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7-História

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HISTÓRIA
A Sociedade Feudal ( Século V ao XX) .................................................................................................................................................. ..........01
O Renascimento Comercial e Urbano ............................................................................................................................................................. 03
3) Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, O Absolutismo e o Mercantilismo ....................................................... 05
A Expansão Marítma Européia ........................................................................................................................................................................... 09
O Renascimento Cultura. O Humanismo e as Reformas Religiosas ..................................................................................................... 12
A Montagem da Colonização Européia na América: Os Sistemas Coloniais Espanhol, Francês, Inglês e dos Países Baixos ...21
O Sistema Colonial Português Na América: Estrutura Políticoadministrativa; Estrutura Socioeconômica; Invasões Es-
trangeiras; Expansão Territorial; Rebeliões Coloniais. Movimentos Emancipacionistas: Conjuração Mineira E Conjuração 
Baiana’ ..........................................................................................................................................................................................................................30
O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido ......................................................................................................................................................................50
As Revoluções Inglêsa ( Século XXII) e a Revolução Industrial ( Século XVIII a XX) .......................................................................................56
A Independência dos Estados Unidos a América ..........................................................................................................................................................63
A Revolução Francesa e a Restauração (O Congresso de Viena E A Santa Aliança) .....................................................................................92
O Brasil Imperial: O Processo da Independência do Brasil: O Período Joanino; Primeiro Reinado; Período Regencial; Segundo 
Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República ..................................................................................................................................105
O pensamento e a ideologia no século xix: o idealismo romântico; o Socialismo utópico e o socialismo científico; o cartismo; 
a doutrina social da Igreja; o liberalismo e o anarquismo; o evolucionismo e o positivismo. ..............................................................115
O mundo na época da primeira Guerra mundial: o imperialismo e Os antecedentes da primeira guerra Mundial; a primeira 
guerra mundial; Consequências da primeira guerra Mundial; a república velha no brasil; Conflitos brasileiros durante a Repú-
blica velha .......................................................................................................................................................................................................................................134
O mundo na época da segunda guerra Mundial: o entre-guerras; a segunda Guerra mundial; o brasil na era Vargas; a parti-
cipação do brasil na Segunda guerra mundial.............................................................................................................................................................143
O mundo no auge da guerra fria: a reconstrução da europa e do japão e o Surgimento do mundo bipolar; os principais 
conflitos da guerra fria – a guerra Da coréia (1950 – 1953), a guerra do vietnã (1961 – 1975), os conflitos árabesisraelenses 
Entre 1948 e 1974; a descolonização da áfrica e da ásia; a república Brasileira entre 1945 e 1985 ..................................................150
O mundo no final do século xx e Início do século xxi: declínio e queda Do socialismo nos países europeus (Alemanha, polô-
nia, hungria, extchecoslováquia, Romênia, bulgária, Albânia, ex-iugoslávia) e na ex-união Soviética; os conflitos do final do 
Século xx – a guerra das malvinas, a Guerra irã-iraque (1980 – 1989), a guerra Do afeganistão (1979 – 1989), a guerra Civil 
no afeganistão (1989 – 2001), a Guerra do golfo (1991), a guerra do Chifre da áfrica (1977 – 1988); a guerra Civil na somália 
(1991); o 11 de setembro De 2001 e a nova guerra no afeganistão; A república brasileira de 1985 até os Dias atuais. Árabes
-israelenses entre 1948 e 1974; a Descolonização da áfrica e da ásia; a República brasileira entre 1945 e 1985 ...................... 161
Exercícios - Provas Antriores .................................................................................................................................................................................................176
1
HISTÓRIA
A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULO V AO XV)
O Mundo Feudal
O Feudalismo foi um sistema de organização social que vigorou na Europa entre os séculos V e XV. Convencionalmente, 
essa etapa da história europeia é dividida em dois períodos: a Alta Idade Média (século V ao X), quando as bases do sistema 
feudal estavam sendo moldadas; e a Baixa Idade Média (século XI ao XV), período que corresponde ao ápice e ao declínio 
do mundo feudal. 
Durante o feudalismo, o comércio era praticamente inexistente. O que vigorava nas relações sociais eram os laços de 
servidão. O próprio termo feudo se refere a um “bem que é retribuído”. Fruto da junção de elementos germânicos e roma-
nos como o comitatus e o colonato, essa forma de organização se caracterizará pela doação e administração das terras por 
parte da nobreza, pela servidão dos camponeses e pelas orações dos membros da Igreja Católica. 
 
 
A Sociedade Feudal 
A sociedade feudal pode ser dividida em três camadas populacionais, cada uma delas com função específica a ser de-
sempenhada. Imaginemos uma pirâmide social, cujo topo fosse ocupado pelos membros da Igreja Católica: o clero. A Igreja 
foi a instituição mais poderosa durante a Idade Média, e, além do poder espiritual, a instituição detinha sobre seu controle 
uma grande extensão de terra, e havia grande influência política exercida sobre os senhores feudais e os reis. 
Há também outra forma de classificar a sociedade feudal, dividindo-a entre clérigos e leigos. Os clérigos foram o corpo 
eclesiástico, isto é, os membros da Igreja, já os leigos contemplavam o restante da população. O clero, por sua vez, era di-
vidido em dois grupos: o Alto clero (bispos, arcebispo e o papa), composto por pessoas oriundas de famílias nobres e que 
ocupavam os altos cargos da Igreja; e o Baixo Clero (padres, monges, diáconos etc.), parte inferior da hierarquia clerical em 
que seus membros administravam paróquias que ficavam próximas às vilas. 
Os leigos também eram divididos em dois grupos: nobres (ou senhores) e camponeses. Os senhores de terra formavam 
o segundo grupo na pirâmide social feudal, e, composto pela nobreza, exercia funções administrativas em suas terras, mas 
sua principal atividade era a guerra. Os cavaleiros da Idade Média eram advindos dessa camada social. 
Por fim, na base da pirâmide, havia os camponeses. Estes compunham a principal força de trabalho durante a Idade 
Média. O fruto do trabalho de servos e vilões (trabalhadores livres, que possuíam um pequeno lote de terra ou que não es-
tavam atrelados a nenhum senhor feudal) sustentava também o clero e a nobreza. Houve casos raros de escravidão naquele 
período, e cabia, aos poucos escravos, desempenhar funções domésticas nos castelos dos senhores. 
2
HISTÓRIA
 Suserania e Vassalagem 
Independentemente da condição social do indivíduo, durante o feudalismo todos estavam ligados por alguma relaçãode dependência pessoal. Entre os nobres, havia um tipo de relação específica, a vassalagem. Essa forma de interdepen-
dência se dava após um senhor feudal doar terras para outro nobre. Nesse contexto, o beneficiado fazia um juramento 
(investidura) prometendo prestar serviços militares ao seu donatário. 
 
A Economia Feudal 
A base da economia feudal era a agricultura. A alimentação de uma pessoa na época contemplava cereais, legumes e 
frutas, e a carne era advinda da pecuária. Os feudos eram unidades praticamente autossuficientes, onde os camponeses 
extraíam da terra tudo que fosse necessário para sua sobrevivência. 
O feudo era dividido em três partes: 
Manso senhorial – Terras que pertenciam ao senhor feudal. Nelas, situava-se o castelo do senhor e todos os equipa-
mentos e ferramentas necessários para a sua sobrevivência e de seus camponeses, como fornos, arados, moinhos etc. 
Manso servil – Terras destinadas aos servos para praticarem a agricultura de subsistência. 
Terras comunais – Terras destinadas ao uso tanto do senhor quanto dos servos. Geralmente utilizada para a criação de 
animais, a única atividade restrita era a caça, sendo sua prática restrita aos nobres. 
Havia também o comércio, mas essa atividade era bastante restrita. O uso de dinheiro também era peculiar, visto que 
as trocas comerciais eram geralmente realizadas por meio do escambo, ou seja, a troca direta de um produto por outro. As 
regiões onde mais se desenvolveram zonas de comércio foram a península Itálica e a Escandinávia. 
Saiba Mais! 
 
[...] A vassalagem funcionava como uma prestação de homenagem que um nobre fazia a outro mais poderoso, em que 
este passava aa ser seu suserano. O vassalo devia a seu senhor lealdade e serviços, em geral, militares. Em troca, o suserano 
fornecia proteção e meios materiais para sua manutenção; meios que poderiam ou não ser um feudo. 
 
No caso de servidão, eram duas as principais formas de sujeição: a sujeição do indivíduo e a da terra. Na primeira forma, 
o servo pertencia ao senhor que comumente se apropriava apenas de seu trabalho [...]. Na segunda forma, os senhores 
arrendavam parcelas de sua terra a camponeses livres em troca de porcentagem na produção e pagamentos de serviços, 
as chamadas corveias. 
 
