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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 1 
Aula 1: Teoria Geral da Execução ........................................................................................ 7 
Introdução ............................................................................................................................. 7 
Conteúdo ................................................................................................................................ 8 
Nova teoria geral da execução ....................................................................................... 8 
Nova teoria geral da execução ....................................................................................... 9 
Disponibilidade e cumulação de execuções .............................................................. 10 
Títulos executivos – conceito ....................................................................................... 11 
Títulos executivos – conceito ....................................................................................... 12 
Princípios informativos da tutela executiva ................................................................ 12 
Princípio da tipicidade .................................................................................................... 13 
Princípio da menor onerosidade possível ................................................................... 14 
Princípio da patrimonialidade ....................................................................................... 15 
Execução definitiva e provisória ................................................................................... 16 
Competência para execução de títulos judiciais ....................................................... 19 
Competência na execução da tutela coletiva ............................................................ 23 
Competência nas execuções de alimentos ................................................................ 23 
Competência para execução de títulos extrajudiciais .............................................. 24 
Atividade proposta ........................................................................................................ 26 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 26 
Referências........................................................................................................................... 27 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 27 
Notas .......................................................................................................................................... 33 
Chaves de resposta ................................................................................................................ 33 
Aula 2: Teoria Geral da Execução ...................................................................................... 35 
Introdução ........................................................................................................................... 35 
Conteúdo .............................................................................................................................. 36 
Legitimidade ativa para promover execução ............................................................. 36 
Legitimidade passiva ....................................................................................................... 37 
Intervenção de terceiros ................................................................................................ 38 
Responsabilidade patrimonial ....................................................................................... 39 
Alienação fraudulenta ..................................................................................................... 41 
Liquidação de sentença .................................................................................................. 48 
Natureza jurídica da liquidação .................................................................................... 49 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 2 
Hipóteses que não haverá liquidação de sentença .................................................. 50 
Modalidades de liquidação ............................................................................................ 52 
Liquidação de sentença genérica na tutela coletiva ................................................ 55 
Liquidação zero ................................................................................................................ 56 
Atividade proposta ........................................................................................................ 58 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 59 
Referências........................................................................................................................... 59 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 59 
Notas .......................................................................................................................................... 65 
Chaves de resposta ................................................................................................................ 65 
Aula 3: Teoria Geral da Execução ...................................................................................... 67 
Introdução ........................................................................................................................... 67 
Conteúdo .............................................................................................................................. 68 
Conceito de penhora ...................................................................................................... 68 
Ordem de preferência da penhora ............................................................................... 69 
Bens passíveis de penhora ............................................................................................. 70 
Relativização da impenhorabilidade de bem de família .......................................... 71 
Penhora online ................................................................................................................. 72 
Penhora online – conta-corrente conjunta ............................................................... 72 
Penhora de conta-salário ............................................................................................... 74 
Avaliação do bem penhorado ....................................................................................... 76 
Expropriação ..................................................................................................................... 93 
Adjudicação pelo credor e por terceiros ..................................................................... 94 
Alienação ........................................................................................................................... 96 
Arrematação ..................................................................................................................... 97 
Da entrega do dinheiro e defesa do executado na fase expropriatória ................ 98 
Usufruto de bem móvel e imóvel ................................................................................. 98 
Suspensão da execução ................................................................................................. 99 
Extinção da execução ................................................................................................... 100 
Sentença e coisa julgada.............................................................................................. 102 
Atividade proposta ...................................................................................................... 102 
Referências......................................................................................................................... 103 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 103 
Notas ........................................................................................................................................ 109 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 109 
Aula 4: Cumprimento de Sentença ................................................................................. 112 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 3 
Introdução ......................................................................................................................... 112 
Conteúdo ............................................................................................................................ 113 
Cumprimento de sentença .......................................................................................... 113 
Cumprimento de sentença na tutela específica e nas obrigações que condenam 
o devedor a declarar vontade ..................................................................................... 114 
Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: primeira polêmica
 ........................................................................................................................................... 116 
Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: segunda polêmica
 ........................................................................................................................................... 117 
Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: terceira polêmica
 ........................................................................................................................................... 118 
Cumprimento de sentença – instauração do procedimento: quarta polêmica 119 
Cumprimento de sentença: requerimento inicial e penhora ............................... 120 
Possíveis atitudes do executado no cumprimento de sentença .......................... 120 
Abordagens do tema no NCPC ................................................................................... 122 
Defesa do executado no cumprimento de sentença ............................................. 125 
Efeitos da impugnação ................................................................................................. 125 
Garantia do juízo no cumprimento de sentença .................................................... 125 
Cumprimento de sentença: requerimento inicial e penhora ............................... 127 
OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE .......................................................................... 129 
Abordagens do tema no NCPC ................................................................................... 130 
Atividade proposta ...................................................................................................... 132 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 133 
Referências......................................................................................................................... 133 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 133 
Notas ........................................................................................................................................ 139 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 139 
Aula 5: Processo Autônomo de Execução ..................................................................... 141 
Introdução ......................................................................................................................... 141 
Conteúdo ............................................................................................................................ 142 
Execução de títulos extrajudiciais............................................................................... 142 
Petição inicial .................................................................................................................. 142 
Citação do devedor ....................................................................................................... 144 
Parcelamento da dívida ................................................................................................ 146 
Arresto.............................................................................................................................. 147 
Penhora e avaliação de bens ....................................................................................... 148 
Defesa do executado..................................................................................................... 157 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 4 
Natureza jurídica ............................................................................................................ 158 
Espécies de embargos admissíveis no processo civil brasileiro ........................... 159 
Competência .................................................................................................................. 161 
Prazo ................................................................................................................................ 161 
Petição inicial .................................................................................................................. 162 
Efeitos dos embargos à execução .............................................................................. 163 
Conteúdo dos embargos à execução ........................................................................ 165 
Procedimento ................................................................................................................. 165 
Julgamento e recursos cabíveis ................................................................................. 166 
Atividade proposta ...................................................................................................... 170 
Referências......................................................................................................................... 171 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 171 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 177 
Aula 6: Procedimentos Executivos Especiais................................................................ 179 
Introdução ......................................................................................................................... 179 
Conteúdo ............................................................................................................................ 180 
Execução contra a fazenda pública ........................................................................... 180 
Hipóteses de aplicação do procedimento do Artigo 534 do CPC/2015 ............. 181 
Hipóteses de aplicação do procedimento do Artigo 534 do CPC/2015 ............. 181 
Honorários advocatícios .............................................................................................. 182 
Execução provisória em face da FazendaPública .................................................. 182 
Da expedição do precatório ........................................................................................ 184 
Expedição de precatórios nos créditos preferenciais ............................................. 185 
Dispensa de precatório ................................................................................................. 186 
Execução fiscal ............................................................................................................... 189 
Título executivo ............................................................................................................. 189 
Legitimidade ................................................................................................................... 190 
Competência .................................................................................................................. 191 
Petição inicial .................................................................................................................. 192 
Procedimento ................................................................................................................. 192 
Embargos à execução na execução fiscal ................................................................ 192 
Suspensão e extinção da execução fiscal ................................................................. 194 
Recursos cabíveis ........................................................................................................... 194 
Atividade proposta ...................................................................................................... 195 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 195 
Referências......................................................................................................................... 196 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 5 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 196 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 202 
Aula 7: Procedimentos Executivos Especiais ................................................................ 204 
Introdução ......................................................................................................................... 204 
Conteúdo ............................................................................................................................ 205 
Execução de prestação alimentícia ............................................................................ 205 
Obrigação alimentar ..................................................................................................... 205 
Título executivo ............................................................................................................. 206 
Procedimento executivo fundado em coerção pessoal ........................................ 206 
Procedimento executivo fundado em expropriação .............................................. 208 
Procedimento executivo por desconto em folha .................................................... 209 
Alimentos por ato ilícito – constituição de capital ................................................. 210 
Execução nos juizados especiais cíveis ..................................................................... 213 
Cumprimento de sentença nos juizados especiais cíveis estaduais ................... 214 
Enunciados do FONAJE sobre o tema ...................................................................... 215 
Processo autônomo de execução nos juizados especiais .................................... 216 
Penhora de bens ............................................................................................................ 217 
Fase expropriatória ........................................................................................................ 218 
Execução nos juizados especiais cíveis federais e da fazenda pública ............... 220 
Atividade proposta ...................................................................................................... 221 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 221 
Referências......................................................................................................................... 222 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 222 
Notas ........................................................................................................................................ 228 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 228 
Aula 8: Procedimentos Executivos Especiais ............................................................... 230 
Introdução ......................................................................................................................... 230 
Conteúdo ............................................................................................................................ 231 
Tutela específica: noções gerais ................................................................................. 231 
Tutela específica nas execuções de títulos judiciais e extrajudiciais ................... 231 
Tutela específica – obrigações de fazer e não fazer .............................................. 232 
Tutela específica das obrigações de não fazer ........................................................ 234 
Multa como medida coercitiva na tutela específica ............................................... 234 
Execução indireta .......................................................................................................... 235 
Tutela específica no Código de Defesa do Consumidor ....................................... 235 
Tutela específica na obrigação de entrega de coisa .............................................. 236 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 6 
Defesa do executado na tutela específica ................................................................ 236 
Tutela específica em face da Fazenda Pública ........................................................ 237 
Atividade proposta ...................................................................................................... 243 
Atividade proposta ...................................................................................................... 244 
Referências......................................................................................................................... 244 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 245 
Notas ........................................................................................................................................ 250 
Chaves de resposta .............................................................................................................. 250 
 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 7 
Introdução 
A teoria geral da execução fornece os princípios informativos e institutos 
fundamentais para a compreensão dos procedimentos executivos comuns e 
especiais. Dessa forma, a clara definição do conceito de título executivo, a 
distinção entre execução definitiva e provisória, o estudo da competência para 
execução dos títulos executivos e a análise dos princípios aplicáveis à tutela 
executiva constituemintrodução imprescindível ao tema da execução civil. 
 
