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Aula 00 
Curso: Direito Constitucional para Analista 
Judiciário Área Judiciária (AJAJ) do TER-SP 
Professor: Raphael Senra e Thiago Pereira 
Aula 00 
Curso: Resumo mais questões- Direito 
Constitucional 
Professor: Raphael Senra 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
Prof.º. Raphael Senra - Aula 00 
 
 
Prof. Raphael Senra 2 de 55 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 Olá, amigos do Exponencial Concursos, tudo certo? 
É um imenso prazer estar aqui para ministrar este curso de resumo 
mias questões para o ISS- Guarulhos. 
Antes de começar efetivamente o nosso curso, peço licença para me 
apresentar: 
Sou o professor Raphael Senra, fui Oficial da Marinha do Brasil 
(graduado em Ciências Navais pela Escola Naval) por 13 anos e atualmente 
exerço o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro, 
sendo aprovado em décimo lugar no concurso de 2014. Minha trajetória nos 
concursos públicos começou bem cedo, quando, aos 14 anos, fui aprovado nos 
concursos de admissão ao Colégio Naval e à Escola Preparatória de Cadetes do 
Ar (EPCAr). 
Há pouco tempo (até janeiro de 2014) estava na posição de vocês, 
estudando muito para conseguir o tão sonhado cargo de Auditor Fiscal da 
Receita Estadual do Rio de Janeiro. Vivenciei todas as dificuldades e angústias 
pelas quais vocês estão passando. 
 Em abril de 2013 minha esposa engravidou, ao receber a notícia que iria 
ser pai, pensei: tenho que sair deste trabalho para poder curtir minha família (a 
carga no antigo emprego era pesadíssima) e dar a eles uma melhor condição 
de vida. Foi a partir deste momento que comecei minha empreitada para 
alcançar a tão sonhada vaga. Conforme já dito no parágrafo acima, passei por 
diversas dificuldades, como por exemplo, arrumar tempo para estudar. 
Trabalhava das oito e meia da manhã às seis horas da noite e ainda gastava 
uma hora para ir e uma para voltar do quartel, devido a isso, nos dias de semana 
só conseguia estudar de madrugada. Estudava das 03 às 07 da manhã (à noite, 
como chegava cansado, preferia ir dormir cedo), todavia, nunca desanimei, 
transformava as angústias a ansiedades em motivação- sempre imaginando o 
dia em que ia entrar na seção de pessoal para pedir minha baixa. Tal 
determinação foi recompensada após 10 meses de estudo quando fui aprovado 
em 10º lugar no concurso para Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de 
Janeiro (o popularmente chamado ICMS-RJ). 
Por isso meus amigos, fico extremamente feliz em ajudá-los a conquistar 
a sonhada vaga na carreira pública. A oportunidade, como visto acima, é para 
todos, não venha com esse papinho: “ah eu trabalho e sou pai/mãe de família, 
nunca vou passar em um concurso tão concorrido como o do ISS- Guarulhos”. 
A equipe do Exponencial está aqui para te mostrar, através de cursos 
COMPLETOS e OBJETIVOS, como chegar com mais rapidez a aprovação. 
Seguindo a didática do Exponencial Concursos, tenho a missão de 
oferecer para vocês este curso de Direito Constitucional para o ISS- 
Guarulhos, sempre primando pela OBJETIVIDADE, trazendo os assuntos 
APRESENTAÇÃO 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
Prof.º. Raphael Senra - Aula 00 
 
 
Prof. Raphael Senra 3 de 55 
www.exponencialconcursos.com.br 
devidamente esquematizados, direto ao ponto. O curso será de resumo e 
questões comentadas, não deixarei de tocar em nenhum assunto importante 
de nossa matéria, porém vamos focar no que consideramos mais relevante, 
levando em consideração as características da VUNESP. 
OBS¹: as questões presentes no corpo da teoria serão de diversas 
bancas tendo em vista o fim didático de apresentado. 
OBS²: sempre priorizarei as questões da VUNESP na lista ao final 
da aula, mas também trarei questões de outras bancas a fim de cobrir 
todos os pontos sobre cada assunto. 
Dito tudo isso, partamos para nossa aula 00. Força, fé e foco! 
 
Sumário 
1- Teoria Geral da Constituição (parte 01) ..........................................3 
1.1- Alocação do Direito Constitucional ........................................................................................ 4 
1.2- Conceito e origens.................................................................................................................. 5 
1.2.1- Conceito .......................................................................................................................... 5 
1.2.2- Origens - Constitucionalismo........................................................................................... 6 
1.3- Concepções (sentidos) da constituição ................................................................................ 10 
1.4- Evolução das Constituições e as fases do Estado pós-moderno ........................................... 16 
1.5- Estrutura das Constituições .................................................................................................. 18 
1.6- Classificação das normas constitucionais segundo a finalidade ........................................... 19 
1.7- Hierarquia das Normas (A Pirâmide de Kelsen) .................................................................... 21 
2- Questões Comentadas ................................................................... 25 
3- Lista de exercícios......................................................................... 43 
4- Gabarito ........................................................................................ 55 
5- Referencial Bibliográfico ............................................................... 55 
 
 
 
Teoria Geral da Constituição é a disciplina que aborda os conceitos, 
origens, conteúdo, estrutura, classificação das constituições. 
Aula 00 – Teoria Geral da Constituição (Parte 01): alocação do Direito 
Constitucional, conceito, origens, concepções da constituição, 
evolução das Constituições e as fases do Estado pós-moderno, 
estrutura das Constituições, classificação das normas constitucionais 
segundo a finalidade e hierarquia das normas. 
1- Teoria Geral da Constituição (parte 01) 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
Prof.º. Raphael Senra - Aula 00 
 
 
Prof. Raphael Senra 4 de 55 
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Definição de direito Constitucional: O Direito Constitucional é 
definido como sendo o ramo do direito público interno dedicado à análise e 
interpretação das normas constitucionais. 
A esquematização didática do Direito não é unânime na doutrina, 
porém, a fim de facilitar o entendimento (ATENÇÂO, NÃO É PARA DECORAR O 
ESQUEMA ABAIXO, A FUNÇÃO DELE É APENAS FACILITAR A SUA 
COMPREENSÃO), podemos propor a seguinte discriminação gráfica: 
 
 
 
 
 
 
Direito
Direito 
Público
Direito 
Público 
Interno
- Direito Constitucional
- Direito Administrativo
-Direito Penal
Externo
- Direito 
internacional 
privado
Direito 
Privado
- Direito 
Civil
- Direito 
Empresarial
Direito 
Difuso / 
Social
- Direito do 
Tabalho
- Direito 
Previdenciário
- Direito 
Ambiental
Direito Público
• regulamenta a política 
do Estado e as relações
entre os seus órgãos, ou
entre estes e os 
particulares
Direito Privado
• regulamenta as relações 
entre particulares
(pessoas)
1.1- Alocação do Direito Constitucional 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
Prof.º. Raphael Senra - Aula 00Prof. Raphael Senra 5 de 55 
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1- (FUNIVERSA / APEX-Brasil / 2006) O Direito 
Constitucional é um ramo do Direito Privado, destacado por ser fundamental à 
organização do Estado e ao estabelecimento das bases da estrutura política. 
Resolução: Questão errada. O Direito Constitucional é um ramo do Direito 
Público e não do Direito Privado como trouxe o enunciado da questão. 
 
 
 
 
• A Constituição, em seu aspecto material, é a Lei Maior de um Estado, 
instrumento pelo qual se forma, se estabelece e organiza a sociedade 
e o Poder Político, e se regula as relações entre governantes e 
governados, e estes entre si. É a norma que serve de base para todo 
o ordenamento jurídico. 
 