Adaptado de: SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. apud PELLEGRINI, Marcos César. Vontade de saber histó-
ria – 7º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2009, p. 46. (Coleção Vontade de Saber) 
3
HISTÓRIA
 
 As Obrigações Servis 
Para viver nas terras do senhor e conseguir um lote para trabalhar e sustentar sua própria família, o servo deveria rea-
lizar uma série de obrigações para o seu senhor. Vejamos algumas: 
Corveia – Além de trabalhar nas próprias terras, o camponês deveria destinar dois ou três dias na semana para trabalhar 
nas terras do senhor feudal. 
Talha – Era a obrigação do servo de entregar cerca de 40% de tudo que era produzido em suas terras para o senhor. 
Capitação - Tratava-se de uma espécie de imposto pago para cada pessoa que vivesse no feudo. 
Banalidade – As ferramentas e instalações necessárias para a sobrevivência dos camponeses também pertenciam ao 
senhor; sendo assim, para um servo utilizar o forno ou moinho do feudo, era necessária a entrega de parte de sua produção. 
Embora essa série de obrigações colocasse sobre os camponeses uma condição de grande servidão, esse sistema de 
práticas se sustentou durante muitos séculos, fato que comprova sua eficiência durante o período. 
Fonte:
http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?redi-
rect=72772558225775119649596082172
O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
Nesta postagem você encontrará um resumo acerca do Renascimento Comercial e Urbano, bem como as principais 
mudanças culturais e socioeconômicas promovidas pela reabertura do mar mediterrâneo reinserindo a Europa Ocidental 
nas rotas comerciais.
O Renascimento Comercial e Urbano é fruto de mudanças sistemáticas nas relações políticas, sociais e econômicas a 
partir da realização das Cruzadas, expedições militares, comerciais e políticas, que visavam a conquista dos territórios sa-
grados para a religião católica, bem como as tentativas de reunião da cristandade, separada a partir do Cisma do Oriente, 
ou seja, o rompimento entre católicos que originou a divisão desta doutrina religiosa em católicos romanos e católicos 
ortodoxos.
Humanistas costumam retratar a idade média como um longo período de trevas, uma vez que do ponto de vista cien-
tífico o domínio da doutrina e filosofia católica, representada pelas escolas patrística e escolástica, exerceu forte influência 
no que era produzido em termos culturais.
O desenvolvimento das Cruzadas, embora não tenham logrado êxito em relação aos objetivos iniciais, representou a 
reabertura do mercado europeu, sobremaneira para o comércio de produtos produzidos na Ásia (especiarias) com grande 
influência, participação e domínio dos navegadores italianos, com destaque para o pioneirismo dos genoveses e venezianos.
Em território europeu, a lógica medieval que por quase mil anos impediu o pleno desenvolvimento da atividade co-
mercial, reduzida a troca direta de mercadorias (escambo) independente do uso de padrões monetários sofreu importantes 
mudanças a partir da revolução agrícola, que por sua vez inseriu novas técnicas que potencializaram a produção, bem como 
do próprio desenvolvimento das cruzadas e a da ascensão burguesa, trazendo a tona novos conflitos e relações sociais.
4
HISTÓRIA
Do ponto de vista da nobreza feudal, a centralização do poder nas mãos dos Reis e o estabelecimento dos chamados 
Estados Nacionais operaram mudanças igualmente marcantes na esfera política e também só foi possível com o desenvol-
vimento da atividade comercial nos chamados burgos. Em suma, o controle e proteção da atividade comercial exercida por 
burgueses garantiram receitas capazes de elevar o poder dos reis com a formação e manutenção de exércitos regulares e 
até mesmo profissionais.
Fonte: http://www.todamateria.com.br/renascimento-urbano/
A imagem acima mostra a cidade francesa de Carcassonne. Repare que o centro da cidade é cercado por muralhas. Os 
Burgos, zonas de comércio, situavam-se dentro das muralhas, o que garantia a proteção da atividade mercantil. Em troca 
da segurança os burgueses pagavam tributos aos senhores feudais/nobres.
Todavia, algumas cidades ganharam ainda mais destaque como centros comerciais a partir do desenvolvimento da bur-
guesia, cada vez mais organizada em ligas, guildas ou corporações de ofício, que visavam o desenvolvimento de atividades 
comerciais específicas.
Exemplo destas associações, a chamada Liga Hanseática era composta por uma série de cidades que monopolizavam 
as principais rotas comerciais marítimas na Europa e foi responsável por estabelecer leis de navegação e comércio na re-
gião. A liga foi originalmente formada no século XII e congregava as principais cidades livres da região do mar báltico e 
mar do norte. Com sede na cidade alemã de Lubeck, participavam dela as cidades de Londres, Bordeaux e Nantes, Bergen, 
Bruges, Cracóvia, Varsóvia, Groningen, Novgorod, Praga, Reval, Riga, Bremen, Hamburgo, Veneza, entre outras.
5
HISTÓRIA
Fonte: http://es.slideshare.net/naisa1879/ciudad-medieval
O mapa acima apresenta em detalhes as principais rotas comerciais sob influência da Liga Hanseática. Fundada no 
século XII, esta associação comercial chegou a reunir uma centena de cidades.
Por sua vez, as guildas reunião artesãos e trabalhadores vinculados a determinadas atividades e estabeleciam padrões 
a serem obedecidos na produção destes produtos, como sapatos, alfaiataria, entre outras atividades manufatureiras. Se-
guiam uma hierarquia bastante rígida baseada na capacidade do artesão que se dividia em mestres, oficiais e mestres.
Desta forma as cidades tornaram-seambientes cada vez mais ocupados, uma vez que atividade agrícola era restrita a 
um pequeno número de pessoas e a cidade oferecia um novo leque de oportunidades aqueles que não mais conseguiam 
retirar seu sustento do campo. Assim, a cidade configurava-se como um ambiente mais livre do domínio da nobreza feudal.
De igual maneira, a burguesia ampliava a passos largos sua influencia nesta nova composição social e o retorno de va-
lores culturais clássicos advindos das regiões independentes da grande influência católica fez renascer na Europa um siste-
ma cultural mais livre, capaz de abalar também as estruturas culturais da Europa que resultariam no renascimento cultural.
3) OS ESTADOS NACIONAIS EUROPEUS DA 
IDADE MODERNA, O ABSOLUTISMO E O 
MERCANTILISMO
Formação dos Estados Nacionais
A Idade Média foi uma época marcada pelos esforços dos europeus para unir seus países sedimentando o poder real 
– que estava dissipado – e centralizando os governos em torno do monarca
6
HISTÓRIA
Durante a chamada Idade das Trevas a Europa, que estava em boa parte sob domínio muçulmano, lutou até a expulsão 
dos árabes de seu território, consolidando a fé católica em seu continente. Em que pese a repressão inquisitorial da Igreja 
– na verdade uma iniciativa radical para reafirmar o catolicismo que estava ameaçado – a Idade Média foi um período de 
significativo fortalecimento artístico nos ramos da literatura, música, teatro, arquitetura e outras vertentes, como a pintura e 
a escultura; até por influência da civilização islâmica que, então estava num grau de desenvolvimento cultural e tecnológico 
muito avançado para a época, superando em conhecimentos os próprios ocidentais.
 Os países, como os conhecemos hoje, nem sempre existiram. Na Antiguidade as cidades muitas vezes eram reinos 
pequenos que possuíam enorme autonomia em relação ao poder central. Principalmente a Europa, durante a Baixa Idade 
Média era uma verdadeira “colcha de retalhos” formada pelas cidades-estados, que eram governadas por administradores 
regionais. Foi entre os séculos 11 e 14 que essa região, cujo Sul estava sob domínio muçulmano, sentiu a necessidade de 
se unir sob governantes centralizadores. Primeiro foi a Igreja que tentou unir o continente sob sua batuta. Fracassada essa 
empreitada, monarcas como Luis XIV de França, o absolutista chamado “Rei Sol”, adquiriram poder político e militar e, sub-
jugando os líderes regionais, fomentaram a união nacional. O Sacro Império Romano-germânico e os Estados Italianos são 
dessa época. Esses, que tinham na verdade uma “pseudo-coletividade”, só vieram a se unir num verdadeiro poder central 
por volta do século 18.
Os Estados Nacionais surgiram a partir da unificação dos feudos em governos exercidos pelos reis que, aliados à 
burguesia, promoveram a centralização do poder político, bem como a unificação de pesos e medidas e a instituição de 
exércitos nacionais unificados. Portugal, durante o século 12, tornou-se o primeiro Estado Nacional, com a expulsão dos 
muçulmanos que ocupavam então seu território. Praticamente toda a Europa viu a centralização do poder em torno dos 
monarcas – absolutistas – naquela época. Apenas o Sacro Império Germânico e a Itália permaneceram fragmentados.
 
Faltava unidade…
Na verdade, a nobreza não se viu alijada do poder centralizado em torno dos monarcas, mas recebeu representação 
política nesse novo status quo, o que não impediu que a burguesia experimentasse desenvolvimento econômico significa-
tivo. Naquela época, o reino da França, por exemplo, estava fracionado em inúmeros ducados e condados que formavam 
grandes feudos e estava sujeito, por isso, ao poder dos senhores feudais, virtuais soberanos que, junto aos bispos – re-
presentantes dos feudos eclesiásticos – exerciam o governo da nação. Eram assim os exatores da justiça, moviam guerras 
e cunhavam moedas que não possuíam um padrão, uma unidade que as agregasse e identificasse. Os nobres de França 
reconheciam, sim, o poder do rei. A autoridade do monarca, todavia, limitava-se ao governo das cidades e das terras de 
sua propriedade.
Por aquela época, entretanto, o feudalismo entrou em crise. Isso foi só no fim da Idade Média, quando o poder real 
começou a se fortalecer. Então a Monarquia Feudal evoluiu para uma Monarquia Nacional, poderosamente centralizada. O 
processo, que se desenvolveu em toda a Europa, teve na França sua mais acentuada representação – naquela época.
7
HISTÓRIA
Apesar de as monarquias nacionais só terem começado a surgir em profusão maior por volta do século 14, as origens 
desse sistema de governo podem ser encontradas já na Baixa Idade Média. Alguns costumam afirmar que a Europa come-
çou a unificar seus reinos por volta do fim da Idade Média, o que não é uma completa verdade; tome-se o exemplo de Por-
tugal e Espanha. Na realidade, desde o século 12 o processo vinha se desenvolvendo – como foi o caso nessas duas nações. 
O fato é que a História sempre teve essa característica acelerada. Os processos históricos evoluíam mais lentamente nos 
tempos antigos. Com o passar das eras as evoluções se deram e vêm se dando de maneira cada vez mais rápida, acelerada. 
Assim, as mudanças que puderam ser observadas entre os séculos 10 e 15 são em muito menos profusão do que aquelas 
que aconteceram no período seguinte, entre os séculos 15 e 20, por exemplo.
Dessa forma, o lento processo que se iniciara com o Condado Portucalense e os reinos de Aragão, Castela e Navarra, só 
viu sua culminância por volta do século 14 e 15, primeiro na França, depois no resto da Europa. Os resultados da centraliza-
ção podem ser percebidos por meio da unificação legal (tribunais jurídicos, códigos escritos), unificação militar, monetária, 
delimitação precisa das fronteiras e unificação cultural. A Igreja, em algumas nações, se viu prejudicada em sua hegemonia, 
surgiram conflitos como a Querela das Investiduras e o Cisma do Oriente. Em outras, os Estados Nacionais promoveram, 
na verdade, uma expansão do poder eclesiástico, como a Inquisição Ibérica, por exemplo, e a posterior colonização da 
América.
 
