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Sucessão de empresas, terceirização, cooperativas de trabalho e empresa prestadora de serviços - Direito do Trabalho

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Sucessão de Empresas
A sucessão trabalhista é o fenômeno pelo qual ocorre a transferência de titularidade de empresa ou estabelecimento, com transmissão de créditos pela sucedida e assunção de dívidas pela sucessora. 
Três princípios fundamentam a sucessão empresarial no âmbito trabalhista: continuidade, despersonalização do empregador e intangibilidade contratual objetiva. 
Pelo princípio da continuidade, tem-se que o contrato de trabalho tende a se perpetuar no tempo, diante da sua função social de garantir o sustento do trabalhador e de sua família. Assim, as contratações por tempo determinado não são a regra, mas sim a exceção. No âmbito da sucessão, o referido princípio determina que os contratos tendem a continuar, a despeito das alterações promovidas no âmbito da empresa, a exemplo de mudança de sócios, alteração na estrutura jurídica ou até mesmo transferência do estabelecimento. 
O princípio da despersonalização do empregador parte da noção de que o contrato de trabalho só é personalíssimo quanto ao empregado, tanto assim que a lei exige, para configuração do vínculo de emprego, o requisito da pessoalidade na prestação de serviços. Tal requisito não se aplica ao empregador, salvo raras exceções, sendo regra que a alteração do empregador não interfere na subsistência do contrato de trabalho.
Por fim, o princípio da intangibilidade contratual objetiva, que é um aspecto da inalterabilidade contratual prevista no art. 468 da CLT, determina a prevalência dos aspectos objetivos do contrato (cláusulas), mesmo diante de alterações subjetivas, ou seja, mudança da pessoa jurídica que se encontra no comando da empresa.
O próprio artigo 2º da CLT, ao dispor que o empregador é a empresa, individual ou coletiva, e não a pessoa natural ou jurídica, adotou tese expressa no sentido de considerar empregador a atividade empresarial, independente de quem a esteja dirigindo. Assim, se um estabelecimento empresarial é transferido entre duas pessoas jurídicas, a adquirente passa à condição de empregador, uma vez que a atividade econômica agora será desenvolvida sob sua responsabilidade.
Antes da Lei 13.467/2017, não havia regramento específico sobre sucessão trabalhista, embora tal fenômeno já decorresse das redações dos artigos 10 e 448 da CLT.
O artigo décimo dispõe que “Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados”. A amplitude do dispositivo já permitia acolher a figura da sucessão trabalhista, assegurando ao empregado a continuidade do contrato de trabalho e de suas cláusulas fundamentais.
O artigo 448, por sua vez, dispõe que: “A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”. Novamente o ordenamento jurídico resguardou o direito dos empregados à manutenção das antigas condições de trabalho, a despeito da transferência de propriedade do estabelecimento e dos meios de produção.
Vê-se, em ambos os dispositivos, novamente referência à empresa e não à pessoa natural ou jurídica, o que reafirma a tese, de que o empregador é a atividade empresarial e não a pessoa jurídica. Assim, ocorrendo transferência da atividade, o sucessor passa a ser empregador e o sucedido é retirado da relação de emprego.
Requisitos para configuração da sucessão
 Tradicionalmente, a doutrina e a jurisprudência exigiam, para a configuração da sucessão trabalhista, a confluência de dois requisitos: a transferência do estabelecimento empresarial e a continuidade de prestação de serviços pelo empregado.
O sucessor, agora novo proprietário da unidade produtiva, passará a explorar a atividade econômica e aproveitará o estabelecimento, nome e clientela do antigo empreendedor. Em razão deste aproveitamento é que se justifica sua responsabilização pelos contratos anteriores. Em suma, o sucessor não herda apenas o ativo, mas também o passivo do estabelecimento.
De acordo com a teoria clássica, se houvesse interrupção da prestação de serviços pelo empregado, não se operaria a sucessão trabalhista. Vale dizer, se a empresa sucedida, antes da alienação, dispensasse o empregado, seria ela a única responsável pelas parcelas trabalhistas a ele devidas. A empresa sucessora, por nunca haver se beneficiado diretamente do labor do empregado, não teria qualquer responsabilidade.
Doutrina e jurisprudência evoluíram ao ponto de dispensar a continuidade da prestação de serviços como requisito para a configuração da sucessão trabalhista. Prevaleceu a noção de que não poderia o sucedido transferir todo o ativo sem onerar o sucessor com as respectivas obrigações trabalhistas. Tal situação ensejaria nítido prejuízo ao empregado, que muitas vezes perderia a garantia de recebimento de suas verbas alimentares.
