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J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 1 Olá pessoal, Vamos começar o nosso curso de Noções de Economia? Estão preparados? Eu imagino que não estejam, mas como o Edital deve estar chegando, vocês não possuem outra escolha. Sempre falo que alunos da Polícia Federal adorariam estar em uma aula de Direito Penal, mas, infelizmente para alguns, cai Economia e temos que estudar. Tentarei manter a matéria em um nível compatível com as últimas provas, sem colocar coisas que não passam nem perto...Acho que dessa forma, o curso pode ficar um pouco mais interessante e vocês terão mais facilidade para assimilar o que está sendo ensinado. Na aula de hoje, nós veremos a seguinte matéria: Políticas Fiscal e Monetária; outras políticas econômicas. Inflação e Crescimento – Parte 1 Falarei um pouco da parte da Renda e Produto. Acho que é um ponto importante para o aprendizado de vocês. Colocarei várias questões da aula passada aqui e elas estarão resolvidas na aula seguinte (aula 02), combinado? Vamos parar de enrolação e começar. Qualquer dúvida, por favor, poste no fórum. Críticas e sugestões serão sempre bem-vindas, favor enviar para o mail cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. Sumário 4. Contas Nacionais ..................................................................................................................................... 3 5. Tipos de Produtos Agregados ........................................................................................................... 11 6. Produto Real e Produto Nominal – Índices .................................................................................. 14 QUESTÕES PROPOSTAS ........................................................................................................................... 21 QUESTÕES RESOLVIDAS ......................................................................................................................... 25 Aula 01 – Políticas Econômicas J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 2 Um grande abraço e bom estudo. Prof. César Frade MAIO/2014 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 3 4. Contas Nacionais Um ponto importante a ser observado por qualquer Governante tem a ver com o crescimento de uma nação. É claro que com o passar do tempo, as pessoas e empresas vão ficando mais eficientes e, se não houver um aumento da produção, um número maior de pessoas estarão desempregadas. Lembre-se que ficarão desempregadas algumas pessoas que estavam no mercado de trabalho, além daquelas que estão atingindo a idade de ingresso no mercado. No entanto, para que possamos efetuar a medida do quanto a economia está produzindo em um determinado período e comparar com a produção de períodos anteriores e vindouros, nós precisamos criar alguns critérios. O primeiro critério tem a ver com o desenvolvimento de uma metodologia para efetuar a “soma” de produtos distintos produzidos em um mesmo País. É exatamente esse ponto que passaremos a estudar agora. Ou seja, vamos tentar entender como ocorre essa mensuração da produção e como são “somados” esses diferentes produtos. O sistema de contas nacionais é um método de apurar o volume produzido por um País em um determinado período de tempo. Vocês concordarão comigo que para se fazer uma política de desenvolvimento é importante saber o quanto um País está produzindo, pois desse fato podemos tirar dados a respeito da tributação, emprego, entre outros. É muito freqüente nos noticiários escutarmos os jornais dando ênfase ao nível de crescimento de um País. Isto pode nortear a Política Monetária do Banco Central, uma expectativa de inflação futura, entre outros itens que serão oportunamente estudados. No entanto, uma dificuldade que temos é a de somar todos os itens produzidos sob uma mesma plataforma. Por exemplo, imagine que uma cidade ou País produza apenas maçã, banana e pêra. A produção anual é de 100 quilos de maçã, 200 quilos de pêra e 500 quilos de banana. Como podemos representar qual foi a produção de um País, se os mais diversos produtos produzidos não podem ser somados por si só. É exatamente por esse motivo que devemos somar os valores e assim, o Produto será representado por uma soma em dinheiro. Essa soma será o valor dos bens produzidos nesse País. No entanto, essa soma pode ter várias formatações, algumas utilizando os impostos (incluindo o Governo), outras sem impostos, algumas utilizando as J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 4 transações com o resto do mundo, outras não. Enfim, existem várias formas de representar, apesar de ouvirmos nos noticiários apenas falar de Produto Interno Bruto – PIB. Portanto, vamos definir o que seja produto agregado1. A grosso modo, podemos dizer que: Produto agregado é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por uma determinada economia em um determinado período de tempo. Segundo Simonsen: “O produto afere o valor total da produção da economia em determinado período de tempo.” Segundo Blanchard: “A medida do produto agregado das contas nacionais é o produto interno bruto ou, de maneira abreviada, PIB. Há três modos de conceber o PIB de uma economia. Examinemos um de cada vez. (1) O PIB corresponde ao valor dos bens finais e serviços produzidos em uma economia em determinado período. A palavra importante é finais.” Segundo Sachs: “Produto interno bruto (PIB) é o valor total da produção atual de produtos e serviços finais obtida em território nacional, em determinado período de tempo, normalmente um trimestre ou um ano.” Observe que todos os autores colocam palavras diferentes mas que nos mostram exatamente a mesma coisa. Com exceção da definição dada no livro do Sachs que citou “em território nacional”, todo o resto estava muito mais interessado em ressaltar que seria a soma de bens e serviços finais em um determinado período 1 Sempre que essa palavra aparecer estaremos falando de uma soma generalizada. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 5 de tempo. Aquestão ressaltada pelo Sachs será discutida mais à frente quando formos fazer a diferenciação dos mais diferentes produtos. Acredito que essa seja o melhor momento para analisarmos a definição partindo-a em pequenos fragmentos. Inicialmente, começaremos analisando a parte “em determinado período de tempo”. É fundamental conseguirmos diferenciar estoque de fluxo. Será que quando estamos interessados em saber qual foi a produção do Brasil, o que nos interessa é saber quando foi produzido no ano de 2014 ou quanto já se produziu desde 1500? É claro que nos interessa saber qual foi a produção em 2014, ou seja, num determinado período de tempo, pois dessa forma poderemos comparar com a produção de períodos anteriores e verificarmos se estamos melhorando ou piorando o nosso desempenho. E, além disso, o quanto estamos modificando o desempenho. Sempre que ouvimos falar que a economia cresceu 5,9% ao ano, estamos fazendo uma comparação deste ano com o anterior e verificando que no ano em questão, a produção aumentou 5,9%. Portanto, o produto agregado é uma variável fluxo e não uma variável estoque. Produto agregado é uma variável fluxo e não uma variável estoque. Não entendeu ainda qual a diferença de uma variável fluxo para uma variável estoque? Vamos a dois exemplos. Imagine que você tenha aberto uma conta em um determinado Banco. Depois de aberta a conta, vários depósitos foram feitos e retirada também. Em um determinado momento, você vai ao caixa eletrônico e tira um extrato (ou mesmo um saldo) dessa conta. O valor remanescente na sua conta é o seu estoque de dinheiro. Ou seja, ele será encontrado quando você soma todos os seus depósitos e subtrai todas as suas retiradas. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 6 Por outro lado, quando você tira um extrato, além do valor que você tem na sua conta (do seu estoque de recursos), ele ainda te mostra toda a movimentação de um determinado período. Ou seja, o extrato te mostra tudo que foi depositado e tudo que foi retirado em um determinado período. Esses valores que estão no seu extrato representam o fluxo de recursos naquele período em sua conta. Por exemplo, a receita federal se interessa muito pelo fluxo de recursos de pessoas físicas em suas contas, pois com base no fluxo ela consegue saber se vale a pena ou não fazer uma varredura maior naquele CPF. Não entenderam ainda? Vamos ao segundo exemplo. Imagine que você tenha uma banheira de hidromassagem em sua casa. Você resolve abrir a torneira e deixar a água cair. Em um determinado momento, a quantidade de água que estiver na banheira representa o estoque de água, mas a água que cai da torneira representa o fluxo de água por um determinado tempo. O Mankiw coloca uma definição sobre o assunto que, em geral, acaba com as dúvidas: “Um estoque é uma quantidade medida em determinado ponto do tempo, enquanto um fluxo é uma quantidade medida por unidade de tempo.” O perfeito entendimento desse conceito é muito importante, pois algumas vezes cai em prova. O examinador pergunta em algumas questões se a variável X é fluxo ou estoque. O interessante é que todas as vezes que vi isso em prova, a resposta a variável sempre era fluxo e nunca estoque. Então já sabem, se esquecerem, é fluxo...risos. O produto é uma variável fluxo, uma vez que mede a produção em um determinado período de tempo. Vamos passar a outra parte da definição. Quando calculamos o produto agregado estamos interessados na soma dos “bens e serviços finais”. Falamos em bens e serviços finais, pois se registrarmos todos os produtos produzidos em uma economia, nós cairemos no que chamamos de dupla contagem. É importante evitarmos a dupla contagem, pois não faria sentido colocarmos como produto o pão que é produzido por uma padaria e o trigo necessário à produção deste pão. Fazendo isto, estaríamos computando o trigo por duas vezes. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 7 Não entendeu? Imagine que o produtor de trigo vendeu o seu produto para uma padaria pelo valor de X reais. A padaria pegou esse trigo, o “destruiu” (fazendo a massa do pão) e o transformou em pão que será vendido ao consumidor pelo valor Y. Você concorda que se eu falar que a produção dessa economia é igual a X mais Y, eu estaria efetuando a soma do trigo em duplicidade, dado que ele é uma matéria-prima necessária para a produção do pão? Exatamente por esse motivo que sempre somamos “apenas” os produtos finais... Mas é claro que toda regra tem exceção, não é mesmo? E essa regra, ÓBVIO, possui as suas exceções. Mas calma, um pouco mais à frente voltaremos nesse ponto e falarei das exceções. Elas são bem tranquilas. Vamos a um exemplo numérico simples para que vocês possam compreender melhor o que expliquei acima. Existem algumas formas diferentes de encontrar o produto de um determinado país. A primeira forma seria efetuando a soma de todos os bens e serviços finais, desconsiderando os bens intermediários que foram utilizados como insumo. Ou seja, quando estivermos calculando o produto devemos somar o valor dos pães vendidos pela padaria, mas não podemos somar também o trigo que foi utilizado como insumo na produção daquele pão adicionado. Se fizéssemos isto, estaríamos somando o trigo duas vezes e fazendo uma dupla contagem. Observe essa economia abaixo: Essa economia produz três produtos: trigo, farinha de trigo e pão. Vocês podem pensar que o produto agregado dessa economia seja igual à soma do valor venal desses três produtos. Com isso, teríamos: 370020001200500PãoFarinhaTrigo =++=++ J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 8 Portanto, ao somarmos o valor de venda desses três produtos, teríamos um produto agregado de $3.700,00. Entretanto, nesse exemplo, o trigo não se utilizou de insumo nenhum para ser produzido, logo, nasceu do nada na natureza. Após a sua produção, foi vendido para a fábrica de farinha que o destruiu e produziu a farinha de trigo. Essa, por sua vez, foi vendida para a padaria que a destruiu e produziu o pão. No final das contas, apenas o pão vai ser o produto final e, portanto, essa economia tem um produto agregado da ordem de $2.000,00. Com isso, vemos que uma das formas de determinar o produto de uma economia seria, simplesmente, fornecendo o valor venal do bem final produzido. Uma alternativa a este método seria a soma dos valores adicionados2 em cada processo de produção, ou seja, somaríamos os valores arrecadados na venda do produto menos os insumos que foram adquiridos de outro produtor. Adotaríamos este método em todo o processo de produção e assim, não iria existir a duplacontagem. Vamos ao nosso exemplo. O valor adicionado pelo produtor de trigo é a diferença entre o valor da venda do trigo (500,00) e o valor gasto na aquisição dos insumos necessários À produção do trigo (0,00). Logo, o trigo contribuiu, adicionou $500,00 na economia em questão. 2 Denomina-se valor adicionado em determinada etapa da produção a diferença entre o valor bruto produzido (valor auferido com a venda dos produtos acrescido da variação de estoque) e os consumos intermediários. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 9 O valor adicionado pela fábrica de farinha de trigo é igual ao valor venal da farinha (1.200,00) menos o valor dos insumos adquiridos para a produção da farinha (500,00). Dessa forma, a fábrica de farinha contribuiu com $700,00 para essa economia. Por fim, o valor adicionado pela padaria é igual ao valor total auferido na venda dos pães (2.000,00) menos o custo do insumo necessário, no caso a farinha de trigo (1.200,00). Logo, o pão contribuiu com a adição de $800,00 nessa economia. Ao somarmos todos os valores adicionados em todas as etapas dos processos de produção, teremos exatamente o mesmo valor, ou seja, $2.000,00. Com isso vemos que não faz a menor diferença no resultado final do produto, utilizarmos o valor do bem final ou o método do valor adicionado. Entretanto, devemos ressaltar dois itens importantes. O primeiro deles é que devemos contabilizar também os estoques e o segundo é que um produto exportado, mesmo não sendo final, deve ser contabilizado. Vamos agora explicar os motivos de cada uma dessas exceções. Imagine uma fábrica que produziu determinado produto e o deixou em estoque. Por exemplo, uma fábrica de auto-peças que produziu um câmbio mas, no final do ano, permaneceu com ele em estoque ao invés de vendê-lo À fábrica de automóveis. O simples fato de essa empresa não ter vendido esse produto não impossibilita que o mesmo seja contabilizado no produto agregado, mesmo com o câmbio não sendo um produto final. A ideia é que esse câmbio teve insumos consumidos nesse ano, empregou pessoas para a sua produção, entre outras coisas. Logo, ele deverá integrar o produto daquele País naquele ano dado que somente no ano seguinte será um insumo de um determinado produto final. Entretanto, devemos contabilizar além dos produtos finais, a variação de estoque. Vocês concordarão comigo que o minério de ferro produzido pela Vale não é produto final de forma alguma. Nós não consumimos o produto produzido pela Vale, ele precisa ser beneficiado e transformado antes que venha a ser consumido por cada um de nós, não é mesmo? Mas a Vale tem que pagar salários aos seus funcionários, ele gera riqueza a esse País. Logo, não é nada lógico pensarmos que não iremos contabilizar o produto da Vale, não é mesmo? Então, veja. O produto produzido pela Vale quando for beneficiado aqui dentro será contabilizado quando se tornar final, mas quando ele for exportado, apesar de não ser final para o consumo, é final para o País. Logo, deve ser contabilizado. Portanto, devemos somar também as exportações e de forma análoga, diminuir as importações. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 10 Sendo assim, teremos a seguinte equação: Produto Agregado = Bens e Serviços finais + Variação de Estoque + Exportações – Importações Como regra geral, devemos somar apenas os bens e produtos finais. Mas lembre-se de que a variação dos estoques e as exportações são itens a serem somados, enquanto que as importações devem ser reduzidas. Além do produto agregado, os conceitos de renda e despesa também são interessantes. A renda agregada é a remuneração dos fatores de produção da economia (salário, juros, lucros e aluguéis). A renda por sua vez é o somatório dos fatores de produção. Entende-se como fator de produção: salários, lucros, juros e aluguéis. Na verdade, a soma destes fatores durante toda a etapa de produção tem que ser necessariamente igual ao produto, pois a destinação dos recursos auferidos com a venda final dos produtos deve ser necessariamente para remunerar estes fatores nas mais diversas fases da cadeia produtiva. Vamos voltar ao nosso exemplo do pão. Quando o produtor de trigo adiciona $500,00 ao mercado, ele deve destinar esses recursos para pagar os salários das pessoas que lhe forneceram trabalho, para pagar o aluguel para aqueles que lhe emprestaram o capital físico, para pagar juros para aqueles que lhe emprestaram o capital monetário e, finalmente, para pagar o lucro J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 11 daqueles que incorreram em risco. Na verdade, todo o valor adicionado irá remunerar os mais variados fatores de produção. Salário – Remunera o fator de produção trabalho; Aluguel – Remunera o fator de produção capital físico; Juros – Remunera o fator de produção capital monetário; e Lucro – Remunera o fator de produção risco. Fato semelhante ocorre com o valor adicionado na fábrica de farinha de trigo e em qualquer parte do processo de produção. O valor adicionado sempre será a soma de salário, juros, lucro e aluguel qualquer que seja a etapa de produção. Por fim, despesa agregada são as possíveis destinações do produto. Como despesa, entendemos todas as destinações do produto, ou seja, consumo mais investimento, mais exportação menos importação. 5. Tipos de Produtos Agregados Conforme explicado anteriormente, existem vários tipos de produtos, alguns com a presença do Governo outros sem, alguns com a presença do resto do mundo e outros sem. De forma análoga ao Produto Agregado temos também a Renda Agregada e a Despesa Agregada. A primeira distinção a ser feita é sobre o produto interno e o produto nacional. Enquanto o Produto Interno é a soma de tudo que é produzido dentro de uma região geográfica, no caso, um País, o Produto Nacional pode ser sintetizado como sendo tudo que é produzido com recursos dos residentes em um País. Vamos a um exemplo. Imagine uma empresa como a Pirelli. Essa é uma empresa italiana, mas que possui fábricas no Brasil. A produção da Pirelli não integra o nosso produto nacional, pois o capital da empresa é estrangeiro. Entretanto, como a fábrica está dentro do território brasileiro, a produção integra o nosso produto interno, uma vez que foi produzido internamente. Por outro lado, a Gerdau possui várias empresas nos EUA e também no Canadá. A Gerdau Canadá participa do produto interno canadense, pois a fábrica é naquele país, J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 14 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 12 mas quando aufere lucros, envia parte deles para o Brasil e, portanto, ajuda a aumentar o nosso produto nacional. Dentro do produto nacional devem ser computadas as rendas enviadas e recebidas do exterior, pois se refere à remuneração dos fatores de produção. A fórmula a ser utilizada é a seguinte: PRODUTO INTERNO = PRODUTO NACIONAL + RLEE Importante frisar que tem muito mais multinacional estrangeira no Brasil do que multinacionais brasileiras no exterior e, assim, a renda enviada ao exterior tende a ser maior que a renda recebida do exterior. Dessa forma, a renda líquida é enviada e não recebida e, portanto, no Brasil, atualmente, o Produto Interno é maior que o Produto Nacional. Nos EUA, a realidade é o inverso. Portanto, lembre-se que a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) nada mais é do que a Renda Enviada ao Exterior (REE) menos a Renda Recebida do Exterior (RRE). Apenas isso que vocês precisam saber acerca desse conceito nesse ponto da matéria. Portanto, tanto o Produto Nacional pode ser maior que o Produto Interno quanto o Produto Interno pode ser maior que o Produto Nacional. Tudo isso, depende do País e da realidade do momento. Outra classificação possível é com relação ao produto bruto e o líquido. A diferença entre eles se dá, basicamente, pela depreciação. Enquanto, o Bruto tem a depreciação incluída, o líquido não tem. A fórmula a ser utilizada é a seguinte: PRODUTO BRUTO = PRODUTO LÍQUIDO + DEPRECIAÇÃO Observe que aqui, diferentemente do Produto Nacional e Interno, o Produto Bruto, em geral, é maior que o Produto Líquido. No entanto, pode existir a igualdade. Mas nunca o Produto