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Coronelismo - Aquino

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Anotações do seminário
Concentração da propriedade fundiária rural
Muita terra na mão de pouca gente.
Os coroneis custeavam as eleições. E os coroneis 
também doavam bens às pessoas a troco de votos
Favores e perseguições
Autonomia municipal e o coronelismo
Sem autonomia legal•
Sem autonomia financeiro•
Dependência administrativa•
Falta de autonomia dos municípios
Autoritarismo
Chefes municipais do odicialismo estadual•
Inversão de autonomia
-Concentração fundiária rural;
-Aspectos da composição das classes na sociedade rural;
- Despesas eleitorais e melhoramentos locais;
-Favores e perseguições e a desorganização do serviço 
público local;
- Fragmentação da hegemonia social dos donos de terras.
Coronelismo, enxada e voto é um livro de Victor Nunes Leal publicado em 1948.1
É um estudo da vida política brasileira a partir do sistema do coronelismo, que o autor considera 
sistema político. Chefes políticos, proprietários de terras, senhores do bem e do mal, os coronéis 
são figuras marcantes na história e na literatura brasileiras.
Os coronéis fazendeiros não eram militares de carreira, pertenciam à Guarda Nacional, milícia 
cidadã, da qual teoricamente faziam parte todos os eleitores. No Império ( 1822-1889), o voto era 
censitário (baseado na renda), só uma elite votava.
Os fazendeiros adquiriam legalmente a patente de coronel, que lhes dava o direito de constituir 
tropas provisórias em caso de conflito. Dessa forma, controlavam também a polícia, seu 
instrumento predileto para abusar do poder.
Na República Velha (1889-1930), o presidente Campos Sales (1898-1902) criou a "política dos 
governadores", dando forma às relações sociopolíticas dentro dos limites do "é dando que se 
recebe". Esse quadro deu início a uma cadeia de favores, que se estendia desde o relacionamento 
entre o presidente da República e os governadores dos Estados até o relacionamento entre os 
coronéis e os trabalhadores rurais. Assim, num encadeamento autoritário, as decisões deveriam ser 
acatadas em todos os níveis para que as reivindicações fossem atendidas.
Sem uma legislação que os protegesse, os trabalhadores rurais, por concessão dos coronéis, 
residiam dentro das fazendas e recebiam um ordenado miserável. Em troca disso, aceitavam o 
"voto de cabresto", elegendo os candidatos apoiados pelo patrão . Durante a República Velha, a 
votação não era secreta, o que permitia a constatação do voto pelos membros da mesa eleitoral. Os 
desobedientes sofriam desde uma advertência verbal até o castigo físico, além de correrem o risco 
da perda do emprego e da moradia.
Portanto os trabalhadores rurais, elos mais fracos da corrente, nunca exprimiram o seu real 
pensamento político.
Até 1930, embora as instituições fossem democráticas no país, nenhuma eleição podia ser 
considerada honesta.
De <http://pt.wikipedia.org/wiki/Coronelismo,_Enxada_e_Voto> 
Palavras do Aquino sobre o coronelismo
Em Coronelismo, Enxada e Voto, Victor Nunes Leal apresenta uma tese que explicita 
o significado do fenômeno "coronelismo". É preciso em primeiro lugar compreender 
essa tese: O poder que os coronéis que antes era fruto da riqueza de suas terras passa a 
ser fruto do compromisso que fazem com o poder público central (Estadual e 
Federal). Assim, o autor que provar que o "papel político eleitoral do latifúndio não é 
consequência de sua força, mas de sua fraqueza" e de que isso representa "o 
progressivo fortalecimento do poder público em relação ao poder privado outrora 
incontestável dos grandes senhores rurais". Veja, ele sugere que o Estado brasileiro a 
partir da República é construído por influência de um poder privado em decadência (e 
que assim irá se aproveitar para manter seu poder local). Ao ler, perceba como o autor 
cosntroi os capítulos analisando diversos aspectos (organização policial, autonomia 
dos municipios etc) que comprovam sua tese. Veja também as conclusões do autor e 
de como ele aponta para uma superação disso. 
Como e porque o papel político eleitoral é consequência de sua fraqueza?1)
O poder privado era incontestável? Por que? A nascente república não 
poderia prescindir do eleitorado rural, cuja situação de dependência ainda 
é incontestável.