Objetivo: 
1. Estudar os princípios informativos da tutela executiva e aplicação dos 
princípios constitucionais na execução; 
2. Entender o conceito de título executivo e a distinção entre execução 
provisória e execução definitiva; 
3. Compreender os critérios de fixação da competência para execução de títulos 
executivos judiciais e extrajudiciais. 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 8 
Conteúdo 
Nova teoria geral da execução 
O estudo do direito processual civil tem como principal fonte de análise as 
tutelas jurisdicionais prestadas pelo Estado. Nesse sentido, as funções estatais 
desdobram-se em três atividades jurisdicionais, classificadas como processo de 
conhecimento, processo cautelar e tutela executiva. A execução civil, portanto, 
constitui uma das mais importantes atividades do Estado, pois promove 
resultados práticos na vida do jurisdicionado através da satisfação de uma 
obrigação contida num título executivo judicial ou extrajudicial. 
 
Dessa forma, os atos judiciais realizados na tutela executiva têm como 
finalidade primeira a prática de atos materiais visando à satisfação da obrigação 
ou resultado prático equivalente quando o devedor não o faz voluntariamente, 
conforme disposto no Artigo 786 do Código de Processo Civil de 2015. 
Considerando que a tutela executiva é imprescindível para a efetividade do 
processo, diversas reformas foram levadas a efeito para garantir não só a 
satisfação do crédito, mas, também, num prazo razoável, nos termos do Artigo 
5º, LXXVIII, da CF/88. 
 
As Leis nº 11.232/05 e 11.382/06 promoveram mudanças sensíveis na 
execução civil de títulos executivos judiciais e extrajudiciais, respectivamente, 
exigindo uma profunda reformulação da teoria geral da tutela executiva. A Lei 
nº 11.232/05 alterou o procedimento para execução de títulos judiciais, 
eliminando o processo de execução de sentença e estabelecendo um processo 
sincrético ou fase executiva, denominado de cumprimento de sentença. Dentre 
as principais alterações na execução de títulos executivos judiciais que 
contenham obrigação de pagar, podemos citar a dispensa de citação do 
devedor, a efetivação da penhora antes mesmo da intimação do devedor, a 
fixação de multa legal pelo inadimplemento, a possibilidade de alteração da 
competência funcional, entre outras importantes alterações que serão 
estudadas em momento oportuno. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 9 
 
A Lei nº 11.382/06 reformou o procedimento executivo de títulos executivos 
extrajudiciais visando dar maior celeridade e efetividade. Dentre as principais 
alterações, podemos citar a exclusão da exigência de garantia de juízo para 
oposição de embargos do devedor, a possibilidade de parcelamento do valor 
exequendo, dentre outras que serão abordadas na aula correspondente ao 
tema. 
 
Importa salientar, por fim, que as reformas processuais implementadas na 
execução civil e aperfeiçoadas pelo Código de Processo Civil de 2015, 
estabeleceram um novo modelo de tutela jurisdicional visando a um processo 
efetivo e de resultados, que vem sendo amadurecido no âmbito doutrinário e 
jurisprudencial. 
 
Nova teoria geral da execução 
O estudo do direito processual civil tem como principal fonte de análise as 
tutelas jurisdicionais prestadas pelo Estado. Nesse sentido, as funções estatais 
desdobram-se em três atividades jurisdicionais, classificadas como processo de 
conhecimento, processo cautelar e tutela executiva. A execução civil, portanto, 
constitui uma das mais importantes atividades do Estado, pois promove 
resultados práticos na vida do jurisdicionado através da satisfação de uma 
obrigação contida num título executivo judicial ou extrajudicial. 
 
