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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO Campus Universitário de Rondonópolis Maria Isabela Arruda Santana, Paulo Henrique Hilário Filho. ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NA SUBCLASSE Euechinoidea 2018 INTRODUÇÃO Considerando informações de Richard C. Brusca e Gary J. Brusca (2007), o Filo Echinodermata, engloba as principais espécies de animais mais comuns encontrados nas praias, neste filo possuem cerca de 20.000 espécies sendo 7.000 marinhas e 13.000 conhecidas devido aos registros fósseis do Cambriano inferior, dentre estas podemos citar como exemplo, os ouriços do mar, bolachas da praia e pepinos do mar. O tamanho dos equinodermos variam, e estes são estritamente marinhos, mas algumas espécies também podem viver em água salobra, a sua resistência a água doce pode ser explicada tanto pela ausência de estruturas osmorreguladoras e excretoras, quanto também pela sua respiração cutânea. São animais bentônicos, e podem realizar importantes papéis no ecossistema marinho, como predadores e também como consumidores de algas. A principal característica distintiva desse filo é o seu endoesqueleto composto de ossículos calcários e simetria radia pentâmera, essa simetria permite que o animal se divida em 5 partes a partir de um eixo central. Uma das classes desse filo é a Classe Echinoidea, em que são agrupados os ouriços e bolachas do mar, estes possuem o corpo globoso ou em forma de disco com placas esqueléticas unidas por uma matriz de colágeno e interdigitações de calcita, formando uma carapaça rígida ou testa, e é por causa dos diferentes formatos dessa carapaça que essa classe possui duas subclasses, a Cidaroidea e Euechinoidea, a segunda é onde estão classificados os ouriços do mar. Segundo Wolpert (1998) os ouriços do mar são de extrema importância para a Embriologia e Biologia do Desenvolvimento, em decorrência da transparência e da fácil manipulação dos seus embriões. O conhecimento do desenvolvimento embrionário é de extrema importância por permitir um melhor estudo da biologia e sistemática da espécie e também da sua linhagem (TATAJE, 2004). Levando em conta a importância citada, este presente trabalho visa descrever o desenvolvimento embrionário do ouriço do mar, enfocando no desenvolvimento da larva, já que a sua metamorfose adulta é complexa e pouco descrita na literatura. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO O desenvolvimento embrionário de uma determinada espécie passa por processos sucessivos, que resultam no indivíduo, estas fases são: Gametogênese Os ouriços do mar são indivíduos dióicos, possuindo sexo masculino e feminino em organismos diferentes, ou seja, cada indivíduo possui ou gônoda feminina ou gônoda masculina. As gônodas do ouriço do mar são estruturas em forma de saco, fusionadas sustentadas por um mesentério, estão localizadas na superfície interna do celoma (MACHADO, 2007). A parede da gônoda é formada por quatro camadas: Peritôneo, Tecido Conetivo, Tecido Muscular e Epitélio Germinal que envolve o lúmen, este por sua vez é um espaço interno ou cavidade dentro de uma estrutura com formato de tubo. O ciclo gametogênico inicia-se com a multiplicação e diferenciação das células percursoras de gametas, em seguida ocorre o acumulo e liberação dos gametas maduros, e então entra-se em um período de recessão da atividade gônodal, neste ultimo periodo os gametas residuais ou remanescentes são reabsorvidos. É no epitélio germinal, a camada mais interna em que estão presentes a gônias (oogônias e espermatogônias), que por sua vez são as células germinativas que desenvolvem espermatozoides e ovócitos, e as células não germinativas denominadas fagócitos nutritivos, estas atuam na fagocitose de gametas residuais ou remanescentes. Conforme Tavares (2004), a produção de ovócitos e espermatozoides ocorre da seguinte maneira: “ As oogônias transformam-se em ovócitos primários (pré-vitelogênicos) ainda junto ao epitélio germinal. A partir dessa fase inicia-se gradualmente o crescimento celular, quando então pode ser visualizado um grande e conspícuo núcleo que ao completar seu desenvolvimento denomina-se vesícula germinal. O gameta feminino assume a forma típica de ovócito vitelogênico. Durante a vitelogênese a presença de interdigitações e microvilosidades unindo os gametas e os fagócitos nutritivos garantem a transferência de nutrientes por difusão ou pinocitose. As espermatogônias durante a espermiogênese transformam-se em espermatócitos, onde ocorre síntese de proteína e de glicogênio provavelmente para o aumento do citoplasma celular. Os espermatócitos diferenciam-se e acumulam-se entre os fagócitos nutritivos formando camadas e colunas empilhadas. A meiose inicia-se entre