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ATPS - Direito Civil II Etapa 3 e 4

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...............................................................................................................................
DIREITO CIVIL II – 2º semestre
atividades praticas supervisionadas
3ª e 4ª etapas
...............................................................................................................................
Guarulhos
2015
atividades praticas supervisionadas
3ª e 4ª etapas
Trabalho apresentado ao Curso de Direito da Faculdade Anhanguera para a disciplina de Direito Civil II.
Entrega: 08 de Junho de 2015.
Prof. 
...............................................................................................................................
Guarulhos
2015
Acórdão – Fraude Contra Credores
Apelação Cível nº 2010.004004-3 
Origem: Comarca de Santana do Ipanema / 3ª Vara
Classe e nº de origem: Ordinária Declaratória de Nulidade nº 055.08.500064-1 
Relator: Des. Alcides Gusmão da Silva
Apelante: Audálio Sebastião Romualdo.
Advogado: José Soares (5136/AL).
Apelado: João Angelino Neto.
 Advogado: Espedito Júlio da Silva (2381/AL)
Apelado: Aguinaldo Rozendo Inácio 
Advogado: Iran Siqueira de Queiroz (6747B/AL)
ACÓRDÃO N º 1.0934/2011
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO E PROCESSO CIVIL. FRAUDE CONTRA CREDORES. NEGÓCIO JURÍDICO CUJA INEFICÁCIA SE ALCANÇA POR MEIO DAS AÇÕES PAULIANA OU REVOCATÓRIA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PELO RECORRENTE. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. UNANIMIDADE.
1. A fraude contra credores está presente diante da existência de artifício, manobra intencional, utilizada pelo devedor com o intuito de escusar-se do pagamento de sua dívida ao credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor de um crédito. 
2. Para reverter o quadro que se mostra em consequência à citada fraude, tem-se a ação pauliana, bem como a revocatória, as quais visam à desconstituição desta alienação fraudulenta com o fito de satisfazer crédito pré-existente.
3. Diz-se que o fundamento da ação pauliana é a existência de prejuízo acarretado ao credor, decorrente de um ato fraudulento do devedor, que ocasionou a ausência de bens suficientes em seu patrimônio e, por isso, a consequente frustração do recebimento do crédito daquele.
4. O resultado da verificação da ocorrência de fraude contra credores, e, por via de efeito, da insolvência do devedor, por meio da ação pauliana – visto ser o meio adequado à persecução de tais objetivos -, é a ineficácia do ato realizado pelo fraudador, perante o credor, e não a sua anulação, conforme o pleito perseguido pelo Apelante.
5. Não se mostra cabível, tendo em vista o caso posto, a via utilizada pelo Recorrente, uma vez que a ação declaratória tem como escopo apenas decretar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou, ainda, a autenticidade ou falsidade de documento, hipóteses que não se coadunam com a situação fática trazida nos autos.
6. Verificada a carência da ação, por falta de interesse de agir, dada a inadequação da via eleita pelo Apelante, ao buscar, erroneamente, a nulidade do ato jurídico constituído, ainda que de maneira supostamente fraudulenta, por ação diversa da pauliana ou da reivindicatória, meios este que se mostram como devidamente aptos à sua pretensão. 
7. Recurso conhecido a que se nega provimento.
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que figuram como partes as acima citadas, acordam os Desembargadores da PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça de Alagoas, por unanimidade de votos, em CONHECER do recurso, para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.
Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhor Desembargador constantes da certidão de julgamento emitida pala Secretaria desta Câmara.
Maceió, 15 de julho de 2011.
Des. Alcides Gusmão da Silva
Relator
Acórdão - Ação Pauliana
Apelação Cível nº 2010.004004-3 
Origem: Comarca de Santana do Ipanema / 3ª Vara
Classe e nº de origem: Ordinária Declaratória de Nulidade nº 055.08.500064-1 
Relator: Des. Alcides Gusmão da Silva
Apelante: Audálio Sebastião Romualdo.
Advogado: José Soares (5136/AL).
Apelado: João Angelino Neto.
Advogado: Espedito Júlio da Silva (2381/AL).
Apelado: Aguinaldo Rozendo Inácio 
Advogado: Iran Siqueira de Queiroz (6747B/AL)
RELATÓRIO
Cuidam, os autos em epígrafe, de Apelação Cível entremeada por Audálio Sebastião Romualdo, dado o seu inconformismo com o decisório singular que extinguiu, sem resolução de mérito, a Ação Declaratória de Nulidade nº 055.08.500064-1 por ele proposta contra os Apelados.
O citado decisum acolheu a preliminar de carência da ação, suscitada por João Angelino Neto, entendendo, o magistrado a quo, pela "inadequação da ação eleita para o objeto pretendido" (fl. 242).
Em suas razões recursais, o Apelante afirma a previsão legal, especificamente, na Lei nº 6.015/93, em seu art. 216, da possibilidade de anulação de registro público, por meio de ação de anulação ou de declaração de nulidade de ato jurídico, asseverando, por conseguinte, o não cabimento da extinção da ação declaratória, sob o fundamento de que esta não comportaria o objeto almejado, qual seja, a anulação do registro público discutido nos autos de origem. Juntou jurisprudência nesse sentido e, por fim, requereu a reforma da decisão objurgada, para anular a escritura pública do imóvel objeto de discussão da lide, bem como o seu registro.
Contra-arrazoando, aduz, o Apelado, a desnecessidade de reparo da decisão guerreada, uma vez que a ação de nulidade interposta pelo Apelante, fora, inadequadamente utilizada para buscar o reconhecimento de fraude contra credores, o que corrobora a necessidade de manter o entendimento do Juízo singular, em relação à carência da ação, pela impropriedade da via eleita.
A Procuradoria-Geral de Justiça, em parecer exarado às fls. 265/269, opinou pela manutenção do decisório atacado, com o improvimento do recurso em tela.
Em abreviada exposição, é o relatório.
VOTO
Prima facie, constatam-se presentes os pressupostos de admissibilidade recursal inerentes à espécie em comento, pelo que se conhece do Apelo.
De uma análise acurada dos autos, constata-se que o processo fora devidamente extinto sem resolução do mérito, por ausência de uma das condições da ação, qual seja, o interesse de agir.
Tal entendimento deriva de um estudo acerca da fraude contra credores e da via adequada à persecução dos efeitos que nascem em consequência do seu reconhecimento. Em razão disso, necessário tecermos, antes de mais nada, algumas considerações a respeito do ilícito supramencionado, bem como da citada ação, a qual se denomina pauliana.
Pois bem, como regra geral prevista do art. 591do Código de Processo Civil, vige em nosso sistema jurídico o princípio da responsabilidade patrimonial, o qual significa que todo o patrimônio do devedor, pouco importando se os bens ou direitos que o compõem existiam quando a dívida foi contraída, responde por esta, no caso de inadimplemento voluntário, garantindo ao credor o exato cumprimento da obrigação por meio da tutela coativa do Estado. 
