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Resistencias Africanas

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1.0.Introdução 
O presente trabalho vai abordar sobre as resistências africanas contra a dominação colonial. E esse tema de modo geral tem se debatido sobre a historiografia da resistência africana, isto é, em dois sentidos: europeísta e africanistas coube aos estudos recentes sobre o grau de preparação e organização colonial e do africano. Durante época de 1880-1920, muitos povos africanos foram humilhados, catequizados e impedidos de realizar seus ritos e seus costumes. Alguns desses conhecimentos foram incorporados à novos estudos que surgiam e outros se extinguiram para sempre. Podemos constatar que de igual forma que resistimos a ocupação colonial mesmo sem meios equiparáveis do agressor demos o nosso máximo, Alguns povos ficaram conhecidos pela força de sua resistência na época do imperialismo na África, como outros que também colaboraram com o Europeu. Nesse trabalho iremos abordar as resistências e como elas foram concebidas pelo europeu.
1.1.Objectivos
Geral 
Analisar as resistências africanas contra a dominação colonial. 
Específicos 
Conceptualizar resistência; 
Explicar as causas da resistência; 
Identificar o papel da religião e das ideologias religiosas. 
1.2.Metodologia 
Para a elaboração do presente trabalho, de modo a alcançar objectivos acima traçados recorremos há pesquisas bibliográficas que compreenderam a leituras minuciosas, tomada de notas sobre informações mais relevante e culminou com a sua compilação final.
1.3.Estrutura
No que concerne a sua estrutura, de referir que para além da introdução em causa, o trabalho a apresenta ainda o desenvolvimento das várias abordagens, a conclusão e a bibliografia respectivamente.
2.0.As Resistências Em Africana Sua Generalidade 
De acordo com NEWITTI (2007:288), define a resistência como conjunto de iniciativas levada a cabo por um grupo de pessoas que defendem uma causa politica na luta, contra um invasor, para o mesmo autor vai mais alem ao enfatizar que este termo pode se referir qualquer esforço organizado pelos defensores de um ideal comum contra a autoridade constituída, sendo qualquer milícia armada que luta contra qualquer autoridade, governo ou administração imposta. 
2.1.A cronologia da resistência
É muito difícil analisar as resistências dentro dos parâmetros cronológicos extremamente políticos ou económicos porque a preocupação dos brancos em África foi extremamente irregular e mais irregular ainda a dominação efectiva colonial. Quando adoptamos a definição tomando como base o parâmetro essencialmente politico, o período entre 1880 – 1900 emerge como o período capital das renitências em borra muito dos grandes esforços de redefinição da soberania pelos africanos se tenha manifestado mais tarde. (RANGER, cit por BOAHEN, 2010. p 67 – 71)
Se considerarmos a importância crescente atribuída a resistência económica, os limites cronológicos ficam ainda menos definidos. Neste caso a reinterpretação mais radical talvez seja a de Samir Amin que atribuiu o final do século XVII e durante o XVIII que se desencadearam, na África ocidental, os movimentos de resistência verdadeiramente cruciais contra a Europa; Amin sumariamente trata as resistências do período da corrida propriamente dito como acções sem entusiasmo, de retaguarda de uma classe dirigente ja comprometida. O que estava essencialmente em jogo na confrontação entre a África e a Europa não era a dominação política oficial, mas as tentativas europeias de manipulação económica. (RANGER, cit por BOAHEN, 2010. p 67 – 71)
Amin distingue três importantes movimentos de resistência no género: as guerras de 1673 a 1677; a revolução dos Torodo de 1776, que “derrubou a aristocracia militar e pôs fim ao tráfico de escravos”; o movimento de 1830, dirigido pelo profeta Diile, no reino de Waalo, que fracassou “diante da intervenção militar francesa”. Amin aqui descreve movimentos de resistência que, voltados contra uma aristocracia africana, também constituíam resposta a agressão económica francesa.
Em conclusão, podemos afirmar que a princípio muitos africanos tinham acolhido os europeus como protectores contra os seus chefes demasiadamente exigentes, mais não tardaram em perceber que as exigências europeias eram igualmente ou mais intoleráveis. Assim, tanto como a primeira assim como a segunda corrida ao território encontraram forte resistências. 
