas suas ações 
são específicas, uma vez que o conjunto de células que formará o fígado será 
diferente do conjunto de células presentes no sistema nervoso. Na medida em 
que o corpo cresce e se adapta ao meio, o desenvolvimento acontece, 
maturando os processos bioquímicos presentes e fazendo com que esses dois 
parâmetros – crescimento e desenvolvimento, ocorram de maneira paralela e 
coordenada na busca pela homeostase corporal. 
Vocabula rio 
Homeostase de homeostasia: Processo de regulação pelo 
qual um organismo mantém constante o seu equilíbrio 
[Termo criado pelo fisiologista americano Walter Cannon 
1871 – 1945] 
No contexto fisiológico é o estado de equilíbrio das diversas 
funções e composições químicas do corpo. 
Exemplo: temperatura, pulso, pressão arterial, taxa de 
açúcar no sangue, etc. 
 
1.1 Desenvolvimento e estrutura funcional do Sistema Corporal 
“No passado, o estudo do desenvolvimento motor foi ofuscado pelo interesse 
pelo desenvolvimento cognitivo e afetivo. ” 
David L. Gallahue et. al., 2013, página 21 
 O nosso corpo é um aglomerado de células que formam os tecidos, 
formando os órgãos e que por sua vez formam os sistemas. Tudo isso está 
permeado pelo constante trabalho na manutenção da homeostase, ou seja, 
 
7 
 
manter as células em condições estáveis para que estas possam realizar suas 
funções a contento, mantendo o organismo vivo. Esse equilíbrio é necessário 
para que o funcionamento do corpo ocorra de maneira integrada. Aqui dois 
sistemas são muito importantes na manutenção do equilíbrio interno: o Sistema 
Nervoso e o Sistema Endócrino. Ao menor sinal de desequilíbrio o Sistema 
Nervoso está apto a detectar, mandando sinais elétricos aos diferentes sistemas 
para que haja a reparação. Por sua vez, o Sistema Endócrino é responsável por 
manter a correspondência, utilizando os mensageiros químicos, que são os 
hormônios e que estão presentes na corrente sanguínea. Esses processos 
regulatórios vão permitir que o corpo se adapte às situações, sempre tentando 
se equilibrar e reparar qualquer dano, utilizando-se de mecanismos secundários, 
caso o principal mecanismo falhe. Cada parte do organismo irá desempenhar 
uma função, que no conjunto irão dar ao corpo sua formatação. Vejamos o 
exemplo do Sistema Circulatório: a principal função desses sistemas é fazer com 
que o oxigênio e os nutrientes cheguem nas células, permitindo o bom estado 
funcional dessas, para que elas possam executar suas funções. Junto disso, há 
o Sistema Respiratório que garantirá esse suprimento de oxigênio para todas as 
partes do corpo. Essa integração é extremamente importante na manutenção 
dos processos homeostáticos realizados. Esse é um pequeno exemplo da 
interdependência dos sistemas para a manutenção do organismo. Dessa forma 
o corpo está sempre sendo compensado para executar com primazia as mais 
diversas funções, na manutenção da vida. 
 
1.2 Aprendizagem e Sistema Nervoso 
 Quando falamos em Sistema Nervoso é importante deixar claro qual é a 
sua função. Ele capta do meio externo as informações que nos chegam, e as 
traduzem em ações que podem gerar respostas externas, como levantar um 
braço para pegar um copo ou, internas como excretar determinada substância 
que irá regular o funcionamento de um órgão qualquer. Ele comanda as ações 
do nosso corpo. No campo da cognição, o cérebro desempenha função central 
com relação a questão da aprendizagem. Aqui é bom lembrar que as conexões 
cerebrais, realizadas por milhares de neurônios, formam um intrincado conjunto 
 
8 
 
neural, complexo eem rede, de passagem de impulso elétrico que irá culminar 
em informações. 
Importante 
O Sistema Nervoso está em consonância absoluta com o meio 
externo e isso quer dizer que as relações estabelecidas no meio 
externo, seja através de interações sociais ou com a 
materialidade, gera padrões. Esses padrões por sua vez, se 
imbuídos de cultura, podem gerar comportamentos que poderão 
ser repassados e multiplicados por uma gama muito grande de 
pessoas. Daí a importância da aprendizagem. 
 A aprendizagem está atrelada tanto ao corpo como ao meio em que se 
está inserido. Não se pode negar que déficits de aprendizagem podem ser 
causados por algum distúrbio orgânico, mas, também pode ser causado por uma 
má nutrição durante as fases de crescimento e desenvolvimento de uma pessoa. 
Portanto os aspectos biológicos e socioculturais devem ser levados em 
consideração para se entender de que maneira a aprendizagem ocorre e de que 
maneira o sistema nervoso colabora para que isso seja possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imagens/artigos/amais/aprendizagem_01.jp 
 
9 
 
No processo de desenvolvimento e crescimento, uma criança apresenta 
uma grande quantidade de sinapses, indicando que os neurônios estão em plena 
atividade, estabelecendo as mais variadas conexões. Essa fase vai até a 
adolescência onde se observa uma leve diminuição dessas sinapses, 
continuando na vida adulta. É por isso que quanto maior for os estímulos que 
uma criança recebe, mais chances ela vai ter para se desenvolver tanto 
psicologicamente como organicamente. A criança está a descobrir um mundo 
novo e toda a informação que ela puder captar será bem-vinda, para que ela 
comece a construir as bases cognitivas que lhe serão úteis no seu 
desenvolvimento. Nessa fase é muito importante que as informações sejam de 
qualidade, para que o desenvolvimento cognitivo ocorra de maneira saudável. 
Quanto maiores forem os estímulos positivos, maiores serão as chances da 
criança se desenvolver positivamente, sob quaisquer condições. 
Vale ressaltar, que a plasticidade neural é ativa em todas as etapas da 
vida. Nossa interação com as pessoas, com o meio que nos cerca traz uma 
avalanche de informações que estão sendo captadas todo tempo. Nosso cérebro 
responde a isso, fortalecendo e criando novas conexões sinápticas e permitindo 
que o cérebro se adapte ao corpo e esse se adapte ao meio. Portanto a 
aprendizagem é um caminho sem volta, ela acontece em todos os níveis de 
crescimento e desenvolvimento, permeando nossas ações perante nossa vida. 
É claro que durante esse processo nem todas as pessoas tem por igual a 
aprendizagem. Ela é ao mesmo tempo coletiva e individualizada. Nenhum ser 
humano nasce igual ao outro. Nosso patrimônio genético e nossa interação única 
com o meio nos fazem sermos únicos, inclusive no caminho da aprendizagem. 
Um mesmo conteúdo pode ser aprendido de várias maneiras, pois permite 
interpretações e leituras que são próprias de cada um. O sistema nervoso ajuda 
na coordenação e interpretação desses dados, tornando a aprendizagem 
caminho único. Saber porquê e como se dá aprendizagem é importante porque 
nos coloca em um novo patamar, com possibilidades e aumentos das 
potencialidades frente ao conhecimento. 
 