Dessa forma, os atos judiciais realizados na tutela executiva têm como 
finalidade primeira a prática de atos materiais visando à satisfação da obrigação 
ou resultado prático equivalente quando o devedor não o faz voluntariamente, 
conforme disposto no Artigo 786 do Código de Processo Civil de 2015. 
Considerando que a tutela executiva é imprescindível para a efetividade do 
processo, diversas reformas foram levadas a efeito para garantir não só a 
satisfação do crédito, mas, também, num prazo razoável, nos termos do Artigo 
5º, LXXVIII, da CF/88. 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 10 
As Leis nº 11.232/05 e 11.382/06 promoveram mudanças sensíveis na 
execução civil de títulos executivos judiciais e extrajudiciais, respectivamente, 
exigindo uma profunda reformulação da teoria geral da tutela executiva. A Lei 
nº 11.232/05 alterou o procedimento para execução de títulos judiciais, 
eliminando o processo de execução de sentença e estabelecendo um processo 
sincrético ou fase executiva, denominado de cumprimento de sentença. Dentre 
as principais alterações na execução de títulos executivos judiciais que 
contenham obrigação de pagar, podemos citar a dispensa de citação do 
devedor, a efetivação da penhora antes mesmo da intimação do devedor, a 
fixação de multa legal pelo inadimplemento, a possibilidade de alteração da 
competência funcional, entre outras importantes alterações que serão 
estudadas em momento oportuno. 
 
A Lei nº 11.382/06 reformou o procedimento executivo de títulos executivos 
extrajudiciais visando dar maior celeridade e efetividade. Dentre as principais 
alterações, podemos citar a exclusão da exigência de garantia de juízo para 
oposição de embargos do devedor, a possibilidade de parcelamento do valor 
exequendo, dentre outras que serão abordadas na aula correspondente ao 
tema. 
 
Importa salientar, por fim, que as reformas processuais implementadas na 
execução civil e aperfeiçoadas pelo Código de Processo Civil de 2015, 
estabeleceram um novo modelo de tutela jurisdicional visando a um processo 
efetivo e de resultados, que vem sendo amadurecido no âmbito doutrinário e 
jurisprudencial. 
 
Disponibilidade e cumulação de execuções 
Disponibilidade da execução 
O Artigo 775 do Código de Processo Civil de 2015 dispõe sobre o princípio da 
disponibilidade da execução, autorizando o credor a desistir de alguns meios 
executivos ou de toda execução, sem necessidade de anuência do devedor. 
Caso a execução seja embargada e a matéria nele ventilada versar sobre 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 11 
questões processuais, os embargos serão extintos sem anuência do devedor. 
Se a matéria nos embargos versar sobre matérias outras, a extinção dos 
embargos dependerá de concordância do devedor. 
 
Cumulação de execuções 
O credor poderá mover contra o mesmo devedor várias execuções, ainda que 
tenham como base títulos executivos diversos. O Artigo 780 do Código de 
Processo Civil de 2015 exige, para tanto, que o juiz seja competente para 
promover as execuções e que o procedimento seja o mesmo. Assim, poderá o 
credor cumular execuções de pagar quantia certa, que terá como base a sub-
rogação, ou seja, prática dos atos executivos levados a efeito pelo Estado para 
garantir a satisfação do crédito, vez que o procedimento será o mesmo para 
todas as execuções. 
 
Títulos executivos – conceito 
A tutela executiva tem como pressuposto a existência de um título executivo. O 
título executivo constitui, portanto, pressuposto processual de validade da 
atividade executiva, e a compreensão da sua natureza jurídica é de suma 
importância para a compreensão da extensão da temática no processo civil 
brasileiro. 
 
Fredie Didier apresenta um conceito de título executivo que representa, na 
verdade, uma síntese da posição de diversos autores, quenos permite 
entender, de forma clara, a natureza do título executivo. 
 
Segundo o autor, “título executivo é o documento que certifica um ato 
normativo, que atribui a alguém um dever de prestar líquido, certo e exigível, a 
que a lei atribui o efeito de autorizar a instauração da atividade executiva”. 
(Curso de Direito Processual Civil, vol. 5, pág.148). 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 12 
Assim, o título executivo enquanto documento que certifica um ato normativo 
pode ser judicial, que é produzido em juízo e acobertado pela coisa julgada, ou 
extrajudicial, oriundo de negócios realizados entre as partes. O nosso 
ordenamento processual é rico na enumeração dos títulos executivos. Os títulos 
executivos judiciais estão elencados no Artigo 515 do Código de Processo Civil 
de 2015, e os títulos executivos extrajudiciais estão arrolados no Artigo 784 do 
Código de Processo Civil de 2015 do mesmo diploma. 
 
Títulos executivos – conceito 
O título executivo deve ser certo, líquido e exigível. A certeza corresponde à 
definição clara quanto à obrigação a ser satisfeita pelo executado, podendo ser 
esta de pagar, fazer, não fazer e entrega de coisa. A liquidez corresponde à 
quantia ou quantidade definida na obrigação. Se o título contém uma obrigação 
de pagar (certeza), deve também conter o valor correspondente da obrigação, 
como, por exemplo, R$200.000,00. A exigibilidade corresponde à possibilidade 
jurídica de se cobrar em juízo a dívida representada no título executivo. O 
Artigo 525 § 12º do Código de Processo Civil de 2015, diz que é inexigível o 
título executivo fundamentado em lei declarada inconstitucional pelo STF. 
Para finalizar, registra-se que somente poderá ser considerado título executivo 
o que for definido em lei como tal, conforme orienta o princípio da taxatividade. 
 
Princípios informativos da tutela executiva 
A tutela executiva é constituída basicamente de atos materiais 
visando à satisfação da obrigação contida no título executivo. 
 
O inadimplemento, por sua vez, constitui requisito essencial para que se inicie o 
desenvolvimento da tutela jurisdicional executiva (Artigo 786 do Código de 
Processo Civil de 2015). 
 
É evidente que, em alguns casos, o juiz exercerá atividades cognitivas, quando 
aprecia e julga impugnação fundada em uma das hipóteses do Artigo 525 do 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 13 
Código de Processo Civil de 2015, mas preponderam as atividades materiais do 
órgão julgador. Nesse sentido, o Artigo 598 do Código de Processo Civil dispõe 
com clareza que se aplicam à execução as disposições do processo de 
conhecimento. 
No entanto, inúmeras questões que surgem no decorrer das atividades 
executivas exigem do juiz soluções que não encontram amparo nas regras do 
processo de conhecimento, o que obriga o julgador equacionar soluções com 
base nos princípios que informam a tutela executiva e que serão estudados 
neste tópico. 
 
Importante destacar, desde logo, que os princípios processuais assegurados na 
Constituição Federal de 1988 são plenamente aplicáveis em sede de tutela 
executiva. Dessa forma, os princípios do devido processo legal, do contraditório 
e ampla defesa, da duração razoável do processo, entre outros, informam, 
também, a atividade do juiz e das partes na condução da tutela executiva. 
O nosso foco, neste momento do curso, é voltar a atenção para os princípios 
específicos da tutela executiva. São eles: 
 
• Princípio da tipicidade; 
• Princípio da menor onerosidade possível; 
• Princípio da patrimonialidade. 
 