2.2.Tipos de resistências
A situação de ocupação da África e reacção do africano foi relativa. Havendo varias possibilidades de resistência, que a seguir mencionaremos: 
2.2.1.Resistência passiva 
Esta forma de resistência foi a primeira a ser usada pelos africanos. Caracterizava-se pela recusa do sistema, passividade, fuga para outras áreas de menor actuação e sem acesso do colono, recusa do pagamento de imposto, recusa como carregador, ou de produzir culturas obrigatórias, simulação de doença, dissimulação, erros voluntários durante recenseamentos fiscais sobre dados reais nome ou idade, automutilação, enfraquecimento simulado ou voluntario, sabotagem de culturas, entre outros. (M´BOKOLO, 2004:457-8)
2.2.2.Resistência activa ou imediata 
É o tipo de resistência de carácter espontâneo, sem sequencia cronológica, recusa a consequência da colonização, sendo um resistência desorganizada teve como objectivo de solidariedade não como estratégico, mas com um objectivo imediato e palpável, como referimos que as resistências eram continuas mesmo com a implantação da administração colonial, o africano sempre insurgiu. Os awadjis que eram um movimento característico instalados em floresta tropical de Gabão, que se agrupavam em serviços militarem que orquestravam escaramuças e armadilhas. (M’BOKOLO, 2004). 
2.3.Generalidade 
Segundo RANGER, cit por BOAHEN (2010. p 52 – 54), na sua analise sobre a historiografia africana e debruçando-se sobre a resistência africana, afirma que nos últimos 30 anos do século XX, começava a registar estudos sobre historiografia africana como reflexo de incidência de muitas tecnologias e do desenvolvimento das investigações cada vez mais crescente sobre a cultura africana. Por outro lado, arqueologia contrapôs-se a certos mitos que ai existiam, pelo que concluiu que a resistência tem muita importância em relação a partilha e história africana. 
RANGER, aponta três (3) posicionamentos ou corrente sobre as resistências:
Os povos africanos reagiram a partilha de África;
As resistências africanas não foram irracional, nem irregular como pretendem vários autores mas muitas vezes foi apoiada por ideologias inovadoras;
A resistência não foi inútil como pretenderam defender muitos pro-colonialistas no seu devido tempo teve as suas consequências que tem hoje se repercutem.
Em relação a 1ª posição, vem ao de cima existiam mudanças da relação com os europeus, isto quer dizer que deixam existir relações entre africanos e europeus (relações comerciais) levando a uma confrontação com as potências dominadora europeia.
Quanto a 2ª posição
Ele afirma que os africanos insurgem-se contra aqueles que acreditavam na irracionalidade da resistência e chama atenção aos historiadores para reconsiderarem a posição de que os africanos viram nos europeus salvadores em relação as diversidades típicas de África (fome, conflitos internos).
Já em 1905 DAVIDSON convida os historiadores para reflectirem sobre algumas classificações relativas as resistências. Assim, ele afirma que existem duas posições:
1ª. Advoga a existência de povos africanos amantes de paz (pacíficos) e que esses não tinham como resistir;
2ª. Advoga a existência de outros povos de natureza sangrentos.
Ele considera a necessidade de fazer tal reflexão pois existiam os que consideravam a resistência como um processo primitivo de resposta agitada pelos considerados sangrentos. Muitas revoltas estabelecidas por africanos, ate hoje não são consideradas propriamente resistências, mas sim banditismo social, e o objectivo de quem assim defende é escamotear ao máximo facto de ter existido uma resistência em África.
Para DAVIDSON, a resistência foi um fenómenoregular o que torna irrelevante a classificação atrás apresentada segundo as quais os africanos se dividem em pacifistas e belicosos ou belicistas. Ao reforçar essa ideia, ele adianta que não há povos praticamente belicistas, pós quando qualquer ser lhe é retirado algo do seu, naturalmente contrapõe-se, insurge-se.
Nestes termos há sempre uma razão para um acção militar. Para provar esta constatação arqueólogo Shula Mark que trabalhou na região dos Khoisan na África Austral verificou que mesmo durante o estado descentralizado ou centralizado os povos quando ameaçados insurgem-se sempre para defender o que é seu. Nesta senda de pensamento o passo seguinte era passar ao levantamento dos aspectos por investir e interpretar para explicar com profundidade as resistências em África. 
