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Aula 00 - Noções de Economia

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Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
Bom dia! 
 
Antes de mais nada, antes mesmo de me apresentar, compartilho a angústia 
de vocês: Que susto esse edital nos deu, hein? 
Eu fiquei, da mesma forma que vocês, sem chão, quando vi o edital! 
Completamente surpreendente! 
Mas, logo depois de retomar o fôlego, pensei: vamos olhar para frente, 
porque é assim que se faz! 
É para isso que estou aqui, para, junto com vocês, matar esse edital! 
Masss... antes de mais nada.. gostaria de me apresentar! 
 
Muitos de vocês, pelo Brasil afora, que iniciaram as preparações para os 
concursos públicos, já ouviram falar a meu respeito. Mas, eu aproveito esse 
nosso encontro para fazer uma rápida apresentação: Meu nome é Amanda 
Aires. Sou economista pela Universidade Federal de Pernambuco 
(UFPE), com extensão universitária na Universität Zürich, na Suiça, Mestra 
em Economia pela UFPE e, agora, estou no terceiro ano do doutorado na 
mesma área, estudando economia na Université Laval, em Quebec, no 
Canadá. 
Além de estudar economia, também sou professora em alguns cursos 
preparatórios presenciais para concursos públicos e, assim, já trabalhei na 
preparação de alunos para as provas do Banco Central do Brasil, Polícia 
Federal e Secretarias da Fazenda estaduais. Na parte online, sou professora 
de Micro, macro, economia brasileira e econometria pelo 
www.euvoupassar.com.br. 
Atualmente, sou Assessora Técnica da Agência de Fomento do Estado de 
Pernambuco – Agefepe, além de ser professora universitária de várias 
universidades e faculdades no Recife, ministrando aulas nas disciplinas de 
teoria econômica, matemática financeira, estatística e econometria em 
outras universidades e faculdades. O ponto comum dessas disciplinas é que 
elas são voltadas para alunos que não são estudantes de economia, ou seja, 
contadores, administradores, engenheiros, pedagogos, médicos. Acredito 
que esse seja um bom diferencial das aulas, pois agora estou acostumada a 
olhar o mundo como não-economista, o que facilita a comunicação entre 
mim e você, aluno. 
Por fim, ainda na área de concursos voltados para a área fiscal, escrevo 
livros de economia para não economistas, em parceria com colegas do 
doutorado, voltados para concursos públicos. 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
Bem, terminada essa minha breve apresentação (acredito que agora você 
me conheça um pouco mais), vamos falar sobre o que faremos, juntos, no 
Estratégia Concursos: Com a publicação do Concurso para Agente da 
Polícia Federal, esse curso busca orientar você, concursando, a 
compreender melhor as questões de economia que têm maior probabilidade 
de cair na prova, em se tratando de CESPE como banca avaliadora. A ideia é 
fazer você fechar as (possíveis) 9 questões que estarão no seu certame! 
Mas vamos ao que interessa, não é? Como faremos esse estudo para 
dissecar as provas da CESPE? Fazendo diversos exercícios semelhantes da 
banca! Ao estudar grupos de questões análogas, observaremos que a Banca 
tem um perfil bastante similar entre as questões e, assim, poderemos 
verificar o que há de comum entre elas. Observando, por fim, o padrão de 
repetição e respostas. Um ponto interessante aqui e que você entenderá 
melhor posteriormente, é que em economia, pode mudar a “historinha”, mas 
a mecânica de solução será sempre a mesma! À medida que o tempo for 
passando com as aulas, você poderá verificar isso com uma clareza solar! 
Espero que, com os nossos encontros, você possa observar que a economia 
é sim uma matéria interessante e que pode ser vista de uma forma muito 
mais descomplicada. Além disso, pode ser um determinante na sua 
aprovação. 
Com o novo edital, esse curso de Economia para a Polícia Federal será 
dividido em 5 aulas, excluindo essa aula demonstrativa. Cada uma das aulas 
será composta por quatro momentos distintos: em um primeiro momento 
será visto o conteúdo teórico da disciplina, sendo seguido por um segundo 
momento, de exercícios da primeira parte. A seguir, teremos mais uma 
parte de teoria sendo seguida pelo último momento, a segunda parte dos 
exercícios. Um quadro resumo será apresentado no fim da aula, como 
norteamento do que foi visto. Finalmente, serão sugeridos exercícios para 
que você possa treinar um pouco. Esses últimos exercícios terão gabarito, 
mas não serão resolvidos a princípio. Apenas na última aula (aula 5) é que 
teremos as resoluções. Além disso, uma pequena revisão na parte inicial da 
aula será feita só para reavivarmos em nossas mentes o que foi visto na 
aula anterior. Mas é preciso que você fique em dias com a matéria para não 
se atrapalhar, ok? As revisões de início de aula serão realmente bem 
rápidas. 
Hoje, nessa aula demonstrativa, começaremos fazendo uma análise do que 
será o curso. Será uma aula para que você possa compreender que a 
disciplina não é complicada e pode até ser bastante interessante. O curso 
integral terá cerca de 300 páginas entre teoria e exercícios. As questões 
serão MANDATORIAMENTE da Cespe (mas questões de outras bancas 
poderão ser, ocasionalmente, resolvidas). Não procurarei fazer você pensar 
como economista, mas me dedicarei a levar a economia para a sua 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
realidade, para que ela fique palatável e para que, assim, você tenha um 
grande êxito na sua prova. 
 
As aulas serão ministradas SEMANALMENTE, sem interrupções. 
Abaixo, você verá o cronograma da nossa disciplina: 
 
AULA Conteúdo Previsto 
AULA 00 
O Estado e as funções governamentais – 
Parte 1 
As necessidades públicas e as formas de 
atuação do governo – Parte 1 
O que é economia? 
Conceitos básicos 
Micro e macroeconomia 
Aula 01 
(29.03.2012) 
O Estado e as funções econômicas 
governamentais – Parte 2 
As necessidades públicas e as formas de 
atuação do governo – Parte 2 
Estado como regulador e produtor 
AULA 02 
(05.04.2012) 
Políticas Fiscal e Monetária; outras 
políticas econômicas. 
Inflação e crescimento 
AULA 03 
(12.04.2012) 
Evolução da participação do setor 
público na atividade econômica. 
Financiamento do déficit público a partir 
dos anos 80 do século XX 
AULA 04 
(19.04.2012) 
Contabilidade Fiscal: NFSP; Resultados 
Nominal, operacional e primário; Dívida 
pública. Sustentabilidade do 
Endividamente público 
AULA 05 
(26.04.2012) 
Exercícios 
 