os espermatócitos primários próximos ao lúmen gonadal. Os espermatozóides acumulam-se e são estocados até a emissão dos gametas.” Reprodução e Fertilização A reprodução é sexuada, vai desde a liberação de gametas na água, seguida de fertilização externa e desenvolvimento indireto até várias formas de incubação e desenvolvimento direto. Precedendo a fertilização deve ocorrer um reconhecimento entre óvulo e espermatozoide, já que estes são liberados no ambiente. Para que o reconhecimento ocorra e não haja casos de espécies fecundando óvulos de outras espécies, dois mecanismos agem a atração a e ativação espécie-específica do espermatozóide. A atração ocorre por quimiotaxia, os óvulos não somente secretam o fator quimiotático que no ouriço é a bindina mas também controlam o período em que vai ser liberado. Nos ouriços do mar, quem realiza essa função é um peptídeo (Resact) composto de 14 aminoácidos, que foi isolado em, pelo menos, mais de 70 espécies de ouriços, Resact difunde facilmente na água do mar e tem um profundo efeito quando adicionado a uma suspensão de espermatozoide , mesmo em concentração muito baixa. Quando uma gota de água do mar, contendo espermatozoide de um desses ouriços, é colocada em uma lâmina de microscópio, o espermatozoide geralmente nada em círculos de aproximadamente 50 cm de diâmetro. Se uma quantidade mínima de resact for introduzida na gota, em segundos o esperma migra para a região da injeção e ali se congrega. À medida que o resact continua a difundir-se, mais espermatozoide é recrutado para dentro do crescente agrupamento, ele é específico para e não atrai espermatozoide de outras espécies. O espermatozoide liga resact a receptores na sua membrana celular e pode nadar através de um gradiente crescente de concentração desse composto até alcançar o óvulo. Resact também age como um peptídio ativador de espermatozoide. Esses peptídios, causam aumentos imediatos da motilidade espermática e do consumo de oxigênio. O receptor para resact é uma proteína transmembrana, quando ela liga o resact ao lado externo da célula, resact causa uma mudança conformacional que ativa a atividade de guanidil ciclase no lado citoplasmático. Isso aumenta a concentração de GMP cíclico do óvulo, que parece ativar a ATPase da dineína estimulando a agitação da cauda no espermatozoide (Hardy et al., 1994). Uma segunda interação entre espermatozoide e óvulo envolve a ativação do espermatozoide pela geléia do óvulo. Na maioria dos invertebrados marinhos, essa reação acrossômica tem dois componentes: a fusão da vesícula acrossômica com a membrana plasmática do espermatozóide (uma exocitose que resulta na liberação dos componentes da vesícula acrossômica) e a extensão do processo acrossômico.A reação acrossômica pode ser iniciada pela geléia do óvulo solubilizada, pela geléia que envolve o óvulo, ou mesmo em certas espécies, pelo contato com o próprio óvulo. Também pode ser ativada artificialmente pelo aumento da concentração de cálcio na água do mar. Em ouriços-do-mar, o contato com a geléia do óvulo causa a exocitose da vesícula acrossômica e a liberação de enzimas digestoras de proteínas que podem digerir um caminho através da geléia de revestimento até a superfície do óvulo. A reação acrossômica é considerada ser iniciada por um oligossacarídeo ligado a uma proteína na geléia do óvulo que permite a entrada de cálcio na cabeça do espermatozóide. A exocitose da vesícula acrossômica é causada por uma fusão, mediada pelo cálcio, da membrana acrossômica com a membrana plasmática adjacente do espermatozóide . Essa exocitose permite que a vesícula acrossômica libere seu conteúdo na cabeça do espermatozóide. A segunda parte da reação acrossômica envolve a extensão do processo acrossômico. A exposição do espermatozóide do ouriço-do-mar à geléia do óvulo também ocasiona a rápida utilização de ATP e um aumento de 50% da respiração mitocondrial. A energia gerada é usada primordialmente para motilidade flagelar. Os fatores da geléia do óvulo que iniciam a reação acrossômica em ouriços-do- mar são muitas vezes muito específicos. Os espermatozoides dos ouriços-do-mar Arbacia punctulata e Strongylocentrotus drobachiensis reagem somente com a geléia de seus próprios óvulos. No entanto, o espermatozóide de S. purpuratus também pode ser ativado pela geléia de Lytechinus variegatus (mas não de A. punctulata) (Summers e Hylander, 1975). Portanto, a geléia do óvulo pode prover reconhecimento espécie-específico em algumas espécies, mas não em outras. Após a atração espécie-especifica e a reação acrossômica a fertilização pode ocorrer, e no ovo do ouriço-do-mar, ela conta com alguns eventos específicos: Tabela 1- Eventos da fecundação e tempo estimado de ocorrência após a ligação espermatozoide-óvulo(ADAPTADA). FONTE: LIVRO - BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO (2018) • Ligação espermatozoide-óvulo O reconhecimento do espermatozoide é seguido pela lise da porção do envoltório ou zona na região da cabeça do espermatozoide. Essa lise é seguida pela fusão da membrana espermática com a membrana do óvulo. Na entrada do espermatozoide no óvulo do ouriço-do-mar a superfície do óvulo está coberta de pequenas microvilosidades; a fusão espermatozoide-óvulo causa a polimerização da actina e a extensão de várias microvilosidades para formar o cone de fertilização. Após a junção, pode-se encontrar material do espermatozoide na membrana do óvulo. O núcleo e a cauda do espermatozoide passam pelo citoplasma, por uma ponte que formada e alargada pela polimerização da actina. No ouriço-do-mar, todas as regiões do óvulo são capazes de se fundir com o espermatozoide; em várias outras espécies, existem regiões especializadas na membrana para o reconhecimento e fusão com o espermatozoide. • Bloqueio Rápido da Poliespermia Assim que um espermatozoide tiver penetrado o óvulo, a capacidade de fusão da membrana do óvulo, que fora tão necessária para conseguir a penetração, torna-se um risco. A entrada de múltiplos espermatozoides – polispermia – conduz às consequências ruins na maioria dos organismos. No ouriço-do-mar, a fertilização por dois espermatozoides resulta em um núcleo triplóide, no qual cada cromossomo está representado três vezes, como o centríolo se divide para formar os dois pólos do aparelho mitótico, aqui, em vez de um fuso mitótico bipolar separar os cromossomos em duas células, os cromossomos triplóides se dividiriam em quatro células. Como não há mecanismos para assegurar que cada uma das quatro células receba o número e o tipo apropriado de cromossomos, esses serão distribuídos de maneira desigual. Algumas células receberiam cópias extras de certos cromossomos e outras células não os teriam, essas células ou morreriam ou se desenvolveriam anormalmente. As espécies desenvolveram maneiras de prevenir a união de mais de dois núcleos haplóides. A mais comum é a de impedir a entrada de mais de um espermatozoide no óvulo. O óvulo do ouriço-do-mar tem dois mecanismos que evitam a polispermia: uma reação rápida e uma reação mais lenta. No bloqueio rápido da poliespermia é conseguido pela mudança do potencial elétrico da membrana do óvulo. Essa provê uma barreira seletiva entre o citoplasma e o ambiente exterior; a concentração iônica do óvulo difere muito daquela do ambiente, uma diferença especialmente pronunciada para os íons de sódio e potássio. A água do mar tem uma alta concentração do íon sódio, ao passo que o citoplasma do óvulo tem relativamente pouco sódio. O oposto acontece com os íons potássio. Essa condição é mantida pela membrana celular, que constantemente inibe a entrada de sódio no oócito e impede o escoamento de íons de potássio para o ambiente. O potencial de repouso da membrana é geralmente cerca de -70 mV (interior da célula está carregado negativamente em relação ao exterior). Dentro de segundos após a ligação do primeiro espermatozoide, o potencial da membrana muda para um nível positivo . Um pequeno influxo de íons de sódio no óvulo é permitido, trazendo a diferença de potencial para +20 mV. Embora o espermatozoide possa se fundir com membranas tendo um potencial de –70 mV, não pode se fundir com membranas com um potencial de repouso positivo. Após o bloqueio rápido da poliespermia ocorre a fusão das membranas espermatozoides-óvulo. • Aumento no nível de cálcio O mecanismo da reação dos grânulos corticais é semelhante com a da reação acrossômica. Após a fertilização, a concentração intracelular de cálcio do ovo aumenta muito. Nessas concentrações, as membranas corticais se fundem com as do ovo, causando exocitose de seu conteúdo. Após a fusão dos grânulos corticais ao redor do ponto de entrada do espermatozoide, uma onda de exocitose se propaga ao redor do corte até o lado oposto do ovo. Os íons de cálcio não se difundem simplesmente através do óvulo a partir do ponto da entrada do espermatozoide, a liberação de cálcio inicia-se de um lado da célula e termina do outro. A total liberação de íons de cálcio é completada; os íons livres de cálcio são re-sequestrados pouco após sua liberação. Vários experimentos demonstraram que íons de cálcio são responsáveis diretos pela propagação da reação cortical e que são armazenados dentro do próprio óvulo. Estudos posteriores mostraram que o íon de cálcio inicia reações granulares corticais quando injetado em ovos de ouriço do mar, camundongo e rã. Os íons de cálcio internos são armazenados no retículo endoplasmático do óvulo. Uma vez iniciada, a liberação de cálcio é autopropagada. Cálcio livre é capaz de liberar cálcio