2.4.As Principais Ideologias à volta da resistência 
Afirma-se que existiam focos de análises diferentes ligados a motivações diferentes principalmente nas últimas décadas. Assim se enquadram dois:
Os pró-colonialistas: que invalidam a resistência africana considerando produto da superstição tendo como ideologia a magia, pois que o fim deles (africanos) era serem esmagados partindo do princípio que o colonialismo foi um bem e facto.
Os critérios do colonialismo: que afirma, que os africanos tinham que resistir e que no seu pequeno modo de pensar eles encontraram sempre uma maneira de responder os ataques contra o seu modo de viver.
“Tanto no 1º foco e no 2º foco de análise enquadram-se dentro das posturas europeístas e secundarizam o papel dos africanos como seres com história e digna de consideração”
2.5.Causas e generalização das resistências em África 
OBENGA afirma que entre 1880 – 1900, o processo de conquista e da ocupação pelos europeus tornou-se um fenómeno claramente irreversível e por isso altamente resistível porque:
Pela vantagem decisiva das armas;
Os meios de transporte e comunicação instalados como as ferro vias, a telegrafia e o navio a vapor ofereciam enormes possibilidades de penetração para o interior de África e da ligação entre a África e Europa. Mais do que em qualquer outro período os africanos não estavam em condições de impedir esta ameaça “agressão” imperialista colonial.
OBENGA, sustenta que era altamente resistível porque:
Na ocasião a Europa não empregou na batalha recursos muitos importantes nem em homens e nem tecnologia daí o recurso aos auxiliares africanos;
A existência de algum desconhecimento relativo a África em relação aos dirigentes africanos e das condições físico – geográficos;
Porque a implantação estratégica da penetração foi muito desordenada e inábil.
RANGER, ainda afirma que as pesquisas detalhadas e eruditas (com cunho cientifico ou fundamentadas) sobre as resistências em África servem para demonstrar (3) três postulados doutrinários que continuavam validos.
Postulado: A resistência em África era importante o que prova que os africanos nunca se haviam resignados a «pacificação» europeia o que torna irrelevante a concepção da historiografia tradicional europeia segundo os quais “os povos africanos viram na chegada dos europeus um feliz acaso que os labutava das guerras fratricidas tirania das tribos vizinhas, das epidemias e das fomes periódicas,
Postulado: Sugere que longe de ser desesperada a lógica as resistências foram trabalhadas por todos por isso relevantes e racionais. Não houve povos sangrentos, nem passivo, todos participaram na resistência, uns manifestaram e outros ainda pegando as armas para se livram.
Postulado: os movimentos de resistências não eram insignificantes pelo contrário, tiveram consequências importantes em seu tempo e ainda hoje tem notável ressonância (efeitos), segundo OBENGA, a resistência é um facto praticamente que todos os tipos de sociedade africana registaram e a resistência manifestou-se em quase todas as regiões de penetração europeia resumindo diversos graus de intensidade.
2.6.Ideologias das resistências 
RANGER, cit por BOAHEN (2010. 54-59) afirma que há vários posicionamentos sobre as resistências:
Os apologistas do colonialismo enfatizam o carácter irracional e desesperado da resistência armanda e apresentam-na como resultado frequente da “superstição”, esses sustentavam que as populações africanas aceitaram a dominação colonial teriam sido trabalhadas por “feiticeiros-curandeiros”.
Protagonizada por alguns críticos do colonialismo que admite no entanto que os africanos no seu modo de pensar tradicional não tinham muita coisa que pudesse ajuda-los a reagir a agressão ao seu modo de vida, por isso adiantam que as ideologias de revolta eram consideradas magias do “desespero” voltadas ao fracasso sem perspectiva do futuro.
Consideram as resistências com base a ideologia estritamente profanas, ele propõe o princípio de soberania. Neste sentido, fazendo referencia a Jacob Ajay afirma que os dirigentes africanos enquanto guardiãs da soberania do povo eram hostis a todos os poderes desafiando tal soberania.