O matrimônio entre Fernando de Aragão e Isabel de Castela selou a união dos reinos espanhóis. Dessa Formação, ocor-
reu o processo de expulsão dos muçulmanos que ocupavam a Península Ibérica | Foto: Shutterstock
 
Árabes mais avançados
Na verdade estados nacionais, monarquias centralizadoras não são uma novidade na História das nações e as houve 
desde a mais remota Antiguidade. Vejam-se os exemplos do Egito, do Império Assírio, de Roma, de Babilônia e Israel. Na 
realidade esses impérios, quase todos do Oriente, conviviam, frequentemente sob estado de beligerância com cidades-es-
tados que tinham seus soberanos locais. O que ressalta no processo de formação dos estados nacionais europeus é o fato 
de que a Europa estava, naquela época, numa fase evolutiva de seu sistema de governança ainda aquém das nações de 
outros continentes. Haja vista, por exemplo, ao processo de invasão do Sul da Europa – que se iniciou em 710 com o chefe 
8
HISTÓRIA
muçulmano Tárik –, o qual só se tornou exequível por causa da inferioridade técnica dos povos do continente subjugado 
em relação aos povos de origem árabe que perpetraram as diversas levas de ocupação. A superioridade técnica dos ára-
bes pode ser constatada pelo fato de que sua grande evolução científica naquela época trouxe importantes descobertas 
para o Ocidente, como o astrolábio e a bússola, sem os quais as grandes conquistas marítimas de Portugal e Espanha, por 
exemplo, não seriam possíveis. Além de avanços como o desenvolvimento da química, foram os árabes que introduziram 
no mundo ocidental os algarismos arábicos e a álgebra.
Assim, o caráter fragmentário dos reinos europeus deu espaço para que os povos muçulmanos – que estavam num 
patamar mais evoluído do ponto de vista tecnológico (e, portanto, marcial) – levassem a termoseu processo de conquista 
do continente branco e cristão por meio de incursões a partir das costas mediterrâneas do norte e nordeste da África prin-
cipalmente.
 
Morte de Roderic, por Tárik na batalha de Guadalete | Foto: Shutterstock
 
Passaram lá os árabes mais de 780 anos no total, só tendo sido expulsos completamente em 1492, ano do descobri-
mento da América! É interessante salientar que a nacionalização de monarquias como Portugal e Espanha se deu exata-
mente durante a ocupação moura, o que pressupôs muito conflito e foi, na verdade também uma consequência ideológica 
do sentimento de rancor pela humilhante submissão do brioso povo europeu aos árabes muçulmanos. Tal ressentimento 
acabou por criar uma corrente de solidariedade patriótica que, reunindo o povo daquelas nações em torno do ideal de 
coesão, moveu portugueses e espanhóis a almejar e combater pela centralização do poder, naquele momento, única arma 
realmente eficaz contra o inimigo invasor, cujo caráter gregário da religião islâmica os unia fortalecendo sua causa, em que 
pese a origem heterodoxa dos vários povos que, oriundos de diversos países perpetraram as invasões a partir do século 
8º d. C.
 
Conflitos e a reconquista
Ao contrário de reinos como a Inglaterra, por exemplo, que possuía um governo mais centralizado, nações como a Itália 
permaneciam extremamente divididas até por volta do século 13. A Itália estava assim dividida em pequenas repúblicas 
cujas principais eram Milão, Veneza, Gênova, Siena e Verona. Ao norte existiam os Estados Feudais como o Ducado de Sa-
boia e, ao sul, os Estados Pontifícios que se expandiram a partir da ação do papa Inocêncio III.
Ao sul da Península Itálica ficava o Reino da Sicília (capital Palermo), formado pelos Normandos, que lá se instalaram a 
partir do século 9º. Reportando-nos ao século 13, o conflito entre o papa e o Império Germânico afetou profundamente a 
Itália. A intervenção do papa na política italiana foi o que levou alguns a apoiarem o imperador alemão contra o pontífice. 
A Itália viu então um período de grave derramamento de sangue.
9
HISTÓRIA
 
Batalha de Higueruela, 1431, decisiva na expulsão dos muçulmanos | Foto: Creative Commons
 
