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1 Exame Neurológico em Grandes Animais: Encéfalo. Alexandre Secorun Borges FMVZ-Unesp-Botucatu-SP O exame neurológico baseia-se na avaliação do comportamento (estado mental), postura e movimentos (andar, trotar e galopar), pares de nervos cranianos, reações posturais e quando possível, na realização de reflexos espinhais. Quando se percebe que o exame neurológico deve ser realizado e interpretado a partir das respostas obtidas em provas específicas da avaliação funcional, e com a familiarização dos procedimentos e testes utilizados, este passa a ser executado rotineiramente e com a mesma facilidade do exame dos outros sistemas (respiratório, digestivo, locomotor, etc.). Sempre que soubermos realizar corretamente um teste e conhecermos qual a resposta normal do organismo, saberemos identificar respostas anormais, passo fundamental para um exame bem sucedido. Devemos inicialmente considerar a divisão do sistema nervoso (SN) em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). Como SNC devemos entender o encéfalo e a medula espinhal, sendo o encéfalo o conjunto de estruturas contidas dentro da calota craniana acima do forame magno. O encéfalo possui a seguinte subdivisão: telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo. O que chamamos geralmente de cérebro é a associação de telencéfalo e diencéfalo. O tronco encefálico é uma área de grande importância para o exame neurológico já que envolve as regiões de mesencéfalo, ponte e bulbo onde se encontram a maior parte dos núcleos dos nervos cranianos. O SNP inclui 12 pares de nervos cranianos originando-se no encéfalo e os diversos pares de nervos espinhais originando-se na medula. Os neurônios podem ser funcionalmente divididos em neurônios sensitivos e motores, sendo estes últimos responsáveis pelo inicio e manutenção da atividade motora, podendo ser divididos em neurônios motores superiores (NMS) e neurônios motores inferiores (NMI). A associação entre neurônios sensitivos e neurônios motores permite a realização de arcos reflexos. Reflexos são respostas biológicas normais, espontâneas e praticamente invariáveis, sendo úteis ao organismo. O arco reflexo é uma resposta básica após a realização de um estímulo e é por meio de suas várias modalidades (reflexos espinhais, reflexos dos nervos cranianos) que o exame neurológico será realizado. O arco reflexo nada mais é do que uma resposta motora involuntária (sem uma supervisão direta de estruturas ligadas à consciência) frente a um estímulo aplicado a uma determinada estrutura. Basicamente, 3 2 neurônios (em alguns arcos reflexos mais estruturas podem estar envolvidas) são responsáveis pela efetuação de um arco reflexo. Em primeiro lugar, um neurônio sensitivo (aferente) irá captar a informação sensorial e conduzi-la até a medula ou tronco encefálico (dependendo se será um arco reflexo mediado por um nervo espinhal ou craniano respectivamente) e fará a conexão com um interneurônio, o qual será responsável pela transmissão desta informação para um neurônio motor (eferente) que efetuará a estimulação de um músculo. Vários reflexos podem ser utilizados para avaliação neurológica como, por exemplo, o reflexo patelar (espinhal), o reflexo palpebral, o reflexo pupilar, etc. A primeira etapa do exame neurológico é a identificação do animal (espécie, raça, sexo, idade, utilização, valor, local de origem e utilização do animal). A anamnese deve detalhar informações referentes ao inicio dos sinais clínicos, evolução, alimentação, vacinação, tratamentos realizados, doenças anteriores, número de animais acometidos, ambiente, manejo dos animais e número de mortes. Dentre as informações obtidas deve-se ressaltar o início dos sinais clínicos e a sua evolução (curso da clínico da doença). A evolução também é importante, pois diferentes enfermidades podem ser agrupadas em categorias que possuem de modo geral um padrão de evolução semelhante. Isto será muito eficaz durante a realização do diagnóstico, pois muitas vezes, processos localizados no mesmo local do SNC irão produzir sinais clínicos semelhantes, mas poderão ser diferenciados pela sua evolução. O exame físico de todos os sistemas deve sempre preceder um exame neurológico, pois permite diferenciar problemas concomitantes, assim como descartar alterações que possam sugerir anormalidades neurológicas. Os objetivos de um exame neurológico são: confirmar a presença de um problema neurológico; localizar o problema; definir uma lista de diagnósticos diferenciais; definir os exames complementares; estabelecer o diagnóstico mais provável e o prognóstico e