Com essa estruturação, vamos matar o edital inteiro em 4 aulas e ainda 
“sobrará” uma para fazer uma bateria de questões para que você fique 
completamente afiado para a prova! 
Não adianta mais lamentações, não é? Então vamos em frente porque é 
assim que se anda! 
 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
Para começar, vamos olhar, com calma o novo edital inteiro: 
NOÇÕES DE ECONOMIA: 
1 O Estado e as funções econômicas governamentais. 
2 As necessidades públicas e as formas de atuação dos 
governos. 
3 Estado regulador e produtor. 
4 Políticas fiscal e monetária; outras políticas econômicas. 
5 Evolução da participação do setor público na atividade 
econômica. 
6 contabilidadefiscal: NFSP; resultados nominal, 
operacional e primário; dívida pública. 
7 Sustentabilidade do endividamento público. 
8 Financiamento do deficit público a partir dos anos 80 do 
século XX. 
9 Inflação e crescimento 
É importante que você compreenda o seguinte: para que nós possamos, de 
fato, analisar todo o conteúdo previsto no edital, precisaremos, antes de 
mais nada, de alguns conceitos básicos que serão vistos na aula de hoje. 
Assim, embora já na aula demonstrativa começamos a ver alguns pontos 
importantes, eles serão vistos de forma mais superficial. Na aula de hoje, 
quero que você compreenda as bases da economia, quero que você tenha 
uma visão geral para não se perder nas definições. 
A partir disso, vamos cair em cima do edital da PF, já a partir da aula 01. 
Caso você tenha alguma dúvida sobre como o curso funcionará, segue aqui 
uma explicação breve de acordo com o edital, ok? 
No ponto 01 do edital temos que O Estado e as funções econômicas 
governamentais é pauta do nosso programa, certo? Nesse caso, como 
veremos esse assunto? A partir da aula de hoje. Com a idéia do fluxo 
circular da riqueza, poderemos compreender que uma das funções do 
governo é reduzir a diferença de renda entre dos indivíduos (o Sr. e a Sra. 
Silva irão nos mostrar isso). 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
No segundo ponto do edital, As necessidades públicas e as formas 
de atuação dos governos será vista também ainda na aula de hoje, 
também de forma introdutória, já que pegaremos pesado no assunto na aula 
que vem. 
Os pontos 01 e 02 têm como similaridade o caráter introdutório do estudo, 
uma forma geral de observar o governo e seu papel na economia. Esse 
caráter vai ainda até o ponto 03: Estado regulador e produtor. Nesse 
ponto, veremos a atuação do governo na economia, seja via estatais, seja 
via regulação governamental através das agências reguladoras e dos outros 
instrumentos de regulação. 
Continuando, veremos no ponto 04: Políticas fiscal e monetária; 
outras políticas econômicas. Aqui, para quem estava acostumado com 
micro, é que há a grande diferença: esse assunto é pauta de 
macroeconomia. É uma das formas mais claras de se observar as 
intervenções do governo na economia! No nosso curso, o ponto 04 será 
estudado em conjunto com o ponto 09 Inflação e crescimento que 
também é assunto da macroeconomia e pode ser visto em conjunto sem 
problemas. 
Compreende como o edital foi montado? 
Veja, o tempo inteiro nós vamos falar de governo e das suas formas de 
intervenção na economia. Contudo, diferentemente do que foi visto no edital 
passado, nós veremos as Macroações, não apenas as micro! Essa noção 
(para quem já estudou) ajudará a clarear a mente do rumo que seguiremos 
a partir de agora. 
Seguindo o programa, o item 05 analisa Evolução da participação do 
setor público na atividade econômica. Eu diria que, de todos os 
pontos do edital, esse é, de longe, o mais vago. Para matar esse item, nós 
vamos estudar em união com o ponto 08 Financiamento do deficit 
público a partir dos anos 80 do século XX E mostrar como o 
governo brasileiro vem fazendo intervenções na economia e como tem 
financiado as suas obras. 
Por fim, para fechar o programa, teremos os pontos 06 e 07 
contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal, operacional 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
e primário; dívida pública. 7 Sustentabilidade do 
endividamento público. Sendo ministrados pelo professor Heber 
Carvalho. Essa parte será feita por ele por uma razão simples: Ele se 
garante muito nesse assunto! Como eu não trouxe material sobre esse 
assunto do Brasil e importar um livro levaria muito tempo, para receber o 
material, fazer tudo, etc etc etc. Assim, na nossa última aula teórica, 
teremos a sua maravilhosa participação! 
 
A última aula do nosso curso será de exercícios. Assim, o curso teórico 
termina no dia 19 de maio (praticamente 3 semanas antes da prova), 
ficando apenas a revisão para consolidar os conceitos! 
Por fim, espero que esse curso seja muito útil a você na hora mais 
importante de toda essa preparação: a hora de resolver a prova para 
Agente da Polícia Federal. Estou montando esse curso para que ele possa 
te dar um apoio definitivo na sua compreensão sobre os fundamentos da 
economia. Todas as dúvidas serão esclarecidas no fórum do curso, a que os 
matriculados terão acesso. Caso você tenha dúvidas sobre outras questões 
não abordadas, pode enviar. Farei todo o esforço para esclarecer e inserir no 
nosso material, ok? 
 
Antes de terminar, gostaria de dizer que todas as nossas aulas possuem a 
forte contribuição do nosso querido sapo da vez 
(http://www.euvoupassar.com.br/lagoa/) na elaboração de esquemas, 
de dicas, e na formatação do layout (sem contar os palpites sobre o 
conteúdo!)! Então, toda essa aula bonita, tem uma grande participação do 
nosso querido sapinho! 
 
Críticas e sugestões podem ser enviadas para o e-mail: 
amanda@estrategiaconcursos.com.br 
 
 
 
 
AVISO: PARA OS ALUNOS MATRICULADOS NO CURSO ANTERIOR, ESSA 
AULA DEMONSTRATIVA NÃO SOFREU GRANDES ALTERAÇÕES. AS 
ALTERAÇÕES ESTARÃO SINALIZADAS PARA EVITAR O RETRABALHO! 
 
 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
 Pronto para iniciar os estudos?? Então, começaremos, pergunto a você: 
 
1. Definições e leis da economia 
Para estudar as decisões econômicas de famílias, empresas e governos, é 
necessário, inicialmente, entender do que trata a economia. Apesar de ser 
uma palavra largamente utilizada como sinônimo de previdência, o 
significado de economia não é, muitas vezes, plenamente compreendido. 
Essa seção busca esclarecer esse aspecto, respondendo a seguinte questão: 
“o que é economia?” 
1.1. O que é economia? 
Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito à 
análise etimológica dessa palavra. O termo economia se origina do grego, 
oikonomia: oikos (casa), nomos (costume, lei, ou também, 
administrar, gerir) e ια (sufixo relativo a assuntos como ciência, 
doutrina e profissão). Assim, oikonomia poderia ser traduzida como a 
“ciência da administração da casa”. 
Na administração de um domicílio, um chefe de família precisa decidir com 
relação a diversos assuntos, tais como: o quanto adquirir de alimentos e 
energia elétrica; se deve comprar uma nova geladeira a prazo ou esperar 
até ser possível comprar à vista; se deve investir em uma reforma ou trocar 
de residência; se deve contratar alguém ou realizar os trabalhos domésticos 
por conta própria; se deve aceitar a promoção em seu emprego (e trabalhar 
mais horas) ou recusá-la (e ter mais tempo disponível para o lazer). 
A tarefa de administrar envolve escolhas, não somente nas casas, como 
também nas empresas e órgãos públicos. As decisões estão relacionadas a 
objetivos que podem ser alcançados de maneiras diferentes, cada uma delas 
dependente de diferentes métodos e condições para a utilização dos 
recursos disponíveis. 
Assim, a economia é uma ciência social que estuda como os agentes 
econômicos decidem empregar recursos na produção de bens e serviços, de 
modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de 
satisfazer as necessidades humanas. 
Essa noção mais fundamental de economiaacabou sendo alterada ao longo 
dos anos. Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noção 
do conceito de economia de uma forma diferente. Dentre as formas 
possíveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de Introdução 
à Economia do A. Gremaud et alli que diz o seguinte: 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
 
Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforçar a idéia da escolha! Na 
verdade, toda vez que se falar em economia, vai se falar no processo de 
escolher algo. E por que eu preciso escolher? Por uma razão simples: 
embora eu queira, eu não posso ter tudo! Se você pensar dessa forma, 
nunca mais vai esquecer do conceito de economia! 
 
Toda vez que se falar em economia, você 
vai sempre lembrar de ESCOLHA! 
Essa informação nos será útil mais na frente! 
Um vídeo que eu gosto demais é apresentado no youtube para que você 
possa dar uma olhadinha em como o conceito de escolha fica bastante 
nítido! Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA 
Por que esse vídeo fala sobre economia? Por uma razão simples: As crianças 
precisam ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A idéia de 
previdência não é nem a parte principal do vídeo. O que eu quero que você 
compreenda é a necessidade de escolher, tópico fundamental quando se fala 
em economia. 
Logicamente, saber o que é economia não é o suficiente. Assim, na seção 
seguinte conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitos 
básicos de economia. Vamos dar uma olhada? 
 
1.2. As áreas da Economia 
A teoria econômica é dividida em três grandes ramos: A microeconomia, a 
macroeconomia e o desenvolvimento econômico. A etimologia das duas 
primeiras palavras já ajuda a perceber a diferença básica a diferença básica 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
entre as suas áreas de atuação: enquanto a microeconomia estuda as 
partes, a macroeconomia estuda o TODO. 
 
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia 
não analisa em profundidade o comportamento das unidades 
econômicas individuais, tais como famílias e firmas, a fixação de preços 
nos mercados específicos, os efeitos de oligopólios em mercados individuais, 
etc. Essas são preocupações da microeconomia. A macroeconomia é 
aplicada no estudo das relações entre os grandes agregados econômicos. 
Ela se ocupa com a economia como um todo, buscando respostas para a 
determinação de cada uma dessas variáveis globais. Por exemplo, no 
mercado de bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um 
agregado de mercados agrícolas, industriais e de serviços; no mercado de 
trabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mão-
de-obra e com a determinação dos salários e do nível de emprego, 
mas não considera diferenças de qualificação, gênero, idade, origem da 
força de trabalho, etc. Quando considera apenas o nível da taxa de juros, 
não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de 
aplicações financeiras. 
 
