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AULA+ DIREITO INTERNACIONAL Prof.ª Dra. Ana Luiza Gama Aula 6: Condição jurídica do Estrangeiro e Tratados Internacionais (I) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Caso 1 – Aula 4. Inimiga natural do bom senso, a intolerância costuma fazer entre inocentes a maior parte de suas vítimas. O atentado terrorista contra a missão diplomática da Organização das Nações Unidas no Iraque, na terça-feira passada (19 de Agosto de 2003), não foge desse padrão: atingiu um organismo internacional que trabalhava pela paz, pela ordem e para mitigar os males das pessoas. A explosão matou 23 pessoas, de diversas nacionalidades, todas elas empenhadas em pavimentar o caminho para a consolidação de um governo capaz de colocar o país de pé. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Uma das vítimas era a força motora desse esforço – o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, de 55 anos, chefe da representação da ONU no Iraque, que desde junho vinha desempenhando, com a peculiar competência, justamente o papel que se espera das Nações Unidas, qual seja, o de promover um mínimo de entendimento entre partes aparentemente incompatíveis. Eram 4 e meia da tarde quando uma betoneira amarela parou debaixo da janela de seu escritório em Bagdá. Detonada por um fanático suicida, a carga de 700 quilos de explosivos derrubou parte do prédio. Sob os escombros, imobilizado por uma viga que lhe esmagou as pernas, Vieira de Mello chegou a fazer ligações de seu telefone celular, mas não resistiu e sangrou até a morte antes que o resgate chegasse, já no começo da noite. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 No que se refere ao tema da Responsabilidade Civil no direito internacional, responda: A Organização das Nações Unidas teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata estava a serviços da ONU? Explique. b) O Brasil teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata representava o País no exterior? Explique DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Sugestão de resposta: Abordar a questão da responsabilidade da ONU como sujeito de direito internacional, dotada de personalidade distinta de seus membros e com capacidade de agir no limite das competências que lhe são atribuídas pelos Estados. Analisar se é caso de responsabilidade objetiva ou subjetiva. Analisar a responsabilidade do Brasil, a partir de seus elementos (Ação/omissão, dano e nexo de causalidade). DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Que, no caso de um agente das Nações Unidas no exercício das suas funções, sofrer um dano em circunstâncias envolvendo a responsabilidade de um Estado-Membro, as Nações Unidas, como uma organização internacional, tem capacidade para fazer uma reivindicação internacional contra o governo de Jure e de facto responsável, com vistas a obtenção da reparação devida em virtude do dano ao Nações Unidas.”(Parecer sobre a reparação por danos sofridos a serviço da ONU, CIJ, 11-04-1949) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Aula 4 – Objetiva 1 No que concerne à perda e à reaquisição da nacionalidade brasileira, assinale a opção correta. a) Eventual pedido de reaquisição de nacionalidade feito por brasileiro naturalizado será processado no Ministério das Relações Exteriores. b) A reaquisição de nacionalidade brasileira é conferida por lei de iniciativa do presidente da República. c) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira. d) Brasileiro naturalizado que, em virtude de atividade nociva ao Estado, tiver sua naturalização cancelada por sentença judicial só poderá readquiri-la mediante ação rescisória. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Aula 4 – Caso 2 No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de: a) Igualdade entre países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial. b) Um estado impor-se sobre o outro. c) A ONU dominar a legislação dos Estados participantes. d) Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Condição jurídica do Estrangeiro (Entrada x Saída compulsória) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A problemática: O século XXI é marcado pelo aumento dramático dos fluxos migratórios no mundo como consequência do agravamento das desigualdades, da intensificação dos conflitos armados no oriente, com as catástrofes ambientais... DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 No mundo, é a Organização Mundial de Imigração (http://www.iom.int/cms/en/sites/iom/home.html e http://www.brasil.iom.int/) que se ocupa da questão. Esta organização internacional tem como missão: Auxiliar no atendimento aos crescentes desafios operacionais da gestão da migração. Avançar na compreensão de questões de migração. Estimular o desenvolvimento social e econômico por meio da migração. Defender a dignidade humana e o bem-estar dos migrantes. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A questão dos Haitianos DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A questão dos Haitianos Quadro 01 – Número de vistos concedidos aos haitianos – 2011/2012 Ano Homens Mulheres Total 2011 597 123 720 2012 4.017 843 4.860 Fonte: MTe/CNIg DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Quadro 11 – Motivos declarados para a migração/2013 (Fonte: Dados da pesquisa Motivos Nº absoluto % Trabalho 209 61,5 Melhor qualidade de vida 50 14,7 Estudar 19 5,6 Ajudar a família 22 6,5 Crise no Haiti 7 2,1 Outros 13 3,8 Não responderam 20 5,9 Total 340 100 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Entrada do estrangeiro DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Direito de ir e vir (Art. 13 da D.U.D.H.) X Soberania dos Estados Artigo 1º da Convenção de Havana sobre condição do estrangeiro: “Os Estados têm o direito de estabelecer, por meio de leis, as condições de entrada e residência dos estrangeiros nos seus territórios.” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 No Brasil é competência da União legislar sobre a condição do estrangeiro (Art. 22 da CRFB). Ainda está em vigor o Estatuto de Estrangeiro de 1980 (Lei 6815/80 modificada pela Lei 6964/80 e regulamentada pelo Decreto 86.715/81), mas um novo anteprojeto de Estatuto foi encaminhado ao Ministério da Justiça por uma comissão de especialistas. (http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/08/nova-lei-de-migracoes-devera-substituir-estatuto-do-estrangeiro) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 O anteprojeto encaminhado tem por princípio o respeito aos direitos humanos tal como assentado pela nossa Constituição e por esta razão rompe com o modelo anterior, de perfil notadamente autoritário. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “...como consequência do imperativo anterior, a presente proposta promove uma mudança de paradigma da legislação migratória brasileira. Até então considerada uma área subordinada aos temas de segurança nacional ou de controle documental do acesso a mercados de trabalho, com o advento deste Anteprojeto o Brasil passa a abordar as migrações internacionais sob a perspectiva dos Direitos Humanos.” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “.. Portanto, ao estabelecer uma tipologia jurídica do “migrante”, o Anteprojeto abandona o conceito de “estrangeiro”, não apenas de conotação pejorativa em nossa cultura, mas também juridicamente consagrada na lei vigente como um sujeito de segunda classe, vulnerável à discricionariedade, senão à arbitrariedade do Estado, e privado, sem justificação plausível num regime democrático, de parcela significativa dos direitos atribuídos aos nacionais. O anteprojeto converte a dicotomia brasileiro/estrangeiro em uma nova paleta conceitual. A expressão migrante compreende imigrantes (os nacionais de outros Estados ou apátridas que chegam ao território brasileiro) e emigrantes (os brasileiros que deixam o território do Brasil).” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Política migratória brasileira DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 No Brasil, é o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) que delineia a política migratória brasileira. O CNIg é um órgão colegiado, criado pela Lei n° 6.815, de 19 de agosto de 1980, vinculado ao Ministério do Trabalho, com organização e funcionamento definidos pelos Decretos n° 840, de 22 de junho de 1993, e nº 3.574, de 23 de agosto de 2000. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 O CNIg e tem por finalidade: I) Formular a política de imigração; II) Coordenar e orientar as atividades de imigração; ... V) Promover ou fornecer estudos de problemas relativos à imigração; VI Estabelecer normas de seleção de imigrantes, visando proporcionar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional e captar recursos para setores específicos; VII) Dirimir as dúvidas e solucionar os casos omissos, no que diz respeito a imigrantes;... DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 O visto consular: mera expectativa de direito DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstada ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A não concessão de visto pela autoridade consular não implica em violação ao direito subjetivo do estrangeiro, já que este não tem direito à entrada, mas mera expectativa de direito. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Impedimento / denegação de entrada DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Diante do Princípio da Soberania, o qual deve ser observado por todos os Estados civilizados deste planeta, incluindo-se aí a República Federativa do Brasil, a emissão e revogação de vistos, o controle de entrada de estrangeiros nos Estados Unidos da América, sua permanência e saída compulsória são matérias de índole discricionária daquele país, sobre a qual apenas os EUA podem se manifestar, o que, aliás, o Consulado desse país assim o fez, informando que o visto do Recorrente foi revogado eis que informações pessoais do mesmo o tornaram inelegível sob os ditames da Lei de Imigração e Nacionalidade daquele país. 5. Dano moral não configurado.”