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Ascaridíase: Parasitas Nematoides

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Ascaridíase
	Vamos falar hoje da superfamília Ascaroidea, que é uma superfamília onde a gente encontra os médios e grandes nematódeos que ao invés de apresentar órgãos rudimentares bucais apresentam 3 lábios: 1 dorsal e 2 laterais. Além disso, esse grupo apresenta um esôfago sem a presença de bulbo. Nessa superfamília tem grupo que pode apresentar asas cefálicas que na verdade são anexos cuticulares.
	São parasitas nematoides, cilíndricos com sistema digestivo completo, boca esôfago, intestino, anus. Há copula entre machos e fêmeas.
	Dentro dessa superfamília vamos falar de dois parasitas: Ascaris lumbricoides (lombriga) e Toxocara canis que apesar de ser um parasita que tem um hospedeiro definitivo o cão, também tem importância médica com a suas formas imaturas.
	Ascaris lumbricoides é popularmente chamado como Ascaris e o parasitismo desenvolvido no homem por esse nematoide ele é designado como Ascaris apenas, podendo ser chamado de Acaríase, Ascaridíase, Ascaridiose. É cosmopolita, é mais frequente das helmintíases humanas. É importante problema pediátrico e social porque envolve as condições de vida das pessoas de baixa renda, subnutrida, sem condições sanitárias são mais acometidas e também em criança porque tem habito de brincar na terra colocar a mão na boca.	Geralmente uma pessoa parasitada ela tem em média 6 ascaris, mas na literatura tem registro de paciente com 500 a 600 parasitas. 
	Morfologicamente o macho também apresenta cauda espiralada ventralmente e a fêmea cauda retilínea e levemente encurvada. O seu tamanho pode variar conforme o grau de parasitismo. Se você tem um paciente humano que esteja sendo parasitado por uma quantidade grande desse nematoide, você vai ter fêmeas que podem chegar a 15-20 centímetros e em pacientes que são parasitados por uma quantidade pequena podem chegar a 40 cm. Além de a fêmea ser maior ela também é mais robusta. Vão apresentar aquela boca trilabiada.
	Apesar de apresentar esses três lábios, são parasitas que vivem na luz intestinal e que podem se prender a mucosa, mas ficam soltos na luz intestinal e migram contra a corrente para que não sejam eliminados.
	Local de parasitismo é o intestino delgado (duodeno e jejuno). Se alimentam do alimento já semi digerido, migrações mais extensas podem ocorrer principalmente em crianças parasitadas. Pode se deparar com crianças eliminando parasitas pelo nariz pela boca. Esse parasita pode atingir apêndice, vias biliares, mas não é comum.
	O ciclo: Se a gente tiver apenas fêmeas ou apenas machos, não há copula. Se tiver só fêmea libera ovos, mas são inférteis, por quê? Quando o macho e a fêmea estão parasitando acontece que o macho precisa fecundar a fêmea varias vezes, pois a fêmea fica produzindo os ovos após a fecundação, mas os espermatozoides do macho não tem flagelo. Então são acumulados no oviduto da fêmea e quando esses ovos vão passando pelo oviduto acontece fertilização. Mesmo havendo a copula pode ser que não houve fecundação, por isso é importante a copula várias vezes. 
	Quando a fêmea faz postura de ovos e que estes não foram fecundados, esses ovos tem formato diferenciado e não vão se desenvolver. Agora quando libera um ovo fértil, esse ovo assim quando liberado ainda não tem dentro dele uma larva infectante, esse embrionamento acontece no ambiente. Então o ser humano libera no meio, ovos, esses ovos se ele for infértil (formato mais alongado) ele vai ficar no ambiente e não se desenvolve. Agora se ele for fértil, essa célula germinativa que ta lá dentro vai se desenvolver e formar uma larva dentro do ovo e assim temos ovo infectante.
	O humano se infecta com ovos em alimentos, água. Esse ovo que tinha uma casca grossa, mamilonada e com três membranas vai chegar lá no sistema digestivo, essa larva eclode o ovo, penetra na mucosa intestinal e pelo sistema porta chega até o fígado, podendo chegar à cavidade peritoneal, vai pra pulmão e coração. Essa larva tem mecanismo aeróbio, se ela ficar diretamente no intestino ela não vai se desenvolver. Devido isso ela precisa fazer essa migração que chamamos de ciclo de Loss que é a passagem através do sistema porta pelo fígado até o pulmão. Então lá no pulmão vai se desenvolver num meio rico em oxigênio e vai ficar dentro do pulmão até a fase de larva 4. Nessa fase de L4 ela sobe pra traqueia e acidentalmente o homem acaba ingerindo. Ingeriu a larva, chega ao intestino muda-se pra L5 (imago ou adulto-jovem) e depois se torna adulto e fica ali dentro pronto pra iniciar seu parasitismo, fazendo postura de ovos após a copula.
	O embrionamento dos ovos férteis se for a clima quente e propício, em duas semanas já vai ter desenvolvimento da larva dentro do ovo pronta pra infectar um novo hospedeiro.