sequestrado de seus locais de armazenamento, causando assim uma onda libertadora do íon cálcio e exocitose granular cortical. • Bloqueio lento da poliespermia O bloqueio rápido é transitório, o potencial de membrana do óvulo do ouriço-do-mar somente permanece positivo por cerca de um minuto. Essa curta mudança de potencial não é suficiente para prevenir a polispermia de maneira permanente. A polispermia ainda pode ocorrer se os espermatozoides ligados ao envoltório vitelínico não forem removidos de alguma maneira. Essa remoção é conseguida pela reação dos grânulos corticais, um bloqueio mecânico mais lento da polispermia que se torna ativo cerca de 1 minuto após a primeira ligação bem sucedida espermatozoide-óvulo. Diretamente abaixo da membrana do óvulo do ouriço-do-mar existem 15.000 grânulos corticais. Com a entrada do espermatozoide, esses grânulos sefundem com a membrana plasmática do óvulo, liberando seu conteúdo para o espaço entre a membrana e a esteira fibrosa das proteínas do envoltório vitelínico. Há várias proteínas associadas com esse processo de exocitose de grânulos corticais. As primeiras são proteases. Essas enzimas dissolvem os postos vitelínicos que conectam as proteínas do envoltório vitelínico à membrana celular, secionando o receptor de bindina e todo espermatozóide a ele ligado. Outras proteínas, mucopolissacarídeos liberados dos grânulos, produzem um gradiente osmótico que permite a entrada da água no espaço entre a membrana celular e o envoltório e, dessa forma, o envoltório vitelínico se expande e passa a ser chamado de envoltório de fertilização. Uma terceira proteína, produto dos grânulos corticais, uma peroxidase, enrijece o envoltório de fertilização através de ligações cruzadas entre resíduos de tirosina em proteínas adjacentes, o envoltório de fertilização começa a se formar no local da entrada do espermatozóide e continua sua expansão ao redor do óvulo. À medida que esse envoltório se forma, os espermatozóides são liberados. Finalmente, uma quarta proteína granular, a hialina, forma uma capa em volta do óvulo. A célula estende microvilosidades alongadas cujas extremidades se ligam a essa camada hialina, que fornece apoio para os blastômeros durante a clivagem. • Ativação do metabolismo do óvulo Embora a fertilização seja descrita como mero meio de junção de dois núcleos haplóides, ela tem um papel igualmente importante na iniciação de processos que iniciam o desenvolvimento. Esses eventos acontecem no citoplasma e ocorrem sem o envolvimento dos núcleos. O óvulo do ouriço-do- mar maduro é uma célula metabolicamente lenta, reativada pelo espermatozoide. Essa ativação é apenas o estímulo; aciona um conjunto de eventos metabólicos pré-programados. As respostas do óvulo ao espermatozoide podem ser divididas em “precoces” que ocorrem em poucos segundos após a reação cortical e “tardias” que acontecem vários minutos após o inicio da fertilização. Respostas precoces: O contato entre o espermatozóide do ouriço-do-mar ativa dois principais bloqueios à polispermia: o bloqueio rápido, iniciado pelo influxo de sódio na célula, e o bloqueio lento, iniciado pela liberação intracelular de íons de cálcio. Essa liberação de cálcio é essencial para a ativação do desenvolvimento do embrião. Testes mostram que óvulos podem ser ativados artificialmente na ausência de espermatozoide por procedimentos que liberam cálcio livre no oócito. A elevação do envoltório de fertilização, o aumento do pH intracelular, o surto de utilização de oxigênio e o aumento da síntese de proteína e DNA são todos gerados com sua sequência própria. Essa ativação acontece na ausência total de íons de cálcio na água do mar. Na maioria desses casos, o desenvolvimento cessa antes da primeira mitose porque os ovos ainda são haplóides e desprovidos do centríolo espermático necessário para a divisão. Essa liberação de cálcio ativa uma série de reações metabólicas, uma delas é a ativação da enzima NAD+ quinase, que converte o NAD+em NADP+. Essa mudança pode ter importantes consequências para o metabolismo lipídico, pois NADP+ (mas não o NAD+) pode ser utilizado como coenzima para biossíntese lipídica. Assim, a mudança de NAD+em NADP+ pode ser importante na construção de novas membranas exigidas durante a clivagem. Outro efeito dessa mudança se refere ao consumo de oxigênio. Um surto de redução de oxigênio é visto ocorrer durante a fertilização, e muito desse “surto respiratório” é usado para cruzamento ligado da membrana de fertilização. A enzima responsável por essa redução do oxigênio (para água oxigenada) também é dependente de NADPH. Por último, o NADPH ajuda na regeneração da glutationa e de ovotiois (ovothiols) que podem ser cruciais para remoção de radicais livres que poderiam de outra maneira prejudicar