Mas professor, esta definição está parecendo meio simplória. É verdade 
querido aluno, está bem simples mesmo, mas a intenção é essa, te passar a 
matéria de uma forma simples e objetiva, porém eficaz. Apesar de só estarmos 
começando aula, e de haver vários assuntos sobre a Teoria Geral da 
Constituição, os quais trataremos na sequência, você vai ver que só com a 
definição acima iremos conseguir matar as questões a seguir. 
2- (CESPE - TJ TRT10/Administrativa/2013) Acerca 
de constituição e de direitos e garantias, julgue o item a seguir à luz da norma 
constitucional e da interpretação doutrinária sobre a matéria. 
Conceitua-se a Constituição, quanto ao aspecto material, como o conjunto de 
normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao 
Constituição
(aspecto material)
Lei maior de 
um Estado
organiza a 
sociedade e o 
poder político
regula as
relações entre 
governantes e 
governados, e 
destes entre si
serve de base
para todo o 
ordenamento
jurídico
1.2- Conceito e origens 
 
1.2.1- Conceito 
 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
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exercício da autoridade, à forma de governo e aos direitos individuais e sociais 
da pessoa humana. 
Resolução: questão correta. Primeiramente, importante frisar que a 
expressão “aspecto material” , presente no enunciado, fez toda a diferença, 
pois como veremos mais a frente, existem Constituições que são do tipo formal 
(caso da nossa), as quais possuem em seu interior normas formais e 
materialmente constitucionais, as primeiras não tratam de matérias 
essencialmente constitucionais (como por exemplo a regulamentação das 
relações entre governantes e governados), em outras palavras, são normas 
que poderiam ser tratadas em legislação infraconstitucionais, mas o legislador 
constituinte optou por botá-las no corpo da Constituição. 
Voltando a resolução da questão, com a definição exposta acima fica 
fácil matá-la, pois, a organização do poder, a distribuição de competência, a 
forma de governo e os direitos individuais e sociais estão relacionados com a 
organização da sociedade e do poder político e o exercício da autoridade 
está ligado à regulamentação das relações entre governantes e 
governados. 
 
3- (FGV / Estágio Forense – MPE-RJ / 2014 / 
Adaptada) O sistema jurídico brasileiro adota o princípio da supremacia 
constitucional. Segundo os juristas pátrios e, principalmente, a jurisprudência 
do STF, o referido princípio informa-nos que o intérprete deve ter em conta 
que as normas constitucionais se encontram posicionadas no topo do 
ordenamento jurídico e configuram o fundamento de validade de todas as 
demais normas do sistema que estejam em posição hierárquica inferior. 
Resolução: Questão correta. Apesar de só vermos mais à frente o princípio 
da Supremacia da Constituição (representado na pirâmide de hierarquia das 
normas criada por Hans Kelsen) o qual nos ensina que a Lei Fundamental 
(Constituição) se encontra no topo do ordenamento jurídico, não podendo 
nenhuma norma contrariar suas disposições, mais uma vez podemos matar a 
questão utilizando a simples definição passada, pois na sua parte final consta 
que a Constituição serve de base para todo o ordenamento jurídico. 
 
 
 
Chama-se de constitucionalismo o movimento social, político, jurídico 
e até mesmo ideológico a partir do qual emergem e evoluem as 
Constituições. 
1.2.2- Origens - Constitucionalismo 
 Curso: Direito Constitucional 
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Não há consenso na doutrina em relação à fases e marcos do 
Constitucionalismo. O fato é que tal evento se dá de formas diferentes e em 
tempos diversos nos vários países do mundo. 
Notável o que nos fala o professor André Ramos Tavares acerca do 
constitucionalismo: 
“Numa primeira acepção, emprega-se a referência ao movimento 
político-social com origens históricas bastante remotas que 
pretende, em especial, limitar o poder arbitrário. Numa segunda 
acepção, é identificado com a imposição de que haja cartas 
constitucionais escritas. Tem-se utilizado, numa terceira concepção 
possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da 
função e posição das constituições nas diversas sociedades. Numa 
vertente mais restrita, o constitucionalismo é reduzido à evolução 
histórico-constitucional de um determinado Estado. ” 
 
Da análise do exposto pelo ilustre mestre, resumidamente, teríamos três 
marcos para o Constitucionalismo: 
 
Constitucionalismo
•Movimento pelo qual emergem e
evoluem as Constituições
•Evento contínuo
Constitucionalismo 
Antigo
• Manifestado pelos 
Hebreus os quais 
afirmavam que o poder 
era limitado pela Lei do 
Senhor; e pelos 
Gregos com as 
Cidades-Estados em 
que se praticava a 
democracia direta, 
havendo identidade 
entre governantes e 
governados, sendo os 
cargos públicos 
exercidos por cidadãos 
escolhidos em sorteio, 
e limitado no tempo.
Constituicionalismo da 
Idade Média 
• Celebração de pactos 
e escritos, subscritos 
pelo monarca e pelos 
súditos ( sendo a 
carta assinada pelo rei 
João "sem terra", na 
qual ele limitava seus 
poderes para não ser 
deposto pelos barões, 
o marco de maior 
relevo desta fase).
Constitucionalismo 
Moderno
•Caracteriza-se pela 
ocorrência da ideia de 
tripartição dos poderes, 
harmônicos e 
independentes, 
garantia dos direitos 
individuais, crença na 
democracia 
representativa, 
demarcação entre a 
sociedade civil e o 
Estado, e ausência do 
Estado no domínio 
econômico. 
(Revolução Francesa 
e Independência dos 
Estados Unicos são 
os eventos mais 
importantes desta 
fase)
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Para quase totalidade da Doutrina, a Constituição só passou a existir no 
constitucionalismo moderno com a Constituição Francesa de 1791 (originada 
pela Revolução Francesa de 1789) e com a Constituição Americana de 1787. 
Surge, então, o chamado conceito ideal de Constituição, que, baseado na 
doutrina do professor J. J. Canotilho, apresenta os seguintes elementos: 
 
 
Prezado aluno importante ressaltar que, apesar de ter dito acima que a 
quase totalidade da Doutrina considera o constitucionalismo moderno como 
marco inicial da Constituição, a banca CESPE, conforme questão abaixo, 
considera que o termo Constituição existe desde a antiguidade. 
4- (CESPE - Def PF/2015)Com referência ao conceitode 
Constituição, julgue o item abaixo. 
Embora o termo Constituição seja utilizado desde a Antiguidade, as condições 
sociais, políticas e históricas que tornaram possível a universalização, durante 
os séculos XIX e XX, da ideia de supremacia constitucional surgiram somente a 
partir do século XVIII. 
Resolução: A banca considerou a questão correta. A polêmica ficou por conta 
da oração inicial: “Embora o termo Constituição seja utilizado desde a 
antiguidade”, bem, se for o CESPE que for fazer a sua prova, já fique sabendo 
que a banca considera o termo Constituição sendo utilizado desde a 
antiguidade. Sobre o restante da questão, não resta dúvida que está correta, 
conforme dito acima, a Constituição só passou a existir no constitucionalismo 
moderno, com a Constituição Francesa de 1791 (originada pela Revolução 
Francesa de 1789) e com a Constituição Americana de 1787. 
Fechando a parte de constitucionalismo, vamos tratar do que a doutrina 
chama de neoconstitucionalismo ou constitucionalismo contemporâneo. É 
uma fase em que o Brasil começou a adentrar a partir da Constituição de 1988, 
e que vários países já a vivenciam desde meados do século passado (tem como 
Constituição ideal de Canotilho
•Deve ser escrita;
• Deve organizar o Estado politicamente e conter a 
definição e o reconhecimento do princípio da 
separação dos poderes;
•Deve garantir as liberdades individuais, limitando 
o poder do Estado; e
•Deve adotar um sistema democrático formal (prever 
a participação do povo nas decisões políticas).
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marco histórico o direito constitucional europeu, com destaque para o alemão 
e o italiano, após o fim da Segunda Guerra mundial). No 
neoconstitucionalismo, a Constituição ganha uma maior importância, visto que 
nesta fase o objetivo é concretizar aquilo que está escrito na lei maior, deixando 
de seu texto ser uma mera “carta de intenções”. 
O neoconstitucionalismo rege-se pela ideia de Justiça social, pela 
utilização de valores e princípios (pós-positivismo), não sendo aplicado 
somente o positivismo (o Direito é a lei estrita, não há qualquer vinculação à 
justiça, moral e filosofia). Importante ressaltar que esse constitucionalismo 
contemporâneo não abre mão da estabilidade do Direito positivista; o que 
ocorre é a soma da ética e da moral a esta estabilidade. 
Pode-se sintetizar como caraterísticas marcantes do 
neoconstitucionalismo: 
 
