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DIREITO INTERNACIONAL
Prof.ª Dra. Ana Luiza Gama
Aula 7: Tratados Internacionais
Caderno: Aula 5 e 6 (primeira parte) 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 7
Aula 4 – Caso 2
	Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. 
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	Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça. 
Neste contexto, responda: 
Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique.
A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão.
Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo?
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	Sugestão de resposta:
 
1) A medida é extradição. Apontar o conceito e justificar o cabimento desta medida de saída compulsória no caso.
2) Verificar o requisitos para a concessão da medida, segundo os dados apresentados no caso. (Art. 77 da lei 6815/80)
3) Tratar da natureza discricionária da extradição como ato de Estado.
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O direito dos Tratados
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Aula: 7
Importância como fonte de DI
Essencial: consentimento
Fonte de obrigação.
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Conceitos de Tratado na doutrina
Hildebrando Acciolly: “ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas internacionais.”
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“Acordo formal concluído entre sujeitos de DIP e destinado a produzir efeitos jurídicos.” (Francisco Rezek)
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“É uma manifestação de vontades concordantes, imputável a dois ou mais sujeitos de direito internacional e destinada a produzir efeitos jurídicos, segundo as regras de DI. “ (Reuter)
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Convenção de Viena sobre Tratados de 1969 (CVT)
“Art. 2º: acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexo, qualquer que seja sua denominação específica.”
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Conceito em sentido lato (incluiria os acordo em forma simplificada)
Celebrado pelo Estado e outras Pessoas Internacionais: Art. 3º da CVT
		- A Corte Internacional de Justiça admitiu que a noção de tratado compreende também os Acordos entre Estados e Organizações Internacionais dotadas de personalidade jurídica. (Caso do Mandato sobre a África do Sul Ocidental)
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Forma
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Escrita: C.V.T.
Não escrita: aceitação pela doutrina e adotado pela Comissão de Direito Internacional da ONU. (Exemplo: notas diplomáticas confirmando acordos verbais anteriores).	 
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O problema da terminologia:
		Convenção, Acordo, Pacto, Ato, Estatuto?
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Celso Mello: imprecisa
Guido Fernando da Silva Soares: irrelevante.
		- “Na verdade, a denominação dos tratados é irrelevante para a denominação de seus efeitos ou de sua eficácia. A prática tem demonstrado que os Estados não atribuem qualquer consequência jurídica a tal ou qual denominação dos atos bilaterais ou multilaterais internacionais...”
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Forma
Escrita: CVT
Não escrita: aceitação pela doutrina e adotado pela Comissão de DI da ONU. (Exemplo: notas diplomáticas confirmando acordos verbais anteriores).	 
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 Tratado: termo genérico que identifica os acordos solenes;
 Convenção: normas gerais;
 Declaração: princípios jurídicos ou “afirmam uma prática política comum”;
 Ato: estabelece regras de direito. No entanto, existem atos que por não produzirem efeitos jurídicos obrigatórios não são tratados, mas têm caráter normativo no sentido político (Ata de Helsinki e Ato Geral de Berlim).
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 Pacto: é tratado solene;
 Estatuto: trados coletivos que normalmente estabelecem normas para os Tribunais Internacionais (Estatuto da CIJ , da CIDH e outros);
 Protocolo: pode significar a ata de uma conferência ou protocolo-acordo, que é verdadeiro tratado e que é utilizado como suplemento de um tratado já existente. (Tratado de Assunção e Protocolo de Outro Preto);
 Acordo: cunho econômico, financeiro, comercial e cultural;
 Acordo de forma simplificada (acordos executivos): não são submetidos ao poder legislativos para aprovação, sendo finalizados pelo poder executivo. Muitas vezes realizados por troca de notas;
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Classificação dos Tratados
(segundo a maioria da doutrina)
	
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	1. Quanto ao número de partes contratantes (Formal):
		
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		- Bilateral: duas partes;
		- Multilateral: mais de duas partes;
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2. Quanto à natureza jurídica do ato:
	
