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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DEPARTAMENTO DE FÍSICA GERAL CARLOS ANTONIO MONTEIRO FILHO FABRICIO JOSÉ SANTANA DE CERQUEIRA GABRIELA CORREA NAGY LUCAS DOS SANTOS MOREIRA ESCOAMENTO DE FLUIDOS Relatório laboratorial Salvador 2017 CARLOS ANTONIO MONTEIRO FILHO FABRICIO JOSÉ DE SANTANA CERQUEIRA GABRIELA CORREA NAGY LUCAS DOS SANTOS MOREIRA ESCOAMENTO DE FLUIDOS Relatório laboratorial Relatório apresentado à disciplina de Física Geral e Experimental II-E/Laboratório sob orientação do professor Jailton Souza de Almeida. Salvador 2017 1. INTRODUÇÃO Tem-se como objetivo da confecção deste relatório, o estudo e análise de dados coletados do experimento “Escoamento de Fluidos” realizado em laboratório. Este experimento trata do estudo experimental dos parâmetros que definem o escoamento de fluidos, sendo estes um dos campos mais complexos da física, tanto no que concerne a observação experimental quanto na descrição teórica. O escoamento de fluidos é definido como a mudança na forma do fluido sujeito a ação de uma tensão de cisalhamento ou tensão tangencial. Esse escoamento pode ocorrer sob dois regimes, o laminar e o turbulento. O regime laminar ocorre quando as partículas de um fluido movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o nome laminar), cada uma delas preservando sua característica no meio. No escoamento laminar a viscosidade age no fluido no sentido de amortecer a tendência de surgimento da turbulência. Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluídos que apresentem grande viscosidade. O regime turbulento ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja, as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. Este escoamento é comum na água, cuja a viscosidade é relativamente baixa. Neste experimento observamos e medimos o tempo de escoamento de um fluido sob a ação da força da gravidade em três situações específicas: em função do diâmetro do orifício de saída, em função da altura da coluna de água para um diâmetro de orifício fixo, em função do comprimento de um duto acoplado à saída de água. 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O experimento consistia de 3 etapas para determinar os parâmetros que caracterizam o escoamento de fluidos. Materiais utilizados: 1- Reservatório de água montado num suporte; 2-Copo calibrado de 1,5 litros; 3-Conjunto de 6 CAPs com furo central (2.5, 3, 3.5, 4, 4.5 e 5 mm de diâmetro); 4-Bico roscável para mangueira; 5-Conjunto de 6 mangueiras de diferentes comprimentos (40, 50, 60, 70, 80, 90 cm); 6-Cronômetro; 7-Régua ; 8-Balde de 5 litros; 9-Haste com garra Etapa 1: Tempo de escoamento x Diâmetro Na primeira série de medidas consideramos orifícios de escoamento com raios diferentes. Completamos o reservatório de água até o topo. Foi enroscado na saída da válvula o CAP de 3/4” com furo central de 2,5mm. Posicionamos o copo calibrado abaixo da saída do reservatório e disparamos o cronômetro assim que a válvula foi aberta. Esperamos a saída de 500 ml de água e paramos o cronômetro assim que essa marca foi atingida no copo calibrado. Anotamos o tempo de escoamento na folha de dados e repetimos o procedimento para os outros CAP´s de diâmetros maiores. Etapa 2: Tempo de escoamento x Coluna de água Com a mesma montagem anterior, foi enroscado novamente o CAP de 3,0 mm de diâmetro. Enchemos o reservatório de