 
5- (ESAF - PFN/2015). Sobre “neoconstitucionalismo”, é 
correto afirmar que se trata: 
a) de expressão doutrinária, de origem inglesa, desenvolvida com a série de 
julgados da Câmara dos Lordes, que retém competência legislativa e judicante. 
b) de expressão doutrinária, que tem como marco histórico o direito 
constitucional europeu, com destaque para o alemão e o italiano, após o fim da 
Segunda Guerra mundial. 
c) do novo constitucionalismo de expressão doutrinária, que tem origem e 
marco histórico no direito brasileiro com a redemocratização e as 
inovações constantes da Constituição de 1946. 
d) de expressão doutrinária, de origem anglo-saxã, desenvolvida na Suprema 
Corte dos Estados Unidos à época em que John Marshall era seu presidente, 
caracterizada pelo amplo ativismo judicial. 
Neoconstitucionalismo
• Constituição como centro e a fonte norteadora de todo
ordenamento jurídico, gerando, por conseguinte, uma
“constitucionalização do Direito”, buscando assim uma maior
eficácia / efetividade da Lei maior;
• o reconhecimento da força normativa dos princípios jurídicos;
• concretização da influência da Moral e da Ética no Direito; e
• ativismo judicial (controle de constitucionalidade)
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
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e) de expressão doutrinária atribuída ao constitucionalista argentino Bidart 
Campos e tem como marco histórico a reforma constitucional de 1957. 
Resolução: Gabarito letra “B”. Conforme citado, o marco inicial do 
neoconstitucionalismo se dá na Europa no pós Segunda Guerra. Tem como 
principais referências a Lei Fundamental de Bonn (Constituição Alemã de 1949) 
e a Constituição da Itália de 1947. 
6- (FUNDATEC / Aud CAGE RS / 2014). Analise a 
seguinte passagem da obra de Pedro Lenza (Direito Constitucional 
Esquematizado, Editora Saraiva): 
“Busca-se dentro desta nova realidade não mais apenas atrelar o 
constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, 
buscar a eficácia da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente 
retórico e passando a ser mais efetivo, especialmente diante da expectativa de 
concretização dos direitos fundamentais”. 
Neste trecho o autor refere-se ao movimento doutrinário conhecido como: 
a) Constitucionalismo clássico. 
b) Constitucionalismo puro. 
c) Neoconstitucionalismo. 
d) Constitucionalismo consuetudinário. 
e) Constitucionalismo formal. 
Resolução: Gabarito letra “C”. Ficou fácil né, basta dar uma lida no primeiro 
tópico da esquematização acima sobre o neoconstitucionalismo: ” Constituição 
como centro e fonte norteadora de todo ordenamento jurídico, gerando, por 
conseguinte, uma “constitucionalização do Direito”, buscando assim uma maior 
eficácia/efetividade da Lei maior”. 
 
 
No decorrer da história, muitos foram os que se dedicaram a definir o que 
seria uma Constituição, desse modo, foram desenvolvidos diversos sentidos 
(concepções), dentre estes, temos três principais doutrinas: 
a) Sentido sociológico: 
Começaremos o estudo dessas concepções de Constituição pelo sentido 
sociológico, o qual surgiu no século XIX, definido por Ferdinand Lassale. Na 
concepção sociológica, a Constituição é um “fato social” e não uma norma 
jurídica. Lassale, em seu livro “O que é uma Constituição? ”, diz que a 
Constituição é apenas um “fato social”- um evento determinado pelas forças 
dominantes da sociedade. 
1.3- Concepções (sentidos) da constituição 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
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Desse modo, a Constituição real de um Estado consiste na soma dos 
fatores reais de poder em vigor na sociedade; sendo um reflexo das relações de 
poder existentes no Estado (embate das forças econômicas, políticas, sociais e 
religiosas). 
Lassale explica que o Estado possui duas constituições: uma escrita, 
considerada mera “folha de papel”, e outra real, esta era a “soma dos 
fatores reais de poder”. 
Importante trazer à aula as palavras do autor Vitor Cruz em seu livro 
Constituição Federal Anotada para Concursos: 
“Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer 
documento escrito, mas decorre dos eventos determinantes da 
sociedade, Lassale afirma que todos os países possuem, 
possuíram sempre, em todos os momentos da sua história, uma 
Constituição real e efetiva, que é a reunião dos fatores reais de 
poder existentes em cada um dos momentos da história do país. ” 
(Grifos nosso) 
 
b) Sentido político: 
Outra concepção de Constituição que é importante conhecermos é a 
preconizada por Carl Schmitt, a partir de sua obra “A Teoria da Constituição” 
(1920). Em sua concepção, Schmitt diz que a Constituição é fruto de uma 
“decisão política fundamental” que, sinteticamente,é a decisão base, concreta, 
que organiza o Estado. 
Assim, dentro desta concepção, só é constitucional aquilo que organiza 
o Estado e limita o poder, o resto são meras “leis constitucionais”. Schimitt 
afirmava que a Constituição formal, escrita, não era o importante, devendo a 
atenção estar voltada ao conteúdo da norma (decisão política fundamental), 
e não à sua forma. Atenção caro aluno pois o que é dito neste parágrafo é de 
suma importância para fins de prova. O autor diferencia Constituição de Lei 
Constitucional. A 1ª traz as normas que decorrem da decisão política 
fundamental, normas estruturantes do Estado, que nunca poderão ser 
reformadas. A 2ª traz normas que mesmo estando no texto escrito da 
Constituição, por não serem decisão política fundamental, poderão ser 
reformadas. 
A concepção política de Constituição guarda notória correlação com a 
divisão doutrinária, presente nos dias atuais, das normas em materialmente 
constitucionais e formalmente constitucionais. As normas materialmente 
constitucionais correspondem àquilo que Carl Schmitt denominou 
“Constituição”; por sua vez, normas formalmente constitucionais são o 
que o autor chamou de “leis constitucionais”. 
 Curso: Direito Constitucional 
Teoria e questões comentadas 
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Para fins de prova, é importante que você saiba que esta concepção 
(sentido político), também pode ser chamada de Teoria Decisionista ou 
Voluntarista. 
 
c) Sentido jurídico: 
 Importante concepção de Constituição foi a preconizada por Hans 
Kelsen, pai da Teoria Pura do Direito. Nessa concepção, a Constituição é 
entendida como norma jurídica pura (Kelsen era defensor do positivismo - o 
que importa é a norma escrita, efetiva, em vigor), assim, o surgimento da 
Constituição não se apoia em qualquer pensamento filosófico, político ou 
sociológico. 
Segundo Kelsen, o que importa para ser Constituição é ter a forma de 
uma Constituição (conceito formal), ou seja, uma Lei que se situe acima das 
demais, só podendo ser modificada por um processo mais dificultoso (rígido e 
complexo), e que deverá ser observada por todas as outras Leis existentes no 
ordenamento jurídico. 
A concepção jurídica proposta por Kelsen traz com ela dois 
desdobramentos: 
• Sentido lógico-jurídico- norma fundamental hipotética: fundamental 
porque é ela que nos dá o fundamento da Constituição; hipotética 
porque essa norma não é posta pelo Estado é apenas pressuposta. Não 
está a sua base no direito positivo ou posto, já que ela própria está no 
topo do ordenamento. (Sintetizando: é a Constituição que foi imaginada 
antes de escrever seu texto). 
• Sentido jurídico-positivo- é a norma feita pelo Poder Constituinte, 
Constituição escrita, que efetivamente se formou e servirá de base para 
todas as demais normas do ordenamento jurídico. No caso do Brasil seria 
a Constituição Federal de 1988. 
 
Kelsen criou um recurso gráfico que muito bem sintetiza o seu 
posicionamento, a Pirâmide de Kelsen: 
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Essas três concepções respondem pela quase totalidade das questões, 
sobre o assunto, que caem em prova. Porém como de vez em quando o 
examinador sai da normalidade e cobra outros tipos de concepções, vejamos, 
de maneira sucinta, o que dizem mais 3 doutrinadores (aqueles que as bancas 
geralmente cobram quando saem da normalidade). 
 
➢ Konrad Hesse: discípulo de Kelsen, ficou conhecido pela obra “A Força 
Normativa da Constituição”. Apesar de ser defensor do sentido jurídico, ele 
resgatou o pensamento de Lassale flexibilizando-o ao afirmar que tal 
pensamento fazia sentido, todavia, seu erro era ignorar a força que a 
Constituição possuía de modificar a sociedade. Para Hesse a norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser 
aplicável, a Constituição deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, 
não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em 
relação a ela. 
 
➢ J. J. Gomes Canotilho: defensor do que ficou conhecido como sentido 
dirigente, Canotilho dizia que a Constituição deve ser um plano que irá 
direcionar a atuação do Estado. 
 