Na Península Ibérica, por sua vez, os pequenos reinos cristãos que se originaram com os visigodos, no Norte, começa-
ram o processo de reconquista no século 11 e, com o apoio de guerreiros franceses e de outros países, iniciaram o processo 
de expulsão dos muçulmanos, que então recuaram para o litoral. Ocorreram, porém, novas invasões muçulmanas, oriundas 
principalmente do Marrocos (século 12). Entretanto, apesar disso, a maior parte da Península Ibérica havia sido retomada. 
Um dos marcos principais da reconquista foi a Batalha de Las Navas de Tolosa, em 1212. Nela os cristãos, liderados pelo rei 
Pedro II, de Aragão, venceram os árabes num dos capítulos finais da ocupação. Antes haviam se formado, ainda durante 
a ocupação moura os reinos de Aragão, Castela, Navarra e Leão – este último deu origem a Portugal e os três primeiros 
formaram a Espanha
Fonte:
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/formacao-dos-estados-nacionais/
A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA
Foi a expansão marítima europeia que deu início ao processo de Revolução Comercial, fenômeno que marcou o mundo 
entre os séculos XV e XVIII.
Quando o europeu se lançou ao mar, possibilitou a interligação do mundo e ditou os rumos da Revolução Industrial, 
na segunda metade do século XVIII.
As primeiras grandes navegações permitiram a superação das barreiras comerciais típicas da Idade Média, permitiram 
o desenvolvimento da economia mercantil e o fortalecimento da classe burguesa.
Estas Primeiras Grandes Navegações foram realizadas entre os séculos XV e XVI. Os pioneiros na expansão marítima 
foram os portugueses e os espanhóis, seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses.
Fatores que levaram os europeus a realizarem as primeiras Grandes Navegações:
A procura de mercados produtores agrícolas na África e na Ásia para suprir as necessidades da crescente população 
europeia.
A procura de novos mercados consumidores de produtos manufaturados na Europa.
Falta de metais preciosos na Europa para a cunhagem de moedas.
O aprimoramento das técnicas de navegação.
A necessidade de se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias.
A burguesia mercantil buscava novos caminhos para a Índia, para quebrar o monopólio que as cidades italianas, princi-
10
HISTÓRIA
palmente Veneza e Gênova, exerciam sobre o comércio de 
especiarias vindas daquela região, e para evitar o confronto 
armado com essas cidades no Mediterrâneo (mar interior 
que está localizado no Oceano Atlântico Oriental entre a 
Europa (ao sul), Ásia (a oeste) e África (ao norte)).
A aliança entre rei e burguesia também contribuiu de 
maneira decisiva para a expansão comercial e marítima. 
Juntos, rei e burguesia patrocinaram e financiaram expedi-
ções para a África, Ásia e a América.
Portugal foi o pioneiro na realização de grandes via-
gens. Voltado para o Atlântico desfrutava de posição pri-
vilegiada.
No início do século XV, Portugal tornou-se o centro 
de estudos de navegação, com o estímulo do infante D. 
Henrique, o navegador, que reunia em sua residência, em 
Sagres, Algarve, navegadores, cosmógrafos, cartógrafos, 
mercadores e aventureiros.
As Grandes Navegações Portuguesas
1415 – chega à ilha de Ceuta, no norte da África.
1419 – ocupa o arquipélago dos Açores.
1434 – dobra o cabo do bojador.
1444 – descobre o arquipélago de Cabo Verde.
1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Espe-
rança.
1498 – Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste 
da Índia.
1500 – Pedro Álvares Cabral oficializa a posse sobre 
o Brasil e segue depois rumo à Ásia, objetivo principal da 
esquadra.
As Grandes Navegações Espanholas
O segundo país europeu a se aventurar nas Grandes 
Navegações foi a Espanha e mesmo assim, quase oitenta 
anos depois de Portugal.
Em sua primeira viagem Colombo desembarcou nas 
Bahamas, acreditando ter alcançado as Índias, e morreu 
acreditando nisso.
Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o na-
vegador Américo Vespúcio confirmou tratar-se de um novo 
continente.
1942 – Cristóvão Colombo descobre a América.
1499 – Alonso Ojeda chega à Venezuela.
1500 – Vicente Pinzón chega ao Brasil, no Amazonas.
1511 – Diogo Velasquez chega Cuba.
1512 – Ponce de León chega à Flórida.
1513 – Vasco Nunez alcança o Oceano Pacífico.
1519 – Fernão de Magalhães e Sebastião del Cano par-
tem para a primeira viagem de circum-navegação.
1519 – Fernão Cortez chega ao México.
1531 – Francisco Pizarro conquista o Peru.
1537 – João Ayolas chega ao Paraguai.
1541 – Francisco Orellana explora o rio Amazonas.
As navegações inglesas, francesas e holandesas na Amé-
rica
Depois de algumas expedições de reconhecimento 
geográfico ao longo do litoral norte-americano, os ingle-
ses só começaram a colonizar a América do Norte no final 
do século XVI.
Os franceses, jamais aceitaram a divisão da América, 
pelo Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal e 
realizou diversas viagens estimulando a pirataria, principal-
mente nas costas brasileiras. As investidas pelo Caribe e 
pelas costas norte-americanas resultaram na posse do Hai-
ti, do Canadá e da Louisiana.
Os holandeses chegaram à América, já no século XVII, 
e fundaram Nova Amsterdã (atual Nova York), invadiram 
por duas vezes o Brasil (Pernambuco e Bahia) conquista-
ram o atual Suriname, a região do Forte Orange (Albany) 
e Curaçao.
A necessidade do europeu lançar-se ao mar resultou 
de uma série de fatores sociais, políticos, econômicos e 
tecnológicos.
A Europa saía da crise que fora herdada do século XIV 
e as monarquias nacionais eram levadas a novos desafios 
que resultariam na expansão para outros territórios.
O Ocidente tornou-se dependente do comércio do 
restantedo mundo e a Europa comprava mais que vendia. 
No continente europeu, a oferta era de madeira, pedras, 
cobre, ferro, estanho, chumbo, lã, linho, frutas, trigo, peixe, 
carne.
Os países do Oriente, por sua vez, dispunham de açú-
car, ouro, cânfora, sândalo, porcelanas, pedras preciosas, 
cravo, canela, pimenta, noz-moscada, gengibre, unguen-
tos, óleos aromáticos, drogas medicinais e perfumes.
Cabia aos árabes o transporte dos produtos até a Euro-
pa em caravanas realizadas por rotas terrestres. O destino 
eram as cidades italianas de Gênova, Veneza e Pisa, que 
serviam como intermediárias para a venda das mercadorias 
ao restante do continente.
Esse intermédio significava, na verdade, um monopólio 
sobre o comércio pelo Mar Mediterrâneo e era necessária a 
existência de uma rota alternativa. As rotas precisavam ser 
mais rápidas, seguras e, principalmente, econômicas.
Paralela à necessidade de novos caminhos, também 
era preciso solucionar a crise dos metais e pedras preciosas 
na Europa, onde as minas já estavam esgotadas.
Uma reorganização social e política também impulsio-
nava à busca de mais rotas. Eram as alianças entre reis e 
burguesia, formando as monarquias nacionais.
O capital burguês financiaria a infraestrutura cara e ne-
cessária para o feito ao mar. Afinal, eram precisos navios, 
armas e mantimentos.
Os burgueses pagavam em troca da participação nos 
lucros e essa foi, também, uma forma de fortalecer os Es-
tados nacionais e impor à sociedade a submissão à mo-
narquia.
No campo da tecnologia, uniram-se a cartografia, a as-
tronomia e a engenharia náutica. Os portugueses deram a 
partida e, por meio da Escola de Sagres. Era dessa escola o 
lema “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
As Monarquias Nacionais
A Formação das Monarquias Nacionais ocorreu duran-
te o período da Baixa Idade Média, entre os séculos XII e 
XV, nos países da Europa Ocidental, com destaque para as 
monarquias portuguesa, espanhola, francesa e inglesa.
11
HISTÓRIA
Note que esse processo ocorreu de maneira similar nos 
países europeus, entretanto, em tempos distintos. Em Por-
tugal teve início no século XII, com a Dinastia de Borgonha 
(Dinastia Afonsina), sendo mais tarde consolidada pela Di-
nastia de Avis.
Na Espanha ocorreu a partir da União dos reinos de 
Aragão e Castela, apresentando seu apogeu com a Dinastia 
de Habsburgo. Ambos países (Portugal e Espanha) come-
çaram o processo de formação dos estados nacionais após 
a expulsão dos Mouros (muçulmanos) que habitavam a pe-
nínsula ibérica desde o século VIII.
Na França, considerada exemplo máximo do absolutis-
mo europeu, esse processo foi consolidado com a Dinastia 
Capetíngia e a Dinastia Valois; e, por fim, na Inglaterra, com 
a Dinastia Plantageneta e a Dinastia Tudor. Observe que 
tanto na Espanha, quanto na França e na Inglaterra, a for-
mação dos estados nacionais tiveram início no século XV.
Contexto Histórico: 
Com a crise do sistema feudal na Baixa Idade Média 
(XI e XV), o crescimento demográfico, o surgimento da 
burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da 
expansão das rotas marítimas, os países europeus foram 
criando seus próprios modelos de centralização política, 
donde o rei tornou-se uma das figuras mais importantes 
ao lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.
Junto a isso, os ideais mercantilistas dos quais estavam 
imbuídos os novos mercadores, comerciantes e profissio-
nais burgueses, aceleraram o nascimento de um novo sis-
tema econômico: o capitalismo. Antes de mais nada, deve-
mos ter em conta que esse sistema que surgiu, tratava-se 
de um capitalismo primitivo (um pouco diferente do con-
ceito que temos hoje dele), pautados nos ideais do lucro, 
monopólio comercial, protecionismo alfandegário (prote-
ção da economia pela entrada de produtos estrangeiros), 
metalismo (acúmulo de metais preciosos), os quais levaram 
à introdução da moeda como valor de troca.
Enfim, o sistema feudal e rural (administrado pelos 
senhores feudais), foi substituído pelo sistema capitalista, 
onde o crescimento das cidades (burgos) e a intensificação 
do comércio e das feiras livres pela classe burguesa mar-
cou o período que ficou conhecido como Renascimento 
Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais que possuíam gran-
de poder na Idade Média, começam a perder sua posição, 
donde o Rei torna-se a figura responsável por administrar 
a política e a economia. Esse grande poder atribuído ao 
Monarca foi efetivado pelo apoio recebido da nobreza e 
sobretudo dos burgueses, a nova classe social que enrique-
cia cada vez mais, com o desenvolvimento do comércio.
Desde o surgimento e organização da classe burguesa, 
eles lutavam pela autonomia das cidades (dominadas ain-
da pelos senhores feudais), movimento que ficou conheci-
do como Movimento Comunal, referente às Comunas, ou 
cidades livres, libertadas das mãos dos senhores feudais.
Foi assim que a crise do sistema feudal e medieval 
teria sido solucionada, ou seja, por meio da centraliza-
ção política nas mãos do Monarca (Rei), donde ele, como 
o poder soberano, decretava as leis, arrecadava impostos 
bem como organizava os exércitos nacionais. Todas essas 
características mediante o poder centrado numa única fi-
gura soberana, o Rei, ficou conhecida como Absolutismo 
Monárquico.
A partir disso, foi criado os Estados Nacionais, os quais 
apresentavam suas fronteiras, limites dos territórios e o 
exército nacional (para segurança da nação). No âmbito 
econômico, as monarquias nacionais visavam a unificação 
dos padrões monetários e também um sistema de cobran-
ça dos impostos.
Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os 
interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para 
formação das Monarquias ou Estados Nacionais, extinguin-
do o domínio dos senhores feudais do período medieval, 
dando início a Era Moderna.
Expansão Marítima Portuguesa
Experientes pescadores, os portugueses aplicaram o 
uso de pequenos barcos, os barinéis, além das caravelas 
e naus.
A precisão náutica foi favorecida pela bússola e o as-
trolábio, vindos da China. A bússola já era utilizada pelo 