O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes 
importantes. A abstração, porém, tem a vantagem de permitir estabelecer 
relações entre grandes agregados e proporcionar melhor compreensão 
de algumas das interações mais relevantes da economia, que se 
estabelecem entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de 
ativos financeiros e não financeiros, assim como as intervenções do 
governo. 
 
Dessa forma, não existe conflito entre a teoria macro e a teoria 
microeconômica. A diferença fundamental seria uma questão de foco. Ao 
analisar os preços em determinado mercado, a microeconomia considera 
que os preços dos demais mercados não são alterados, seguindo a hipótese 
do coeteris paribus (que você deve ter visto quando estudou para o edital 
passado). Na macroeconomia, analisa-se o nível geral de preços, 
ignorando-se as mudanças de preços relativos de bens dos diferentes 
mercados (como veremos quando formos estudar inflação e desemprego!). 
 
Assim, a teoria macroeconômica preocupa-se tanto com questões 
conjunturais – ou de curto prazo – quanto com questões estruturais – ou de 
longo prazo. Entre as questões conjunturais, destacam-se a análise do 
desemprego e da inflação (vistas na aula 02). As questões estruturais 
estão associadas a problemas como o desenvolvimento econômico, 
distribuição de renda, crescimento econômico, globalização ou progresso 
tecnológico. 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
1.3. Alguns conceitos básicos importantes 
Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem não ser 
de conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros 
ramos do conhecimento como, por exemplo: necessidades, agentes 
econômicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego desses termos na 
ciência econômica, definiremos, também, alguns conceitos adicionais, que 
serão amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo. 
 Necessidade: sensação de desejar algo. 
O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: a 
necessidade primária e a secundária. Vamos dar uma olhada 
nesses conceitos? 
o Necessidade primária: a satisfação é imperiosa 
(obrigatória), como se alimentar. 
o Necessidade secundária: a satisfação não é 
fundamental, como adquirir um carro novo. 
 
 Bens e serviços: os meios através dos quais as necessidades 
são satisfeitas. 
o Bens livres: abundantes, postos a disposição pela 
natureza (não produzidos pelo homem). Exemplo: ar, 
água. 
o Bens econômicos: bens escassos, geralmente produzidos 
pelo homem. São classificamos como bens de consumo ou 
de produção. 
 Bens de consumo: voltados para o consumo final 
(podem ser duráveis ou não). 
Exemplo: peças do vestuário, televisão, carros. 
 Bens de produção: destinados à produção de 
outros bens. Podem ser bens de capital ou bens 
intermediários. 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
 Bens de capital: bens de produção que 
podem ser utilizados várias vezes. Exemplo: 
máquinas, computadores de alta tecnologia, 
fornos industriais. 
 Bens intermediários: bens de produção que 
são utilizados uma única vez (são 
transformados durante o processo produtivo). 
Exemplo: alguns artigos agrícolas, como o 
trigo e a soja. 
 
 Fatores de produção (ou insumos produtivos): recursos 
básicos na produção de bens e serviços. Comumente são 
divididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia. 
o Terra: fator de produção relacionado aos recursos 
naturais. 
o Trabalho: insumo produtivo relacionado à mão-de-obra. 
o Capital: fator de produção relacionado aos equipamentos 
utilizados na produção. 
o Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto 
à forma de produzir algo (o “modus operanis”). 
 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produção não se 
incluem as matérias primas (bens intermediários)! A diferençaentre o 
que é um fator de produção e o que é uma matéria prima, é visto no quadro 
abaixo. 
 
A diferença entre fator produtivo e matéria prima está 
ligada à reutilização durante o processo de produção. Os 
fatores produtivos podem ser reutilizados após a 
produção de um bem, enquanto a matéria prima, não! Ou 
seja, eu posso reutilizar um trabalhador para fazer 600 
carros, mas a chapa de aço que vai em um carro, não pode 
ser utilizada para fabricar o segundo carro! 
 Agentes econômicos: entidades que atuam contribuindo e 
influenciando o funcionamento do sistema econômico. São as 
famílias, as firmas, o governo e o resto do mundo. 
o Famílias: indivíduos e unidades familiares da economia. 
Desempenham o papel de consumidores e de proprietários 
de alguns dos fatores de produção (a essa altura, você já 
sabe quais são os fatores de produção, não é?) 
o Firmas: unidades encarregadas de produzir e/ou 
comercializar os bens e serviços. Também são 
compradoras dos fatores produtivos que são de posse das 
famílias. 
o Governo: todas as organizações que, direta ou 
indiretamente, estão sob o controle do Estado, em todas 
as suas esferas (federal, estadual, municipal). É possível 
que o Estado também atue na produção de algum bem, 
através de empresas estatais, mas nós, por simplificação 
do entendimento, não vamos entrar nesse mérito, ok? 
o Resto do mundo: indivídos, firmas ou governos que não 
estão localizados dentro de determinada área geográfica, 
mas que influenciam a economia local. 
 Racionalidade: em economia, entende-se pela busca do melhor 
para si por parte de um agente: o consumidor racional escolhe 
os produtos que o deixam mais satisfeito possível, e as firmas 
racionais buscam o maior lucro possível. 
Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivíduos que não agem de 
forma racional, a exemplo dos dependentes químicos ou dos compradores 
compulsivos. Embora esses agentes façam parte da sociedade, eles não são 
ponto de estudo para a economia, dado que não sempre eles buscarão o que 
 
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 60 
Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 
Teoria e Questões Comentadas da CESPE 
Profa. Amanda Aires – Aula 00 
é melhor para si. Dessa forma, só consideraremos como fonte de análise em 
economia, os agentes racionais. 
 Mercado: Local físico ou não onde é estabelecida a interação 
entre compradores (demanda) e produtores (oferta) de um 
determinado bem ou serviço. 
 Economia: Eventualmente, esse termo pode ser utilizado como 
um substituto para sistema econômico de uma determinada 
região. Então, quando se fala em economia brasileira, na 
verdade está se falando no sistema econômico brasileiro. É a 
mesma coisa, ok? 
 Otimização: em matemática, otimizar uma função significa 
determinar qual o seu valor máximo (maximização) e/ou seu 
valor mínimo (minimizar) dadas as restrições existentes. 
Para que eu preciso do conceito de otimização, professora? Porque, dado 
que os agentes são racionais e buscam o que é melhor para si, eles irão 
buscar, continuamente, maximizar satisfação (para os consumidores) e 
lucros (para as empresas) ou minimizarem despesas (para os 
consumidores) e custos (para as empresas). Assim, os agentes econômicos 
estão otimizando suas funções subjetivas!1 
Agora que nós compreendemos o que é economia e alguns dos conceitos 
básicos, precisamos compreender como a economia funciona. Para isso, 
vamos ter que compreender, antes algumas leis econômicas, nosso próximo 
tópico. 
1.4. Leis Econômicas 
Um dos objetivos da ciência econômica é encontrar as leis que possam reger 
o comportamento dos agentes e o efeito de suas decisões no restante do 
sistema econômico. Para tanto, os economistas observam como os diversos 
agentes atuam com relação a situações aparentemente semelhantes, de 
forma a identificar a existência de algum tipo de padrão. 
Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas está associada ao 
fato de que essas situações são apenas semelhantes. Para entender o 
porquê, pode-se tomar como exemplo o trabalho de um físico, como Galileu, 
por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu teve de repetir 
experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, ser 
possível a ele afirmar a existência de uma força que sempre atrai todos os 
corpos para a terra. 
No caso dos economistas, estudar situações exatamente iguais é difícil, 
 
1
 Nós não entraremos no detalhe da análise, dado que o nosso curso é de noções fundamentais, mas 
só para que você compreenda, consumidores e empresas buscam sempre otimizar funções 
matemáticas sujeitas a restrições de mesma ordem. 
 