O entendimento anterior permitia inúmeras fraudes e esvaziamento patrimonial, em situações nas quais o sucedido rompia o contrato de trabalho, alienava o estabelecimento e respondia sozinho pelas verbas trabalhistas, mas sem qualquer lastro patrimonial que as garantisse.
As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.
 
Reforma trabalhista e sucessão
A Lei 13.467/2017 buscou disciplinar a matéria de forma expressa, sanando dúvidas que existiam sobre a questão. Editou-se o art. 448-A da CLT, nos seguintes termos: caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.
Inicialmente, a lei nova previu, em caso de sucessão empresarial, a responsabilidade da empresa sucessora, não apenas quanto às obrigações trabalhistas posteriores à sucessão, mas também em relação aos débitos antigos.
Em relação à empresa sucessora, via de regra, estará ela isenta de qualquer responsabilidade, se licitamente transferiu o estabelecimento, despojando-se dos ativos e também dos passivos da empresa.
No entanto, quando a sucessão opera-se de forma fraudulenta, previu a lei a responsabilização solidária entre as empresas envolvidas, de modo que ambas podem responder pelos débitos oriundos dos contratos de trabalho firmados em período anterior à sucessão. A responsabilização solidária em caso de fraude já era defendida por parte da doutrina e jurisprudência pátrias, até mesmo com base no art. 942 do Código Civil, que prevê responsabilização solidária de todos os envolvidos no ato ilícito.
Foi adequada a solução prevista na lei. Em se tratando de sucessão lícita, a responsabilidade será apenas do sucessor; havendo, porém, sucessão fraudulenta, ambas as empresas serão responsáveis, pois agiram em conluio para prejudicar o trabalhador
A Lei nº 13.467/2017, ao instituir a Reforma Trabalhista, regulamentou expressamente sucessão trabalhista.
Neste ponto, não se vislumbra retrocesso quanto à garantia do credor trabalhista. A sucessão passou a ser prevista de forma expressa na CLT, inclusive com fixação da natureza das responsabilidades do sucessor e do sucedido, estabelecendo-se o limite e alcance de tal responsabilidade.
Terceirização
Terceirização é a contratação de serviços por meio de empresa, intermediária (interposta) entre o tomador de serviços e a mão-de-obra, mediante contrato de prestação de serviços. A relação de emprego se faz entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviços, e não diretamente com o contratante (tomador) destes.
Prestação de serviço terceirizada 
De forma bastante resumida, o terceirizado é um trabalhador que não tem vínculo empregatício com a empresa para a qual presta serviços. Entenda melhor.
Funciona assim: a contratantepossui uma demanda por um serviço especializado, que pode ser de consultoria, manutenção, serviços, etc. O contrato é feito com base no serviço, entre duas pessoas jurídicas – a contratante e a prestadora. Esta última, por sua vez, é responsável por delegar as atividades a profissionais que compõem o seu quadro de colaboradores.
Objeto do contrato de terceirização
Uma das principais alterações decorrentes da Lei 13.429/2017 está no tipo de serviço que pode ser contratado por meio da terceirização. Antes da regulamentação, a terceirização só era permitida para a execução de atividades-meio dos negócios. Comumente, as empresas contratavam terceirizadas para prestarem serviços de limpeza, segurança, vigilância e recepção. Isso porque tais atividades, embora essenciais para o bom funcionamento da empresa, não tinham relação direta com a área de atuação do contratante.
Desde março do ano passado, é possível contratar serviços terceirizados para atividades que façam parte do ramo de negócios da empresa. A Lei 13.429/2017 permitiu a contratação de terceiros para realizar serviços determinados e específicos dentro da empresa contratante.
Com o advento da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) ampliou-se os serviços, permitindo a contratação de terceiros para realizarem quaisquer atividades da contratante, inclusive sua atividade fim.
Para facilitar a compreensão deste conceito, imagine uma fabricante de alimentos que vai iniciar neste ano seus processos de exportação. Precisará de profissionais da área de comércio exterior e logística; e tais atividades têm relação direta com seu core business. 
Neste caso, se desejar, a empresa poderá contratar uma outra empresa, especializada em logística e comércio exterior, para realizar os processos. O contrato não precisa ter duração mínima ou máxima.
As obrigações trabalhistas, neste caso, ficam por conta da prestadora do serviço, que deve ter os colaboradores devidamente registrados em carteira de trabalho, fazer os devidos recolhimentos previdenciários, entre outros. A Lei 13.429/2017 estipula algumas regras para as empresas prestadoras de serviços, como capital social mínimo. Tais regras estão descritas no Art. 4º.-B.