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Tratados-contratos
Tratados-leis ou Tratados-normativos
Tratados-constituição
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Tratados-contratos 
 interesses recíprocos dos Estados.
Celso Mello: Situações jurídicas subjetivas.
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Tratados-leis ou Tratados-normativos
	
- Geralmente celebrado entre muitos Estados;
Tem como objetivo de criar normas jurídicas de DIP;
- Manifestação da vontade coletiva.
- Geralmente com cláusula de adesão.
Exemplos:
	Convenção de Viena sobre Tratados.
		Convenção de Viena sobre Comercio Internacional
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Brasil e China fecham acordos financeiros, de infraestrutura e aviação
Entre os acordos assinados estão linhas de crédito de 7,5 bilhões de dólares para a Vale e a compra de 60 aviões de passageiros da Embraer
Exemplos de Tratados normativos
Convenção de Viena sobre Tratados (1969)
Convenção de Viena sobre Comercio Internacional (1980)
Convenção Interamericana contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e outros Materiais Correlatos (1997)
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Tratados-constituição
Tem como finalidade institucionalizar um processo internacional de um ente que possua órgãos e poderes próprios e vontade independente dos Estados que a originaram. 
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Celso Mello: na aplicação ao caso concreto, torna-se difícil fazer a separação.
Accioly: Esta é a classificação mais importante.
É possível que um tratado contenha as duas disposições.
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	3. Quanto à possibilidade de participação de outros Estados:
		
Abertos: possuem cláusula de adesão
e assim outros sujeitos de DI podem fazer parte (lois uniforme).
Fechados: não contém cláusula de adesão e assim só inclui as partes contratantes.
	
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Artigo 83 da Convenção de Viena sobre Tratados
Adesão 
A presente Convenção permanecerá aberta à adesão de todo Estado pertencente a qualquer das categorias mencionadas no artigo 81. Os instrumentos de adesão serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
			
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Guido Soares apresenta outra classificação:
	
	4. Quanto ao modo de sua entrada em vigor:
		-Em devida forma: completam todas as fases
		-Em forma simplificada (acordo executivo): vigor no momento da assinatura (*)
			
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Guido Soares apresenta espécies de tratados multilaterais (soft law) que ainda não encontram definição positivada
	Vem sendo sustentada a necessidade de tratados mais flexíveis, menos imutáveis diante do tempo /avanços da ciência e da tecnologia e que não ficassem restritos aos procedimentos lentos de negociação dos tratados formais.
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Umbrella-treaty (tratado guarda-chuva)
	“tratado amplo, de grande linhas normativas, sob cuja sombra outros tratados se encontram e que, em princípio, ou foram elaborados em complementação aos dispositivos daquele, ou foram assinados entre alguns Estados-membros daquele mais geral, com objetivos especiais por ele permitidos.” 
	Tratado da Antártica que possui vários protocolos sob sua sombra (sistema da Antártica)
-
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Tratado da Antarctica (Conferência Sobre a Antárctica – Ato Final)
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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Tratado da Antarctica 
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   Argentina
   Australia
   Chile
   France
   New Zealand
   Norway
   United Kingdom
REIVINDICAÇÕES TERRITORIAIS
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Frame-treaty (tratado-quadro) 
 	
	É tratado multilateral, através dos quais os “Estados-partes traçam grandes molduras normativas, de direitos e deveres entre eles, de natureza vaga e que, por sua natureza, pedem um regulamentação mais pormenorizada; para tanto, instituem, ao mesmo tempo, reuniões periódicas e regulares, de um órgão composto de representantes dos Estados-partes, a Conferências das partes (COP), com poderes delegados de complementar e expedir normas de especificação, órgão este auxiliado por outros órgãos subsidiários, técnicos e científicos previstos no tratado-quadro, compostos de cientistas e técnicos de todos ou de alguns Estados-partes”, formando um sistema harmônico. (ECO 92 – Convenção sobre a diversidade biológica) 
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Fundamento
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	Tratados retiram sua obrigatoriedade do direito natural, de uma “pacta sunt servanda” (posição jusnaturalista/Celso Mello) 	
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	Art. 26 da CVT
	Todo tratado em vigor obriga as partes e devem ser cumpridos por elas de boa-fé”
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Efeitos dos tratado com relação às partes
	