muçulmanos no século XII e o astrolábio aponta a direção 
dos corpos celestes.
Com tecnologia e necessidade econômica de ir ao mar, 
os portugueses ainda somaram a meta de evangelizar e 
levar a fé católica para outros povos. As condições políticas 
também eram bastante favoráveis.
Portugal foi a primeira nação a criar um Estado-nacio-
nal associado aos interesses mercantis. Em paz, enquanto 
outras nações guerreavam, houve concentração para as in-
cursões marítimas que supririam a falta de mão-de-obra, 
de produtos agrícolas e metais preciosos.
Portugal contava, também, com vantagem geográfica. 
Era ponto de escala comercial para os navios que saíam da 
Itália em direção ao Mediterrâneo com destino ao Norte 
da Europa. A posição estratégica permite acesso à África 
através do Oceano Atlântico.
O primeiro sucesso português nos mares foi a Conquis-
ta de Ceuta, em 1415. Sob o pretexto de punição religiosa, 
no porto viviam muçulmanos, os portugueses dominaram 
o destino das expedições comerciais árabes.
Assim, Portugal “estabeleceu-se” na África, mas não foi 
possível interceptar as caravanas carregadas de escravos, 
ouro, pimenta, marfim, que paravam em Ceuta. Os árabes 
procuraram outras rotas e os portugueses foram obriga-
dos a procurar novas rotas em direção às mercadorias que 
tanto aspiravam.
Na tentativa de chegar à Índia, os navegadores portu-
gueses conquistaram a África e contornou todo o conti-
nente durante o século XV. Criaram feitorias, fortes e esta-
beleceram pontos para negociação com os nativos.
A essas incursões deu-se o nome de périplo africano, 
tendo por parte dos portugueses o claro objetivo de obter 
lucros. Não havia o interesse em colonizarou organizar a 
produção dos locais explorados.
12
HISTÓRIA
No início do século XV, os navegadores portugueses 
chegavam às ilhas dos Açores, Madeira e a Cabo Verde. O 
Cabo do Bojador foi atingido em 1434, em uma expedição 
comandada por Gil Eanes. O comércio de escravos africa-
nos já era uma realidade em 1460, com retirada de pessoas 
do Senegal até Serra Leoa.
Foi em 1488 que os portugueses chegaram ao Cabo 
da Boa Esperança sob o comando de Bartolomeu Dias. 
Essa está entre as importantes marcas das conquistas 
marítimas de Portugal, que chegou ao Oceano Índico.
As expedições permaneceram e, entre 1497 e 1498, o 
navegador Vasco da Gama conseguiu chegar a Calicute, 
nas Índias. A chegada ao Brasil ocorreu em 1500, pela 
esquadra de Pedro Álvares Cabral.
Expansão Marítima Espanhola
A Espanha unificou o território com a queda de Gra-
nada, em 1492, concluiu o processo de expulsão dos 
árabes e criou a monarquia. O primeiro investimento es-
panhol ao mar resultou na descoberta da América, pelo 
navegador italiano Cristóvão Colombo (1452 - 1516).
Apoiado pelos reis católicos Fernando Aragão e Isa-
bel de Castela, Colombo partiu em agosto de 1492 com 
as caravelas Nina e Pinta e com a nau Santa Maria rumo 
a oeste, chegando na América em outubro do mesmo 
ano.
Dois anos depois, o papa Alexandre VI foi mediador 
do Tratado de Tordesilhas, e dividiu as terras do Novo 
Mundo entre espanhóis e portugueses.
França
E foi uma crítica ao Tratado de Tordesilhas que im-
pulsiono a expansão ultramarina francesa começou em 
1520, tendo a consolidação da monarquia. A França saía 
da Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453), das lutas do rei 
Luís XI (1461 - 1483) e senhores feudais.
O rei Francisco I criticava o teor do tratado e pas-
saram a fazer expedições, chegando ao Rio de Janeiro 
e Maranhão, de onde foram expulsos. Na América do 
Norte chegaram à região hoje ocupada pelo Canadá e o 
estado da Louisiana, nos Estados Unidos.
Inglaterra
Os ingleses, que também estavam envolvidos na 
Guerra dos Cem Anos, Guerra das Duas Rosas (1455 - 
1485) e conflitos com senhores feudais, buscavam uma 
nova rota para as Índias passando pela América do Norte.
Os métodos não eram ortodoxos para a realidade 
atual, como o incentivo da rainha Elizabeth I (1558 - 
1603) à pirataria contra a Espanha. Os ingleses domi-
naram o tráfico de escravos para a América Espanhola e 
fundaram estabelecimentos nas Índias.
Holanda
No mar, a Holanda bastante capitalizada, estabe-
leceu-se na Guiana, em ilhas no Caribe, na América do 
Norte e fundou Nova Amsterdã, conhecida hoje como 
Nova Iorque.
Fonte: Disponível em: < https://www.todamateria.
com.br/expansao-maritima-europeia/ > Acessado em: 
31 Jan. 2018.
O RENASCIMENTO CULTURAL, O 
HUMANISMO E AS REFORMAS RELIGIOSAS
Durante o período medieval a Igreja exercia um forte 
controle sobre a sociedade. Podemos dizer que essa pode-
rosa instituição religiosa era quem controlava a arte, os li-
vros e a ciência, e nada disso poderia fugir aos ensinamen-
tos católicos. Dizia-se que a Terra era o centro do Universo 
e que a estava parada, que todos os homens e mulheres 
do mundo eram descendentes de Adão e Eva etc. O Re-
nascimento surge no final do período medieval, período 
de quase 1000 anos de puro obscurantismo e ignorância 
religiosa que levava as pessoas a serem punidas se duvi-
dassem das verdades místicas da Igreja. O Renascimento 
foi um movimento revolucionário para a sua época, pode 
ser definido como um movimento intelectual, artístico, li-
terário, filosófico e científico, que marcou a transição da 
cultura medieval para a cultura moderna, rompendo, com 
o monopólio eclesiástico.
O movimento renascentista expressava a primeira ma-
nifestação de uma cultura laica, racional e científica. Esse 
movimento estendeu-se do final do século XV ao final 
do século XVI, difundindo-se a partir da Itália para outros 
países da Europa. A Itália foi o berço do Renascimento, e 
esse movimento foi mais que artístico, intelectual, literá-
rio e filosófico, foi a busca de novas respostas e uma nova 
compreensão do homem e do Universo. Ademar Marques 
(2000) fala da importância do Renascimento:
“A transição do feudalismo para o capitalismo não deve 
ser analisada sob a perspectiva das transformações econô-
micas e políticas. É importante considerar que a crise do 
século XIV manifestou-se também nos planos intelectuais e 
culturais. Assim, os movimentos renascentistas e reformis-
tas representam importantes respostas a uma tentativa de 
compreender o homem e, em última instância, o próprio 
universo à época da crise do feudalismo europeu.
O Renascimento traduzia as novas concepções que ti-
nham como referência, essencialmente, o humanismo, en-
quanto base intelectual que procurava definir e afirmar o 
novo papel do homem no universo”.
(MARQUES, Adhemar ET ali. “História Moderna Através 
de Textos”. SP: Contexto, 2000. p.92)
O Renascimento refletiu uma nova visão de mundo, re-
lacionado ao crescimento do comércio e da burguesia e, ao 
fortalecimento do sentimento nacional. Representou uma 
mudança de enfoque na forma do homem ver a si mesmo 
e ao mundo. Significou a retomada das ideias clássicas gre-
co-romanas que sofreram uma re-elaboração.
Os renascentistas entraram em choque com as ideias 
medievais, deixando evidente de que não foi um fenôme-
no isolado, mas partiu de um conjunto de transformações 
ocorridas numa fase de transição da Idade Média para a 
Idade Moderna. Com o Renascimento, o pensamento me-
dieval, dominado pela religião cede lugar a uma cultura 
voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspiran-
do-se no legado clássico grego, buscavam as dimensões 
ideais da figura humana e a representação fiel da realidade.
13
HISTÓRIA
“A Idade Média, que tinha durado mil anos, da que-
da do Império Romano até o século 15, estava ficando de 
lado, porque novas forças políticas, idéias filosóficas e pes-
quisas científicas surgiam...” (Bernardo Kestring)
O movimento renascentista significou a retomada dos 
valores individuais que eram muito presentes na cultura 
grega e na cultura romana. Esses valores foram despre-
zados pela religião católica durante toda a Idade Média. 
Houve uma retomada dos valores artísticos, como a pin-
tura, a escultura, a arquitetura, a literatura, o teatro e a 
música.
“Os renascentistas mais radicais acreditavam que o 
progresso cultural no período medieval foi IMPEDIDO pelo 
DOMÍNIO da Igreja Católica sobre a produção LITERÁRIA e 
CIENTÍFICA. Costumavam inclusive chamar a Idade Média 
de idade das trevas. Portanto, era preciso lutar pelo renas-
cer do desenvolvimento cultural.” (PEREIRA e MORAES- 
História: Frase Didática. V. Único. Ensino Médio, 2001)
A arte renascentista valorizou o homem e o colocou 
como a medida de todas as coisas. Os elementos artísti-
cos da Antiguidade clássica voltaram a servir de referência 
cultural e artística. O humanismo colocou o homem como 
o centro do universo e no lugar do TEOCENTRISMO sur-
giu o ANTROPOCENTRISMO, no lugar do GEOCENTRISMO 
surge o HLIOCENTRISMO, no grego geo = terra e hélios 
= Sol.
As características do movimento renascentista foram:
• CLASSICISMO: voltou-se para a Antiguidade Clás-
sica, mas, não para tentar revive-la, não é uma simples 
“volta” ao passado; na realidade é muito mais que uma 
reinterpretação dos valores grego-latinos.
• INDIVIDUALISMO: contrapondo-se a humilhação 
cristã e ao anonimato, valores tipicamente medievais, os 
renascentistas, ao afirmarem a grandeza do homem e de 
suas infinitas possibilidades, destacaram a capacidade in-
dividual de criação do ser humano.
• HEDONISMO: propunha a busca incessante pelo 
sublime e pela beleza existentes na natureza e no próprio 
homem. Os prazeres sensoriais deveriam, nessa concep-
ção, produzir uma plena realização espirituale a auto-sa-
tisfação. A busca do prazer passou a ser constante, o que 
tornou-se uma oposição ao ascetismo medieval.
• NATURALISMO: buscava a integração do homem 
à natureza e a redescoberta da sua íntima ligação com o 
Universo; procurou-se superar o fantástico, o místico e o 
sobrenatural, uma tendência que também se contrapunha 
às concepções medievais.
• ANTROPOCENTRISMO: o homem é o centro do 
Universo, concebendo-o como a medida de todas as coi-
sas, como aquele que independente da vontade Deus, faz 
a sua própria história. Essa forma de pensar foi uma ma-
neira de opor-se ao TEOCENTRISMO MEDIEVAL, segundo 
o qual o ser humano e suas ações nada mais eram que 
uma extensão da vontade do Criador. De acordo com esse 
simbolismo medieval, a vida do homem nada mais era do 
que uma caminhada em direção a Deus, cabendo à Igreja 
o papel de guia. A visão ANTROPOCÊNTRICA não conce-
bia o homem assim, mas como alguém capaz de se guiar e 
guiar o seu próprio destino.
• ESPÍRITO CRÍTICO: marcados profundamente pelo 
pensamento leigo e secular, cientistas e humanistas não 
aceitaram as explicações místicas e alicerçadas na auto-
ridade dos textos sagrados que predominavam na Idade 
Média. Valorizavam-se, sobretudo,a experimentação como 
meio para se atingir o conhecimento científico da realida-
de. Isso abriu espaço para um grande desenvolvimento da 
Matemática, da Arquitetura, da Astronomia, da Física e da 
Medicina.
• RACIONALIMO: o crescimento científico dessa 
época foi marcado pelo MÉODO EXPERIMENTAL, e isso le-
vou à rejeição das INTERPRETAÇÕES DOGMÁTICAS e a VA-
LORIZAÇÃO DA RAZÃO. Só se podia aceitar como verdade 
em ciência aquilo que o homem compreendia por meio 
de seu intelecto. Abandonaram-se, pois, as superstições e 
lendas típicas do período medieval.
O racionalismo trouxe a subordinação do mundo real 
às leis físicas, o que contribuiu de maneira decisiva para o 
avanço da ciência moderna e para a superação do simbo-
lismo medieval.
Também contribuiu para o rompimento do monopólio 
que os letrados , sobretudo eclesiásticos, mantinham so-
bre a cultura escrita – a invenção da imprensa em meados 
do século XV por Gutemberg (1394-1468). A partir de en-
tão, verificou-se, progressivamente, uma maior divulgação 
do saber nos vários campos do conhecimento.
 