1.2.1 Mielinização, Plasticidade Neural e Motivação 
 
 
10 
 
 Quando falamos em condução elétrica é interessante entender que a 
velocidade é um fator importante, gerando um tempo de ação-resposta muito 
rápido. Imaginando sofrer um corte na mão, é claro que a sensação de dor é 
imediata, arde, dói. Isso porque os tecidos lesionados pelo corte possuem 
terminações nervosas indicando que o corpo sofreu uma injúria e uma das 
respostas a ação do corte é a dor. Caso contrário, poderíamos cortar a mão e 
nem sentir dor, o que seria pior pois perderíamos sangue sem notar. Daí a 
importância da velocidade dos impulsos elétricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://tenhaumatoalha.files.wordpress.com/2013/05/06_68_a.jpg 
 No corpo físico, existem regiões onde os impulsos elétricos serão mais 
lentos e outros onde o impulso elétrico será mais rápido. A diferença é que 
alguns neurônios possuem uma bainha, denominada de bainha de mielina e 
outros neurônios não a possuem. A mielina é uma substância lipoproteica e 
quando presente aumenta a propagação dos impulsos nervosos. Ela está 
intimamente ligada ao processo de aprendizagem. Estudos indicam que algumas 
regiões do cérebro possuem um número maior de neurônios com mielina do que 
outras regiões, dependendo do que aquela região cerebral é capaz de executar. 
Portanto o processo de mielinização é importante, pois permite um aumento da 
 
11 
 
velocidade dos impulsos nervosos que por sua vez estão relacionados a 
dinâmica cerebral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.neuroconecta.com.br/wp-content/uploads/2018/01/plasticidade-cerebral-e-
poda-neural-compreenda-a-conexao-com-o-tea.jpg 
 Outro ponto importante refere-se à plasticidade neural. Por plasticidade 
entendemos que seja a capacidade de adaptação frente aos desafios. Quanto 
maior for sua adaptação maior será a plasticidade e quando menos for a 
adaptação menor será a plasticidade. Portanto a plasticidade neural se refere ao 
quanto as conexões neurais formadas poderão usar meios alternativos frente a 
um determinado desafio, para continuar o seu processo na transmissão dos 
impulsos nervosos. Para Mendes e Melo (2011) a plasticidade pode ocorrer 
durante a fase de desenvolvimento, nos processos que envolvam a 
aprendizagem e em processos lesionais. A plasticidade neural encaixa-se bem 
para explicar os diversos níveis de reorganização que o cérebro possui durante 
o crescimento de uma pessoa. Na medida em que novas capacidades 
intelectuais e comportamentais vão sendo adquiridas, os neurônios se 
reorganizam para atender a essa nova demanda. Com o avanço da idade a 
plasticidade neural vai diminuindo, logo a aprendizagem já se torna mais 
desafiante, pois dependerá de um esforço a mais das pessoas para aprenderem. 
 
12 
 
Por isso que os aspectos positivos, concernentes à vida, como a prática regular 
de exercícios físicos, devem ser estimulados na infância, assim como outros 
hábitos saudáveis. Para que isso aconteça uma gama de atitudes 
comportamentais deverá ser criada e cultivada. O comportamento humano 
depende sobremaneira das condições externas, aquelas que o meio pode 
ofertar, sejam elas realizadas através das relações sociais e da interação com o 
ambiente. Vários estudiosos do campo da cognição afirmam que o homem é 
fruto da sua interação com o meio e que ele, o homem também é capaz de 
influenciar sobre o meio, ou seja, essa relação estabelece mútuas mudanças, 
comportamentais no ser humano e de cenário no meio externo. O 
comportamento, aliado à plasticidade neural e no estabelecimento interno de 
mielinização trazem uma gama de possibilidades cognitivas, que hoje estão 
sendo estudadas de formas intensas. A neurobiologia nos traz importantes 
conhecimentos, desvendando os mecanismos cerebrais. E isso gera um novo 
patamar na compreensão de como nos constituímos e de como elaboramos 
nossas formas de pensamento e ação, tudo isso permeado pela aprendizagem 
constante. A maturação biológica nem sempre se encontra em consonância com 
a maturidade cognitiva, pois essa última depende não somente dos fatores 
biológicos, mas sobretudo, dos fatores ambientais, na rede de socialização em 
que o ser humano cresce e se desenvolve. 
Pesquise 
A mielinização – sua origem e desenvolvimento, acesse o 
artigo de Melo e Mendes (2011) no qual as autorasfazem 
uma revisão dos estudos sobre o assunto. Disponível em: 
https://www.researchgate.net/publication/274084327 
 
1.3 Crescimento e desenvolvimento 
 
 Antes de discorrermos sobre crescimento e desenvolvimento devemos ter 
em mente o que é desenvolvimento e o que é crescimento. Pode haver 
crescimento sem desenvolvimento ou então desenvolvimento sem crescimento? 
 
13 
 
O crescimento para o corpo, é a condição em que as células se multiplicam e se 
diferenciam, formando nossos tecidos e novas estruturas e moldado as 
dimensões do corpo conforme o tempo passa, o tamanho do pé cresce até 
determinada idade e para quando atinge o grau máximo de crescimento. Já o 
desenvolvimento refere-se ao grau de maturação dos processos corporais 
trazendo mudanças necessárias na busca pela homeostase corporal. Ambos 
são presentes na formação do corpo e, portanto, são duas entidades 
indissociáveis, mas que carregam algumas particularidades. Enquanto o 
crescimento atua quantitativamente, o desenvolvimento atua qualitativa e 
quantitativamente, pois existem elementos externos ao seu processo, exigindo 
uma interação com o meio mais complexa e gerando respostas diversas com 
relação a parte motora, emocional, cognitiva e social. O crescimento e o 
desenvolvimento atuam juntos, mas não necessariamente em graus de 
maturação igual. Por exemplo, acompanhar o crescimento poderá nos dar 
indícios fortes sobre o desenvolvimento do aparato motor. 
 O estudo sobre o crescimento é tão importante que chega a ser um dos 
indicadores de qualidade de vida sobre a população jovem. Entender a dinâmica 
de crescimento populacional ajuda na implementação de políticas públicas 
voltadas ao bem-estar de uma população. Sabemos também que 
desenvolvimento atua sob a égide de um equilíbrio interno e ao mesmo tempo 
externo. Por exemplo: o desenvolvimento emocional de uma criança será 
influenciado pelo meio em que ela vive, pelas condições que lhe são dadas para 
que ela tenha certo equilíbrio e de mecanismos biológicos próprios. O mesmo 
acontece, por exemplo, com o déficit cognitivo que pode ser produzido por uma 
má alimentação ou ausência dessa, fazendo com que o fator crescimento seja 
impactado de maneira direta. Essas duas variáveis são bem importantes quando 
se fala sobre a questão motora. 
 
1.4 Avaliação do crescimento e fatores que influenciam o desenvolvimento 
cognitivo 
 
 Como relacionar crescimento e desenvolvimento cognitivo? O que o 
crescimento diz sobre o desenvolvimento cognitivo? A criança quando nasce, 
passa a ter o mundo para descortinar, para impor suas necessidades ela se 
 
14 
 
expressa com o choro por exemplo. Um som que pode ser traduzido na 
necessidade que ela possui, por exemplo em obter leite materno quando está 
com fome. Na medida em que ela vai tendo contato com o meio externo e com 
os diferentes estímulos ela vai se utilizando de outros aparatos, como é o caso 
da parte motora. Ela passa a desenvolver a parte motora pela necessidade de 
descortinar cada vez mais o mundo a sua volta. Quando relacionamos cognição 
e desenvolvimento temos que ter claro a seguinte tríade: 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/psicoped/v31n96/02f01.jpg 
Esses três elementos são constituintes do indivíduo que está se 
desenvolvendo, não só corporalmente, através do crescimento real do corpo, 
como também através dos processos maturacionais dos neurônios, que criam 
novas conexões na medida em que as atividades cerebrais são requisitadas pois 
as habilidades comportamentais adquiridas ao longo da vida lhe imputam 
desafios, como por exemplo ficar em pé. Com isso as outras habilidades como 
a cognição tendem a acompanhar esses novos desafios, pois requererão do 
cérebro respostas as suas investidas no ambiente, dentro dos processos de 
socialização e de afetividade realizados. 
O componente ambiental tem grande importância no desenvolvimento 
neuropsicomotor, influenciando nesse desenvolvimento. Como exemplo temos 
a desnutrição. Dados mostrados por Sacanni et.al., 2007 mostra que o Brasil 
possuía 30% de sua população desnutrida. Com isso, vários fatores são 
afetados, incluindo déficits cognitivos e perda das funções musculares. 
 