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principalmente porque repetir as condições não depende dos pesquisadores. 
Imagine que um economista é contratado para analisar a procura dos 
consumidores por um determinado bem. A decisão de cada indivíduo a 
respeito de comprar ou não o bem pode ser influenciada por diversos 
fatores, e o comportamento de um mesmo indivíduo também pode ser 
diferente a depender das circunstâncias que ele enfrente no momento. Por 
exemplo, basta pensar no valor que você dá a uma sombrinha em um dia de 
sol e em um dia de chuva! 
No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econômico evoluiu bastante e 
os economistas conseguiram identificar um padrão no comportamento dos 
agentes em diversas situações. Assim, pode-se considerar a existência de 
leis econômicas de dois tipos: 
 Leis gerais: válidas para qualquer estágio de evolução da 
sociedade; 
 Leis específicas: próprias de cada modo de produção ou de 
cada formação sócio-econômica. 
As leis econômicas servem para fins práticos e transformam-se em regras 
quando utilizadas na busca por objetivos. 
Um exemplo das leis econômicas aparece no estudo dos mercados de 
bens e serviços. As leis da oferta e da demanda (ou procura), 
analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam o funcionamento 
do mercado e como ele reage a mudanças nos comportamentos tanto de 
consumidores, quanto de produtores. A análise de um determinado fato que 
altera a procura (ou a oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam 
estabelecidos os seus possíveis efeitos sobre a economia. 
Outro exemplo é a lei da mão invisível, primeiramente formulada por Adam 
Smith (considerado por muitos o pai da ciência econômica). Segundo essa 
lei, quando firmas e indivíduos atuam racionalmente, ou seja, cada um 
buscando o melhor para si mesmo, o sistema econômico opera de modo 
mais eficiente. 
Problemas Econômicos 
Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econômicos 
precisam escolher como usar os recursos ou fatores produtivos2 que 
dispõem de modo a atender suas necessidades. A partir dessa ideia, 
ratificamos que a economia é o campo das ciências sociais que estuda as 
escolhas. 
 
2
 Os fatores de produção são necessários no processo de fabricar bens e serviços. Em economia, 
esses fatores são agrupados em três grupos: Terra – recursos naturais;Capital – máquinas e 
equipamentos; Trabalho – Mão de obra qualificada e não qualificada. 
 
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As decisões dos indivíduos, das firmas e dos governos são quase sempre 
difíceis de serem tomadasdevido à complexidade das questões envolvidas. 
A partir de agora, passamos a analistar as singularidades que norteiam as 
decisões econômicas. 
1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitadas 
Como visto, a economia é definida como a ciência da escolha 
quando os recursos são escassos, ou seja, insuficientes para satisfazer 
necessidades e desejos ilimitados dos indivíduos. O conceituado 
economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questões 
importantes: 
1. Os recursos são escassos; 
2. As necessidades são ilimitadas e se renovam. 
Considerando essas duas importantes questões, o economista N. Gregory 
Mankiw define ainda a economia como o estudo de como uma sociedade 
administra seus recursos escassos. 
Assim, nem sempre é possível atender TODAS as necessidades e desejos de 
modo simultâneo, caracterizando um problema econômico muito relevante e 
de difícil solução. A sociedade é obrigada a escolher entre modos de 
produção e alternativas de distribuição dos resultados das atividades 
produtivas entre os vários grupos da sociedade. A teoria econômica 
procura fornecer uma alternativa eficiente3 para a alocação dos 
recursos de modo a maximizar a satisfação das necessidades e dos 
desejos. 
Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos três 
principais problemas em economia. Quais são esses problemas é o que 
veremos agora: 
1.6. A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento 
A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilização dos 
recursos disponíveis de maneira a operar eficientemente. Para isso, a 
economia procura responder a três questões: 
1. O que produzir e em que quantidade? 
 Quais os produtos e serviços deverão ser produzidos para 
satisfazer da melhor forma possível as necessidades da sociedade? 
2. Como os bens devem ser produzidos? 
 Que tecnologias e métodos de produção utilizar? Que matérias 
 
3
 A eficiência é uma propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de 
seus recursos escassos. 
 
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primas deverão ser utilizadas para produzir determinado produto? 
Como maximizar a produção tendo em conta os recursos 
disponíveis? 
3. Para quem os bens são produzidos? 
 Como repartir os rendimentos disponíveis entre os diferentes 
agentes econômicos? Quem deverá ganhar mais e quem deverá 
ganhar menos? 
 
A depender da forma como as sociedades respondem as estas três questões, 
temos diferentes sistemas de organização econômica como resultado. Os 
dois extremos dessas formas seriam: economias centralizadas e 
economias de mercado. Nas economias centralizadas, as principais 
decisões relacionadas à produção dos bens são tomadas pelo 
governo. Já nas economias de mercado, é o próprio mercado (interação 
entre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) que responde às 
três questões. 
Contudo, na prática, não existem atualmente sociedades que se encaixem 
em nenhum dos dois casos extremos expostos. De fato, todas as sociedades 
atuais estão organizadas em economias mistas na medida em que contém 
características das economias de mercado e das economias de direção 
central. Na economia brasileira, por exemplo, o mercado determina o quê, 
como e para quem produzir, mas o governo desempenha papéis 
importantes como a supervisão e regulamentação das atividades 
econômicas, a oferta de serviços públicos ou a repartição dos recursos pelos 
agentes econômicos. Fatos que certamente analisaremos ao longo do curso. 
Apesar de bem simples, essa diferença entre economia planificada (ou 
centralizada) e economia de mercado (ou descentralizada) cai na 
prova. Vamos dar uma olhada em como isso é visto pela CESPE? 
 
 
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Exercício 1 
(Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 
2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma 
como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio 
escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir. 
Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos 
diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do 
sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das 
economias de mercado. 
Vamos a resolução? 
Primeiro, depois de ler a questão, você observa que ela pergunta sobre o 
funcionamento de uma economia descentralizada, não é isso? 
Nesse caso, qual a maior preocupação dos agentes econômicos? 
Para responder essa pergunta, cito uma afirmação que eu gosto muito do 
Adam Smith, que li no livro Introdução à Economia do Wonnacott & 
Wonnacott quando era primeiro período em economia: 
“Não é da bondade do açogueiro ou do padeiro que podemos esperar 
o nosso jantar, e sim de seu interesse. Nós nos dirigimos não ao seu 
espírito humanitáio, mas ao seu interesse e nunca lhes falamos de 
nossas necessidades, e sim de suas vantagens” 
Adam Smith, caso você não o conheça, é o pai da economia clássica, uma 
escola do pensamento econômico que desconsidera, por total, a presença do 
governo na economia. É ele o precursor do sistema econômico que considera 
a economia descentralizada! 
Analisando esse segmento do texto de Smith, é possível observar que os 
interesses dos agentes econômicos, em uma economia descentralizada, 
não estão associados ao bom desempenho da economia, mas sim, à 
satisfação dos seus interesses. Ou seja, famílias desejam maximizar sua 
satisfação em termos de consumo de bens e serviços e as empresas buscam 
maximizar os lucros. Nesse sentido, nós não estamos preocupados em 
garantir o bom funcionamento da economia, mas em buscar uma forma de 
satisfazer nossos objetivos. Dessa forma, segundo Smith, com a busca dos 
interesses próprios, era possível alcançar o equilíbrio de uma economia. 
Considerando todos esses pontos, observa-se que a alternativa está 
incorreta. 
GABARITO: FALSO 
Antes de continuar, contudo, vale aqui um ponto adicional: quem se 
 
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preocupa com o funcionamento do sistema de preços é a economia 
centralizada ou planificada, que são bem retratadas pelos sistemas 
socialistas ou comunistas. Nesse caso, existe, sim, uma forte 
preocupação com o funcionamento da economia em termos de preços e tudo 
fica controlado pelo Planejador Social, retratado pelo agente econômico 
governo. É ele quem controla todos os salários e os demais preços da 
economia. Dessa forma, se a questão falasse sobre a economia centralizda, 
o item estaria correto, ok? 
Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocações eficientes no 
sentido de Pareto. 
Alocação eficiente de Pareto! 
Eis aí um conceito extremamente importante em economia! 
Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem estar. 
Assim, algumas noções, antes de responder a questão são necessárias: 
1. Uma alocação ou situação é eficiente no sentido de Pareto se não 
há uma forma de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a situação 
de outra. Sobre isso, vamos ver um exemplo: 
Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra. 
Silva. 
 
Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia somaR$ 1.000,00 
que são distribuídos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 
1,00 para a Sra. Silva. 
Nesse caso, nós observamos que a nossa economia está longe de ser justa, 
certo? Mas, será que ela é eficiente no sentido de Pareto? 
Veja, existe alguma forma de melhorar a situação da Sra. Silva sem piorar a 
situação do Sr. Silva? 
 