O não cumprimento espontâneo da obrigação assumida pelo devedor permite o ajuizamento da ação de execução, que tem a finalidade de fazer com que o credor obtenha a satisfação de seu crédito, exigindo do Estado que retire do patrimônio do devedor tantos bens quantos bastem à satisfação do referido crédito. 
Entretanto, enquanto não ocorrer inadimplemento, não há que se falar em sujeição dos bens do obrigado para com o credor, eis que inexiste a execução para tanto, ou seja, até que exista inadimplemento, o patrimônio do obrigado estará a salvo da investida do credor, situação observada nos autos, mormente diante da extinção da "ação antecipada de execução" interposta pelo Recorrente, contra o Apelado, Sr. AudálioSebastião Romualdo (fls. 74/76).
Ocorre que, muitas vezes, o devedor subtrai de seu patrimônio os bens que, por força do princípio da responsabilidade patrimonial, eram garantia geral do cumprimento de sua obrigação, com o propósito de levar prejuízo aos seus credores, praticando fraude em relação a estes. 
Foi visando a coibir esses atos fraudulentos que o nosso ordenamento jurídico disciplinou a proteção ao credor por meio dos seguintes institutos: fraude contra credores, que é instituto de direito material, previsto no capítulo dos defeitos dos negócios jurídicos (arts. 158a 165do CC), e que consiste em causa para a desconstituição dos atos praticados pelo devedor, após ter contraído dívidas, mesmo antes do início do processo, o que se observa, in casu; e fraude à execução, que é de direito processual, previsto no CPC, arts. 592e 593, e se configura ante a existência de um processo judicial. 
Tanto em uma como em outra, em termos gerais, pode-se afirmar que há uma diminuição do patrimônio do devedor, tornando-o insuficiente para a satisfação de seus credores (ZAVASCKI, Teori Albino. Comentários ao Código de Processo civil, vol. 8, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000).
Para Caio Mário da Silva Pereira (Instituições de Direito Civil, 5 ed., vol. I, p. 466, Rio de Janeiro: Forense, 1976), constitui fraude contra credores, toda diminuição maliciosa levada a efeito pelo devedor, com o propósito de desfalcar aquela garantia, em detrimento dos direitos creditórios alheios. Não constitui fraude, portanto, o fato em si de reduzir o devedor seu ativo patrimonial, seja pela alienação de um bem, seja pela constituição de garantia em benefício de certo credor, seja pela solução de débito preexistente. O devedor, pelo fato de o ser, não perde a liberdade de disposição de seus bens. O que se caracteriza como defeito, e sofre a repressão da ordem legal, é a diminuição maliciosa do patrimônio, empreendida pelo devedor com ânimo de prejudicar os demais credores ou com a consciência de causar dano.
Assim, a fraude contra credores está presente diante da existência de artifício, manobra intencional, utilizada pelo devedor com o intuito de escusar-se do pagamento de sua dívida ao credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor de um crédito. 
Entretanto, para configuração da citada fraude, faz-se necessária a presença dos seguintes elementos: (a) um crédito anterior ao ato tido como fraudulento; (b) o eventus damni, sendo, este, o ato que prejudica o credor, seja pela insolvência do devedor ao tempo da prática do ato tido como fraudulento, ou porque a prática desse ato o tenha levado à insolvência; (c) a scienta fraudis, ou seja, a ciência da insolvibilidade e; (d) o consilium fraudis, que é a má-fé, a intenção de prejudicar terceiros.
Pois bem. Verificada a existência de fraude contra credor, diante do preenchimento, por parte da situação trazida, dos requisitos caracterizadores do ilícito, restará àquele, neste caso, pessoa prejudicada, a busca pela reversão dos fatos concretizados, ao status quo ante.
Para reverter o quadro que se mostra em consequência à citada fraude, tem-se a ação pauliana, bem como a revocatória, as quais visam à desconstituição dessa alienação fraudulenta com o fito de satisfazer crédito pré-existente.
Pode-se dizer, portanto, que a ação pauliana se mostra como o meio mais adequado e que deve ser perseguido por quem busca reverter o quadro exposto em consequência à citada fraude.
Cândido Rangel Dinamarco (Execução Civil. 7. ed, São Paulo: Malheiros, 2000) afirma que o autor da ação pauliana deverá comprovar que, com a alienação ou oneração de determinados bens, o devedor está insolvente, por não ter mantido bens suficientes em seu patrimônio de forma a garantir o cumprimento de sua obrigação creditícia. No sentido de que é necessário se provar a insolvência no curso do processo da ação pauliana, destaquem-se as seguintes decisões: TAMG – AP 0338610-3 – (49708) – Mateus Leme – 4ª C.C. – rel. Juiz Alvimar de Ávila – J. 17.10.2001; TJSP – AC 113.770-4 – Araçatuba – 3ª CDPriv. – rel. Des. Carlos Roberto Gonçalves – J. 14.03.2000; TAPR – AC 96986-6 – (10315) – 8ª C.C. – rel. Juiz Augusto Cortês – J. 10.04.2000).
Assim, diz-se que o fundamento da ação pauliana é a existência de prejuízo acarretado ao credor, decorrente de um ato fraudulento do devedor, que ocasionou a ausência de bens suficientes em seu patrimônio e, por isso, a consequente frustração do recebimento do crédito daquele. Perfilhando pela mesma intelecção:
AÇÃO PAULIANA. FRAUDE CONTRA CREDORES.
Não produzindo o autor prova que demonstre a insolvência do devedor em decorrência da alienação de bem a terceiro, bem como inexistindo comprovação do conluio fraudulento entre esses, não procede a pretensão de anulação do negócio sob a alegação de fraude contra credores. Apelo desprovido. Unânime. (TJRS – AC nº 70004923660 – Rel. Des. Léo Romi Pilau Júnior – J. 07/04/2004).
O resultado da verificação da ocorrência da retromencionada fraude (contra credores), e, por via de efeito, da insolvência do devedor, por meio da ação pauliana – visto ser o meio adequado a persecução de tais objetivos -, é a ineficácia do ato realizado pelo fraudador, perante o credor, e não a sua anulação, conforme o pleito perseguido pelo Apelante.
É esse o entendimento jurisprudencial pátrio e do Superior Tribunal de Justiça:
Crédito anterior ao registro da escritura de doação no cartório imobiliário, porém posterior ao ato de liberalidade. Eventus damni e concilium fraudis. Caracterização. Decretada a ineficácia do registro e o cancelamento da doação. Recurso provido. (TJSP - AC c/ Revisão nº 438.940-4/3-00 - Rel. Des. Francisco Casconi - J. 7/6/2006) (sem destaque no original).
DIREITO E PROCESSO CIVIL. REIVINDICAÇÃO. FRAUDE À EXECUÇÃO [...]
II - o ato não é nulo, inválido, mas sim ineficaz em relação ao credor. (STJ - REsp. n. 3.771/GO - Rel. Min. Sálvio de Figueiredo).