realizar o tratamento. Concomitantemente, devem-se tomar as medidas preventivas necessárias para que o problema não ocorra em outros animais. Para a confirmar a presença de alterações encefálicas os seguintes aspectos precisam ser avaliados: comportamento (estado mental), posição da cabeça e integridade nas funções dos nervos cranianos. Geralmente, quando as alterações encefálicas estão presentes ao menos dois destes itens devem apresentar alterações. A função encefálica é a primeira a ser avaliada, sendo o comportamento e o estado mental os primeiros aspectos a serem observados. Em seguida, deve ser avaliada a posição da cabeça. A rotação da cabeça (head tilt) é um sinal indicativo de lesão vestibular. A pressão da cabeça contra obstáculos (head pressing) pode ser observada em diversas encefalopatias que afetem a função cerebral como, por exemplo, a polioencefalomalacia de ruminantes, a 3 encefalopatia hepática dos eqüinos ou o trauma craniano. Após estas etapas, deve ser realizada a avaliação dos nervos cranianos. Os 12 pares de nervos cranianos com seus respectivos nomes, funções e os testes a serem realizados são apresentados na tabela 1. Observando esta tabela podemos notar que os 12 pares de nervos cranianos podem ser rapidamente avaliados. Devemos lembrar que no conjunto, os pares de nervos são responsáveis pela olfação, visão, movimentação de orelhas, pálpebras, lábios, simetria e tônus da musculatura facial, apreensão e mastigação de alimentos, movimentação de língua e deglutição. Algumas observações podem ser úteis na avaliação da função destes nervos. O nervo olfatório é difícil de ser avaliado em grandes animais, sendo que não apresenta importância clínica, pois disfunções são raras, sendo que quando ocorrem, as interpretações são dificultadas por anormalidades no comportamento do animal. O segundo par de nervos cranianos (óptico) pode ser avaliado por meio da percepção da integridade visual, associado ao diâmetro pupilar (III par). Inicialmente, deve-se deixar o animal locomover-se livremente em um ambiente diferente daquele a que está acostumado, cuidando para que o animal não se machuque em algum obstáculo. Os animais cegos tendem a esbarrar ou ir de encontro a obstáculos. O reflexo pupilar também pode ser utilizado para avaliação do nervo óptico assim como também do nervo oculomotor. Este reflexo é desencadeado devido à integração das informações transmitidas pelo nervo óptico e nervo oculomotor acarretando miose ou midríase. A retina capta a informação luminosa e transforma em impulsos elétricos que serão conduzidos pelo nervo óptico até o quiasma óptico onde um grande percentual de fibras sofrem decussação (trocam de lado). A partir do quiasma óptico estas informações trafegam pelo trato óptico passando através do mesencéfalo indo posteriormente ao córtex cerebral (formação de imagens). Durante a passagem pelo mesencéfalo ocorre o estímulo do núcleo do nervo oculomotor (III par de nervos cranianos) ali localizado. O estímulo do núcleo do nervo oculomotor irá gerar informações(transmitidas pelo nervo oculomotor) que provocarão diminuição do diâmetro pupilar (miose). Quando o estímulo luminoso é pequeno ocorrerá uma dilatação da pupila denominada de midríase. A midríase ou a miose são importantes para a maior ou menor captação de luz, melhorando a acuidade visual em ambientes com menor luminosidade ou protegendo as estruturas oculares em ambientes com grande quantidade de luz, respectivamente. Este é um exemplo de um arco reflexo mediado por um nervo sensitivo (óptico) e um nervo motor (oculomotor) que permite a avaliação da integridade das estruturas envolvidas. Portanto, para que ocorra a miose após um estímulo luminoso, deve haver integridade destas vias até a efetuação do reflexo. Um reflexo pupilar adequado não implica necessariamente que 4 o animal esteja enxergando, pois para que isto ocorra as vias devem estar íntegras até o córtex occipital. O diâmetro pupilar também é influenciado pelos músculos dilatadores da pupila, inervados por fibras simpáticas originadas do gânglio cervical cranial (devido a este fato ocorre a dilatação pupilar quando os animais estão com medo ou excitados). Lesões simpáticas (os locais mais freqüentes são bolsa gutural ou lesões cervicais) podem acarretar a denominada síndrome de Horner que consiste em discreta ptose da pálpebra superior, miose e discreta protrusão da terceira pálpebra. Associado a estes sinais observa-se sudorese na base da orelha e, pescoço. O sétimo par de nervos cranianos (facial) é o mais freqüentemente observado com alterações. Este, possui seu corpo celular localizado no tronco