Art. 4º-B.  São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:   (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
I – prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); 
II – registro na Junta Comercial; 
III – capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:
a) empresas com até dez empregados – capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados – capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); 
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados – capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); 
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados – capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); 
e) empresas com mais de cem empregados – capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). 
A respeito do capital social mínimo, é interessante que a empresa contratante busque empresas prestadoras sérias e com bom conceito no mercado, eis que, no caso de não cumprimento das obrigações para com os empregados, a empresa contratante será responsabilizada.
Relação entre trabalhadores terceirizados e o contratante dos serviços
Ainda que o vínculo empregatício fique a cargo da prestadora de serviços, a lei dá algumas providências relacionadas à segurança e saúde no trabalho. Entre elas, as mesmas condições de higiene, segurança e salubridade no local de trabalho.
As condições de trabalho estendidas aos terceirizados devem constar no contrato celebrado com a prestadora. Importante ressaltar que estas informações também devem ser enviadas à folha de pagamento, para atender às exigências do e Social.
Quanto à alimentação dos trabalhadores terceirizados que prestam serviços alocados na contratante, quando fornecida em refeitório deverá ser ofertada nas mesmas condições dos empregados efetivos da contratante. No caso de vale-refeição, o benefício é opcional e pactuado diretamente com a sua própria empregadora (lembre-se que até mesmo para quem trabalha em regime CLT esta não é uma obrigação do empregador).
Com relação ao transporte, é garantido aos empregados terceiros o direito de utilizar os serviços de transporte, conforme art. 4º C, da Lei 6.019/74:
Art. 4º-C.  São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4º-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
I – relativas a: 
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; 
b) direito de utilizar os serviços de transporte; 
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; 
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. 
II – sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço.
Vale ressaltar novamente: a contratação de serviços terceirizados não cria vínculo empregatício entre o trabalhador e a contratante. A resposta por passivos trabalhistas, no entanto, é subsidiária caso a prestadora do serviço especializado não tenha condições financeiras para responder juridicamente.
Por isso, a principal recomendação ao contratar uma prestadora é buscar empresas idôneas e verificar se elas possuem algum problema junto aos órgãos reguladores das relações trabalhistas, como o Ministério do Trabalho e do Emprego. Também é importante analisar a situação da empresa junto à Receita Federal, para certificar-se de que os tributos são pagos adequadamente.
Perguntas e respostas sobre contratação de terceiros
Que tipo de serviços terceirizados posso contratar? Todos! A empresa contratante poderá terceirizar quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade fim. (Art. 4º-A, Lei 6.019/74).
Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
Qual o tempo de duração dos contratos? 
Não há limitação mínima ou máxima para os contratos. Você pode contratar uma terceirizada para executar uma obra de ampliação com duração de três meses, por exemplo; e também uma equipe financeira para gerenciar uma nova área de negócios da empresa. Também é permitido contratar empresas que prestam serviços à distância, como de contabilidade; empresas que alocam empregados dentro do seu negócio – as possibilidades são as mais variadas.
O que preciso saber antes de contratar uma terceirizada? 
Neste ponto, como você viu anteriormente, quanto mais idônea a empresa, maior é a segurança de que os serviços serão prestados de acordo com o contratado. Busque referências no mercado, junto a colegas de profissão e verifique a situação cadastral da empresa e dos empregados.
Como deve ser feito o contrato de prestação de serviços? 
Da forma mais detalhada possível. Especifique o objeto do contrato, o tipo de serviço que deve ser realizado, quantas pessoas serão alocadas para atender à sua demanda, quais os horários em que as atividades devem ser executadas. Inclua também todos os pontos que a sua empresa vai atender durante a vigência do contrato: onde o empregado vai trabalhar, que equipamentos serão utilizados, quais os horários em que terá descanso, entre outros.
Detalhe o tempo de vigência do contrato, independente da duração, com a possibilidade de incluir aditivos para renovação automática. Especifique os valores, forma e data de pagamento;e também a documentação que a prestadora deve apresentar regularmente, como por exemplo, as guias de recolhimentos previdenciários – isso garante que a prestadora atua dentro das regras trabalhistas.
Como proceder caso precise de outros serviços durante a vigência do contrato? 
Neste caso o mais indicado é incluir aditivos ou mesmo elaborar um novo contrato. Isso porque o desvio de função de um trabalhador terceirizado pode acarretar problemas jurídicos futuramente. O Art. 5º-A, em seu §1º, destaca a ilegalidade deste tipo de prática: “é vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto de contrato com a empresa prestadora de serviços”.