Os Períodos do Renascimento
O Renascimento Cultural se divide em três períodos:
• Trecento que vai de 1300 a 1399;
• Quatrocento que vai de 1400 a 1499;
• Cinquecento, 1500 a 1550.
TRECENTO, 1300-1399
Literatura
Os principais destaques da literatura desse período fo-
ram:
• Dante Alighieri - antes do século XIII, em sua obra 
“A Divina Comédia”, esse autor já citava vários pensadores 
da Antiguidade como Platão e Aristóteles, por exemplo. 
Por isso Dante Alighieri é considerado o precursor do Re-
nascimento.
• Giovanni Boccaccio - autor da obra Decameron 
(1348-1358). Nessa obra, constituída por uma coleção de 
contos, supostamente relatados por um grupo de dez jo-
vens fugitivos da peste Boccaccio faz referência a praga 
que se espalhou pela Europa causando sofrimento, dor e 
angústia naquela época.
14
HISTÓRIA
“Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem 
farto da Encarnação do Filho de Deus de 1348, quando, 
na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a 
de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pesti-
lência. Por iniciativa dos corpos superiores ou em razão 
de nossas iniqüidades, a peste atirada sobre os homens 
por justa cólera divina e para nossa exemplificação, ti-
vera início nas regiões orientais, há alguns anos. Tal pra-
ga ceifeira, naquelas plagas, uma enorme quantidade de 
pessoas vivas. Incansável, fora de um lugar para outro; e 
estendera-se, de forma miserável, para o Ocidente.
Os homens se evitavam [...], parentes se distanciavam, 
irmão era esquecido por irmão, muitas vezes o marido 
pela mulher; ah, e o que é pior e difícil de acreditar, pais 
e mães houve que abandonaram os filhos à sua sorte, 
sem cuidar deles e visitá-los, como se fossem estranhos”. 
(BOCCACCIO, Giovani – Decameron. São Paulo: Circulo 
do Livro, 1991, p. 9-10)
Na obra Decameron , Boccaccio critica os valores me-
dievais e a Igreja. Ao fazer suas críticas, Boccaccio utiliza 
o erotismo em sua obra, uma coleção de cem histórias, 
em que ele percorre toda a gama de sentimentos huma-
nos, desde a mais irrisória bufonaria até a mais profunda 
emoção. Boccaccio foi o maior responsável, pela defini-
tiva fixação enobrecimento e enriquecimento da língua 
italiana.
O tom cômico, que na obra assume um caráter críti-
co se enquadra numa tradição mental típica da narrativa 
medieval e continuará até Rabelais – tão bem estudado 
por Bakhtin, com a sua teoria da “carnavalização”. A lin-
guagem simples e natural ainda não virá carregada da 
retórica típica da Contra-Reforma e o grande tema da 
obra é a celebração da liberdade, do poeta e do pintor, 
de dizer e representar o que realmente desejam.
A Igreja, que tinha tido uma forte influência na so-
ciedade medieval, após a praga começou a ver seu papel 
modificado. A ideia do poder infinito de Deus e de sua 
capacidade de operar milagres começa a enfraquecer. Na 
medida em que as preces e pedidos não eram atendidos 
e muitos piedosos eram atingidos, começou um questio-
namento sobre esses valores, o que passou a ser conside-
rado, uma contradição na crença religiosa, dando início a 
um período futuro de tumultos políticos e de questiona-
mentos filosóficos. Os efeitos da praga ainda influenciam 
a sociedade nos dias de hoje.
Desde que a Medicina, na época, não conseguiu dar 
conta de controlar a peste bubônica, homens da ciência 
medievais começaram a desenvolver novas idéias sobre a 
medicina. Iniciaram-se as pesquisas de caráter científico, 
por conta da completa falência das velhas práticas e da 
crença e fé em Deus para curas. A limpeza começou a 
fazer parte do cotidiano de todas as classes de pessoas e 
não apenas da nobreza.
Pintura
O principal destaque foi:
• Gioto. Ele tratava de temas religiosos em suas 
pinturas, e ao mesmo tempo, procurava fazer com que os 
santos parecessem pessoas comuns.
QUATROCENTO, 1400-1499
Literatura
O principal destaque na literatura desse período foi:
• Lourenço de Médici –, foi um mecenas, ou seja, 
grande financiador de obras; era banqueiro e político.
Pintura
Podemos citar aqui dois grandes destaques da pin-
tura:
• Boticelli e Leonardo da Vinci – esses artistas ten-
tavam combinar valores cristãos com valores antigos.
Leonardo da Vinci não foi apenas pintor, foi também 
cientista, inventor, escultor, matemático e músico. Sua 
obra mais famosa foi “Mona Lisa”.
CINQUECENTO, 1500-550
Literatura
• Maquiavel: o escritor mais conhecido desse pe-
ríodo foi Nicolau Maquiavel, que escreveu o livro “O Prín-
cipe”. Nessa obra o autor escreve sobre a teoria política 
do Estado.
O Príncipe é um tratado político, em 25 capítulos, com 
uma conclusão que propõe a libertação da Itália das in-
tervenções dos franceses e de espanhóis, considerados 
“bárbaros”. De toda sua obra, a questão mais polêmica, 
sem dúvida, é quando Maquiavel define os MEIOS para 
a OBTENÇÃO do PODER, que rompem com os tratados 
políticos tradicionais.
“Assegurar-se contra os inimigos, ganhar amigos, ven-
cer por força ou por fraude, fazer-se amar e a temer pelo 
povo, ser seguido e respeitado pelos soldados, destruir os 
que podem ou devem causar dano, inovar com propos-
tas novas as instituições antigas, ser severo e agradável, 
magnânimo e liberal, destruir a milícia infiel e criar uma 
nova, manter as amizades de reis e príncipes, de modo 
que lhe devam beneficiar com cortesia ou combater com 
respeito, não encontrará exemplos mais atuais do que as 
ações do duque”.
Sem preconceitos, por considerar que os governantes 
têm responsabilidade sobreos que governa, ele propõe, 
dentro de um princípio de realidade, o que são – e não o 
que deveriam ser. Que meios são esses, que Maquiavel 
acredita ser os ideais para que uma pessoa possa obter 
o poder?
15
HISTÓRIA
1. A Força: é o primeiro dos meios para a aquisição e 
conquista do poder. A força é simbolizada pela imagem do 
LEÃO, indispensável tanto para o estabelecimento de um 
novo poder, quanto para a DEFESA DO estado já existente. 
No entanto, a FORÇA deve sempre ser empregada em con-
junto com...
2. A astúcia: é simbolizada pela RAPOSA, e inclui a 
mentira, a simulação, a dissimulação, a lisonja, a demago-
gia e outros.
“Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a na-
tureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o 
leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não 
sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto, é pre-
ciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para 
aterrorizar os lobos”.
É preciso compreender que a preocupação de Ma-
quiavel não está voltada para a HUMANIDADE, mas para o 
Estado-nação. Quanto aos submissos, aos súditos, a ideia 
de Maquiavel é que, a sua participação seja feita de de-
votamento, obediência, fé nacional, ardor no combate e 
sacrifício, enfim, para esse pensador renascentista italiano 
existem trés maneiras para um indivíduo se realizar: é atra-
vés do serviço político, social ou militar. Num dos trechos 
da obra Maquiavel diz:
“Todos sabem quão louvável é um príncipe ser fiel à 
sua palavra e proceder com integridade e não com astúcia; 
contudo, a experiência mostra que só nos nossos tempos 
fizeram grandes coisas aqueles príncipes que tiveram em 
pouca conta as promessas feitas e que, com astúcia, sou-
beram transformar as cabeças dos homens; e por fim supe-
raram os que se fundaram na sua lealdade.
Deve saber-se que há dois modos de vencer, um com 
as LEISA, outro com a FORÇA: o primeiro é próprio dos 
homens, o segundo dos animais; mas porque muitas vezes 
o primeiro não basta, convém recorrer ao segundo. Portan-
to, é necessário a um príncipe que seja ao mesmo tempo 
homem e animal. (...) Achando-se, portanto, um príncipe na 
necessidade de saber proceder como animal, deve escolher 
a raposa e o leão, porque, o leão não sabe se defender 
dos laços, nem a raposa dos lobos; É preciso, portanto, ser 
raposa para conhecer os laços e leão para espantar os lo-
bos. (...) Mas é necessário saber bem colorir esta natureza 
e ser grande simulador e dissimulador: os homens são tão 
simples e obedecem tanto às necessidades presentes que 
quem engana achará quem se deixe enganar”. (Capítulo 
VIII – De que modo os príncipes devem cumprir sua pa-
lavra)
Pintura
Os principais pintores desse período foram:
• Rafael e Michelângelo. Michelângelo também era 
escultor, e realizou dezenas de obras, muitas, eram enco-
mendadas pela Igreja como decoração como a que se en-
contra na Capela Sistina em Roma.
O Renascimento em outros países europeus
O Renascimento também atingiu outros países e ou-
tros artistas também se destacaram nesse período. Vejam 
os destaques:
• Erasmo de Rotterdan (1467-1536), Holanda. De-
sidério Erasmo de Roterdan foi um pregador do evan-
gelismo filosófico. Nasceu na cidade de Rotterdam, na 
Holanda. Em 1488 ingressou na ordem dos agostinianos 
e virou padre, depois aceitou o cargo de secretário do 
bispo de Combai, na França. Em Paris estuda teologia. 
Escreve Colóquios e Antibárbaros, que é considerada 
uma obra escolástica, crítica da exaltação dos valores da 
Antiguidade clássica. Viaja pela primeira vez para a In-
glaterra em 1499, onde toma contato com o movimento 
humanista e conhece aquele que seria seu grande amigo, 
Thomas More. Traduz o Novo Testamento. Mantém vasta 
correspondência. Denuncia a vida na igreja como distan-
te da fé. Fala que os cristãos devem seguir os ensinamen-
tos simples de Cristo, sendo que a estrutura da igreja e 
da vida monástica haviam se tornado distantes do amor 
de Deus, de Sua benevolência e da prática evangélica que 
Erasmo defende na Filosofia Christi.
A crítica maior de Erasmo é para a Igreja. Ele era cris-
tão, mas foi contra a hierarquia dessa instituição (Igreja), 
