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Técnicas de Reportagem e Entrevista Prof. Dr. Edson Luiz Spenthof Comunicação Social / Habilitação em Jornalismo Campus Universitário do Araguaia 4° Semestre 2018/2 GABRIEL GREEN FUSARI fvsari@icloud.com BIBLIOGRAFIA BÁSICA: E-mail do professor: edsonspenthof@uol.com.br Whatsapp: (66) [Reportagem é um gênero jornalístico (apuração / levantamento / busca).] Manual de Redação da UNESCO; Manual de Jornalismo Investigativo (UNESCO) ENEDITI, Carina Andrade. A qualidade da informação jornalística: do conceito à prática. Florianópolis, insular, 2009, página 15 a 76 SPENTHOF, Edson Luiz. Jornalismo e Sociedade: O luar da mediação profissional e da formação tratada como ser pública. Brasília, tese de doutorado apresentada ao programa de pós graduação em comunicação na UNB. 2015. Páginas 24-36; 48-61; 81-145. MAGNO, Ana Beatriz. A agonia da reportagem. Brasília. Dissertação de mestrado apresentado ao programa de pós graduação em comunicação da UNB. Terça Feira, 06 de Novembro de 2018 1° fase do jornalismo (Europa, Século XVI e XVII) Lettere d’avisi (Letras de aviso, em italiano. Cartas de aviso para comerciantes sobre ações de governo e informações de oportunidades de negócios como comércio de escravos e diplomacia com o oriente médio) Pequenos panfletos surgem na época. Spoken News (pessoas pagas para ficarem em lugares públicos e de grande circulação, em metrópolis para ficarem gritando informações). Ambos fazem parte da era do jornalismo econômico onde os comerciantes eram o target da comunicação. 2° Fase do Jornalismo (Europa, Século XVII e Século XVIII) Jornalismo opinativo/literário (em tese de Spenthof como jornalismo político-opinativo e literário) Em salões e cafés europeus havia uma efervescência cultural sobre a nova onda da liberdade de expressão com base do renascimento político e cultural, e tem por Habermas uma esfera pública ideal, para os cidadãos liberarem livremente suas ideias como poemas e debates culturais assim como política. Existe um movimento republicano forte contra os governos monarquistas. Embora continue existindo e se estruturam jornais importantes na europa, se esquece da ideia de informar algo para opinar sobre. O conteúdo dessa opinião era essencialmente a política e a literatura, no caso da política era o caso da efervescência de jornais “de fundo de quintal” para expressar a opinião impressa favorável ou contrária a política. Era um extremo debate político feito por jornais. O movimento republicano ele se instaura via a Revolução Francesa. 3° Fase do Jornalismo (EUA, Meados do século XIX) Os historiadores dizem que seu marco foi em 1930 com os surgimentos das Penny press, jornais vendidos a 1 penny de Dólar (Centavos), um jornal barato para a popularização de informações, logo jornalismo informativo. O jornalismo nesta fase se desenvolveu por base econômica e técnica que é a modernização da imprensa e das formas de distribuições de jornais. O marco da instalação de indústrias começa em Londres (com máquinas a vapor) em tecelagem e imprensa são atingidas pelo melhoramento de bens materiais e técnicas para a produção. Há também o desenvolvimento de transportes para a entrega dos jornais. Quando fala-se sobre o regime republicano entende-se sobre a coisa pública, como a separação das coisas do povo para o governante. Conceitos/Noções sobre Jornalismo - O jornalismo como forma de comunicação - O jornalismo como mediação da realidade - O jornalismo como forma de conhecimento - O jornalismo como interdiscurso - A questão da objetividade e da verdade no jornalismo (1) O Jornalismo como forma de comunicação: O Jornalismo é sim uma forma de comunicação específica pois ele passa as informações para todo o mundo de diversas formas. O que é a esfera pública: é o debate e uma esfera ampla e abstrata que significa o ambiente e espaço de discussão e a circulação de informações da sociedade. A esfera política é alimentada pela esfera pública e social. (2) O jornalismo como mediação da realidade. Mediação espaço temporal: grande especificidade do jornalismo, as diversas formas de mediação. Quarta feira, 21 de Novembro de 2018 O Jornalismo como forma de Conhecimento (Adelmo Genro Filho) Andelmo define o jornalismo como ‘forma social de conhecimento cristalizado no singular’ se baseando no método dialético, dizendo que haveria três dimensões onde se encontram todas as coisas do universo. De acordo com a dialética, todas as dimensões estão