Princípio da tipicidade 
O princípio da tipicidade é um dos mais importantes da tutela executiva. 
Segundo este princípio, todo procedimento executivo deve estar 
previamente definido em lei. A finalidade maior é evitar surpresas por parte 
do devedor quanto aos atos executivos ou arbitrariedades do juiz na definição 
dos atos processuais a serem realizados. Dessa forma, a obrigação de pagar 
fixada em título executivo judicial segue o rito estabelecido no Artigo 523 do 
Código de Processo Civil de 2015, a obrigação de fazer segue o rito do Artigo 
536 do Código de Processo Civil de 2015 do mesmo Diploma, e assim 
sucessivamente. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 14 
No entanto, a busca pela efetividade da jurisdição vem autorizando certa 
relativização desse princípio, autorizando o juiz, em certa medida, a determinar 
prática de atos executivos, que não estejam previamente estabelecidos em 
determinado procedimento executivo, visando alcançar maior adequação da 
tutela executiva. Vejamos um exemplo. 
 
Podemos citar como exemplo o rol exemplificativo disposto no Artigo 536 do 
Código de Processo Civil de 2015, que autoriza o juiz a determinar a realização 
de atos executivos visando ao resultado prático equivalente à satisfação da 
obrigação. 
 
Princípio da menor onerosidade possível 
O princípio da menor onerosidade possível é um dos mais utilizados como 
norteador das atividades executivas. A finalidade primeira é alcançar a 
proporcionalidade entre a efetividade da jurisdição em favor do 
exequente e a garantia de realização, de modo menos gravoso para o 
devedor, em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa 
humana, nos casos de pessoa física, ou, até mesmo, da estabilidade 
econômica, nos casos de pessoas jurídicas de direito privado. 
 
De acordo com esse princípio, os atos executivos devem ser praticados de 
forma a causar menor prejuízo ao devedor. Nesse sentido, entre a penhora de 
um imóvel, não considerando bem de família, ou de um carro, se o valor da 
execução for baixo, a penhora do carro é a que melhor se adequa ao referido 
princípio. 
O Superior Tribunal de Justiça firmou importante entendimento sobre a matéria 
em um de seus precedentes, onde expõe diretrizes claras para aplicação do 
supracitado princípio. Vejamos: 
 
“A tese de violação do princípio da menor onerosidade não pode ser defendida 
de modo genérico ou simplesmente retórico, cabendo à parte executada a 
comprovação, inequívoca, dos prejuízos a serem efetivamente suportados, bem 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 15 
como da possibilidade, sem comprometimento dos objetivos da execução, de 
satisfação da pretensão creditória por outros meios.” (STJ, AgRg no REsp 
1.103.760/CE, 2º T. J. 23.04.2009, rel. Min. Herman Benjamin). 
 
Dessa forma, conforme se depreende da leitura dos fundamentos 
determinantes, a aplicação do princípio estudado não decorre de critérios 
meramente subjetivos, mas de análise objetiva de cada caso concreto. 
 
Princípio da patrimonialidade 
O princípio da patrimonialidade está disposto no Artigo 789 do Código de 
Processo Civil de 2015, através do qual se extrai o entendimento de que todos 
os bens, presentes e futuros, respondem pela dívida do devedor. 
 
A tutela executiva tem como escopo a satisfação de um determinado crédito 
fixado num título executivo. Nos casos em que a obrigação tenha como objeto 
a obrigatoriedade de pagar não adimplida, o Estado promoverá a expropriação 
dos bens do devedor com a finalidade de se obter o valor correspondente para 
integralização da dívida. Nos casos em que a execução tenha como objeto uma 
obrigação de fazer ou não fazer, não há que se falar, num primeiro momento, 
em expropriação, e, sim, sub-rogação através de medidas coercitivas. 
 
Com efeito, o princípio da patrimonialidade tem ampla aplicação nas execuções 
cujos títulos executivos tenham como base obrigação de pagar, o que deve ser 
realizado através de expropriação. No entanto, há certa flexibilização desse 
princípio, pois é possívelexpropriação mesmo nos casos de tutela específica, ou 
obrigações de fazer ou entrega de coisa, quando a multa fixada é executada 
através de execução indireta, ou nos casos em que estas são convertidas em 
perdas e danos. 
 
A doutrina, dependendo da metodologia de cada autor, não é unívoca quanto 
aos princípios informativos da tutela executiva; entretanto, adotamos aqui a 
apresentação dos princípios fundamentais da atividade executiva considerados 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 16 
essenciais, até mesmo por entender que os demais princípios abordados pelos 
estudos acerca da execução são apenas desdobramentos ou subprincípios do 
princípio do devido processo legal. 
 
Execução definitiva e provisória 
A distinção entre execução provisória e definitiva é fundamental para a 
compreensão dos atos executivos que podem ser praticados em cada um 
destes procedimentos. A interpretação do antigo Artigo 588 do CPC 
definia execução provisória como execução incompleta, onde só se 
admitia a prática de alguns atos processuais. A execução definitiva 
era caracterizada pela possibilidade de prática integral de todos os 
atos executivos. 
 
Porém, esta definição não mais se sustenta na sistemática atual, como 
bem ponderou Fredie Didier, pois tanto na execução provisória como na 
definitiva haverão a prática de todos os atos executivos, conforme dispõe o 
Artigo 520 do Código de Processo Civil de 2015. A diferença mais adequada 
diz respeito à estabilidade ou não do título executivo que aparelha a 
pretensão executiva. 
 
O Artigo 587 do Código de Processo Civil de 1973, com redação determinada 
pela Lei nº 11.382/06, diz que a execução definitiva é aquela fundada em título 
executivo extrajudicial e provisória enquanto pendente apelação da sentença de 
improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito 
suspensivo. No entanto, a redação é desprovida de boa técnica e causa mais 
dúvidas do que compreensão sobre a matéria. Importante destacar, 
portanto, que a regra não foi reproduzida no CPC/2015. 
 
Em se tratando de execução de títulos extrajudiciais, pode-se afirmar que esta 
será sempre definitiva, pois tem como base título executivo cuja obrigação foi 
previamente estabelecido em documento bilateral, ou unilateral na hipótese de 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 17 
execução fiscal, e reconhecido em lei como documento hábil a aparelhar tutela 
executiva, nos termos do art. 585 do Código de Processo Civil. 
 
Este entendimento foi devidamente consolidado pela doutrina e jurisprudência 
e reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça que tratou do tema no verbete 
da Súmula 317 cujo teor é o seguinte: É definitiva a execução de título 
extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue 
improcedentes os embargos. 
 
No entanto, na contramão do entendimento sumulado acima, a Lei 11.382/06 
deu nova redação ao art. 587 do CPC, determinando que a execução de títulos 
extrajudiciais será definitiva, excluindo a hipótese de pendência de julgamento 
de apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, 
quando recebidos com efeito suspensivo. A reforma processual, embora tenha 
avançado em muitos aspectos, retrocedeu neste particular contrariando o 
entendimento sumulado do STJ, criando um sistema onde é possível execução 
definitiva e provisória de títulos executivos extrajudiciais, possibilitando um 
benefício injustificado ao devedor em detrimento da efetividade da própria 
execução em relação ao credor. 
 