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Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situação 
melhor? Sim, certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. 
Silva teria que ficar em uma situação “menos boa”, pois, para que a Sra. 
Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse caso, não há 
como melhorar a situação de um agente econômico sem piorar a situação do 
outro. Essa situação é o que Pareto chamou de eficiência. 
Mas, existem situações ou alocações ineficientes no sentido de 
Pareto? 
Sim, para ver isso, vamos fazer um outro exemplo: 
 
Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue com 
o seu rico R$ 1,00. Continuamos dizendo que existem R$ 1.000,00 nessa 
economia, certo? 
Nessa situação agora, é possível melhorar o estado da Sra. Silva sem piorar 
a do Sr. Silva? Nesse caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dar 
a Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso implique em uma retirada do Sr. Silva. 
Como essa situação permite a melhora de um agente sem a piora do 
outro, ela é chamada como uma alocação ineficiente no sentido de 
Pareto. 
Quando uma alocação é ineficiente no sentido de Pareto nós dizemos que 
existe a possibilidade de uma melhora de Pareto, ou seja, há uma forma de 
deixar um agente melhor sem deixar outro necessariamente pior! 
Compreendido? 
Então vamos adiante! 
Uma pergunta que se faz é: como responder, de forma eficiente a essas 
três perguntas? se os recursos são escassos, como o agente econômico 
deve realizar suas escolhas? Em um mundo onde há escassez, qualquer 
escolha que se faça implica, necessariamente, na renúncia de diversas 
 
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alternativas disponíveis. Esta renúncia representa um custo, que é um 
dos conceitos mais importantes da economia: o Custo de Oportunidade. 
1.7. A noção de custo de oportunidade 
A definição de Custo de Oportunidade é apresentada a seguir: 
 
 
O custo de Oportunidade pode ainda ser definido como: 
 
É importante que você note que as definições são, via de regra, a mesma 
coisa. Para compreender melhor essa importante definição da economia, 
vamos observar o seguinte exemplo: 
Imagine que Sr. José foi o ganhador da última edição do Big Brother Brasil e 
não sabe o que fazer com o dinheiro. Ele tem duas opções: (1) Virar sócio 
de uma empresa já estabilizada ou (2) aplicar o dinheiro em um fundo de 
investimentos. 
Observemos a figura abaixo: 
 
 
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Vamos compreender o problema com o qual o Sr. José se defronta: Ele 
possui duas opções. A primeira delas é virar sócio da ACME Corporation e 
ganhar R$ 10.000,00 em um dado período. A segunda opção é aplicar em 
um fundo de investimentos que renderá R$ 9.000,00. Como é possível 
observar, o Sr. José optará por virar sócio da ACME Corporation, pois esse 
investimento traz um retorno maior do que a segunda opção. Eu também 
faria o mesmo, e você? 
Bem, mas a pergunta que se faz é: qual o custo de oportunidade de 
virar sócio da ACME Corporation? O custo é de não aplicar no fundo de 
investimento! Ou seja, ao aplicar na empresa, o Sr. José DEIXOU de aplicar 
no fundo de ações. Note que ele não perdeu por aplicar na ACME. Ele apenas 
deixou de ganhar! Observe ainda que, mesmo que existisse uma terceira 
opção melhor que o fundo de investimentos, mas pior que virar sócio da 
ACME, ainda assim a sociedade seria escolhida! Digamos, por exemplo que 
virar sócio da Maracutaia Corporation gerasse um retorno de R$ 9.500,00. 
Nesse caso, o Sr. José ainda investiria na ACME. Mas, qual seria o custo de 
oportunidade agora? R$ 9.000,00 (do fundo de investimentos)+ R$ 9.500,00 
(do rendimento da Maracutaia S.A.)? Nesse caso, não! É importante lembrar 
que o custo de oportunidade não é a soma dos benefícios das 
alternativas perdidas, mas apenas o benefício da melhor das 
alternativas abandonadas. No exemplo que considera a Maracutaia 
Corporation, ela seria a melhor opção abandonada por Sr. José, assim, o 
custo de oportunidade dele passa a ser de R$ 9.500,00. 
 
O custo de oportunidade não é a soma 
dos benefícios das alternativas 
perdidas, mas apenas o benefício da 
melhor das alternativas abandonadas. 
Um outro vídeo que eu gosto muito que analisa esse conceito é o comercial 
do shampoo e condicionador Head & Shoulders (como assim, professora?). 
Vamos dar uma olhada nele? Disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tE 
Sabe o que eu gosto nesse comercial? É o erro de conceito econômico que 
ele traz! Lógico, para a parte do marketing, escolher entre um anti caspas 
ou um cabelo sedoso não é necessário e, para ser sincera, o comercial ficou 
realmente muito interessante! Mas, em economia, escolher é abrir mão, sim! 
Nesse caso, se eu quisesse ter um cabelo sem caspas, eu precisaria abrir 
 
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mão de um cabelo bonito e vice versa! Fica aí o vídeo para ilustrar que o 
nosso conhecimento em economia está em todos os lugares! 
Bem, depois de tantos conceitos, vamos treinar algumas definições com 
questões de prova da CESPE? 
Exercício 2 
(CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 
2004, CESPE) O binômio referente à escassez e à escolha sintetiza o 
problema central da ciência econômica. A esse respeito, julgue os 
itens a seguir. 
Para um determinado estudante, o custo de oportunidade 
associado à decisão de realizar um curso de pós-graduação, em 
tempo integral, em uma universidade americana, inclui as 
despesas com mensalidade e livros e a totalidade dos custos de 
moradia e alimentação. 
Alguma sugestão para resolver esse item? Aqui, já na solução dessa 
questão, vale uma dica importante: 
 
As provas de economia se resumem a conceitos! A 
historinha vai mudar, mas o conceito envolvido e a 
mecânica de solução (quando for o caso) serão os 
mesmos! 
Agora que você já sabe como resolve, vamos ver esse item da prova do 
Cearáportos: veja que a questão fala sobre o custo de oportunidade! Mas... 
no caso da questão, ele analisa o custo financeiro também! Vamos resolver 
juntos! 
Antes de resolver, contudo, vamos pensar em uma historinha: enquanto 
você está lendo esse material, eu estou aqui no nada caloroso inverno do 
Canadá (hoje está menos 15, eu acho), morando em um dormitório nada 
atraente para poder estudar (coitada de mim! )!! Qual o custo de 
oportunidade de fazer isso? Bem, com o dinheiro que eu gasto no curso 
de francês (é.. além de estudar economia, tem que estudar francês 
também!), por exemplo, eu poderia ir a um restaurante no Brasil e tomar 
um bom vinho. Logo, como eu tenho uma opção além do que eu estou 
fazendohoje com o dinheiro do curso, o custo de oportunidade dele é, por 
exemplo, deixar de tomar um vinhozinho (tinto e seco, por favor! ). Logo, 
 
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sempre que se falar em custo de oportunidade, pode-se considerar os 
benefícios não realizados ou ainda um uso alternativo para 
determinado recurso financeiro! 
Além do gasto com o francês, eu também pago pelo meu dormitório e pela 
minha alimentação, certo? O que eu poderia fazer com esse dinheiro, além 
de pagar essas despesas? Bem, digamos que no Brasil eu poderia morar 
melhor e pagar menos (será?!), mas, certamente, uma parte do meu 
dinheiro iria para o aluguel, não é? Nesse caso, embora exista um custo de 
oportunidade em pagar o aluguel aqui, eu não posso dizer que todo o meu 
gasto com aluguel será o meu custo de oportunidade, tendo em vista que, 
inevitavelmente, eu pagaria algum dinheiro nessa despesa no Brasil. 
Ok, ok, você mora com os seus pais? Não tem problemas! O raciocínio não 
vale para o aluguel, mas vale para os seus gastos com alimentação! E não 
venha me dizer que você não gasta NADA de alimentação fora que eu vou 
dizer que é mentira, ok? Todos nós gastamos algum dinheiro com 
alimentação, mesmo que seja naquele churros delicioso do meio da rua! 
Nesse caso, fica a dica: 
 
 
 
 
 
