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EXECUÇÃO PENAL - Leonardo Mussumecci

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EXECUÇÃO PENAL – LEONARDO MUSSUMECCI
02/08/2012
NULIDADE
Toda e qualquer interpretação que se faz da legislação infraconstitucional tem que estar de acordo com a lei constitucional.
Em matéria processual, o formato do texto constitucional é de preservação de garantias, que fala em “devido processo legal”, “ampla defesa”, “contraditório”, “juiz natural”. O texto constitucional reserva garantias processuais.
Não pode a legislação infraconstitucional refletir nada diferente da lei constitucional.
O texto do código de processo penal transpira o chamado garantismo. Se o estado não estabelecer limites no direito de punir, torna-se inconciliável o estado acusador e o estado defensor. Para deixar mais equilibrada crio um conjunto que protegem o indefeso, criando, portanto, regras processuais.
Tenho regras procedimentais que obedecem ao comando constitucional, garantindo ao acusado a ampla defesa, contraditório. Esses “princípios” garantem apenas ao individuo que está sendo acusado. Tornando uma disputa menos desigual.
Toda vez que se inobservar as formas dos atos praticados, ou deles praticados, está diante de uma nulidade. Gera nulidade a citação realizada por forma diversa daquela estabelecida pelo código de processo penal.
Se a violação for absurda às normas, o ato será inexistente (p.ex. denuncia por pessoa não membro do MP). Se a violação não for tão grave o ato será nulo.
se a lesão ao chamado “tipo processual” for de menor relevância está diante de fato anulável.
As nulidades absolutas estão exemplificamente no art. 564 CPP, já as nulidades relativas estão exemplificamente no art. 572 CPP.
09/08/2012
Fundamento constitucional do processo, não é próprio só do processo penal. É um fundamento que se expande para outros ramos.
As formalidades processuais existem como forma de consagração do devido processo legal, do contraditório, ampla defesa, do principio implícito do duplo grau de jurisdição, ou seja, somente um sistema informado por este princípio precisa ter normas rígidas. 
Devemos saber como o processo começa e como ele termina, os atos processuais a serem observados. É necessário saber a forma que deverá ser observada para a prática de cada ato.
Precisa haver um sistema que garanta a observância da sequencia e atos praticados. É obrigatório, sob pena de que cada um fazer da forma que lhe convém, de não haver padronização. 
Há uma padronização, ou seja, o processo tramita da mesma forma em SP, no RJ.
Parte-se do pressuposto que todos os processos têm o mesmo formato imposto pela Carta Maior.
Reconhecer a existência da formalidade é reconhecer a existência do tipo processual. 
O tipo processual molda a estrutura do ato processual. E toda vez que o tipo processual é inobservado está, em regra, diante de uma nulidade.
É importante verificar que a violação ao tipo processual pode ser mais grave ou menos grave. Para a maioria da doutrina, não sendo pacifica, se posso falar em gradação em posso falar em consequência diferente da violação. Se todos os requisitos do tipo processual não foram observados estarei diante de um ato inexistente. Se a violação existiu porém não foi significativa estarei diante de um ato nulo, estarei diante de uma nulidade absoluta. Se a violação existiu e ela não for tão grave e superável estou diante de um ato anulável, aqui estarei diante de uma nulidade relativa. 
Ato inexistente: todas as formalidades relativas ao tipo processual foram inobservadas. Tanto é que a doutrina o chama de “não ato”. Justamente por conta da violação ao tipo processual, o ato inexistente jamais gera/gerou qualquer efeito. Ex.: denúncia subscrita por quem não é procurador e nem promotor de justiça. A declaração da inexistência do ato gera efeito “ex tunc”.
Se tratando de ato inexistente não poderá haver a modulação dos efeitos da decisão que declarou a inexistência do ato, ou seja, não pode a decisão judicial preservar eventual efeito do ato, pois ele nunca gerou efeito. A inexistência do ato deve ser declarada de oficio podendo se dar a qualquer tempo e a qualquer grau de jurisdição. 
As partes podem arguir a exceção, podendo tratar em qualquer tempo e grau de jurisdição, é matéria que não prescreve. 