2.7.O papel das ideologias religiosas 
RANGER, cit por BOAHEN (2010. p 59) afirma que os estudiosos das resistências africanas descobriram que as doutrinas e os símbolos religiosos, regra geral, apoiavam-se directamente nas questões da soberania e da legitimidade. A legitimidade dos dirigentes era consagrada por uma investidura ritual e, quando um dirigente e seu povo decidiam defender sua soberania, apoiavam-se muito naturalmente nos símbolos e conceitos religiosos. Por exemplo: segundo Walter Rodney no seu artigo sobre as resistências no Estado de Gaza aos portugueses, no sul de Moçambique, Rodney escreve as possíveis consequências traumáticas da mobilização de recursos espirituais na luta: “Os Nguni de Gaza sofreram não só a destruição de sua capital política, mas também a profanação de seu principal santuário.” Após a derrota militar de 1895, os objectos rituais reais desapareceram; os adivinhos jogaram fora os ossos divinatórios depois da incompreensível derrota; a “grande sacerdotisa” foi destituída e executada, e “se tornou bastante generalizado o sentimento de uma profunda crise espiritual.
Foi portanto uma das crises de legitimidade que nasceram os grandes movimentos para tentar redefinir a soberania. De modo quase invariável, tais movimentos tinham, a seu favor, chefes espirituais para exprimir a mensagem de uma unidade mais ampla.
Na opinião de Rodney, o profetismo era acima de tudo uma questão de protesto e havia desempenhado um papel preponderante na maior parte dos casos os movimentos de posição africana. Apesar da importância da ideologia religiosa na resistência esta atacada por dois posicionamentos: por um lado alguns especialistas julgaram que o papel da religião na resistência foi super estimado, por outro lado que se exagerou o papel da resistência na religião. (RANGER, cit por BOAHEN 2010. p 59)
De acordo com OGOT. a essência dos movimentos proféticos consistem em que eles são agentes de mudança espiritual e social, criando comunidades novas capazes de enfrentar os desafios do mundo moderno. As grandes ideologias proféticas de resistência de uma nova base moral para a sociedade.
3.0.Resistência no Norte da África 
No Sudão aconteceu revolução Mohdista, movimento este que durante os anos de 1881 a 1885 dominou o lugar por quatros anos, transformando o que era uma revolta religiosa, em um poderoso estado militante. O Sudão era administrado pelo governo turco do Egipto desde 1821, os povos egípcios e sudaneses lutavam para se libertar da tutela de uma aristocracia estrangeira. Rabi propagava por todo o Egipto a ideia de djihad (guerra santa), e encontrou em no movimento revolucionário dirigido por Muhammad Ahmad al-Mahdi um poderoso aliado. (IBRAHIM citado por BOAHEN 2010. p 85)
A revolução mahdista, tinha o autêntico fervor espiritual no baya’a (juramento de obediência e fidelidade) que os Ansar (adeptos do Mahdi) faziam ao chefe antes de serem admitidos, apesar de ter sido uma revolta religiosa, não significa que esse era apenas a sua motivação, havia os factores secundários ligados a administraçãoturco-egípcia, totalmente corrupta, as violências provocadas após a ocupação além da tentativa do governo de eliminar o comércio de escravos, que era uma importante fonte de riqueza e base da economia agrícola. 
IBRAHIM ainda afirma que “Muhammad Ahmad ibn Abdallah, líder da revolução, era um homem piedoso e tinha como ideal o profeta Maomé, assumiu o papal de Mahdi aos 40 anos de idade, entrando em confronto militar com o governo anglo -egípcio entre os anos de 1881 a 1885”. Este o subestimou no início, enviando uma expedição para a ilha de Aba que foi derrotada fácil e rapidamente. 