contidas e contém as demais. O singular responde ao específico irrepetível. O particular é típico conjunto, onde ele mesmo pertence a algo coletivo. O Universal é algo total. Método Dialético ● Singular - efêmero, provisório - tese, hipótese ● Particular - Típico, grupo, conjunto - antítese (anti tese) ● Universal - total, concreto pensado - Síntese O objeto do jornalismo sempre é a fixação do singular, por ser novo e irrepetível. O Singular corresponde ao lead. O universal se faz na cabeça do leitor, ele não necessariamente está no texto. Exemplos: Singular: Desfile da Louis Vuitton no Louvre Particular: Desfiles no Louvre Universal: Desfiles Por que forma social? Porquê jornalista trabalha em grupo, com fontes, com o processo de produção… e ele vai na história do jornalismo investigativo, houve uma construção social da dialética. Terça-feira, 27 de Novembro de 2018 Jornalismo e Teorias da Verdade Um publicitário pode mentir? Talvez, pois na publicidade tolera-se parte da verdade. Ele não pode falar contra o produto que ele vende, ele então seleciona o que falar, ele não mente, omite. Qual a diferença entre a realidade e a ficção? A leitura da realidade não é meramente subjetiva, pois o jornalismo tem regras como uma ciência. A ficção é o não real, uma invenção de um sonho, e se ela for muito boa ela é uma antecipação do real. A ficção não precisa se preocupar com a verdade, sem haver nenhum problema. O jornalista precisa se preocupar com toda a verdade. TRÊS GRANDES TEORIAS ● Verdade como correspondência aos fatos - correspondência - adequação ● Verdade como coerência - coerência ● Verdade como pragmática - Utilitarista “S” É verdadeiro se, e somente SE, corresponde um fato “A lousa é verde” A teoria da correspondência é a mais pertinente e eloquente ao jornalismo. Comprara a afirmação do texto com o objeto / referente que está fora do texto. - falseamento - mentira - engano Tudo é relativo, mas nem tudo é relativo por tudo ser relativo. (what the fuck?) O Discurso Jornalístico Como Interdiscurso A notícia em si, é um discurso da realidade, fazendo sentido ao receptor - começando a idéia entendendo que há vários tipos de gêneros ou tipos de discurso havendo uma série de características passando pela ideia de mediação, antecipando: a característica do discurso jornalístico é uma estratégia de mediação do próprio discurso de jornalismo. Bakhtin que é o pioneiro do discurso diz que todas as atividades humanassão orientadas por um discurso que é como um manual de ações. Uma característica do discurso jornalístico é a narração em 3° pessoa, ele faz isso por que é um discurso referencial,portanto é por uma questão ética para não ficar dúbio para não ficar “quem fala o quê?” O jornalismo é bom se ele revela algo pertinente e eloquente, e não se ele for esteticamente bonito. Outra característica do discurso jornalístico é o discurso “sem silêncios”.* Lista de gêneros básicos do discurso: - Primário: Conversação - Complexo: elaboração intelectual ~Discurso jornalístico: - Acabado - esconde o processo de gestação / enunciador (3° pessoa) - Função fática: liga-se a fatos e informa-os - Sem silêncio* do público, sendo esse um silêncio ativo, confirmando a ideia de que o público afirma o sentido, se colocando como ativo. Nenhum argumento do público é passivo, essa é a ideia da teoria da comunicação de massa. A característica do texto jornalístico é um texto “exotérico” (com x) sendo a capacidade de penetrar e se deixar penetrar pelos demais discursos (ou seja os discursos esotéricos, com s) A diferença do X e do S: não sei. Instituições Esotéricas Auditórios = Instituições - esotéricos Linguagem comum Polifonia (opinião polifônica) Mediação: Espaço-temporal cognitiva e interdiscursiva. Uma mediação de conhecimento, pode se dizer que o jornalismo faz a mediação do conhecimento, na medida que a informação for verdadeira, na teoria da verdade, ela é uma forma de conhecimento, em uma informação interdiscursiva da realidade, em uma mediação da capacidade interdiscursiva do discurso jornalístico. A ideia da construção da realidade, em autonomia versus a autonomização social, é não se deixar a influenciar pelo interesse público. A autonomia do jornal é desejável, mas existe a confusão entre atomização social, sem preocupação da sociedade (fazendo do jeito que quiser do jornalismo) separação da sociedade. Isso se atrela a liberdade de expressão do jornalismo, sendo um problema para o jornalista, menos a liberdade de imprensa. Para melhor compreensão do conteúdo ministrado em aula, ler o material que se encontra na Xerox da UFMT Araguaia na pasta de TRE de professor Edson Spenthof: SPENTHOF, Edson Luiz. Jornalismo e Sociedade: O lugar da mediação profissional e da formação tratada como ser pública. Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2018 Notícia - superfície - objetiva - concisa - direta - factual Reportagem - Mergulho - profundidade - detalhista - descritivo - social - humano - sentido do público - interpretação 05 de Fevereiro de 2019 A Pauta (da reportagem) I) Tema / Questão: qual é a pergunta sobre um tema socialmente relevante que quero responder? II) Hipótese: respostas antecipadas da/à questão III) Projeto da reportagem: Como eu vislumbro a estrutura da minha reportagem? III.1) Matéria principal - Questões - Hipóteses - Fontes - Abertas (listar / identificar e justificar) - Humanas (entrevistas/consultas) ● Identificação ● Contatos ● Principais perguntas (para cada fonte) ¹ obrigatório ~ Opcional: - Fotos¹ - Informações adicionais/ - Infográficos? - Boxes? III.2) Matéria correlata (desdobramento) Idem MP 20 de Fevereiro de 2019 Anotações do filme Todos Os Homens do Presidente (1976) - um filme paradigmático para o estudo das teorias do jornalismo contemporâneo - hipótese da Agenda-Setting e no Newsmaking, - O espaço da redação é o lugar da repetição, representa o esforço em se apurar fatos. O filme nos traz, por isso, um certo glamour jornalístico em parte perdido (e talvez nunca existido): o do tempo da notícia que voa; o do tempo em que se pára apenas para se tomar muitas canecas de café e pensar - como um detetive -, nos prováveis envolvidos no caso que abalaria a política mundial. Algo que se parece com a literatura detetivesca dos folhetins ou com as narrativas picantes do universo de Nelson Rodrigues. 26 de fevereiro de 2019, Terça Feira. Técnicas de apuração das informações - material de análise: todos os homens do presidente (filme) > Técnicas: - entrevistas (fontes humana) - pesquisas (fontes abertas) > Estratégias (modos de uso das técnicas): - persistência - identificação dos jornalistas -> - off / sigilo da fonte. > Tipos de Fontes - Fontes humanas¹ (¹ De acordo com material da UNESCO de jornalismo investigativo); - Fontes abertas (fontes de pesquisas); - Fontes oficiais (setor público); - Fontes da sociedade civil (setor privado); - Fontes do terceiro setor (Ong); - Fontes especializadas Técnicas > extração da fonte: - Dados - opiniões - versões - informações > Escolha das fontes (testemunha): - Apresenta um fato (dizer o que aconteceu / caracterizar o fato). - Qualificar o fato - ajudam a explicar, interpretar ou avaliar - Responder pelo fato - tem responsabilidade sobre o fato > Executivo: - Presidência - Governadores / Governo - Prefeitos / Prefeituras - Presidente da república. - Ministro de minas & Energia (NPM) - MInistro do Meio Ambiente Estrutura política: Ministério Público (MP): - Órgão independente - fiscalizar, investigar, e propõe ações (cíveis e judiciais) que visem a segurança jurídica, a preservação dos direitos pessoais e . ----------_____________________ Quinta-feira, 21 de Março de 2019 Gêneros jornalísticos: - Notícia - reportagem - entrevista - outros subgêneros de entrevista - S. pingue pongue - Formato adquirido Entrevista como técnica: - Antes (preparação) - Escolha do subgênero e do formato - Pauta ( perguntas a serem feitas) → preferência para pauta em forma de tópicos e não perguntas fechadas preparação do repórter / entrevistador → estudar muito o assunto e o entrevistado (se for entrevista longa pode visitá-lo antes). 26/03 e 09/04 entrevista e aula expositiva e orientação 10/04 é a entrega Esta matéria de Técnicas de Reportagem e Entrevista foi dada no 4° semestre (2° ano) de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso, no Campus Universitário do Araguaia, na unidade de Barra do Garças. A Aula foi ministrada pelo Professor Doutor Luiz Edson Spenthof, e as anotações foram feitas pelo Discente Gabriel Green Fusari durante o ano de 2018 e 2019. Pode acontecer de estar faltando algumas partes do material ou algo do gênero. O material incluído neste e-book não é de responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso. Este material não pode ser comercializado, e nem deve ter trechos retirados sem a devida autorização ou créditos que podem ser pedidas via e-mail por fvsari@icloud.com
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