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	Em princípio, como regra geral, os efeitos dos tratados limitam-se às partes contratantes.
		res inter alios acta
				
	 não devem, via de regra, beneficiar, nem prejudicar terceiros. 
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Artigo 34 da CVT
Regra Geral com Relação a Terceiros Estados
Um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento.
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Exceções do res inter alios acta
 
	1) Tratados que dispõe sobre situações reais (territoriais).
		Exemplos  Tratado de Petrópolis (Bolívia cedeu ao Brasil um território de 191.000Km (Acre).
	2) Tratados dispositivos: são tratados concluídos por “interesse internacional”, cujo objeto é um terceiro Estado. (Tratado de Viena de 1815 que declarou a Suíça como neutra, sem o consentimento dela).
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Efeitos para terceiros
Obrigações/Direitos
	
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	Artigo 35 da CVT
	Tratados que Criam Obrigações para Terceiros Estados 
	Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa disposição e o terceiro Estado aceitar expressamente, por escrito, essa obrigação.
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Artigo 36 da CVT
Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados
Um direito nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de conferir, por meio dessa disposição, esse direito quer a um terceiro Estado, quer a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-se o seu consentimento (tácito) até indicação em contrário, a menos que o tratado disponha diversamente.
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Art. 2º da Carta da ONU (efeito indireto)
 6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais
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Se o terceiro Estado concorda expressamente com obrigação que lhe foi imposta, então ela é valida e faz pacta sunt servanda, mesmo se lhe causar prejuízo.
Se o Estado não expressamente concordar com a obrigação e esta lhe causar prejuízo  responsabilidade do (s) Estado (s) que causou (aram) o prejuízo.
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Aplicação Territorial de Tratados
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Artigo 29
	A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território. (Geram uma obrigação para os poderes de Estado)
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Para Celso Mello, a relação estabelecida nos tratados é entre Estados, aplicando-se a todo o território dos contratantes.
		 indiretamente gera obrigações aos poderes Estatais dos pactuantes, mas pode gerar efeitos à terceiros Estados, se o terceiro Estado aceitar a obrigação/direito.
 
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Efeitos dos tratados no tempo
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 Tratados não tem efeito retroativo
		 		
				Art. 28 da CVT
	
		
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Artigo 25
Aplicação Provisória 
1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se provisoriamente enquanto não entra em vigor, se: 
a)o próprio tratado assim dispuser; ou
b)os Estados negociadores assim acordarem por outra forma. 
2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados negociadores acordem de outra forma, a aplicação provisória de um tratado ou parte de um tratado, em relação a um Estado, termina se esse Estado notificar aos outros Estados, entre os quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não se tornar parte no tratado.
 
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Art. 30 da CVT - Regras de antinomias
Depende de que são as partes
Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 
	
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	Normalmente os tratados já contem cláusula de direito intertemporal. Por exemplo, denúncia automática do tratado anterior.
	No entanto, a Convenção de Viena sobre Tratados prevê algumas regras de antinomia, para a hipótese
de lacunas ou inconsistências.
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Artigo 30
Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 
1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas (imperatividade da Carta da ONU), os direitos e obrigações dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão determinados de conformidade com os parágrafos seguintes. 
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Regra geral
Mesmas partes: tratado posterior revoga o anterior, onde houver incompatibilidade.
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Artigo 30
Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto
(Mesmas partes) 
3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior, sem que o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha sido suspensa nos termos do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam compatíveis com as do tratado posterior. 
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	 2005				 2012
 
		
		Estados X, Y e Z	 Estados X, Y e Z 
	(em vigência e não suspenso) 
		