Ato nulo: estrutura do ato processual. Ocorre que, o ato nulo gera efeitos até a declaração da nulidade. Declaração da nulidade que terá efeito ex tunc. Aqui gerou efeitos até que fosse declarada a nulidade. Tudo que aconteceu antes da declaração de nulidade está nulo. Em se tratando de ato nulo, a decisão judicial que o declara pode ser modulada. Ou seja, por uma questão politico-judiciária, alguns efeitos do ato, mesmo do ato nulo, podem ser preservados. O ato nulo deve ser reconhecido ex oficio. Caso isso não ocorra, a arguição da nulidade poderá se dar em qualquer tempo e a qualquer grau de jurisdição. O art. 564 CPP elenca situações caracterizadoras de nulidade absoluta, com o entendimento, de que ele seja meramente exemplificativo. 
Ato anulável: reconhecimento da nulidade relativa. Adotando a teoria da instrumentalidade das formas, ou seja, o ato anulável só terá sua nulidade reconhecida caso demonstre-se o efetivo prejuízo suportado, do contrário terá a convalidação da nulidade. Conclui-se que, primeiramente, a nulidade relativa não pode ser reconhecida de oficio, devendo haver a provocação. Segundamente, a parte que pretender o reconhecimento da nulidade relativa deverá argui-la na primeira oportunidade que tiver para se expressar aos autos. A arguição da nulidade relativa é passível de preclusão. O rol das nulidades relativas está previsto no artigo 572 CPP, há quem sugira que o rol é taxativo, porém é de melhor vista de que o referido artigo é exemplificativo no que tange ao rol de nulidades relativas. O efeito dessa declaração é ex nunc. 
Para Ada Pelegrini a teoria da instrumentalidade das formas aplica-se na nulidade absoluta e na relativa, demonstrando o seu prejuízo (raciocínio negado pelo prof.).
Aquele que deu causa a nulidade não poderá argui-la, sustenta-la. Viola a ideia de que ninguém pode se valer da própria torpeza.
16/08/2012
PRINCÍPIOS
Principio do prejuízo: determina que a nulidade só será declarada se a parte que arguiu a nulidade fizer prova do efetivo prejuízo por ela suportado. Se tivermos tratando das nulidades relativas. A invocação sem reservas da teoria do prejuízo em se tratando de nulidade absoluta, parece inquestionável. A corrente majoritária sustenta que o prejuízo também se sustenta na nulidade absoluta.
O prejuízo é presumido. Por exemplo: imaginemos que seja suprimida uma possibilidade de defesa, não necessita neste caso, que seja feito as provas, pois foi diminuída as chances da defesa. Só posso me defender do que souber do que estou sendo acusado. 
Ex2: sentença proferida por magistrado subornado. Fazer prova de prejuízo pode ser de fato negativo. 
Principio da instrumentalidade das formas: o ato processual, ainda que praticado da forma diversa daquela prevista em lei, não será declarado nulo caso tenha atingido o seu objetivo pretendido.
A formalidade existe para que garantam as proteções constitucionais do acusado. Se o acusado precisa ser protegido em um sistema como o nosso, a formalidade precisa ser observada. 
A declaração da nulidade leva necessariamente ao refazimento dos atos processuais. 
Relembrando...
O sistema de nulidade é um sistema de garantias, e a formalidade existe para a aplicação dos mandamentos que protegem o acusado.
O ato inexistente jamais gerou efeitos. 
Ato anulável terá seus efeitos existentes e preservados ( “ex nunc”
AÇÕES DE TUTELA DE LIBERDADE
As ações de tutela da liberdade serão utilizadas quando o individuo estiver preso, porém há situações que desafiam as ações de tutela de liberdade mesmo o individuo estando em liberdade.
São três as ações da tutela da liberdade e duas encontram fundamento constitucional.
-Revisão Criminal:
- Habeas Corpus:
- Mandado de segurança: 
1. Revisão Criminal
a. Coisa julgada:é o evento jurídico que torna a partir de um determinado momento imutável a decisão judicial. A coisa julgada é absolutamente indispensável para que haja segurança jurídica. 
Doutrinariamente é divida em coisa julgada formal e coisa julgada material. A primeira existe dois aspectos que devem ser verificados: se dará a coisa julgada formal diante do esgotamento da via recursal, ou seja, todos os recursos disponíveis já foram utilizados. O segundo, por conta da preclusão temporal nenhum outro recurso poderá ser utilizado, ou seja, houve perda do prazo. Aqui seria possível a interposição do recurso porém houve a preclusão temporal, porque mesmo diante de recurso passível de utilização a parte não o fez. A coisa julgada material, é decorrência direta e imediata da coisa julgada formal. Se não existe mais a possibilidade da interposição de recurso, seja por um ou por outro motivo, a sentença transitará em julgado.