Igualmente, nesse sentido, assim manifestou-se a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, ao declarar a ineficácia da compra e venda de imóvel, em ação pauliana, de acordo com o voto proferido pelo Des. Antonio Domingos Ramina: embora o Código Civil, tanto o atual (art. 171, II) como o de 1916 (art. 147, II) disponham que é anulável o negócio jurídico praticado em fraude contra credores, sabe-se que a melhor doutrina vem se definindo no sentido de que a fraude contra credores gera a ineficácia do ato lesivo, o que é aceito na jurisprudência com vistas à preservação dos interesses do credor e a evitar que o devedor fraudador se beneficie da sua própria torpeza (AC nº 181.839-1 - J. em 16.11.2005) (sem destaque no original).
Dessa feita, o que ocorre é, tão só, a consideração desses bens como garantia da dívida, de maneira a serem alcançados pela execução e não o restabelecimento da propriedade dos bens ao devedor alienante. Verifica-se, posto isso, a ineficácia relativa do ato fraudulento em relação ao credor (autor da ação pauliana), sendo válido o negócio jurídico entre o devedor alienante e o terceiro adquirente. 
Como consequência, a ineficácia do ato na ação pauliana não beneficia outros credores que, sentindo-se lesados, deverão, também, obter judicialmente a declaração de ineficácia do ato realizado em fraude contra credores, motivo pelo qual as ações executivas movidas contra o Apelado, por outros credores distintos do Apelante e por este apontadas, nos autos de origem, não possuem o condão de embasar o pedido de nulidade do ato jurídico efetivado e questionado.
Dito isso, cumpre esclarecer por que a via utilizada pelo Apelante não se mostrou a mais adequada, o que ocasionou a extinção do feito primeiro.
Observa-se que o fim perseguido pelo Recorrente cingia-se à nulidade da alienação tida por ele como fraudulenta e a consequente anulação do registro do imóvel vendido. Para isso, pleiteou a declaração da citada nulidade, em vez de buscar a reivindicação do mencionadobem e a ineficácia do negócio efetuado entre o Apelado e o terceiro adquirente.
Não se mostra, entretanto, cabível, tendo em vista o caso posto, a via utilizada pelo Recorrente, uma vez que a ação declaratória tem como escopo apenas decretar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou, ainda, a autenticidade ou falsidade de documento, hipóteses que não se coadunam com a situação fática trazida nos autos, mormente quando resta esclarecida a existência do negócio jurídico realizado, e a ausência de quaisquer fundamentos capazes de comprovar a falsidade do registro imobiliário constante no processo (fls. 32/34v), motivo pelo qual resta afastada a incidência do art. 216 da Lei nº 6.015 /73, pois a pretendida nulificação, em decorrência de eventual execução do bem, dada a ineficácia da venda, perante os credores, decretada em ação pauliana, é medida posterior.
Tem-se, portanto, totalmente adequado o fundamento utilizado pelo magistrado de piso, ao extinguir o processo sem resolução de mérito, visto que verificada a carência da ação, por falta de interesse de agir, dada a inadequação da via eleita pelo Apelante, ao buscar, erroneamente, a nulidade do ato jurídico constituído, ainda que de maneira supostamente fraudulenta, por ação diversa da pauliana ou da reivindicatória, meios estes que se mostram devidamente aptos à sua pretensão. 
Consoante a doutrina de Alexandre Freitas Câmara (Lições de Direito Processual Civil, v. I, 9 ed., revista e atualizada, Lumen Juris, p. 126), o interesse de agir é verificado pela presença de dois elementos, que fazem com que esse requisito do provimento final seja verdadeiro binômio: necessidade da tutela jurisdicional e adequação do provimento pleiteado. Fala-se, assim, em interesse-necessidade e interesse-adequação. A ausência de qualquer dos elementos componentes desse binômio implica ausência do próprio interesse de agir. Concluindo, então, o doutrinador que não basta apenas que a ida a juízo seja necessária para que o interesse de agir esteja presente, é mister que haja o interesse-adequação, ou seja, é preciso que o demandante tenha ido a juízo em busca do provimento adequado para a tutela da posição jurídica de vantagem narrada por ele na petição inicial, valendo-se da via processual adequada, o que não ocorre no caso concreto. 
Conforme se pode avaliar, é esse o entendimento jurisprudencial:
RECURSO ORDINÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE ABSOLUTA DE SENTENÇA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PROCESSO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.
Para que o interesse de agir esteja presente, é mister que haja o interesse-adequação, ou seja, é preciso que o demandante tenha ido a juízo em busca do provimento adequado para a tutela da posição jurídica de vantagem narrada por ele na petição inicial, valendo-se da via processual adequada, o que não ocorre no caso concreto. [...] de sorte que a ação declaratória de nulidade [...] não vem a ser a via adequada ao fim colimado, pois, nos termos do art. 4ºdo CPC, a ação declaratória tem como escopo apenas a declaração acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou, ainda, acerca da autenticidade ou falsidade de documento. Desse modo, é evidente a inadequação da via eleita, de sorte que o feito deve ser extinto, sem resolução do mérito, por carência de ação, ante a ausência de interesse de agir (TST – RO em AgR109000-18.2006.5.21.0000 - Relator: José Simpliciano Fontes de F. Fernandes - DJ 08/02/2008) (sem destaque no original).
Por todo o exposto, constatada a inadequação da via enveredada pelo Apelante, na busca de seu pleito, voto no sentido de CONHECER do recurso apreciado, para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, mantendo, in totum, o teor do decisório objurgado.
Maceió, 15 de julho de 2011.
Des. Alcides Gusmão da Silva
Decisão do 1º grau: Improcedente 
Órgão julgador: 1ª Câmara Cível
Razões de reforma ou manutenção da decisão: manteve a justificação da 1ª decisão.
A fraude contra credores está presente diante da existência de artifício, manobra intencional, utilizada pelo devedor com o intuito de escusar-se do pagamento de sua dívida ao credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor de um crédito. 
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que figuram como partes citadas, acordam os Desembargadores da PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça de Alagoas, por unanimidade de votos, em CONHECER do recurso, para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator. Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhor Desembargador constantes da certidão de julgamento emitida pala Secretaria desta Câmara.
Conclusão
Para reverte o quadro que se mostra em consequência citada fraude, tem-se ação pauliana, bem como a revocatória as quais visam a desconstituição desta alienação fraudulenta com o fito de satisfazer receito pré existente.
O apelado requereu a reforma da decisão objurgada para anular a escritura publica do imóvel objeto de discussão da lide bem como seu registro. Porem manteve-se a decisão do Juizo singular.
Acórdão – Invalidade do Negócio Juridico
Registro: 2015.0000196685
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0013780-35.2009.8.26.0408, da Comarca de Ourinhos, em que são apelantes CAFE E CEREAIS GIACON LTDA., MARA LUCIA ROQUE (JUSTIÇA GRATUITA) e HERMELINDO GIACON NETO (JUSTIÇA GRATUITA), são apelados CARLOS GOMES AZOIA (ESPÓLIO) e LUCIANA GOMES AZOIA (INVENTARIANTE).