 
Na execução de título judicial, a execução definitiva é aquela amparada por 
sentença com trânsito em julgado, nos termos do procedimento estabelecido no 
Artigo 523 do Código de Processo Civil de 2015. A execução provisória de 
sentença tem seu procedimento disposto no Artigo 520 do CPC/2015. 
 
Imagine a hipótese de em determinado caso a parte ré sucumbente interpõe 
recurso especial para o STJ. O recurso seria recebido somente no efeito 
devolutivo, nos termos do art. 542§2º do CPC, o que permitirá ao credor 
promover a execução provisória, promovendo inclusive atos de expropriação 
como adjudicação ou alienação particular enquanto o recurso excepcional ainda 
não foi efetivamente julgado. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 18 
 
O procedimento para execução provisória está disposto no art. 475-O do CPC, 
cabendo ao credor formular requerimento juntando as respectivas cópias 
mencionadas no parágrafo 3º do referido artigo. Caso a sentença seja 
reformada em sede recursal o credor responderá por perdas e danos nos 
termos do art. 475-O, II, do CPC. A reforma pretendeu dar maior efetividade a 
execução mais também não descurou de garantir o devido processo legal em 
favor do devedor ao estipular a possibilidade de caução, arbitrada pelo juiz, nos 
casos de levantamento de depósito ou prática de atos que importem em 
alienação, conforme inciso III do supracitado artigo. 
 
Importante observar que o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, 
apresentando no informativo nº 535, no sentido de que não cabem honorários 
advocatícios na execução provisória. Segundo os fundamentos determinantes 
deste precedente, a execução provisória será promovida por iniciativa e conta 
do credor, razão pela qual não se admite transferir para o devedor o dever de 
pagar honorários advocatícios para formação da caução, nos termos do art. 
475-O, I, do CPC. 
 
Por fim, interessante discutir a possibilidade ou não de execução provisória de 
decisão interlocutória. Como foi bem observado acima, o caput do art. 475-O 
do CPC dispõe que a “execução provisória de sentença far-se-á, no que couber, 
do mesmo modo que a definitiva”. A interpretação literal deste dispositivo nos 
leva a conclusão de que não cabe execução provisória fundada em decisão 
interlocutória, mas a experiência do cotidiano forense nos mostra o contrário. 
 
Pense na hipótese de em determinado processo o autor formula requerimento 
de antecipação de tutela para custeio do tratamento médico para cuidar de 
lesões decorrentes de ato ilícito levado a efeito pelo réu. O juiz, mediante a 
presença dos requisitos, defere a tutela de urgência e fixa o valor de R$400,00 
reais mensais para custeio do tratamento. Diante da decisão o réu permanece 
inerte por mais de 04 meses causando prejuízos à saúde do autor. Neste caso, 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 19 
o autor poderá promover a execução provisória do valor de R$1.600,00, fixados 
em decisão interlocutória, para alcançar a efetividade de seu tratamento 
médico. 
Com efeito, dúvida não há quanto à possibilidade de execução provisória de 
decisão interlocutória nos casos de antecipação de tutela não cumprida 
voluntariamente pelo réu. 
 
 
Competência para execução de títulos judiciais 
A competência para execução de títulos judiciais é definida em razão da função 
atendendo ao critério absoluto de fixação. Nesse sentido, o Artigo 516 do 
Código de Processo Civil de 2015 define a competência dos Tribunais nas 
causas de competência originária, do juiz que processou a causa no primeiro 
grau de jurisdição e do juiz cível competente quando se tratar de sentença 
penal condenatória, arbitral ou estrangeira. 
 
No que diz respeito à competência dos tribunais para execução, não há muitas 
questões polêmicas, considerando a pouca incidência de execuções que serão 
promovidas nesta sede. Ao analisar as causas de competência originária dos 
tribunais, verifica-se que o rol não é muito extenso, podendo os tribunais 
processar e julgar mandado de segurança, cuja incidência de execução de 
quantiacerta é a exceção, as reclamações constitucionais, nos casos do STF e 
do STJ, e as ações rescisórias, estas sim, com maior incidência e que dão maior 
margem às execuções de obrigação de pagar no âmbito dos tribunais. 
Exemplo 1. 
 
CAPÍTULO II 
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 
 
Art. 534. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso 
desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o 
cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 20 
I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a 
sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença 
objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados 
eventuais prejuízos nos mesmos autos; 
III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada 
apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; 
IV – o levantamento de depósito em dinheiro, a prática de atos que importem 
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou 
dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução 
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
§ 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado será intimado para 
apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 539. 
§ 2º A multa a que se refere o § 1º do art. 537 é devida no cumprimento 
provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. 
§ 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a 
finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com 
o recurso por ele interposto. 
§ 4º O retorno ao estado anterior, a que se refere o inciso II, não implica o 
desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade, ou de 
outro direito real, eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à 
reparação dos prejuízos causados ao executado. 
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, 
não fazer ou dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
Art. 535. A caução prevista no art. 534, inciso IV, será dispensada se: 
I – o exequente demonstrar que o cumprimento provisório da sentença é 
indispensável para prover sua subsistência; ou 
II – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com 
súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos 
repetitivos. 
§ 1º Nos casos em que o cumprimento provisório da sentença implicar entrega 
de dinheiro, a quantia a ser levantada, com a dispensa da caução, não pode 
ultrapassar sessenta vezes o valor do salário mínimo para cada credor. 
§ 2º Tratando-se de obrigação alimentícia, o limite a que alude o § 1º deve ser 
observado mensalmente. 
Art. 536. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição 
dirigida ao juízo competente. Não sendo eletrônicos os autos, será 
acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade 
poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: 
I – decisão exequenda; 
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - decisão de habilitação, se for o caso; 
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para 
demonstrar a existência do crédito. 
 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 21 
CAPÍTULO IV 
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO 
 
Seção I 
Do Título Executivo 
 
Art. 799. A execução para cobrança de crédito se fundará sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível. 
Art. 800. São títulos executivos extrajudiciais: 
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III – o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; 
IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou 
por conciliador ou mediador credenciado pelo tribunal; 
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de 
garantia, e aquele garantido por caução; 
VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de 
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de 
condomínio; 
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na 
forma da lei; 
X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas em Convenção de Condomínio ou aprovadas em 
Assembleia Geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro, relativa a valores 
de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, 
fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir 
força executiva. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título 
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. 
§ 2º Não dependem de homologação para serem executados os títulos 
executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os 
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e o Brasil 
for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
Art. 801. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de 
optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. 
 
Seção II 
Da Exigibilidade da Obrigação 
 
Art. 802. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a 
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 22 
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o 
crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. 
Art. 803. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão 
mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao 
requerer a execução, sob pena de extinção do processo. 
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em 
juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a 
receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. 
Art. 804. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o 
devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação 
se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título 
executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao 
devedor o direito de embarga-la. 
 
 
Algumas dúvidas podem ocorrer na interpretação dessas normas, gerando 
polêmicas tanto no âmbito doutrinário quanto jurisprudencial. 
 