Tratado A
Exportação de 20%
de soja para Y
e 10% para Z
Tratado A1
Exportação de 10%
Para Y
O tratado A só se aplica se suas disposições forem compatíveis com A1
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Artigo 30
Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 
 2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior ou que não deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições deste último prevalecerão. 
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2) Partes diferentes
a quem é parte só no primeiro tratado, aplica-se este;
a quem é parte só no segundo tratado, aplica-se este;
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Art. 30.
(Partes diferentes)
4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas a partes no tratado anterior: 
a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no parágrafo 3; 
b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um desses tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e obrigações recíprocos. 
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a quem é parte só no primeiro tratado, aplica-se este;
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	 1990 				 2009	
	Estados X, Y e Z 		 		Estados X, Y 
		
Tratado A
Tratado A1
O tratado A só se aplica a X e Y se suas disposições forem compatíveis com A1
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b) a quem é parte só no segundo tratado, aplica-se este;
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 		 1990 				 2009
		ESTADOS X, Y 		 ESTADOS X, Y e Z 
		
TRATADO A
TRATADO A1
Se aplica a X, Y e Z. Aplica-se A se as disposições forem compatíveis com A1
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Aula: 7
Partes do texto tratado
Preâmbulo: enunciado das finalidades do tratado e partes contratantes.
Dispositiva: artigos que fixam os direitos e deveres da partes contratantes.
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Condições de validade dos Tratados
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Aula: 7
Aula 5 – Caso 1
O País GAMA celebra com os países BETA e DELTA tratado sobre pesquisa genética em seres humanos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos contra a AIDS. O tratado dispõe que as pesquisas serão realizadas na região da África subsaariana, onde há grande incidência da doença. A comunidade internacional, condenando o tratado celebrado, pugna por sua nulidade, exigindo sua revogação. Com base no conceito de norma internacional e nas teorias que discutem seus fundamentos, explique o fundamento para a nulidade da norma internacional em questão, discorrendo sobre suas características e sua relevância para o Direito Internacional Contemporâneo. Responda fundamentando na doutrina e na Convenção de Viena sobre Tratados.
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Aula: 7
Aula 5 – Caso 2
Após os atentados do 11/09, os EUA adotaram uma postura peculiar no tratamento das questões envolvendo o terrorismo mundial, culminando com a prisão de supostos envolvidos, os quais eram detidos em prisões controladas pelos EUA, dentre as quais aquela situada em Guantánamo, em Cuba. Os EUA celebram então com a Inglaterra, sua aliada na luta contra o terrorismo, tratado prevendo a cooperação entre os dois Estados, para desenvolvimento de métodos não ortodoxos para obtenção de informações secretas junto aos supostos terroristas presos. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 7
Alegam os EUA, que o tratado, que prevê medidas de combate ao terrorismo islâmico, seria uma forma de proteger seus cidadãos de violações aos Direitos Humanos. A França, sendo contraria a tais medidas, leva o caso à Corte Internacional de Justiça. Com relação a situação hipotética acima, responda: 
O tratado internacional é válido nos termos descritos? Explique e fundamente sua resposta.
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Aula: 7
Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma (IV Exame Unificado da OAB/RJ, questão 17)
(A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um.
(B) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida.
(C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
(D) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.
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Aula: 7
Como ato jurídico, o Tratado deve ter:
1) Partes capazes
2) Objeto não contrário ao Direito Internacional (lícito) e possível.
3) Forma (prevista ou não vedada)
 	
 e ainda,	
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Aula: 7
Vontade Livre 
Consentimento mútuo sem vícios
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Capacidade das partes
	Ser capaz, significa ter, dentre outros , o direito de convenção (direito de celebrar tratados). Para Celso Mello: “o direito de convenção deve ser analisado caso a caso, já que seria impossível uma teoria geral”.
	 Regra geral, os sujeitos de Direito Internacional (Estados soberanos, Organizações Internacionais, Santa Sé, dentre outros);
		