➢ Peter Häberle: ficou conhecido pelo que foi chamado de “A sociedade 
aberta dos interpretes da Constituição”, ele dizia que as Constituições eram 
muito fechadas, devido ao fato de serem interpretadas apenas pelos Juízes 
(“intérpretes oficiais”). Defendia a interpretação da Constituição por todos os 
agentes que participam da realidade dela. 
 
 
Norma Hipotética Fundamental
(sentido lógico-jurídico)
Constituição: normas 
originárias + emendas 
constitucionais
Normas Infraconstitucionais
(Leis em sentido amplo)
Normas Infralegais
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SENTIDOS 
DAS CF 
PENSADORES CARACTERÍSTICAS 
SocioLógico Ferdinand 
LaSSaLe 
CF = Soma de todos os fatores reais de poder 
- Existência de uma CF independente de um doc. escrito 
- Estado tem 2 CF, uma que é a folha de papel e outra 
que é a real 
PolíTico Carl SchimiTT -Teoria Decisionista 
- Só é constitucional o que Organiza o Estado ou 
Limita o Poder 
- Se preocupa com o conteúdo (conceito material das 
normas) e não com a forma 
Jurídico Hans Kelsen - Positivismo: o que importa é a norma escrita 
(forma): 
Sentidos: 
 LÓGICO-JURÍDICO: Imaterial, é a CF antes de 
ser escrita. Fundamenta a Jurídico-Positiva 
 JURÍDICO-POSITIVO: é a CF em vigor 
Konrad Hesse Resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale mas o 
flexibilizou 
Dirigente J. Canotilho Constituição irá direcionar a atuação do Estado. 
Sociedade 
aberta dos 
intérpretes 
Peter Häberle Constituição deve ser interpretada por todos os agentes 
envolvidos na sua formação 
 
7- (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo 
"Constituição" comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a 
alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido. 
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua 
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político. 
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, 
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. 
Ferdinand Lassale. Sentido político. 
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto 
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada 
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido 
lógico-jurídico. 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais 
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem 
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são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que 
imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico. 
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar 
globalmente o político.Há uma intenção atuante e conformadora do direito 
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente. 
Resolução: letra “d” é a correta. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não 
exprimisse o pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de 
Papel”. Essa questão é uma verdadeira revisão sobre o assunto, vejamos por 
que as demais opções estão incorretas. 
Letra “a”- quem defendia que os países sempre tiveram uma Constituição real 
e efetiva era Lassale, e o sentido era o sociológico. 
Letra ”b”- quem dizia que a Constituição significava uma decisão política 
fundamental era Carl Schmitt, o sentido está correto, é o político. 
Letra “c”- Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse isso foi 
Hans Kelsen. 
Letra “e”- o sentido dirigente é defendido por Canotilho, segundo este autor a 
Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado. 
 
 
 
8- (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 
2013). No sentido político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos 
fatores reais do poder que formam e regem determinado Estado. 
Resolução: Questão errada. Sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores 
reais de poder é LaSSale no sentido Sociológico. 
 
9- (CESPE/Analista-STF/2008). Considere a seguinte 
definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso 
da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41...). A 
constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois 
sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, 
constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de 
fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, 
que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a 
criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar 
que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico. 
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Resolução: questão correta. A assertiva define de maneira perfeita os dois 
desdobramentos do sentido jurídico: o sentido lógico-jurídico (Constituição 
hipotética que foi imaginada antes de escrever seu texto) e o sentido jurídico-
positivo (norma suprema que efetivamente se formou). 
 
Após a idade moderna, surge aquela "Constituição em sentido estrito", 
que devia ser escrita e respeitar as liberdades individuais. Assim, podemos dizer 
que, conforme já dito anteriormente na presente aula, com a Revolução 
Francesa e pela Independência dos Estados Unidos temos o início do 
Estado Liberal, onde foram asseguradas as liberdades individuais que vieram 
a ser chamadas de direitos de 1ª geração ou dimensão. Podemos destacar 
como principal característica desse tipo de direitos: a limitação do poder de 
atuação dos Estados para dotar de maior força a autonomia privada (dotar os 
indivíduos de liberdade em face do Estado). 
A concepção liberal (direitos de 1ª geração- valorização do indivíduo e 
afastamento do Estado) gerou concentração de renda e exclusão social, 
fazendo que o Estado fosse chamado para evitar abusos e limitar o poder 
econômico. Nesse sentido, na Constituição mexicana de 1917 e na de 
Weimar (Alemanha) em 1919, as quais nascem logo após a 1ª Guerra 
Mundial, temos um estilo de Constituição que prega não mais os direitos 
individuais em sentido estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em 
sociedade. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer em seu texto mais 
do que as liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades individuais – direitos 
políticos e civis). Ela traz os direitos econômicos, culturais e sociais (direitos 
de segunda geração - relacionados à igualdade), surgindo então o conceito 
de “Estado Social” (Welfare State). Desta forma, os direitos de segunda 
geração possuem como característica a mudança da concepção de constituição 
sintética para uma constituição analítica, mais extensa, capaz de melhor conter 
os abusos da discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na 
ordem econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal econômica passa 
a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, quando 
temos então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado por 
uma concepção de proteção aos direitos de fraternidade ou solidariedade, 
que são identificados pela doutrina como direitos de terceira dimensão, esse 
período tem como grande marco a Lei Fundamental de Bonn, em 1949, na 
Alemanha. Segue abaixo, quadro esquemático (a coluna “CF no Brasil”, 
discrimina as Constituições brasileiras que deram início a cada fase): 
 
FASE MARCO 
MUNDIAL 
DIREITOS 
DE... 
DIREITOS CF no 
Brasil 
1.4- Evolução das Constituições e as fases do Estado pós-moderno 
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Estado 
Liberal ou 
Liberalismo 
Clássico 
Revolução 
Francesa e 
Independência 
dos EUA 
 
Primeira 
Geração 
Liberdade 
Direitos Políticos 
e Civis 
1824 
1891 
Estado Social Pós 1º Guerra 
Constituição 
MEXICANA e de 
WEIMAR 
 
Segunda 
Geração 
Igualdade 
Direitos: 
 Sociais 
 Econômicos 
 Culturais 
1934 
Estado 
Democrático 
Lei Fundamental 
de Bonn, 
Alemanha (1949) 
 
Terceira 
Geração 
Fraternidade 
Solidariedade 
1988 
Dica: Primeira -------------> Políticos 
Segunda ----------------> SECond----->SEC= social, econômico e cultural 
Constituições estão cada vez mais analíticas (extensas) 
(CRUZ, Vítor. Constituição Federal Anotada para Concursos. 8a ed. Rio de 
Janeiro: Ferreira. 2016.) 
 
10- (CESPE/POLÍCIA CIVIL DF/98) A passagem do 
Estado Liberal para o Estado Social é acompanhada da ideia de que os direitos 
do homem só podem ser efetivamente garantidos pela necessária intervenção 
do Estado, seja para proteger liberdades ou para criar condições materiais para 
o exercício dos direitos sociais. 
Resolução: A questão está correta. O Estado Social (Welfare State) 
pressupõe a passagem do Estado que se limita a garantir as liberdades para um 
Estado que efetivamente intervém na sociedade, dando condições para o 
exercício dos direitos. 
 
11- (CESPE/MPU/Analista Jurídico/2013) Os direitos 
fundamentais de primeira dimensão são aqueles que outorgam ao indivíduo 
direitos a prestações sociais estatais, caracterizando-se, na maioria das vezes, 
como normas constitucionais programáticas. 
Resolução: a assertiva está errada. Os direitos de primeira dimensão têm 
como característica a limitação do poder de atuação dos Estados para dotar 
de maior força a autonomia privada (dotar os indivíduos de liberdade em face 
do Estado). A questão citou as caraterísticas dos direitos de segunda 
dimensão, quando surge a figura do Estado Social (Welfare State). 
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As Constituições, de maneira geral, dividem-se em três partes: 
preâmbulo, parte dogmática e disposições transitórias. 
O preâmbulo é a parte que antecedeo texto constitucional propriamente 
dito, ele tem por finalidade retratar os principais objetivos do Texto 
Constitucional, enunciando os princípios constitucionais mais valiosos assim 
como as ideias essenciais que alimentaram o processo de criação 
da Constituição (intenções do legislador constituinte). Sua função é servir 
de elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar 
as suas interpretações. 
Consoante o Supremo Tribunal Federal, ele não é norma constitucional. 
Logo, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não 
estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou 
Decorrente (trataremos em aula futura sobre o tema Poder Constituinte). O STF 
entende que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. Para a Corte Suprema, o Preâmbulo não dispõe de 
força normativa (STF, ADI 2076/AC, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 08.08.2003), 
não tendo caráter vinculante. Apesar disso, a doutrina não o considera 
juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser uma das linhas mestras 
interpretativas do texto constitucional. Fazendo uma comparação, o preâmbulo 
seria como um prefácio de um livro, visto que explica a essência dos pontos 
centrais do Texto principal. 
 