Depois de combater em Aba, Mahdi decidiu ir para Djabal Kadir, nas montanhas da Núbia, os sudaneses desta região tornaram-se a coluna vertebral da – militar e civil – da revolução. Em 1883, o Mandi as principais cidades da província de Kordofan, os egípcios enviaram uma tropa para Shaykan, comandada pelo coronel inglês Hicks Pasha, sendo derrotada pelos Ansar em 5 de Novembro e os enchendo de orgulho, fazendo com que mais sudaneses aderissem a revolta, e os delegados de vários países muçulmanos viessem felicitar o Mahdi por uma vitória contra os infiéis. IBRAHIM citado por BOAHEN (2010), sustenta que:
Com a derrota, o governo turco-egípcio entrou em colapso no oeste do Sudão, desta forma, os mahdistas assumiram o controlo das províncias de Kordofan, Darfur e Bahr al-Ghazal. Os mahdistas em seguida atacaram a região oriental do Sudão, dominando-a com a excepção de Souakin, com isso o governo britânico mudou sua postura após a batalha de Shaykan, antes dizia ser um problema puramente egípcio, depois concluiu que seus interesses imperiais exigiam que o Egipto se retirasse imediatamente do Sudão, ordenado que o governo egípcio evacuasse a região e ordenando o general Charles Gordon se encarregasse de fazer a ordem ser cumprida, sendo ele morto em 26 de Janeiro de 1885, acabando com a dominação turco-egípcia no Sudão.
O Estado Mahdista baseado no corão, dominou o Sudão por catorze anos, mas o Madhi morrendo em Junho do mesmo ano da conquista. Abdullah, sucessor de Madhi seguiu em duas frentes contra o Egipto e a Etiópia, mas foram derrotadas. Em 1896 o governo britânico decidiu invadir o Sudão. Graças a superioridade técnica e o califa ter sido surpreendidos, n a primeira fase da invasão as forças britânicas ocuparam a província de Dongola sem encontrar resistência séria. Os sudaneses também foram derrotados na batalha perto do rio Atbara, em 8 de Abril de 1898, na ocasião Mahmud foi capturado e morto alguns anos depois, houve ainda a batalha de 02 de s Setembro do mesmo ano, mas os mahdistas foram novamente derrotados, porém ainda resistiu durante um ano, assim o Estado Mahdista desmoronou em 24 de Novembro de 1899 após a batalha de Umm Diwaykrat, o califa foi encontrado morto em seu tapete de oração de pele de cordeiro. (IBRAHIM citado por BOAHEN 2010. p 85-9)
Os muçulmanos continuavam lendo ratib – livro de orações mahdista – apesar da proibição dos britânicos, em geral acreditavam que o Mahdi voltaria para restaurar a justiça. Os Ansar consideravam os ingleses como a encarnação do al-dadjdjal, eles acreditavam que o Sudão deveria ser governado por muçulmanos, sobre a de lei de Maomé, as doutrinas e os preceitos de Mahdi. Não houve ano entre 1900 e 1914 sem levantes nahdista no Sudão. 
4.0.A revolta de Maji-Maji 
HERNANDEZ (1999) A rebelião de Maji-Maji foi uma revolta armada contra o domínio colonial alemão na região da África oriental (actual Tanzânia), essa rebelião durou de 1905 a 1907, veio quando os alemães tentaram forçar os povos nativos a plantarem algodão para a exportação. Empregou a religião, a magia e era um movimento que englobava 20 grupos étnicos. A religião foi usada para unificar o povo em nome de Deus.
As Razões da Revolta 
HERNANDEZ (1999) ainda diz que, As revindicações do mercado, exploração, retirada das suas terras, mãos tratos. O que provocou a revolta imediata foi a introdução da cultura de algodão com obrigação de 28 dias de trabalho.
O movimento Maji-Maji terminou por seguintes razões:
Os alemães começaram a assassinar e prender os membros dos grupos;
Fuga dos seus membros para Quénia, foi o que originou o movimento Mau-Mau.
5.0.As resistências dos Mau-Mau na África Oriental 
Foi um movimento ocorrido durante o processo de descolonização do Quénia (1952), iniciado pelo grupo intitulado Mau-Mau, uma organização clandestina que surgiu entre os Kikuyus, grupo étnico do Quénia com a finalidade de libertar o seu pais do colonizador europeu (1952 a 1963).
A guerra fez perto de 100 mil mortos do lado africano e 320 mil prisioneiros (civis e rebeldes). A sua origem se deve a factores políticos e religiosos. 
Em 1949 começa a 1ª acção de guerrilha ele faziam assassinatos aos colonos, praticavam a sabotagem, eles tinhas colaboradores na cidade de Nairobi que recolhiam material de guerra e financeiro para os que estão no mato continuasse com a guerrilha.