2)
Por que era considerado um poder privado em decadência? Está em 
decadência devido a partir de 30 os fazendeiros já não estão no centro da 
economia, e entram as indústrias como alavancagem da economia.
3)
Como o poder que os coronéis 4)
Quem são os coronéis?5)
Por que os municípios não tinham autonomia? As leis não favoreciam os 
municípios. Os municípios não teriam liberdade. 
6)
Como o Estado e a Federação mantiveram o poder na república?7)
Em que momento o poder dos coroneis que antes era fruto da riqueza 
das terras passa a ser fruto do compromisso que fazem com o poder 
público central?
8)
Que tipo de compromisso era este que os coroneis faziam? O 
compromisso garante os votos para o governador que facilitar os seus 
negócios. O coronel teria assim acesso a melhorias e coisas que o 
favoreciam.
9)
O que é a hipertrofia mencionada na tese? O coronel se baseia na 
hipertrofia das terras. 
10)
PERGUNTAS
Coronelismo
"é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, 
progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, 
notadamente dos senhores de terras." suas características secundárias são o mandonismo, 
o filhotismo, o falseamento do voto, a desorganização dos serviços públicos locais.
(...) superposição de formas do regime representativo a uma estrutura econômica e social 
inadequada. (...) É (...) forma peculiar de manifestação do poder privado.”. (LEAL, 1976, 
p.:20)
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/breves-ponderacoes-sobre-a-obra-coronelismo-
enxada-e-voto-de-victor-nunes-leal/110665/#ixzz3b6sJ4Dng
Leal ensina que o enfraquecimento do coronelismo no Estado Novo surge com a descentralização dos 
poderes locais, bem como um aumento de um poder ligado aos tributos, pelo fortalecimento dos poderes dos 
prefeitos e vereadores, e principalmente pela abolição do regime representativo.
A morte aparente dos “coronéis” no Estado Novo não se deve, pois, aos prefeitos nomeados, mas à abolição 
do regime representativo em nossa terra. Convocai o povo para as urnas, como sucedeu em 1945, e o 
“coronelismo” ressurgirá das próprias cinzas, porque a seixa que o alimenta é a estrutura agrária do país . 
(LEAL, 1976, p.134).
Neste sentido, resta claro que o coronelismo não estava ligado somente à compra de 
votos ou ao voto de cabresto, mas sim, nos cargos existentes e disponíveis do Estado. 
Estes coronéis, podendo a qualquer momento colocar subordinados seus (amigos, 
parentes e até empregados) em cargos estratégicos (Delegado de Polícia – por exemplo) 
por meio de indicações com o auxílio de seu prestígio econômico e tutelar, passava a não 
depender exclusivamente das urnas, embora a usasse como principal ferramenta para a 
mantença de seu poderio.
Coronel
Era geralmente concedido ao chefe político da comuna. Ele e os outros oficiais, uma vez 
inteirados das respectivas nomeações, tratavam logo de obter as patentes;
Coronelismo, enxada e voto
O texto em comento é um aprofundado estudo da vida política brasileira, com uma visão dirigida ao sistema do 
coronelismo, que para Leal, trata-se de um sistema político. O autor fragmenta sua obra em sete capítulos: o 
primeiro define o temo coronelismo; o segundo, as atribuições do município; o terceiro, a eletividade; o quarto 
analisa as receitas municipais; o quinto enfoca a organização policial e judiciária; o sexto disserta sobre a legislação 
eleitoral e o sétimo exibe prospecções e retoma a discussão teórica do primeiro. E é exatamente estudando a 
relação entre Governo Federal, Estadual e Municipal, através de um cuidadosoestudo focado nas Constituições de 
1891, 1934 e 1946, que Leal fundamenta sua tese, discutindo as atribuições dos municípios, o processo eleitoral, o 
voto de cabresto e o coronelismo.
Este tipo de política, segundo Leal, se deu devido a perda da concentração de riquezas e de poder por parte dos 
senhores rurais, fazendo com que eles buscassem ajuda dos poderes estaduais. Então, grosso modo, o Estado 
proveria os Cargos Públicos, com indicação e o auxílio destes fazendeiros, e em troca, tais fazendeiros teriam a 
paga de coronéis mas deveriam garantir votos para os líderes estaduais e seus dependentes.