Líquido pode ser maior que o Produto Bruto. Já sei, você pode não ter entendido o que significa o termo Depreciação, certo? Vamos lá, eu vou te explicar. Imagine que você comprou um carro e ele te custou R$20.000,00. À medida que você vai utilizando esse carro, ele acaba tendo o seu valor reduzido, tanto por causa da utilização quanto porque o tempo vai passando e ele vai ficando mais velho, concorda? J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 13 Pois bem. As empresas não podem colocar o valor da compra desse carro como um custo e assim, abater o Imposto de Renda a ser pago. Lembre-se que o Imposto de Renda a ser pago por uma empresa, a grosso modo, incidirá sobre o lucro da mesma, ou seja, sobre a receita menos as despesas. Portanto, esse carro não pode entrar somando as despesas para abater a base de cálculo. A Receita Federal criou algumas regras para isso. Ela até deixa que o preço do carro seja abatido da base de cálculo, mas ao longo do tempo de utilização desse carro e esse tempo se chama Depreciação. Por exemplo, se a Receita Federal, em sua Tabela de Depreciação (que consta em seu site) informar que esse carro poderá ser depreciado em 5 anos, isso significa que a empresa que o comprou poderá abater da base de cálculo o valor de R$4000,00 por ano. Esse valor é o resultado da divisão do preço do carro (R$20.000,00) pelo período de depreciação (5 anos). Agora, eu acho que vocês já compreenderam o que significa esse termo. Importante fazer esses esclarecimentos. Vamos continuar.... Por fim, devemos diferenciar o produto a preços de mercado e o produto a custo de fatores. Quando estamos computando o produto a custo de fatores estamos apenas somando os fatores de produção dos bens e serviços finais, mas quando passamos para o produto a custo de mercado computamos o preço pelo qual os bens estão sendo negociados. Logo, a diferença entre eles se encontra na presença ou não do Governo. Enquanto o produto a preços de mercado conta tanto com os impostos que incidem sobre os produtos (impostos indiretos) e os subsídios, o produto a custo de fatores não inclui essas parcelas. Logo, a fórmula utilizada é a seguinte: PRODUTO A PREÇO DE MERCADO = PRODUTO A CUSTO DE FATORES + IMPOSTOS INDIRETOS – SUBSIDIOS O normal aqui é que o produto a preço de mercado seja maior que o produto a custo de fatores e, caso questionado, é essa a resposta que espero que você dê. Entretanto, não necessariamente essa relação ocorre, pois nada impede que os subsídios superem os impostos indiretos. Observe que estamos tratando da teoria, pois sabemos que na prática, esse fato dificilmente ocorrerá. Com isso, teremos 24 indicadores sendo 8 Produtos, 8 Rendas e 8 Despesas. A equação Produto = Renda = Despesa indica que esses 24 podem ser transformados apenas em 8 e calculados. Abaixo, coloco os Produtos existentes: J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 14 Produto Interno Bruto a Preço de Mercado – PIBpm Produto Interno Bruto a Custo de Fatores – PIBcf Produto Interno Líquido a Preço de Mercado – PILpm Produto Interno Líquido a Custo de Fatores – PIBcf Produto Nacional Bruto a Preço de Mercado – PNBpm Produto Nacional Bruto a Custo de Fatores – PNBcf Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado – PNLpm Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores – PNBcf 6. Produto Real e Produto Nominal – Índices Nesse ponto da matéria, eu vou pedir licença a vocês dado que teremos que usar um pouco de matemática. Entretanto, eu não quero que vocês fiquem preocupados com os cálculos, apenas compreendam a lógica. Mas eu serei obrigado a colocar os cálculos para que possa ficar mais simples de ensinar. Quando calcularmos o produto agregado de uma economia, independente da forma, estaremos somando os valores dos mais variados bens e transformando em valores financeiros a produção de um determinado período. No entanto, se eu perguntar qual o PIB brasileiro, talvez a grande maioria de vocês não tem nem ideia se é R$1 trilhão, R$2 trilhões, R$3 trilhões, R$500bilhões. Mas se eu perguntar quanto que o Brasil cresceu no ano passado, a grande maioria tem uma ideia do valor. O produto nominal é caracterizado pela multiplicação da quantidade dos produtos pelos seus preços. No entanto, ao compararmos o produto nominal de dois períodos, parte do crescimento se deve ao aumento de produção e parte se deve à inflação. O produto real é a parcela relativa ao aumento da produção. Portanto, devemos excluir do produto nominal a inflação para encontrarmos o produto real. Quando calculamos o produto nominal de uma economia, devemos simplesmente calcular quanto uma determinada economia produziu de bens e serviços finais em certo período de tempo, ou seja, basta fazermos uma multiplicação dos preços pelas quantidades dos produtos. Vejamos o exemplo abaixo. Suponha que determinado País produz em certo período de tempo apenas dois bens finais A e B, conforme mostrado abaixo: J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia paraAgente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 15 Bem A Bem B Quantidade Preço Quantidade Preço Período 1 15 3,00 18 4,00 Período 2 20 4,00 20 5,00 O produto nominal da economia é encontrado, para cada um dos períodos, fazendo os cálculos da seguinte equação: 0180,0100,0080,005,00204,00202NominalProduto 117,0072,0045,004,00183,00151NominalProduto qpNominalProduto =+=⋅+⋅= =+=⋅+⋅= ∑ ⋅= Com isso, vemos que o produto nominal do período 1 foi de $117,00 enquanto que o produto nominal do período 2 foi de $180,00. Observe que houve um crescimento do produto, houve um aumento no valor arrecadado com a produção dos bens de um período para o outro. Entretanto, podemos notar também que tanto o preço do bem A quanto o preço do bem B aumentaram do período 1 para o período 2. Logo, uma parte desse aumento de produção veio desse aumento de preço, ou seja, da inflação. Portanto, o produto real mede quanto variou a produção de uma economia. Como o produto é medido em unidade monetária, devemos descontar a variação no preço dos produtos para atingir essa medida. Com o intuito de efetuar esses cálculos de inflação, nos utilizamos do conceito de números índices. Índices são números relativos expressos normalmente em porcentagens e muito utilizados para indicar variações ao longo do tempo. Vários indicadores econômicos são dados em forma de índice. Dois índices são bastante utilizados: Laspeyres e Paache. Para calcularmos a inflação, devemos utilizar os índices de preço e não de quantidade. No índice de preços de Laspeyres, coletamos a cesta consumida no ano base (no ano zero) e calculamos a variação dos preços com base nesta cesta de consumo. Uma das desvantagens deste método é que a cesta de consumo da população muda ao longo do tempo e este índice mantém sempre a mesma para efeito de cálculo da variação de preços. No índice de preços de Paasche, são utilizadas as quantidades do período corrente (ano