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Aula 7 - Democracia

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A DEMOCRACIA
1. Noção de democracia direta, semi-direta e representativa;
- Filosofia de Rousseau (Contrato Social): democracia é a mais perfeita expressão de governo, contudo, jamais será alcançada em sua plenitude, pois nunca se viu e nunca se verá um povo governar-se por si mesmo.
- Conceito básico: governo do povo, para o povo, pelo povo; governo que jamais perecerá sobre a face da Terra. 
De um ponto de vista meramente formal, distinguem-se, na história das instituições políticas, três modalidades básicas de democracia: a democracia direta, a democracia indireta e a democracia semidireta; ou, simplesmente, a democracia não representativa ou direta, e a democracia representativa — indireta ou semidireta —, que é a democracia dos tempos modernos.
- Democracia direta: A Grécia foi o berço da democracia direta. Atenas, onde o povo, reunido no Ágora, para o exercício direto e imediato do poder político, transformava a praça pública “no grande recinto da nação”.
- O povo que desconhecia a vida civil, que se devotava por inteiro à coisa pública, que deliberava com ardor sobre as questões do Estado, que fazia de sua assembleia um poder concentrado no exercício da plena soberania legislativa, executiva e judicial.
- Cada cidade mantinha um Ágora, uma praça, onde os cidadãos se congregassem todos para o exercício do poder político. O Ágora, na cidade grega, fazia pois o papel do Parlamento nos tempos modernos.
- Escravidão: grande defeito da democracia na Grécia. A democracia, como direito de participação no ato criador da vontade política, era privilegio de intima minoria social de homens livres apoiados sobre esmagadora maioria de homens escravos.
- Quais as condições que consentiram ao Estado-cidade da Grécia ter em funcionamento aquele sistema de democracia direta? 1- A base social escrava, que permitia ao homem preocupar-se apenas com as questões políticas; 2- O sentimento de solidariedade e de defesa de seu território de ataques bárbaros;
- Os gregos viam no Estado a condição de toda a existência. Não havia, por conseguinte, nesta forma de democracia direta, democracia orgânica, a tensão existente nos tempos modernos, às relações entre o indivíduo e o Estado.
- Bases da democracia grega: 1- Isonomia (todos são iguais perante a lei, sem distinção de grau, classe ou riqueza); 2- Isotimia (todos os cidadãos livres poderiam exercer as funções públicas, afastando qualquer título hereditário); 3- Isagoria (direito de palavra, da igualdade reconhecida a todos de falar nas assembleias populares, de debater publicamente os negócios do governo).
- A democracia direta dos gregos foi a mais bela lição moral de civismo que a civilização clássica legou aos povos ocidentais.
- Democracia indireta (representativa)
- Caracterizada pela presença do sistema representativo.
- Para Montesquieu, um dos primeiros teoristas da democracia moderna, o povo era excelente para escolher, mas péssimo para governar. Precisava o povo, portanto, de representantes, que iriam decidir e querer em nome do povo.
- A democracia indireta se justifica na extensão territorial do Estado-nação, que deixou de ser Estado-cidade e cujo exercício do poder se tornou mais complexo.
- O homem moderno, via de regra, “homem massa”, precisa de prover, de imediato, às necessidades materiais de sua existência. Ao contrário do cidadão livre ateniense, não se pode voltar-se ele somente para a análise dos problemas de governo.
- Saída: um governo democrático com base representativa.
- Crítica de Rousseau: o homem moderno só é livre no exercício do voto.
- Os traços característicos da democracia indireta: soberania popular (como fonte de todo o poder legítimo, que se traduz através da vontade geral); sufrágio universal (com pluralidade de candidatos e partidos); observância constitucional do princípio da distinção de poderes (com separação nítida no regime presidencial e aproximação ou colaboração mais estreita no regime parlamentar); igualdade de todos perante a lei; manifesta adesão ao princípio da fraternidade social; representação como base das instituições políticas; limitação de prerrogativas dos governantes; o Estado de direito (com a prática e proteção das liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica, abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa); temporariedade dos mandatos eletivos e, por fim, a existência plenamente garantida das minorias políticas (com direitos e possibilidades de representação), bem como das minorias nacionais, onde estas porventura existirem.
- O poder é do povo, mas o governo é dos representantes, em nome do povo: eis aí toda a verdade e essência da democracia representativa.
- Democracia semi-direta: 
- Trata-se de modalidade em que se alteram as formas clássicas da democracia representativa para aproximá-la cada vez mais da democracia direta.
- Possibilidade de fundar instituições que fizessem do governo popular um meio-termo entre a democracia direta dos antigos e a democracia representativa tradicional dos modernos.