encefálico, sendo responsável pela função motora da orelha, pálpebra e lábios. É importante diferenciarmos as lesões localizadas no corpo celular (núcleo do nervo facial localizado no tronco encefálico) daquelas ocorridas no seu trajeto. Lesões localizadas na região de tronco encefálico geralmente são acompanhadas por envolvimento de outros pares de nervos cranianos devido à proximidade na localização de seus núcleos. Lesões periféricas podem ocorrer em virtude de alterações durante o trajeto deste nervo, que é bastante superficial. O reflexo palpebral serve para avaliar a função motora do nervo facial. Nistagmos devem ser avaliados quanto a sua direção de movimento rápido. Sempre em lesões vestibulares periféricas e geralmente em, enfermidades vestibulares centrais, a fase rápida do movimento é contrária ao lado da lesão As alterações encefálicas podem acarretar distúrbios locomotores variando de uma discreta incoordenação motora, andar compulsivo ou até o decúbito permanente. Estas alterações estão presentes devido a lesões nos núcleos motores. Sendo assim, um eqüino com abscesso ou com leucoencefalomalácia pode apresentar alterações locomotoras variando de uma discreta incoordenação até decúbito. Quando estão presentes alterações locomotoras (de origem neurológica) sem outras anormalidades encefálicas, o sítio de alteração deve estar localizado na medula espinhal ou nervo periférico. As anormalidades observadas dependem principalmente do local afetado. Portanto, a identificação do local é muito importante para a caracterização do processo. 5 Tabela 1: Função, testes de avaliação e sinais de anormalidades dos nervos cranianos. Nervo Craniano Função Testes Anormalidades Observações I Olfatório Olfação Oferecimento de alimentos com odor atrativo com a mão fechada Incapacidade total ou parcial de sentir odores. Difícil de ser interpretado quando anormalidades encefálicas concomitantes estiverem presentes. II Óptico Visão Acuidade visual, resposta de ameaça visual e reflexo pupilar. Cegueira total ou parcial. Um animal cego não necessariamente possui anormalidade no nervo óptico, podem ocorrer cegueiras devido a lesões no córtex occipital ou em outras estruturas condutoras das informações visuais (ex. quiasma óptico, tratos ópticos, etc) ou mesmo devido a severas alterações intra- oculares. III Oculomotor Inerva músculos extraoculares e contém fibras parassimpáticas para o controle da pupila e da acomodação visual. A combinação do nervo motor e autonômico controla a elevação da pálpebra superior. Realização do reflexo pupilar e avaliação da movimentação da pálpebra superior. Anormalidade no reflexo pupilar e ptose palpebral. O reflexo pupilar deve ser interpretado correlacionado com a integridade ocular e, das vias visuais (incluindo-se ai o II par de nervos cranianos). , No momento do exame deve-se ter cuidado com a quantidade de luz presente no ambiente para correta interpretação do teste. Deve-se lembrar que o medo ou a excitação dos animais pode interferir na resposta apresentada. Lesões no VII par de nervos cranianos são muito mais freqüentes e podem também causar ptose palpebral, podendo ser diferenciadas, pois a ptose palpebral decorrente de lesões no nervo facial será acompanhada por paralisia e ptose labial. IV Troclear Inerva músculo ocular oblíquo superior responsável pela movimentação dos globos oculares. Observar posicionamento dos globos oculares e coordenação de movimentos dos mesmos durante movimentação da cabeça do animal. Anormalidades de posicionamento. Raramente é problema em animais de grande porte. Deve-se inicialmente ficar de frente para o animal e observar a posição dos globos oculares e depois movimentar o pescoço de um lado para o outro, observando a correção do posicionamento dos globos. V Trigêmio Informação sensorial de córnea, pálpebras e cabeça; motora dos músculos faciais relacionados com a mastigação. Oferecimento de alimento para os animais, teste de sensibilidade na face. Dificuldade para apreensão de alimentos (mandíbula caída em lesões bilaterais) e anormalidades sensoriais faciais. É muito mais fácil e prático observar a função motora do que a sensitiva. Dificuldades para fechar e movimentar a mandíbula devido a uma lesão neste nervo devem ser diferenciadas daquelas decorrentes de anormalidades osteomusculares (fraturas, etc.). Após 2 semanas do início da paralisia pode ocorrer atrofia muscular (masseter e temporal). VI Abducente Inerva os músculos lateral reto e retrator ocular, responsáveis pela movimentação dos globos oculares. Observar posicionamento dos globos oculares e coordenação de movimentos dos mesmos