ACORDAM, em 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento aos recursos. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ CARLOS FERREIRA ALVES (Presidente) e GIFFONI FERREIRA.
São Paulo, 24 de março de 2015
1º: Decisão: Procedente
2º: Decisão Procedente/ Nego Provimento
Sentença: Manutenção da Decisão
Orgão: STJ
Relatório
Recurso desta apelação o Juiz de A-Quem julgou sentença procedente o pedido de formular anulação da escritura em venda e compra lavrada na data 06/12/2006. Pois o réu deste processo age de má de fé com o apelante cobrando valor indevido da compra do imóvel, e o juiz mantém a decisão do juiz A-Quo e segue sua sentença em base do Art. 5º da CF e Arts. 252 e 159 do CC. E juiz finaliza este processo dando anulação do negócio juridíco dando negação do provimento e também utiliza a Jurisprudência do mérito deste processo.
jurisprudência do STJ:
Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Ação pauliana procedente.
Fundamentação.
1. O decisum está devidamente fundamentado, afirmando o Tribunal que o crédito é anterior ao ato de alienação, que a cessão dos bens foi feita por preço meramente figurativo e envolvendo parentes altamente chegados (irmãos) e, ainda, que com a transação o patrimônio que restou ao devedor não se mostra suficiente ao pagamento do débito. Todos esses elementos demonstram a suficiência de fundamentação do Acórdão para que fosse provida a apelação e procedente a ação pauliana.
2. Agravo regimental improvido.
(AgRg no Ag 254.863/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2000, DJ 27/03/2000, p. 102) 
Invalidade do Negócio Jurídico
Diretoria da Corregedoria Geral da Justiça
	Despachos/Pareceres/Decisões 30003112/2015 
Acórdão - DJ nº 3000311-26.2013.8.26.0408 - Apelação Cível 
Data inclusão: 23/02/2015
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 3000311-26.2013.8.26.0408, da Comarca de Ourinhos, em que é apelante OSMAR DE ABREU PAULINO, é apelado OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS, TÍTULOS E CIVIL DE PESSOA JURÍDICA DA COMARCA DE OURINHOS.
ACORDAM, em Conselho Superior de Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO PARA JULGAR IMPROCEDENTE A DÚVIDA E DETERMINAR O REGISTRO DO TÍTULO,V.U.", de conformidade com o voto do (a) Relator (a), que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores JOSÉ RENATO NALINI (Presidente), EROS PICELI, GUERRIERI REZENDE, ARTUR MARQUES, PINHEIRO FRANCO E RICARDO ANAFE.
São Paulo, 23 de fevereiro de 2015.
Acódão - Prescrição
Apelação Cível n.º 3000311-26.2013.8.26.0408
Apelante: Osmar de Abreu Paulino
Apelado: Oficial de Registro de Imóveis da Comarca de Ourinhos
Voto nº 34.147
REGISTRO DE IMÓVEIS – DÚVIDA JULGADA PROCEDENTE – RECUSA DE INGRESSO DE ESCRITURA DE VENDA E COMPRA COM CESSÃO DE DIREITOS – VENDEDORES, REPRESENTADOS POR PROCURADOR, FALECIDOS NA ÉPOCA DA LAVRATURA DO ATO – AFIRMAÇÃO DE INVALIDADE DO ATO PELA CESSAÇÃO DOS PODERES OUTORGADOS – EXAME QUE EXTRAPOLA OS LIMITES DA QUALIFICAÇÃO DO TÍTULO, RESTRITA AOS ASPECTOS FORMAIS – RECURSO PROVIDO.
Trata-se de recurso de apelação interposto contra a sentença da MM. Juíza Corregedora Permanente do Oficial de Registro de Imóveis da Comarca de Ourinhos, que julgou procedente a dúvida suscitada e manteve a recusa do registro de escritura pública de compra e venda e cessão de direitos do imóvel matriculado sob número 19.079, por ter sido lavrada no ano de 2012 mediante representação por procuração outorgada no ano de 1989 pelos vendedores coproprietários Inaiê Sá Trench de Medeiros e João Batista Medeiros a Fuad Cury, que vieram a falecer nos anos de 2006 e 2004 respectivamente, sob o fundamento de que o mandato perdeu sua eficácia em razão da morte dos outorgantes, nos termos do inciso II do artigo 682 do Código Civil.
O apelante afirma, em suma, que a procuração outorgada para cumprimento de negócio também não se extingue com a morte, porque tal não interessa apenas ao mandante, mas também ao mandatário e à pessoa que com ele contratou. Cita doutrina sobre a matéria.
A Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não provimento do recurso.
É o relatório.
Antes da análise do recurso, observo que a dúvida, não obstante tenha sido julgada pela r. sentença como “improcedente”, na realidade foi julgada procedente porque a recusa da Oficial em registrar a escritura de compra e venda foi mantida.
A escritura de compra e venda com cessão de direitos foi lavrada em 28 de dezembro de 2012, ocasião em que os outorgantes vendedores e proprietários Inaiê Sá Trench de Medeiros e seu marido João Batista Medeiros, representados por procuração outorgada em 6 de janeiro de 1989, já eram falecidos.
Embora nos termos do inciso II do artigo 682 do Código Civil o mandato cessa pela morte, em algumas situações o ato jurídico praticado pelo mandatário em nome do mandante falecido deve ser considerado válido, pois, de acordo com o artigo 689 do Código Civil, “São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa”. 
Da análise da escritura pública de compra e venda com cessão de direitos, verifica-se que esta foi lavrada em cumprimento aos termos do contrato particular celebrado entre o Espólio de Ubirajara Trench (de quem os outorgantes vendedores são herdeiros e sucessores) e a interveniente cedente, em 5 de julho de 1983, registrado na matrícula do imóvel (R1/M 19079) em clara demonstração de que o preço foi integralmente pago e que os contratantes agiram de boa-fé.
Verifica-se também que não só os vendedores proprietários falecidos como todos os demais estão representados pelo mandatário Fuad Cury por força de procurações outorgadas nos anos de 1988 e 1989, com posterior substabelecimento datado de 13 de janeiro de 2012, e não há nada nos autos que possibilite afirmar que era de conhecimento do mandatário o falecimento dos dois mandantes.
Estas circunstâncias mostram que o ato pode ser considerado válido e, conforme já se decidiu:
“Escritura definitiva de compra e venda. Outorga por mandatário após a morte do mandante. Admissibilidade. Ato praticado em complementação a compromisso de compra e venda em caráter irrevogável e irretratável, firmado pelo mesmo procurador do alienante, antes de sua morte. Transações, ademais, firmadas com lisura. Aplicabilidade dos arts. 1.308 e 1.321 do Código Civil (de 1916). Ação improcedente. Recurso não provido”. (RJTJESP 126/47).
“O mandato passado para a lavratura de escritura de compromisso de compra e venda de imóvel não se extingue pela morte do promitente vendedor se a totalidade do preço já havia sido recebida em vida pelo mandante” (5ª Câmara Cível do TJRJ, Apelação Cível nº 19.007, RDI 10/116-117; no mesmo sentido: 1ª Câmara Cível do TJPR, Apelação Cível nº 1.052/85, RDI 17-18/123-124).