15 
 
A avaliação do crescimento ajuda na determinação de uma condição 
saudável e a garantia de que o desenvolvimento ocorrerá dentro do esperado. 
Para isso são realizadas as medidas antropométricas como massa corporal, 
estatura, perímetro cefálico e torácico. Esses indicadores fornecerão dados 
sobre o crescimento e desenvolvimento. Tal mensuração deve ser sistemática e 
periódica para que se tenha um acompanhamento capaz de gerar um histórico 
que sinalize a saúde da criança. 
 Como podemos ver o crescimento e desenvolvimento do corpo 
possibilitam uma série de ações, como o processo de mielinização, como a 
plasticidade neural, tendo em vista a otimização do corpo para cumprir com 
suas funções de cognição e aprendizagem. 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula, a abordagem foi na estrutura corporal que é dotada de dois 
processos: o crescimento e o desenvolvimento. Ambos podem não ocorrer ao 
mesmo tempo, mas estão intimamente ligados. Assim como a aprendizagem 
está ligada a maturação do Sistema Nervoso, se munindo de estruturas como as 
células nervosas mielinizadas, que ajudam no aumento do fluxo de informações, 
ou até mesmo a questão da plasticidade neural, que mostra claramente que o 
cérebro pode se adaptar as situações, criando novos caminhos na condução dos 
impulsos nervosos, sem perder parte da sua funcionalidade. Também foi visto, 
que a cognição está atrelada ao processo de desenvolvimento e crescimento e 
que esses dois processos são fundamentais para o corpo. 
 
Atividade de Aprendizagem 
É muito comum que crianças, depois de um grave acidente, 
onde houve perda de massa encefálica, se recuperem 
gradativamente e cheguem na fase adulta sem apresentar 
nenhum tipo de sequela. A que se deve isso? Qual é a relação 
entre plasticidade neural e adaptação? 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 - Características do crescimento e do desenvolvimento 
 
Apresentação da aula 2 
 
Neste capítulo, os estudos serão voltados ao contexto da idade, 
observando o quão a idade é importante. Tanto do ponto de vista biológico, que 
ela vai fornecer dados acerca do corpo, de seu metabolismo e dos cuidados que 
devem ter com o passar dos anos; do ponto de vista social, a idade ainda carrega 
seus tabus, crianças, jovens, adultos e idosos são colocados em patamares 
diferentes sob vários aspectos dentro do cotidiano, determinando práticas 
sociais das mais diversas ordens e muitas vezes imputando desigualdades, do 
ponto de vista cronológico é muito importante saber a idade, pois ela permite 
uma série de aferições em detrimento da passagem do tempo sobre o corpo. O 
corpo sugere uma idade, embora fica difícil determinar qual a idade de uma 
pessoa só olhando para ela. Talvez a faixa etária em que ela se encontre dê para 
determinar, mas existem técnicas mais apuradas que vão deferir a idade da 
pessoa. Do ponto de vista físico isso é muito importante, pois traz informações 
valiosas sobre a parte motora, revelando possíveis caminhos sobre exercícios 
físicos aplicados nas fases de crescimento e desenvolvimento, visando 
fortalecimento do corpo. 
 
2.1 Idade Biológica e idade cronológica 
 
 O nosso corpo tem uma idade. Saber disso pode nortear uma série de 
ações que poderão culminar em cuidados com esse corpo e na manutenção de 
padrões físico apropriados para tal idade. Será que a idade biológica 
corresponde à idade cronológica ou vice-versa?Qual seria a importância de 
sabermos diferenciar esses dois tipos de idade e qual seria a implicação dessa 
sabedoria na melhoria dos processos físicos de um corpo? 
 
17 
 
 Os parâmetros utilizados na mensuração da idade biológica levam em 
consideração o grau de desenvolvimento do aparato biológico em determinado 
tempo. Esse mesmo grau pode variar entre indivíduos de mesma idade 
cronológica, gerando um tipo de escala dentro da idade biológica, podendo inferir 
que as condições antropométricas são variáveis em determinada idade, visto 
que o crescimento e o desenvolvimento de pessoas da mesma idade não 
ocorrem de maneira uniforme. 
Vocabula rio 
Antropometria é um ramo da antropologia que estuda as 
medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. 
A antropometria está relacionada com os estudos da 
antropologia física ou biológica, que se ocupa em analisar os 
aspectos genéticos e biológicos do ser humano e compará-
los entre si. 
 
Atualmente uma das tarefas que o homem tem para si é perdurar sobre a 
Terra. Com isso estamos a falar de longevidade. A expectativa de vida do 
homem tem cada vez mais acrescentando anos a sua vida, fazendo com que os 
fatores ambientais prevaleçam sobre os fatores internos. Aqui fatores 
hereditários e ambientais se mesclam, trazendo à tona problemas de saúde de 
maneira mais precoce, pois uma série de doenças, que antes estavam ligadas 
ao fator idade parece que já não estão, ou pelo menos, tiveram ajuda do 
ambiente para que essas mesmas doenças se manifestassem mais cedo. 
Vamos dar um exemplo: nossa alimentação e nosso hábito sedentário. Existem 
pessoas que são hereditariamente propensas a ter doenças ligadas ao sistema 
cardiovascular. Sabemos também que as doenças cardiovasculares se 
manifestavam em pessoas com idade mais avançada. Nosso modo de vida 
sedentário e nossa alimentação mais rica em gordura, sal e açúcar ajudam o 
aparecimento precoce de doenças cardiovasculares, fazendo com que a 
população jovem comece a padecer de problemas cardíacos. A idade 
cronológica é a idade determinada pelo tempo. Existem três fatores que 
contribuem: o crescimento, o desenvolvimento e a maturação. Desses três 
elementos a maturação vai nos dar importantes indícios para determinar a 
relação entre a idade cronológica e a idade biológica, essa última nem sempre 
 
18 
 
correspondendo em tempo com a idade cronológica. Antes vamos fazer uma 
distinção entre idade cronológica e idade biológica. A idade cronológica é aquela 
determinada pelo tempo, ou seja, é aquela que usualmente responde ao 
perguntarem que idade tem. Já a idade biológica é aquela que está relacionada 
as modificações mentais e corporais. Como relatado anteriormente nem sempre 
as duas andam juntas, mas se correlacionam o tempo todo. Existem ainda mais 
dois tipos de idade: a idade social, que está relacionada ao hábito de vida, as 
escolhas feitas para se viver, e a idade psicológica que leva em consideração 
memória, aprendizagem, habilidades e cognição. Essas duas, aliadas a idade 
cronológica e biológica, compõem a vida de uma pessoa. 
Com relação a idade cronológica, pouco se tem a dizer sobre ela, pois o 
tempo, medido em dias, meses e anos é apenas uma mensuração que nos 
define para a vida. Esse tipo de contagem serve para nos nortear em termos de 
desenvolvimento biológico pois sabemos que o grau de maturação das 
estruturas se dará com a passagem do tempo. Ela fortemente imbricada em 
elementos culturais e sociais. Um exemplo que podemos dar é a questão da 
velhice. Alguns países consideram a velhice o ápice do amadurecimento e 
portando criam políticas de assistência a essa faixa etária, denotando sua 
importância, já em alguns países a velhice é encarada como um estado de fim 
da vida. E por ter essa representação social, os idosos são tratados com 
menosprezo e tachados como incapazes. Portanto, a idade cronológica está 
fortemente atrelada aos padrões culturais de um lugar. A idade biológica já 
possui outra conotação de importância. Ela está ligada as mudanças corporais 
e mentais que ocorrem ao longo do desenvolvimento de uma pessoa. Ao nascer, 
uma pessoa começa sua jornada. As células presentes no corpo possuem um 
grau de regeneração, elas se formam, se desenvolvem, atingem a maturação e 
depois morrem, em um processo denominado de apoptose. Esse processo é 
necessário para acompanhar o grau de desenvolvimento e maturação do corpo. 
Somado a isso, em nível macro, esses processos celulares acabam por sucumbir 
a passagem do tempo. O metabolismo em uma criança não é o mesmo 
metabolismo observado em um idoso. O grau de maturação biológica varia com 
o passar dos anos, assim como os processos mentais são modificados durante 
a vida. Os órgãos e sistemas também atingem um grau de maturação que 
acompanha a idade biológica. Entendamos maturação como o grau de 
 
