Buscar

RELAÇÕES INTERNACIONAIS: PRINCÍPIOS TEÓRICOS E PROCESSOS HISTÓRICOS (resumo)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Segundo Bimestre.
AULA 10 - Organizações Intergovernamentais e as Forças Transnacionais.
Organizações internacionais ou intergovernamentais são organizações porque são instituições, ou seja, não é uma estrutura abstrata/conceitual, ela é institucionalizada. Existem vários componentes que não dependem da instituição, por exemplo: o sistema internacional é um sistema que tem normas, regras, dinâmicas próprias, formas de conduta, mas não é um sistema institucionalizado em termos materiais.
Instituições ou organizações internacionais/intergovernamentais: são instituições, não estamos falando de alianças quaisquer, estamos falando de organizações institucionalizadas, ou seja, possui um corpo de normas, de funcionamentos, de acordos, possui uma estrutura autônoma com cargos, espaço físico, sede, funcionários etc. O que as torna intergovernamentais é o fato de não terem autonomia perante o governo. São organizações com representações governamentais. Exemplo: ONU, possui um espaço para representação de governos.
Organização não-governamental não tem relação com o governo, não representa Estados. Exemplo: Greenpeace, não é uma organização onde os Estados estão representados.
Existem organizações intergovernamentais que embora sejam organizações onde Estados são representados, ainda assim ganham uma certa dinamicidade e autonomia como ator. Há aqueles que reconhecerão que as organizações embora sejam representações de Estados, elas se tornaram atores autônomos de alguma forma no sistema internacional que não os Estados. Um ator que esteja lado a lado, ou acima ou abaixo, que seja dentro de uma hierarquia. Há um debate imenso das organizações intergovernamentais enquanto atores.
Além dos Estados, existe as organizações internacionais enquanto atores e as organizações não-governamentais (ONGs).
Organizações não-governamentais também atuam internacionalmente, mas não são representantes e não estão vinculadas diretamente aos Estados (empresas transnacionais, podem atuar com o governo, mas também de forma autônoma. Exemplo: Odebrecht). São ONGs e também empresas, organizações não reconhecidas como ISIS, crime internacional como um todo, terrorismo, tráfico de armas, organizações não reconhecidas embora sejam organizações que atuam internacionalmente/transaccionalmente.
Transnacional (atravessa fronteiras) são organizações que por não estarem vinculadas a governos especificamente, atuam através dos Estados sem que as divisões territoriais e de fronteiras façam sentido para explicar a atuação desses atores. Quando se fala de crime transnacional, fala-se de crime que acontece entre vários países e que tem uma estrutura que depende de vários países e que esse crime atravessa fronteiras sem o menor controle ou dependências governamentais. Exemplo: a arma que é produzida no brasil atravessa fronteira para ser vendida no Paraguai, não dependeu do Estado.
Organizações intergovernamentais: organizações entre governos, pensadas por governos, estruturadas como representações de governos.
Organizações não-governamentais: transnacionais (empresas privadas, organizações criminais, organizações terroristas, ONGs). Caracteriza a presença dela naquele país, mas não é uma organização única. Não são atores presentes na ONU para negociação.
As organizações intergovernamentais (exemplo: FMI, UE, Mercosul) existem para instituir uma ordem no sistema anárquico. Usada para resolver questões em que o Estado não pode resolver sozinho (exemplo: tráfico de cocaína, é necessário que os países envolvidos se articulem para que o tráfico acabe, um país sozinho não consegue combater). Não há como definir o que rege a relação entre os Estados.
As organizações intergovernamentais sempre existiram em diferentes formas de articulação entre governos. Há varias teorias para a criação dessas organizações.
A forma como reconhecemos hoje a ONU é uma forma bastante recente, novo.
Teorias federalistas (Rousseau): projeto para uma paz perpétua.
Haviam vários pensadores muito antes da criação dessas organizações que pensavam numa forma (motivação) de atenuar ou acabar com as guerras. A forma reconhecida para isto era um debate bastante parecido com aquele da filosofia política sobre a formação do Estado, ou seja, se a formação do Estado atenuou o conflito entre os indivíduos. Ou seja, na medida em que os indivíduos abriram mão da sua soberania e cederam parte dela a uma organização, que é o Estado, para controlar a relação entre aquelas partes, o mesmo poderia acontecer no sistema internacional. Ou seja, se os Estados aceitassem ceder parte da sua soberania, ou de repente toda ela, para criar uma organização que regesse todas aquelas populações, talvez as guerras diminuiriam ou seriam evitadas. Aqui nesse tempo estamos falando da Europa, como acabar com a guerra na Europa, ou seja, a solução poderia ser um governo europeu que uniria todos esses Estados ou no mínimo, uma organização federalista que estivesse a cima do Estado.