Exemplo 1 
 
Imagine que em determinado processo o juiz extingue o processo sem 
resolução do mérito por considerar o réu não é parte legítima para a causa. A 
parte autora recorre e o Tribunal não só anula a decisão como entra no mérito 
e julga a causa condenando o réu a pagar determinada quantia. Neste caso a 
competência para execução não será do Tribunal e sim do juizde primeiro 
grau, pois a causa foi apreciada na competência recursal e não originária, 
conforme determina o art. 475-P, I, do CPC. 
 
A competência para execução de sentença, conforme art. 475-P, II, do CPC, 
será do juiz que processou a causa em primeiro grau em razão de sua 
competência funcional. A Lei 11.232/05 trouxe uma importante inovação no 
que tange à competência para execução de sentenças permitindo ao credor 
escolher o foro para promover a execução ou modificar a competência da 
execução nos casos de mudança de endereço do devedor. 
 
Conforme redação do parágrafo único do art. 475-P, o exequente optar pelo 
juízo do local onde se encontrem bens expropriáveis do devedor ou de seu 
atual endereço, casos em que os autos serão encaminhados para o juízo 
escolhido. Trata-se de verdadeira transformação de competência funcional-
absoluta em territorial-relativa. Não resta dúvida de que a finalidade da nova 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 23 
regra é dar maior efetividade á execução considerando que os bens podem 
estar localizados em outra Comarca distante do juízo da execução. 
 
 
Competência na execução da tutela coletiva 
A competência para promover a execução de sentença coletiva que verse sobre 
direito individuais homogêneos, nos termos do Artigo 95 do CDC, será do juízo 
que processou a demanda coletiva na fase de conhecimento, ou do juiz da 
liquidação de sentença, ou da condenação nos casos de execução individual, 
conforme Artigo 98 do CDC. A hipótese poderá ser ilustrada a partir do seguinte 
caso concreto: 
 
Imagine que determinada associação de consumidores promoveu ação em face 
da Caixa Econômica Federal visando devolução de tarifa abusiva cobrada dos 
correntistas. A ação foi distribuída no Estado de Alagoas, e o pedido foi julgado 
procedente para determinar a devolução em dobro do valor. 
 
A execução dessa sentença poderá ser promovida no juízo sentenciante no 
Estado de Alagoas, pela Associação de Consumidores ou por cada consumidor 
individualmente, ou poderá ser promovido em qualquer Estado da Federação 
em que residir o correntista interessado na respectiva execução, nos termos do 
Artigo 98, §1º, do CDC. 
 
Competência nas execuções de alimentos 
Uma última observação se faz necessária: sobre a competência para execução 
de títulos judiciais, esta se refere à execução de alimentos. A execução de 
alimentos deve ser promovida no juízo sentenciante por se tratar de hipótese 
de competência funcional. Mas não são raras as hipóteses em que o credor 
muda de cidade ou de Estado, o que dificulta a execução da dívida alimentar 
em Comarca distante da residência do alimentando, principalmente se este for 
menor. Diante dessa dificuldade corrente na prática forense, o STJ firmou o 
entendimento no sentido de que a execução de alimentos poderá ser 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 24 
promovida no atual endereço do alimentando em atenção ao princípio de 
melhor interesse do menor, conforme fundamentos determinantes exarados 
nos precedentes do STJ (CC 2933 – DF – 1992/0007019-1). A Lei nº 
13.105/2015 admitiu essa hipótese de modificação de competência, conforme 
se constata da redação do Artigo 528,§9º do CPC/2015. 
 
Competência para execução de títulos extrajudiciais 
Conforme dispõe o Artigo 781 do CPC/2015, a execução será processada no 
juízo competente segundo as regras do processo de conhecimento. A partir 
dessa interpretação, podemos concluir que a execução de título executivo 
extrajudicial será promovida, em regra, na justiça estadual ou federal perante o 
juízo de primeira instância. Neste sentido, podemos estabelecer três critérios 
para definição da competência para execução de títulos executivos 
extrajudiciais. 
 
O primeiro diz respeito ao foro de eleição. Havendo cláusula de foro de eleição, 
esta prevalecerá na definição do foro competente. 
 
Na ausência de cláusula de foro de eleição, o critério utilizado será o foro do 
local onde a obrigação deve ser cumprida. 
 
Por fim, aplica-se a regra do domicílio do devedor. Nas hipóteses de execução 
fundada em títulos executivos que contenham obrigações decorrentes de 
direitos reais, a competência para execução será definida em razão da situação 
da coisa. 
 
Eventuais vícios de incompetência na execução de títulos extrajudiciais deverão 
ser arguidas através de embargos à execução nos termos do Artigo 917, V, do 
CPC/2015, no prazo de 15 dias, podendo ocorrer a prorrogação, nas hipóteses 
de incompetência relativa. Caso o devedor não se manifeste no prazo legal. 
Evidente que, nas execuções cuja competência seja da Justiça Federal, não há 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 25 
possibilidade de ocorrer ampliação, modificação ou prorrogação, vez que foi 
definida pelo texto constitucional. 
 
Exemplo 2 
 
Imagine que uma determinada execução tem início na Comarca do Estado de 
São Paulo. O credor descobre que o devedor possui bens na Comarca do 
Paraná e formula requerimento ao juiz para encaminhar os autos para o 
referido órgão judicial. O juiz da Comarca do Estado do Paraná promove a 
constrição de bens do devedor existentes, mas esta não alcança o valor do 
crédito. Uma interessante questão surge: Poderá o credor formular novo 
requerimento para encaminhamento dos autos para outra Comarca onde tenha 
bens do devedor e assim fazer até a satisfação integral do crédito? Ou a opção 
somente pode ser feita apenas uma vez? 
 
A interpretação literal do parágrafo único do art. 475-P do CPC não resolve este 
impasse. Com efeito, considerando que a finalidade da reforma processual teve 
como escopo dar maior efetividade à execução a melhor interpretação da 
referida regra será no sentido de permitir que a execução se torne itinerante 
até a integral satisfação do crédito do exequente. Já no que diz respeito à 
mudança do foro em razão da alteração de domicílio do devedor a melhor 
interpretação da norma será no sentido de que a mudança deve ser feita 
apenas uma vez, para evitar maiores transtornos processuais. 
 
O art. 475-P, III, do CPC diz que o juízo cível competente quando se tratar de 
sentença penal condenatória, sentença arbitral e sentença estrangeira. A 
competência para a execução de sentença penal condenatória será definida 
através da interpretação do art. 100§ único, do CPC, que define a competência 
concorrente do domicílio do autor ou do local do fato. A competência para 
execução de sentença estrangeira está definida no art. 109, X, da CF/88. 
Segundo essa regra, o Superior Tribunal de Justiça será competente para 
homologar a sentença estrangeira e a execução será promovida na Justiça 
Federal, seguindo as regras deste ramo da justiça comum, independente das 
partes ou da matéria deduzida na ação de homologação de sentença 
estrangeira. 
 