19 
 
especialização e diferenciação celular. Por isso que se compararmos dois 
jovens, com idade cronológica de 14 anos e observarmos sua idade biológica, 
veremos que nesse último quesito poderá haver diferença, já que o grau de 
maturação não será o mesmo. Pode ser que a idade cronológica coincida com a 
idade biológica, assim como a idade cronológica pode ser mais acentuada do 
que a idade biológica (maturação biológica tardia) ou a idade biológica ser mais 
acentuada que a idade cronológica (maturação biológica precoce). 
De qualquer forma, tanto a idade cronológica como a idade biológica são 
importantes, pois ofertam elementos fundamentais para saber, por exemplo, no 
desenvolvimento motor, principalmente durante as duas primeiras décadas de 
vida. 
Para Refletir 
Uma das etapas da vida mais importante e que requer muita 
atenção é a velhice. O Brasil é um país que logo terá uma 
população de idosos bem numerosos e para isso deverá 
estar preparado. Todas informações com relação aos 
aspectos ligados a velhice são importantes e merece uma 
boa leitura. Para isso indicamos o artigo intitulado 
Envelhecimento bem-sucedido e a participação nos serviços 
de convivência para idosos, disponível em: 
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0847.pdf 
 
 
2.2 Técnicas de determinação da idade biológica 
 
 Para a determinação da idade biológica existem algumas técnicas que 
são utilizadas. Essas técnicas são importantes porque a idade biológica pode 
ofertar indícios do grau de maturação e consequentemente da parte motora. 
Crianças e adolescentes possuem três estágios: crescimento, maturação e 
desenvolvimento. Esses três componentes irão atuar sobre o desenvolvimento 
do corpo enquanto estrutura e de sua funcionalidade. 
São quatro quesitos a serem reconhecidos para a determinação da idade 
biológica: 
a) Maturação dentária: A dentição é um dos fatores que pode estar 
relacionado a questão da determinação biológica. No nosso 
 
20 
 
desenvolvimento adquirimos das etapas: a dentição temporária e a 
dentição permanente. Sabemos que nossa dentição sofreu modificações 
dentro do processo evolutivo do homem. O tipo de alimentação que 
ingerimos hoje está mais pastoso e, portanto, exigindo adaptações 
dentárias que são necessárias a esse tipo de alimentação. Nossa 
dentição. Nascemos sem dentes, mas eles estão internalizados e já 
formados no osso maxilar, só esperando a oportunidade para sair para 
fora. Essa dentição temporária irá surgir por volta dos 6 a 8 meses de 
idade e progressivamente se formará até os 03 anos de idade. Dos 3 aos 
06 anos a criança terá 20 dentes e todos temporários. A partir dos 06 anos 
ocorre um novo processo, fazendo com que os dentes passem a “cair” e 
serem substituídos por dentes agora denominados de permanentes. Háuma sequência de queda desses dentes: entre 06 e 07 anos caem os 
incisivos centrais inferiores; 08 e 09 anos caem os incisivos centrais 
superiores e os laterais inferiores e superiores; entre 09 e 11 anos caem 
os caninos inferiores e entre os 11 e 12 anos caem os caninos superiores 
e os molares. Os molares cairão dos 10 aos 13 anos. Para saber a idade 
basta verificar qual é o dente faltante, no caso da criança e no adolescente 
algumas características poderão ser observadas como o número de 
dentes que passa para 32 dentes. Aqui o processo de calcificação 
também deve ser observado. 
b) Maturação óssea: A maturação óssea é um dos indicadores biológicos 
muito utilizados para a verificação da idade biológica. Durante a infância 
e a puberdade, ocorre o crescimento e a maturação óssea, com períodos 
de aceleração de crescimento observados (surtos de crescimento). Nos 
primeiros meses de vida até os 18 anos, os ossos estão em crescimento. 
O processo de calcificação começa através de um centro primário que irá 
se calcificar e remodelar, formando fusões das epífises com o osso. A cor 
em uma radiografia também poderá indicar que o processo de calcificação 
ainda não ocorreu, pois, a cor mais clara indica ainda a presença de 
cartilagem, ao contrário do osso que apresenta cor mais opaca. Quanto 
maior a área opaca, maior será o grau de maturação observado. Portanto 
a radiografia é um instrumento para verificação da maturidade óssea, 
 
21 
 
utilizando os métodos de Greulich, Pyle e Tanner-Whitehouse, onde são 
examinadas mudanças radiográficas das epífises. 
c) Maturação sexual: A maturação sexual é outro recurso utilizado na 
identificação da idade biológica. Mudanças fisiológicas e ação dos 
hormônios são duas manifestações que estão atreladas a maturação 
sexual. As características sexuais secundárias também ajudam na 
determinação da idade biológica entre os gêneros masculino e feminino. 
d) Maturação Morfológica: A maturação morfológica está ligada a questão 
da estatura. Medidas antropométricas ajudam a determinar o estado de 
maturação com relação ao crescimento físico. A maturação óssea por ser 
um forte indicativo do processo de maturação morfológica. Uma das 
estimativas seria a utilização das tabelas já estabelecidas sobre 
crescimento físico, verificando, a idade em anos e meses, o quanto a 
estatura observada se iguala a estatura esperada pela idade cronológica. 
Outro tipo de mensuração seria verificar através do pico máximo de 
velocidade de crescimento de estatura a idade cronológica em que ocorre 
esse evento. Outra possibilidade seria comparar a estatura final adulta 
predita do jovem com a estatura estabelecida pela idade cronológica. 
 
2.3 Efeito dos exercícios físicos sobre o ser humano na fase de 
crescimento e desenvolvimento 
 
 Os exercícios físicos são importantes em todas as fases da vida. Eles 
ajudam a condicionar o corpo não só fortalecendo a estrutura óssea e muscular, 
mas contribuindo para que os aspectos fisiológicos do corpo estejam em perfeito 
estado de funcionamento, melhorando, por exemplo a condição respiratória e 
cardiovascular. Por essa razão os exercícios físicos devem ser realizados 
sempre que possível e com certa regularidade. 
Várias são as possibilidades de mensuração para detecção da idade 
biológica, entre elas estão os indicadores de maturação sexual, pelo 
aparecimento das características sexuais secundárias, sendo assim, as 
características sexuais fornecem indícios da idade biológica, mas não são 
determinantes sobre certa idade, pois existe o elemento da variabilidade da 
expressão dessas características. 
 