A coisa julgada material resta provada pela certidão do transito em julgado. Há um documento, entranhado nos autos do processo que dá conta da ocorrência da coisa julgada material. 
A revisão criminal é a providencia jurídica que tem natureza de ação e que poderá diante das hipóteses do artigo 621 CPP desconstituir a coisa julgada material.
O sistema brasileiro só admite a desconstituição da coisa julgada material diante de decreto condenatório. Não se pode desconstituir a coisa julgada material se ela recai sobre um decreto absolutório, pois, a sistemática brasileira não admite a chamada revisão criminal “pro societati”. A revisão criminal é providencia privativa da defesa, ou seja, revisão criminal “pro réu”.
A revisão criminal é ação e não recurso.
Hipóteses do art. 621 CPP:
- Decreto condenatório for contrario a evidencia dos autos;
- Condenação viola texto expresso da lei penal;
- Decisão condenatória transitada em julgado está lastreada em prova falsa;
- Depois do transito em julgado da condenação surgir uma prova nova.
A revisão criminal poderá ser promovida a qualquer tempo inclusive depois da morte do sentenciado para que o sentenciado tenha recomposto seu estado de dignidade. Quem o representará em juízo, o cônjuge ou ascendente, descendente ou irmão.
Caso o judiciário reconheça erro anterior, o próprio órgão colegiado responsável arbitra o valor indenizatório.
A revisão criminal é providencia adotada perante órgão colegiado. Não há revisão criminal promovida em primeiro grau. 
Se o que transitou em julgado foi uma sentença a revisão criminal será proposta perante o tribunal que teria competência para processar e julgar a apelação. 
Se o que transitou em julgado foi um acórdão a revisão criminal será promovida no mesmo tribunal que prolatou o acórdão que transitou em julgado.
Na hipótese de empate defere a revisão criminal, porém existe alguns regimentos, que empatada a revisão haverá a definição através do voto de qualidade, feito pelo presidente de grupo de câmaras ou grupo de turmas. 
23/08/2012
HIPÓTESES ESPECIFICAS
No Artigo 621 CPP, são quatro as situações que autorizam a propositura da revisão criminal.
Decisão condenatória transitada em julgado for contraria a evidencia dos autos: quer dizer que todo elemento probatório produzido submetido ao contraditório indica um sentido e a sentença indica um sentido totalmente oposto. A decisão judicial está divorciada de todo elemento probatório produzido. O que desafia a revisão criminal é a decisão completamente incompatível com a prova produzida.
Se a decisão condenatória transitada em julgado violar texto expresso da lei penal: violação literal, não se justifica diante de uma interpretação que não se considera adequada. Discussão quanto mera interpretação da lei não é matéria para a revisão criminal.
Depois do julgamento e do transito em julgado surgir um elemento probatório novo: que chamamos de prova nova. Surgiu depois do transito em julgado da condenação uma prova nova que autoriza a modificação das conclusões que chegaram em um primeiro momento. A demonstração do surgimento da prova nova depende da adoção de um procedimento preliminar chamado de justificação criminal. Na via estreita da revisão criminal existe espaço para produção de provas? Não. No procedimento da revisão não há espaço para produção de provas. A prova nova precisa ser judicializada, pois ela precisa ser submetida ao contraditório. Justificação criminal é um procedimento judicial de via rápida preparatório da revisão criminal. A revisão criminal será proposta em primeiro grau e perante o juízo criminal no qual tramitou o feito de origem.
Decreto condenatório já transitado em julgado lastreado em prova falsa: deverá ser feita no âmbito da justificação criminal, recorrendo a todo procedimento do quesito anterior. Aqui precisa da justificação criminal. 
Caso a revisão criminal seja deferida, os casos que podem se concluir são aqueles previstos no Artigo 626 CPP, quais sejam: absolvição; o processo poderá ser anulado; poderá haver a diminuição da pena corporal ou poderá haver a desclassificação da infração. 
As decisões proferidas pelo tribunal do júri já transitadas em julgado desafiam a revisão criminal. 
Um dos princípios norteadores do júri no Brasil é a soberania dos vereditos, portanto, a decisão dos jurados é soberana.
Segundo a doutrina, uma vez transitado em julgado decreto condenatório proferido pelo júri é cabível revisão criminal.