durante movimentação da cabeça do animal. Lesões resultam em um estrabismo medial e inabilidade para retrair o globo. Idem IV par. VII Facial Inervação motora de orelhas, pálpebras e musculatura relacionada e expressão facial (movimentação de narina e lábio); têm influência sobre as glândulas lacrimais e salivares e função gustativa no 1/3 inicial da língua. Observar simetria de posicionamento de pálpebras, orelha, narinas e lábios, observar também a presença de filme lacrimal. Deve ser realizado o reflexo palpebral. Produção de sons para observar a movimentação das orelhas. Diminuição ou ausência de movimentação das orelhas, ptose palpebral, anormalidades na movimentação da narina e lábio (ptose labial). Pode ocorrer diminuição na secreção lacrimal. Anormalidades do nervo facial logo após sua saída do encéfalo deverão originar alterações em orelhas, pálpebras e lábios enquanto lesões compressivas faciais abaixo da região ocular podem ocasionar apenas ptose labial (devido a uma lesão no ramo bucal). Alguns animais acabam desenvolvendo ceratites, devido ao não fechamento palpebral correto associada à diminuição de produção de filme lacrimal. Lesões acometendo o nervo facial geralmente acarretam o acúmulode alimentos entre os dentes e a bochecha. 6 VIII Vestibulococlear Equilíbrio (vestibular) e audição (coclear). Posição da cabeça, presença de nistagmos, captação de estímulos auditivos. Presença de rotação da cabeça, dificuldade de captação de sons e eventualmente presença de nistagmos. A principal anormalidade observada na maioria das vezes é a rotação da cabeça para um dos lados (ipsilateral a lesão) sendo difícil determinar a acuidade auditiva de um animal. São freqüentes as alterações de nervo facial associadas a lesões vestibulares (principalmente decorrentes de otites internas), pois o nervo facial ao deixar o seu núcleo na região de bulbo entra no meato acústico interno junto ao nervo vestíbulo coclear. IX - Glossofaríngeo Responsável pela inervação da faringe e sensibilidade da porção caudal da língua. Oferecimento de alimentos e passagem de sonda nasogástrica para observação da deglutição. Para verificar a sensibilidade de língua utilizam-se substâncias irritantes. Disfagia. Existe participação do IX e X par de nervos cranianos na inervação de faringe e laringe sendo que os dois são avaliados de maneira conjunta quando relacionados a deglutição e movimentação de faringe. Raramente são realizados testes para avaliação da sensibilidade da língua. X Vago Função motora e sensorial para vísceras torácicas e abdominais e, motora da laringe e faringe. „Slap test” (testa-se a movimentação da laringe, abdução da cartilagem aritenóide contralateral, ao mesmo tempo que percute-se a região da escápula durante a expiração), oferecimento de alimentos, avaliação de sons anormais durante a respiração. Disfagia e sons inspiratórios anormais (eqüinos em exercício) devido à flacidez laringeana. A avaliação da sensibilidade da língua é muito subjetiva e não é usualmente realizada. O “slap test” pode ser realizado com auxilio do endoscópio ou mesmo com a palpação manual externa. A via eferente deste teste envolve o nervo larigeano recurrente. XI Acessório Motora para músculos do pescoço (músculo trapézio). Eletromiografia. ----- Pouca significância. XII Hipoglosso Função motora da língua. Oferecimento de alimentos, movimentação da língua e simetria. Perda de função motora da língua. Lesões unilaterais do nervo ou do núcleo resultam em atrofia unilateral da língua com dificuldade de retração. Porém, a mesma não deverá ficar fora da boca. Lesões bilaterais acarretam dificuldade de apreensão e deglutição e o animal não consegue recolher a língua para dentro da boca. 7 EXAMES COMPLEMENTARES Para uma análise mais dinâmica dos exames complementares iremos apresentar um ou mais casos clínicos, onde estes exames são fundamentais para um correto diagnóstico, ressaltando as características mais importantes de cada um deles. 1) Análise Líquido Cefalorraquidiano A colheita e análise do liquido cefalorraquidiano permitem o diagnostico diferencial de inúmeras enfermidades de eqüinos e bovinos, sendo um dos testes mais úteis na avaliação complementar de enfermidades dos animais domésticos. Exemplo 1: Diagnóstico do herpesvírus equino tipo 1. Exemplo 2: Encefalomielite eqüina. Exemplo 3: Mielite ascendente em ovinos. 