O custo de oportunidade está associado aos 
gastos alternativos que você poderia ter com 
determinado recurso financeiro. Isso não quer 
dizer que a totalidade desses recursos será o seu 
custo de oportunidade. Uma parte desses poderá 
estar ligada ao mesmo gasto (em uma outra 
situação), ficando a “sobra” como o seu custo de 
oportunidade. 
Então, só para deixar ainda mais claro, nem todo o gasto financeiro que nós 
temos faz parte do nosso custo de oportunidade. Em alguns casos, 
inevitavelmente teremos determinados tipos de gasto (saúde, alimentação, 
moradia, etc). Assim, apenas a parte exdente desses gastos é que pode ser 
incluída como nosso custo de oportunidade, ok? 
Depois dessa historinha toda, vamos resolver a questão? 
Como é uma questão da CESPE, vale aqui mais uma dica: 
 
 
 
Para o caso das provas da CESPE, o ideal, em 
economia, é dividir a questão por partes e analisar 
separadamente. SE, eu disse SE, as partes estiverem 
corretas, vale a pena verificar se o todo tem ligação. 
Não raro, as partes estarão corretas, mas o todo não 
possui qualquer ligação! Em breve veremos como 
 
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 isso é possível. 
Agora, sim, vamos a questão: 
Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado 
à decisão de realizar um curso de pós-graduação, em tempo integral, 
em uma universidade americana, inclui as despesas com 
mensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia e 
alimentação. 
Primeira parte: Para um determinado estudante, o custo de 
oportunidade associado à decisão de realizar um curso de pós-
graduação, em tempo integral, em uma universidade americana... 
Até aqui, nenhum problema, apenas a parte da “historinha”, que eu havia 
falado. 
Segunda parte: inclui as despesas com mensalidades e livros e a 
totalidade dos custos de moradia e alimentação. 
Aqui vamos analisar com mais calma. De fato, as despesas com 
mensalidades e livros fazem parte do custo de oportunidade, como o meu 
curso de francês, ok? Então, por hora, a questão está correta. O erro da 
questão está justamente na última parte: a totalidade dos custos de 
moradia e alimentação. É exatamente o que eu conversei com você 
anteriormente! O erro está na palabra TOTALIDADE! Não podemos incluir a 
totalidade dos gastos com moradia e alimentação por causa dos churros que 
eu falei acima! Assim, a questão está falsa! 
Veja que todo o resto da questão está correto! Aliás, o único erro está no 
fato de se considerar a TOTALIDADE. Se essa palavra fosse suprimida do 
texto da questão, a questão estaria correta! 
GABARITO: FALSO 
Exercício 3 
(Basa, Técnico Científico, 2004, CESPE) Utilizando os conceitos 
básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes. 
O custo de oportunidade de determinada atividade, por ser 
independente dos usos alternativos do tempo necessário para 
desenvolvê-la, é, usualmente, o mesmo para todas as pessoas 
nela envolvidas. 
Nessa questão, o texto diz que o custo de oportunidade não depende dos 
usos alternativos. Como assim? 
 
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Deixa eu te fazer uma pergunta: O custo de oportunidade de ler esse 
texto é o mesmo na sexta às 22h50 e na terça, no mesmo horário? 
Claro que não, né? Sexta bombando e todo mundo na rua! O custo de 
oportunidade nesse caso é mais alto porque você está abrindo mão de sair 
com o(a) namorado(a), conversar com os amigos, etc. Já na gloriosa terça-
feira à noite, o que você poderia estar fazendo? Bem, digamos que não 
assistir o paredão BBB não traga um grande custo de oportunidade, ok? 
Nesse sentido, a questão está falsa porque dependendo sim do que você 
pode fazer o custo de oportunidade é diferente! Assim, ele não será igual 
não apenas para cada pessoa (cada um de nós tem um custo de 
oportunidade diferente), mas também para uma mesma pessoa em 
momentos diferentes do dia! 
GABARITO: FALSO 
Exercício 4 
(Basa, Técnico Científico, 2007) Quando há escassez, a escolha e as 
diferentes formas de organização das economias são quetões 
relevantes para a análise econômica. A esse respeito, julgue os itens 
subsequentes. 
O custo de oportunidade da decisão de assumir um novo 
emprego, cujo salário é superior àquele que é pago na 
ocupação anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual 
como o aumento do tempo de transporte necessário para se 
chegar ao novo local de trabalho. 
Veja só, quando nós consideramos a possibilidade de trocar de emprego, 
pensamos, antes de mais nada, na diferença de remuneração, certo? Esse é, 
na maior parte dos casos, o vetor que nos faz querer trocar de emprego. 
Mas, não é apenas esse fator que nos faz pensar se vale ou não a pena 
trocar de emprego. Imagine o seguinte: Você é convidado a ir para uma 
empresa que fica a 200 km da sua atual moradia, ganhando, digamos, 50% 
a mais. Nesse caso, não é apenas o salário que conta, mas também, toda a 
parte de deslocamento entre a sua casa e o seu novo trabalho. 
No caso acima, por exemplo, pode ser que não seja vantajoso pegar esse 
novo emprego uma vez que você terá aumento de salário, mas também terá 
aumento de despesas como, digamos, um valor maior a ser pago de aluguel, 
um gasto adicional com combustível para visitar a família. Todo esse 
montante financeiro pode ser considerado como seus custos de 
oportunidade, certo? Já que você poderia utilizar esse dinheiro de outra 
forma se o novo emprego fosse mais perto de sua casa. 
 
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Vamos adiante.... digamos agora que você não quer morar no lugar do novo 
trabalho. Você prefere ir e vir todos os dias. Digamos ainda que a empresa 
onde você trabalha sabe disso e paga para um motorista para levar e trazer 
você diariamente (queempresa boazinha, hein?). Nesse caso, não teríamos 
mais custo de oportunidade? Será? 
E o tempo que você passa dentro do carro? Por hipótese, 2 horas e meia 
para ir e vir. Será que não tem nenhum custo de oportunidade nisso? CLARO 
QUE SIM! Nesse caso, você poderia utilizar esse tempo para, por exemplo, 
ficar com seus filhos ou pais. Ou ainda, você poderia passar esse tempo 
assistindo TV ou estudando para um concurso melhor! 
Nesse caso, a questão apresentada está correta, uma vez que, na mudança 
de emprego, você considera não apenas a diferença salarial, mas também a 
distância entre a sua residência e o novo local de trabalho. 
GABARITO: CERTA! 
Exercício 5 
(FUMARC, Prefeitura de Governador Valadares, Economista, 2010 e 
CEMIG, Analista de Planejamento Econômico Financeiro, 2010) 
Sabendo-se que os recursos são escassos, o conceito econômico de 
custo relevante é o custo: 
a) contábil. 
b) Oportunidade. 
c) Ambiental. 
d) Histórico. 
Para resolver essa aqui, dá para fazer isso de olhos fechados agora, hein? 
Toda vez que se falar em recursos escassos, nós vamos lembrar de dois 
pontos, vamos ver: 
1. Conceito de economia 
2. Conceito de custo de oportunidade 
Dessa forma, toda vez que se falar em escassez ou em recursos escassos, 
nós vamos fazer uma conexão direta com esses dois conceitos, ok? Nesse 
sentido, eu não preciso nem dizer qual a alternativa correta, né? 
A alternativa correta é a letra (B), que traz o custo de oportunidade. Na 
verdade, é custo de oportunidade por uma questão simples. Como há 
escassez, eu preciso escolher! E como eu tenho que fazer essa escolha, 
eu tenho que ver o custo dela. O custo de uma escolha está diretamente 
ligado ao custo de oportunidade, já que ele reflete tudo que eu abri mão 
quando optei por determinada ação! Compreendido? 
 