Não cabe, ao Oficial, no âmbito da qualificação registrária que deve ser restrita aos aspectos formais e extrínsecos do título, impedir o ingresso no fólio real sob a afirmação de invalidade, o que deve ser reservado à esfera jurisdicional, onde a cognição é ampla e abrange os aspectos formais e materiais (intrínsecos) do negócio.
Consoante lições de Afrânio de Carvalho, o Oficial tem o dever de proceder ao exame da legalidade do título e apreciação das formalidades extrínsecas da ordem e à conexão de seus dados com o registro e sua formalização instrumental (“Registro de Imóveis”, ed. Forense, 4ª edição).
Este Conselho Superior da Magistratura, na Apelação Cível nº 562-6/6 datada de 30/11/06 e que teve como relator o então Corregedor Geral da Justiça, Desembargador Gilberto Passos de Freitas, em caso análogo que se aplica ao ora examinado, decidiu nesse mesmo sentido:
“REGISTRO DE IMÓVEIS – Escritura de Compra e Venda – Provável falecimento de outorgante vendedora representada por procurador e consequente extinção do mandato, que não autoriza a recusa do título – Qualificação registrária limitada ao juízo cognitivo formal – Recurso provido. ”
Nesse julgado, outros no mesmo sentido foram transcritos:
Verifica-se, portanto, que anteriormente à data em que lavrada a escritura de venda e compra já haviam ocorrido dois fatos que caracterizam hipóteses legais de extinção do mandato outorgado pelos titulares do domínio, ou seja, o falecimento da mandatária (Código Civil, artigo 1.316, II) e o subsequente casamento do outro outorgante da procuração (Código Civil, artigo 1.316, III).
Inexiste nos autos ou na documentação apresentada ao registrador, no entanto, qualquer indício de que o mandatário conhecesse tais fatos extintivos do mandato, ou circunstância que abalasse a presunção de boa-fé daqueles que compareceram à lavratura do ato notarial, na verdade praticado em complementação ao compromisso de venda e compra firmado pelos alienantes em data próxima à da outorga da procuração, ocasião em que os mandatários receberam a parcela do preço que lhes cabia e atribuíram aos então compromissários compradores a obrigação, posteriormente cumprida, de pagar as parcelas de financiamento bancário. (Apelação Cível nº 51.301-0/2, da Comarca de Campinas, j. 05.11.1998, rel. Des. Sérgio Augusto Nigro Conceição).
“A qualificação registrária sob o prisma da legalidade, no Ofício Predial, obedece a critérios formais: o exame é extrínseco e se circunscreve àquilo que no bojo do título se contém. Em princípio, não é dado ao oficial valer-se de subsídios extra - tabulares a exemplo de fatos de seu conhecimento pessoal para a caracterização de óbice registral concernente à observância da legalidade. Bem por isso é que adverte Afrânio de Carvalho: “Como a legalidade é aferida em vista tão somente do que o ‘título mostra em sua face, a passagem pelo exame não impede que às vezes ele se revele mais tarde um sepulcro caiado devido a presença de vícios internos, invisíveis ou imperceptíveis a simples inspeção ou leitura do documento’ ("Registro de Imóveis", Forense, 3ª ed. 1982, pág. 278”). E é igualmente por essa razão que, considerado o registro existente, a detecção de nulidade, por vistosa que se apresente, no título que o gerou, não enseja a aplicação do disposto no artigo214 da Lei nº 6.015/73, de incidência reservada àquelas nulidades próprias do mecanismo do registro. (...)
Restou apurado, assim, que o outorgante vendedor Verceslau Odrozvãoz dos Santos faleceu em 1973, anteriormente, portanto, ao negócio jurídico celebrado em 1981, no qual, representado por mandatário, vendeu imóvel ao apelante.
Ocorre que não deflui da sistemática legal a conclusão de que ato praticado por mandatário após o falecimento do mandante seja, necessariamente e em todos os casos, inválido ou ineficaz. Ao contrário, o artigo 1.321 do próprio Código Civil contempla hipótese em que tal consequência é expressamente afastada. A jurisprudência tem reconhecido outras situações em que admitida a não incidência daquela presunção de invalidade (cf. "Revista de Direito Imobiliário do I.R.I.B.", volume 10, pág. 116, o volume 17/18, pág. 123).
Por isso, em que pese a estranheza e mesmo à suspeição que possam ser geradas por negócio jurídico como o instrumentado no título em exame, a sua eventual nulidade, a respectiva inidoneidade a produção dos efeitos a que tende, não emergem de pronto, não resultam de claro diagnóstico de ato vedado por lei. O vício que porventura no ato jurídico se contenha não é daqueles que produzem repercussão na esfera da legislação formal que incumbe aos registradores observar e tutelar. Em outras palavras: “pelo motivo apontado, o título não pode ser considerado formalmente imperfeito; a nulidade, se existir, é, insista, interna ao título, não se revelando na esfera registrária em ordem a impedir o ingresso deste. ” (Desembargador AROLDO MENDES VIOTTI (na ocasião Juiz Auxiliar da Corregedoria), ponderações emitidas em 08.02.1989, no parecer referente à Apelação Cível nº 9.675-015, da Comarca de Itapeva.)
Isto posto, dou provimento ao recurso, para julgar improcedente a dúvida e determinar o registro do título.
HAMILTON ELLIOT AKEL - Corregedor Geral da Justiça e Relator.
Considerações
O Caso inicia – se com peso contextual baseando – se na procedência obtida por condição sentencial, mas é concebida a o recurso para que seja obtido a improcedência no caso quando levantado os fatos contidos nos autos, pois aqueles que deveriam ser oficialmente os vendedores do imóvel e responder juridicamente pela causa, já encontram – se em óbitos, logo estes são “representados” por um procurador, este é o primeiro fato a ser abordado para que possa haver um recurso para caracterizar o negócio jurídico como improcedente (desprovido de fundamento) com base no voto do próprio Relator que compõe o Acórdão.
A afirmação da invalidade do caso na época deu se exatamente por conta do falecimento do casal, a partir deste fato nasceu e com mais força a apelação contra a sentença determinada pela Juíza, pois esta foi quem julgou procedente a dúvida suscitada e permaneceu com sua decisão em relação a recusa do registro de escritura pública de compra e venda e cessão de direitos do imóvel. Com a morte dos coproprietários perdeu – se a eficácia do caso, devido ao fato de boa parte das questões contratuais terem sido realizadas após o falecimento do casal considerou – se relevante a invalidade sobre o mesmo. Viu – se que em alguns caso mesmo com o falecimento do mandante as questões contratuais seguem, como foi este o caso, casos assim são válidos quando a continuidade do negócio é obtida através de boa – fé, ou seja, é mantida através de boa índole e conduta adequada do mandado mesmo após o falecimento do mandante, a justiça deve avaliar as considerações existentes para validar ou não tal caso, a continuidade do caso segue com as responsabilidades dos herdeiros dos mandantes (falecidos) tendo como resultado a consideração de válido mesmo diante das circunstâncias adversas que por sua vez foram apresentadas.