que declara guerras, faz cerimônias e rituais em demasia, 
e discutem eternamente o mistério divino, sendo que o 
mandamento de Cristo é apenas a prática da caridade. 
Defende um retorno à simplicidade do início da Igreja. 
Lutero estava juntando adeptos em suas pregações e 
convidou Erasmo, mas este permaneceu na Igreja cató-
lica, apontando defeitos. Mais tarde polemizou contra 
Lutero a favor do livre-arbítrio, que o protestante não 
acreditava. Erasmo é considerado o principal pensador 
do humanismo. Critica os teólogos, pois esses condenam, 
por poucos motivos, muitas pessoas como hereges. Os 
bispos vivem alegremente, entregam-se à diversão mate-
rial e esquecem que o seu nome significa zelo e solicitude 
pela redenção da alma, mas não esquecem as honrarias 
e o dinheiro. Os monges, para Erasmo, não fazem nada, 
mas não dispensam o vinho e a mulheres. O papa não 
tem a salvação que Cristo fala, pois se tivessem abria 
mão de seu patrimônio e dos impostos. Erasmo critica o 
imposto que a igreja cobra para não condenar as almas 
após a morte. E os papas aprovam a guerra, que é cruel e 
desumana. Ele acreditava na bondade do homem. Era um 
liberal e contrário a violência.
Para Erasmo, milagres e superstições como o inferno, 
duendes e fantasmas são coisas de ignorantes. Ele tem 
opiniões também sobre política. No livro A instituição do 
Príncipe cristão fala da teoria da soberania, o poder do 
princípe é legitimado pela dedicação ao bem comum e 
pela aceitação dos cidadãos. É a favor da eleição do che-
fe, contrário ao monarquismo hereditário.
16
HISTÓRIA
O Elogio da Loucura
O ensaio é repleto de alusões clássicas, escritas no esti-
lo típico dos humanistas do Renascimento. Nenhum mem-
bro da hierarquia da Igreja escapa ao tratamento satírico 
da pena de Erasmo, embora seu alvo especial fossem os 
monges. Veja:
“Os monges consideram não saber ler um sinal de san-
tidade. Zurram os salmos nas igrejas como asnos. Não en-
tendem uma só palavra do que dizem, mas imaginam ser o 
som agradável aos ouvidos do santos. Os frades mendican-
tes fingem assemelhar-se aos Apóstolos, mas não passam 
de vagabundos imundos, ignorantes e ousados.”
Erasmo satiriza o esplendor e o mundanismo dos pa-
pas, cardeais e bispos, contratando-os com a simplicidade 
do Pescador da Galiléia. Considera ridículas e absurdas as 
loucuras das superstições e da adoração dos santos. “Mas, 
que direi”, pergunta Erasmo, “das pessoas que, com tanta 
felicidade, se enganam com os perdões forjados de seus 
pecados? Esses tolos se convencem de que podem com-
prar todas as bênçãos e prazeres desta vida, com também 
o céu, depois da morte, e, por puro amor ao lucro imundo, 
os padres encorajam-nos em seus erros”. Ele criticava as 
escolas de seu tempo, em geral administradas por clérigos 
que baseavam sua pedagogia em manuais imutáveis, repe-
tições de conceitos e princípios de disciplina com traços de 
sadismo. O filósofo via nos livros um imenso tesouro cultu-
ral, que deveria constituir a base do ensino. “Para Erasmo, a 
linguagem era o começo de toda boa educação, já que é si-
nal da razão humana”, afirma Cézar de Toledo. Não se trata 
apenas de alfabetização e leitura, mas de interpretar os tex-
tos criticamente, prática que os humanistas e reformadores 
religiosos introduziram na história da pedagogia. Erasmo 
acreditava que um bom aprendizado das artes liberais até 
os 18 anos prepararia o jovem para entender qualquer coi-
sa com facilidade. Como todo humanista, o pensador ho-
landês defendia a possibilidade de chegar à perfeição por 
via do conhecimento. “Erasmo prenuncia novos rumos para 
a pedagogia ao deter um olhar mais acurado na infância”,diz Toledo. Para o filósofo, ao ensinar era necessário levar 
em conta a pouca idade da criança – e por isso cercá-la de 
cuidados específicos – e também a índole de cada uma. O 
programa pedagógico do pensador era generoso, mas de 
modo algum democrático. Segundo ele, apenas a instrução 
religiosa deveria ser para todos, enquanto os estudos das 
artes liberais estariam restritos aos filhos da elite, que futu-
ramente teriam cargos decisórios.
• William Shakespeare, Inglaterra - Autor de peças 
de teatro como Hamlet, Macbet e Romeu e Julieta. Suas 
obras retratam as virtudes e as deformações do humanis-
mo renascentista. Personifica o intenso amor pelas coisas 
humanas e terrenas. Uma de suas frases célebres “Ser ou 
não ser, eis a questão” (To be or not to be, that’s the ques-
tion) foi extraída da peça “Hamlet”, e durante a dramatiza-
ção, o Príncipe Hamlet olha uma caveira e diz: “ser ou não 
ser, eis a questão”, indagando a si próprio quanto à condi-
ção que deveria seguir, a escolha a tomar. Filosoficamente 
isso nos ensina alguma coisa. Se uma pessoa se encontra 
numa situação, mas está insatisfeito com ela, ou pode as-
sumir a postura mental de dizer “eu sou assim mesmo” e 
continuar a “ser” aquilo ou pode assumir outra postura de 
dizer “eu estou assim”, por se tratar de uma condição que 
pode ser mudada. A condição de “ser” seria o que você não 
pode mudar aquilo que é, e fim de papo.
A frase “Ser ou não ser” nos remete a uma reflexão. 
Quando se diz “ser ou não ser”, isso implica em ter quer 
tomar uma posição, mudar de postura ou permanecer imó-
vel frente às barreiras que se tem pela frente, porém, para 
alcançar determinado objetivo é preciso decidir pela mu-
dança. Uma pessoa pode decidir continuar gorda, e mesmo 
sabendo disso assumir a postura de ser magra, ingerindo 
os alimentos na medida certa, fazer exercícios e em alguns 
casos, procurar um especialista em nutrição auxiliar na 
forma correta da alimentação. Veja que entre o “SER” e o 
“NÃO-SER” existem condições que devemos impor à nós 
mesmos, exige auto crítica e auto reflexão, e se decidirmos 
pelo “não-ser”, isso exigirá mudança nos nossos hábitos, e 
essa mudança começa com uma nova atitude mental. Mu-
dar os hábitos não é fácil, mas é uma mudança pra melho-
rar, porém, será necessário que se faça também algumas 
mudanças internas e profundas. Buscar um equilíbrio men-
tal e psicológico da alma, arrancar de nós as frustrações, 
as ansiedades e as coisas negativa, principalmente a frase 
derrotista de que não há o que fazer, sou assim mesmo. 
Não! Você não é e nem nunca foi assim, você é melhor, 
pode ser e fazer melhor que isso que você representa ser 
e faz.
“Os covardes morrem muitas vezes antes de sua ver-
dadeira morte, os valentes provam a morte só uma vez”.
“Não existe nada bom nem mau; é o pensamento hu-
mano o que o faz aparecer assim.” (Shakespeare)
• Miguel de Cervantes, Espanha - autor do romance 
Dom Quixote. Cervantes conta as aventuras de um cavalei-
ro espanhol que ficou desequilibrado por causa da leitura 
constante de romances de cavalaria. Dom Quixote repre-
senta uma crítica ao mundo medieval e a impossibilidade 
de se resolverem problemas de um mundo moderno a par-
tir de concepções medievais.
• Luís Vaz de Camões, Portugal - autor de poesias 
famosas, como Os Lusíadas. “Os Lusíadas” é o tema de um 
poema ÉPICO no qual Camões retrata e enaltece os feitos 
dos navegantes.
• Rabelais, França - suas principais obras: Gargantua 
e Pantagruel - Satirizou as práticas da Igreja; ridicularizou a 
filosofia cristã escolástica e zombou das superstições.
• Montaigne, França – escreveu “Ensaios”. Os ho-
mens devem ser encorajados a desprezar a morte e a viver 
nobre e humanamente esta vida. Parecia-lhe que a religião 
e a moral eram produtos dos costumes e não revelações 
divinas.
17
HISTÓRIA
O RENASCIMENTO CIENTIFICO
Principais representantes:
• Nicolau Copérnico, (1473 – 1543) viveu na Polônia. 
Foi matemático, físico, médico e principalmente astrônomo 
e formado em direito canônico. Politicamente era modera-
do, porém a igreja foi impiedosa em suas perseguições aos 
que desenvolveram a sua teoria como Giordanio Bruno e 
Galileu Galilei. A teoria heliocêntrica de Copérnico era de 
tal forma revolucionária que ele escreveu na sua obra De 
revolutionibus orbium coelestium (do latim: “Das revolu-
ções das esferas celestes”), publicada em 1543, ano de sua 
morte:
“quando dediquei algum tempo à idéia, o meu receio 
de ser desprezado pela sua novidade e o aparente contra-
senso quase me fez largar a obra feita”.
Até Nicolau Copérnico surgir com sua nova teoria, o 
que estava em evidência era a teoria GEOCÊNTRICA, de Pi-
tolomeu, astrônomo século II antes de Cristo. Essa teoria, 
graças ao apoio da Igreja Católica, prevaleceu por séculos 
14 séculos como verdadeira e absoluta até ser desmentida 
por Copérnico e Galileu Galilei. Depois de longos estudos 
baseados em calículos matemáticos, chegou-se a conclu-
são de que os PLANETAS giram em torno do Sol. Heliocen-
trismo é o nome dessa nova teoria.
O professor Bernardo Kestring, de Filosofia, explica que 
na época do Renascimento, a afirmativa de Copérnico, de 
que o Sol, e não a Terra, é o centro do universo, mudou a 
forma de encarar o mundo. Veja o que diz Kleper:
“A Igreja sustentava que a Terra era o centro do uni-
verso e os homens seriam pessoas que a governariam se-
gundo desígnios divinos. Com o sistema heliocêntrico, vem 
junto uma nova interpretação do homem. Se Deus não 
determina, se nós não somos o centro, então nós temos 
um papel que vai além da obediência cega, sem questiona-
mentos, aos dogmas da Igreja”.
• Galileu Galilei (1564 - 1642), Itália, Astrônomo, físi-
co, e matemático. Fundou a ciência experimental na Itália. 
Partidário do heliocentrismo. Fez diversas descobertas no 
campo da astronomia, tais como: os satélites de Júpiter, o 
anel de Saturno, graças à construção de uma luneta astro-
nômica. Ficou famoso pela lei da queda dos corpos. Per-
cebeu que a força que mantém a lua nas vizinhanças da 
