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Via Clássica e Via Prussiana

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As principais características e diferenças entre os estilos de desenvolvimento capitalista chamados de “via clássica” e “via prussiana”.
As vias de desenvolvimento capitalista dão as características ao mundo atual e os obstáculos específicos de cada país para se desenvolver. O desenvolvimento econômico de cada sociedade diz sobre a vida da população e dos movimentos sociais na exigência de direitos e uma maior participação e qualidade de vida das pessoas. As mudanças em cada uma das vias ocorrem na trajetória de cada região rumo à inserção no capitalismo mundial. Tal divisão serve de modelo para entendermos a conjuntura do mundo atual:
-Via Clássica: 
Os países líderes do capitalismo construíram seu desenvolvimento pela via clássica. A via clássica é uma forma sustentada de realizar a industrialização beneficiando-se dos ganhos da era colonial. Os países de capitalismo clássico, como a Inglaterra e a França, diferenciam-se dos outros países principalmente porque viveram revoluções democrático-burguesas radicais (diferentemente da via prussiana, que teve ausência de processos democráticos-burguesas); revoluções que uniram a burguesia, o proletariado nascente e o campesinato na destruição completa da antiga forma de sociedade; essa antiga sociedade possuía a nobreza e a monarquia como os elementos dominantes. Esses movimentos políticos de massa abriram um grande e fértil espaço para o desenvolvimento do capitalismo e para a consolidação da democracia burguesa; ou seja, permitiram um tipo de trajetória capitalista na qual as mais progressistas características desse modo de produção consolidaram-se em toda a sua positividade e, por outro lado, os traços mais perversos desse sistema social surgiram de maneira mais atenuada. Características: livre mercado para os empresários, economia liberal e a não presença do Estado na economia.
-Via Prussiana: 
A via prussiana foi seguida pelos países de industrialização retardatária, no século XIX (um século depois dos países da via clássica). A Alemanha, a Itália e o Japão, tiveram as suas revoluções burguesas abortadas devido à fragilidade estrutural de suas burguesias e ao receio que estas tiveram de ser ultrapassadas politicamente pela aliança do proletariado com o campesinato. Os burgueses, então, fizeram um acordo com a nobreza e a monarquia pelo qual restringiam bastante as próprias reivindicações políticas, aceitando que as reformas do aparelho do Estado fossem feitas de maneira mais lenta e superficial, em troca de reformas significativas e progressivas no universo econômico. Desse modo, viveram o que se denominaria de revolução passiva. A via prussiana representou uma passagem do feudalismo para o capitalismo. A ausência de revoluções democrático-burguesas e a existência de grandes propriedades de terra são algumas das características da via prussiana. Características: forte presença do estado na economia, com o intuito de acelerar o desenvolvimento da economia para chegar ao mesmo nível de desenvolvimento dos países da via clássica.
Sob esse tipo de processo os países prussianos passaram a conviver com uma série de crônicos problemas econômicos, políticos e culturais. Esta forma de desenvolvimento capitalista, diferente do desenvolvimento do capitalismo clássico, debilitou as características mais positivas desse modo de produção e fortaleceu as suas dimensões mais negativas. Assim, nesses países a industrialização ficou atrasada em relação à industrialização dos seus concorrentes e, portanto, essas nações acabaram chegando ao mercado mundial somente quando os países de capitalismo clássico já o monopolizavam; o parlamento teve grandes dificuldades de desenvolver-se como instituição independente e consolidada; as liberdades democráticas ficaram restringidas em benefício de monarcas ou ditadores e em prejuízo da participação política das massas populares; os movimentos socialista e camponês foram reprimidos com violência e somente aceitos após conflitos sangrentos; e, por fim, grande parte da intelectualidade abraçou o pensamento reacionário e procurou fundamentar o imperialismo de sua nação com argumentos racistas, ajudando a formar um caldo de cultura antidemocrática que penetrou quase todos os recantos da sociedade e o espírito dos indivíduos.

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