o DNA do ovo e do embrião precoce. Respostas tardias: Pouco tempo após o aumento dos níveis de íons cálcio, o pH intracelular também aumenta. Acredita-se que essas duas condições iônicas (> [Ca2+], < [H+] ajam em conjunto para fornecer o espectro completo dos eventos da fertilização, incluindo a síntese de proteínas e de DNA. O aumento do pH intracelular começa com o segundo influxo de íons de sódio, causando uma troca entre íons de sódio da água do mar e os íons hidrogênio do óvulo. Essa perda de hidrogênio faz o pH elevar-se de 6.8 a 7.2, ocasionando enormes mudanças na fisiologia do ovo. As respostas tardias da fertilização produzidas por essas alterações iônicas, incluem a ativação da síntese de DNA e da proteína. O surto de síntese de proteína ocorre vários minutos após a entrada do espermatozoide e não depende da síntese de novo RNA mensageiro . Em seu lugar, a síntese de proteína nova utiliza mRNAs já presentes no citoplasma do oócito. Esses RNAs incluem aqueles que codificam proteínas como histonas, tubulinas, actinas e fatores morfogenéticos que são utilizados durante o desenvolvimento precoce. Reciprocamente, agentes que bloqueiam o aumento do pH inibem eventos da fertilização tardia como a síntese de DNA e proteína, um exemplo disso é que quando ovos recém-fertilizados são colocados em soluções contendo baixas concentrações de íons de sódio e amiloride (uma droga que inibe a troca Na+/H+), a síntese protéica falha, os movimentos dos pronúcleos do óvulo e do espermatozóide são prevenidos, e a divisão celular não ocorre. • Fusão do Material genético Em ouriços-do-mar, o núcleo do espermatozoide penetra o óvulo perpendicularmente à superfície do óvulo. Após a fusão das membranas do espermatozoide e do óvulo, o núcleo do espermatozoide e seu centríolo se separam das mitocôndrias e do flagelo. A mitocôndria e o flagelo se desintegram dentro do óvulo; assim, poucas, se tanto, mitocôndrias derivadas do espermatozoide são encontradas em organismos em desenvolvimento ou em adultos (Dawid e Blackler, 1972; Giles et al., 1980). Assim, embora cada gameta contribua para o zigoto com um genoma haplóide, o genoma mitocondrial é transmitido principalmente pelo parente materno. Reciprocamente, em quase todos os animais estudados, o centrossomo necessário para a produção do fuso mitótico das divisões subseqüentes é derivado do centríolo espermático. O núcleo do óvulo sendo haplóide é chamado de pronúcleo feminino. Dentro do citoplasma do óvulo, o núcleo do espermatozoide descondensa para formar o pronúcleo masculino. Uma vez dentro do óvulo, o pronúcleo masculino sofre uma dramática transformação. O envoltório pronuclear forma vesículas com pequenos pacotes, expondo, com isso, a compacta cromatina do espermatozoide ao citoplasma do óvulo. As proteínas que prendem a cromatina no seu estado condensado, inativa, são trocadas por proteínas derivadas do citoplasma do óvulo, Essa troca permite a descondensação da cromatina do espermatozoide, nos ouriços-do-mar, a descondensação parece ser iniciada pela fosforilação de duas histonas espermatozoide-específicas, que se ligam fortemente ao DNA. Esse processo começa quando o espermatozoide entra em contato com uma glicoproteína na geléia do óvulo que eleva o nível da atividade proteina quinase, essas quinases fosforilam vários resíduos básicos das histonas espermatozoide-específicas interferindo, desse modo, com sua ligação ao DNA . Esse afrouxamento é considerado facilitar a substituição das histonas espermatozoide-específicas por outras histonas que haviam sido estocadas no citoplasma do oócito. Uma vez descondensado, o DNA pode iniciar a transcrição e a replicação. Depois que o espermatozoide do ouriço-do-mar entra no citoplasma do óvulo, o pronúcleo masculino gira180° fazendo com que o centríolo fique entre o pronúcleo do espermatozoide e o pronúcleo do óvulo. Em seguida, o centríolo espermático age como um centro organizador de microtúbulos, estendendo seus próprios microtúbulos e integrando-os com os microtúbulos do óvulo formando um áster. Esses microtúbulos se estendem através de todo o óvulo, contatam o pronúcleo feminino, e trazem os dois pronúcleos um para perto do outro. A fusão forma o núcleo zigótico diplóide . A iniciação da síntese de DNA pode ocorrer no estágio pronuclear (durante a migração) ou depois da formação do núcleo zigótico. A fertilização pode iniciar deslocamentos radicais nos materiais citoplasmáticos do óvulo. Esses rearranjos do citoplasma do oócito são muitas vezes cruciais para a diferenciação nas etapas seguintes do desenvolvimento, o citoplasma do óvulo contém determinantes morfogenéticos que ficam segregados em células específicas durante a clivagem. Esses determinantes, conduzem à ativação ou repressão de genes