Em razão da forte disponibilidade que norteia a arbitragem, conforme bem 
observa Daniel Assumpção, a competência para execução da sentença arbitral 
atende ao critério definido pelas partes na cláusula compromissória ou no 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 26 
compromisso arbitral. Na ausência de definição acerca do foro competente, 
aplicam-se as regras gerais para fixação de competência para o processo de 
conhecimento. 
 
Os vícios de incompetência nos casos de cumprimento de sentença devem ser 
alegados através de simples petição considerando que se trata de competência 
funcional, portanto, absoluta, nos termos do art. 113 do CPC. Já nos casos de 
modificação da competência, nos termos do art. 475-P,§único do CPC, que 
criou uma nova modalidade de competência territorial-relativa,os vícios de 
incompetência devem ser alegados através de exceção de incompetência. 
 
 
Atividade proposta 
O termo de ajustamento de conduta realizado pela Defensoria Pública de 
determinado Estado possui natureza jurídica de título executivo judicial ou 
extrajudicial. Discuta a questão abordando os aspectos legais pertinentes. 
 
Chave de resposta: Espera-se que você considere que o termo de 
ajustamento de conduta seja considerado título executivo extrajudicial quando 
realizado pelos órgãos legitimados pelo Artigo 5º da Lei nº 7.347/85. A hipótese 
não é contrária ao princípio da taxatividade, pois o Artigo 585, VIII, do CPC 
dispõe que serão considerados, também, título executivo aqueles assim 
definidos em lei. 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o tema desta aula, acesse Blog do 
Professor Alexandre Catharina: 
www.alexandrecatharina.blogspot.com. E visite o site do Instituto 
Brasileiro de Direito Processual: 
http://www.direitoprocessual.org.br. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 27 
 
Referências 
DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da.; BRAGA, Paula Sarno; 
OLIVEIRA, Rafael. Curso de Processo Civil. v. 5. Salvador: Juspodivm, 2009. 
p.145-148. 
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil 
Contemporâneo. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p.879-889. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 2. 
ed. São Paulo: MÉTODO, 2010. p. 793-794. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Assinale a alternativa correta acerca do cumprimento de sentença, 
considerando a reforma introduzida pela Lei nº 11.232/2005. (Questão extraída 
do XLV Concurso da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro). 
a) É considerado inexigível o título judicial fundado em lei declarada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. 
b) Correndo o processo à revelia, a nulidade de citação não pode ser 
arguida em impugnação ao cumprimento de sentença, em razão da 
preclusão temporal. 
c) A decisão que extingue a execução é atacável por meio de recurso de 
agravo, em sua forma de instrumento. 
d) A impugnação ao cumprimento de sentença terá, em regra, efeito 
suspensivo, ressalvada a possibilidade de execução provisória. 
 
Questão 2 
A reforma do processo de execução trazida pela Lei nº 11.232/05 rompeu com 
o formalismo processual e estabeleceu o denominado processo sincrético, onde 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 28 
a execução de sentença passou a ser mera fase processual. Dentre as 
alternativas abaixo, assinale a que corresponde à sentença que deverá ser 
executada através de processo autônomo de execução. 
a) Sentença estrangeira devidamente homologada. 
b) Sentença que condena em obrigação de entrega de coisa. 
c) Sentença penal condenatória, impugnada mediante recurso de apelação. 
d) Acordo extrajudicial homologado judicialmente. 
 
Questão 3 
O sistema de execução de decisões modernamente utilizado está muito atrelado 
à ideia de sincretismo processual. Por essa sistemática, em regra, tornou-se a 
execução um prolongamento do processo de conhecimento. Passou-se a ter um 
processo misto que não é mais nem puramente cognitivo, nem puramente 
executivo. O novo sistema permitiu que a obtenção da tutela jurisdicional plena 
fosse mais rapidamente alcançada. Entretanto, em hipóteses específicas, ainda 
tem cabimento o processo de execução autônomo. Assinale a alternativa que 
contém título executivo judicial a ensejar a execução sincrética. (XII Exame de 
Ordem Unificado – FGV) 
a) A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos 
créditos inscritos na forma da lei. 
b) O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores. 
c) A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de 
obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. 
d) O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de 
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas 
de condomínio. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 29 
 
Questão 4 
Considerando os requisitos necessários para realizar qualquer execução, 
assinale a alternativa INCORRETA. (Juiz do Trabalho – RJ/ 2004). 
a) A existência de título executivo judicial ou extrajudicial. 
b) O inadimplemento do devedor. 
c) Um início razoável de prova material do inadimplemento do devedor. 
d) Sendo execução para cobrança de crédito, que o título seja líquido, certo 
e exigível. 
e) O adimplemento da obrigação do credor, quando esta for condição para 
a prestação do devedor. 
 
Questão 5 
A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo que a definitiva, 
observadas as seguintes normas: 
a) Corre por conta e responsabilidade do exequente, que se obriga se a 
sentença for reformada a reparar os prejuízos que o executado venha a 
sofrer através de ação própria. 
b) Não será admitido, em qualquer hipótese, o levantamento de depósito 
em dinheiro, sendo possível a prática de atos que importem alienação de 
domínio, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, mediante 
caução idônea, requerida e prestada nos próprios autos da execução. 
c) Não será admitido, em qualquer hipótese, o levantamento de depósito 
em dinheiro ou a prática de atos que importem alienação de domínio, ou 
dos quais possa resultar grave dano ao executado. 
d) Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença 
objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 30 
e) Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença 
objeto da execução, no todo ou em parte, restituindo-se as partes ao 
estado anterior. 
 
Questão 6 
Sobre os critérios de fixação de competência para a atividade executiva, 
assinale a alternativa correta. 
a) Em caso de execução fundada em título extrajudicial, a competência é 
do foro do domicílio do autor. 
b) Em caso de execução fundada em sentença penal condenatória, a 
competência é do órgão que proferiu a decisão. 
c) Em caso de execução fundada em sentença estrangeira homologada pelo 
STJ, a competência será do juízo estadual. 
d) Em caso de execução fundada em sentença cível, pode ser no foro do 
local onde se encontram os bens do devedor. 
 
Questão 7 
O procedimento adotado para se executar na esfera cível uma sentença penal 
condenatória será: 
a) Cumprimento de sentença, na forma do Artigo 475-J do CPC. 
b) Cumprimento de sentença na forma do Artigo 461 do CPC. 
c) Processo autônomo de execução. 
d) Nenhuma das assertivas acima. 
 
Questão 8 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 31 
Caio, menor devidamente representado por sua mãe, ajuizou ação de alimentos 
na Comarca do Estado do Rio de Janeiro em face de seu pai Pedro visando à 
obtenção de alimentos, considerando que seu pai nunca cumpriu com seu 
dever de sustente. O juiz condenou o devedor a pagar alimentos fixados em 20 
% dos ganhos líquidos do réu. Após o trânsito em julgado, o alimentando 
passou a residir no Estado de São Paulo, e Pedro, por questões de trabalho, 
mudou-se para o Estado do Paraná. Considerando o inadimplemento da 
obrigação, o alimentando pretende promover a respectiva execução. Diante do 
caso, a competência da execução será: 
a) Do juízo sentenciante, considerando a competência funcional regulada 
pelo Artigo 475-P, II, do CPC. 
b) Do foro da atual residência do alimentante, nos termosdo Artigo 475-P, 
parágrafo único, do CPC. 
c) No foro do atual endereço do alimentando, considerando o princípio de 
melhor interesse do menor. 
d) Nenhuma das respostas acima. 
 