Por fim, contribui o autor em escancarar os meandros do poder na distante República Velha, mostrando que todos 
os desdobramentos políticos ocorridos no país no período em estudo centralizava-se na figura do Estado, 
suplantada pelo modelo parasita de sua apropriação por parte do poder privado (coronelismo) que se fortificava não 
apenas com a compra de votos ou o voto forçado (de cabresto), mas estava calçada sobretudo nos cargos 
fomentados pelo Estado. Uma via de mão dupla, onde poder Estatal e poder Municipal se embebedavam 
mutuamente de favores, regalias e abuso de poder, enquanto a população, banhada por uma falsa idéia de 
democracia, continuava agonizando e esperando tempos melhores. Eis o recado final do autor:
Com esta singela contribuição ao estudo do “coronelismo”, não tivemos o propósito de apresentar soluções; apenas 
nos esforçamos para compreender uma pequena parte dos nossos males. Outros, mais capacitados, que 
empreendam a tarefa de indicar o remédio. (LEAL, 1976, p. 258).
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/breves-ponderacoes-sobre-a-obra-coronelismo-enxada-e-
voto-de-victor-nunes-leal/110665/#ixzz3b6tcCWx5
OUTRA RESENHA DO LIVRO
Após a revolução de 30, a tendência geral permanece, com a total submissão dos 
municípios durante o Estado Novo. A relativa reversão dessa tendência ocorre na 
Constituinte de 1946, caracterizada por um enternecimento municipalista, compensado 
pela crescente intervenção econômica do Estado no Brasil, que retira do município algumas 
de suas atribuições: "No mundo moderno, porém, essa intervenção depende de um 
planejamento que transcende os limites do município e do Estado e que há de ficar, por isso 
mesmo, confiado a autoridades federais" (p. 98).
No capítulo terceiro, Nunes Leal dedica-se à análise da eletividade da administração 
municipal. Apesar de as Câmaras Municipais terem uma longa tradição eletiva no Brasil (o 
que não significa absolutamente representatividade política), o Executivo municipal só é 
criado pela Constituição de 1891, embora já no Império algumas províncias tivessem 
instituído o cargo de prefeito. Na República Velha, os estados têm ampla autonomia na 
organização das eleições municipais, sendo que em muitos deles vigoraram restrições à 
eletividade dos prefeitos.
As Constituições de 1934 e 1946 estabeleceram a eletividade como regra obrigatória, 
Qual a diferença entre patriarcalismo e coronelismo
Coronelismo
quinta-feira, 21 de maio de 2015 21:45
 Página 1 de Ciência Política 
As Constituições de 1934 e 1946 estabeleceram a eletividade como regra obrigatória, 
havendo, no entanto, a possibilidade de nomeação do prefeito em alguns casos 
excepcionais: capitais de estado, estâncias hidrominerais e áreas de segurança nacional (só 
de acordo com a Constituição de 46). No Estado Novo, todos os prefeitos são nomeados e 
Francisco Campos tentou justificar essa centralização autoritária alegando o caráter técnico 
do exercício da prefeitura. O autor demonstra a ideologia subjacente a essa posição contra-
argumentando com o caráter eminentemente político das eleições municipais no Brasil: elas 
constituem peça básica das campanhas eleitorais já que é através da mediação dos chefes 
locais que a grande maioria da população brasileira exerce os seus direitos políticos.
O capítulo quarto é dedicado à receita municipal. A esse respeito há uma constante na 
história brasileira, ou seja, a exiguidade das rendas municipais. Elas são escassas na 
Colônia, no Império e nas Repúblicas, sendo a União a parte sempre mais bem aquinhoada 
na repartição dos impostos. Mesmo no regime de 91, a União continua mantendo a 
primazia. Nessa época o poder tributário dos municípios deriva do Estado e só na 
Constituição de 1934 os municípios passam a ter uma esfera tributária própria, discriminada 
constitucionalmente.
No regime de 46 há um aumento das rendas municipais (embora elas permaneçam muito 
aquém das necessidades do município). Este aumento é explicado pelo autor como uma 
forma indireta de elevar o nível de vida das populações do interior e, conseqüentemente, 
expandir o mercado interno. No entender de Nunes Leal, tal medida teria sido expressão de 
grupos industrializantes: "A Constituinte de 1946 exigiu que os municípios apliquem, 
obrigatoriamente, em 'benefícios de ordem rural' pelo menos metade do acréscimo de 
receita que lhes advém da distribuição de 10% do imposto de renda; (...) nem todos 
quantos se deixarem envolver pela atmosfera municipalista dos nossos dias estarão 
conscientes de que o aumento da receita dos municípios é, com muita probabilidade, uma 
conseqüência indireta da necessidade de ampliarmos o mercado interno, pela inversão de 
tais recursos na melhoria de vida das populações rurais" (p. 168 e 172).