Tramitação da Revisão Criminal
Ela será proposta sempre perante o órgão colegiado, não há revisão criminal promovida em primeiro grau. 
Uma vez distribuída à revisão criminal será realizado um sorteio. Sendo este estabelecido qual grupo de turmas ou de câmaras que julgará a revisão criminal e o sorteio já estabelece quem será o relator daquele pedido revisional. 
O relator recebe os autos da revisão, pois ele pode tomar uma de duas decisões possíveis. O relator pode deferir o pedido revisional ou ele pode indeferir em caráter liminar o processamento da revisão criminal. Isso pode ocorrer por duas razoes: não ter hipóteses do 621 CPP ou porque a revisão está inadequadamente instruída. O poder para revisão criminal é especial. Contra a decisão de indeferimento do processamento da revisão caberá AGRAVO REGIMENTAL. 
Deferido o processamento os autos serão remetidos a procuradoria de justiça (membros do ministério publico que oficiam no 2º grau). O procurador tem 10 dias para confeccionar o parecer. O parecer não vincula ninguém a nada. Os autos voltam com o parecer para o relator. E o relator tem 10 dias para confecção de relatório e voto. Na sequencia os autos são encaminhados ao revisor que fará revisão voto e requererá a inclusão da revisão criminal em pauta de julgamento. 
Voto de qualidade: na hipótese de empate o presidente do grupo de câmaras vota e desempata. 
Da decisão que do mérito aprecia a revisão criminal não cabe recurso.
Pode haver nova revisão criminal no mesmos autos desde que com outro fundamento. Ou seja, não pode repetir revisão criminal com o mesmo fundamento.
30/08/2012
HABEAS CORPUS
Também é uma ação de tutela da liberdade, porém, a mesma ressalva quando da revisão criminal, faz-se agora, há possibilidade de impetrar habeas corpus mesmo que o individuo em liberdade.
O que não retira do habeas corpus a natureza jurídica de natureza de tutela da liberdade.
É possível afirmar que toda vez que alguém estiver sendo vitimado por constrangimento ilegal que guarde relação direta ou reflexa com a liberdade poderá ser impetrada ordem de habeas corpus.
Aquele que impetra a ordem de habeas corpus não precisa ostentar capacidade postulatória, portanto, podemos afirmar que o habeas corpus é ou representa uma das hipóteses de ‘ius postulandi” do direito processual penal constitucional.
De sorte que a ordem de habeas corpus poderá ser impetrada por qualquer pessoa que ostente capacidade civil. Terá sorte aquele que impetrar habeas corpus por advogado.
Outro detalhe, é a ausência de maior formalismo no que pertine aestrutura da peça processual. Não chego a dizer tratar de habeas corpus de peça livre.
Quem impetra a ordem de habeas corpus fala em nome próprio o que é absolutamente raro na sistemática processual brasileira.
Na exata medida em que o impetrante fala em nome próprio ele se responsabiliza pelas informações veiculadas na impetração. 
Existem determinadas figuras que sempre estarão presentes em toda e qualquer ordem de habeas corpus, fala-se em impetrante, do paciente, da autoridade coatora e da autoridade impetrada. 
O impetrante é aquele que comparece em juízo para deduzir a pretensão constante da ordem de habeas corpus. Pretensão que pode ser deduzida em favor de um terceiro ou em seu próprio favor.
Aquele que está sofrendo ou está em sua iminência chama-se paciente. 
O paciente é pessoa física ou em caráter excepcional pessoa jurídica que está sofrendo ou que está na iminência de sofrer constrangimento ilegal, relação direta ou reflexa com a liberdade.
A ordem de habeas corpus pode ser liberatória ou preventiva. 
A autoridade coatora é a autoridade que está praticando ou que está na iminência de praticar o constrangimento ilegal. Aqui a ordem foi emanada ou está prestes a emanar a ordem. 
A autoridade coatora deu a ordem, não pode se confundir com a autoridade que executou a ordem.
Excepcionalmente, pode ser impetrada ordem de habeas corpus contra ato de particular, desde que o particular exerça uma função pública por delegação.
Delegação é o instituto do direito administrativo que permite que determinada pessoa receba uma função para a prática de um ato, sendo que originariamente nada disso se apresenta.
A autoridade impetrada é autoridade do judiciário que apreciará a ordem de habeas corpus e ela é obrigatoriamente e hierarquicamente superior aquela que está praticando o constrangimento ilegal.