22 
 
 Entretanto existem fases da vida em que o exercício físico vai beneficiar 
muito além do que já foi escrito. São as fases da infância e da adolescência. 
Nessas duas etapas da vida, as pessoas se encontram em pleno estado de 
desenvolvimento e crescimento e o uso dos exercícios pode contribuir 
significativamente nesse período. Por exemplo, por meio de exercícios físicos a 
massa corpórea pode aumentar, fazendo com que os riscos de aparecimento de 
osteoporose venham a ser menores na fase adulta. 
 Outra importante contribuição de se exercitar durante as fases de maior 
desenvolvimento e crescimento é o fortalecimento da estrutura óssea. Durante 
a atividade física, a contração dos músculos faz com que haja a multiplicação de 
células ósseas jovens perto de onde os músculos se inserem, fortalecendo assim 
o desenvolvimento ósseo. 
 Outros benefícios estão ligados a prática de exercícios físicos como 
benefícios nos sistemas cardiovascular, ventilatório, muscular, cartilaginoso, 
hormonal, esquelético. O corpo todo se beneficia da prática de exercícios físicos, 
otimizando as fases de crescimento e desenvolvimento e ajudando na 
manutenção corporal durante a fase adulta. 
Concluímos que ao ver a determinação da idade cronológica e biológica 
são muito importantes, principalmente essa última que irá se guiar pelo grau de 
maturação em diversos sistemas, como a maturação dentária, a óssea, a sexual 
e a morfológicas. Esses parâmetros vão ser importantes na precisão da idade, 
fornecendo pistas sobre o grau de desenvolvimento e crescimento, necessários 
a práticas desportivas que possam ser realizadas de acordo com a idade. 
 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula, foi observado que a idade cronológica é diferente da idade 
biológica, enquanto uma fala do tempo que passa em dias, meses e anos a outra 
fala sobre diferentes estágios de maturação estrutural e funcional que o corpo 
se encontra, nos colocando como crianças, jovens, adultos ou idosos. 
Observando também, que para determinar a idade biológica é necessário levar 
em consideração os quatro tipos de maturação: dentária, óssea, sexual e 
morfológica. Essas duas muito utilizadas para determinar a idade biológica. E 
 
23 
 
por último ficou claro, que a prática de exercícios físicos contribui para o bom 
desenvolvimento e crescimento, denotando sua importância no dia a dia de 
crianças e jovens. 
 
Atividade de Aprendizagem 
O ministério da Saúde, através de ações a atenção básica da 
saúde, criou uma série de cadernos e entre eles criou o 
caderno intitulado Saúde da Criança: crescimento e 
desenvolvimento. Ele foi criado para que os profissionais da 
saúde estejam familiarizados com o assunto, constituindo 
como uma importante ferramenta de trabalho. Diante disso, 
qual seria o papel imputado à sociedade para que o 
crescimento e o desenvolvimento da criança fossem 
garantidos, não só pelo Estado, mas por toda a sociedade? 
 
Aula 3 – Desenvolvimento Psicomotor 
 
Apresentação da aula 3 
 
 O desenvolvimento psicomotor une duas partes do corpo bem 
importantes: o aparato psicológico, pensante, cognitivo e o aparato motor, parte 
da nossa estrutura responsável pelo movimento. A maturação do aparato 
psicomotor, estimulado desde a infância, potencializado na juventude e mantido 
na fase adulta irá criar um corpo saudável não só fisicamente como 
psicologicamente. O estudo do desenvolvimento psicomotor é muito importante 
para compreender que a movimentação do corpo traz benefícios múltiplos não 
só fisiologicamente e de estrutura, devido ao fortalecimento dos diversos 
sistemas e colaborando para que os processos homeostáticos do organismo 
estejam funcionando, bem como traz inúmeros benefícios ao componente 
psicológico, pois o ato de pensar e o ato de aprender são de certa forma 
estimulados pelo aparato motor, que junto com o sistema nervoso central 
estimulará as respostas orgânicas necessárias para o pleno desenvolvimento da 
estrutura corporal como um todo. Lembrando que quando falamos decorpo não 
 
24 
 
podemos dissociar a mente. Ela faz parte desse corpo e o estímulo em qualquer 
uma dessas partes acaba por beneficiar ambas – o corpo e a mente. 
 Durante as fases do desenvolvimento, as experiências motoras vão 
acontecendo em graus variados de complexidade, exigindo um controle mental 
cada vez maior. A criança ao nascer, tem seus movimentos coordenados de 
maneira mais reflexiva. Com o passar do tempo, os movimentos irão se tornando 
mais coordenados e em consonância na execução de movimentar, indicando um 
grau de complexidade maior, em detrimento dos novos desafios como andar, 
exigindo um autocontrole cervical, portanto postural e muscular, que passa a ser 
fortalecido. 
 
3.1 Psicomotricidade – conceito, objetivos e elementos 
 
 A psicomotricidade é a capacidade de realização de movimentos, 
utilizando-se do aparato neurológico. Na infância o sistema nervoso está em 
processo de maturação e o desenvolvimento psicomotor acontece de acordo 
com essa maturação. Durante a infância, o ato de brincar mais do que conectar 
a criança ao mundo, ajuda no desenvolvimento psicomotor, pois os movimentos 
ajudam nesse processo. Ao brincar a criança percebe o mundo e utiliza-se do 
aparato neurológico para criar essas percepções, ajudadas pelo ato de 
movimentar-se porque só assim é que o mundo se lhe descortina e ela consegue 
realizar as conexões necessárias ao seu modo, utilizando o real e o imaginário 
para existir. 
Para Falcão (2010): 
 
A prática psicomotora deve ser entendida como um processo de ajuda 
que acompanha a criança em seu próprio percurso maturativo, que vai 
desde a expressividade motora e do movimento, até o acesso a 
capacidade de descentrarão. Esse processo permite que a criança faça 
uma análise cognitiva das qualidades dos objetos, dos parâmetros 
espaciais e temporais, realizando associações, comparações e 
agrupamentos [...] 
 
 
 Piaget (1987) chama a atenção dizendo que a aquisição da linguagem é 
posterior ao desenvolvimento do aparato motor. A criança percebe, capta os 
estímulos advindos do meio externo através da psicomotricidade para só depois 
começar a construir um código de significados e significantes que irão ser 
 
25 
 
decodificados em linguagem. Nesse processo, a inteligência vai adquirindo 
corpus, de acordo com o grau de complexidade que os processos mentais 
ocorrerem. Ainda na infância a imagem corporal está sendo construída, ela 
precisa aprender os limites do corpo, quais são suas capacidades e limites 
motores. Ela se reconhece pelo reconhecimento do corpo. Por isso que o ato de 
brincar, na educação infantil, é tão importante para o desenvolvimento cognitivo 
da criança. Quanto mais ela brincar e interagir, mais conexões neurais serão 
criadas e mais atributos cognitivos ela terá, fazendo com que a aprendizagem 
se torne um caminho natural, na percepção de si, do outro com quem ela interage 
e na percepção do ambiente, pois os estímulos externos ajudarão no 
desenvolvimento da psicomotricidade. 
 Um dos grandes objetivos da psicomotricidade é o desenvolvimento do 
aparato motor e criativo através do corpo. Aqui o movimento é o cerne da 
questão. É a partir dele que a estrutura cognitiva se forma e se molda. Com isso 
sela-se a ideia que o aparato motor está intimamente relacionado ao aparato 
neurológico. 
Um dos elementos da psicomotricidade refere-se aos tônus musculares, 
que é a capacidade de enrijecimento muscular que dará a postura. A postura liga 
a criança ao mundo, pois ela já começa a dar seus primeiros passos, ela começa 
a ganhar dimensões diferentes de um berço ou do colo de uma pessoa. Esse 
novo ambiente, a ser explorado, vai lhe trazer uma gama de sensações que 
serão prontamente captadas através das mãos, dos olhos e das orelhas. Todos 
os seus sentidos estarão aguçados na exploração desse novo ambiente. As 
atividades cerebrais estarão aceleradas. Esse conjunto novo de informações 
fara que as regiões cerebrais se desenvolvam para gerar respostas daquilo que 
se sente. 
Outro elemento é o equilíbrio. O órgão responsável por fornecer o 
equilíbrio é a nossa orelha. Dentro da nossa orelha encontramos o labirinto, esse 
é formado utrículo, pelo sáculo e pelos canais semicirculares. As duas primeiras 
estruturas se encontram sobre a cóclea. Elas são bolsas que possuem uma 
substância viscosa e suas paredes são constituídas por células sensoriais. Junto 
a isso estão otólitos, grãos de carbonato de cálcio. A interação entre otólitos e 
as células sensórias transmitem impulsos nervosos que são decodificados em 
informações sobre a nossa posição corporal. Nos canais semicirculares existem 
 