específicos conferindo, dessa maneira, certas propriedades às células que os incorporam. O arranjo espacial correto desses determinantes é crucial para o desenvolvimento adequado. O aumento dos níveis de íons livres de cálcio intracelular também inicia a movimentação de aparelhagem para a divisão celular. O mecanismo iniciador da clivagem provavelmente difere entre espécies, dependendo do estágio de meiose em que ocorre a fecundação. Assim após todos esses processos, os óvulos já estão fertilizados e aptos para o início da clivagem. Clivagem e formação de folhetos embrionários Em ovos animais, o primeiro passo do desenvolvimento embrionário é a divisão por clivagem do óvulo fecundado em várias células menores (blastômeros), o que leva, em muitos animais, a formação de uma esfera celular oca – a blástula. A clivagem envolve ciclos celulares curtos, nos quais divisão celular e mitose sucedem-se repetidamente sem qualquer período intermediário de crescimento celular. Durante a clivagem, a massa do embrião não aumenta. Os padrões iniciais de clivagem podem variar muito entre diferentes grupos de animais. O padrão mais simples de divisão é o radial, no qual sucessivas clivagens simétricas dividem o embrião em células de mesmo tamanho. Tal padrão é observado nas primeiras três clivagens do ouriço do mar (Figura 1). (WOLPERT & COLS, 2000, p.236). O ovo de ouriço-do-mar é oligolécito, tendo vitelo em pequena quantidade uniformemente distribuído, divide-se por clivagem radial. As primeiras três clivagens são simétricas, mas a quarta é assimétrica, produzindo quatro pequenos micrômeros num dos polos do ovo, o polo vegetal, definindo assim o eixo animal-vegetal. As duas primeiras clivagens dividem o ovo ao longo do eixo animal-vegetal, enquanto a terceira clivagem é equatorial e divide o embrião nas metades animal e vegetal. Na clivagem seguinte, as células animais dividem-se em um plano paralelo ao eixo animal-vegetal, mas as células vegetais dividem-se assimetricamente para produzirem quatro macrômeros e quatro micrômeros. A clivagem continuada resulta em uma blástula esférica oca composta por aproximadamente 1.000 células ciliadas, que formam uma lâmina epitelial que envolve a blastocele. (WOLPERT & COLS, 2000, p.186). Na blástula de ouriço-do-mar, as células da lâmina epitelial ficam polarizadas radialmente, com diferenças entre a face externa (apical) e a face interna (basal), voltada para a blastocele. Figura 1 –Clivagens radiais são iguais e simétricas (ouriço-do- mar). FONTE: LIVRO - BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO (2018). Em ouriço-do-mar, a clivagem acaba produzindo uma blástula esférica oca composta por um epitélio polarizado com uma célula de espessura (Figura 2). A superfície do ovo, que é coberta por microvilosidades, torna-se a superfície externa da blástula e desenvolve uma camada externa de matriz extracelular, a membrana hialina, à qual as células estão fixadas. As junções especializadas que incluem desmossomos desenvolvem-se entre células adjacentes e o conteúdo da célula torna-se polarizado, com o aparelho de Golgi orientado em direção à superfície apical (externa). Na superfície interna da camada celular, uma lâmina basal é produzida. Figura 2 – Blástula do embrião de ouriço- do-mar: Uma única camada de célula envolve a blastocele. FONTE: LIVRO - BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO (2018). O volume do interior oco da blástula, a blastocele, aumenta a cada clivagem. Isso pode ser parcialmente devido à entrada de fluido na blastocele, mas é também resultado do fato de as células estarem ficando menores a cada divisão, enquanto a massa celular total permanece a mesma. A cada clivagem, o número de células aumenta, as células ficam menores e a camada celular fica mais fina. Portanto, tanto a área de superfície da blástula como o tamanho da blastocele aumentam. (WOLPERT & COLS, 2000, p.239). Pouco antes de a gastrulação iniciar, a blástula tardia de ouriço-do-mar consiste de uma camada única de células envolvendo uma blastocele central cheia de fluido. A futura mesoderme ocupa a região mais vegetal, com a futura endoderme ficando adjacente a ela (Figura 3). O restante do embrião da origem a ectoderme. Nas suas superfícies voltadas para o exterior, as células estão fixadas a uma membrana hialina extracelular, que contém as proteínas hialina e equinonectina. As células estão fixadas às células adjacentes por complexos juncionais nas membranas laterais e formam um epitélio olarizado. Uma lâmina basal de matriz extracelular está presente na superfície interna das células, voltada para a blastocele. (WOLPERT & COLS, 2000, p.243). Figura 3 – Blástula de ouriço-do-mar antes da gastrulação: A mesoderme e a endoderme prospectiva estão no pólo