A explicação para a debilidade financeira dos municípios brasileiros é, também, política: "A 
maior cota de miséria tem tocado aos municípios. Sem recursos para ocorrer às despesas 
que lhes são próprias, não podia deixar de ser precária sua autonomia política. O auxílio 
financeiro é, sabidamente, o veículo natural da interferência da autoridade superior no 
governo autônomo das unidades políticas menores" (p. 178).
No quinto capítulo, o autor analisa a organização policial e judiciária brasileira, desde a 
Colônia até à Constituinte de 46. Depois de fazer observar o acúmulo de funções 
administrativas, judiciárias e policiais nas mãos das mesmas autoridades na fase colonial, o 
autor mostra como essas atribuições acumuladas ajudaram a constituir a prepotência do 
senhoriato rural; e como, a partir de meados do século XVII, principalmente pela mão dos 
ouvidores e juízes de fora, favoreceram a submissão dos colonos à Coroa portuguesa.
No Império, o traço marcante da organização policial e judiciário é a persistência do 
acúmulo de funções e o fato de que, após a reação centralizadora de 1841, o controle das 
autoridades judiciárias é transferido para o governo central. Apesar dessa centralização, 
também é característica fundamental do período imperial o fato de que a polícia e o 
judiciário são dominados pelo espírito partidário e constituem instrumentos básicos de 
sustentação do poder dos coronéis.
Na República, subsiste a polícia como instrumento de ação política, só que esta passa a 
servir às situações estaduais, quando antes obedecia aos desígnios do poder central. 
Quanto ao judiciário, inicia-se um processo de estabelecimento de garantias da 
magistratura, garantindo-lhe um mínimo de autonomia, que se irá acentuando 
gradativamente. Mas, apesar desse processo de autonomização do judiciário, nos regimes 
de 34, 37 e 46, não é totalmente afastada a participação da Justiça na política local.
Quanto ao júri, instituído pela Constituição Imperial, vai tendo suas atribuições reduzidas 
progressivamente - o tribunal popular, bastante sujeito à influência dos coronéis, 
assegurava freqüentemente a impunidade dos amigos, assim como a culpabilidade dos 
inimigos desses coronéis.
Neste mesmo capítulo, o autor faz um breve apanhado histórico sobre a Guarda Nacional. 
Ainda hoje persiste a prática da "nomeação de delegados esubdelegados por indicação dos 
dirigentes dos municípios, ou com instruções para agir em aliança com eles, isto é, para 
'fazer justiça' aos amigos e 'aplicar a lei' aos adversários. Daí a ligação indissolúvel que 
existe entre o 'coronelismo' e a organização policial. Em relação à Justiça, essa ligação já foi 
muito mais estreita do que é hoje (época em que o livro foi escrito), e diminui na proporção 
em que aumentam as garantias do poder judiciário" (p. 217).
O capítulo seguinte é dedicado à legislação eleitoral brasileira. São enumeradas 
detalhadamente todas as leis eleitorais mais importantes desde a proclamação da 
independência, passando pelos códigos eleitorais de 1932 e 1935, até à Constituição de 
1946. O autor demonstra persistência da fraude eleitoral - verdadeiro flagelo do Império e 
da I República - e que, embora atenuada, ainda se mantém nos regimes posteriores, apesar 
do contínuo aperfeiçoamento do sistema eleitoral no Brasil e da progressiva ampliação do 
número de eleitores.
Porém, não é a fraude o componente principal da falsificação da representatividade política 
no Brasil e sim a própria existência do fenômeno coronelista: "Neste longo período, tivemos 
vários regimes políticos e numerosas reformas eleitorais; não obstante, permaneceu o fato 
fundamental da influência governista na expressão das urnas, conquanto diminuída nas 
eleições que sucederam à Revolução de 30. A explicação do fenômeno está no governismo 
dos chefes locais, já analisado anteriormente; e na sujeição do eleitorado do interior, 
especialmente do rural, a esses mesmos chefes, como conseqüência direta da nossa 
estrutura agrária, que deixa o trabalhador do campo ignorante e desamparado", (p. 248).
De <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901978000100016&script=sci_arttext> 
 Página 2 de Ciência Política 
 Página 3 de Ciência Política

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