água e posicionamos o balde de 5 litros embaixo da saída de água do mesmo. Criamos uma escala no reservatório usando espaçamentos de 7, 5, 4, 3, 2 e 1 cm a partir do topo. A coluna total de água foi definida como sendo de 22 cm. Abrimos então a válvula e ligamos o cronômetro para medir o tempo de descida da coluna de água entre cada marcação da escala do reservatório até ele ser quase todo esvaziado. Anotamos os valores do tempo nesses intervalos. Etapa 3: Tempo de escoamento x Comprimento da mangueira O CAP foi trocado pelo bico da mangueira. A mangueira foi encaixada nesse bico e sua outra extremidade foi presa numa garra mantendo a altura da saída de água a mesma da base do bico. Começamos pela menos comprida, de 40cm. Posicionamos o copo calibrado embaixo da saída de água da mangueira. Abrimos a válvula e medimos o tempo de escoamento de 500mL. Repetimos o procedimento para as outras 5 mangueiras de diferenciados comprimentos. O tempo de cada uma foi anotado na folha de dados. 3. TRATAMENTO DE DADOS 3.1. Etapa 1: Na primeira parte foram utilizadas várias válvulas CAP ¾” com furos centrais de diferentes diâmetros. Relação tempo de escoamento (t) x diâmetro do furo no CAP (D): Relação log t x log D: Com os valores do tempo em função do diâmetro, obtivemos uma curva que se assemelha a uma potência de expoente negativo, o que era esperado dado que, na medida em que o diâmetro aumenta, o tempo de escoamento diminui devido a passagem de mais água pelo orifício. Como encontramos uma dependência do tipo y=ax+b no gráfico log-log, podemos utilizar o método dos mínimos quadrados para encontrar os coeficientes a e b. Considerando y=logt e x=logD, podemos construir a seguinte tabela auxiliar: D (m) t (s) log D log t logD x logt (log D)² 0,0025 44,50 -2,60206 1,64836 -4,28913 6,770716 0,0030 35,60 -2,52288 1,55145 -3,91412 6,364917 0,0035 25,90 -2,45593 1,4133 -3,47097 6,031602 0,0040 20,50 -2,39794 1,311754 -3,14551 5,750116 0,0045 16,00 -2,34679 1,20412 -2,82581 5,507412 0,0050 13,80 -2,30103 1,139879 -2,6229 5,294739 Ʃ 0,0225 156,3 -14,6266 8,268863 -20,2684 35,7195 Usando o Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), obtemos: → a= -1,755834962a = [ ]² −n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ ][ ]−n[ y ]∑ xi ∑ yi ∑ xi i → b= -2,902180406b = [ ]²−n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ y ][ ]−[ ][ ]∑ xi i ∑ xi ∑ xi 2 ∑ yi Temos então que: D logt og cD log t og c log Dt = c d → = l d → = l + d og t l = y og D d l = x → = a og c c , 01252620728 l = b → = 0 0 (D) , 01252620728D t = 0 0 −1,755834962 Recalculando a partir da função encontrada, obtemos a tabela com os novos valores do tempo de escoamento: D (m) t (s) 0,0025 46,41 0,0030 33,69 0,0035 25,71 0,0040 20,33 0,0045 16,53 0,0050 13,74 3.2. Etapa 2: Relação tempo de escoamento (t) x altura da coluna de água (h): Relação log t x log h: : Como a dependência deste gráfico será com y=t e x=h . A função será do .x y = b a tipo . E, como encontramos uma dependência do tipo y=ax+b no gráfico log-log, t = bh a podemos utilizar o método dos mínimos quadrados para encontrar os coeficientes a e b. Considerando y=logt e x=logh, construímos a seguinte tabela auxiliar: h (m) t (s) log h log t logh x logt (log h)² 0,16 131,20 -0,79588 2,117934 -1,68562 0,633425 0,11 98,90 -0,95861 1,995196 -1,91261 0,918928 0,07 76,10 -1,1549 1,881385 -2,17281 1,333799 0,04 64,00 -1,39794 1,80618 -2,52493 1,954236 0,02 46,90 -1,69897 1,671173 -2,83927 2,886499 0,01 21,30 -2 1,32838 -2,65676 4 Ʃ 0,41 438,4 -8,0063 10,80025 -13,792 11,72689 Substituindo os valores nas equações, obtemos: → a= 0,5938764162a = [ ]² −n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ ][ ]−n[ y ]∑ xi ∑ yi ∑ xi i → b= 2,592499924b = [ ]²−n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ y ][ ]−[ ][ ]∑ xi i ∑ xi ∑ xi 2 ∑ yi Temos então que: h log t og zh log t og z log ht = z k → = l k → = l + k og t l = y og h k l = x → = a og z z 91, 910583 l = b → = 3 2 (h) 91, 910583h t = 3 2 0,5938764162 Recalculando a partir da função encontrada, obtemos a tabela com os novos valores do tempo de escoamento: h (m) t (s) 0,16 131,78 0,11 105,49 0,07 80,65 0,04 57,85 0,02 38,33 0,01 25,39 3.3. Etapa 3: Relação tempo de escoamento (t) x comprimento das mangueiras (L): Relação log t x log L: Com esses dados, pudemos perceber que o tempo de escoamento aumenta com o comprimento da mangueira pois o efeito da viscosidade do fluido se torna relevante. Com o gráfico traçado de txc a curva teve um comportamento bem próximo a uma potência de expoente 0 < a < 1. Pelo MMQ podemos observar claramente esse comportamento. A função é dada por: , com y=t e x=L. Logo a dependência entre t e L será , x y = b a . E, como encontramos uma dependência do tipo y=ax+b no gráfico log-log,Lt = b a podemos utilizar o método dos mínimos quadrados para encontrar os coeficientes a e b. Considerando y=logt e x=logL, construímos a seguinte tabela auxiliar: L (m) t (s) log L log t logL x logt (log L)² 0,4 17,60 -0,39794 1,245513 -0,49564 0,158356 0,5 18,03 -0,30103 1,255996 -0,37809 0,090619 0,6 18,15 -0,22185 1,258877 -0,27928 0,049217 0,7 20,33 -0,1549 1,308137 -0,20263 0,023995 0,8 20,66 -0,09691 1,31513 -0,12745 0,009392 0,9 22,40 -0,04576 1,350248 -0,06178 0,002094 Ʃ 3,9 117,17 -1,21839 7,733901 -1,54488 0,333672 Substituindo os valores nas equações, obtemos: → a= 0,296822463628435a = [ ]² −n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ ][ ]−n[ y ]∑ xi ∑ yi ∑ xi i → b= 1,34925762175377b = [ ]²−n[ ]∑ xi ∑ xi 2 [ y ][ ]−[ ][ ]∑ xi i ∑ xi ∑ xi 2 ∑ yi Temos então que: L log t og mL log t og m log L t = m n → = l n → = l + n og t l = y og n l = L → = a og m m 2, 4897562014947 l = b → = 2 3 (L) 2, 4897562014947L t = 2 3 0,296822463628435 Recalculando a partir da função encontrada, obtemos a tabela com os novos valores do tempo de escoamento: L (m) t (s) 0,4 17,03 0,5 18,19 0,6 19,20 0,7 20,10 0,8 20,92 0,9 21,66 4. CONCLUSÃO Podemos notar que os resultados das equações obtidas estão coerentes com o experimento, pois notamos que em cada uma das etapas houve um tipo de dependência com o tempo de escoamento, dependências essas já esperadas. Na primeira etapa, temos uma dependência do tempo com o diâmetro do furo no CAP, que diz que quanto maior o diâmetro menor é o tempo de escoamento do fluido. Já na segunda etapa, notamos que o tempo de escoamento depende da altura da coluna, na medida em que a altura aumenta o tempo também aumenta, mas com a raiz quadrada da altura. Na terceira parte, o experimento nos mostra que o tempo de escoamento do fluido depende do comprimento da mangueira. Nesse caso, o tempo aumenta com a raiz quadrada do comprimento da mangueira. Logo, podemos afirmar que, segundo o experimento feito, conseguimos obter resultados satisfatórios.
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