2) Raio X Ao avaliar as enfermidades neurológicas de eqüinos e bovinos a obtenção de imagens radiográficas apresenta particular interesse, principalmente nas enfermidades que acometem a coluna vertebral, em particular deve-se dar atenção a grande utilidade que possuem para o diagnóstico deferencial da mal formação vertebral cervical. A observação de anormalidades próprias destas enfermidades contribui para o diagnostico diferencial de outras causas de anormalidades locomotoras e, juntamente com a mielografia, permitem localizar pontos específicos de compressão medular. Exemplo 4: Mal formação vertebral cervical em eqüinos. Exemplo 5: Mal formação vertebral congênita em bovinos. Exemplo 6: Abscesso vertebral em bovino. 3) Tomografia A tomografia computadorizada tem apresentado uso crescente no exterior e apesar de não ser freqüente seu uso em animais de grande porte no Brasil, temos observado que pode ser extremamente importante para confirmar anormalidades ósseas dificilmente observadas na radiografia convencional, permitindo também observar anormalidades no parênquima encefálico. Exemplo 7: Meningocele em bovino. Exemplo 8: Otite em suíno com síndrome vestibular. 4) Endoscopia Uma das grandes contribuições da endoscopia para o diagnostico de enfermidades neurológicas se baseia no exame da bolsa gutural que pode ser o local de lesão de diferentes nervos cranianos, assim como podem ser observadas anormalidades na região do estilo hióide, que muitas vezes podem causar síndrome vestibular. Exemplo 9: Osteoartropatiatemporioídea em equinos. 5) Termografia Recentemente colocada a disposição devido à diminuição dos custos de aquisição de câmeras portáteis. Pode ser utilizada para verificar anormalidades que apresentem aumento de temperatura local, facilitando encontrar pontos de inflamação associados a lesões vertebrais. Possui seu ponto alto de utilização na identificação do aumento de temperatura facial na síndrome de Horner, uma lesão do sistema nervoso simpático, 8 decorrente de lesões cervicais ou torácicas, levando a enoftalmia, miose, protrusão de terceira pálpebra e aumento de temperatura ipsilateral nos eqüinos. Exemplo 10: Síndrome de Horner em eqüino. 6) Eletromiografia O exame permite captar informações referentes à despolarização das células musculares, a velocidade e qualidade da informação nervosa de determinados nervos. Uma das grandes utilidades deste teste em animais de grande porte consiste na detecção de miotonias nos animais domésticos. Exemplo 11: Miotonia em búfalos. 7) Biologia Molecular As provas de biologia molecular permitem analisar determinados genes envolvidos no aparecimento de enfermidades, na detecção de patógenos e na identificação de vírus com mutacões que os tornam mais virulentos. Entre as enfermidades neuromusculares dos equinos, podemos citar o HYPP (paralisia periódica hipercalemica) que pode ser identificada com a detecção da mutação em um gene especifico. Dois exemplos interessantes na detecção de patógenos em enfermidades neurológicas podem ser dados pela incoordenação motora causada pelo herpesvirus tipo 5 em bovinos e pelo herpes vírus tipo 1 em eqüinos, onde recentemente foi identificada uma mutação na enzima polimerase que aumentou a virulência deste agente. Exemplo 12: Herpesvírus eqüino tipo 5 em bovinos. 9) Exame de Fundo de Olho Apesar de pouco utilizado na rotina clinica de animais de grande porte, seu uso tem recomendações quando se procura por confirmar aumento de pressão intracraniana e em algumas enfermidades pode apresentar alterações características como na doença do neurônio motor. Exemplo 13: Doença Neurônio Motor eqüino 11) Bioquímica sérica O uso da analise do plasma ou soro pode ser extremamente útil para verificar a presença de anormalidades hepáticas ou renais, que podem acarretar síndrome cerebral, detecção de anticorpos contra determinados patógenos, determinação de elementos essenciais como vitaminas e minerais (Vitamina E e selênio). Exemplo 14: Encefalopatia hepática eqüina. Exemplo 15: Miopatia por deficiência de selênio e vitamina E (Doença do músculo branco). 12) Análise toxicológica Pode se pesquisar agentes tóxicos no tecido cerebral, fígado e rins e em determinados alimentos como, por exemplo, nos casos de leucoencefalomalacia onde apresença da micotoxina fumonisina pode causar severa anormalidade encefálica. Exemplo 16: Leucoencefalomalacia Exemplo 17: Intoxicação por chumbo 13) Teste Schirmer O teste de Shirmer mede a produção lacrimal e é útil em casos onde o nervo fácil é lesado próximo a sua emergência do tronco encefálico, levando a diminuição da 9 produção lacrimal. Isto deve ser avaliado nos casos de anormalidades temporohióideas em eqüinos evitando o aparecimento de úlceras de córnea. Exemplo 18: Síndrome vestibular com ceratite em eqüino 14) Avaliação microbiológica O cultivo e antibiograma de líquido cefalorraquidiano, sangue ou outros fluídos pode auxiliar e definir diagnósticos de anormalidades neurológicas. Exemplo 19: encefalite por Streptococcus suis em suínos Exemplo 20: encefalite em bezerros com septicemia Exemplo 21: encefalite por L. monocytogenes em bovino 8) Ressonância Magnética Apesar de seu uso no Brasil estar particularmente restrito aos cães e gatos, a utilização das imagens principalmente para detecção de anormalidades do parênquima cerebral tem aumentado significativamente a qualidade do diagnostico neurológico. 