Aqui, é importante ficar atendo também a pequenos movimentos do dia a dia. Um trabalhador terceirizado que tem algum conhecimento em outra área não pode ajudar a equipe interna a desenvolver um projeto diferente daquele para o qual foi contratado.
Quais as vantagens de contratar serviços terceirizados?
 A principal delas é a garantia de uma prestação de serviços mais eficiente, enquanto o RH ganha tempo para atuar de forma estratégica na gestão do seu quadro de colaboradores. Mas as vantagens da terceirização também se estendem a outros pontos da empresa.
1.a Especialização
 É preciso investir em recrutamento e seleção, treinamento e capacitação. Ao contratar uma terceirizada, a empresa que vai fornecer os serviços têm o foco de atuação exatamente naquilo que a sua empresa demanda para o momento.
Assim, fornece profissionais capacitados, com amplo conhecimento técnico e prático da área de atuação. O contrato celebrado entre as partes é focado justamente nisso: na solução de problemas e demandas dos negócios que nem sempre podem ser atendidos internamente.
2.b Melhor uso dos recursos
A terceirização permite um melhor planejamento financeiro da folha de pagamento, já que dispensa a necessidade de contratar empregados próprios. O RH ganha tempo para trabalhar no desenvolvimento do quadro de pessoal interno. A folha, por sua vez, contempla exatamente a mão de obra que a empresa precisa, já que o vínculo empregatício dos terceiros fica a cargo da prestadora.
Os recursos humanos que já trabalham na empresa também podem ser utilizados de forma mais assertiva. Não é necessário realocar empregados para outras áreas, o foco do RH passa a ser o desenvolvimento de carreiras e não o treinamento para funções diferentes.
3.c Segurança legal
Com o vínculo empregatício sob a responsabilidade da prestadora, a empresa contratante dos serviços tem mais segurança jurídica no que se refere às relações trabalhistas, principalmente após a regulamentação legal da terceirização, com a possibilidade de terceirizar quaisquer de suas atividades. A empresa contratante deverá buscar empresas prestadoras idôneas, com boa prática no mercado.
4.d Maior adaptabilidade ao mercado
 Neste momento você precisa de serviços especializados em tecnologia, para atender a um projeto específico. Mas, por algum movimento de mercado, pode ser que daqui a alguns meses a demanda seja alterada. Quando é feita a contratação de empregados efetivos nestas condições, o processo pode ser bastante oneroso para os empregadores: é preciso dispensar os empregados contratados anteriormente e formar uma nova equipe.
A terceirização permite que as empresas contratantes de serviços especializados possam adaptar-se mais rapidamente às mudanças de mercado e da própria gestão dos negócios. Permite e facilita a contratação de outros serviços para atender novas demandas e encerrar contratos de prestação de serviço que não se adequam mais ao novo momento.
Considerações legais sobre terceirização
1 – Terceirizados têm direito a férias? 
Como qualquer empregado registrado em carteira, os trabalhadores terceirizados têm direito a 30 dias de férias após 12 meses de trabalho.
2 – Terceirizados têm jornadas de trabalho definidas?
 Seja no regime normal (44 horas semanais) ou parcial de tempo (26 horas semanais), os trabalhadores terceirizados também precisam registrar o ponto, sob a responsabilidade da prestadora. As horas suplementares precisam ser pagas também pela empresa com a qual possuem vínculo empregatício – mas isso pode encarecer os valores do contrato. Por isso é fundamental estipular as cargas horárias no ato do contrato e evitar que os terceirizados realizem horas suplementares regularmente.
– Terceirizados também têm intervalos de descanso? 
O empregado não pertence ao seu quadro de colaboradores, mas precisa estar à disposição da empresa somente nos horários acordados no contrato. Vale lembrar que o intervalo de descanso mínimo é de uma hora nas jornadas acima de 8h/dia.
– Terceirizados podem ser contratados em regime de teletrabalho? 
Isso só depende do tipo de demanda que a sua empresa está contratando. Se o trabalho for executado online, o prestador de serviço pode trabalhar no modelo home office ou nas dependências da prestadora. As disposições legais sobre o regime de teletrabalho estão descritas no Art 75-B da CLT (incluído pela Lei 13.469/2017).
