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PROPRIOCEPÇÃO Prof. Msc. Nelson Kian PROPRIOCEPÇÃO Latim Próprio – de alguém Ceptive - receber PROPRIOCEPÇÃO tecidos articulares (inervação aferente direta) Modificação mecânica SNC Células neuronais centrais PROPRIOCEPÇÃO Os inputs neurais originados das articulações, músculos, tendões e tecidos profundos. SHERRINGTON, 1906 PROPRIOCEPÇÃO É definida como uma expressão que é referida como sensibilidade dos receptores, fusos musculares, tendões, ligamentos, articulações, cápsulas, para discriminar a posição e os movimentos articulares, além de direção, amplitude, velocidade e tensão relativa sobre os tendões. PROPRIOCEPÇÃO Muitos neurofisiolgistas citam associadamente os órgãos vestibulares, estruturas cutâneas (exteroceptivas), visuais, cervicais e outras. RECEPTORES ARTICULARES Esses receptores são estimulados por meio da deformação que dependem diretamente do estímulo gerado (modo de ativação) e localização desses receptores. RECEPTORES ARTICULARES Cada informação pode influenciar: Atividade das unidades motoras que regulam a abertura, posição e angulação articular; RECEPTORES ARTICULARES Neurônios motores superiores que coordenam os padrões e a atividade muscular da articulação; Atividade das vias neurais medeiam a percepção associada ao conhecimento da condição articular. RECEPTORES ARTICULARES As informações neurais funcionalmente: Protege a articulação de lesões por movimentos de amplitude maior que o seu normal; RECEPTORES ARTICULARES Determina equilíbrio apropriado das forças agonistas e antagonistas; Participa com outros receptores aferentes proprioceptivos dos tendões e músculos para gerar uma imagem somatossensorial no sistema nervoso central. TERMINAÇÕES DE RUFFINI (Tipo I de Wyke) Estatorreceptores, situados nas cápsulas (camadas superficiais) e em maior quantidade nas articulações proximais. Ativados quando mobilizamos passivamente uma articulação em determinados graus de ativação (+ ou – 15 a 30 graus). Baixo limiar mecânico, adaptação lenta. CORPÚSCULO DE PACINI (Tipo II de Wyke) Receptores de aceleração, encontrados nas camadas profundas das articulações e coxins adiposos. Ativados em movimentos articulares rápidos. Limiar mecânico muito baixo, adaptação rápida e numerosos nas articulações distais, inativos em repouso. CORPÚSCULO DE GOLGI- MAZZONI (Tipo III de Wyke) Superfície interna da cápsula articular; articulação do joelho e outras semelhantes. sensível à compressão da cápsula articular no plano perpendicular em direção à sua superfície interna; insensível ao estiramento capsular. Adaptação lenta, baixo limiar mecânico. TERMINAÇÕES LIGAMENTARES DE GOLGI Ligamentos extrínsecos e intrínsecos; presentes na maioria das articulações, exceto região vertebral cervical, laringeana e ligamentos ossiculares. Sensível à tensão ou estiramento dos ligamentos; Adaptação lenta, limiar mecânico baixo a alto. TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES Ligamentos capsulares, fibrosos, cápsula subsinovial, coxim gorduroso; presente em todas as articulações. Um tipo sensível ao estresse mecânico não nocivo, e outro a estímulo mecânico nocivo ou bioquímico. Adaptação lenta, limiar mecânico baixo a alto. RECEPTORES MUSCULARES O tecido muscular está submetido à atração da gravidade e este é o primeiro estímulo ambiental sobre o mesmo. RECEPTORES MUSCULARES Em atividades físicas em que as articulações tem que se adaptar rapidamente, as reações musculares são tão rápidas que nenhum mecanismo de decisão voluntária teria tempo para provocar uma intervenção. Significa que os músculos devem estar em estado de vigilância prévia para evitar os efeitos nocivos das alterações de movimento. RECEPTORES MUSCULARES “rigidez ativa” – mecanismo neurofisiológicos onde as estruturas centrais podem aumentar a tensão intramuscular, com a finalidade de criar o que chamamos de vigilância. GOTTLIEB e AGARWAL, 1973 ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI Estruturas encapsuladas situadas em séries, com fibras grandes colagenosas e ao longo das fáscias que recobrem os músculos e nas proximidades entre a junção miotendínea. Durante uma contração muscular ocorre um encurtamento na parte contrátil do músculo, que resulta no alongamento da região não contrátil onde estão situados os OTGs. FUSOS MUSCULARES Possuem inervação tanto aferente como eferente, funcionando como receptor de estiramento; O grau de encurtamento das porções contráteis regula a sensibilidade do estiramento. AFERÊNCIAS EXTEROCEPTIVAS Aparelho locomotorReceptores sensitivos (mecânico, térmico e álgica) inibir facilitar Atividade muscular AFERÊNCIAS VESTIBULARES Parte vestibular do 8˚par Fibras aferentes proprioceptivas olhos pescoço corpo