Um exemplo de federalismo é a guerra civil americana. Federalismo hoje seria os EUA. Estados relativamente autônomos (pensando na guerra civil) e com um governo que controlava todos aqueles Estados. Se pensava algo parecido com o que se fala de teoria federalista, se pensava algo parecido em relação a Europa, que aqueles Estados até então soberanos cedessem parte da sua soberania ou talvez toda ela para uma organização que estivesse a cima desses Estados enquanto uma solução para a paz.
Teorias funcionalistas: também pensavam em como evitar as guerras, também pensava em soluções e sentido, mas não acreditavam que seria viável ou a melhor forma de concretizar esse projeto de criar um governo acima dos Estados, que não seria prático. Ou seja, as organizações soberanas não cederiam a sua soberania a nenhum tipo de organização que estivesse acima delas. Por que chama funcionalista? Porque basicamente, o que eles presavam era que cooperação em termos técnicos e onde houvesse interesse comum entre as partes, fosse incentivado entre os Estados. Segundo os pensadores, o tipo de entrelaçamento que vai se criando entre temas de interesse comum vão ganhando uma concretude, uma densidade, de uma forma em que a referência ao Estado enquanto lugar para solucionar os problemas vai se perdendo, vai se passando para outras organizações. Se a referência para resolução de problemas era apenas o Estado, na medida em que esses Estados começam a se articular em temas de interesse comum (cooperações técnicas, cooperações de comércio, cooperação na área de telecomunicações, etc) a referência vai mudando. A referência de solução de problemas não é apenas o Estado, mas vai criando relações de interdependência entre as partes e que vai tornando possível em algum momento que questões mais sensíveis como política ou questões militares, sejam possíveis de serem tratadas multilateralmente.
Há espaços e há temas que são bens coletivos, como por exemplo, o meio ambiente. Não depende só de um país. Há problemas de bens coletivos que faz com que os Estados precisem cooperar, é um meio de acharem soluções para que medidas individualistas e maléficas por todos, ou seja, se cada um agir individualmente pode ser que chegue à um resultado muito ruim para o coletivo, e esse reconhecimento faz com que os Estados pensem em soluções de atuarem em conjunto. Ou seja, não se opõe exatamente às outras teorias, ele só parte de um raciocínio diferente.
As medidas econômicas são importantes aos federalistas pois é muito mais fácil eu cooperar com outro país em termos de comércio, eu quero comprar e você quer vender, então vamos facilitar essa relação, do que eu falar “vamos unir as nossas industrias de defesa? Vamos fazer um exército que vai cooperar, ou seja, um vai ajudar o outro? Vamos abrir as nossas fronteiras?” são questões muito mais sensíveis de segurança, soberania, político, balanço de poder. Essas questões são muito mais difíceis de chegarem em um meio de acordo nesses países. O que os funcionalistas dizem é que se deve começar por questões técnicasque não há grandes choques de interesse, aquelas questões em que há interesses comuns (exemplo: comércio) e na medida em que essas relações vão se adensando, que esses governos vão se alinhando em várias dessas questões, vai permitindo que as relações vão evoluindo.
Exemplo que seguiu uma linha de raciocínio: União Europeia, todo mundo precisava de uma relação para facilitar o comércio, e essas relações foram evoluindo até chegarem a questões supersensíveis.
Papel das organizações intergovernamentais no sistema internacional: auxiliam na decisão de disputas (acima de tudo é um espaço de negociação em que os representantes dos Estados têm oportunidades de sentar à mesa e negociar, e eventualmente tem uma terceira parte e uma quarta parte que vai ajudar na negociação e que vai mediar essa relação), coleta de informação, regimes internacionais (reconhecimento de interesses comuns entre as partes e a criação de normas internacionais: são mecanismos de homogeneização de normas de conduta.), realizam atividades operacionais (fiscalização, criação de projetos políticos), e criam o habito de cooperação (laços entre as partes).