26 
 
estruturas chamadas de ampolas, que contém líquido. Elas também auxiliam no 
equilíbrio. O equilíbrio mantém a possibilidade da postura e também da 
execução dos movimentos. 
A coordenação motora global é outro elemento e diz respeito ao conjunto 
de músculo e articulações que tangem os movimentos do corpo. Mexer os 
braços, correr, pular, girar o tronco são habilidades motoras executadas que os 
dão a noção de corpo. Em movimento sabemos da existência desse corpo, além 
de que é modo de apropriação do meio externo, para internalização das 
sensações. Já a coordenação motora fina vai nos dar capacidade de movimentos 
mais precisos e delicados, movimentos esses que requerem certa assertividade 
em sua execução para que uma tarefa seja executada. 
A organização do tempo e do espaço é outro elemento da 
psicomotricidade. Ao longo do crescimento e do desenvolvimento ocorre a noção 
de espaço e de tempo. Noções de perto, longe, dentro, fora, próximo a, ao lado 
de, antes e depois são importantes para determinar esse elemento e que situa a 
pessoa, lhe dando limitações mesmo que invisíveis e palpáveis do corpo e desse 
corpo com o meio externo. 
A noção de lateralidade também é importante porque oferta a dimensão 
dos movimentos e dos lados do corpo, o lado esquerdo e o lado direito e a 
importância desses lados na execução dos movimentos. Uma pessoa destra ou 
canhota vai encontrar mais dificuldade ou facilidade na execução de certos 
movimentos e até no ato de manusear certos objetos, como segurar um violão 
ou tentar abrir uma lata com o abridor. 
O esquema corporal e a imagem corporal também são constituintes da 
psicomotricidade, pois o reconhecimento do corpo gera uma ressignificação da 
existência de um corpo que se movimenta, e a noção inconsciente que existe 
sobre esse corpo, que se inscreve no real e no imaginário. As mudanças que 
vão acontecendo nos dão uma noção da dinâmica que esse corpo possui de 
modificar-se. 
 
3.2 Movimento Integrado 
 
 Quando falamos de movimento integrado falamos de vivência motora. 
Essa é o conjunto de movimentos que uma pessoa realiza para executar suas 
 
27 
 
ações no dia a dia. Os movimentos realizados por atletas, por exemplo, possuem 
alto desempenho, no intuito de obter o máximo do aparato muscular, sendo esse 
executado com maestria. Um exemplo disso é a coordenação de movimentos 
criados para dar agilidade ao nadador, na medida em que esse desliza pela 
água. Essa integração músculos-esquelética e também cerebral, determinarão 
a execução dos tipos de nado com qualidade. Outro fator importante a se levar 
em conta no movimento, diz respeito às forças atuantes sobre ele como: o atrito, 
a ação da gravidade e a resistência do ar. O entendimento da atuação dessas 
forças sobre o movimento pode ajudar atletas a melhorar sua performance. 
 
3.2.1 Experiências de vivências corporais individuais 
 
Antes de tratar de forma direta sobre as vivências corporais individuais 
vamos nos ater as experiências. Essasservem para que conheçamos as coisas 
e que nossa vivência acabe sendo plena, pois e só através das experiências que 
ganhamos campo, que escolhemos o certo do errado ou os caminhos que nos 
tornam pessoas. Portanto, as experiências corporais nos marcam e nos 
personalizam, criando uma individualidade sem igual. As vivências corporais 
individuais começam ao nascer. Um corpo que vem ao meio externo e que passa 
a captar esse meio. Nossa movimentação nesse momento não é consciente e 
sim instintiva. Agimos na intuição e de certa forma de uma maneira rústica. Com 
o passar dos tempos nos damos conta de alguns movimentos e o fazemos para 
atingir determinado objetivo que é o reconhecimento do corpo e aí os braços e 
pernas são muito solicitados, pois é com eles que nos damos conta do corpo. 
Um pouco maiores tentamos desbravar o mundo executando movimentos que 
nos dão segurança, como engatinhar e aprendemos aos poucos através da 
tonificação muscular que possuímos ser possível realizar pequenos ensaios para 
começarmos a ficar em pé. Isso só será possível quando nosso senso de 
equilíbrio se coordenar com nossa força muscular e enfim conseguimos ficar em 
posição ereta. Finalmente nosso corpo tomou a sua forma habitual e aí nossas 
pernas passam a ter que realizar movimentos sincronizados para que possamos 
andar, nos movimentar e para isso nos é exigido cabeça ereta e certa 
sincronicidade com o corpo todo. Nosso aparato neural a todo o momento está 
em sincronia, ofertando respostas apropriadas a execução dos movimentos. A 
 
28 
 
medida que nossa musculatura e nossa constituição óssea se modifica e se 
fortalece, os passos vão ficando mais firmes e nossa mente mais conectada aos 
movimentos de tal forma que a cognição se desenvolve. Nesse momento há 
liberdade do movimento e nossas interações com o meio externo passa a ser 
plena. 
 
 
3.2.2 Experiências de vivências corporais coletivas 
 
O homem é por sua natureza um ser social. Para desenvolver-se ele 
necessita estar entre pessoa. Crianças e adolescentes devem ser estimuladas a 
estarem com outras crianças e adolescentes. É nessa convivência que os 
aprendizados acontecem. As práticas corporais coletivas, como a execução de 
jogo em time amplifica o movimento, pois exigem um grau de sincronicidade em 
grupo, até mesmo em brincadeiras como a de se esconder. Outro desafio que 
as práticas corporais coletivas imputam é a criação do senso de que um é bom, 
mas dois é melhor. A execução do movimento por tornar-se amplificada, passa 
a ser dependente desse outro movimento. É no coletivo que o corpo existe e sua 
individualidade ajuda nessa amplificação. No quesito cognitivo a interação social 
é extremamente importante para sua consolidação. Já sinalizamos que a 
brincadeira tem um sentido muito apurado de aprendizagem. É pela brincadeira 
que as crianças desenvolvem seu aparato sensório motor e é por ela que elas 
aprendem. O corpo nesse caso serve de instrumento para que a técnica –no 
caso o movimento- seja aplicada com maestria gerando resultados para crescer 
e para desenvolver-se. 
As vivências corporais coletivas são importantes no processo de 
maturação motora. A aprendizagem motora acontece na relação da coletividade 
dos corpos, proporcionando o ganho de novas habilidades justamente pela 
interação com outros tipos de movimentos ou com outras formas de execução 
dos mesmos movimentos. 
 
