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Redação Jornalística I Prof. Augusto Flamaryon Comunicação Social / Habilitação em Jornalismo Campus Universitário do Araguaia 4° Semestre 2018/2 GABRIEL GREEN FUSARI fvsari@icloud.com BIBLIOGRAFIA BÁSICA: Jornalismo Teoria e Prática - Manual de Redação da Folha de São Paulo Manual de Redação do Estado de São Paulo (Estadão) Sexta Feira, 9 de Novembro de 2018 O que é comunicação? A comunicação vem do latim Communicare significando pôr-se em comum. A comunicação é uma atividade de colocar-se junto a algo ou alguém. Para informar, precisa-se comunicar? Sim, mas para se tornar comum, precisa-se de uma organização para a informação dar forma ou estrutura a matéria. Notícia: é ordenar o mundo segundo uma forma específica. Ideologia: configuração de uma visão de mundo de uma classe social. > Ordenação que produz sentido. O jornalismo tem um filtro de critérios de interpretar o mundo como a exclusão e seleção que se dão simultaneamente para no final destacar o fato ao critério da rotina de produção de notícias. Tudo que passa nos critérios jornalísticos se considera como FATO . Os jornalistas têm o própria linguagem as quais se baseia em relatos curtos, hierarquia de informações {dentro do Lead} a qual é volátil pois tem um target. OBJETIVO* x SUBJETIVO * Procedimento de escrita. - Subjetividade: juízo de valores. Direto Modelo Padrão de Jornalismo Profissional - Walter Lippmann 14 de Novembro de 2018 1) A matriz da notícia é a percepção, 2) (fato) / Acontecimento / Público Instituição: a) Os sentidos que atuam no ato de captação da informação b) Saber prático que regula o enquadramento dos eventos. O QUE È ACONTECIMENTO JORNALÍSTICO 1) Fenômenos Externos 2) que recebem atenção (e, portanto, o que exclui outros fenômenos); e 3) Sofrem processo intertextual (pôr em relação) 23 de Novembro de 2018 CONSEQUÊNCIAS 1) O texto jornalístico é ficção e não é; É real e não é 2) A notícia é sempre uma cadeia materializável de elementos rastreáveis 3) O jornalista trabalha sobre um substrato de vestígios testemunhos e elementos. Assim, ele constrói um contexto para o fato. 4) Lógica (Fundamental) 4.1 Contextualização / Honestidade / transparência / detalhes (Factual = what is that?) interesse público é igual a modo de ver da sociedade. O modo de como a sociedade olha, é como será articulado o jornal. o estilo jornalístico é o interesse público. 5) O público tem grande determinação no texto jornalístico (tanto no conteúdo como na forma) Sexta feira, 30 de Novembro de 2018 Valores da notícia > decalque do público Enquadramentos do campo jornalístico: regras que pré existem ao jornalista. Valores notícia: a) Critério de seleção substantiva É o pressuposto da natureza sobre a natureza da sociedade (Interesse público se resume pela nossa existência e se baseia por ela) 1) critério de noticiabilidade é a morte 2) a notoriedade 3) a proximidade, 4) relevância, 5) a novidade, 6) atualidade, 7) inesperado, 8) conflito. b) Critérios contextuais - contexto de processo de produção 1) Disponibilidade de cobertura; 2) equilíbrio; 3) visibilidade; 4) concorrência c) Valores - notícia de construção: - Critério de seleção dos elementos dentro do acontecimento dignos de serem incluídos na elaboração da notícia. 1) Simplicidade 2) amplificação 3) personalização 4) dramatização 5) consonância D) Valor-Notícia e a Organização 1) Disposição de recursos 2) Rotina 3) Donos Objetividade: método / Processo de produção textual ● Roman Jakobson - Sistema da comunicação: Contexto, emissor, mensagem, receptor, canal e código. Contexto é o que dá sentido ao texto, por que o texto por si só não tem sentido, ele precisa de um emissor e um receptor, um canal e código (leia-se signos) - função referencial, função poética, função fática, função emotiva, função apelativa, função metalinguística ● Acontecimento - jornalismo - público Sexta-Feira, 07 de dezembro de 2018 A primeira classificação dos textos jornalísticos ocorreu no século XVIII, na Inglaterra. Precisamente no jornal Daily Courante com a separação das notícias dos comentários/artigos Hoje existem diversas classificações diferentes entre si. 1) Classificação de Joseph Foliet (França) para jornais ● Editorial ● Artigos ● Crônica ● Despachos (Reportagem e entrevista) ● Fait Divers ● Crônica Especializada ● Folhetins ● Fotos e legendas ● caricaturas ● quadrinhos 2) Classificação de Faser Bond (E.U.A.) ● Noticiário - Notícia - Reportagem - Entrevista - História de interesse humano ● Página editorial - Editorial - Caricatura - Coluna - Crítica 3) Classificação de Emil Doufait (Alemanha) a) Informativa - Notícia - Reportagem - entrevista b) De opinião - editorial - artigos - crônicas c) Amenos - folhetim - crítica - recreio ou espelho cultural 4) Clássicos de José M. de Melo a) Gêneros informativos - Notícias - notas - reportagem - Entrevista b) Opinativo - Editorial - artigo - resenha - crítica - crônica - coluna - carta do leitor - caricatura - charge c) Interpretativo - Dossiê - Perfil - Enquete - cronologia Características dos gêneros e formatos a partir da classificação de José Marques de Melo Gênero informativo ● Nota: 1) texto curto que traz informações básicas; 2) sem aspas. ● Notícia: 1) relato integral do fato, de modo objetivo; 2) com foto e aspas (entrevista e apuração); 3) pouco tempo de "vida". ● Reportagem: 1) vai além do factual; 2) aprofunda o fato, trazendo amplas declarações; 3) texto menos burocrático (ou seja, mais criativo). Gênero opinativo ● Editorial: 1) texto no qual a empresa jornalística expressa a sua opinião sobre fatos da realidade; 2) na imprensa, ninguém assina o texto. ● Artigo: 1) texto no qual alguém defende uma tese sobre determinado fato jornalístico; 2) sempre tem uma autoria e é assinado; 3) estrutura dissertativa (argumentativa). ● Crítica: 1) texto que avalia alguma produção cultural (literatura, filme, exposição etc.); 2) primeiro apresenta a obra e depois expõe a opinião sobre ela; 3) sempre assinado. ● Crônica: 1) inspirados em fatos cotidianos; 2) usa recursos da literatura; 3) é assinado. ● Coluna: 1) espaço no qual alguém da sociedade dá sua opinião sobre assuntos diversos; 2) possui periodicidade; 3) é assinado. ● Carta do leitor: 1) espaço no qual o leitor expressa a sua opinião sobre notícias publicadas; 2) evidencia os interesses dos leitores. ● Caricatura: 1) desenho que evidencia os aspectos físicos mais marcantes de alguém; 2) é assinada. ● Charge: 1) ironiza alguém, situação ou fato; 2) é assinada. Gênero interpretativo ● Dossiê: 1) trata-se de matérias destinadas a completar as narrativas principais; 2) condensação de dados sob a forma de box; 3) mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos noticiosos. ● Perfil: relato biográfico sintético identificando os agentes noticiosos; ● Enquete: narrativas dos cidadãos aleatórios;● Cronologia: 1) reconstituição de acontecimentos de acordo com variáveis temporais (secular, anual, semanal, diária, horária etc.); 2) destina-se a reconstituir o fluxo das ocorrências, permitindo sua melhor compreensão. 20 de Fevereiro de 2019 Gênero Utilitário -> indicador, roteiro, cotação e serviço. [Prestador de serviço / auxiliar o público] Diversional -> história de interesse humano e história colorida >> Recursos da literatura; formatos ficcionais; despertar sensações. 27 de Fevereiro de 2019 Planejamento da notícia e da estrutura gráfica Aula baseada no livro de Júnior, L. Guia para a edição jornalística (2006) > Informação diagramada Diagramar é tomar posição. Todo o design gráfico, cada planejamento visual da página impressa, emite informação sobre o material diagramado e a identidade de quem distribuiu os elementos do espaço daquela maneira e não de outra. 1) A disposição dos elementos NUNCA é aleatória 2) Uma leitura é comunicada pelo design A padronização visual organiza o material de modo que cada elemento ou recorte da página seja a personificação do jornal inteiro. O padrão, no entanto, é personalizado, estabelece a identidade expressa a imagem pública do jornal. A forma que assume um título, por exemplo, vai tornar a página mais dinâmica, mas principalmente define a leitura que o produto faz dos assuntos que cobre. 1) Simplicidade: eliminar o supérfluo. Mais itens, maior esforço visual. Mais focos de atenção, mais difícil captar o conteúdo. menor variedade de tipos, melhor identificado é o veículo. 2) Unidade: subordinação do desenvolvimento de cada elemento ao motivo principal 3) Harmonia: é a unidade sem violação, com correspondência das partes e das proporções 4) Equilíbrio: Ordena e funde harmonicamente as unidades de composição 5) Tipologia: Letras serifadas para textos corridos, pois serifas ajudam a conectar uma letra a outra, facilitando a leitura. Letra sem serifas para titulação, em que há poucas palavras e a informação é dada sem perda de legibilidade. Tipos que evoquem temas são mais criativos. Espaço em branco acentua conflito saudável entre dimensão e extensão de linhas e textos. Na diagramação, a percepção é dirigida por elementos extraverbais. Afinal, ela compõe a interpretação e esta é a forma e conteúdo, não há separação total e satisfatória. Palavras, imagens, objetos usos e costumes, ao integrarem os processos de comunicação contribuem para o entendimento do significado histórico