	Os ovos tem casca mamilonada com 3 camadas. Isso faz com que o ovo resista ao ambiente por mais tempo. Representando um problema principalmente em zonas rurais ou em cidades que não tem saneamento básico.
	
	A larva que sai do ovo é aeróbia por isso vai pro pulmão, pois depende de oxigênio, mas quando volta pro intestino já é aeróbia facultativa, ou seja, se desenvolve na presença ou ausência de oxigênio.
	Similar ao A. lumbricoides, temos o Ascaris suum, do suíno. Morfologicamente parecido, se olhar para os dois sem olhar detalhes são muito parecidos. O A. suum tem lábios maiores, mas experimentalmente pode infectar ser humano e o A. lumbricoides pode infectar o homem. Mas isso não acontece normalmente, pois não completa o ciclo biológico, devido a mecanismos fisiológicos de proteção. O homem parasitado por A. suum, o seu organismo vai detectar que aquilo não é realmente do homem e se encarrega de eliminar aquilo rapidamente. 
	A ação patogênica desses ascaris pode acontecer devido à larva que ao migrar gera lesões pelos locais onde passa e pode acontecer pelos parasitas adultos. Sendo que a maioria dos pacientes é assintomática, então a cada 6 pacientes positivos 1 paciente apresenta sintoma. 
	A natureza dessa ação pode ser mecânica por obstrução, pode ser toxica por causa de produtos liberados pelo próprio parasita ou até mesmo alérgica através da hipersensibilidade ao hospedeiro.
	Quando essas larvas são pouco numerosas geralmente não vão fazer com que o hospedeiro desenvolva hipersensibilidade. Então na maioria das vezes serão assintomáticos tendo alterações muito pequenas. Quando a infecção é maciça pode acontecer focos hemorrágicos, reação inflamatória, hepatomegalia e principalmente alteração pulmonar, mas isso só em infecção maciça.
	Em crianças, principalmente, pode ocorrer síndrome de Loeffler que é quando essas crianças apresentam febre, tosse, sintoma relacionado ao ciclo de Loss dependendo da carga parasitaria podendo gerar um quadro de broncopneumonia, pneumonia, eosinofilia. O hábito se deve em casos de infecção maciça em crianças pequenas quando temos um grande quadro de parasitas e ocasionando uma obstrução. 
	Para nossa realidade o que acontece de óbito é caso não haja sintomatologia e aí der repente uma infecção aguda acontecer e acabar levando a uma obstrução principalmente em localização ectópica, como no apêndice, vesícula biliar e as crianças podem até desenvolver crise de asma devido à hipersensibilidade ao hospedeiro.
	Agora com relação à infecção intestinal o que pode acontecer, desconforto abdominal, cólicas espasmos, má digestão, náuseas, peritonite. Sintomas parecidos com outros parasitismos intestinais. A ação toxica já foi registrada na literatura que causou em pacientes, convulsões. Mas, isso na realidade se tiver uma criança com convulsão é muito mais provável que ele tenha um problema do sistema nervoso do que tenha sido causado por ascaris. Pais relatam que sono dessas crianças são intranquilo.
	Localização ectópica já foi descrito em ouvido médio causando otite, pâncreas causando pancreatite aguda, fígado, canal lacrimal.
	Diagnostico: Eliminação de ovos pelo hospedeiro, cada fêmea põe cerca de 200 mil ovos por dia. Encontraremos no exame de fezes, ovos com superfície mamilonada, irregular. Podemos observaro ovo com superfície irregular e célula germinativa dentro ou ovo infértil. O ovo infértil é mais alongado e a camada protetora mais alongada, não se desenvolve.
	Dados epidemiológicos mostram que a prevalência acontece em crianças de 1 a 10 anos, pois nessa idade as crianças não tem muito conhecimento de higiene. Depois disso as crianças tem maior conhecimento da higiene e essa prevalência cai. 
	Em adultos que já teve esse parasitismo acaba adquirindo uma certa imunidade, mas o fator mesmo que faz essa diferença é a mudança comportamental de idade.
	Clima quente e úmido é ideal para desenvolvimento do ovo. Assim teremos parasitismo com mais intensidade.
	Quanto à educação sanitária o que pode ser feito para amenizar essa situação? Saneamento básico, lavar os alimentos, higiene pessoal, um incentivo a programas de controle embora exista uma negligencia política. Por que essa negligencia? Porque geralmente as populações mais afetadas são pobres. Às vezes serviços de saúde são inoperantes.
Toxocariase ou Larva migrans visceral
	Quando a gente tem um parasita que é pra ser de um outro animal e que eventualmente o ser humano se infecta, esse parasita acaba não se desenvolvendo no ser humano e aí ele para na fase de larva em determinados órgãos. E como ele não consegue completar seu ciclo biológico ele passa uma grande parte do seu tempo naquele órgão causando lesão grave. Existem casos de Larva migrans cutânea ou bicho geográfico que o parasita migra entre epiderme e derme onde forma trajeto, forma estrias como se fosse um mapa e temos a Larva migrans visceral quando essas larvas vão parar em órgãos como fígado e pulmão principalmente. Então podemos determinar como invasão do organismo humano por parasitas próprios de outros animais acompanhados de um desenvolvimento atípico dessas espécies envolvidas que não conseguem completar seu ciclo evolutivo.