 
A parte dogmática da Constituição é o texto constitucional propriamente 
dito, que prevê os direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se 
do corpo permanente da Carta Magna, que, na CF/88, vai do art. 1º ao 250. 
Destaca-se que falamos em “corpo permanente” porque, a princípio, essas 
normas não têm caráter transitório, embora possam ser modificadas pelo poder 
constituinte derivado, mediante emenda constitucional. 
Por fim, a parte transitória. Tal parte abrange os dispositivos de direito 
intertemporal destinado a regular a transição constitucional, isto é, as 
situações em curso durante a mudança de uma Constituição para outra, 
garantindo a segurança jurídica e evitando o colapso entre um ordenamento 
Preâmbulo
Conforme entedimento do STF, não 
possui força normativa
A doutrina não o considera
juridicamente irrelevante
1.5- Estrutura das Constituições 
 
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jurídico e outro. São normas formalmente constitucionais, ou seja, também 
se localizam no topo da pirâmide hierárquica das normas. 
 
 
 
12- (CESPE / CNJ Analista Judiciário / 2013) O 
preâmbulo da CF é norma de reprodução obrigatória e de caráter normativo, 
segundo entendimento doutrinário sobre a matéria. 
Resolução: A assertiva está errada. Segundo entendimento do STF (ADI 2076) 
e da doutrina majoritária, o preâmbulo não tem força normativa, situando-
se apenas na esfera política, não sendo, portanto, de reprodução obrigatória 
nem servindo de parâmetro para controle de constitucionalidade. 
 
 
O ilustre doutrinador José Afonso da Silva criou classificações para as 
normas Constitucionais adotando como critério a finalidade de cada uma. 
Para isso, dividiu-as em cinco elementos, quais sejam: orgânicos, limitativos, 
socioideológicos, de estabilização constitucional e formais de 
aplicabilidade. Como é rara a cobrança do presente tema em prova, 
apresentarei de forma sucinta, no quadro esquemático abaixo, uma explanação 
sobre cada elemento. 
 
Tipo de 
elemento 
Descrição 
 
Orgânicos 
São aqueles que organizam a estrutura do Estado. 
Ex: A separação dos poderes no art. 2°. 
 
Limitativos 
 São aqueles que fixam direitos à população e 
limitam o poder do Estado. Ex: art. 5º (direitos e deveres 
individuais e coletivos) 
 
 
São aqueles consubstanciados nas normas que 
refletem o compromisso estatal com o bem-estar social, e 
Atos das 
Disposições 
Constitucionais 
Transitórias
(ADCT)
regula a transição constitucional
normas formalmente constitucionais
1.6- Classificação das normas constitucionais segundo a finalidade 
 
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Socioideológicos nas que fixam uma ideologia estatal. Ex: Capítulo II do 
Título II (Direitos Sociais), as dos Títulos VII (Da Ordem 
Econômica e Financeira), VIII (Da Ordem Social) e art. 3º 
(objetivos da República) 
 
 
De estabilização 
constitucional 
São aqueles consubstanciados nas normas destinadas 
a assegurar a solução de conflitos constitucionais e a 
defesa da Constituição, do Estado e das instituições 
democráticas. Ex: dispositivos constitucionais que tratam da 
intervenção federal, do controle direto da constitucionalidade 
e dos estados de defesa e de sítio 
 
 
Formais de 
aplicabilidade 
 
São aqueles que se acham consubstanciados nas normas que 
estabelecem regras de aplicação das normas 
constitucionais. Ex: o preâmbulo, o dispositivo que contém 
as cláusulas de promulgação, as disposições constitucionais 
transitórias e o § 1º, art. 5º, que determina que as normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicabilidade imediata. 
 
 
13- (CESPE/Juiz/TJ-PB/2011/Adaptada) Por limitarem 
a atuação dos poderes estatais, as normas que regulam a ação direta de 
inconstitucionalidade e o processo de intervenção nos estados e municípios 
integram os elementos ditos limitativos. 
Resolução: a assertiva está errada. As normas que regulam a ação direta de 
inconstitucionalidade e o processo de intervenção nos estados e municípios 
integram os elementos ditos como de Estabilização Constitucional. 
 
14- (CESPE/Juiz/TJ-PB/2011/Adaptada) Os elementos 
formais de aplicabilidade são exteriorizados nas normas constitucionais que 
prescrevem as técnicas de aplicação delas próprias, como, por exemplo, as 
normas inseridas no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
Resolução: a assertiva está correta. Os elementos formais de aplicabilidade 
são aqueles que se acham consubstanciados nas normas que estabelecem 
regras de aplicação das normas constitucionais. Ex: o preâmbulo, o 
dispositivo que contém as cláusulas de promulgação, as disposições 
constitucionais transitórias e o § 1º, art. 5º, que determina que as normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata. 
 
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É de fundamental importância, para a compreensão do Direito 
Constitucional, estudarmos a hierarquia das normas através do que a doutrina 
chama de “Pirâmide de Kelsen”. Essa pirâmide, como já dito anteriormente 
na aula, foi criada pelo jurista Hans Kelsen. Iremos, a seguir, nos utilizar dela 
para explicar o escalonamento normativo no ordenamento jurídico brasileiro, 
para isso, a pirâmide será adaptada ao nosso ordenamento. 
 
 
Extraímos da pirâmide de Kelsen que a Constituição é 
hierarquicamente superior às leis (normas infraconstitucionais), e estas são 
hierarquicamente superior às normas infralegais. Desse modo, é importante que 
digamos que as leis só podem ser elaboradas observando os limites da 
Constituição, e as normas infralegais só poderão ser elaboradas observando os 
limites da lei a qual regulamentam, e assim, indiretamente também deverão 
estarnos limites da Constituição. Importante ressaltar que não existem 
hierarquias dentro de cada patamar, ou seja, não existe qualquer hierarquia 
entre quaisquer das normas constitucionais nem qualquer hierarquia de uma lei 
perante outra lei, ainda que de outra espécie. 
Na Constituição, há normas constitucionais originárias e normas 
constitucionais derivadas. As normas constitucionais originárias são produto 
do Poder Constituinte Originário (o poder que elabora uma nova 
Constituição); elas integram o texto constitucional desde que ele foi promulgado 
(no caso do Brasil, desde 1988). Já as normas constitucionais derivadas são 
aquelas que resultam da manifestação do Poder Constituinte Derivado (o 
poder que altera a Constituição); são as chamadas Emendas Constitucionais, 
as quais também se situam no topo da pirâmide. 
Constituição, Emendas Constitucionais e Tratados 
Internacionais sobre direitos humano aprovados como 
Emenda Constitucional
Outros Tratados Internacionais sobre direitos humanos
Leis Complementares, Ordinárias e Delegadas, Medidas 
Provisórias, Decretos Legislativos, Tratados Internacionais 
em geral, Decretos Autônomos e Resoluções Legislativas
Normas Infralegais
1.7- Hierarquia das Normas (A Pirâmide de Kelsen) 
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Importante ressaltar que, em nosso país, com a promulgação da Emenda 
Constitucional nº 45/2004, os Tratados e Convenções Internacionais sobre 
Direitos Humanos que forem incorporados ao ordenamento jurídico interno 
por meio de rito idêntico ao das Emendas Constitucionais (aprovados em 2 
turnos em cada casa do Congresso Nacional por 3/5 dos membros de cada 
uma), passaram a ser equivalentes às Emendas Constitucionais, situando-se 
assim no topo da pirâmide. ATENÇÃO caro aluno, são somente os 
Tratados/Convenções que tratarem sobre Direitos Humanos que serão 
equivalentes às Emendas Constitucionais, desde que sigam o mesmo rito de 
aprovação dessas. 
Devido à matéria de que tratam – direitos humanos –, esses tratados são 
considerados cláusula pétrea (estudaremos mais à frente sobre as cláusulas 
pétreas, que são normas que não podem ser objeto de emenda constitucional 
tendente a aboli-las ou reduzi-las) e, portanto, imunes à denúncia (ato 
unilateral por meio do qual um Estado se desvincula de um tratado 
internacional) pelo Estado brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
• Existe hierarquia entre a Constituição Federal, as Constituições Estaduais 
e as Leis Orgânicas dos Municípios. A Constituição Federal está num 
patamar superior ao das Constituições Estaduais que, por sua vez, são 
hierarquicamente superiores às Leis Orgânicas. 
Tratados ou 
convenções 
internacionais 
sobre Direitos 
Humanos
Aprovados em 2 turnos, 
em cada casa do 
Congresso Nacional, por 
3/5 dos membros de 
cada uma.
São equivalentes 
às Emendas 
Constitucionais 
São considerados cláusula 
petrea e imunes à denúncia
Normas constitucionais 
originárias
não podem ser objeto de 
controle de
constitucionalidade
Normas constitucionais 
derivadas
podem ser objeto de controle 
de constitucionalidade
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• Os regimentos dos tribunais do Poder Judiciário são considerados normas 
primárias, equiparados hierarquicamente às leis. Na mesma situação, 
encontram-se as resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério 
público) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Caro aluno, se na sua 
prova o examinador colocar uma assertiva dizendo que o 
Regimentos Internos dos Tribunais Regionais Eleitoral tem força 
de lei, não tenha dúvida em marcar que a questão está correta; 
 