ACÓRDÃO - Decadencia
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
1ª Câmara de Direito Público
Registro: 2015.0000260798
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0018379-48.2011.8.26.0278, da Comarca de Itaquaquecetuba, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, é apelado JOSE CARLOS FERREIRA DA SILVA.
ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores XAVIER DE AQUINO (Presidente) e DANILO PANIZZA.
São Paulo, 14 de abril de 2015.
VOTO Nº 10.103
APELAÇÃO Nº 0018379-48.2011.8.26.0278
APELANTE: Fazenda do Estado de São Paulo.
APELADO: José Carlos Ferreira da Silva.
APELAÇÃO Execução fiscal IPVA Prescrição Termo Inicial Notificação para pagamento RECURSO NÃO PROVIDO.
Porque o IPVA é tributo direto, cujo lançamento se opera de ofício, por prescrição legal (art. 149, I, do CTN c.c. o art. 6º, § 3º, da Lei Estadual nº 6.606/89, vigente à época dos fatos), e constitui o crédito tributário (art. 142, caput, do CTN), o termo inicial do prazo prescricional quinquenal (art. 174 do CTN) é a data da notificação para o seu pagamento, não ocasião diversa.
Trata-se de apelação interposta pela Fazenda do Estado de São Paulo, nos autos da execução fiscal que ajuizou em face de José Carlos Ferreira da Silva contra a r. sentença que julgou extinta a execução, ante o reconhecimento da prescrição do crédito tributário.
A apelante pretende o provimento do recurso para a reforma da r. sentença, arguindo, em resumo, que (a) o apelado foi notificado a pagar o IPVA dos exercícios de 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 em 20/11/2006, conforme Processo Sefaz 000415940308/2006; (b) não ocorreu a referida prescrição, porque não se admite computar o prazo de cinco anos na forma estabelecida na r. sentença, pois o IPVA é tributo lançado por homologação e, destarte, a regra para a contagem da prescrição é a do art. 173, I, do CTN, assim, somente depois de findo o processo administrativo é que poderia ter início o prazo prescricional do art. 174; (c) para a hipótese de não pagamento é que ocorreria o lançamento de ofício.O apelo foi recebido no efeito devolutivo, e os autos subiram.
É o relatório, em acréscimo ao da r. decisão recorrida. Trata-se de execução fiscal ajuizada pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo em face de José Carlos Ferreira da Silva,
com base em certidão de inscrição de dívida referente ao IPVA. Com respeito ao entendimento diverso, a r. sentença está correta ao reconhecer a ocorrência da prescrição, porque o seu termo inicial, diversamente do que sustenta a apelante, é a notificação para o pagamento do IPVA, que se operou no mês de janeiro do ano de exercício, uma vez que, com isso, já está constituído o crédito tributário. É assim, porque IPVA é tributo direto, cujo lançamento se opera de ofício (art. 149, I, do CTN c.c. o art. 6º, § 3º, da Lei Estadual nº 6.606/89, vigente à época dos fatos). E, como se sabe, o lançamento constitui o crédito tributário (art. 142, caput, do CTN) e o prazo prescricional quinquenal é contado da data da constituição definitiva deste crédito (art. 174, caput, do CTN). Por estes motivos não se pode acolher os argumentos da apelante referente à forma como quer contar o prazo prescricional ou vê-lo suspenso ou interrompido. Não se cuida, então, de tributo dependente de homologação, nem cuja lavratura de auto de infração interrompa o prazo prescricional, nem cuja forma de contagem do prazo prescricional tenha termo inicial diverso do mês de janeiro do ano de exercício.
O que, então, no caso, interrompe o curso do prazo prescricional, é a citação; mas, se antes dela, verifica-se o decurso deste prazo, nada adianta.
Neste sentido, é a orientação jurisprudencial do E. STJ:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. IPVA. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO. DATA DA NOTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE. AGRAVO IMPROVIDO.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme na compreensão de que, sendo o IPVA impostosujeito a lançamento de ofício, a constituição do crédito se dá no momento da notificação para pagamento e, não, na data da lavratura do auto de infração que aplicou multa em razão do não pagamento do tributo.
Agravo regimental improvido.” (AgRg no Ag 1251793/SP, rel. Min. Hamilton Carvalhido, j. 18/03/2010, DJe 08/04/2010);
“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. IPVA. PRESUNÇÃO DE EXIGIBILIDADE DA CDA. AFASTAMENTO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. Na esteira da jurisprudência dessa Corte, o IPVA é tributo sujeito a lançamento de ofício. E, como tal, o termo a quo para a contagem do prazo prescricional para sua cobrança é a data da notificação para o pagamento.
Esta C. 1ª Câmara de Direito Público, já julgou no mesmo sentido:
“EMBARGOS - EXECUÇÃO FISCAL - IPVA - CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO - DATA DA NOTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE - IRRESIGNAÇÃO – PRESCRIÇÃO MANTIDA”. Sendo o IPVA imposto sujeito a lançamento de ofício, a constituição do crédito se dá no momento da notificação para pagamento e, não, na data da lavratura do auto de infração que aplicou multa em razão do não pagamento do tributo. Decisão mantida.
Recurso negado (Ap. nº 0015861-43.2010.8.26.0562, rel. Des. Danilo Panizza, j. 05/04/2011);
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - Execução fiscal - IPVA - Débito referente ao exercício de 1997 - Ação ajuizada em 2006 - Prescrição quinquenal reconhecida - Em tributos sujeitos a lançamento de oficio, o prazo prescricional começa a correr da data da notificação do contribuinte para o pagamento - Precedentes - Objeção de pre-executividade acolhida - Decisão reformada - Recurso provido” (Ap. nº 948.618-5/1-00, rel. Des. Luís Francisco Aguilar Cortez, j. 22/09/2009).
Neste quadro, porque o IPVA em foco é referente aos exercícios dos anos de 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 (fls. 03/08) e o ajuizamento desta ação ocorreu apenas no mês de outubro do ano de 2011 (fls. 02), forçoso reconhecer a ocorrência da prescrição quinquenal.
Por último, em relação ao prequestionamento, basta que as questões tenham sido enfrentadas e solucionadas no v. acórdão, como ocorreu, pois “desnecessária a citação numérica dos dispositivos legais” (STJ, EDCL. no RMS nº 18.205/SP, rel. Min. Felix Fischer, j. 18/04/2006), mas, mesmo assim, para que não se diga haver cerceamento de direito de recorrer, dou por prequestionados todos os dispositivos legais referidos na fase recursal.
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso.
Decisão do Caso: Provimento Negado para Fazenda Pública do Estado de São Paulo;
Decisão de 1º Grau: Improcedente;
Orgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Público;
Razões da Reforma ou Manutenção da Decisão:manteve a justificação da 1ª decisão.