– Equiparação salarial de terceirizados: ao contratar um trabalhador terceiro, você está contratando, na verdade, um serviço. Por isso não há nenhuma relação direta entre o salário dos seus colaboradores pares com aqueles que prestam serviços especializados. O contrato trata de um valor mensal (fixo ou variável) pela prestação de um serviço e não precisa descrever a remuneração do colaborador – este valor deve ser calculado pela própria prestadora,
O empregado não pertence ao seu quadro de colaboradores, mas precisa estar à disposição da empresa somente nos horários acordados no contrato. Vale lembrar que o intervalo de descanso mínimo é de uma hora nas jornadas acima de 8h/dia.
Cooperativas de Trabalho
As cooperativas de trabalho são um modelo de atuação mundial, e ocupam lugar de destaque em alguns países. 
No Brasil, as cooperativas mais conhecidas no setor agrícola e financeiro, estão conquistando o seu espaço também no mercado de saúde e trabalho, graças à lei 12.690 de 19/07/2012 que instituiu o Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho – PRONACOOP. 
Com a abrangência de serviços prestados pelos profissionais, a legalidade de tomar serviços de cooperativa de trabalho é amparada por lei tanto para atividades-meio como para atividades-fim.
As condições de trabalho devem ser garantidas aos sócios cooperados pela cooperativa de trabalho e as normas são regidas pelos sete princípios e valores estabelecidos desde o início das cooperativas.
De acordo com a lei 12.690/2012, as cooperativas de trabalho podem atuar em diversos segmentos de atividades econômicas, reunindo profissionais da mesma categoria sempre visando melhores condições de trabalho com a força coletiva desse modelo de organização.
Simplificando, uma classe de profissionais – por exemplo, profissionais da área da saúde, ou de logística, ou administrativos – se unem para oferecer seus serviços para o mercado visando o proveito comum, melhor qualificação, renda e condições de trabalho.
A empresa decorrente dessa união é de propriedade coletiva e gerida democraticamente.
Doutrina Cooperativista
As cooperativas de trabalho são decorrentes da doutrina do Cooperativismo que preconiza a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. Tal associativismo cooperativista tem por fundamento o progresso social da cooperação e do auxílio mútuo segundo o qual aqueles que se encontram na mesma situação desvantajosa de competição conseguem, pela soma de esforços, garantir a sobrevivência.
Como fato econômico, o cooperativismo atua no sentido de reduzir os custos de produção, obter melhores condições de prazo e preço, enfim, interferir no sistema em vigor à procura de alternativas a seus métodos e soluções.
As primeiras manifestações concretas de cooperativismo na Inglaterra culminaram com a fundação da Sociedade dosProbos Pioneiros de Rochdale datada de 1844 e reunia 28 tecelões da localidade. Na Alemanha a primeira cooperativa de crédito e consumo, Associação das Cooperativas Alemãs, foi fundada em 1859.
Atualmente a Suécia é o país em que o cooperativismo é mais desenvolvido e está presente em todos os setores – produção, crédito, consumo e serviços em geral. Já o Brasil, segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras –OCB, as cooperativas estão presentes em diferentes setores, como o agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, infraestrutura, habitacional, produção, mineral, trabalho, saúde, turismo, lazer e transporte. Além disso, ele é pioneiro e referência em cooperativas de saúde, e tem o maior número de cooperativas dedicadas a preservação e promoção da saúde humana, exportando esse modelo para outros países; conta com 190 mil associados distribuídos entre 895 cooperativas de trabalho.
A primeira cooperativa de trabalho do Brasil começou na cidade de Santos, em 1938. A Cooperativa dos Carregadores e Transportadores de Bagagem de Santos foi a pioneira no ramo e garantia condições de trabalho melhores pela união e qualificação dos trabalhadores
Cooperativa de trabalho nasce da união de profissionais autônomos com o objetivo de conquistar maior representatividade no mercado de trabalho e ganharam força no Brasil na década de 80, pela alta taxa de desemprego no país, também conhecida como “a década perdida”.
Gerenciamento da Cooperativa de Trabalho
Os profissionais que se associam à cooperativa são chamados de cooperados. Dentre eles, estão os que prestam serviços aos clientes, chamados tomadores, e os que prestam serviço na administração da própria cooperativa fazendo sua gestão, buscando parcerias com novos tomadores, benefícios para os cooperados e fazendo a gestão da produtividade.
Os cooperados são rentabilizados por produtividade, portanto, são os mais interessados em produzir com qualidade, mantendo assim a satisfação dos tomadores, os clientes da cooperativa.
A cooperativa de trabalho é gerida de forma democrática, sendo assim, as principais decisões, a eleição da diretoria e conselheiros, bem como a política de distribuição dos resultados são definidas em Assembleia Geral, na qual todos os cooperados têm voz e poder de decisão com o seu voto.