	Então elas acabam fazendo uma migração desorientada ou não conseguem completar seu ciclo biológico por falta de estimulo do próprio hospedeiro que não existe. A visceral que é causada principalmente por T. canis, não somente por ele, mas como ele é o principal na clinica atribuí-se toxocariase pra qualquer larva migrans visceral.
	É síndrome complexa, as larvas não vão chegar ao estado adulto, vão causar lesões graves pelo tempo que vão ficar nos órgãos. No cão o local de predileção é o int. delgado e cada fêmea põe em volta 200 mil ovos por dia. 
	Como são da mesma superfamília do ascaris também apresentam 6 lábios, tem asa cefálica que é anexo cuticular que pro parasita é importante pro seu desenvolvimento no ciclo biológico. 
	O cão tem dentro dele o parasita adulto, esse parasita copula e fêmea faz a postura desses ovos. Os ovos saem através das fezes do cão e o desenvolvimento acontece no ambiente, L1->L2->L3 em que o ovo está pronto pra infectar um novo hospedeiro. Porem o cão transmite esse parasita pros seus filhotes ainda na placenta, transmite através da amamentação. Filhotes também podem eliminar ovos nas fezes. 
	Alem do ser humano se infectar com ovos de parasitas que tão nas fezes, o hospedeiro paratenico (aquele que serve apenas como transporte) também pode se infectar, então dentro dele não tem nenhuma mudança de faze evolutiva. Por exemplo, o roedor que ingere o ovo, lá dentro dele fica em latência e só vai chegar ao cão quando o cão predar esse roedor. Uma vez que chega ao cão faz o ciclo de Loss e aí passa por fígado, pulmão, coração. O filhote tem um monte de pneumonia, secreção nasal... e depois acaba chegando ao intestino assim como o ascaris. As fêmeas copulam e fazem postura de ovos.
	O ser humano quando ingerir o ovo que sai a larva, só que ela para no órgão e não conclui o ciclo como no ascaris.
	Existem relatos de infecção no homem por ingestão de hospedeiro paratenico como coelho, ave, bovino que eventualmente tenha ingerido esses ovos acidentalmente.
	A via tradicional de infecção é ovo contendo a larva infectante ali dentro. Da mesma forma que acontecia em ascaris essa larva vai através do sistema porta chegar a fígado e pulmão, mas não continua seu ciclo e fica parada por muito tempo fazendo reação inflamatória naquele loca. Você vai ter presença de monócitos, eosinofilos, fibroblastos, tudo envolta daquilo ali formando um granuloma e é isso que no olho do ser humano pode levar a perda total da visão porque em ser humano os abscessos formados pelos eosinofilos causam descolamento da retina, opacidade do vitrium. 
	O período de incubação varia de 6 a 8 meses, na maioria das vezes assintomática, benigna, autolimitantes. Então essa larva causa lesão, mas num determinado momento ela morre. O paciente se for sintomático vai gerar em crianças pode ocorrer síndrome de Loeffer que é sintomas respiratórios quando as larvas estão no pulmão, pode acontecer febre, aumento de eosinofilos, hepatomegalia, hepatite, manifestações pulmonares, cardíacas, dificuldade respiratória, aumento de leucócitos, linfonodos e no SNC pode acontecer convulsões.
	Diagnostico, não adianta fazer exame de fezes, pois o parasita não chega à fase adulta e não vai ter copula e nem postura de ovos, assim vai dar sempre negativo. O que pode ser realizado quando há suspeita é o teste de Elisa, que é um teste imunoenzimatico que através de reação enzimática vai ser detectada a reação de antígeno anticorpo.
	Dados clinico quem tem animais em casa, consideração se a pessoa é esclarecida sem tem noção de higiene. Não necessariamente quem tem cães e gatos podem apresentar o que contamina na verdade são os ovos que estão no meio ambiente com larva de L3.
	Exame de sangue, como aumento de leucócitos, eosinofilos, raio x, biopsia de fígado.
	Larva migrans cutânea é problema mundial. Existem poucos casos registrados, pois na maioria das vezes não são diagnosticados. Cães e gatos cada vez mais tidos como membros da família, então tem esse contato muito grande. Lembrando que o contato que o colo que faz a transmissão. Praças onde crianças adoram brincar no parquinho, com areia e onde tem ovos, devido à defecação de cachorros nesses locais. Os ovos são muito resistentes, o embrionamento acontece em ate 15 dias em meio adequado. Crianças pequenas são as mais acometidas.
	Profilaxia é consciência sanitária, ter noção de higiene, locais onde tem o cão tem que tomar cuidado. Proteção de parques e locais destinados à recreação infantil e redução de cães através da castração e levando para abrigos.

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