(RF-2 - AC APELAÇÃO CIVEL AC 200250010023001 (TRF-2) ) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Modalidade e tipo de visto consular Cada tipo de visto corresponde a uma finalidade da viagem e a um prazo de estada no país. Ambos devem ser respeitados pelo estrangeiro, sob pena de DEPORTAÇÃO. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Medidas de saída compulsória de estrangeiro DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 BRASIL Ente político DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DEPORTAÇÃO DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento*, será promovida sua deportação. Instrução de Serviço n° 3, de 17-8-1990 Fundamentos Artigos 57 a 64 da Lei 6815/80. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Aplicação Irregularidade na condição de entrada, estada ou permanência do estrangeiro DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Notificação 3 ou 8 dias para deixar o país (Art. 58, I e II da lei 6815/80, art. 98, I e II do decreto 86.715/81 e Instrução de Serviço nº 3/90) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) § 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo 105. § 2º Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-se-á independentemente da fixação do prazo de que trata o caput deste artigo. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Procedimento Autoridade de polícia marítima, aérea e de fronteiras por portaria (I.S. nº 3/90) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Destino do deportado País de nacionalidade ou de procedência DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Periculosidade Art. 62 da Lei 6815/80 EXPULSÃO DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 62. Não sendo exequível a deportação ou quando existirem indícios sérios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 EXPULSÃO DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Fundamento Prática de ilícito penal Crime, atentado a segurança nacional, à ordem pública, economia popular ou por ato nocivo ao interesse nacional DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Medida administrativa e de natureza política - Ato discricionário do Presidente da República. Não há obrigatoriedade de comunicar ao estado de origem do estrangeiro. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Exceções à concessão da medida Art. 75 da Lei 6815/80 Inciso I: Extradição inadmitida Inciso II: Proteção à família brasileira dependência econômica ônus da prova do Estado DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Proteção da família brasileira Art. 75, II da lei 6815/80 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Tratou-se de expulsão de estrangeiro, portador de visto de turista, condenado pelo crime de associação para tráfico de entorpecentes, já tendo cumprido integralmente sua pena... Nesse contexto, o Min. Paulo Medina, em voto-vista, sustentou que houve defesa deficiente, visto que o defensor dativo, em uma lauda, pugnou pela decretação imediata da expulsão e não se possibilitou contraditório quanto à afirmação da Administração de que não há dependência econômica do filho em relação ao expulsando; o que não vem ao caso, visto que cabe a ela provar que não há tal dependência, aceita por presunção legal.... DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “...Em assentada anterior, o Min. Luiz Fux, antecipando seu voto, concedeu a ordem, ao fundamento de que o Direito atualmente prestigia a busca da identidade da família, mesmo que monoparental, e o Min. Humberto Gomes de Barros sustentou que o interesse maior, sob o aspecto social, é manter o pai ao alcance da cobrança da obrigação de alimentar. Com esses entendimentos, a Seção, por maioria, concedeu a ordem para anular o procedimento administrativo e impedir a expulsão. Precedentes citados: HC 16.819-PA, DJ 15/4/2002, HC 144-DF, DJ 10/3/1990, e MS 3.399-DF, 5/6/1995. HC 22.446-RJ, Rel. originária Min. Eliana Calmon, Rel. para acórdão Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em 11/9/2002.” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Procedimento Inquérito expulsório Artigos 100 e seguintes do Dec. 86.715/81 Competência: Ministério da Justiça DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 101 do Decreto 86.715/81 “Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro, autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos. Parágrafo único - O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo, determinará a instauração de inquérito para expulsão do estrangeiro. “ DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Quem pode determinar? Presidente da república: por Decreto (decreto expulsório) Art. 66 da lei 6815/80. Ministro da justiça: por Portaria Delegação: decreto nº 3.447 de 05 de maio de 2000 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Revogação Art. 66, § Único da lei 6815/80 Art. 66. Caberá exclusivamente* ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto. * Decreto nº 3447/2000 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação. SOBERANIA DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Procedimento sumário Art. 71 da lei 6815/80 “Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa.” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A expulsão impede o retorno Crime de reingresso (art. 338 do CP) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 EXTRADIÇÃO DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Conceito “É a entrega, por um Estado a outro, e a pedido deste, de pessoa que em seu território deva responder a processo penal ou cumprir pena. Cuida-se de uma relação executiva, com envolvimento judiciário de ambos os lados: o governo requerente da extradição só toma essa iniciativa em razão da existência do processo penal – findo ou em curso – ante sua Justiça; e o governo do Estado requerido (...) não goza, em geral, de uma prerrogativa de decidir sobre o atendimento do pedido senão depois de um pronunciamento da Justiça local.”(F. Rezek) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 A extradição vem ganhando importância com a crescente interdependência dos Estados e com a necessidade imperiosa de cooperação no combate a criminalidade. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Objetivo Aplicação territorial da lei penal DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Finalidade Combate à impunidade, realização da justiça universal DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Extradição Ativa 1) Ativa Brasil requer ao País X a Extradição de Zé Brasil Zé País X Zé Prática de crime DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Extradição Ativa “Quando se tratar de indivíduo reclamado pela justiça brasileira e refugiado em país estrangeiro, o pedido de extradição deverá ser transmitido ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, que examinará e, se o julgar procedente, o encaminhará ao Ministério das Relações Exteriores, para os fins convenientes, fazendo-o acompanhar de cópia dos textos da lei brasileira referentes ao crime praticado, à pena aplicável e á sua prescrição, e de dados ou informações que esclareçam devidamente o pedido. Em casos de urgência, o Ministério da Justiça e Negócios Interiores solicitará as necessárias providências ao das Relações Exteriores, para que este peça a prisão preventiva do extraditando." (ART. 20 DO DEC.395/38) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Extradição Passiva 2) Passiva País X requer ao Brasil a Extradição De Mané Brasil Mané País X Mané Prática de crime DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Fundamentos da extradição passiva Artigos 76 e seguintes da Lei 6815/80 Art. 110 e seguintes do Dec. 86715/81 Art. 5º, LI e LII da CRFB Art. 207 e seguintes do RISTF DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Competência Supremo Tribunal Federal Art. 102, I, “i” da CRFB DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Fundamentos do pedido § 1º DO ART. 82 DA LEI 6815 DE 1980 “Art. 82. § 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado. (...) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Princípio da reciprocidade A extradição é instituto de cooperação internacional Fundamento em tratado de extradição ou em Acordo de reciprocidade Art. 76 da Lei 6815/80 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Extraditando preso e colocado à disposição do STF Art. 208 do RISTF “Art. 208. Não terá andamento o pedido de extradição sem que o extraditando seja preso e colocado à disposição do Tribunal.” CF/88: art. 5°, LXI (autoridade competente). Lei n. 6.815/80: art. 84 (prisão do extraditando). DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Condições para a concessão da medida de extradição Art. 77 da Lei 6815/80 “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (...)” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa Nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; Art. 5º da CRFB. Todos são iguais... LI – Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Natos!! DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE Brasileiros natos jamais podem ser extraditados ou expulsos ou deportados! Brasileiros naturalizados, apenas quando: a) pratica crime antes da naturalização ou b) por envolvimento em tráficos de drogas DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; (...) Princípio da Identidade DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 O Princípio da identidade refere-se: - Ao(s) crime(s) que fundamenta(m) o pedido e impede a extradição - Às penas: não impede a extradição, desde que Art. 91, III da lei 6815/80 O Estado requerente firme o compromisso (acordo internacional) em comutar a pena corporal ou perpétua em privativa de liberdade. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Os pedidos formulados são apreciados e deferidos individualmente. Princípio da especialidade DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Exemplo Caso Cesare Battisti Pedido de extradição fundado em: - Homicídio 1 (Verifica-se todos os requisitos do art. 77) - Homicídio 2 (Idem) - Homicídio 3 (Idem) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Quais são os requisitos para a concessão da extradição, segundo o Estatuto do Estrangeiro? DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (...) III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; (...) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (...) VII - o fato constituir crime político; e VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal. É vedada a extradição por crime político (Art. 5º, LII da CRFB) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Crime político é aquele praticado com a intenção de destruir ou modificar instituições políticas (Estado/governo), seja diretamente ou em relação à pessoa que a representa. Os meios são proporcionais aos fins. A Constituição brasileira trata de forma mais benéfica o criminoso político (impede a sua extradição). DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Crime político e terrorismo No terrorismo o objetivo é a violência contra inocentes. Os meios (o terror) são o próprio fim do ato terrorista. Nossa Constituição trata com extremo rigor o terrorismo (art. 4º, VIII da CRFB) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 "O repúdio ao terrorismo: um compromisso ético-jurídico assumido pelo Brasil, quer em face de sua própria Constituição, quer perante a comunidade internacional. Os atos delituosos de natureza terrorista, considerados os parâmetros consagrados pela vigente CF, não se subsumem à noção de criminalidade política, pois a Lei Fundamental proclamou o repúdio ao terrorismo como um dos princípios essenciais que devem reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais (CF, art. 4º, VIII), além de haver qualificado o terrorismo, para efeito de repressão interna, como crime equiparável aos delitos hediondos, o que o expõe, sob tal perspectiva, a tratamento jurídico impregnado de máximo rigor, tornando-o inafiançável e insuscetível da clemência soberana do Estado e reduzindo-o, ainda, à dimensão ordinária dos crimes meramente comuns (CF, art. 5º, XLIII)... DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 ...A CF, presentes tais vetores interpretativos (CF, art. 4º, VIII, e art. 5º, XLIII), não autoriza que se outorgue, às práticas delituosas de caráter terrorista, o mesmo tratamento benigno dispensado ao autor de crimes políticos ou de opinião, impedindo, desse modo, que se venha a estabelecer, em torno do terrorista, um inadmissível círculo de proteção que o faça imune ao poder extradicional do Estado brasileiro, notadamente se se tiver em consideração a relevantíssima circunstância de que a Assembléia Nacional Constituinte formulou um claro e inequívoco juízo de desvalor em relação a quaisquer atos delituosos revestidos de índole terrorista, a estes não reconhecendo a dignidade de que muitas vezes se acha impregnada a prática da criminalidade política." (Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plenário, DJ de 1º-7-2005.) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Não é vedada a extradição: Fato principal constituir infração da lei penal comum Crime conexo ao crime político. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 80 e seguintes da Lei 6815/80 Procedimento DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Prisão preventiva (Art. 82 da lei 6815 de 1980) “Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado requerente. § 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado. (...) DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso, identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua prescrição. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Art. 102 do estatuto de Roma do tribunal penal internacional. Termos utilizados para os fins do presente Estatuto: Por "entrega" se entenderá a entrega de um indivíduo por um Estado ao Tribunal, em conformidade com o disposto no presente Estatuto; Por "extradição" se entenderá a entrega de um indivíduo por um Estado a outro, em conformidade com o disposto em um tratado, convenção ou no direito interno. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Impossibilidade de novo pedido Art. 88 da lei 6815/80 “Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.” DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Aula 4 – Caso 2 Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça. Neste contexto, responda: Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique. A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão. Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo? DIREITO INTERNACIONAL Aula: 6 Aula 4 – Caso 2 No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de: a) Igualdade entre países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial. b) Um estado impor-se sobre o outro. c) A ONU dominar a legislação dos Estados participantes. d) Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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