10 Síndrome Vestibular em Equinos A síndrome vestibular é um conjunto de sinais decorrente do acometimento do sistema vestibular. Em eqüinos tem sido importante causa de anormalidade neurológica acarretando perda de equilíbrio, nistagmos e eventualmente paralisia do nervo facial. Pode ser classificada em síndrome vestibular central ou periférica, sendo a última, a forma mais comumente descrita na literatura. Uma das mais importantes causas de síndrome vestibular periférica é a osteoartropatia da articulação temporohioídea devido à estreita associação anatômica entre estas estruturas e o ouvido médio nos eqüinos. A avaliação endoscópica da bolsa gutural é a ferramenta mais importante para confirmar esta enfermidade, pois permite a visualização direta da articulação temporohioídea e a identificação de alterações anatômicas desta região. Entretanto, a variação anatômica existente entre eqüinos normais, dificulta a interpretação do exame endoscópico que deve ser associado obrigatoriamente a uma avaliação neurológica detalhada e ao conhecimento da anatomia topográfica desta região. A bolsa gutural é considerada um divertículo das tubas auditivas, comunicando o ouvido médio à faringe (HONNAS e PASCOE, 1996; RADOSTITS et al., 2000) sendo encontrada em eqüinos e em um número limitado de outras espécies (BAPTISTE et al., 2000). Posicionadas dorsalmente à nasofaringe, as bolsas guturais são limitadas lateralmente pelo ramo vertical da mandíbula e, glândula salivar parótida (HAWKINS, 1992), se estendendo da superfície superior da faringe até a base do crânio e da região atlânto-occipital até o recesso faríngeo (CARMALT, 2002). A comunicação da bolsa gutural com a faringe ocorre através de orifícios em forma de fendas, localizadas na parede dorsolateral da faringe (DOWLING et al., 2000). As bolsas guturais estão em contato com uma fina membrana na porção rostral dos músculos longus capitis e rectus ventralis na porção caudal e possuem um volume de 300 a 500 mL (LEPAGE, 2002), sendo divididas em dois compartimentos, lateral e medial, pelo osso estilohióide. O compartimento medial possui de duas a três vezes o tamanho do compartimento lateral, estendo-se mais caudal e ventralmente (BARBER, 1999). 11 O revestimento mucoso de cada bolsa é secretório, contendo agregados de tecido linfóide subepitelial, sendo recoberto por epitélio pseudo-estratificado ciliado com células caliciformes e glândulas. Geralmente é mais fino em relação ao revestimento encontrado na nasofaringe (AINSWORTH e BILLER, 2000). As paredes das bolsas são finas e intimamente associadas a muitas estruturas vitais, incluindo a faringe, laringe, esôfago, glândulas salivares parótida e mandibulares e o linfonodo retrofaríngeo (BARBER, 1999). A bolsa gutural gutural age em conjunto com o sinus venoso cavernoso intracraniano para resfriar o sangue que é fornecido ao encéfalo, especialmente durante o exercício. O sangue arterial destinado ao encéfalo do eqüino é fornecido principalmente pela artéria carótida interna,e também pelas artérias occipital e vertebral (LEPAGE, 2002). O orifício faríngeo dilata durante a deglutição e existe uma troca de ar durante a respiração. Barber (1999) comprovou experimentalmente que a ventilação da bolsa gutural resfria o sangue de dentro da artéria carótida interna, sendo que a parte extracranial desta é envolvida por uma fina membrana de mucosa do compartimento medial da bolsa gutural. Esta troca de calor é mínima no descanso e se torna mais eficiente durante o exercício, isto porque o cérebro pode ser degenerado de forma irreversível pela hipertermia (BAPTISTE et al., 2000). Foi sugerido também que a bolsa gutural auxilia na igualdade da pressão do ar pela membrana timpânica (HAWKINS, 1992), na deglutição e audição (BAPTISTE, 1998). Dentre as estruturas encontradas na bolsa gutural (Figura 1), no compartimento lateral, encontra-se a artéria carótida externa, que passa ao longo da porção ventral, de crâniomedial a crâniolateral, se bifurcando em artéria superficial temporal e maxilar (RADOSTITS et al., 2000). A veia maxilar facial também está presente e o nervo