O empreendedorismo coletivo e a livre iniciativa garantem uma inserção no mercado de trabalho com maior frequência, sem a precarização do trabalho. Todos os sócios cooperados participam ativamente das decisões das cooperativas, garantindo os mesmos direitos, deveres, poderes e benefícios.
Princípios Cooperativistas
O sistema cooperativista é regido por sete princípios estabelecidos desde a fundação da primeira cooperativa no mundo, em 1844 na Inglaterra, que servem de base para legislações do setor e as cooperativas até os dias atuais:
1º Adesão Voluntária e Livre: as cooperativas são organizações voluntárias, abertas para todas as pessoas com o mesmo objetivo e aptas a assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de sexo, classe social, raça e orientação política ou religiosa.
2º Gestão Democrática: controladas por seus membros que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes.
3º Participação econômica dos membros: todos contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e o controlam democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa.
4º Autonomia e independência: as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros.
5º Educação, formação e informação: promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento das suas cooperativas.
6º Interoperação: as cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros através da cooperação entre si com estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
7º Interesse pela comunidade: trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
Vantagens da Contratação via Cooperativa de Trabalho
O ideal da cooperação significa a união de forças para o benefício de toda uma coletividade. Pensando nisso, a cooperativa de trabalho fornece condições e qualificação para seus sócios cooperados através do esforço em prol do benefício comum. Todos fazem sua parte em uma distribuição individual e proporcional dos esforços para gerar um sistema mútuo de benefícios dentro das cooperativas de trabalho, criando uma dinâmica social democrática e participativa. 
Os benefícios da contratação via cooperativa de trabalho para as empresas são os seguintes:
–Aprendizado e qualificação constante: Os trabalhadores dependem dos seus esforços e qualificam-se de modo a serem diretamente responsáveis pelo seu desempenho no mercado de trabalho, gerando profissionais de alta capacidade pelo interesse individual de desenvolvimento contínuo.
Sócios cooperados são profissionais autônomos que se uniram em busca de atender da melhor forma possível as demandas do mercado de forma livre e democrática, sendo os principais interessados em seu desempenho profissional.
– Reduz até 60% dos custos: A contratação pela CLT pode onerar a folha salarial de muitas empresas de médio e pequeno porte. Estima-se que os custos com benefícios e impostos de um profissional na atual lei trabalhista cheguem a 100% do valor do salário fixo de um empregado.
O custo na cooperativa de trabalho é composto pela remuneração base do sócio cooperado, com o recolhimento de 7,15% de impostos e o adicional da taxa administrativa e benefícios – que variam de acordo com o próprio tomador de serviços.
– Método de contratação legal: A contratação via cooperativa de trabalho é uma forma legal de profissionais exercerem atividades fim e meio em empresas, de acordo com a lei 12.690 do Código Civil Brasileiro.
Encontrar o funcionário ideal leva tempo e dinheiro de muitas empresas, com análises de diversos currículos, seleção, entrevistas até chegar no profissional escolhido.
Delegar as funções de seleção e gestão dos sócios cooperados durante a busca pelo profissional adequado para a sua empresa permite direcionar todos os esforços nas atividades essenciais da sua empresa.
As cooperativas de trabalho possuem diversos sócios cooperados em seu banco de dados com uma análise pontual para ser assertivo no processo de encontrar o talento que sua empresa busca.
Empresa prestadora de serviços
Uma empresa prestadora de serviços consiste em qualquer empresa cujo lucro obtido provenha da exclusiva prestação de serviços, que é caracterizada pela obrigação de fazer algo a alguém mediante remuneração.
A prestação de serviços, anteriormente denominada como locação de serviços, é feita mediante a contratação de pessoa física ou jurídica, cuja função envolverá uma atividade intelectual ou manual que, mediante um contrato obrigacional de meio, tem por objetivo, alcançar ou não, o sucesso do serviço contratado. Exemplos: advogados (eles usam técnicas e meios para ganhar a causa, mas o resultado esperado não é garantido); paciente e cirurgião que o opera; engenheiro e o cliente para quem constrói a residência, dentre outros.
Além disso, diferentemente do contrato de trabalho, a prestação de serviços pode ser gratuita, não se caracteriza pela subordinação, ou seja, presença de autoridade e direção do outro contraente, não tem espaço de tempo diário reservado ao empregador (a obrigação do prestador é de fazer e entregar o objeto contratual ao tomado no espaço de tempo ajustado), a contratação de auxiliares é permitida e a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações oriundas deste tipo de relação de trabalho.