 
 
 
 
29 
 
3.3 Movimento integrado e a relação com a linguagem e a socialização 
 
 Visto anteriormente que o movimento está fortemente atrelado ao 
processo de desenvolvimento do indivíduo. É através do movimento que a 
criança vai se constituindo, formando posteriormente sua base afetiva e 
cognitiva. O corpo fala ao movimentar-se, acarretando em novas simbologias e 
trazendo para o meio um incremento linguístico que também socializa. A 
linguagem e a socialização estão presentes junto à execução motora. O 
desenvolvimento da linguagem acontece na medida em que o corpo consegue 
executar ações coordenadas capazes de extrair do meio externo as informações, 
e essas informações muitas vezes despendem do grau de socialização. A 
interação com o meio externo e com as pessoas aperfeiçoa a linguagem, 
socialização. O movimento desloca, conquista espaços e na medida em que o 
corpo executa os movimentos, seu aparato sensório-motor e neural estão em 
constante fluidez. Ao brincar a criança está se fortalecendo internamente e 
externamente, em um descobrir-se constante consigo mesma e com as outras 
crianças. O ato de brincar socializa, ajuda na elaboração da linguagem e 
contribui para o desenvolvimento cognitivo, corporal e afetivo da criança. O corpo 
e seus movimentos são a ponte que as conecta ao meio. Já na adolescência, os 
movimentos tornam-se mais afinados e juntamente com a cognição passam a 
ter a noção desse corpo que se movimenta e desse espaço-tempo por onde o 
corpo é conduzido. A linguagem fica mais refinada, a cognição atinge níveis de 
maior complexidade e de raciocínio na execução dos movimentos. Fica, 
portanto, inegável que o corpo fala e se expressa nos movimentos, ganhando 
conotações linguísticas muito próprias, e essas por sua vez acabam se 
socializando com outros corpos que possuem outras expressões e outras 
linguagens, seja por movimentos diferentes, ou seja, pelo mesmo movimento 
realizado de forma diferenciada. Essa socialização do corpo é um importante 
instrumento de reconhecimento de si e pelo outro, gerando um processo de 
“conversa” onde os corpos e seus movimentos realizados se entendem. 
Na medida que a cognição atinge níveis maiores de complexidade, a 
aquisição das habilidades motoras ganha novos contornos, onde a prática 
mental ajuda na realização de determinado exercício, pois conduz a pessoa a 
mentalmente visualizar os movimentos a serem executados. 
 
30 
 
 Como podemos ver a busca pela qualidade do movimento aperfeiçoando 
a execução dos movimentos, deixando claro que o corpo tem uma linguagem 
própria e que isso é necessário para que as vivências corporais individuais e 
coletivas sejam aproveitadas ao máximo. 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula, fica solidificado que o entendimento sobre o desenvolvimento 
motor é muito importante para que a qualidade do movimento seja mantida e 
efetiva na realização desse movimento. Observado também, que a 
psicomotricidade possui características e elementos que a compõem, 
constituindo um campo aberto a estudos constantes na busca pela melhoria dos 
movimentos. Outra questão observada foi com relação ao movimento integrado. 
O corpo se expressa por meio de movimentos sincronizados, fazendo com que 
o corpo crie linguagem própria e isso aí ser muito importante no reforço pelas 
atividades corporais individuais e coletivas. 
 
Atividade de Aprendizagem 
A memória desempenha um papel crucial na aprendizagem 
motora. Essa retenção de ideias acerca do movimento no 
aparato neura, possibilidade a automação na hora de executar 
o movimento, gerando a possibilidade do aperfeiçoamento 
desse exercício. Estabeleça um paralelo entre o ato de 
memorização e a melhora na execução de determinado 
movimento. Estabeleça quais são as relações existentes entre 
a memória e o movimento. 
 
Aula 4 – Processos educacionais e a melhoria das funções motoras e 
cognitivas 
 
 
Apresentação da aula 4 
 
 
31 
 
Observar os processos educacionais na obtenção da melhoria das funções 
motoras e consequentemente das funções cognitivas são muito importantes. A 
prática de exercícios físicos e a consolidação da disciplina de educação física 
nos espaços escolares garante que também haja a educação do corpo. E qualé 
a importância disso? O movimento é nosso meio de contato com o meio externo 
e sua qualidade expressa não só saúde, do ponto de vista de cuidado para com 
esse corpo, mas, também ajuda a desenvolver outros atributos como a cognição 
e a aprendizagem para além do corpo. Isso é muito importante porque nas 
etapas de crescimento e desenvolvimento a função motora é muito requisitada 
e ao mesmo tempo formativa, por isso é importante que tenhamos claro que por 
meio de ações educativas podemos contribuir para que os processos de 
crescimento e desenvolvimento alcancem um certo padrão de qualidade e que 
a aprendizagem motora seja plena. 
 
4.1 Aprendizagem motora e desempenho cognitivo 
 
O que a aprendizagem motora tem a ver com o desempenho cognitivo? Será 
que a aprendizagem motora melhora esse desempenho ou o desenvolvimento 
da cognição aprimora a aprendizagem motora? Qual é a relação entre cognição 
e aprendizagem motora? Essas são perguntas pertinentes e que ajudam a 
delinear a relação entre cognição e aprendizagem motora. 
Saber como a parte motora se comporta tem sido objeto de estudo há muitos 
anos. A aprendizagem motora vai tentar elucidar os processos que acabam por 
se transformar em habilidades motoras. 
Existem duas abordagens teóricas para explicar o comportamento motor: a 
que explica pelo aspecto motor e a que explica pela ação. Esse último tipo leva 
em consideração a relação do corpo com o meio ambiente, em uma abordagem 
psicoecológica. Já a abordagem motora usa como referência a psicologia 
cognitiva onde o ser humano tem suas ações pautadas na representação que é 
construída ao longo do seu desenvolvimento, considerando o ser humano como 
aquele que processa e armazena conhecimento. Historicamente há um 
constructo da aprendizagem motora no tempo e, portanto, essa é dotada de 
historicidade. Tani et al., 2011 realizaram uma revisão de literatura de um 
 
32 
 
processo – o processo de demonstração – para mostrar o quão significativo esse 
processo é na aquisição de habilidades motoras. 
 
4.1.1 Teoria social cognitiva de Bandura 
 
Uma das formas de aprendizagem motora refere-se aquela em que o 
indivíduo, na sua relação com o outro aprende o movimento não realizando, mas 
apenas observando. Essa ideia foi defendida por Bandura que sinalizou o poder 
da imitação na aquisição das habilidades motoras. Para ele novos 
comportamentos advêm da observação e do ato de imitar. Já para Piaget a 
aquisição de novos comportamentos motores advinha da memorização aliada a 
capacidade de imitação do novo movimento. Esses dois fatores: memória e 
imitação geram a engrenagem que descortinava novos comportamentos 
motores. Ainda citando Bandura, esse considerava que existia uma 
representação da ação e o processamento dessa ação. A representação 
modeliza o movimento, sendo executado tão logo se necessite e o outro criando 
um modelo de referência do movimento, para balizar as futuras ações. 
No que tange ao processamento da informação existem dois aspectos a se 
considerar: um é a atenção seletiva e o outro é a retenção. Nem tudo no 
movimento que se observa será aproveitado, haverá uma seleção das imagens 
que remetem a aspectos do movimento que são significativos e sua retenção 
para futura execução desse movimento. 
 
4.1.2 Estratégias de ensino na melhoria da prática das funções motoras 
 
Como melhorar na prática as funções motoras? Quais são as melhores 
estratégias para consolidar as habilidades motoras ou que estratégias são 
capazes para que essas habilidades possam ser refinadas gerando movimento 
de alta qualidade e precisão. Aqui vários fatores devem ser levados em 
consideração porque como já dito anteriormente, o movimento é um “continum” 
de ações que geram resultados diferenciados a cada fase do desenvolvimento 
da criança e do adolescente, haja vista a melhora nos padrões de execução de 
determinadas modalidades de movimento. 
 
33 
 
Fatores como idade, gênero, estatura e outros podem ser determinantes na 
prática das funções motoras. Vamos tomar como exemplo a execução da corrida 
e mostrar a sua evolução em relação ao crescimento e desenvolvimento. O 
movimento pode ser caracterizado em três fases: a fase inicial, a fase elementar 
e a fase madura. 
Na fase inicial os movimentos do braço são curtos e rígidos e o movimento 
das pernas é pequeno e limitado. Na fase elementar o movimento dos braços é 
reduzido em movimentos para trás e o movimento das pernas aumentam em 
passadas e na utilização de uma perna de apoio para alavancar as pernas na 
corrida. Na fase madura existe uma sincronicidade entre o movimento dos 
braços e o movimento das pernas. Os braços movem-se flexionados a um ângulo 
de 90 graus; já os movimentos das pernas são feitos de maneira rápida em 
passadas extensas. 
 