Apesar da ausência de previsão legal é possível a concessão de medida acauteladora em ordem de habeas corpus.
Medida acauteladora é medida “inaudita ahera parte”, ou seja, sem oitiva da parte contrária e poderá ser imposta sempre que o constrangimento ilegal se mostrar inquestionável. 
Essa medida tem como objetivo a imediata restituição da liberdade a determinada pessoa.
A medida acautelatória mesmo sem ausência de lei, é constituída através do poder geral de cautela, ou seja, é o poder dever de todo magistrado de evitar a ocorrência de dano irreparável ou difícil reparação 
Outro detalhe, é que uma vez concedida a medida acauteladora não haverá prejuízo quanto a apreciação do mérito da ordem impetrada, podendo ser cassada e ela novamente presa.
O habeas corpus pode ser preventivo ou liberatório. A ordem coatora já se deu, a execução é coisa de tempo, sorte, competência, do ponto de vista logístico. A ordem de habeas corpus é liberatória, pois quero que a pessoa seja liberada daquela ordem feita pela autoridade coatora.
Será preventiva, pois contra ele nada foi feito, porém há justo receio de que será feito tornando o paciente imune de certo ato coator. Aqui terei um salvo conduto que irá imunizar sobre determinado ato.
Já tem a ordem é liberatório. Não tem a ordem mais está em sua iminência é preventiva.
O que caracteriza o habeas corpus preventiva reduta na concessão de salvo conduto.
13/09/2012
Para que a tutela de urgência seja concedida deve ter o periculum in mora e o fumus boni iuris.
A interpretação deve se dar sempre favoravelmente aos interesses do paciente.
Contra a decisão que indefere medida cautelatória em ordem de habeas corpus não poderá ser impetrada outra ordem de habeas corpus. 
Há uma vedação imposta pela Sumula 691 STF. 
Porém o próprio STF em determinada situações flexibiliza a aplicação da Sumula 691. 
Nos casos nos quais o indeferimento da tutela cautelar representar decisão teratológica afasta-se a incidência da sumula 691 e admite a impetração de nova ordem de habeas corpus. 
O que é decisão teratológica? Decisão sem fundamento, destoante de muitas outras proferidas no sentido contrário, não tem amparo, seja doutrinário ou jurisprudencial. 
A sumula é cancelada por ato do plenário do tribunal, ou seja, súmula do STJ somente o STJ pode cancelar o mesmo ocorre no STF.
O processamento da ordem de habeas corpus. A ordem de habeas corpus é impetrada e os autos serão obrigatoriamente encaminhados a conclusão em caráter imediato mesmo que não tenha sido formulado pedido especifico para a concessão da tutela de urgência. 
Pois prepondera na jurisprudência a posição que sustenta a possibilidade da concessão da tutela de urgência independente de requerimento especifico pelo impetrante porque não podemos esquecer que o habeas corpus pode ser interpretada por qualquer pessoa.
Determinará que em 10 dias sejam prestadas as informações pela autoridade pontada como coautora e na sequencia que se colha o parecer do Ministério Público.
Com as informações prestadas pela autoridade coatora e o parecer do MP serão os autos conclusos para decisão.
Se a concessão do que está sendo concedido depender de provas ou produção destas sinalizada está a inadequação do habeas corpus.
Da decisão de mérito que julga habeas corpus, historicamente se admite a impetração de nova ordem de habeas corpus para instancia superior de jurisdição. Só que, a jurisprudência do STF sofreu recentíssima alteração.
Contra decisão denegatória de segundo grau, surge o problema: existe o Recurso Ordinário Constitucional, seja para STJ seja na sequencia para o STF. O que sempre se admitiu foi a substituição do Recurso ordinário constitucional impetrasse nova ordem de habeas corpus. 
Porém, recentemente, o tribunal vem modificando tal decisão.
Art. 102 e 105 CF, interpor Recurso Ordinário Constitucional. 
Sempre que a ordem de habeas corpus for impetrada em segundo grau ou perante tribunais superiores haverá um problema, os regimentos internos dos tribunais dispensam a intimação do impetrante para o julgamento do habeas corpus.
Se a intimação do impetrante tenha sido requerida e não aconteceu o ato será nulo.
20/09/2012
Não houve aula.
27/09/2012
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança pressupõe a violação a um direito liquido e certo. Para que se possa manejar, impetrar mandado de segurança é pressuposto básico que tenha havido a violação a um direito liquido e certo do impetrante.