• Os regimentos das Casas Legislativas também são considerados 
normas primárias, equiparados hierarquicamente às leis; e 
 
• As normas infralegais (normas secundárias), como o próprio nome já 
diz, estão abaixo das leis, não tendo poder de gerar direitos e nem impor 
obrigações. Não podem ir de encontro as leis/constituições, sob pena de 
invalidade. Os decretos regulamentares, portarias, instruções 
normativas são exemplos desse tipo de norma. CUIDADO para não 
confundir Decreto Regulamentar com Decreto Autônomo ou com Decreto 
Legislativo, estes são normas primárias enquanto aquele é norma 
secundária. 
 
 
15- (CESPE/MPS/2010) Segundo a estrutura escalonada 
ou piramidal das normas de um mesmo sistema jurídico, no qual cada norma 
busca sua validade em outra, situada em plano mais elevado, a norma 
Constitução 
Federal
Constituição 
Estadual
Lei Orgânica 
Municipal
Decreto Autônomo e 
Decreto Legislativo
• normas primárias, 
equivalentes a lei
Decreto Regulamentar
• norma secundária 
(infralegal)
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constitucional situa-se no ápice da pirâmide, caracterizando-se como norma-
origem, porque não existe outra que lhe seja superior. 
Resolução: questão correta. Como vimos, a Pirâmide de Kelsen é uma 
estrutura escalonada, na qual a constituição encontra-se no ápice e por isso é 
tida como norma-origem. 
 
16- (CESPE/TRE/2013) As convenções internacionais de 
direitos humanos ingressam no ordenamento jurídico nacional com status de lei 
complementar. 
Resolução: questão errada. Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Além disso, se 
o tratado for sobre direitos humanos e não passar por pelo rito citado na 
constituição (aprovado em cada casa, em dois turnos, por 3/5 dos votos), o STF 
entende que ele terá caráter supralegal, ou seja, estará acima das normas 
infraconstitucionais e abaixo da Constituição. Vale lembrar que os demais 
tratados (que não são sobre direitos humanos) possuem status de lei 
ordinária federal. Assim, seja como for, a questão está incorreta, pois a 
convenções internacionais nunca adquirem status de lei complementar. 
 
17- (CESPE/TRT/2010) Não há hierarquia entre 
lei complementar e decreto autônomo, quando este for validamente editado. 
Resolução: assertiva correta. Como vimos, os decretos autônomos e os 
decretos legislativos estão no mesmo patamar hierárquico das leis, ou seja, 
também são normas primárias. Já os decretos regulamentares são normas 
infralegais. 
 
18- (FCC - AJ TRE SE/Judiciária/2015) Ora, (...) ‘se uma 
norma constitucional infringir uma outra norma da Constituição, positivadora de 
direito supralegal, tal norma será, em qualquer caso, contrária ao direito 
natural’, o que, em última análise, implica dizer que ela é inválida, não por violar 
a ‘norma da Constituição positivadora de direito supralegal’, mas, sim, por não 
ter o constituinte originário se submetido a esse direito suprapositivo que lhe 
impõe limites. Essa violação não importa questão de inconstitucionalidade, mas 
questão de ilegitimidade da Constituição no tocante a esse dispositivo, e para 
resolvê-la não tem o Supremo Tribunal Federal − ainda quando se admita a 
existência desse direito suprapositivo – competência.Curso: Direito Constitucional 
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O trecho acima transcrito, retirado do voto do Ministro Moreira Alves na Ação 
Direta de Inconstitucionalidade no 815 (DJ de 10/05/1996), expressa 
manifestação do STF quanto à teoria 
a) da recepção do direito pré-constitucional, de Hans Kelsen. 
b) da força normativa da Constituição, de Konrad Hesse. 
c) das normas constitucionais inconstitucionais, de Otto Bachof. 
d) da supremacia da Constituição, de John Marshall. 
e) da constituição dirigente, de J. J. Gomes Canotilho. 
Resolução: resposta letra “C”. A questão traz a teoria do jurista Otto Bachof, 
que, conforme visto acima, defende a possibilidade de que existam normas 
constitucionais originárias inconstitucionais. 
 
 
 
 
19- (VUNESP/PROCURADOR-FAPESP/2018) Assinale a alternativa 
correta a respeito do Constitucionalismo. 
A) Os primeiros textos constitucionais emanaram como consequência de 
manifestações populares que reivindicavam direitos sociais a serem prestados 
pelo Estado. 
B) Na Antiguidade Clássica há registros de importantes traços do 
surgimento do constitucionalismo, todavia, na Idade Média, denominada Idade 
das Trevas, houve uma regressão histórica do constitucionalismo. 
C) Os pactos forais ou cartas de franquia, destinados a garantir 
determinados direitos individuais da população, ainda que timidamente, foram 
documentos importantes e reconhecidamente os primeiros do 
constitucionalismo a ter o caráter da universalidade. 
D) As Constituições Norte-Americana de 1789 e a Francesa de 1801 são os 
marcos históricos e formais do constitucionalismo moderno, resultados da 
influência do socialismo e da contraposição ao iluminismo, deflagrados pelo 
liberalismo clássico. 
E) O totalitarismo constitucional, com forte conteúdo social, e o dirigismo 
comunitário, que busca expandir e propagar a proteção aos direitos humanos, 
são expressões ligadas à concepção doutrinária do constitucionalismo 
contemporâneo. 
Comentário: 
Letra A- errada. Os primeiros textos constitucionais surgem como uma 
tendência a limitar o poder político e assegurar aos profetas a legitimidade 
para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos 
2- Questões Comentadas 
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(antiguidade clássica). Durante a Idade Média, a Magna Carta de 1215 
representa o grande marco do constitucionalismo medieval, estabelecendo, 
mesmo que formalmente, a proteção a importantes direitos individuais (LENZA, 
Direito Constitucional Esquematizado, 2015, p. 111/112), são os chamados 
direitos de 1ª geração, os quais ganharam grande relevância com a 
Revolução Francesa e a Independência Norte Americana. O 
Constitucionalismo Social surge apenas em 1917, com a Constituição 
Mexicana, a qual foi a primeira a incluir um catálogo de direitos sociais. 
 
 
 
FASE MARCO 
MUNDIAL 
DIREITOS 
DE... 
DIREITOS CF no 
Brasil 
Estado 
Liberal ou 
Liberalismo 
Clássico 
Revolução 
Francesa e 
Independência 
dos EUA 
 
Primeira 
Geração 
Liberdade 
Direitos Políticos 
e Civis 
1824 
1891 
Estado Social Pós 1º Guerra 
Constituição 
MEXICANA e de 
WEIMAR 
 
Segunda 
Geração 
Igualdade 
Direitos: 
 Sociais 
 Econômicos 
 Culturais 
1934 
Estado 
Democrático 
Lei Fundamental 
de Bonn, 
Alemanha (1949) 
 
Terceira 
Geração 
Fraternidade 
Solidariedade 
1988 
Dica: Primeira -------------> Políticos 
Segunda ----------------> SECond----->SEC= social, econômico e cultural 
Constituições estão cada vez mais analíticas (extensas) 
 
Letra B- errada. Segundo Lenza (Direito Constitucional Esquematizado, 2015, 
p. 111), na Antiguidade Clássica há uma identificação de um surgimento tímido 
do constitucionalismo. Na Idade Média, a Magna Carta de 1215 representa o 
grande marco do constitucionalismo medieval, estabelecendo, mesmo que 
formalmente, a proteção a importantes direitos individuais. 
 