Questão 9 
Carlos promove ação indenizatória em face de José. O juiz de primeira instância 
julgou extinto o processo, sem resolução de mérito, por entender que José não 
é parte legítima para a causa. Carlos apelou da referida decisão, e o Tribunal, 
aplicando a teoria da causa madura (Artigo 515, §3º, do CPC), declarou a 
nulidade da sentença e, no mérito, julgou procedente o pedido do autor. Nesse 
caso, a competência para promover a execução será: 
a) Do juiz de primeiro grau, considerando que a lei não confere ao Tribunal 
para competência execução da respectiva decisão. 
b) Do respectivo tribunal, considerando a competência funcional 
disciplinada no Artigo 475 –P, I, do CPC. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 32 
c) Serão os autos encaminhados à livre distribuição para execução na 
primeira instância. 
d) A competência será do Tribunal de Justiça, cabendo ao juiz de primeiro 
grau o cumprimento dos atos executivos através de Carta de Ordem. 
 
Questão 10 
A competência para liquidação e execução de sentença coletiva será definida: 
a) Em razão do caráter absoluto do juízo sentenciante. 
b) Em razão do domicílio do credor, com exclusão de qualquer outra. 
c) Em razão do domicílio do réu ou do juízo sentenciante, 
concorrentemente. 
d) Em razão do juízo sentenciante ou do domicílio do credor, quando 
promovida individualmente. 
 
 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 33 
AgRg: Agravo Regimental 
 
REsp: Recurso Especial 
 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: O Artigo 475-L, §1º, do CPC, com redação acrescentada pela Lei 
nº 11.232/05, incluiu como causa de inexigibilidade do título que estiver 
fundado em lei declarada inconstitucional pelo STF. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: A homologação de sentença estrangeira possui procedimento 
cindido ou bifásico, pois o procedimento de homologação é promovido pelo 
Superior Tribunal de Justiça, e a execução será promovida pela Justiça Federal, 
constituindo verdadeira exceção à competência funcional do órgão que 
conheceu da causa na fase de conhecimento. Nesse sentido, ainda que a 
sentença estrangeira possua natureza de título executivo judicial, sua execução 
não será promovida através de cumprimento de sentença, mas através de um 
processo autônomo de execução. 
 
Questão 3 - C 
Justificativa: A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência 
de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, conforme 
Artigo 475-N, I, do CPC. 
 
Questão 4 - C 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 34 
Justificativa: Um início razoável de prova material do inadimplemento do 
devedor, conforme Artigo 580 do CPC. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: Fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a 
sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior, 
conforme Artigo 475-O, II, do CPC. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: O Artigo 475-P, parágrafo único, do CPC autoriza o credor a 
promover a execução no atual endereço do devedor ou no local onde se 
encontram os bens deste. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: Considerando que a sentença penal condenatória foi proferida no 
juízo criminal, a execução de sentença no cível será promovida através de 
processo autônomo de execução após o procedimento de liquidação. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de 
se determinar o foro do domicílio atual do menor como competente para a 
execução de alimentos. (CC 2933 – DF – 1992/0007019-1). 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: Segundo o Artigo 475-P, I, do CPC, os Tribunais somente serão 
competentes para promover a execução das causas processadas em sua 
competência originária. No caso, a causa foi apreciada pelo Tribunal em sua 
competência recursal. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: Em razão do juízo sentenciante ou do domicílio do credor, quando 
promovida individualmente, conforme Artigo 98, §2º, do CDC. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 35 
Introdução 
Em determinada ação declaratória o juiz julgou procedente o pedido do autor e 
condenou o réu a pagar honorários sucumbenciais em 20% do valor da causa. 
Considerando que a referida sentença possui aplicabilidade imediata e que não 
necessitará de nenhum procedimento executivo para ser efetivada, o advogado 
do autor poderá promover a execução de honorários nos próprios autos e em 
nome próprio? Neste caso, quais os bens do devedor que poderão ser levados à 
constrição para satisfação do referido crédito? 
Esses e outros temas serão objeto desta aula onde apresentaremos os temas 
da legitimidade para execução, a responsabilidade patrimonial e a liquidação de 
sentença e sua aplicabilidade adequada no âmbito da tutela executiva. Bons 
estudos! 
 
Objetivo: 
1. Examinar a legitimidade ativa e passiva para execução e os bens do devedor 
sujeitos à expropriação; 
2. Estudar as hipóteses em que caberá liquidação de sentença, individual e 
coletiva, como também compreender as modalidades de liquidação abordadas 
pelo CPC. 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 36 
Conteúdo 
Legitimidade ativa para promover execução 
A legitimidade das partes é um dos temas mais importantes da teoria geral do 
processo, pois além de ser uma das condições da ação estabelece certa 
coincidência entre a titularidade do direito material e aquele que afirma ser o 
portador de um determinado direito. 
Na tutela executiva o tema da legitimidade possui a mesma importância, pois o 
sistema processual estabelece de forma clara quem possui legitimidade para 
promoção dos atos executivos e quem tem legitimidade para estar numa 
posição de desvantagem patrimonial ou de coerção pessoal. Desta forma, o 
Código de Processo Civil dispõe, em seus Artigos 778 a 780 do Código de 
Processo Civil de 2015, sobre a legitimidade ativa, originária e 
subsidiária, e a legitimidade passiva. 
 
A legitimidade ativa originária, nos termos do Artigo 778 do Código de Processo 
Civil de 2015, é atribuída ao credor a quem a lei confere título executivo e ao 
Ministério Público, nos casos prescritos em lei. No que diz respeito à 
legitimidade do credor, importante ressaltar que o CPC não é exaustivo, pois 
não considera o advogado como legitimado para execução da sentença 
referente ao capítulo que fixou honorários sucumbenciais. Assim, a legitimidade 
do credor não está condicionada a existência de título executivo conferido por 
lei, mas à existência ou não de crédito exequível. 
 
Quanto à legitimidade do Ministério Público, importante observar que a sua 
legitimidade estará sempre definida em lei, considerando sua função 
institucional definida no Artigo 129 da CF/88. O Ministério Público tem 
legitimidade para promover a execução coletiva de sentenças genéricas 
proferidas em ação coletiva, nos termos dos Artigos 98 a 100 do Código de 
Defesa do Consumidor. É também legitimado para promoção da execução de 
sentença que condena o réu a pagar alimentos, nos termos do Artigos 141 e 
201, III, da Lei nº 8.069/90. Conforme precedentes do Superior Tribunal de 
 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 37 
Justiça, o Ministério Público também será legitimado para promover a execução 
de sentença condenatória por reparação de danos, quando o exequente for 
pobre como foi decidido no REsp. nº 232.279-SP. 
 
A legitimidade

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