Empreitada
É o contrato em que uma das partes se obriga a fazer ou a mandar fazer determinado serviço ou certa obra, recebendoem contrapartida remuneração determinada ou proporcional ao serviço prestado, realizado por pessoa física ou jurídica, de caráter não subordinado. 
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais.
§ 1º A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
§ 2º O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
Esse tipo de contrato difere da prestação de serviços quanto ao serviço prestado, visto que esta é uma obrigação de meio, em que o profissional utiliza seu conhecimento e suas técnicas para alcançar um resultado, até então indefinido, e aquela trata-se de uma obrigação de resultado, em que exigi-se a obra pronta e acabada. Referente ao objeto, o contrato de empreitada pode uma atividade autônoma (empreitada de mão de obra, geralmente executada por trabalhadores braçais) ou um resultado (empreitada da mão de obra).
Se o empreiteiro só forneceu mão de obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão por conta do dono (Art. 612, CC). Sendo a empreitada unicamente de lavor, se a coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade (Art. 613, CC)
Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos.
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão por conta do dono.
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.
Sociedade
Nos contratos de sociedade, os sujeitos, diferentemente da relação de trabalho, em que temos o empregado e o empregador, são os sócios que visam a obtenção de lucro e mantêm relação de igualdade entre si, dividindo lucros e dividendos, vedando a sociedade leonina.
No contrato de trabalho, a participação nos lucros, quando instituída pelo empregador, é desvinculada da remuneração (CF, art. 7º, XI), sendo que o lucro do empregador é sempre superior ao conferido por este ao empregado.
Na sociedade, todos os seus sujeitos suportam os riscos do empreendimento. No contrato de trabalho, apenas o empregador, conforme Art. 2º, da CLT: “ Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)”.
Sociedade cooperativa
De acordo com o art. 2° da Lei 12.690, cooperativa de trabalho é uma sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. O artigo 4º da Lei 12.690 prevê as espécies de cooperativas, sendo elas:
I - de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção;
II - de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego. 
Tais cooperativas, de acordo com o art. 3º da Lei 12.690, são regidas pelos seguintes princípios: adesão voluntária e livre; gestão democrática; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação; interesse pela comunidade; preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa; não precarização do trabalho; respeito às decisões de assembleia, observado o disposto nesta Lei; participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e no Estatuto Social. 
A não observância de qualquer um dos princípios e valores previstos neste artigo pode implicar o mascaramento de uma relação empregatícia. Evidencia-se a fraude sempre que o trabalho subordinado se realize por meio das cooperativas, frustrando-se a affectio societatis e emergindo a subordinação como elemento tipificador da atividade. Ademais, devem garantir aos sócios os direitos à: 
Art. 7o  A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir: 
I - retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas; 
II - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários; 
III - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
IV - repouso anual remunerado; 
V - retirada para o trabalho noturno superior à do diurno; 
VI - adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas; 
VII - seguro de acidente de trabalho. 
Mandato
De acordo com o Art. 653 CC, opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses, mediante forma expressa ou tácita, verbal ou escrita. A procuração é o instrumento do mandato.
É possível a cumulação do contrato de mandato com o contrato de trabalho na mesma pessoa. A qualidade de empregado, em geral, abrange a de mandatário; quando pratica atos para ou em proveito do patrão, aparece o empregado; quando assina e realiza ato jurídico, surge o mandatário. Será empregado, quando trabalha com exclusividade, permanentemente, para uma empresa ou dela obtenha seu principal meio de subsistência e exista a subordinação hierárquica ou jurídica. 
Caso o mandatário não seja empregado, a distinção é feita pelo critério da subordinação, uma vez que o mandatário goza de maior liberdade e independência do que o empregado. 
Representação comercial
Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual, por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução do negócio. 
Parceria rural
De acordo com o art. 4º, da Lei 4.504 (Estatuto da Terra), a parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades,com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos:
I - caso fortuito e de força maior do empreendimento rural;
II - dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais estabelecidos no inciso VI do caput do art. 96 da Lei 4.504;
III – variações de preço dos frutos obtidos na exploração do empreendimento rural. 
Mediante este contrato, as partes poderão prefixar a quantidade ou volume do montante da participação do proprietário, desde que, no final do contrato, seja realizado o ajustamento do percentual pertencente à este, de acordo com a produção. 
Art 5º Dá-se a parceria: 
I - agrícola, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, com o objetivo de nele ser exercida a atividade de produção vegetal; 
II - pecuária, quando o objetivo da cessão forem animais para cria, recria, invernagem ou engorda; 
III - agro-industrial, quando o objeto da sessão for o uso do imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, ou maquinaria e implementos, com o objetivo de ser exercida atividade de transformação de produto agrícola, pecuário ou florestal;
 IV - extrativa, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, e ou animais de qualquer espécie, com o objetivo de ser exercida atividade extrativa de produto agrícola, animal ou florestal; 
V - mista, quando o objeto da cessão abranger mais de uma das modalidades de parceria definidas nos incisos anteriores.