Letra C- errada. Os pactos forais ou cartas de franquia, documentos marcantes 
durante a Idade Média, buscavam resguardar direitos individuais. Alerta-se, 
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todavia, que se tratava de direitos direcionados a determinados homens, 
e não sob a perspectiva da universalidade (LENZA, Direito Constitucional 
Esquematizado, 2015, p. 112). 
 
Letra D- errada. Dois são os marcos históricos e formais do constitucionalismo 
moderno: a Constituição Norte-Americana de 1787 e a Francesa de 1791 
(que teve como preâmbulo a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do 
Cidadão de 1789), movimento este deflagrado durante o Iluminismo e 
concretizado como uma contraposição ao absolutismo reinante, por meio do 
qual se elegeu o povo como o titular legítimo do poder (LENZA, Direito 
Constitucional Esquematizado, 2015, p. 113). 
 
Letra E- correta. O totalitarismo constitucional é uma das características 
do constitucionalismo contemporâneo e é um dos fundamentos da 
constituição dirigente. Segundo Pedro Lenza, "fala-se em totalitarismo 
constitucional na medida em que os textos sedimentam um importante 
conteúdo social, estabelecendo normas programáticas (metas a serem atingidas 
pelo Estado, programas de governo) e se destacando o sentido de Constituição 
dirigente defendido por Canotilho". (LENZA, Direito Constitucional 
Esquematizado, 2013, p. 61). 
Gabarito: letra E. 
 
20- (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ/2016) No que se refere à Teoria das Normas 
Constitucionais Inconstitucionais, é correto afirmar, segundo entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, que 
A há hierarquia e contradição entre normas constitucionais advindas do 
Poder Constituinte Originário, o que legitima o controle de 
constitucionalidade de normas constitucionais, produto do trabalho do 
Poder Constituinte Originário. 
 
B é possível a verificação de norma constitucional inconstitucional sob o 
fundamento de que em todo e qualquer documento constitucional, como 
em toda e qualquer lei, podem distinguir-se preceitos fundamentais e 
menos importantes. 
 
C se admite apenas no controle concentrado a verificação da 
constitucionalidade de normas produzidas pelo Poder Constituinte 
Originário, sob o fundamento da sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, com a última palavra pelo Tribunal Constitucional. 
 
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D não há hierarquia entre normas constitucionais do Poder Constituinte 
Originário, tendo em vista o princípio da unidade hierárquico-normativa 
e caráter rígido da Constituição. 
 
E a tese de que há hierarquia entre normas constitucionais originárias 
dando azo à declaração de inconstitucionalidade de umas em face das 
outras é compatível com o sistema de Constituição Rígida. 
 
Comentário: A questão aborda a tese das normas constitucionais 
inconstitucionais. 
Tal tese, advinda do constitucionalista alemão Otto Bachof, refere-
se a normas inconstitucionais editadaspelo próprio poder constituinte 
originário. Se uma norma é considerada inconstitucional advinda do 
próprio poder constituinte originário, significa dizer que uma outra norma 
constitucional foi posta como parâmetro, portanto, haveria hierarquia 
entre essas leis. Estas leis superiores hierarquicamente são as cláusulas 
pétreas. 
No ordenamento jurídico brasileiro, o STF não considera esta tese, já 
que não há hierarquia entre normas constitucionais oriundas do 
poder constituinte originário. Só há parâmetro de controle em relação 
às emendas constitucionais, que são as oriundas do poder constituinte 
derivado. Isso posto, não se pode admitir a tese em questão devido 
ao princípio da unidade da Constituição e pela classificação de 
Constituição rígida da nossa Carta Maior. 
 
Gabarito: letra D. 
 
21- (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2015) A expressão “constitucionalização 
do Direito” tem, de modo geral, sua origem identificada pela doutrina 
A na Constituição Federal brasileira de 1988, com seu conteúdo analítico 
e casuístico. 
B nos julgamentos dos MI 712/PA, 670/ES e 708/DF, pelo Supremo 
Tribunal Federal, alterando entendimento anterior para reconhecer sua 
competência para editar texto normativo diante da omissão legislativa, a 
fim de concretizar previsão constitucional. 
C nos EUA, com o precedente firmado no julgamento do caso Marbury v. 
Madison, em 1803. 
D na Alemanha, especialmente sob a égide da Lei Fundamental de 1949. 
 
Comentário: Segundo o Ministro Luís Roberto Barroso (A 
constitucionalização do direito e suas repercussões no âmbito 
administrativo. In: ARAGÃO, Alexandre Santos de; MARQUES NETO, 
Floriano de Azevedo. Direito administrativo e seus novos paradigmas. 
Belo Horizonte: Fórum, 2012. p. 35):“Há razoável consenso de que o 
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marco inicial do processo de constitucionalização do direito foi 
estabelecido na Alemanha. Ali, sob o regime da Lei Fundamental de 
1949 e consagrando desenvolvimentos doutrinários que já vinham de 
mais longe, o Tribunal Constitucional Federal assentou que os direitos 
fundamentais, além de sua dimensão subjetiva de proteção de situações 
individuais, desempenham uma outra função: a de instituir uma ordem 
objetiva de valores. O sistema jurídico deve proteger determinados 
direitos e valores, não apenas pelo eventual proveito que possam trazer 
a uma ou a algumas pessoas, mas pelo interesse geral da sociedade na 
sua satisfação. Tais normas constitucionais condicionam a interpretação 
de todos os ramos do direito, público ou privado, e vinculam os Poderes 
estatais. O primeiro grande precedente na matéria foi o caso Lüth, 
julgado em 15 de janeiro de 1958”. 
 
Dessa forma, a expressão “constitucionalização do Direito” tem, de modo 
geral, sua origem identificada pela doutrina na Alemanha, especialmente 
sob a égide da Lei Fundamental de 1949. 
 
Gabarito: letra D. 
 
22- (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2015) O “constitucionalismo moderno”, com o 
modelo de Constituições normativas, tem sua base histórica 
A a partir das revoluções Americana e Francesa. 
B a partir da Magna Carta inglesa e no Bill of Rights da Inglaterra. 
C com o advento do “Estado Constitucional de Direito”, com uma Constituição 
rígida, estabelecendo limites e deveres aos legisladores e administradores. 
D a partir das Constituições do México e de Weimar, ao estabelecer o 
denominado “constitucionalismo social”. 
Comentário: o constitucionalismo moderno coincide com o período dos Direitos 
Fundamentais de Primeira Geração (direitos individuais). No período histórico 
das revoluções liberais (francesa e norte-americana) ocorridas no final do 
Século XVIII, a luta principal era pela limitação dos poderes do Estado em prol 
do respeito às liberdades individuais. Nessa esteira, apareceram as primeiras 
Constituições escritas, estabelecendo direitos fundamentais ligados ao valor 
liberdade, os chamados direitos civis e políticos. Os direitos de primeira geração 
têm como titular o indivíduo e são oponíveis, sobretudo, ao Estado (caráter 
negativo). 
Desse modo, o “constitucionalismo moderno” tem seu marco inicial a partir das 
revoluções Americana e Francesa. 
Gabarito: letra A. 
 
