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Palavras do Aquino Em Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro, temos uma outra e ampla discussão: Faoro quer entender o Brasil buscando estudar a natureza do nosso Estado que, segundo ele, deve ser buscada a partir da sociedade portuguesa até mesmo antes de nosso "descobrimento", para daí apontar a característica patrimonial do nosso Estado, ou seja, evidenciar que o Estado no Brasil é construído com esse viés privado. O autor argumenta que todas as transformações do Estado no Brasil são realizadas pela conciliação entre os diversos grupos privados que dominam o país, de cima para baixo. Procure responder: O que é "estamento burocrático", a concepção de liberalismo que predomina no Brasil (ou como o liberalismo é aqui adaptado) e, ainda, procure compreender as conclusões do autor (a "viagem redonda", ou seja, tudo se transforma para continuar da mesma forma....) Tese de faoro As bases para a construção social e política brasileira são encontradas em uma formação patrimonialista de estado. "apesar de grande parte das rendas vir da terra, o agrarismo de portugal nunca chegou a ser profundo, e desde a reconquista o comércio marítimo e a formação territorial andaram juntos, quase indissociáveis." (mello e souza, 2001:337) Formação e estrutura do estado português• Patrimonialismo determina relações econômicas atrelado à uma ordem burocrática• Relação semelhante a chefe e funcionário.• A questão do patrimonialismo não é a exploração da terra em si, mas disponibiliza-la para fins políticos e privados. É importante conhecer o que acontecia nesta península ibérica. Revolução de avis, entre rei e súditos não há intermediários: um rei comanda e todos obedecem. "os dois caracteres conjugados - o rei de guerra e o rei senhor de terras imensas - imprimiram a feição indelével à história do reino nascente" (faoro, 2012:19) Estamento Estamento são órgãos do estado, as classes são categorias sociais (faoro, 2012:62) Constitui uma forma de estratificação social com camadas mais fechadas do que classes sociais, e mais abertas do que as castas, ou seja, possui maior mobilidade social que no sistema de castas, e menor mobilidade social do que no sistema de classes sociais. É um tipo de estratificação ainda presente em algumas sociedades. Nessas sociedades, do presente ou do passado, o indivíduo desde o nascimento está obrigado a seguir um estilo de vida predeterminado, reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra, embora exista alguma mobilidade social. O Rei Luís XVIII de França foi o primeiro a introduzir este tipo de estratificação social na França. Historicamente, os estamentos caracterizaram a sociedade feudal durante a Idade Média. De <http://pt.wikipedia.org/wiki/Estamento> "ao lado da nobreza, a burguesia se tornou fator do poder, situando-se dentro do Estado. Acima de uma e de outra, pairavam o rei e a monarquia. O grupo de comando, então, não é uma classe, mas um estamento. A diferença entre um e outro reside no fato de a primeira ser determinada economicamente, enquanto o segundo é, antes de tudo, uma camada social: "os estamentos governam, as classes negociam" Definição de estamento burocrático No livro, o autor se preocupa com o estamento político: aquele em que os membros tem consciência de pertencer a um mesmo grupo - qualificado para o exercício do poder - e que se caracteriza pelo desejo de prestígio e honra social. O estamento é típico das sociedades em que a economia não é totalmente dominada pelo mercado, como a feudal, e no caso português, patrimonial. Contudo, encontra-se também, de forma residual, nas sociedades capitalistas. Feudalismo - não existiu no brasil. Aqui seria um patrimonialista. O patrimonialismo seria uma subordinação do cidadão ao soberano. É patrimonial pois visa os interesses pessoais do poder político em acordo com o privado economicamente abastado. • Conceito de patrimonialismo• Eleições• A situação estamental, a marca do indivíduo que aspira aos privilégios do grupo se fixa no prestígio da camada, na honra social que ela infunde sobre toda a sociedade "o poder é questão econômica" Estamento é o momento da aristocracia para a burocracia. Período de regência (1831-1840) Ato adicional 1834, descentralização "devolver a nação a si própria" Cpp 1832 - autonomia local e fortalecimento privado Localismo liberal (1831-1937) Deslocamento do eixo econômico O comércio voltara a se associar ao quadro político administrativo, e o estado