facial, VII par de nervos cranianos, sai do crânio pelo forame estilomastóideo percorrendo a superfície dorsal da bolsa lateral (CARMALT, 2002). No compartimento medial se encontra o linfonodo retrofaríngeo localizado por baixo da mucosa da porção ventral (RADOSTITS et al., 2000). No piso deste compartimento se encontra o ramo faríngeo do nervo vago e o nervo laríngeo cranial. A porção caudal está em contato íntimo com a artéria carótida interna (LEPAGE, 2002). Também nesse compartimento encontram-se os nervos cranianos glossofaríngeo (IX par), vago (X par), nervo acessório espinhal (XI par), hipoglosso 12 (XII par), o tronco simpático e o gânglio cranial. Os ramos faríngeos do IX e X se estendem em direção rostroventral pela parede lateral e medial originando um plexo de fibras nervosas que cobrem a superfície do assoalho deste compartimento (CARMALT, 2002). O XII par de nervos cranianos corre ventral e caudalmente entre a bolsa gutural e a cápsula da articulação atlânto-occipital por uma distância de dois centímetros aproximadamente, passa entre o nervo vago e acessório, dobra ventral e rostralmente, cruza a face lateral da artéria carótida externa e continua sobre a faringe, paralelamente ao osso estilohióide e caudalmente ao tronco linguofacial. O IX par curva-se ventral e rostralmente sobre a bolsa gutural e caudalmente ao osso tireohióide, cruza a face profunda da artéria carótida externa e se divide nos ramos faríngeo e lingual. O ramo faríngeo é o menor dos ramos terminais, corre rostralmente através da face profunda do osso estilohióide e concorre com os ramos faríngeos do nervo vago e com filamentos simpáticos, para formar o plexo faríngeo. O ramo lingual corre ao longo da borda caudal do osso estilohióide, rostralmente ao tronco linguofacial e mergulha sob o músculo hipoglosso. O X par corre caudal e ventralmente com o nervo acessório em uma prega da bolsa gutural, a seguir os dois se separam permitindo que o nervo hipoglosso passe entre eles. O nervo vago desce com a artéria carótida interna e cruza a face medial da origem da artéria occipital, o ramo faríngeo dobra ao redor da artéria carótida interna e corre ventral e cranialmente da bolsa gutural para a parede dorsal da faringe (GODINHO e GETTY, 1986). O ramo faríngeo do X par segue rostroventralmente nabolsa gutural em direção à parede da faringe dorsal, onde se ramifica com o ramo faríngeo do IX par, no plexo faríngeo. O ramo faríngeo do IX par pode ser identificado, pois corre rostralmente através da face ventral do osso estilohióide (HOLCOMBE e DUCHARME, 2004). Epistaxe e disfunções nos nervos freqüentemente acompanham doenças na bolsa gutural, devido à íntima relação desses vasos e nervos com a parede da bolsa gutural (HONNAS e PASCOE, 1996). Esta associação entre a bolsa gutural e as estruturas do sistema nervoso pode acarretar na presença de sinais neurológicos decorrentes de anormalidades na bolsa gutural. Esta associação também torna o exame endoscópico da bolsa gutural 13 indispensável na avaliação de eqüinos portadores de determinadas disfunções neurológicas, particularmente aqueles portadores de síndrome vestibular periférica. O sistema vestibular é um sistema proprioceptivo especial que ajuda o animal a manter a orientação em seu ambiente em relação à gravidade. Tal sistema auxilia na manutenção da posição dos olhos, tronco e membros em relação ao movimento e posicionamento da cabeça (RADOSTITS et al., 2000). O aparelho vestibular é composto por dois órgãos sensoriais principais: otólitos ou mácula do utrículo e sáculo, os quais detectam inclinação e aceleração linear da cabeça e pelos canais semicirculares, os quais percebem aceleração rotacional e desaceleração da cabeça. O utrículo comunica–se com o canal semicircular e o sáculo com o ducto coclear (WATROUS, 1987). O suprimento aferente para o núcleo vestibular vem primariamente das máculas, da crista ampular e do cerebelo. Essas fibras sensoriais fazem sinapse com neurônios de segunda ordem nos núcleos vestibulares que estendem fibras para os neurônios motores da medula espinhal, os núcleos dos nervos cranianos que controlam a posição dos olhos, o cerebelo, o sistema nervoso autônomo, a formação reticular e o córtex cerebral (MOORE, 2000). Os sinais da doença vestibular variam conforme o envolvimento, uni ou bilateral, e, de componentes do sistema periférico ou central. Portanto, a influência do sistema vestibular sobre o equilíbrio pode ser afetada no ouvido interno, ao longo do nervo vestibular e nos núcleos vestibulares da medula (RADOSTITS et al., 2000). Uma doença perineural unilateral é comumente observada e é