vegetal, existe uma membrana hialina extracelular e uma lâmina basal forra a blastocele. FONTE: LIVRO - BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO (2018). A gastrulação em embriões de ouriço-do-mar, inicia em torno de 10 horas após a fecundação, com mesoderme e a endoderme movendo-se para o interior a partir da região vegetal. O primeiro evento é a entrada na blastocele de aproximadamente 40 células do mesênquima (mesoderme) primário, no pólo vegetal. Elas migram ao longo da face interna da parede da blástula para formar um anel na região vegetal e depositar bastonetes esqueléticos calcáreos. A endoderme, juntamente com o mesênquima secundário, começa então a invaginar-se no pólo vegetal, com a invaginação mais tarde estendendo-se por toda a blastocele e fundindo-se, no lado ventral, com pequena invaginação na futura região da boca. Assim são formados a boca, o intestino e o ânus (Figura 4). Antes de o intestino fundir-se com a boca, células do mesênquima secundário na extremidade da invaginação migram individualmente para dar origem a células mesodérmicas musculares e pigmentares. O embrião é então uma larva pluteus que se alimenta, acabando assim a fase de desenvolvimento indireto do ouriço. (WOLPERT & COLS, 2000, p.187). Figura 4 – A gastrulação de ouriço-do-mar.:As células da mesoderme vegetal passam por uma transição para células de mesênquima primário e entram na blastocele pelo pólo vegetal. Segue-se uma invaginação da endoderme, que se estende para o interior da blastocele em direção ao pólo animal, formando um arquêntero livre. Os filopódios, estendendo-se a partir das células do mesênquima secundário na extremidade da endoderme em processo de invaginação, fazem contato com a parede da blastocele e levam a invaginação para o sítio da futuraboca, com a qual ela se funde, formando o intestino. FONTE: LIVRO - BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO (2018). O ovo de ouriço-do-mar é polarizado ao longo do eixo animal-vegetal, possui uma polaridade bem definida que parece estar relacionada ao sítio de fixação do óvulo no ovário. A polaridade é marcada em algumas espécies por um fino canal no pólo animal, enquanto em outras espécies há uma faixa de grânulos de pigmentos na região vegetal. Os primeiros dois planos de clivagem são sempre paralelos ao eixo do ovo e ele pode ser considerado como correspondente ao eixo ântero-posterior da larva. Os primeiros dois planos de clivagem, que é desigual, formam-se os micrômeros no pólo vegetal. Os micrômeros dão origem ao mesênquima primário podem inicialmente ser especificado por fatores citoplasmático localizados no pólo vegetal do ovo. (WOLPERT & COLS, 2000, p.187). No estágio de 64 células, quatro regiões de células podem ser distinguidas no embrião de ouriço-do-mar ao longo do eixo animal-vegetal e um mapa de destino simplificado pode ser construído. Ele é composto por três faixas de células: os micrômeros no pólo vegetal, que darão origem à mesoderme, a próxima camada de células, que dá origem ao intestino, à mesoderme secundária e a alguma ectoderme, e o restante do embrião, que dá origem à ectoderme e está dividido em região anterior e posterior. (WOLPERT & COLS, 2000, p.189). Genes de controle do desenvolvimento Muitos dos genes que controlam o desenvolvimento de ouriço-do-mar não foram ainda identificados, mas já foi realizado uma análise detalhada de alguns genes cujas expressão varia tanto no espaço como no tempo. (WOLPERT & COLS, 2000, p.191). As regiões regulatórias de um gene de pair-rule de Drosophila como even-skipped contêm muitos sítios de ligação para fatores de transcrição, que podem tanto ativar como reprimir a atividade do gene. Esses sítios-alvo estão agrupados em sub-regiões discretas-módulos regulatórios - cada uma das quais controlando a expressão do gene em um sítio particular do embrião. A análise de um gene de ouriço-do-mar revelou complexidade em modularidades similares nas suas regiões regulatórias. (WOLPERT & COLS, 2000, p.191). Isso é bem ilustrado pela região regulatória do gene de ouriço-do-mar Endo-16, um gene que codifica uma glicoproteína secretada de funções desconhecidas. Endo-16 é expresso inicialmente na região da blástula, na endoderme presumida. Depois da gastrulação, a expressão de Endo-16 aumenta e fica restrita à região média do intestino. O domínio regulatório que controla a expressão de Endo- 16 tem em torno de 2.200 pares de bases de extensão e contém pelo menos 30 sítios-alvos, aos quais 13 fatores de transcrição diferentes podem ligar. Esses sítios regulatórios parecem estar divididos em algumas sub-regiões ou módulos. A função de cada módulo foi determinada ligando-se às sub-regiões prospectivas separadamente a um gene-repórter e injetando a construção de DNA recombinante