O direito liquido e certo é direito constatável “ieto oculi”, ou seja, só de olhar, sem maiores reflexões é possível se concluir pela certeza e liquidez do direito invocado. 
O direito liquido e certo é um direito praticamente inquestionável. 
Há uma característica central desse direito, que não pode deixar de ser considerada.
O direito é demonstrável mediante elemento probatório pré-constituído. Significa dizer que elemento obrigatoriamente de natureza documental e que, portanto, deve acompanhar a petição inicial do mandado de segurança.
Só caberá mandado de segurança quando o direito liquido e certo invocado não puder ser tutelado pela modalidade de habeas corpus. 
A doutrina diz, que a ordem de habeas corpus prefere ao mandado de segurança.
A fungibilidade não será admitida diante equivoco grosseiro. 
Para que se impetre mandado de segurança deve haver prova inequívoca da existência de um ato coator perpetrado por uma autoridade pública.
A prova inequívoca é a prova escrita da existência do ato coator. Deve fazer prova pré-constituída da existência do ato coator. O ato coator deve estar consubstanciado em um documento escrito. 
Toda e qualquer autoridade não pode negar-se a responder a requerimento que lhe tenha sido dirigido. 
Se diante do requerimento escrito nada dizer a autoridade presume-se a negativa quanto ao deferimento do que for solicitado.
O indeferimento presume-se diante da inercia da autoridade ao requerimento que lhe foi dirigido. 
Diferente do que ocorre no habeas corpus, no mandado de segurança há expressamente a concessão da chamada tutela de natureza acauteladora. Está previsto de forma prevista na leido mandado de segurança a concessão de liminar. Encontra-se no Art. 7 da Lei do Mandado de Segurança.
Caso a liminar seja concedida, impõe-se o seu cumprimento. Caso a liminar seja indeferida caberá a interposição de Agravo de Instrumento.
São três as situações no Processo Penal desafiadoras do Mandado de Segurança. 
O mandado de segurança pode ser impetrado contra ato da autoridade policial que inadmite que o profissional da advocacia tenha acesso aos autos do inquérito.
Art. 20 CPP: que autoridade policial deve guardar o sigilo necessário ao bom termo das investigações. Sumula vinculante nº 14 STF, que em outras palavras, admite o inequívoco direito do profissional da advocacia de elementos já inclusos nos autos. 
Quando a autoridade policial de forma desarrazoada indefere a restituição de coisa que tenha por ela apreendida.
Como forma de submeter ao judiciário a necessidade de atribuir efeito suspensivo em outro recurso. Se há um recurso de competência dos tribunais locais que não tem efeito suspensivo e eu preciso desse efeito, impetra-se mandado de segurança. 
É muito pouco provável que se conheça de mandado de segurança utilizado como sucedâneo de recurso. Mandado de segurança contra ato do juiz é pouco provável que seja conhecido.
Não havendo recurso especifico entende-se pela irrecorribilidade da decisão.
EXECUÇÃO PENAL
Se o decreto penal condenatório transitou em julgado está presente o requisito objetivo indispensável que tenha inicio a fase de execução. 
No transito em julgado do decreto condenatório o principio da presunção de inocência não existe.
Conclui-se que, não há de se falar em sistemática processual penal constitucional em execução provisória de decreto penal condenatório. 
Existem três teorias sobre o qual seria o momento inicial do processo de execução penal. 
A quem sustente, de forma equivocada, que a execução penal tem início com o transito em julgado do decreto condenatório. O transito em julgado é um requisito objetivo. Ele representa um requisito não o seu inicio propriamente dito.
A segunda corrente diz que, a execução tem inicio com a determinação pelo juízo de conhecimento da expedição da carta de guia, também chamada de guia de recolhimento. Corrente também errada, pois, a carta de guia também é requisito objetivo para que tenha inicio a execução, mas não representa momento inicial.
A terceira corrente diz que a execução tem inicio no exato momento no qual o juízo das execuções recebe a carta de guia e determina seu regular cumprimento.
Neste momento, estão fixadas as balizas que serão observadas em todo o curso da execução. Estabelece de forma fiel os critérios utilizados.
Como a execução da pena se dá “full time” é evidente que a execução é rito de impulso oficial. Porém o juízo da execução está atrelado às matérias do Artigo 66 da Lei de execuções penais. (Lei. 7.210/84).