Manutenção do equilíbrio Repartição do tònus muscular AFERÊNCIAS CERVICAIS O posicionamento e os movimentos cervicais exercem influência sobre a atividade postural e cinética de todo o aparelho locomotor; A posição da cabeça levam a adaptações tônicas nos membros Um abaixamento da cabeça leva a um aumento do tônus de flexão dos MMSS e extensão dos MMII AFERÊNCIAS CERVICAIS A coluna cervical possui muita importância nos mecanismos de programação neuromotora diretamente por intermédio de sua inervação sensitiva e indiretamente por intermédio do sistema vestibular e da visão. AFERÊNCIAS VISUAIS Intervém antes de tudo no programa neuromotor dos MMSS (organização dos gestos de preensão) e participa na programação das atividades posturais cinéticas do eixo raquidiano e dos MMII. AFERÊNCIAS VISUAIS Interfere com as informações cinestésica proprioceptivas e pode também perturbar uma atividade locomotora muito organizada sobre o plano proprioceptivo. A percepção cinestésica é facilmente modificada pela visão de um objeto em movimento. AFERÊNCIAS AUDITIVAS Emissão de ruídos secos desperta os sentidos de vigilância e age sobre o tônus muscular e sobre a facilitação do movimento; A resposta muscular é facilitada por ordens breves, sonoras e precisas. AFERÊNCIAS PSICOEMOCIONAIS Os esforços de concentração mental auxiliam a formação dos potenciais de ação no ventre dos músculos interessados, sendo a motivação um dos fatores importantíssimos da performance locomotora. REEDUCAÇÃO PROPRIOCEPTIVA PROGRAMA DE RESTAURAÇÃO DA INTEGRIDADE FUNCIONAL E SENSÓRIO-MOTORA REEDUCAÇÃO PROPRIOCETIVA A reeducação proprioceptiva consiste em realizar estímulos proprioceptivos, excitando as terminações nervosa a fim de obter de maneira automática ou reflexa as contrações musculares, com finalidade de proteção ou aprendizagem de movimento. REEDUCAÇÃO PROPRIOCETIVA Kabat (EUA) – década de 50 Bobath (Inglaterra) – década de 50 Freeman e Wyke Brunnstrom, O. Gisshima e Viel Nakamura, Nagano e Doi Goghill, Gardner, Vulpian e Charcot Delplace e Castaing REEDUCAÇÃO PROPRIOCETIVA Pelos tempos e pela história destaca-se como uma seqüência de procedimentos cujo objetivo é restaurar a função ou alterar as experiências de percepção por meio de um novo programa neuromotor. REEDUCAÇÃO PROPRIOCETIVA Para se iniciar um trabalho de estimulação sensório-motora depende: Do tipo de estimulação sensório-motora Do segmento etipo de lesão Dos estados pós-operatórios Dos sintomas (dor, edema, cicatrizes...) FUNDAMENTOS BÁSICOS PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA NEUROMOTOR 1.ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA É dessa maneira que um membro ou uma articulação são mobilizados por um número definido de músculos, que conferem uma ação determinada de força, precisão e harmonia, concedendo uma complexidade funcional ao aparelho locomotor. 1.ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA Devemos conhecer o maior número de técnicas que são apoiadas sobre essas bases e escolher, trabalhando sempre criteriosamente, segundo cada lesão e, individualmente, sobre objetivos predeterminados, solicitando um músculo, grupo muscular ou qualquer estrutura do aparelho locomotor. 2.APRENDIZADO NEUROMOTOR Ocorre a maturidade na infância. Necessária para permitir as atividades locomotoras de uma vida de relação que nos permite realizar a marcha, a corrida, a preensão ... 2.APRENDIZADO NEUROMOTOR Pode ser baseado no desenvolvimento neuromotor. Muito utilizado dentro das técnicas globais com paciente neurológicos. Dentro de gestos usuais e cotidianos, nos paciente ortopédicos. 3.TREINAMENTO A estruturação de um esquema motor passa necessariamente pela repetição de movimento. Meio pelo qual a organização de um gesto esportivo se torna automático e pode alterar a estrutura de um tecido muscular (tipos I e II). 3.TREINAMENTO O aprendizado motor concerne não somente à repetição do comando motor, mas também das informações sensitivas e sensoriais para atingir um estado de alerta (vigilância) perceptiva – reflexos inconscientes. 4.AFERÊNCIAS SENSITIVAS E SENSORIAIS Controle das atividades motoras, sendo que estas aferências são importantes para controle, inibição, ativação e proteção articular. 