final) e como vantagem podemos citar que a cesta de consumo estará sempre J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 16 atualizada, mas como desvantagem temos o fato de que produtos que atualmente podem estar sendo usados em larga escala pois tiveram seus preços sensivelmente reduzidos, no passado era pouco utilizados pois eram caros. Podemos dar como exemplo o telefone celular. Índice de Preços ∑ ∑ ∑ ∑ ⋅ ⋅ =− ⋅ ⋅ =− n0 nn 00 0n qp qp preçoPaasche qp qp preçoaspeyresL Índice de Quantidade ∑ ∑ ∑ ∑ ⋅ ⋅ =− ⋅ ⋅ =− 0n nn 00 n0 qp qp quantidadePaasche qp qp quantidadeLaspeyres No exemplo desenvolvido anteriormente, podemos calcular o seguinte índice de preços utilizando Laspeyres: 1,2821 117,00 150,00 117,00 90,0060,00 4,00183,0015 185,00154,00 preçoLaspeyres == + = ⋅+⋅ ⋅+⋅ =− Dessa forma, segundo o índice de preços de Laspeyres, a variação nos preços foi da ordem de 28,21%. Observe que o resultado encontrado quando aplicamos a fórmula é o valor da inflação mais a unidade. Isso ocorre tanto quando utilizamos Laspeyres quanto Paasche. Utilizando o mesmo exemplo para fazer os cálculos com o índice de preços Paasche, temos: 1,2857 140,00 180,00 80,0060,00 100,0080,00 4,00203,0020 5,00204,0020 preçoPaasche == + + = ⋅+⋅ ⋅+⋅ =− Dessa forma, segundo o índice de preços de Paasche, a variação nos preços foi da ordem de 28,57%. Enquanto o índice de Laspeyres tende a mascarar aumentos de preços, o de Paasche tende a exagerar. Dessa forma, podemos calcular utilizando o índice de Fisher que nada mais é do que uma média geométrica dos dois índices, ou seja, ( ) ( )preçoPaaschepreçoLaspeyresFisherIndice −⋅−=− J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 17 Segundo Lopes & Vasconcellos, “Podemos representar o produto com base na seguinte fórmula: ∑ = ⋅= n 1i ii QPY Onde Pi é o preço e Qi a quantidade das n mercadorias existentes na economia (i= 1...n). Assim, de um ano para o outro, o produto pode variar em termos monetários, sem que tenha ocorrido qualquer mudança na quantidade física produzida. No entanto, o que interessa em termos de crescimento econômico são as mudanças na produção real, isto é, em Q. Torna-se então importante a diferenciação entre o Produto Real, medido a preços constantes, e o Produto Nominal, medido a preços correntes. Como o que observamos é o produto nominal, para retirar os efeito da inflação sobre sua medida utilizamos os chamados índices de preço para proceder ao deflacionamento, isto é, tirar os efeitos da inflação sobre a evolução do Produto. O índice utilizado é o deflator implícito do produto, que corresponde à razão entre a soma de todos os preços no instante atual multiplicado pelas quantidades do período anterior e a soma de todos os preços no instante anterior multiplicado pelas quantidades do instante anterior.” Observe que Vasconcellos informa em seu texto que devemos utilizar o índice de Laspeyres (“razão entre a soma de todos os preços no instante atual multiplicado pelas quantidades do período anterior e a soma de todos os preços no instante anterior multiplicado pelas quantidades do instante anterior”) como deflator implícito. Segundo Mankiw: “A partir do PIB real e nominal, podemos calcular uma terceira estatística importante: o deflator do PIB, também chamado de deflator implícito de preços do PIB, que se define como: Real PIB Nominal PIB PIB doDeflator = Ou seja, o deflator do PIB é uma razão entre PIB nominal e real. Retomemos agora o exemplo da economia que só produz uma mercadoria para explicar o PIB nominal, o PIB real e o deflator do PIB. Em um ano, o PIB nominal J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 18 equivale à soma de dólares gastos com pão naquele ano; o PIB real é o número de unidades de pão produzidas no ano multiplicado pelo preço do pão em um determinado ano-base. O deflator do PIB é o preço do pão naquele ano relativamente ao preço do pão no ano-base. Como, na realidade, as economias produzem muitas mercadorias, essas três medidas agregam muitos preços e quantidades diferentes. Consideremos, agora, a economia que produz maçãs e laranjas. Sendo P o preço de uma mercadoria, Q a quantidade e “92” a referência ao ano-base de 1992, o deflator do PIB seria ( ) ( ) ( ) ( )laranjas92laranjasmaçãs92maçãs laranjaslaranjasmaçãsmaçãs Q X PQ X P Q X PQ X P PIB doDeflator + + = O numerador da expressão acima é o PIB nominal; odenominador é o PIB real. Essas duas medidas podem ser tomadas como o preço de uma cesta de bens que consiste, nesse caso, nas quantidades de maçãs e laranjas atualmente produzidas. O deflator do PIB compara o preço corrente desta cesta com o preço da mesma cesta no ano-base. Observe que o Mankiw informa em seu texto que devemos utilizar o índice de Paasche (Essas duas medidas podem ser tomadas como o preço de uma cesta de bens que consiste, nesse caso, nas quantidades de maçãs e laranjas atualmente produzidas) como medida do deflator implícito. Com isso, vemos que essa não é uma pergunta plausível em prova pois seria passível de anulação. Como no Brasil, utilizamos o índice de Laspeyres para efetuar a medida da inflação, faremos isso também em nosso exemplo. Portanto, se o produto nominal do período 1 foi igual a $117,00 e o produto nominal do período 2 foi igual a $180,00, basta efetuarmos a divisão para que consigamos determinar a variação do produto nominal. %85,5315385,1Nominal Produto 1 00,117 00,180 Nominal Produto 1 PN PN PN PNPN Nominal Produto 1 2 1 12 =−=∆ −=∆ −= − =∆ Para calcularmos a variação do produto real devemos dividir a variação do produto nominal pelo deflator implícito, pela inflação medida por Laspeyres. Vamos resolver: J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 19 %20Real ∆Produto 20,1Real ∆Produto1 2821,1 5385,1 Real ∆Produto1 Inflação1 Nominal ∆Produto1 Real ∆Produto1 = =+ =+ + + =+ Portanto, podemos concluir que a produção cresceu em 20% de um ano para o outro. DICA: Quando você tiver que fazer esses cálculos, não faça as divisões pois sempre, no final, poderá simplificar e terá que fazer apenas uma divisão Não entendeu nada da dica. Então vou te mostrar na prática. Para calcular a variação do produto real, temos que dividir um mais a variação do produto nominal por um mais a inflação. Matematicamente ficaria: 20,1 15 18 150 180 117 150 117 180 Real ∆Produto1 Inflação1 Nominal ∆Produto1 Real ∆Produto1 ====+ + + =+ Observe que independentemente do índice a ser utilizado no cálculo da inflação, sempre teremos uma simplificação a fazer. Nesse caso, foi possível cortar o valor $117,00. Este formato faz com que você consiga resolver a sua questão mais rapidamente. Agora você deve estar me questionando o que deveria ser feito se o examinador lhe mandasse calcular o índice de Fisher, certo? Você pode fazer qualquer coisa menos tirar a raiz quadrada. Tudo bem? Existem duas hipóteses razoáveis. A primeira delas e a mais simples você poderá utilizar sempre que o índice representar um cálculo de inflação. Portanto, ele nunca será um número muito grande e, em geral, estará entre 0,80 (inflação de -20%) e 1,80 (inflação de 80%), por exemplo. Nesses casos, o valor obtido calculando-se Laspeyres será muito próximo daquele obtido pelo método de Paasche. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 20 Logo, como a média geométrica é SEMPRE menor ou igual à aritmética e a igualdade ocorre quando todos os elementos do conjunto forem iguais, assumiremos a igualdade e aproximaremos a geométrica pela aritmética. Vamos pegar o exemplo que estamos fazendo. Se quiséssemos calcular o verdadeiro índice de Fisher3, deveríamos fazer o seguinte: ( ) ( ) ( ) ( ) 283899,1I1 648396,1I1 2857,12821,1I1 I1I1I1 FISHER FISHER FISHER PLFISHER =+ =+ ⋅=+ +⋅+=+ Se fizermos a média aritmética, teremos: 2839,1 2 5678,1 2 2857,12821,1 I1 FISHER == + =+ E aí. Você prefere fazer corretamente ou acertar a questão enquanto seu concorrente está fazendo conta? A escolha é sua....rsrs O segundo caso é quando os valores dos índices forem muito altos, por exemplo, 150 e 180. Nesses casos, devemos fazer a média e verificar um número abaixo dela e acima do menor dos valores. Se tiver mais do que um, você deverá fazer um teste, elevando um possível candidato a resposta ao quadrado e verificando se o resultado é igual ao que você tem. 3 Observe que estarei sempre somando um à inflação para não confundir vocês. Em geral, o Índice já sai com esse valor somado e a inflação é o índice menos 1. No entanto, irei desconsiderar isso para facilitar a notação. Se der muita confusão na aula, retiro isso depois. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 21 QUESTÕES PROPOSTAS Enunciado para a questão 2 Acerca dos conceitos de macroeconomia, julgue os itens que se seguem. Questão 2 (CESPE – SEFAZ – ES – Economista – 2010) – Quando um país envia mais recursos para o exterior do que recebe, a renda líquida enviada ao exterior é negativa e o produto nacional é superior ao produto interno. Questão 3 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Um país com 200 bilhões de produto nacional bruto a custo de fatores (PNBcf), 10 bilhões em impostos indiretos, 5 bilhões em subsídios e 3 bilhões em renda líquida enviada ao exterior (RLEV) tem 213 bilhões como produto interno bruto a preços de mercado. Questão 4 (ESAF – AFPS – 2002) – Considere uma economia hipotética que só produza um bem final: pão. Suponha as seguintes atividades e transações num determinado período de tempo: • o setor S produziu sementes no valor de 200 e vendeu para o setor T; • o setor T produziu trigo no valor de 1.500, vendeu uma parcela equivalente a 1.000 para o setor F e estocou o restante; • o setor F produziu farinha no valor de 1.300; • o setor P produziu pães no valor de 1.600 e vendeu-os aos consumidores finais. Com base nessas informações, o produto agregado dessa economia foi, no período, de a) 1.600 b) 2.100 c) 3.000 d) 4.600 e) 3.600 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 22 Questão 5 (FCC - AUDITOR TCE – AL – 2008) – Um país recebe liquidamente rendas do exterior. Neste caso, o(a): a) PIB do país e seu PNB são iguais. b) PIB do país é inferior a seu PNB. c) país tem necessariamente superavit comercial no seu Balanço de Pagamentos. d) país está em expansão econômica e atraindo investimentos externos. e) taxa de juros doméstica é muito baixa. Questão 6 (FGV – ICMS – RJ – 2008) – Quando a renda líquida enviada ao exterior (RLEE) édeficitária, pode-se dizer que: a) PNL > PIL. b) PIL < PIB. c) RNL < RD. d) PNB > PIB. e) PIB > PNB. Questão 7 (FGV – ICMS – RJ – 2008) – Uma economia hipotética com governo é caracterizada da seguinte forma: Valor bruto da produção Insumos Minério R$150 0 Aço R$300 R$150 de minério Carro R$600 R$200 de aço J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 23 • O total de salários pagos é igual a R$ 200 milhões. • O total gasto com o pagamento de juros e aluguéis é igual a R$ 250 milhões. • O consumo total das famílias é igual a R$ 600 milhões. Com base nos dados acima, assinale a alternativa correta. a) A renda total dessa economia é igual a R$ 500 milhões. b) O lucro dessa economia é igual a R$ 550 milhões. c) O PIB dessa economia é igual a R$ 700 milhões. d) O consumo do governo é igual a zero. e) O PIB dessa economia é igual a R$ 950 milhões. Questão 8 (Cespe - Engenheiro Civil - MI – 2013) – Oferecer bens e serviços públicos puros que não seriam oferecidos pelo mercado é uma função alocativa do orçamento público. Questão 9 (Cespe - Assistente Adm. – FUB – 2013) – O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços. Questão 10 (Cespe - Administrador – MJ – 2013) – A intervenção direta do setor público em setores de infraestrutura, que caracteriza o exercício da função alocativa, justifica-se pela dificuldade do setor privado para aplicar recursos em projetos de grande porte. Questão 11 (Cespe – AUFC – TCU – 2008) – A teoria de finanças públicas consagra ao Estado o desempenho de três funções primordiais: alocativa, distributiva, e estabilizadora. A função distributiva deriva da incapacidade do mercado de suprir a sociedade de bens e serviços de consumo coletivo. Como esses bens e serviços são indispensáveis para a J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 24 sociedade, cabe ao Estado destinar recursos de seu orçamento para produzi-los e satisfazer sua demanda. Questão 12 (Cespe – Ag. Téc. de Inteligência – ABIN - 2010) – A ação do governo por meio da política fiscal abrange as funções alocativa, distributiva e fiscalizadora. Questão 13 (Cespe – Téc. Adm. – ANEEL – 2010) – O orçamento público federal pode ser utilizado como ferramenta de controle econômico, pois possui função alocativa, ou seja, busca ajustar o nível geral de preços e de empregos do mercado. Questão 14 (Cespe – ACE – TCDF – 2011) – As funções econômicas governamentais são alocativa, distributiva e estabilizadora. Um exemplo de função estabilizadora são os gastos com educação, com saúde e com segurança pública. Questão 15 (Cespe – TNS – MPOG – 2013) – A União exerce a função alocativa quando adota medidas e realiza investimentos para criar condições favoráveis que permitam ao setor privado oferecer produtos à sociedade. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 25 QUESTÕES RESOLVIDAS Enunciado para a questão 2 Acerca dos conceitos de macroeconomia, julgue os itens que se seguem. Questão 2 (CESPE – SEFAZ – ES – Economista – 2010) – Quando um país envia mais recursos para o exterior do que recebe, a renda líquida enviada ao exterior é negativa e o produto nacional é superior ao produto interno. Resolução: Para começarmos a estudar as Contas Nacionais devemos, em primeiro lugar, deixa claras as diferenças entre os mais diversos Produtos existentes. Não só colocarei a fórmula como também mostrarei a vocês uma forma simples de decorar o que qual deve ser aplicada. O primeiro ponto importante e que deve ser ressaltado é que não há qualquer distinção entre produto, renda ou despesa. O que muda é apenas a ótica ou o ângulo pelo qual se enxerga as contas nacionais. PRODUTO = RENDA = DESPESA Podemos definir PRODUTO como sendo a soma de todos os bens e serviços finais produzidos. No entanto, quando falamos em bens e serviços finais não estamos dizendo que devemos somar todos os produtos, e apenas eles, que são consumidos para a população. Estaremos somando todos aqueles produtos que não mais sofrerão transformação feita por aquele agente. Com isso, para calcular o PRODUTO final devemos fazer o seguinte: PRODUTO = BENS E SERVIÇOS FINAIS – IMPORTAÇÕES + EXPORTAÇÕES Com isso, fica claro que quando a VALE exporta para outro país, para a China por exemplo, minério de ferro, esse produto exportado mesmo não sendo um produto final para consumo é considerado um produto final para o Brasil. Isto ocorre porque ele não J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 26 sofrerá mais nenhum tipo de transformação nem dentro do país e nem por empresas que tenham capital nacional. Ou seja, a esse minério não será agregado mais nenhum valor dentro do país. É claro que países que conseguem produzir bens de grande valor agregado têm, em geral, um PRODUTO maior, pelo menos per capita pois há geração de valor e geração de renda. Vamos explicar cada tipo de produto. O produto pode ser NACIONAL ou INTERNO. O Produto INTERNO é a soma de todos os bens e serviços finais que são produzidos dentro de uma região geográfica, no caso Brasil. Portanto, ao somarmos tudo que é produzido em nosso país, estaremos calculando o PRODUTO INTERNO do Brasil. Por outro lado, podemos afirmar que todos os bens que são produzidos por empresas cujo capital é nacional integram o nosso PRODUTO NACIONAL. Atualmente, a VALE é a segunda maior mineradora do mundo. Possui várias minas no Canadá e Europa. Da mesma forma a Gerdau. Esta empresa produtora de aço é uma das grandes no mercado mundial e, não sei se vocês sabem mas ela tem várias plantas nos EUA e no Canadá. São empresas de capital, predominantemente, nacional. A partir do momento em que a GERDAU CANADÁ produz equipamentos e os vende, ela tem como intuito a geração de lucro. Esses equipamentos estarão integrando o produto interno canadense porque foram produzidos em território canadense. Entretanto, haverá uma remuneração do capital de risco empregado pela família GERDAU com a remessa de lucro para o país. Quando ocorrer essa remessa de lucros para o Brasil, esse valor remetido não influenciará nem o nossoproduto interno nem o produto interno canadense, mas reduzirá o produto nacional canadense e aumentará o nosso. Raciocínio análogo ocorre nas multinacionais instaladas no Brasil. Por exemplo, a FIAT possui uma fábrica em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. Tudo que é produzido pela FIAT integra o produto interno brasileiro, mas o lucro remetido para o exterior com fins de remuneração do capital empregado na empresa integra o produto nacional italiano e reduz o nosso. PRODUTO NACIONAL = PRODUTO INTERNO – RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLEE) A Renda Líquida Enviada ao Exterior é a diferença entre a Renda Enviada ao Exterior (REE) e a Renda Recebida do Exterior (RRE). J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 27 Se quisermos calcular o PRODUTO LÍQUIDO e o PRODUTO BRUTO a única coisa que temos que fazer é excluir a depreciação que faz parte do bruto mas não faz parte do líquido. PRODUTO LÍQUIDO = PRODUTO BRUTO – DEPRECIAÇÃO Por fim, o último conceito é o PRODUTO a PREÇO DE MERCADO e o PRODUTO a CUSTO DE FATORES. Salários, juros, lucros e aluguéis quando somados representam a renda e são constituem remuneração dos fatores de produção. Portanto, a grosso modo, quando falamos do PRODUTO a CUSTO DE FATORES estamos excluindo dessa conta o Governo. No entanto, ele faz parte das nossas vidas com a tributação. Os preços dos bens nas gôndolas dos supermercados levam em consideração essa atuação do governo. Sendo assim, a diferença entre essas duas formas é o valor dos tributos indiretos, aqueles que incidem sobre os bens, e os subsídios. PRODUTO a CUSTO DE FATORES = PRODUTO a PREÇO DE MERCADO – IMPOSTOS INDIRETOS + SUBSÍDIOS Se o país enviar mais recursos para o exterior do que receber, a Renda Enviada ao Exterior será maior que a Renda Recebida do Exterior e, portanto, a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) será positiva. Além disso, o Produto Interno será maior que o Produto Nacional. Observe. Sabemos que: PRODUTO INTERNO = PRODUTO NACIONAL + RLEE Se a RLEE > 0, então o Produto Nacional < Produto Interno. Sendo assim, a questão está ERRADA. Gabarito: E J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 28 Questão 3 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Um país com 200 bilhões de produto nacional bruto a custo de fatores (PNBcf), 10 bilhões em impostos indiretos, 5 bilhões em subsídios e 3 bilhões em renda líquida enviada ao exterior (RLEV) tem 213 bilhões como produto interno bruto a preços de mercado. Resolução: Temos que fazer a transformação de Produto Interno Bruto a custo de fatores para Produto Interno Bruto a preços de mercado. Observe que temos que fazer duas transformações distintas. Inicialmente, temos um produto a custo de fatores e devemos mudá-lo para um produto a preço de mercado. Para que isso seja feito devemos utilizar o seguinte: PRODUTO a PREÇO DE MERCADO = PRODUTO a CUSTO DE FATORES + IMPOSTOS INDIRETOS – SUBSÍDIOS Portanto, temos (em bilhões): 205 510200 Subsídios - Indiretos Impostos = −+= += pm pm cfpm PNB PNB PNBPNB Com isso, vemos que o Produto Nacional Bruto a preço de mercado é igual a 205 bilhões. Passemos agora ao cálculo do Produto Interno Bruto a preço de mercado. Para transformarmos o Produto Nacional em Produto Interno devemos usar a seguinte equivalência: PRODUTO INTERNO = PRODUTO NACIONAL + RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLEE) J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 29 208 3205 = += += pm pm pmpm PIB PIB RLEEPNBPIB Portanto, o Produto Interno Bruto a preço de mercado desse país é de 208 bilhões. Sendo assim, a questão está ERRADA. Gabarito: E Questão 4 (ESAF – AFPS – 2002) – Considere uma economia hipotética que só produza um bem final: pão. Suponha as seguintes atividades e transações num determinado período de tempo: • o setor S produziu sementes no valor de 200 e vendeu para o setor T; • o setor T produziu trigo no valor de 1.500, vendeu uma parcela equivalente a 1.000 para o setor F e estocou o restante; • o setor F produziu farinha no valor de 1.300; • o setor P produziu pães no valor de 1.600 e vendeu-os aos consumidores finais. Com base nessas informações, o produto agregado dessa economia foi, no período, de a) 1.600 b) 2.100 c) 3.000 d) 4.600 e) 3.600 Resolução: Temos duas formas de fazer essa questão. A mais simples é usando a “fórmula” que passei para vocês. Ela diz que: Produto Agregado = Bens e Serviços finais + Variação de Estoque + Exportações – Importações Dessa forma, o produto agregado será a 1600 dos bens e serviços finais (pães) e mais 500 da variação de estoque de trigo. Portanto, o resultado do produto agregado é da ordem de 2100. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 30 Podemos também falar dos valores adicionados. Veja como fica: Portanto, se utilizarmos o método do valor adicionado o resultado será exatamente igual ao anterior. Sendo assim, o gabarito é a letra B. Gabarito: B Questão 5 (FCC - AUDITOR TCE – AL – 2008) – Um país recebe liquidamente rendas do exterior. Neste caso, o(a): a) PIB do país e seu PNB são iguais. b) PIB do país é inferior a seu PNB. c) país tem necessariamente superavit comercial no seu Balanço de Pagamentos. d) país está em expansão econômica e atraindo investimentos externos. e) taxa de juros doméstica é muito baixa. Resolução: A diferença entre o PIB e o PNB é a RLEE enviada ao exterior. Se a renda líquida enviada por positiva, isso significa que a renda enviada é maior que a renda recebida e, portanto, o resultado líquido será o envio de recursos. Imagine que eu te devo R$100,00 e você me deve R$30,00. Eu poderia te pagar R$70,00 e a dívida estaria quitada, não é mesmo? Eu teria uma dívida líquida positiva, pois o que devo é maior do que o valor que você me deve. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Fradewww.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 31 De forma análoga, imagine que o Brasil tenha que enviar uma renda de R$100,00, mas deve receber uma renda de R$30,00. A renda pode ser um lucro a ser enviado pela empresa brasileira a sua matriz ou ser recebido pela matriz brasileira. Portanto, há um envio líquido de renda no valor de R$70,00. Se ao invés de enviar, o líquido fosse recebido teríamos um fluxo invertido. Observe que fala que o país recebe liquidamente renda. Logo, a renda recebida do exterior é maior que a renda enviada do exterior e, portanto, a renda líquida é recebida ou então podemos considerar que a renda líquida enviada é negativa. Se considerarmos uma renda líquida enviada negativa, teremos que o PIB é menor que o PNB. Sendo assim, o gabarito é a letra B. Gabarito: B Questão 6 (FGV – ICMS – RJ – 2008) – Quando a renda líquida enviada ao exterior (RLEE) é deficitária, pode-se dizer que: a) PNL > PIL. b) PIL < PIB. c) RNL < RD. d) PNB > PIB. e) PIB > PNB. Resolução: Essa questão é exatamente igual à questão anterior. O interessante é que são duas bancas distintas. Então aquela história de que temos que estudar somente com os exercícios da Banca X não é bem assim. É interessante entender como funcionam os exercícios da Banca X, mas devemos, principalmente quando o histórico de questão daquela Banca não for muito grande, fazer exercícios de uma outra banca. Sendo assim, o gabarito é a letra D. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 32 Gabarito: D Questão 7 (FGV – ICMS – RJ – 2008) – Uma economia hipotética com governo é caracterizada da seguinte forma: Valor bruto da produção Insumos Minério R$150 0 Aço R$300 R$150 de minério Carro R$600 R$200 de aço • O total de salários pagos é igual a R$ 200 milhões. • O total gasto com o pagamento de juros e aluguéis é igual a R$ 250 milhões. • O consumo total das famílias é igual a R$ 600 milhões. Com base nos dados acima, assinale a alternativa correta. a) A renda total dessa economia é igual a R$ 500 milhões. b) O lucro dessa economia é igual a R$ 550 milhões. c) O PIB dessa economia é igual a R$ 700 milhões. d) O consumo do governo é igual a zero. e) O PIB dessa economia é igual a R$ 950 milhões. Resolução: Vamos tentar achar o PIB dessa economia nos utilizando do método do valor adicionado. O produto minério vale R$150, mas não tem valor de insumo. Logo, o valor adicionado é igual a R$150. O produto aço vale R$300, mas tem um insumo de R$150 de minério. Logo, o valor adicionado é igual a R$150. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 33 Por fim, o produto carro vale R$600, mas tem um insumo de R$200 de aço. Logo, o valor adicionado é igual a R$400. Se somarmos todos os valores adicionados em cada etapa do processo de produção, teremos um PIB de R$700. Outra forma seria somarmos os produtos e serviços finais com a variação de estoque e exportação e retirarmos as importações. O resultado do PIB seria R$600 do valor venal do carro e mais R$100 de variação de estoque do produto aço. Observe que são produzidos R$300 de aço mas apenas R$200 são consumidos para a produção do carro. Fiz uma suposição de que R$100 de aço ficou em estoque mas também poderia estar sendo exportado esse aço. Sendo assim, o gabarito é a letra C. Gabarito: C J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 34 Bibliografia Blanchard, Olivier – Macroeconomia: Teoria e Política Econômica, Editora Campus, 1999. Dornbusch, R & Fischer S. – Macroeconomia, Editora Makron Books – 5ª Edição, 1991. Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999. Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985. Froyen, Richard T. – Macroeconomia, Editora Saraiva – Tradução da 5ª Edição, 2001. Giambiagi & Além – Finanças Públicas – Teoria e Prática no Brasil, Editora Campus – 4ª Edição, 2011. Kupfer & Hasenclever – Economia Industrial, Editora Campus – 1ª Edição, 2002. Lopes,L.M & Vasconcellos, M.A.S. – Manual de Macroeconomia: Básico e Intermediário, Editora Atlas, 2a Edição, 2000. Mankiw, N. Gregory – Macroeconomia, Editora LTC – 3ª Edição, 1998. Mankiw, N. Gregory – Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia, Editora Campus – 1999. Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995. Musgrave & Musgrave. Finanças Públicas – Teoria e Prática. Editora Campus, 1980. Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4a Edição, 1999. Sachs & Larrain – Macroeconomia, Editora Makron Books – 2000. Simonsen, M.H. & Cysne R.P. – Macroeconomia, Editora Atlas – 2a Edição, 1995. Stiglitz, J. Economics of Public Sector. Norton&Company, 1986. Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição, 2000. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 35 Vasconcellos, M.A. Sandoval – Economia Micro e Macro, Editora Atlas – 2ª Edição, 2001. J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 J H O N A T A S R O D R I G U E S S I M ? E S 0 5 1 6 7 3 9 4 4 1 4 Noções de Economia para Agente da Polícia Federal Aula 00 – Políticas Econômicas Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 36 GABARITO 1- 2- E 3- E 4- B 5- B 6- D 7- C 8- C 9- E 10- C 11- E 12- E 13- E 14- E 15- C Galera, Coloquei mais algumas questões e estou pesquisando mais questões do CESPE. Fiquem tranquilos que no curso terá muitas questões e todas dentro do tema solicitado. Não ficaremos fazendo questões ou enchendo linguiça com assuntos que não caem na prova. Abraços, César Frade
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