Trabalho voluntário
De acordo com o art. 1º, da Lei 13.297/1998, serviço voluntário é a atividade não remunerada, que não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza previdenciária, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa.
Ele será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. 
Contrato de comissão 
O contrato de comissão está previsto nos arts. 693 à 709 CC e tem por objeto a aquisição ou venda de bens pelo comissionário, em seu próprio nome, à conta do comitente. O comissionário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes. Mas serão justificados os atos do comissário se deles houver resultado vantagem para o comitente e ainda, no caso em que, não admitindo demora na realização do negócio, o comissário tiver agido de acordo com os usos. 
Sendo assim, as características deste tipo de contrato são as seguintes:
Bilateral, por criar obrigações recíprocas tanto para o comissário como para o comitente;
Consensual, tendo em vista bastar o simples consenso entre o comissário e o comitente, independe da entrega do bem;
Não solene, ou seja, sem exigências legais de formalidade;
Oneroso, pois obriga o comitente a recompensar monetariamente o comissário pelos serviços prestados, e;
Pessoal, em virtude da presença do intuitus personae. Assim, apenas o contratado poderá cumprir a obrigação, sendo obrigação intransferível, gerando a presunção de confiança mútua entre o comitente e o comissário, que pode ser tanto pessoa física quanto jurídica.
Contratos de agência e distribuição 
Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.
O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato.
Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das indenizações previstas em lei especial.
Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.
Contratos de corretagem 
Considera-se contrato de corretagem aquele em que “uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas (art. 722, CC).
O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio.
Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência.
Pode haver corretor empregado e corretor autônomo: aquele protegido pelo Direito do Trabalho; este, pelo CC ou legislação especial. É possível a coexistência dos dois tipos de contrato; caberá ao juiz, no caso concreto, verificar a presença ou não dos elementos caracterizadores da relação empregatícia, especialmente a subordinação jurídica (característica inexistente no tangente aos corretores autônomos). 
Referências
SEBRAE. Cooperativa: o que é, para que serve, como funciona. Disponível em: <http://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cooperativa-o-que-e-para-que-serve-como-funciona,7e519bda15617410VgnVCM2000003c74010aRCRD>. Acesso em: 06 abr. 2019.
ZANLUCA, Júlio César. COMO FUNCIONAM AS COOPERATIVAS? Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/cooperativas.htm>. Acesso em: 06 abr. 2019.
GOOGLE. Imagens de Cooperativas. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=imagens+de+cooperativas&tbm=isch&source=hp&safe=active&sa=X&ved=2ahUKEwjj0LK_2LvhAhWoHbkGHVCZClAQ7Al6BAgHEBs&biw=1366&bih=625>. Acesso em: 06 abr. 2019.
TELES, Eurico (Comp.). BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTRATO DE COMISSÃO. 201-. Disponível em: <https://www.editorajc.com.br/breves-consideracoes-sobre-o-contrato-de-comissao/>. Acesso em: 03 abr. 2019.
CONTRATO DE CORRETAGEM. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/guia/contrato-de-corretagem.htm>. Acesso em: 03 abr. 2019.
CONTRATO DE AGÊNCIA (DISTRIBUIÇÃO). Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/guia/contrato-de-agencia-distribuicao.htm>. Acesso em: 03 abr. 2019.
COOPERATIVAS, Empresa. 5 vantagens de contratação via cooperativa de trabalho. Disponível em: <http://empresasecooperativas.com.br/cooperativasdetrabalhovantagens/>. Acesso em: 30 mar. 2019.
RÊGO, Evellyn Barbosa (Comp.). A terceirização e a reforma trabalhista no Brasil: Uma análise crítica da possibilidade de terceirização das atividades-fim. 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/66910/a-terceirizacao-e-a-reforma-trabalhista-no-brasil>. Acesso em: 03 abr. 2018.
SOULAN RECURSOS HUMANOS. Reforma Trabalhista: Antes e Depois. Disponível em: <http://soulan.com.br/reforma-trabalhista-antes-e-depois/>. Acesso em: 03 abr. 2019.
GUIA TRABALHISTA. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES - ASPECTOS TRABALHISTAS DEPOIS DA REFORMA.2019. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/terceirizacao.htm>. Acesso em: 03 abr. 2019.

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