reingressava nos trilhos patrimonialistas, conduzindo a política centralizadora através do estamento burocrático articulado em torno do Senado, dos Partidos e dos conselhos do Estado (MELO E SOUZA, 2001:343) Parlamentarismo surge como regresso Sobre os sertões e os campos desce a espada imperial, estruturada na cúpula num mecanismo estável de governo, superior as mudanças de gabinete. Via-se assim: conservadores sem cargos se fazendo de revolucionários e o liberal no poder esquecendo a pólvora incendiária. Economia dependente do estado• Expansão do café• Necessidade do federalismo• Capitalismo politicamente orientado• Duas etapas constituem o ideal do empresário: na cúpula o amparo estatal; no nível da empresa, a livre iniciativa Mão de obra total: fazenda, lavouras e demais funções braçais• Os senhores de escravos necessitavam deles para todo a produção dos materiais e subsídios • Muitos senhores endividados no final do império, estes que tinham dívidas que só seriam pagas após muito tempo de trabalho escravo • Todas as pessoas no império tinham ao menos um escravo, isso era considerado status na época. • No final do império Militares 1889 o marechal deodoro da fonseca proclamou a república ANTES EM PORTUGAL... O comércio marítimo e a formação territorial andaram juntos, quase indissociáveis. a Esse patrimonialismo se atrelava uma ordem burocrática, que superpunha o soberano ao cidadão numa relação semelhante a de um chefe e e funcionário. A ele, ainda, se deveu o ritmo acelerado das relações comerciais e o fato de o rei tornar-se o primeiro comerciante do reino, somando esta atribuição à outra de senhor das terras, e gerindo ambas como empresa sua. Estavam assim lançadas as bases do capitalismo de Estado. Patrimonialismo O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos osabsolutismos. Etimologicamente originário do termo património, patrimonialismo designa, segundo Weber (1978), um regime de gestão de recursos em sociedades tradicionais assentes em autoridades de tipo tradicional, as quais, não dispondo da presença atuante de um staff administrativo sujeito a regras impessoais, orientam-se, basicamente, por critérios pessoais, não raro discricionários. No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades. Assim, torna-se "natural" desde o período colonial (1500 - 1822), perpassando pelo período Imperial (1822 - 1889) e chegando mesmo à República Velha (1889 - 1930) a confusão entre o público e o privado. O patrimonialismo é uma ideia essencial para a definição do "Homem Cordial", conceito idealizado pelo sociólogo Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil. De <http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrimonialismo> Quem são os donos do poder? https://www.youtube.com/watch?v=zvwIUrpuMcE Estamento e patrimonialismo (sociologia) https://www.youtube.com/watch?v=afIM8L-5_h0 CONCLUSÃO A principal característica do capitalismo do Estado patrimonial foi a predominância do quadro administrativo juntoao foco superior de poder: o estamento que evoluiu de aristocrático para burocrático, acomodando-se as mudanças sem alterar as estruturas. O patrimonialismo também evoluiu, passando de pessoal para estatal, amoldando-se às transformações, adequando-se às mudanças. Essa compatibilidade entre capitalismo moderno e quadro tradicional é uma das chaves para a compreensão do fenômenos histórico português-brasileiro. Isso foi possível devido à existência de um sistema de forças políticas que pairavam acima das classes: a uma camada que mudou e se renovou, mas nunca representou a nação. Desse modo a soberania popular só existiu na forma de farsa. "o poder - a soberania nominalmente popular - tem donos, que não emanam da nação da sociedade, da plebe ignara e pobre. O chefe não é um delegado, mas um gestor de negócios, gestor de negócios e não mandatário. O estado, pela cooptação sempre que possível, pela violência se necessário, resiste a todos os assaltos, reduzido, nos seus conflitos, à conquista dos membros graduados de seu estado- maior. E o povo, palavra e não realidade dos contestatários, o que quer ele? Este oscila entre o parasitismo, a mobilização das passeatas sem participação política e a nacionalização do poder. A lei, retórica e elegante, não o interessa. A eleição, mesmo formalmente livre, lhe reserva a escolha entre opções que ele não formulou. Os Donos do Poder segunda-feira, 25 de maio de 2015 21:02 Página 1 de Ciência Política
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