Não pode o juízo das execuções alterar o conteúdo material da decisão por mais que o mesmo entenda um absurdo.
04/10/2012
Não há duvida pelo menos atualmente, quanto a jurisdicionalidade do processo de execução. Quem resolve eventual conflito de interesses é o magistrado atuando segundo sua função jurisdicional.
É obrigatória a atuação do Ministério Público na fase de execução.
A atuação do Ministério Público é obrigatória sob pena de nulidade.
Progressão do regime prisional
O regime fechado fica como regra destinado aos condenados com pena privativa de liberdade superior a 8 anos. Também será fixado desde o inicio para os reincidentes pouco importa a pena arbitrada.
Existem duas sumulas do STF, sendo elas 118 e 119 STF, que dão conta de duas contas: Que a gravidade em abstrato do crime não autoriza por si só o regime fechado e que mera opinião do julgador sobre os efeitos deletérios da infração também não autorizam a fixação do regime fechado.
O regime semiaberto é destinado para aqueles que foram condenados a pena privativa de liberdade superior a 4 anos e que não exceda a 8 anos.
O regime aberto é destinado para aqueles que foram condenados a pena privativa de liberdade não superior a 4 anos.
O regime fechado é caracterizado pela absoluta segregação, ou seja, o sentenciado fica completamente afastado de qualquer contato com o mundo exterior. Os estabelecimentos prisionais ostentam determinadas características, ou seja, deve ser murado e com guarda armada constante com a destinação de espaço especifico para banho de sol ao menos uma vez por dia. Em se tratando de regime fechado, não se admite o trabalho realizado fora dos limites do estabelecimento prisional, porém, deve ser consignado de que já há decisão judicial admitindo trabalho extramuros, quando não há naquele estabelecimento prisional especifico trabalho para todos os detentos.
No regime semiaberto: colônia penal agrícola, colônia penal industrial ou estabelecimento penal similar. 
No regime aberto, na verdade é uma ficção jurídica, pois ele se caracteriza pela casa do albergado. O regime aberto se transformou na chamada prisão domiciliar.
Dois critério cumulativos são exigidos para o deferimento da progressão do regime:
a)Cumprimento de determinada quantidade de pena
b)Merecimento.
Deve ser considerado dois grupos:
a)crimes não hediondos.
b)crimes hediondos ou equiparados
Se o crime não for hediondo o individuo deverá cumprir pelo menos 1/6 da pena privativa de liberdade imposta para a progressão do regime. Se o delito for hediondo ou equiparado dois podem ser os requisitos: a) se o individuo for reincidente deverá cumprir pelo menos 3/5 da pena; b) se não for reincidente deverá cumprir pelo menos 2/5 da pena.
A expressão reincidência deve ser considerada na sua forma mais ampla. Ser reincidente é fator determinante para cumprir 3/5 e não ser reincidente é fator determinante para cumprir 2/5.
1/6, 3/5 ou 2/5 SEMPRE do total da reprimenda.
É um sexto sobre o total do fechado para o semiaberto; um sexto sobre o total do semiaberto para o aberto, e assim respectivamente.
No requisito subjetivo, que é o merecimento, o requisito atualmente é aferido pelo diretor do estabelecimento prisional. O diretor deste estabelecimento confecciona uma declaração de conduta carcerária que um documento que atesta a boa, excelente, ruim conduta carcerária.
Acaba aferindo merecimento aquele pessoa que tem o interesse de ver o individuo longe dali.
O STJ assentou o seguinte entendimento: o juiz da execução de forma fundamentada, consideradas as particularidades do caso concreto, poderá determinar que se realize a titulo complementar o exame criminológico. 
Sempre antes de se pronunciar de caráter definitivo sobre o deferimento ou indeferimento do beneficio é obrigatória à oitiva do Ministério Público. A oitiva do Ministério Publico é indispensável sob pena de nulidade.
Se o sujeito for condenado ao regime semiaberto e não há vaga em tal regime, deve aguardar vaga no regime fechado, segundo jurisprudência paulista. 
Há um precedente, que na inexistência de vaga no regime semiaberto aguarda-se no regime aberto a vaga paro regime semiaberto.
Não pode ser presumir a má-fé. Tenho que sempre presumir a boa-fé.
24/10/2012
Em se tratando de regressão deve verificar qual é o regime prisional mais adequado aquela nova realidade. Realidade aperfeiçoada depois da prática da falta que ensejou a regressão.