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De toda forma, não nos custa analisar as demais alternativas: 
A alternativa (A) fala sobre o custo contábil. O custo contábil nada mais é 
do que a soma de todos os custos envolvidos em um processo 
produtivo, tanto os fixos (que não variam com a alteração do nível de 
produção) e os variáveis (que são alterados à medida que a produção 
varia). Nesse caso, não existe nenhuma relação com o conceito de 
escassez! O custo contábil apenas soma os custos fixo e variável. Dessa 
forma, a alternativa (A) é falsa. Apenas salientando, a noção de custos será 
vista quando analisarmos o agente econômico empresa ou firma, na aula 3. 
A letra (C), por sua vez, fala sobre o custo ambiental. Esse, por sua vez, 
está ligado, como o próprio nome diz, aos prejuízos causados ao meio 
ambiente. Ou seja, quando determinada empresa lança desejos nos rios, 
temos um caso de custo ambiental. Normalmente, os custos ambientais são 
vistos na parte de externalidades, que veremos, na aula 05, como uma falha 
de mercado. Como o conceito de custo ambiental não tem ligações com 
escassez, logo, a alternativa é falsa. 
Por fim, a assertiva (D) fala sobre o custo histórico. Bem, para ser sincera, 
nunca ouvi falar nesse tipo de custo. Procurei também na literatura básica 
de economia, e até na mais avançada, e ninguém falou sobre esse danado 
desse custo histórico. Então, acredito que ele nem exista! A banca colocou 
na prova apenas para apresentar uma “pegadinha” e deixar você com 
dúvidas. 
GABARITO: Alternativa B 
Exercício 6 
(Economia, STM, 2011, Analista Judiciário, CESPE) A respeito dos 
conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes. 
Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se 
dispõem a pagar mais caro por bens e serviços entregues em 
domicílio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-
se um comportamento que reflete o fato de que esses 
indivíduos se confrontam com um custo de oportunidade do 
tempo mais baixo. 
Para responder essa pergunta, ou ainda, antes de responder essa questão, 
eu te faço uma pergunta: 
Você acha que a Madonna faz faxina na casa dela? 
Você possivelmente respondeu: Não, porque ela é rica! 
 
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De fato, ela é rica (acredito que ninguém duvida disso), mas não é essa a 
justificativa econômica que eu estou procurando. 
Veja, o que explica a razão da Madonna não fazer faxina ou quaisquer 
serviços do lar não é o fato de ser rica ou não, mas, apenas, o custo de 
oportunidade! Ora, o tempo que ela gasta fazendo faxina, ela poderia, por 
exemplo, estar dando uma entrevista e ganhando muuuiito mais do que ela 
economizaria não pagando a diarista. 
Vamos a um exemplo: 
Imagine que, ela pague, por uma hora de limpeza doméstica, 
aproximadamente US$ 50,00. Imagine ainda que com essa mesma hora ela 
possa ela possa dar uma entrevista e faturar US$ 50.000,00. Nesse caso, o 
custo de oportunidade da Madonna quando ela decide organizar a casa é de 
US$ 50.000! Ou seja, ela deixou de ganhar 50.000 pilas (já diriam os 
amigos gaúchos), para economizar US$ 50,00! Não parece nada razoável, 
não é? 
Nesse caso, quanto maior for o valor da hora de uma determinada pessoa 
quando ela faz aquilo que tem maior conhecimento, maior é o custo de 
oportunidade dessa pessoa quando ela opta por fazer outras atividades! 
Vamos conversar ainda um pouco mais sobre o mundo das celebridades: 
Recentemente, fizeram uma pesquisa para saber se caso Bill Gates 
encontrasse uma nota de US$ 100,00 no chão, se valeria ou não a pena 
pegar esse dinheiro! Sabe o que se observou com essa pesquisa? Que se o 
Bill Gates se abaixar e pegar essa grana, ele vai deixar de ganhar muito 
mais do que o que ele acabou de recolher na rua! Ou seja, para o Bill, é 
preferível que ele continue caminhando a pegar o dinheiro! 
Custo de oportunidade, meus queridos! 
Depois dessas estorinhas ficou fácil responder a questão, não é? 
Para responder essa questão, é simples: Quanto mais qualificada for a 
pessoa, maior será o seu custo de oportunidade. Na questão, é afirmado 
exatamente o contrário! Então, pode marcar aí, ela é falsa! 
GABARITO: FALSO 
Exercício 7 
(BASA, Economista STM, 2010, CESPE) Considere que o estado do 
Pará pode produzir, em um ano, 200 milhões de sacas de castanha-
do-pará ou 600 milhões de sacas de açaí, ou uma combinação desses 
dois produtos. O estado do Maranhão pode produzir 200 milhões de 
sacas de castanha-do-pará ou 200 milhões de sacas de açaí , ou uma 
 
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combinação desses dois produtos. A partir dessas informações, 
julgue os itens que se seguem. 
Os custos de oportunidade da produção de uma saca de 
castanha-do-pará para os estados do Pará e Maranhão serão, 
respectivamente, iguais a 1/3 de saca de açaí. 
 
A nossa última questão é, possivelmente, a mais complicadinha. Mas, não 
criemos pânico! Vamos resolver juntos porque se cair na prova, você já 
sabe! 
Vamos por partes, primeiro, vamos compreender os custos de oportunidade 
marcados acima através de uma tabela para facilitar as nossas vidas! 
Produto 
Quantidade (milhões de saca) 
Pará Maranhão 
Castanha-do-Pará 200 200 
Açaí 600 200 
Compreendidas as informações, vamos à assertiva: 
Ela pede os custos de oportunidade para os dois estados quando da 
produção da castanha-do-Pará! 
Vamos ver, primeiro,para o estado do Pará. Para essa UF, cada vez que se 
produz uma saca de castanha-do-Pará, deixam de ser produzidas 3 sacas de 
açaí. Assim, fazendo uma razão, temos o seguinte: 
1 saca de castanha / 3 sacas de açaí. 
Nesse caso, de fato, a razão é de 1/3. 
Para o caso do Maranhão, contudo, podemos ver que essa razão não é 
válida, já que para cada saca produzida de castanha, deixa-se de produzir 1 
saca de açaí. Nesse caso, a razão é de 1! 
Ou seja, a alternativa está incorreta! Na verdade, como acabamos de ver, as 
razões que medem o custo de oportunidade serão de 1/3 e 1 para os 
estados do Pará e Maranhão, respectivamente. 
 
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GABARITO: FALSA 
Com essa questão, finalizamos a parte mais introdutória de economia! 
2. Entendendo o funcionamento de uma economia 
2.1. O fluxo circular da riqueza 
No concurso para Agente da Polícia Federal, agora com edital novo, fica 
bastante clara a necessidade de compreender as interações entre os agentes 
econômicos a fim de melhor compreender as intervenções governamentais. 
Embora não seja pedida diretamente a compreensão gráfica do que ocorre 
em uma economia, uma vez entendida a direção e o que ocorre em cada 
mercado, você não terá problemas para verificar o que acontece em toda a 
economia e poderá analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva da 
questão está correta. Por isso, essa parte da nossa aula será destinada a sua 
compreensão mais geral do que estudaremos ao longo das nossas cinco 
aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei menção diversas 
vezes ao longo de todas as nossas aulas para que fique bem reforçado e 
para que você possa ter uma visão ampliada, ok? 
Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber o 
que é um modelo: um modelo é como um mapa; ele ilustra a relação entre 
as coisas. Assim como um mapa não mostra todos os detalhes da paisagem, 
omitindo árvores, e pontos menos relevantes, o modelo simples não poderá 
mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econômico4. 
Contudo, assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, o 
modelo simples desenvolvido nessa parte permitirá ter uma compreensão 
melhor das relações econômicas. 
Para saber o que acontece em um sistema econômico, é preciso, antes de 
qualquer coisa, compreender quais são os agentes econômicos que atuam 
nesse sistema. Um agente econômico, como já vimos, é uma pessoa ou 
entidade que toma decisões econômicas. Em uma economia simplificada, 
dizemos que existem quatro agentes econômicos: as famílias (que buscam 
maximizar o nível de satisfação através de um processo de otimização), as 
firmas ou empresas (que buscam maximizar os lucros também através de 
um processo de otimização), o governo (que busca maximizar o bem-estar 
social) e o resto do mundo (uma representação dos três agentes citados 
que não estão dentro do território em análise). 
Esses quatro agentes interagem em espaços chamados mercados. Assim, 
apenas reforçando, um mercado é um local, físico ou não, no qual agentes 
 
4
 Sistemas Econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são 
levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de 
mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as 
formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes. 
 
 
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econômicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por 
outros bens. Em uma economia, existirão três mercados-chave: bens e 
serviços (onde são comercializados os bens destinados ao consumo final), 
Fatores Produtivos (onde são comercializados fatores necessários à 
produção, como trabalho, terra e capital) e ativos financeiros. 
 
Em uma economia, os quatro agentes (famílias, 
empresas, governos e resto do mundo) interagem 
em três mercados: bens e serviços, fatores 
produtivos e ativos financeiros. 
Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma 
economia mais simplificada: uma situação em que só existem dois agentes: 
famílias e empresas (economia fechada – não há comunicação com o 
resto do mundo – e sem governo); e apenas dois mercados: bens e 
serviços e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, 
denominada de fluxo circular da riqueza. 
 
Figura 1: Fluxo econômico para o caso de uma economia fechada e sem 
governo. 
 