Essas acções esporádicas tornam uma actividade incontornável para o estado colonial, eles não conseguiram controlar ao impor a ordem. Os estados europeus começaram a causar aos líderes africanos como eles é que iniciavam a violência foram presos e dos chefes que foi preso foi o Jomo Keniata. Todos os estudiosos que estavam na América tinham que voltar para África para a libertação de África. 
Em 1753 Mau-Mau começa a declinar devido as pressões, problemas internos porque os colonos castigavam os seus líderes e criações de unidades de desertores que foram reintroduzidos no movimento Mau-Mau para desestabilizar o movimento.
Em 1956 foi preso o coronel KIMATH que era o chefe máximo, apesar das detenções do seu líder o movimento Mau-Mau, não desapareceu lutou tanto como o Jomo Keniata até a independência do pais.
6.0.Consequências e relevância da resistência africana
Durante muito tempo foi defendido que os movimentos de resistência eram tidos simplesmente como impasses que conduziram. Visto por todos os anos Nas ultima décadas do século XX, defendem-se que esses movimentos se voltaram para o futuro. Assim do ponto de vista da soberania, elas anteciparam sua reconquista e o triunfo do nacionalismo africano. Na medida em que são depositários de ideologias proféticas, pode-se considerar que tenham contribuído para novos agrupamentos em torno de ideias.
Alguns movimentos trouxeram consigo a melhora da situação dos povos revoltados. Outros instituíram lideranças alternativas oficialmente reconhecidas. Estavam “ligados” ao nacionalismo das massas, levando em conta a continuidade da atmosfera e dos símbolos veiculados por outros movimentos de massa do período intermediário e, enfim, porque os movimentos nacionalistas manifestamente se inspiraram nas lembranças de um passado histórico. O carácter precursor dos movimentos de resistência tornou-se um axioma para os teóricos dos movimentos nacionalistas e das guerrilhas. (BOAHEN 2010: p 65)
7.0.Conclusão 
Feito o presente trabalho concluímos que de 1880 a 1914, toda a África estava quase colonizada, com excepção da Libéria e Etiópia. Esse fenómeno, para os africanos se traduziu essencialmente na perda da sua soberania, de sua independência e de suas terras, desenrolouse em duas fases: a primeira vai de 1880 aos primeiros anos do século XX, A segunda até a irrupção da Primeira Guerra Mundial, em 1914. A Resistência na África se revelou mais violenta dependendo do colonizador, e o nível de preparação militar ou psicológica do africano. Embora que haja pormenores de traição entre africano, não podemos erradamente considerar este termo apologético colonial, apenas foi a tentativa de procura de aliança entre o africano com o europeu, mas este percebia a tal aliança como forma de aproximação dos inimigos e acabou derrotando de vez em vez que aproximava do africano ate o último aliado foi derrotado. De uma ou de outra forma os africanos lutaram para defender ou ate resgatar sua soberania e liberdade usurpada pelo Europeu, apesar do domínio europeu os africanos sempre resistiram continuadamente,por desobediência, sabotagem ou ate rebeliões, este fenómeno foi se arrastando ate o alcance da independência embora tenha tomado um outro carácter.
8.0.Bibliografias 
MʹBOKOLO, Elikia. África Negra: História e Civilizações século XIX até actualidade, Lisboa: Edições: colibri, 2004.
NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.
BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África: África Sob a Dominação Colonial. 2ª ed, Brasília: Unesco, 2010.
DAVIDSON, A. B. 1968. “African resistance and rebellion against the imposition of colonial rule”. In: T. O. RANGER, org. Emerging Themes of African History. p. 177-88.
OGOT, Bethwell Allan. História geral da África, V: África do século XVI ao XVIII – Brasília: UNESCO, 2010. 
RANGER, Terence O. 1969. Iniciativas e resistência africanas em face da partilha e da conquista, in: BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África: África Sob a Dominação Colonial. 2ª ed, Brasília: Unesco, 2010.
HERNANDEZ, Leila Leite. Os movimentos de resistência na África. Revista de História. São Paulo, USP, 1999.

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