terra faz com que os satélites de Júpiter girem ao redor 
deste planeta é na essência, a mesma força que faz com 
que a terra atraia os corpos. Foi julgado pelo Tribunal do 
Santo Ofício em 1611 e forçado pela inquisição a dizer que 
a Terra não se move no espaço, ao contrário, é imóvel e o 
tem o Sol girando em seu redor. Só escapou da foguei-
ra porque se retratou diante do tribunal. Galileu morreu 
em 1642, cego e abandonado. Só foi “absolvido” em 1999, 
após 337 anos de sua morte. O papa João Paulo II ordenou 
o reexame do caso Galileu e, em nome da Igreja Católica 
pediu perdão em público, admitindo que o físico italiano 
sofrera em mãos das instituições eclesiásticas e acrescen-
tando que a pesquisa científica jamais pode contrariar a fé, 
pois ambas as realidades, cientifica e religiosa originam-se 
do mesmo Deus.
• Kleper, Alemanha, corrigiu e aperfeiçoou o siste-
ma de Copérnico, provando que os planetas que os plane-
tas se movem numa órbita elíptica, e não em torno do Sol.
• Vésale, Países Baixos, é considerado o pai da Ana-
tomia. São célebres seus estudos sobre o corpo humano.
• Servet, Espanha – Em Medicina lhe é atribuída à 
descoberta da circulação sanguínea intrapulmonar.
O HUMANISMO E O ANTROPOCENTRISMO
“O homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras)
“O humanista é o intelectual da Renascença, raciona-
lista, antropocêntrico, opondo-se ao divino e extraterreno, 
valorizando o humano, natural e material.”
A fonte original de todo humanismo foi a literatura 
clássica. A época era de redescoberta e reinterpretação da 
produção cultural da antigüidade greco-romana. O interes-
se por esse período da história foi acompanhado por uma 
série de mudanças profundas na vida européia: a revitali-
zação das cidades, a formação de redes de comércioentre 
centros distantes, a consolidação de uma classe mercantil 
muito abastada, a criação de bancos e a centralização do 
poder político em torno de cidades ou de reinos. Tudo isso 
ocasionou a abertura de brechas na autoridade da Igreja, 
antes onipresente. Por razões evidentes, esse período his-
tórico de grandes transições ficou conhecido como Renas-
cimento, dando origem a uma produção cultural das mais 
ricas e fecundas de todos os tempos.
O antropocentrismo – o predomínio do humano sobre 
o transcendente – era o eixo dessa nova filosofia, que seria 
posteriormente conhecida sob o nome de humanismo. A 
palavra deriva da expressão latina studia humanitatis, que 
se referia ao aprendizado, nas universidades, de poética, 
retórica, história, ética e filosofia, entre outras disciplinas. 
Elas eram conhecidas como artes liberais, porque se acredi-
tava que dariam ao ser humano instrumentos para exercer 
sua liberdade pessoal.
Na visão medieval o homem ocupava hierarquicamen-
te uma posição insignificante e inalterável, imerso em um 
mundo repleto de tentações e pecado. O Renascimento 
mudará esta visão, com a exaltação da dignidade do ho-
mem, a proclamação de que sua liberdade pode e deve ser 
exercida, tanto em relação á natureza quanto á sociedade. 
Esta liberdade, no sentido do homem ser capaz de criar o 
seu próprio projeto de vida é tema central do humanismo, 
expresso na Oração Sobre a dignidade do Homem de Picco 
della Mirandola (1463-1494):
“Eu não lhe dei , Adão, nem um lugar predeterminado, 
nem um aspecto particular, nem quaisquer prerrogativas, a 
fim de que você possa tomá-los e possuí-los através de sua 
própria decisão e de sua própria escolha”.
18
HISTÓRIA
A REFORMA PROTESTANTE
Martinho Lutero (Alemanha) – considerado precursor 
da Reforma Protestante Lutero, monge católico revoltou-
se contra a venda de indulgências e tornou-se público 
seus pensamentos ao publicar, em 1517, as 95 teses, uma 
relação de duras críticas à Igreja Católica, dando início à 
chamada Reforma Protestante. Em 15 de julho de 1520, 
a Igreja Romana expediu a bula de excomunhão Exsurge 
Domine, se Lutero não se retratasse, seria considerado um 
herege e expulso da igreja.
O imperador Carlos V do Santo Império Romano man-
dou queimar livros de Lutero, também em praça pública. 
Entre 17 e 19 de abril de 1521, Lutero compareceu diante 
da Dieta de Worms. Não se retratou deixando claro a sua 
consciência e modo de pensar relacionado à Bíblia. Aos 25 
de maio de 1521, a Dieta formalizou a excomunhão. No 
mesmo ano Lutero queimou a bula de excomunhão em 
praça pública. O Papa Leão X excomungou Lutero que pas-
sou a ser protegido pelos príncipes do norte da Alemanha.
A Reforma esconde interesses políticos: os príncipes se 
interessavam por Lutero, pois se levassem à frente a criação 
de uma nova religião, estariam LIVRES do poder do Papa. 
E foi isso que aconteceu. Lutero organizou a nova religião, 
chamada de PROTESTANTISMO, e a nobreza alemã tomou 
conta das TERRAS da Igreja Católica.
Características da nova religião fundada por Lutero:
- Padres substituídos por pastores, e estes pode-
riam casar-se.
- O culto não seria mais em latim, mas na língua de 
cada país.
- A Igreja não salva. “O justo será salvo pela fé” e 
pela leitura da Bíblia, afirmava Lutero. Por isso traduziu as 
Escrituras Sagradas para o alemão.
- Dos sete sacramentos católicos, apenas os sacra-
mentos do batismo e da eucaristia seriam mantidos.
Houve inquisição protestante? Não da mesma manei-
ra que a católica, mas houve sim, da maneira e à moda 
protestante. Veja, Lutero foi protegido pelos nobres, porém 
não apoiou as revoltas camponesas que se diziam protes-
tantes, e defendeu os príncipes quando eles massacraram 
os rebeldes.
A crueldade foi especialmente severa na Alemanha 
protestante. As posições de Lutero contra os anabatistas 
causaram a morte de 30.000 camponeses.
João Calvino (Francês) – o calvinismo ganhou força na 
Suiça, para onde teria ido João Calvino. Mas antes de Calvi-
no chegar à Suíça, outros líderes como Zwinglio, tentaram 
realizar uma reforma religiosa, mas fracassaram. Zwinglio 
levantou a primeira bandeira da Reforma quando declarou 
que os dízimos pagos pelos fiéis não eram exigência divina, 
mas uma decisão voluntária. Esse fato abalou as bases fi-
nanceiras do sistema romano. Calvino teve sucesso porque 
recebeu apoio dos burgueses da região.
O que Calvino defendia em suas teses? Veja:
• Quanto a aquisição de riqueza: a nova religião de 
João Calvino diferia do Catolicismo quanto a ideia de ri-
queza. Enquanto a Igreja Católica condenava o enriqueci-
mento, João Calvino dizia que o acúmulo de dinheiro gera-
do pelo trabalho era um sinal de salvação.
• Quanto a ideia de salvação: João Calvino acredita-
va na PREDESTINAÇÃO: nosso destino estaria ESTABELECI-
DO antes do nosso nascimento, inclusive quanto à salvação 
ou condenação eternas.
• Calvino defendia que os ricos são salvos e os po-
bres, condenados.
Essa religião era muito interessante para os burgueses, 
pois eles poderiam continuar enriquecendo sem achar que 
estavam pecando com isso aumentavam sua exploração 
sem nenhum peso de consciência. Calvino chegou a se tor-
nar governador de Genebra e fez a sua própria inquisição, 
punindo com a morte aqueles que não concordavam com 
ele.
Calvino, pai dos presbiterianos mandou queimar o mé-
dico descobridor da circulação sanguínea, julgado e con-
denado a fogueira em Genebra, por decisão de um tribunal 
eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi 
cumprida por Champel, em 27 de outubro de 1553. Puse-
ram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de 
enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes 
de sadismo e crueldade.
Textos de 1900 trazem relatos a respeito de Calvino. 
Veja o que declarou um historiador inglês:
“Ainda hoje na cidade de Noyon (...), os arquivos e mo-
numentos de fatos históricos aqui passados; ainda hoje na-
queles arquivos se lê que João Calvino, sendo convencido 
dos crimes de sodomia, graças à indulgência do Bispo e 
do magistrado foi somente marcado nas costas com ferro 
quente, e retirou-se depois da cidade; pessoas muito hon-
radas da família do mesmo, que vivem ainda, não puderam 
até o presente obter que a memória daquele fato, tão infa-
me a toda a família, fosse tirada do arquivo da cidade. (Sta-
pleton, Prompttuarium catholicum pars, 32, p. 133. Citado 
por Roberta, Host de l’Englise; t.23, p.430)
Protestantes alemães também deixaram esse relato:
“Por causa de vários crimes e vários atos de sodomia, 
nas costas de João Calvino foi impresso um sinal com ferro 
quente pelo magistrado que vivia naquele tempo. (Schus-
semberg, Host. de I’Englise, t. 23, p. 430; Bergier, Dietion de 
Theologie).
Além de matar vários protestantes que professavam a 
mesma fé, Calvino também prendeu em sua própria casa 
Miguel Servet. Diz-se que do fundo do cárcere ouvia-se a 
declaração de Servet:
“Aqui estou, há meses, sem meias, sem camisa, sem 
roupa para mudar, devorado por insetos asquerosos desde 
os pés até a cabeça. Peço me concedam um pouco de con-
19
HISTÓRIA
forto... peço me mandem um advogado”. Calvino mandou 
lançar Servet em uma fogueira, onde foi queimado lenta-
mente. Observando a cena, ao entardecer, Calvino dizia: 
“olha como ele grita à moda dos espanhóis”.
Henrique VIII (Inglaterra) – fundador da Igreja Anglica-
na, Henrique VIII foi no reformador que iniciou o movimen-
to da Reforma Protestante na Inglaterra. A Igreja Católica 
já vinha perdendo o seu poder entre os ingleses por conta 
dos problemas políticos gerados na sucessão do trono in-
glês. Veja:
• Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão. 
Essa mulher pertencia a uma das famílias mais poderosas 
da Europa, os Albsburgos.
• O parentesco de Catarina preocupava Henrique

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