4.AFERÊNCIAS SENSITIVAS E SENSORIAIS Arremesso à cesta Receptores proprioceptivos Receptores cutâneos Aferências visuais Aferências vestibulares Aferências cervicais TESTE DE FREEMAN- ROMBERG Consiste em cronometrar quanto tempo o indivíduo permanece sem oscilar na posição em apoio unipodal, olhos fechados e as mãos para trás”, permitindo assim classificar o grau de propriocepção. Análise qualitativa do grau de propriocepção Acima de 60 segundos Excelente Entre 46 a 60 segundos Bom Entre 21 a 45 segundos Regular Entre 0 a 20 segundos Ruim FASE NÃO DESCARGA DE PESO MÉTODOS PASSIVOS Manter a ADM Métodos ativos são perigosos – P.O. imediatos Restaura os micromovimentos - essenciais para o bom funcionamento de uma articulação (alonga as estruturas capsuloligamentares, minimizando as tensões cartilaginosas) MÉTODOS PASSIVOS Refletem sobre os elementos ósseos, cartilaginosos, capsuloligamentares e musculotendinosos provocando deformações nessas etruturas, que poderão estar em 3 planos: compressão, tração e flexão. Massagem perimaleolar em tornozelo Massagem no joelho Mobilizações passivas para tornozelo Mobilizações passivas para joelho Uso dos MMSS + tronco, para trabalho em cadeia cruzada para MI contralateral Skate na posição sentada realizando flexoextensão do joelho e dorsi e plantiflexão do tornozelo Estimulação dos mecanorreceptores ao nível do pé Eletroestimulação do quadríceps Eletroestimulação associada com exercício resistido Eletroestimulação associada à adução+extensão final de joelho (instabilidade patelar com comprometimento muscular) Demonstração de uma diagonal de Kabat (FNP) FASE SEMI APOIO FASE SEMI APOIO São realizados exercícios dentro da piscina terapêutica, onde desde o treino de marcha à corrida, obedecem o mesmo programa de fora da água com aproveitamento dos benefícios terapêuticos no meio líquido. FASE APOIO TOTAL FASE APOIO TOTAL Nesta fase é obrigatório a reeducação da marcha. O paciente necessita valorizar o apoio do calcâneo, sentir os arcos lateral e o medial, a cabeça dos metatarsianos, o hálux e o balanceio para a clareza das mensagens proprioceptivas seja compatível com a correção biomecânica da base de sustentação que é o pé. MARCHA SOBRE LINHA OU FITA Marcha sobre espumas Marcha associada aos movimentos da cabeça INTEGRIDADE CAPSULAR “Influência da inervação capsular sobre a proteção da integridade articular” INTEGRIDADE CAPSULAR Existe uma inervação sensitiva das cápsulas articulares e motora dos músculos periarticulares – as articulações do corpo humano são inervadas por nervos que suprem o comando motor aos músculos que são capazes de mobilizar. INTEGRIDADE CAPSULAR Esta organização permite provavelmente o estabelecimento dos arcos motores curtos; A articulação atingida possui a possibilidade de alterar seus músculos protetores. INTEGRIDADE CAPSULAR Coxoartrose (nervo obturador) Sofrimento da cápsula articular Contratura dos Adutores do quadril Joelho (nervo ciático) cápsula articular posterior Músculos posteriores INTEGRIDADE CAPSULAR Por contração excêntrica, os isquiotibiais freiam o segmento tibial livre, antes que sua inércia o leve para a extensão completa – mais evidente quando em movimento de extensão é executado com alta velocidade. INTEGRIDADE CAPSULAR Portanto é aconselhável quando a cicatrização se fizer, executar séries de flexão ativa seguidas de extensão freada do segmento tibial. PLIOMETRIA NA FISIOTERAPIA É utilizada com cautela e prudência, em que o objetivo seja o fortalecimento muscular. Levando rapidamente a uma contração muscular excêntrica, seguida de uma contração concêntrica – obter melhor rendimento muscular. PLIOMETRIA NA FISIOTERAPIA O músculo contraído sofre uma contração excêntrica breve que aumenta a sua tensão interna. Esta contração excêntrica produz uma reserva de energia elástica que vem acrescentar à força contrátil produzida. SQUAT JUMP O indivíduo inicia o movimento com os joelhos fletidos e salta o mais alto possível, testando a atividade concêntrica do grupo muscular COUNTERMOVEMENT JUMP O indivíduo parte de extensão completa dos joelhos, flexiona e salta; utiliza a contração excêntrica solicitando a elasticidade muscular. TESTE DE BOSCO Os fusos musculares são solicitados rapidamente em alongamento, enviando uma ordem facilitadora pela fibra ao motoneurônio que provoca a contração muscular reflexa (stretch-reflex), cadeia muscular de tríplice extensão. Esse fator de velocidade irá provocar a contração muscular reflexa, que será acrescida à contração muscular concêntrica e ao efeito elástico. TESTE DE BOSCO PLIOMETRIA é um fortalecimento muscular funcional; provoca uma força superior aos regimes dinâmicos; realiza uma sincronização das unidades motoras de um músculo e a coordenação das cadeias musculares. PLIOMETRIA – pré-requisitos ADM completa; extensibilidade muscular suficiente; bom controle proprioceptivo e esquema corporal; ensinar primeiramente exercícios de contração-relaxamento para solicitar a junção miotendínea e seguidos de alongamentos passivos para diminuir a “rigidez” muscular. CONSIDERAÇÕES Não existe resposta motora imutável pré-programada. É o sistema nervoso centralque, em cada caso, produz uma resposta motora adaptada.
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