e cultural da mensagem. DICAS: 1) Às vezes um texto se revela protagonista da informação, ora a foto ou o infográfico têm mais relevância informativa, e deveriam ter essa importância revelada na página 2) Desenhe a página antes. A dimensão da imagem a ilustrar o material e a importância dada ao assunto. Isso facilita o planejamento, sobretudo a edição de texto. Inserção e edição de fotos Fotojornalismo é também construção elaborada por um profissional, resultado de uma operação de sentidos por sua vez afetada pelos limites do quadro e do visor e valorizada conforme certas convenções. É da natureza do fotojornalismo buscar o acaso no instante significativo - o que não poderia ser outro - o momento decisivo recortado pelo olhar fotográfico. Exemplo disto são as obras de Henri Cartier-Bresson. Ao fotografar, o profissional não só pensa no que é registrado, como também na significação que aquela imagem transmite a quem a veja. Na foto, entre o ponto de atenção e as bordas, há o sentido. Combinar elementos da imagem é adequar o que vemos a critérios de geometria das formas, conjugar algo desordenado na paisagem ao ordenamento do registro. Toda mensagem, visual ou não, é modificada pelo contexto. Não é raro o caso em que o texto, por melhor e mais informativo, perde importância e espaço na página por falta de uma imagem. Assim, uma matéria ganha vitalidade com boa foto. Para melhor compreensão da mensagem, segue algumas dicas: 1) As fotos devem contar histórias ou não ajudam na interpretação; 2) Use sempre alto contraste entre as cores e, acima de tudo, entre P&B; 3) Corte a foto no centro da atividade, retratada para eliminar o desnecessário; 4) Os pormenores editam-se em tamanho grande, para ganhar dramaticidade. ATENÇÃO: 1) A imagem tem sua significação modificada pelos títulos, textos, legendas e diagramação pelo contraponto com outras fotos na mesma página e edição, pela reutilização em contextos diferentes da situação original, em outras matérias, pelo tratamento de imagem que tem o objetivo de controlar a leitura que será feita dela. 2) No jornalismo, o verbal tem primado sobre o extraverbal. Portanto, quem orienta a interpretação, no final, é o texto. Estrutura da composição fotográfica para jornais 1) Extraquadro: extrapolação dos limites do quadro, a partir de elementos contidos no próprio quadro. É recurso usual para edição: A pessoa fotografada lança um olhar para algo que não está na foto, e pode remeter a complementação da cena (um título, um texto, outro elemeneto gráfico): 2) Assujeitamento: Situação dramática em que o objeto encara a objetiva e ela se nega enquanto câmera na frente do objeto; 3) Sutura: Onde se inclui a própria câmera no grupo fotografado, dando a ilusão de que o observador participa da ação; 4) Jogo de linhas: Tem efeitos específicos: a) linhas horizontais sugerem tranquilidade; b) verticais aludem a movimentos, a atividade; c) diagonais nos dão a ilusão de profundidade; 5) Arbítrio: do ângulo da tomada nunca é gratuíto. O lugar que o fotógrafo assume para registrar um fato dirá a posição tomada por ele. O motivo principal pode estar frontal, visto de cima para baixo ou de baixo para cima; 6) Perspectiva: a ilusão da 3° dimensão na fotografia é dada por determinados recursos, que inclui jogos de linhas, formas e luzes. Exemplos de perspectivas: a) Efeito linear: mais alta a linha do horizonte, maior a ilusão tridimensional; b) Efeito figurativo: formas enfileiradas, repetidas, são ilusão de profundidade. c) Efeito luminoso: maior luminosidade, mais se acaba a ideia de profundidade. Mais luz no fundo da foto, mais a ideia de profundidade é eliminada. A ilusão de ótica da foto P&B vai do preto ao branco. Assim a sensação de profundidade ocorre quando a zona mais escura está próxima, no 1° plano, ficando mais clara à medida que os objetos se afastam da objetiva. ___________________________________ Esta matéria de Redação Jornalística I foi dada no 4° semestre (2° ano) de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso, no Campus Universitário do Araguaia, na unidade de Barra do Garças. A Aula foi ministrada pelo Professor Mestre Augusto Flamaryon Bozz, e as anotações foram feitas pelo Discente Gabriel Green Fusari durante o ano de 2018 e 2019. Pode acontecer de estar faltando algumas partes do material ou algo do gênero. O material incluído neste e-book não é deresponsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso. Este material não pode ser comercializado, e nem deve ter trechos retirados sem a devida autorização ou créditos que podem ser pedidas via e-mail por fvsari@icloud.com
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