Conceito de Prescrição: prescrição é a perda da pretensão, ou seja, perda da proteção jurídica relativa ao direito pela perda de prazo, a prescrição afeta diretamente a pretensão de exigir a satisfação da obrigação e por via de conseqüência a ação, pois o lapso temporal, definido em lei não tem eficácia extintiva do direito, tendo em vista que o devedor pode pagar dívida prescrita, que passa a ser tida como obrigação natural.
Conclusão
A sentença citada trata-se de uma prescrição onde o Apelante(Fazendo do Estado de São Paulo alega nos autos que a execução fiscal ajuizou em face de Apelado(José Carlos Ferreira da Silva) conta a referente sentença que julgou extinta a execução, ante o reconhecimento da prescrição onde credito tributário, tendo como participação no julgamento os Exmos. Desembargadores Xavier de Aquino e Danilo Panizza ,a 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir negando provimento ao recurso da seguinte decisão.
Logo, a Fazenda do Estado de São Paulo pretende o provimento do recurso para reforma da sentença, alegando que o Apelado foi notificado a pagar o IPVA, e não ocorreu a referida prescrição, pois não se admite computar o prazo de cinco anos na reforma estabelecida a r.sentença, sendo o IPVA tributo lançado por homologação(Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando por conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
De acordo com o art.173,I, do CTN a regra de contagem de prescrição e somente depois de findo o processo administrativo e que poderia ter inicio o prazo prescricional no art.174 do CTN(A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva),na hipótese de não pagamento é que ocorreria o lançamento de ofício que é aquele realizado pela autoridade competente sem qualquer tipo de auxílio por parte do contribuinte. Logo o apelo foi recebido no efeito devolutivo, ou seja, foi devolvida toda matéria para o reexame em instância superior, para que a sentença seja anulada, reformada, ou mantida.
Pois bem, a referente sentença está correta em conhecer a ocorrência da prescrição, pois no seu termo inicial, diversamente do que sustenta a apelante é a notificação para o pagamento do IPVA. Sendo o IPVA um tributo direto cujo lançamento se opera de ofício(art.149,CTN),e como se sabe lançamento constitui o crédito tributário ( art.142,caput,CTN),é o prazo prescricional quinquenal é contado da data da constituição deste crédito,assim,os motivos citados a cima desta referente sentença não pode acolher os argumentos da Fazenda do Estado de São Paulo referente a forma de como contar o prazo prescricional.
Desta forma a decisão de primeira instância foi mantida. Diante do exposto foi declarada por pré questionar todos os dispositivos legais referidos na fase recursal. Pelo exposto, nega-se provimento ao recurso. 
AG. REG. NA AÇÃO RECISÓRIA 2.001-9 SÃO PAULO RELATORA: MIN. ELLEN GRACIE AGRAVANTE (S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS
ADVOGADO (A/S): LUYSIE COELHO MARQUES SILVEIRA E OUTRO (A/S) AGRAVADO (A/S): CALLIOPE BELLINE PENTEADO ADVOGADO (A/S): IRAILSON DOS SANTOS RIBEIRO E OUTRO (A/S) AÇÃO RECISÓRIA. PRAZO DECADÊNCIAL DE 02 (DOIS) ANOS. DIREITO MATERIAL. NÃO INCIDÊNCIA DA NORMA QUE PRORROGA O TERMO FINAL DO PRAZO AO PRIMEIRO DIA ÚTIL POSTERIOR.
Por se tratar de decadência, o prazo de propositura da ação rescisória estabelecido no art. 495 do CPC, não se suspende, não se interrompe, nem se dilata (RE 114.920, rel. Min. Carlos Madeira, DJ 02/09/1988), mesmo quando o termo final recaia em sábado ou domingo.
Prazo de direito material. Não incidência da norma que prorroga o termo final do prazo ao primeiro dia útil posterior, pois referente apenas a prazos de direito processual. 
Recurso improvido.
ACÓRDÃO
Visto, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto da Relatora. 
BRASÍLIA, 04 DE MARÇO DE 2009.
DECISÃO DE 1° GRAU: INPROCEDENTE ( PROVIMENTO NEGADO) ORGÃO JULGADOR: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – TRIBUNAL PLENO BRASÍLIA D.F
RAZÕES DA REFORMA OU MANUTENÇÃO DA DECISÃO: JUSTIFICOU A DECISÃO QUE FOI TOMADA NO 1° GRAU
OPINIÃO:
A Ministra e Relatora do caso quem deu o aval da decisão do caso, que se trata de uma ação conta o INSS, com a perda do direito em razão do decurso do prazo legal para seu exercício. Nas conformidades foi valida a decisão por tratar-se de atrasos sem motivos.
Acórdão - Tema: prova
15ª Câmara de Direito Criminal
Apelação nº 0000788-20.2012 - Ipaussu
Apelante: Anderson Luiz dos Santos
Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Juíza: Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho
Acórdão - Prova
Voto nº 3091
APELAÇÃO CRIMINAL - Violação de domicílio - Autoria e materialidade delitivaperfeitamente comprovadas - Prova robusta a admitir a condenação do réu - Pena fixada com critério - Recurso não provido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0000788-20.2012.8.26.0252, da Comarca de Ipauçu, em que é apelante ANDERSON LUIZ DOS SANTOS, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em 15ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ENCINAS MANFRÉ (Presidente sem voto), CAMARGO ARANHA FILHO E POÇAS LEITÃO.
São Paulo, 16 de abril de 2015.
Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença de fls. 53/55, cujo relatório se
adota, que julgou procedente a ação penal para condenar ANDERSON LUIZ DOS SANTOS (qualificado à fl. 15), como incurso na sanção do artigo 150, caput, do Código Penal, ao cumprimento de 01 (um) mês de detenção, em regime inicial aberto, sendo substituída a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à
comunidade.
Pretende, com o presente recurso (fls. 60/62), a reforma da r. sentença recorrida, objetivando sua absolvição nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal. Regularmente processado o recurso interposto, com o oferecimento das contrarrazões a fls. 65/66, vieram os autos a esta Instância, tendo a Douta Procuradoria Geral de Justiça opinado pelo seu não provimento (fls. 74/77).
É o relatório.
O recurso não merece provimento. O apelante foi condenado como incurso na sanção do artigo 150, caput, do Código Penal, pois, nas circunstâncias narradas na denúncia, no dia 26 de março de 2012, entrou e permaneceu, contra a vontade expressa de quem de direito, na casa de Fátima Regina Geraldo Prado e Priscila de Fátima Ramos Prado. Pleiteia o apelante sua absolvição, vez que não preenchidos os elementos objetivos do tipo penal descrito no artigo 150, caput, do Código Penal, pois sua entrada no imóvel não se revelou clandestina, astuciosa ou contra a vontade de quem de direito.
Segundo o apurado, o insurgente viveu em união estável com a vítima Priscila de Fátima Ramos Prado por 12 (doze) anos. No entanto, em virtude de seu comportamento, houve o término do relacionamento entre o casal. Assim, de maneira constante, o apelante procurava pela vítima, perturbava seu sossego e proferia ameaças contra ela.