- Com a democracia semidireta, a soberania está com o povo, e o governo, mediante o qual essa soberania se comunica ou exerce, pertence por igual ao elemento popular nas matérias mais importantes da vida pública.
- Instituições como instituições o referendum, a iniciativa, o veto e o direito de revogação, fazem efetiva a intervenção do povo, garantem-lhe um poder de decisão de última instância, supremo, definitivo, incontrastável.
2. Institutos de democracia semi-direta e representativa;
- Referendum: o povo adquire o poder de sancionar as leis;
a) Com relação à matéria ou ao objeto, pode o referendum ser: constituinte ou legislativo. O referendum constituinte ocorre quando se trata de leis constitucionais e o referendum legislativo quando se aplica a leis ordinárias.
b) Quanto aos efeitos, distingue-se o referendum constitutivo do referendum ab-rogativo. Com o referendum constitutivo, a norma jurídica entra a existir; com o referendum ab-rogativo, a norma vigente expira.
c) tocante à natureza jurídica, temos o referendum obrigatório e o referendum facultativo. É obrigatório o referendum quando a Constituição dispõe que a norma elaborada pelo Parlamento seja submetida à aprovação da vontade popular. É facultativo quando se confere a determinado órgão ou a uma parcela do corpo eleitoral competência para fazer ou requerer consulta aos eleitores, consulta que não representa por conseguinte obrigação constitucional.
d) Com respeito ao tempo, distingue-se o referendum ante legem do referendum post legem. O referendum ante legem, também conhecido pelas denominações de referendum anterior, consultivo, preventivo ou programático, é aquele em que a manifestação da vontade popular antecede a lei, em que se busca conhecer de antemão o parecer ou pensamento da massa eleitoral acerca de ato legislativo ordinário ou de determinada reforma constitucional que se proponha.
Referendum consultivo: qualquer ato público, buscando-se recolher formalmente a manifestação da vontade popular. O referendum, assim concebido, pode ser, pelas suas consequências: vinculante, de opção e meramente consultivo.
Referendum arbitral: instituído na Alemanha, pelo constituinte de Weimar, para solver, em definitivo, na mais alta instância política, que é o povo soberano, eventuais conflitos de natureza legislativa entre o titular do Poder Executivo — o Presidente da República — e os membros do Poder Legislativo (Constituição de Weimar, art. 74).
- Plebiscito
- O plebiscito, ao contrário do referendum — circunscrito sempre a leis — seria um “ato extraordinário e excepcional, tanto na ordem interna como externa”. Teria por objeto medidas políticas, matéria constitucional, tudo quanto se referisse “à estrutura essencial do Estado ou de seu governo”, à modificação ou conservação das formas políticas.
- Iniciativa
- De todos os institutos da democracia semidireta o que mais atende às exigências popularesde participação positiva nos atos legislativos é talvez a iniciativa.
- Com a iniciativa, os cidadãos não legislam, mas fazem com que se legisle.
- Na iniciativa, o povo exerce apenas um direito de petição vinculante ou “reforçado”, graças ao qual obriga o parlamento a preparar um projeto de lei sobre determinado assunto, bem como discuti-lo e votá-lo. Votada a lei, exaure-se o processo. Mas se a assembleia se recusa a pôr em pauta a matéria ou rejeita o projeto, a questão volve ao povo, que, por sua vez, poderá devolvê-lo à assembleia, ficando esta obrigada a elaborar a lei, a qual eventualmente será ainda objeto de referendum.
- Quando se trata de modalidade formulada, a iniciativa leva o projeto popular à assembleia num texto em forma de lei, não raro redigido já em artigos, aparelhado para ser discutido e votado. Pode acontecer que a assembleia o recuse, faça-lhe consideráveis alterações ou deixe expirar o prazo que lhe é assinado, sem sequer examiná-lo. Nesse caso, o projeto oriundo da iniciativa é submetido à aceitação ou rejeição do povo, podendo a assembleia recomendar a rejeição do mesmo ou contrapor-lhe um contra projeto, que será igualmente conduzido à votação popular.
- Veto popular: 
- O veto é a faculdade que permite ao povo manifestar-se contrário a uma medida ou lei, já devidamente elaborada pelos órgãos competentes, e em vias de ser posta em execução. Certo número de cidadãos, em determinado prazo, exercendo direito constitucional, pode fazer com que uma lei já publicada seja submetida à aprovação ou rejeição do corpo eleitoral.
Quando após a publicação da lei expira o prazo no qual a consulta ao povo poderia ser requerida ou provocada, admite-se que a lei está perfeita, aplicando-se por si mesma.

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