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De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famílias são 
proprietárias de fatores de produção (terra, capital e trabalho) e os 
fornecem às firmas, através do mercado dos fatores de produção. As 
firmas combinam os fatores de produção e produzem bens e serviços, que 
são fornecidos às famílias por meio do mercado de bens e serviços. Essas 
são as transações formam os fluxos reais, descrito na figura em vermelho. 
Assim, as firmas produzem bens e serviços e os ofertam no mercado 
de bens e serviços. Esses produtos serão adquiridos pelas famílias que, 
para poder pagar por esses bens, precisam ofertar seus fatores às 
empresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que são de propriedade das 
famílias, serão utilizados pelas empresas para produzir bens e serviços que 
serão consumidos pelas famílias.... Seguindo um fluxo indefinido que se 
retroalimenta. 
Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetário. Os 
fluxos reais possuem uma contrapartida monetária, ou seja, são efetuados 
pagamentos na moeda corrente: as firmas remuneram as famílias quando 
adquirem os fatores de produção, e as famílias pagam as firmas pelo 
consumo dos bens e serviços produzidos. Essas operações compõem o fluxo 
monetário. Percebe-se que toda renda dos agentes se deve a alguma 
contribuição sua no processo produtivo. Por isso, o fluxo econômico também 
é denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetário é 
representado em azul na figura. 
Logicamente, você percebe que esse modelo não condiz com a nossa 
complexa realidade, mas ele cai na prova, viu (veremos como, nos 
exercícios)?! Não é comum encontrarmos economias fechadas, sem o 
contato com o resto do mundo, e é ainda mais improvável encontrar uma 
economia sem governo. Por isso, embora bastante simplificado, o fluxo 
acima descrito não se reporta a uma realidade factível. 
Observando isso, começaremos a tornar o nosso modelinho mais completo. 
Começando, adicionaremos o agente GOVERNO na análise. Nessa 
economia, conforme você observa na figura 2, o governo não se 
comunica diretamente com as empresas. O único contato que o agente 
governo estabelece é com o outro agente, família. Esse fato deve ser 
levado em consideração, pois, o governo deseja maximizar, entre 
outras coisas, o bem estar social. 
Para atingir a esse objetivo, o governo deve tirar recursos das 
famílias ricas (através dos impostos) e destinar às pobres (através 
das transferências governamentais), sendo desnecessário o contato 
direto com as empresas. 
Além de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economia 
através das compras governamentais debens e serviços realizadas 
 
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no mercado de bens e serviços. Note que, nessa economia, o governo 
não atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula 
01). 
Uma coisa que você poderá notar posteriormente, é que a única forma que o 
governo tem de se “comunicar” com as empresas é através do mercado de 
bens e serviços. Como, nessa economia hipotética, o governo não atua no 
mercado de fatores, poderá fazer essa ligação com as firmas através da 
imposição de impostos sobre os bens (não sobre os rendimentos auferidos 
pelas empresas) ou ainda impondo preços máximos ou mínimos, além de 
tarifas e subsídios. Um último ponto que se pode considera a respeito da 
existência do governo e de seu contato com as empresas, diz respeito às 
compras governamentais, pois o governo também compra! Ele adquire os 
bens e serviços providos pelas empresas quando deseja realizar uma obra 
pública, por exemplo. Tudo isso pode ser visto na figura abaixo: 
 
Figura 2: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com 
governo 
 
Agora, a nossa economia começa a ficar um pouco mais alinhada com o que 
acontece nos sistemas econômicos mais complexos. 
Veja que, só com esses pontos iniciais, nós já começamos a compreender 
melhor o Estado e suas funções econômicas governamentais (redução da 
desigualdade de renda) assim como a atuação do governo na economia 
(através de impostos, transferências e compras governamentais). 
Logicamente, como foi dito anteriormente, essa é uma versão bastante 
 
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introdutória, nada muito complexo. Na aula que vem, vamos entrar fundo 
nesses conceitos. 
Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto do 
mundo na nossa economia, até porque a maioria esmagadora dos países se 
comunica com outros países. E como o resto do mundo se comunica 
com a nossa economia? Através do mercado de bens e serviços, 
comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outras 
nacionalidades. Assim, quando o resto do mundo adquire nossas 
mercadorias no mercado de bens e serviços, estamos exportando e quando 
o resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e serviços, 
estamos importando. A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundo 
na economia. 
 
Figura 3: Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta 
Até agora, observamos que os quatro agentes se encontram, 
simultaneamente, apenas no mercado de bens e serviços. Cabendo ao 
mercado de fatores a interação entre empresas e famílias, apenas. 
O modelo até aqui formulado é bastante complexo, mas não mostra a 
totalidade das relações existentes entre os agentes. Isso porque até agora 
desconsideramos a existência de um mercado vital no sistema econômico: o 
 
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mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como no mercado 
de bens e serviços, o mercado financeiro também conta com a presença 
simultânea dos quatro agentes econômicos: as famílias atuam nesse 
mercado enviando a parte da renda não consumida (a poupança privada), as 
empresas operam no mercado através da tomada de empréstimos para 
investimentos e a posterior emissão de títulos da dívida e emissão de ações, 
enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quando 
conceder empréstimos ao sistema financeiro nacional. O fluxo circular da 
riqueza expandido é mostrado na figura 4. 
 
Figura 4: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com 
governo 
O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia: 
famílias, firmas, governos e resto do mundo, através dos três tipos de 
mercados: os fundos fluem das firmas para as famílias na forma de salários 
(remuneração do fator produtivo trabalho), juros (remuneração do fator 
produtivo capital), e aluguéis (remuneração do fator produtivo terra), 
 
5
 O Mercado Financeiro é formado por quatro segmentos de mercado: 
1. Mercado de Crédito: destinado, prioritariamente a fornecer recursos financeiros para as 
famílias; 
2. Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, a emissão de crédito para capital de 
giro das empresas; 
3. Mercado Monetário: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer política monetária; 
4. Mercado Cambial: utilizado para a conversão entre a moeda nacional e as demais moedas 
estrangeiras. 
 
 
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através do mercado de fatores. Depois de pagar os impostos ao governo e 
receber do governo as transferências, a família aloca a renda restante, ou 
seja, a renda disponível, entre poupança privada e gastos com o consumo. 
Através dos mercados financeiros, a poupança privada e os fundos do resto 
do mundo são canalizados para gastos de investimentos das firmas, tomada 
de empréstimo pelo governo, tomada e concessão de crédito de estrangeiros 
e transações de estrangeiros com ações. Além disso, os fundos fluem do 
governo e das famílias para as firmas, para pagar pela compra de bens e 
serviços. Finalmente, exportações para o resto do mundo geram um fluxo de 
fundos que entra na economia e as importações levam a um fluxo de fundos 
que sai da economia. 
Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e serviços, os 
gastos de investimentos pelas firmas, as compras governamentais de bens e 
serviços e as exportações e, em seguida subtrai-se o valor das importações, 
o fluxo total de riqueza representado por esse gasto é o gasto total com 
bens e serviços produzidos em um país, uma variável muito importante para 
uma economia, conforme veremos adiante. De modo equivalente, esse é o 
valor de todos os bens e serviços produzidos no país, isto é, o Produto 
Interno Bruto (PIB) da economia. 
É claro que isso aqui está, de fato, extremamente simplicado, mas, como eu 
já tinha dito, isso faz parte da noção de modelo enquanto simplificação. Mas, 
disso tudo o que é que, de fato, nos interessa em um primeiro estágio? 
É interessante que você saiba que, no mercado de bens e serviços não 
existe apenas um tipo de mercado, mas ALGUMAS estruturas. São elas: 
Concorrência Perfeita, Concorrência Monopolística, Oligopólio e 
Monopólio. Existem ainda outras, como o oligopsônio e o monopsônio, 
mas elas nunca caem na prova. Há, ainda, o mercado contestável, mas 
nós vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos ao mercado 
em concorrência perfeita. Além disso, é interessante que você compreenda 
como os consumidores e empresas atuam no mercado de bens e serviços e 
como o governo pode influenciar esse mercado. Por fim, é importante que 
você note que esses mercados podem ter falhas e que, quando essas falhas 
acontecem, cabe ao governo fazer intervenções através de um processo 
regulatório! 
Viu como está tudo conectado desde o início?  
 
Exercício 8 
(Analista Judiciário – Economia - STM, 2010) A respeito dos 
conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes. 
 
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