 
 
 
 
Fase Inicial 
 
 
 
 
 
Fase Intermediária 
 
 
 
34 
 
 
 
 
Fase Madura 
Fonte: http://www.efdeportes.com/efd159/desenvolvimento-motor-em-criancas.htm 
Diante disso, cada fase tem uma série de características comportamentais 
em relação ao movimento, e que ajudam a melhorar os processos educacionais 
dentro de cada etapa relacionada ao crescimento e desenvolvimento da criança 
e do adolescente. 
Uma coisa importante e que auxiliará nas estratégias educativas é a 
criação de uma avaliação do nível motor. Essa avaliação vai permitir verificar o 
nível de motricidade nos troncos, nos membros superiores e nos membros 
inferiores. Ele poderá montar um quadro aluno a aluno onde poderá fazer 
observações se os movimentos são iniciais, intermediários ou maduros. Isso o 
ajudará a focar em exercícios de reforço e também práticas esportivas que 
possam melhorar as habilidades motoras para que essas alcancem o melhor 
nível de performance. 
Outra avaliação a ser realizada é a verificação do estágio em que se encontra 
a aprendizagem motora. Esse pode ser subdividido em três categorias: 
 Inexperiente: aqui se percebe que os movimentos são 
descoordenados, a criança repete em voz alta a tarefa a ser 
executada e não existe uma atenção sobre o fazer. Aqui há um 
esforço muito grande em realizar a tarefa motora. 
 Intermediário: A coordenação na execução dos exercícios 
melhora, os movimentos desnecessários vão desaparecendo 
gradativamente e ocorre um nível maior de atenção. 
 Avançado: Aqui o aluno está totalmente focado. Ele consegue 
mentalizar a criar uma estratégia de ação que melhore a execução 
do seu movimento. Há uma perfeita coordenação e sincronicidade 
dos movimentos executados e também há um refinamento desses 
movimentos, na busca por excelência motora. Nesse estágio a 
 
35 
 
criança ou o adolescente executa de forma autônoma, sem penar 
no movimento. 
 
Aqui deve ficar claro que esses estágios podem acontecer 
concomitantemente, dependendo da destreza e familiaridade que a criança ou 
que o adolescente tenha em relação a execução do movimento. Por exemplo: 
em um jogo de capoeira ele pode executar um tipo de movimento com maestria 
e outro ainda se encontrar no estágio novato, por desconhecer e dominar a 
técnica. 
Outra coisa a ser levada em consideração é que as práticas sejam 
permeadas por uma gama variável de movimentos e dentro de contextos 
diferenciados durante a prática de uma habilidade, isso vai dar condições ao 
aluno para que ele possa executar movimentos diferentes e que germe o mesmo 
resultado de outros movimentos. Essa riqueza de possiblidades abre caminho 
para que a mesma estratégia usada em determinado movimento possa ou não 
ser usada em outro movimento. 
Para tanto, existem várias possibilidadesde processos de atividades para 
que o movimento seja cada vez mais refinado e que as habilidades motoras 
sejam concretizadas. 
Um exemplo disso é a execução das tarefas motoras através da 
demonstração. Nesse tipo de atividade o professor executa e o aluno executa 
depois, mas baseando-se na observação do movimento realizado. Esse tipo de 
processo acredita que a interação social permeie a aprendizagem. 
Outro tipo de processo se refere aos programas motores generalizados que 
podem ser divididos em blocos ou randômicos. 
Os processos em bloco consistem em realizar uma mesma tarefa em 
sequência, em determinado tempo. Só se passa para a outra atividade quando 
essa atividade acabar. Essa repetição tem o intuito de fazer com que o 
movimento se torne cada vez mais refinado. 
Os processos randômicos já consistem na realização de diferentes tarefas, 
sendo os exercícios realizados de maneira aleatória. 
O resultado dessas tarefas depende muito de quem a executa, mas no geral 
a demonstração e os processos randômicos demonstram os melhores 
resultados, devido ao grau de retenção das atividades que os alunos acabam 
 
36 
 
possuindo. A atividade em bloco também fornece índices de alto desempenho, 
principalmente dentro de um processo maduro. 
Com relação a esses resultados alguns autores afirmam que nas fases 
iniciais de desenvolvimento quanto maiores forem o repertório de movimentos e 
maior for o repertório do vocabulário motor, maior serão as chances desses 
alunos se tronarem atletas de alto desempenho (Schmidt & Wrisberg, 2001). 
Movimentos como correr, saltar o arremessar nessa fase podem ajudar muito na 
aprendizagem motora para a prática de exercícios mais específicos futuramente, 
como jogar tênis por exemplo. Esses movimentos embora sejam generalistas 
preparam a criança para a execução de exercícios mais complexos, inscrevendo 
em sua memória a base desse movimento complexo. A isso se dá o nome de 
transferência da aprendizagem. 
Dessa maneira as estratégias educacionais podem ser aplicadas, visando a 
melhoria das habilidades motoras realizados com movimentos básicos e 
complexos na medida da aprendizagem do aluno. 
Com isso fica claro que as estratégias educacionais devem levar em 
consideração a aprendizagem motora, e que essa está atrelada às fases de 
crescimento e desenvolvimento. 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula, a fundamentação foi que a prática das funções motoras 
advém da observação dos movimentos executados nas fases iniciais, 
intermediárias e madura. É certo, que em cada uma dessas fases o corpo se 
comporta e se movimenta sob determinadas características. Foi exposto 
também que é importante uma avaliação do nível motor, para saber em qual das 
fases a aluno se encontra e também foi aferido, que de acordo com a execução 
da tarefa, essas podem classificar o aluno em novato, intermediário ou 
avançado. Essa classificação advém da execução dos movimentos. E por último 
e não menos importante, foi observado que a prática dos exercícios, gera 
resultados de aprimoramento ou de refinamento, buscando sempre a excelência 
das atividades motoras. 
 
37 
 
Atividade de Aprendizagem 
De que maneira a criação de estratégias de ensino pode 
melhorar as funções motoras? 
 
Resumo da disciplina 
A disciplina sobre Desenvolvimento Motor procura descortinar o universo 
dos estudos voltados para essa área. Nos últimos anos os estudos do 
Crescimento e Desenvolvimento Motor deram um salto significativo, contribuindo 
com práticas educacionais esportivas mais direcionadas, melhorando o 
desempenho de atletas de alto rendimento. Longe de esgotar o assunto, essa 
disciplina oferece um caminho de estudo para aprofundamento, bem como os 
princípios da verificação do estágio em que se encontra a aprendizagem motora. 
Esse pode ser subdividido em três categorias: Inexperiente, intermediário e 
avançado, subsidiando a amplitude do conhecimento e da aplicabilidade nas 
práticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
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movimento. Dissertação (Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente) - 
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D. Goodway; tradução: Denise Regina de Sales; revisão técnica: Ricardo D. S. 
Petersen – 7. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2013. 
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nervoso central- um estudo de revisão. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 
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SACCANI, R.; BRIZOLA, E.; GIORDANI A P.; BACH,S.; RESENDE, T L.; 
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SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. Aprendizagem e performance motora: 
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TANI, Go; BRUZI, Alessandro T.; BASTOS, Flavio H.; CHIVIACOWSKY, Suzete. 
O estudo da demonstração em aprendizagem motora: estado da arte, 
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Desempenho Humano (Online), v.13, n.5, p.392-403, 2011 
 
 
 
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