caracterizada por perda de equilíbrio, ataxia assimétrica sem perda da força e inclinação da cabeça. O eqüino pode cambalear, inclinar, dar voltas ou se direcionar lateralmente durante a marcha. Balançar a cabeça do animal ou vendá-lo pode agravar a ataxia ou causar a queda. A inclinação da cabeça esta normalmente presente, com o ouvido e o olho direcionado para o lado afetado mais ventral, e o focinho apontado ao contrário da lesão. O cavalo adota freqüentemente uma postura com os membros afastados. O nistagmo, também pode estar presente, com direcionamento horizontal com a fase rápida contrária ao lado da lesão, podendo ser estimulada flexionando-se o pescoço lateralmente ou elevando a cabeça. Estrabismo pode ser observado como um desvio ventral ou ventrolateral do olho do lado afetado. Em casos de disfunção vestibular 14 severa, o cavalo pode permanecer em decúbito, geralmente do lado afetado, o que o torna incapaz de se levantar (SMITH, 1992). Perda da audição é um achado comum na doença vestibular periférica em virtude da proximidade da cóclea com os órgãos receptores vestibulares (MOORE, 2000). Porém, é difícil de ser avaliada, principalmente nos animais em decúbito. Embora os sinais clínicos da doença vestibular periférica sejam característicos, é importante diferenciar esta condição da doença vestibular central. No caso de síndrome vestibular central, o animal apresenta-se sistematicamente depressivo, possui nistagmo que varia de direção, mostra anormalidades na propriocepção (GEORGE, 1996), paresia de membros e comprometimento de outros nervos cranianos (MALIKIDES et al., 2000). Eqüinos acometidos por doença periférica bilateral não demonstram inclinação da cabeça, marcha em círculos e nistagmo patológico. A cabeça pode desviar com amplas excursões de um lado para outro. Assim como na doença vestibular periférica a força motora é preservada (MOORE, 2000). Além da osteoartrite temporohioídea, destacam-se como causas da doença vestibular: o trauma craniano, otite média/interna, mieloencefalite por protozoário, mielite verminótica, neurite da cauda eqüina, encefalite viral, encefalopatia hepática, neoplasias, síndrome vestibular idiopática espontânea (MALIKIDES et al., 2000), extensão de infecção piogênica bacteriana da bolsa gutural (GEORGE, 1996), aminoglicosídeos são tóxicos para o núcleo vestibular, estreptomicina especialmente (WATROUS, 1987). Os nervos craniais são geralmente afetados pelas anormalidades do osso petroso temporal e hióide, especialmente o facial e o vestibulococlear, porque eles estão diretamente associados com esses ossos (GEISER et al., 1988). Foi descrito também que infecções micóticas da bolsa gutural (BLYTHE, 1997), osteoartrose e fraturas da região temporohioídea afetam também estes nervos (NEWTON e KNOTTENBELT, 1999). Fraturas traumáticas do osso temporal resultam em lesões dos nervos vestibular e facial. A lesão do tecido nervoso pode ser causada por hematoma, formação de calo ósseo ou deslocamento dos fragmentos fraturados, resultando no início tardio dos sinais clínicos (MOORE, 2000). 15 A osteoartropatia temporohioídea é uma doença progressiva e crônica dos ossos que compõem a articulação temporohioídea (BLYTHE e WATROUS, 1997; BORGES et al., 2003), que pode acarretar anormalidade vestibular. As principais suspeitas etiológicas deste processo são a otite média interna por via hematógena, doença degenerativa articular ou trauma (BORGES et al., 2003). Infecção crônica primária do ouvido médio no cavalo pode produzir uma extensa resposta inflamatória que resulta na fusão dos ossos estilohióide e bula timpânica. A perda de mobilidade da articulação temporohioídea interfere na interação entre a língua, aparelho hióide e faringe durante a deglutição, na vocalização e na combinação do movimento de cabeça e pescoço. Força abrupta pelas contrações musculares na articulação fundida pode induzir uma fratura patológica. O local da fratura é geralmente através do osso temporal e quase sempre em direção ao canal auditivo interno, produzindo inflamação traumática dos nervos vestibulares e facial (WATROUS, 1987). Exame endoscópico direto da articulação temporohioídea através da bolsa gutural tem sido citado como o procedimento mais sensível para detectar mudanças ósseas como no caso de otite média ou interna crônica no cavalo. O osso estilohióide divide a bolsa em um compartimento medial e lateral, permitindo que a articulação seja facilmente observada. Proliferações ósseas na articulação e vários graus de ampliação do osso estilohióide proximal são diagnosticados (BLYTHE, 1997). 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