em um ovo de ouriço-do-mar. (WOLPERT & COLS, 2000, p.191) Metamorfose pós larval Os principais estudos envolvendo o desenvolvimento embrionário ouriço do mar se restringe até a fase em que ele se encontra como larva pluteus, já que a sua metamorfose em adultos é um processo complexo e pouco compreendido. (WOLPERT & COLS, 2000, p.186) Para compreender essa metamorfose, o conteúdo disponível é genérico, sendo descrito um processo geral para todas as espécies de equinodermos, no livro Invertebrados 2°edição, a descrição da estrutura da larva é: “A formação inicial da bolsa do arquêntero tipicamente acontece a partir do fundo cego do trato digestivo em desenvolvimento, ou como um par de celomas ou como uma cavidade que se divide em duas. Esses celomas sofrem um estrangulamento formando um outro par de cavidades posteriormente, e um terceiro par entre o celoma anterior e o posterior. Da frente para trás, esses pares de espaços celômicos são chamados de axoceles, hidroceles e somatoceles esquerda e direita. Esses espaços correspondem às protoceles, mesoceles e metaceles de outro deuterostômios triméricos. A axocele e a hidrocele esquerdas e direitas, não se separam totalmente, mas permanecem conectadas umas as outras pelo canal pétreo. A partir do complexo axo-hidrocele esquerdo surge o hidrotubo que cresce em direção à superfície dorsal da larva, abrindo-se para o meio externo através do hidróporo. Na maioria dos casos, a axocele direita desaparece e hidrocele direita associa-se ao hidrotubo como o saco dorsal.” (BRUSCA & BRUSCA, 2007, p. 864) Com essa estrutura larval descrita, como uma maneira em que comporte quase todas as características de todas as espécies de equinodermos, a metamorfose ocorre, e os destinos de cada componente do corpo da larva é: DESTINO DOS PRINCIPAIS DERIVATIVOS CELÔMICOS DE ADULTOS NO DESENVOLVIMENTO GENERALIZADO DE EQUINODERMOS Estrutura celômica embrionária Destino no adulto Somatocele direita Celoma perivisceral aboral Somatocele esquerda Celoma perivisceral oral; seis genitais; a maior parte do seio hiponeural Axocele direita Perdida em sua maior parte Hidróporo Incorporado ao madreporito Hidrotúbulo e saco dorsal Partes da vesícula madrepórica e ampola Canal pétreo Canal pétreo Hidrocele esquerda Canal circular; canais radiais; revestimento dos lumens dos pés ambulacrais mais outros componentes do sistema vascular aquífero, incluindo os corpúsculos de Tiedemann e as vesículas de Poli Tabela 2- Metamorfose em larvas de equinodermos FONTE: Livro- Invertebrados, BRUSCA & BRUSCA, 2007, p. 865. CONCLUSÃO O estudo do desenvolvimento embrionário é bastante benéfico, pois o conhecimento adquirido serve como base para obter novos conceitos de áreas afins, como por exemplo na zoologia em que o número e desenvolvimento dos folhetos embrionários é determinante para agrupar os animais e diferenciar suas características morfológicas. No que diz a respeito ao desenvolvimento embrionário na subclasse Euechinoidea, é possível visualizar como tem um vasto acervo de material da fase de desenvolvimento indireto e como estes são fundamentais na área da Biologia do Desenvolvimento já que principalmente a fase de fecundação é descrita com uma riqueza de detalhes que auxilia muito na compreensão desse processo até mesmo em outras linhagens, assim o ouriço do mar é considerado um modelo exemplo. Em contra partida, na parte de metamorfose pós larval é penosa a busca por material que explique as mudanças, sendo descrito pelos autores como um processo pouco estudado e de difícil compreensão, dessa maneira uma forma de explanar essa temática foi abrangendo de maneira genérica as mudanças da fase pós larval das espécies do Filo Echinodermata, já que várias delas também tem essa metamorfose pouco compreendida. REFERÊNCIAS Wolpert; Cols. Introdução a Biologia do Desenvolvimento. 2000. Hardy, D. M., Harumi, T. and Garbers, D. L. 1994. Sea urchin sperm receptors for egg peptides. Sem. Dev. Biol. 5: 217-224 Summers, R. G. and Hylander, B. L. 1974. An ultrastructural analysis of early fertilization in the sand dollar, Echinarachnius parma. Cell Tiss. Res. 150: 343-368. Dawid, I. B. and Blackler, A. W. 1972. Maternal and cytoplasmic inheritance of mitochondria in Xenopus. Dev. Biol. 29: 152-161. Richard C. Brusca; Gary J. Brusca. Invertebrados. 2° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Tavares, Y. A. G. Biologia Reprodutiva dos Equinóides Echinometralucunter (Linnaeus, 1758) e Arbacia lixula (Linnaeus, 1758) na ilha Galheta, litoral paranaense, Brasil. 2004. Machado, A. A. Descrição do ciclo gametogênico do ouriço-branco, Tripneustes ventricosus (Lamarck, 1816), no arquipelago de Fernando de Noronha - PE, Brasil. UFRN, 2007. Gilbert, S. F. Biologia do Desenvolvimento. 5° ed, 2003.