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23- (VUNESP/TJ-MS/JUIZ/2015) Considerando os diferentes conceitos de 
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise 
as seguintes manifestações sobre o tema: 
I. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada 
nação. 
II. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou 
funda um Estado. 
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, 
respectivamente, a 
A Ferdinand Lassale e Hans Kelsen. 
B Hans Kelsen e Konrad Hesse. 
C Konrad Hesse e Carl Schimitt. 
D Ferdinand Lassale e Carl Schimitt. 
E J.J. Canotilho e Hans Kelsen. 
Gabarito: letra D 
SENTIDOS 
DAS CF 
PENSADORES CARACTERÍSTICAS 
SocioLógico Ferdinand 
LaSSaLe 
CF = Soma de todos os fatores reais de poder 
- Existência de uma CF independente de um doc. escrito 
- Estado tem 2 CF, uma que é a folha de papel e outra 
que é a real 
PolíTico Carl SchimiTT -Teoria Decisionista 
- Só é constitucional o que Organiza o Estado ou 
Limita o Poder 
- Se preocupa com o conteúdo (conceito material das 
normas) e não com a forma 
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Jurídico Hans Kelsen - Positivismo: o que importa é a norma escrita 
(forma): 
Sentidos: 
 LÓGICO-JURÍDICO: Imaterial, é a CF antes de 
ser escrita. Fundamenta a Jurídico-Positiva 
 JURÍDICO-POSITIVO: é a CF em vigor 
Konrad Hesse Resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale mas o 
flexibilizou 
Dirigente J. Canotilho Constituição irá direcionar a atuação do Estado. 
Sociedade 
aberta dos 
intérpretes 
Peter Häberle Constituição deve ser interpretada por todos os agentes 
envolvidos na sua formação 
 
24- (VUNESP/Câmara Municipal de Itatiba/ Advogado/2015) A 
recepção dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos pelo Direito 
brasileiro encontra-se disciplinada pelo atual texto constitucional, que foi 
alterado pela Emenda Constitucional nº 45/2004, denominada de Emenda da 
Reforma do Judiciário, a qual recebeu a devida interpretação do Supremo 
Tribunal Federal, que, então,definiu que os referidos tratados são recepcionados 
com o status de 
A emenda constitucional, se aprovados com o mesmo procedimento previsto 
para essa espécie normativa, mas, se aprovados com o quorum de maioria 
simples, terão o status de norma supralegal. 
B norma supralegal, independentemente do quorum com que foram aprovados, 
mas aqueles aprovados antes da emenda 45/04 terão status de lei ordinária. 
C emenda constitucional, se aprovados com o mesmo procedimento previsto 
para essa espécie normativa, mas, se aprovados com o quórum de maioria 
simples, terão o status de lei ordinária. 
D norma supralegal, se aprovados com o quorum de emenda constitucional, e 
aqueles aprovados antes da emenda 45/04 terão status delei complementar. 
E emenda constitucional, se aprovados com o mesmo procedimento previsto 
para essa espécie normativa, mas, se aprovados com o quorum de maioria 
simples, terão o status de lei complementar. 
 
Comentário: Artigo 5º, §3º, CF/88-Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
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Não sendo aprovado por meio do quórum supratranscrito, terá força de 
norma supra legal, ou seja, abaixo da Constituição Federal e acima das 
demais leis infraconstitucionais. Como exemplo de um Tratado Internacional 
com força de norma Supralegal, temos o Pacto de San José da Costa Rica. 
Gabarito: letra A. 
 
 
 
 
 
 
 
25- (VUNESP/FAPESP-Advogado/2018) No tocante ao tema conceito de 
constituição, existem pensadores e doutrinadores que formularam concepções 
de constituição segundo seus diferentes sentidos. Consequentemente, é correto 
afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às 
concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos: 
A substancial, material e formal. 
B sociológico, político e jurídico. 
C pluralista, social e transcendental. 
D pactual, contratualista e compromissório. 
E ideológico, garantista e positivista. 
SENTIDOS 
DAS CF 
PENSADORES CARACTERÍSTICAS 
SocioLógico Ferdinand 
LaSSaLe 
CF = Soma de todos os fatores reais de poder 
- Existência de uma CF independente de um doc. escrito 
- Estado tem 2 CF, uma que é a folha de papel e outra 
que é a real 
PolíTico Carl SchimiTT -Teoria Decisionista 
- Só é constitucional o que Organiza o Estado ou 
Limita o Poder 
- Se preocupa com o conteúdo (conceito material das 
normas) e não com a forma 
Jurídico Hans Kelsen - Positivismo: o que importa é a norma escrita 
(forma): 
Sentidos: 
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 LÓGICO-JURÍDICO: Imaterial, é a CF antes de 
ser escrita. Fundamenta a Jurídico-Positiva 
 JURÍDICO-POSITIVO: é a CF em vigor 
Konrad Hesse Resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale mas o 
flexibilizou 
Dirigente J. Canotilho Constituição irá direcionar a atuação do Estado. 
Sociedade 
aberta dos 
intérpretes 
Peter Häberle Constituição deve ser interpretada por todos os agentes 
envolvidos na sua formação 
Gabarito: letra B. 
 
 
 
 
 
26- (VUNESP/PC-SP/2013) Segundo determina a Constituição Federal, os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às: 
A medidas provisórias. 
B emendas constitucionais. 
C leis complementares. 
D leis ordinárias. 
E leis delegadas. 
Comentário: Artigo 5º, §3º, CF/88-Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Gabarito: letra B. 
 
27- (VUNESP/Titular de Serviço de Notas e Registros/2009) Assinale 
a alternativa que contém uma afirmativa correta a respeito do 
constitucionalismo. 
A O constitucionalismo teve seu marco inicial com a promulgação, em 1215, da 
Magna Carta inglesa. 
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B O constitucionalismo surge formalmente, em 1948, com a edição da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. 
C A doutrina do Direito Constitucional é uníssona no entendimento de que o 
constitucionalismo surgiu com a revolução norte-americana resultando, em 
1787, na Constituição dos Estados Unidos da América. 
D É possível identificar traços do constitucionalismo mesmo na antiguidade 
clássica e na Idade Média. 
E O constitucionalismo brasileiro inspirou-se fortemente no modelo 
constitucional do Estado da Inglaterra. 
 
Comentário: segundo KARL LOEWENSTEIN, o constitucionalismo antigo 
viveu sua fase inicial (primeira fase) com o Estado Teocrático do povo 
hebreu. Por acreditarem que todos, indistintamente, viviam sob domínio de 
única autoridade divina, os hebreus estruturaram regime político baseado em 
leis sagradas que impunham - inclusive aos governantes - a observância de 
preceitos morais e religiosos morais e religiosos como forma de evitar a ira de 
Deus. 
Os traços embrionários do constitucionalismo podem ser identificados na 
antiguidade clássica, com os hebreus, os gregos e os romanos; e na idade 
média, com os ingleses. 
Dessa forma, as letras A, B e C estão e incorretas e a letra D correta. 
Letra E- errada. O constitucionalismo inglês é um constitucionalismo 
consuetudinário, costumeiro. O constitucionalismo brasileiro se inspira em 
diversos outros países dependendo do seu momento, destacando-se o norte-
americano (Constituição de 1891), alemão (CF de 1934), além de outras 
influências européias como o constitucionalismo francês e português. 
Gabarito: letra D. 
 
28- (VUNESP/TJ-MT/JUIZ/2009) Aponte a alternativa que corresponde 
aos respectivos autores ou defensores das seguintes ideias ou teorias do direito 
constitucional: conceito jurídico de constituição; poder constituinte; poder 
moderador; e controle judicial de constitucionalidade. 
A Ferdinand Lassale; Konrad Hesse; D. Pedro I; e Montesquieu. 
B Konrad Hesse; Ferdinand Lassale; Rui Barbosa; e Rudolf Von Ihering. 
C Hans Kelsen; Emmanuel J Sieyès; Benjamin Constant; e John Marshal. 
D Carl Schimidtt; Ferdinand Lassale; Clóvis Bevilaqua; e Immanuel Kant. 
E Hans Kelsen; Emmanuel J. Sieyès; Benjamin Constant; e Ferdinand Lassale. 
Comentário: 
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Constituição em sentido jurídico é aquela compreendida de uma perspectiva 
estritamente formal. HANS KELSEN considera a Constituição como norma, e 
norma pura, como puro dever ser, sem qualquer consideração de cunho 
sociológico, político ou filosófico. 
A elaboração geral da teoria do Poder Constituinte nasceu com SIEYES, 
pensador e revolucionário francês do século XVIII. A concepção de soberania 
nacional na época assim como a distinção entre poder constituinte e poderes 
constituídos com poderes derivados do primeiro é contribuição do pensador 
revolucionário. 
O idealizador do conceito de Poder Moderador foi o pensador suíço Henri-
Benjamin Constant de Rebeque (1767 - 1830). Segundo ele, a função natural 
do poder real em uma monarquia constitucional seria a de um mediador neutro, 
capaz de resolver os conflitos entre os três poderes instituídos e também entre 
as facções políticas. 
Quando se fala em controle judicial de constitucionalidade, pensa-se, com 
toda justiça, em John Marshall. O caso Marbury v.Madison, julgado em 1803, 
correu o mundo. É um marco

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