Verifica-se que em várias oportunidades, invadiu a residência da ofendida e de sua genitora, permanecendo no local contra a vontade delas. No dia dos fatos, novamente, o sentenciado invadiu a residência da vítima, dirigindo-se ao quarto dela e, mesmo informado de que deveria sair de lá, insistiu em permanecer no local.
O Ministério Público o denunciou como incurso no artigo 150, caput, do Código Penal. Destarte, de rigor a manutenção da r. sentença recorrida em todos os seus termos. A materialidade delitiva está devidamente comprovada nos autos pelo boletim de ocorrência. A autoria, também, é certa. A vítima, na fase inquisitorial, afirmou que o apelante insistentemente a perturbava, entrando em sua casa e de sua genitora mesmo contra a vontade delas. Declarou que Anderson conseguia adentrar em sua residência mesmo quando estava fechada, pulando o portão, quebrando a fechadura e entrando até pelo telhado. Narrou que, mesmo após a o registro da ocorrência, o sentenciado continuava a ameaçá-la, dizendo “a coisa não vai ficar assim, vou dar um fim, vou te matar”, chegando até a perturbá-la em seu ambiente de trabalho.
Em juízo (cf. mídia de fl. 47), a vítima corroborou sua versão em sede policial, esclarecendo que foi casada com Anderson durante aproximadamente 12 (doze) anos e que, mesmo tendo logrado na justiça uma “liminar de afastamento”, este continuava adentrando em sua residência e de sua genitora várias vezes contra a vontade delas, porque durante este período não aceitava a separação. Ademais, acrescentou que mesmo vivendo em casas separadas, o
apelante entrava em sua casa sempre durante a madrugada, sob efeito de entorpecente do tipo “crack”. Afirmou que ele entrava pelo quintal, retirando o “portão dos trilhos”.
No mesmo sentido, o depoimento de Fátima Regina Geraldo, a qual afirmou que o sentenciado teria invadido sua residência por diversas vezes. Aduziu que em uma das ocasiões, Anderson ingressou em sua residência, sem autorização e somente saiu com a chegada da polícia, que teve que ser acionada em virtude do temor que ela e a filha Priscila
tinham do sentenciado (cf. mídia de fl. 57).
Dessa forma, não há que se falar na alegação de disponibilidade plena do imóvel pelo apelante por ser ele companheiro da vítima, podendo nele entrar, sair ou permanecer, independentemente de sua vontade expressa ou tácita, posto que os fatos ocorreram após a separação do casal, sendo que o ingresso na casa da genitora de Priscila ocorria sempre contra a vontade de ambas. Portanto, contrariamente ao alegado pela defesa, as provas trazidas aos autos, quais sejam, as declarações das vítimas, tanto em fase inquisitorial como em juízo, são suficientes para a condenação, não havendo se falar, portanto, em absolvição. 
Feita essas considerações, passa-se a análise da reprimenda. Entendo que a reprimenda foi bem fixada em montante adequado para a reprovação e prevenção do crime por ele cometido, nos termos do artigo 59, caput, e 68, ambos do Código Penal, não merecendo reparo em seu quantum, totalizando a pena em 1 (um) mês de detenção em regime inicial aberto, sendo substituída por uma restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade.
Assim sendo, nega-se provimento ao recurso interposto.
Ricardo Sale Júnior
Desembargador Relator
Descrição do caso 
a) Ficou acordado em 15º câmara de Direito criminal do tribunal de justiça de são Paulo, proferir a seguinte decisão: negaram provimento ao recurso. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores: ENCINE MANFRÉ (presidente sem voto) CAMARGO ARANHA FILHO E POÇAS LEITÃO.
ANDERSON LUIZ DOS SANTOS, qualificado como incurso (sujeito as penalidade) na sanção do artigo 150 caput, do código penal, ao cumprimento de um mês de detenção, em regime inicial aberto, sendo substituída a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos, consistente em prestação de serviço a comunidade.
Pretende-se com o presente recurso, reforma da sentença recorrida, objetivando a absolvição, pois o apelante ANDERSON LUIZ DOS SANTOS, havia sido condenado, conforme prescreve o CP artigo 150 caput.
Os autos foram encaminhados a PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, que ficou provimento negado. O recurso não merecia provimento, o apelante havia convivido com a Senhora PRISCILA DE FATIMA RAMO PRADO, por 12 anos. A convivência era realizada por união estável, no entanto, em virtude do comportamento houve o termino do relacionamento entre o casal.
O apelante importunava a vitima com ameaça, varias vezes cometeu invasão domiciliar, permanecia no local contra a vontade da vitima, o ministério público o denunciou como incurso no artigo 150 do caput, código penal.
A materialidade delitiva estava comprovada nos autos, pois já havia um boletim de ocorrência contra o apelante. A vitima declarou que ANDERSON, conseguia entrar em sua residência mesmo quando estava fechada, causando perturbação na vitima e até ameaçando de morte, sendo coagida a PRISCILA DE FATIMA RAMO e sua genitora. Portanto, mesmo após o registro de ocorrência o apelante continuava ameaçar, diante do exposto ficou negado provimento contra o recurso interposto pelo ANDERSON LUIZ DOS SANTOS, devido aos autos conclusos e as existências das provas como as declarações das testemunhas e o boletim de ocorrência, sendo o suficiente para provar os atos ilícitos praticado pelo réu.
b) Decisão do 1º grau: procedente ação penal, condenando o réu. 
C) Órgão julgador:15ª Câmara de Direito criminal 
d) Razões de reforma ou manutenção da decisão: manteve a justificação da 1ª decisão.
e) Opiniões com fundamentos doutrinários: 
A prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negocio jurídico. Deve ser admissível, não proibida por lei e aplicável ao caso em exame. Não basta alegar: é preciso provar. Por outro lado o ônus da prova incumbe a quem alega o fato, e não a quem contesta. A regulamentação dos princípios referente à prova é encontrada no código civil e no código de processo civil.
Os meios de provas são: confissão, documentos, testemunha, presunção, pericia. Portanto, presume-se que a vitima, PRISCILA DE FATIMA RAMO, possuía o ônus da prova em sua defesa judicial, no entanto, o apelante foi sentenciado por se achar a vitima nas qualidades legitima em ajuizar a competente ação.
Conclusão 
O juiz foi nomeado para julgar segundo a lei, portanto, a vitima buscou a jurisdição para tutelar em seus direitos de defesa, o legislador foi bem explicito em prescrever no artigo 5º inciso XI, da constituição federal: a casa é asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia por determinação judicial. Ainda no artigo 150 do código penal, caput, determina que, entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita, em casa alheia ou em suas dependências: pena de detenção, de 1(um) a 3 (três) meses, ou multa. Em relação as ameaças sofrida pela vitima, o artigo 147 do CP prescreve: ameaçar alguém, por palavras, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar mal injusto e grave: pena de detenção, de 1 (um) a 6 ( seis) meses, ou multa. 
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Referências Bibliograficas:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. 12ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2014, vol.1.
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: http://www.tjsp.jus.br/.

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