Não se pode dizer que quem tenha regredido por alguma oportunidade não possa ter outros benefícios.
Ainda em matéria de regime prisional, existem coisas que podem ser questionadas: a tendência da jurisprudência com cada vez mais frequência privilegiar o que está dito no Art. 33CP. 
Significa que a regra de fixação do regime prisional de acordo com a pena imposta, é regra que deve ser privilegiada, portanto, aplicada na esmagadora maioria das ações. 
Atenção ao seguinte detalhe: para que o magistrado estabeleça um regime prisional mais severo a fundamentação deve ser absolutamente exauriente, ou seja, o magistrado deve explicar em fatosconcretos o porque está fixando o regime inicial de pena mais gravoso que não compatibiliza com a pena imposta.
É possível uma pessoa ser condenada a 2 anos em regime fechado se o mesmo for reincidente, por exemplo. Elementos que podem ser capturados que levam a conclusão de estabelecer um regime mais gravoso.
Súmulas 440 STJ, 718 e 719 STF.
Que apesar da jurisprudência ser neste sentido, não há hoje um acórdão em sentido contrário. Os tribunais locais aplicam o regime inicial de pena que não estão compatíveis com a pena aplicada.
Também é da jurisprudência que fixada a pena base no mínimo legal parte do pressuposto que as circunstancias judicias são todas favoráveis, não poderá haver regime gravoso com aquele que guarde compatibilidade com a pena imposta.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Liberdade provisória é aquela medida contra cautelar que se adota na hipótese de prisão em flagrante. Aliás, fica fácil de constatar pela leitura superficial do artigo 310 do CPP. 
Livramento condicional que é beneficio da fase de execução que pressupõe a existência de um decreto condenatório transitado em julgado.
Sendo pressuposto objetivo um decreto condenatório transitado em julgado em face do individuo. 
Trata-se do beneficio mais importante da fase de execução, pois o livramento condicional coloca o sujeito em liberdade. 
Livramento condicional é o instituto da fase de execução que permite que parte da pena privativa de liberdade seja cumprida em liberdade.
Desde que atendidos os requisitos objetivos e subjetivos.
Os requisitos objetivos para o livramento condicional estão elencados no artigo 83 CP.
- O individuo que não for reincidente em crime doloso, deverá cumprir mais de um terço da pena para ter direito ao livramento condicional.
- Já o reincidente ao crime doloso, para ter direito deverá cumprir mais da metade da pena.
- o inciso V do artigo 83 CP foi introduzido pela lei de crimes hediondos. Aquele que for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado para obter o livramento condicional deverá cumprir mais de dois terços da pena, e não poderá ser reincidente especifico na prática de crime hediondo ou equiparado.
A doutrina diz que reincidente especifico na prática de crime hediondo ou equiparado é todo aquele que perpetra crime hediondo ou equiparado é condenado e após pratica qualquer outro crime que possa ser considerado crime hediondo ou equiparado. (Teoria ampliativa).
Os requisitos subjetivos que precisam ser preenchidos:
- o sujeito deve ter merecimento. Teoria da meritocracia, em matéria de progressão de regime e livramento condicional. No livramento condicional também se exige a declaração elaborada pelo diretor do complexo prisional, além de haver parecer do conselho penitenciário sobre o requerimento de livramento condicional formulado pelo sentenciado.
Conselho penitenciário é órgão de auxilio da execução penal, composto multidisciplinarmente que avaliará que se aquele determinado individuo reúne o que é necessário para o livramento condicional, verificar-se-á o merecimento efetivo.
O juiz só aprecia o livramento condicional se tiver diante de si o parecer do conselho penitenciário e do Ministério Público. 
A decisão concessiva do livramento condicional que se dê sem parecer do conselho penitenciário ou do MP é nula. 
O sujeito submetido ao livramento deverá observar determinadas condições, que são as mesmas aplicadas ao sursis (ex. comprovação de trabalho. O ato de vadiagem enseja a revogação do livramento condicional).
- o sujeito não perpetrar conduta delitiva enquanto estiver gozando do livramento condicional.
Caso o individuo tenha revogado o livramento condicional ele perde todo o tempo, ele volta a cumprir a pena e contará a partir do dia em que foi concedido o livramento.
O livramento representa o termo final do regime, portanto, o livramento condicional é o estertor que o individuo aos poucos deverá ser ressocializado.

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