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Sistema Respiratório Professora Doutora Aparecida Alves do Nascimento O primórdio respiratório aparece próximo aos 28 dias como uma evaginação mediana que se projeta da extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva, uma estrutura conhecida como sulco laringotraqueal. Estágios sucessivos do desenvolvimento da laringe. 4 semanas Eminência hipofaríngea Sulco laringotraqueal Estágios sucessivos do desenvolvimento do Septo Traqueoesofágico Durante a 4ª e 5ª semana do desenvolvimento. O Endoderma do tubo dá origem ao Epitélio e as Glândulas da Traqueia. O Mesênquima que envolve o tubo forma o Tecido Conjuntivo, os Músculos e as Cartilagens. As cartilagens e músculos da laringe se originam do mesênquima do 4º- 6º pares de arcos faríngeos. Quando o mesênquima dos dois arcos se transforma nas cartilagens tireoide, cricoide e aritenoide pode-se reconhecer a forma característica do orifício laríngeo. • Com a recanalização é produzido um par de recessos laterais (ventrículos laríngeos). • Os recessos são limitados por pregas de tecido que se diferenciam nas Cordas vocais falsas e verdadeiras. • Devido a proliferação do epitélio laríngeo ocorre a oclusão temporária da luz da laringe. Formação das Cordas Vocais A voz é produzida nas pregas vocais, durante a respiração essas estruturas permanecem abertas para a passagem de ar e durante a fala se fecham e vibram para a produção do som. Atresia de Esôfago Esta anomalia resulta de um defeito de diferenciação do intestino anterior primitivo em traqueia e esôfago. O defeito do crescimento das células endodérmicas leva a atresia e uma fusão incompleta das pregas traqueoesofágicas ocasionado a formação da Fístula traqueoesofágica. Secreções (saliva) que se acumulam no coto esofágico superior são aspiradas para a traqueia e pulmões. O recém nascido ao chorar, ocluindo a glote, força a entrada de ar ao estômago pela fístula e este distendido, exerce pressão no esôfago, forçando a passagem do suco gástrico à árvore traqueoesofágica, com instalação imediata de Pneumonia Química e posterior contaminação bacteriana. Pneumonia química Passagem de ar através da fístula traqueoesofágica causando dilatação aguda do estômago com compressão diafragmática. Desenvolvimento da Traqueia e dos Pulmões No início da 5ª semana, a conexão de cada broto brônquico com a traqueia fica mais dilatada e forma o primórdio do brônquio principal ou primário. Cinco semanas Seis semanas À medida que se desenvolvem, os pulmões adquirem uma camada de Pleura Visceral a partir domesoderma esplâncnico. A cavidade torácica do corpo é revestida por uma camada de Pleura Parietal, derivada do mesoderma somático. - Os brônquios principais subdividem-se em brônquios secundários. - Cada brônquio secundário se ramifica progressivamente, formando na 7ª semana os brônquios segmentares (Formam 10 brônquios segmentares no pulmão direito e 8 ou 9 no pulmão esquerdo). Cavidades Corporais Separação da cavidade pericárdica das cavidades pleurais Desenvolvimento do Diafragma Efeito da prega cefálica sobre a posição de diferentes estruturas As posições da cavidade pericárdica e do septo transverso se invertem uma em relação à outra. � Composto por tecido mesodérmico; � Cresce dorsalmente a partir da parede ventrolateral do corpo e forma uma prateleira semicircular, que separa o coração do fígado; � É primeiro identificável ao final da 3ª semana como uma massa de tecido mesodérmico cefálica à cavidade pericárdica; � Depois que a cabeça do embrião se dobra ventralmente, durante a 4ª semana, o septo transverso forma um tabique espesso, incompleto, entre as cavidades pericárdica e abdominal. Septo Transverso........... Final da 6ª semana 12 semanas Final da 5ª semana recém-nascido Períodos de maturação dos pulmões Pseudoglandular 5-16 Semanas Formam-se os brônquios e os bronquíolos terminais. Canalicular 16-26 Semanas Cada bronquíolo terminal divide-se em dois ou mais bronquíolos respiratórios, que, por sua vez, se dividem em três-seis ductos alveolares. Sacular terminal 26 Semanas ao Nascimento Os ductos alveolares dão origem aos sacos terminais (alvéolos primitivos). Alveolar 32 Semanas até a Infância Os alvéolos maduros têm contatos epiteliais endoteliais. Período Sacular Terminal (26 Semanas ao Nascimento) Durante os dois últimos meses da vida pré-natal, os sacos terminais estão revestidos por células alveolares do tipo I ou pneumócitos I, através das quais ocorrem as trocas gasosas. Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, há células alveolares do tipo II ou pneumócitos II - que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios. • O surfactante se forma como uma película monomolecular sobre as paredes internas dos sacos terminais, reduzindo a tensão superficial na interface alvéolo-ar. • A produção de surfactante aumenta durante os estágios terminais da gravidez, particularmente durante as duas últimas semanas antes do nascimento. • O surfactante neutraliza as forças da tensão superficial facilitando a expansão dos sacos terminais (alvéolos primitivos). Período Alveolar (32 Semanas até a Infância) A transição da dependência da placenta para as trocas gasosas requer as seguintes alterações adaptativas nos pulmões: • Produção adequada de surfactante nos alvéolos, • Transformação dos pulmões de órgãos secretores em órgãos de troca de gases, • Estabelecimento paralelo das circulações pulmonar e sistêmica. • Ao nascimento, os pulmões estão cheios, até cerca da metade, de líquido derivado da cavidade amniótica, dos pulmões e das glândulas da traqueia. O líquido nos pulmões é eliminado por três vias: - Pela boca e nariz, devido a pressão sobre o tórax durante o parto, - Pelos capilares pulmonares, - Pelos vasos linfáticos, artérias e veias pulmonares. Durante os dois últimos meses da vida pré-natal, e por alguns anos depois disso, o número de sacos terminais aumenta e as Células epiteliais alveolares tipo I, tornam-se mais finas, de modo que os capilares circundantes se projetam nos sacos alveolares. Tecido pulmonar num recém-nascido. Período canalicular Período de sacular terminal Esse contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais constitui a Barreira hemato-aérea. O mecônio é o material verde-escuro que se encontra no intestino de um feto a termo. Em resposta a qualquer fonte de sofrimento, o feto excreta o mecônio no líquido amniótico e abre a boca energicamente, aspirando este material para o interior dos pulmões. Síndrome de Aspiração do Mecônio Peculiaridades respiratórias do recém nascido O sistema respiratório do recém nascido é anatomicamente diferente, comparado ao do adulto. As principais peculiaridades do sistema respiratório do recém nascido (RN) são as seguintes: �O RN apresenta vias aéreas com menor diâmetro comparado a crianças maiores e adultos. � O RN apresenta uma respiração predominantemente diafragmática. A musculatura intercostal é pouco desenvolvida. �As estruturas ósseas da caixa torácica são ainda cartilaginosas. � O RN tem um reflexo tussígeno pouco desenvolvido, não mobilizando as secreções pulmonares. �O RN possui uma superfície respiratória ativa relativamente pequena devido ao menor número e tamanho dos alvéolos em funcionamento. �A traquéia tem um pequeno comprimento e assim permite um maior acesso de bactériase irritantes na árvore respiratória inferior. �O RN é um respirador nasal obrigatório (aprende tardiamente a respirar pela boca). �As necessidades de oxigênio do RN são até 50% maiores do que as do adulto. Malformações Congênitas Broncopulmonares CISTOS PULMONARES - Anomalia que resulta na formação de um cisto simples de conteúdo gasoso, comunicando diretamente com a árvore traqueobrônquica. Eventração diafragmática Herniação do Diafragma O intestino herniado pode comprometer a ramificação e a proliferação das vias aéreas em desenvolvimento e dos vasos no período da 5ª a 17ª semana tanto no pulmão do lado da hérnia como no pulmão contra-lateral.
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