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Aula: 7
	. Estados membros de Federação: tem direito de convenção quando autorizados pelo direito interno (Brasil não autoriza e EUA autoriza) 
	. Territórios sob tutela tem direito de convenção (treaty making-power);
	. As Organizações internacionais têm capacidade reconhecida pela Corte Internacional de Justiça (ONU) e assim direito de convenção. 
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Habilitação dos agentes signatários (art. 7º da CVT)
	Os agentes representam o representante do Estado com sujeito de direito Internacional, quando este não é representado pelo Chefe de Estado.
Agentes plenipotenciários, são os agentes que tem carta de “plenos poderes” para negociar e concluir tratados como representantes do Estado. Estes atos devem ser confirmados pelo Chefe de Estado.
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	Exigência de plenos poderes: art. 7º, 1 da CVT
		
	O ato de conclusão de um tratado por pessoa não habilitada não tem efeito legal até que o Estado confirme tal ato. (art. 8ª da CVT).
 	
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	 	Dispensa dos plenos poderes: Art. 7º, 2 da CVT
a) Os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores,
para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado;
b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão.
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	“No dia 9 de março, o Conselho da Liga dos Estados Árabes acreditou o Embaixador do Brasil no Egito, Marco Antonio Diniz Brandão, como Representante Especial do Brasil junto à Liga dos Estados Árabes. Trata-se da primeira vez em que um Embaixador brasileiro foi acreditado como Representante Especial junto à Liga Árabe, o que é significativo passo para o estreitamento das relações com aquela organização e com os países árabes.”(Diplomacia Pública)
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Objeto lícito e possível.
	Objeto não contrário ao Direito Internacional (principalmente normas morais - imperativas/jus cogens) e não pode ter objeto impossível de ser executado.
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Normas imperativas
Art. 53 da CVT
Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito
Internacional Geral (jus cogens) 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
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Normas imperativas
Art. 64 da CVT
Superveniência de uma Nova Norma Imperativa de
Direito Internacional Geral (jus cogens) 
Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se..
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Aula: 7
Forma
Veremos na aula sobre “Fases de elaboração dos tratados 	
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Aula: 7
Consentimento mútuo
A adoção do texto de um tratado internacional, por ser um acordo de vontades, “depende de consentimento mútuo de todos os Estados que participaram de sua elaboração.” (H. Accioly)
 Nos tratados multilaterais, a regra de adoção do texto é de maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes (Art. 9º da CVT);
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Aula: 7
O acordo de vontades entre as partes não pode conter nenhum vício;
CVT: a existência de vícios leva a invalidade do tratado;
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						a) Erro 
						b) Dolo
Vícios de consentimento	c) Coação
					
						d)Corrupção
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a) Erro (art. 48 da CVT)
	
	Erro sobre fato e que penda sobre a base essencial do consentimento para obrigar ao tratado. 
	O erro de direito é afastado e o de redação deve ser corrigido.
	O Estado que contribuiu para o erro não pode ser invocado.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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b) Dolo (art. 49 da CV)
	O tratado é concluído por um Estado por força da conduta fraudulenta de outro Estado que provoca o erro ou se aproveita deste. 
	O dolo leva a responsabilidade do Estado que o praticou.
	Dolo é essencialmente consciência e vontade de produzir um resultado danoso. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 7
C) Coação
	1) Coação pela ameaça contra a pessoa do representante do Estado (art. 51 da CVT)  anulável o tratado.
	2) Coação pelo uso da força ou ameaça de força contra um Estado (art. 52 da CVT)  nulo o tratado (princípio da Carta da ONU, art. 2, nº 4). 
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Art. 50 da CVT
Corrupção de Representante de um Estado 
Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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Invalidade dos Tratados
			 (Adherbal Meira Mattos)
Nulidade relativa (anulabilidade)
	 Erro (art. 48 da CVT), dolo (art. 49 da CVT), corrupção (art. 50 da CVT) e violação de disposição de Direito Interno sobre competência para concluir tratados (art. 46 d CVT)
Nulidade absoluta
	 Coação (art. 51 e 52 da CVT) e de conflito entre o tratado e a norma imperativa ( jus cogens - art. 53). 
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