Ponto de vista para os Estados: instrumento de política externa (se utiliza desses polos multilaterais para exercer a política externa, ou seja, cooperar e atingir os seus interesses nacionais, se relacionar com os Estados), informações disponíveis (organizações criam informações que para os Estados são informações importantes disponíveis), capacidade de punir outros Estados (na medida em que você cria normas comuns a vários Estados, você cria também mecanismos de fiscalizações que faz com que as organizações tenham alguma força conjunta de premiar aqueles que respeitam e punir aqueles que não respeitam os termos, seja por pressão diplomática, seja por corte de acordos comerciais, por retaliação, sanções econômicas), identificar parceiros de custos políticos e financeiros (Estados se articulam para que cheguem em uma conduta comum), legitimar a política externa (legitimar suas práticas de governo).
ONU: foi criada no contexto pós-guerra com o objetivo de os Estados não entrarem em guerra.
Foi criada basicamente com três princípios: igualdade de soberania entre os Estados (reafirmação do princípio westfaliano, ou seja, os Estados são formalmente iguais e soberanos naquele território sobre aquela população determinada), somente problemas internacionais estão dentro da jurisdição da ONU (questões de segurança de guerra e paz, comércio), preocupação primária com a paz e a segurança internacional.
Mudanças: foi criada como uma organização que abrangia 51 Estados e hoje são 193 países (processo de descolonização fez com que os novos Estados fossem reconhecidos). O novos Estados fazerem parte da organização significava que nomes problemas, novas questões passariam a fazer parte da organização. Várias questões passaram a ser vistas como questões de responsabilidade internacional (doenças, guerra civil, etc) pois existia um sentido de controle das colônias, apesar da questão de independência. Cada membro tem poder de veto no contexto de segurança.
O conselho de segurança foi uma tentativa de suprir o fracasso da liga das nações (menos membros e partia da ideia de segurança coletiva, ou seja, se um Estado burlasse as normas da liga das nações e rompesse com a paz estabelecida, a ideia é que todos os outros se uniriam contra esse Estado, mas não aconteceu na prática e a liga das nações não teve força para impedir a segunda guerra mundial). As nações unidas tentaram ser um projeto menos idealista, e por isso reconhecer que existe uma relação de forças e que não dá para depender de 51 Estados para concordar com a retaliação de um Estado.
 Uma visão mais ampliada da segurança é uma visão de que a segurança internacional não diz respeito apenas as guerras formais (aquecimento global como ameaça internacional, terrorismo como ameaça internacional, crime enquanto ameaça internacional), vários temas passarão a ser enxergados como questão de segurança internacional e nessa medida as intervenções internacionais também vão se tornando mais complexas. Elas não lidam apenas com cessar fogo em uma guerra.
Paz negativa: não há guerra, portanto, estamos em paz.
Paz positiva: noção de paz diz respeito além de estar em guerra ou não, mas diz respeito à pobreza, crime, questão ambiental, desenvolvimento, etc.
Assembleia geral: os 193 países estão representados, há várias reuniões e pautas.
Conselho de segurança: autorizam questões de paz ou intervenções internacionais diretas. Exemplo: EUA podem atacar o Afeganistão porque o conselho de segurança aprovou internacionalmente essa questão.
Secretariado: figura do secretário geral da ONU, dentro desse secretariado há figuras especificas, uma burocracia enorme que estabelece, por exemplo, a agenda de discussão da assembleia geral, estabelece os temas, questões da ONU, etc.
Manutenção da Paz: foi a primeira finalidade de criação da ONU, que é antes de tudo, prevenção por meio da diplomacia e mediação. Tem como finalidade a manutenção da paz enquanto fórum de negociação, ou seja, estabeleceu um espaço onde os interessados podem sentar à mesa e negociar antes de tomar decisões drásticas. Faz com que os países se alinhem e tenham objetivos comuns. Na medida em que não foi possível prevenir o conflito, a ONU tem medidas de contenção de conflito entre duas partes por meio de forças militares de uma terceira parte. A ONU também intervém em paz negativa a fim de causar uma paz positiva. A questão da manutenção de paz não consiste somente em acabar com as guerras, e sim de tornar a paz sustentável.
AULA 11 (11/05/2017) - Cooperação e Conflito como Processos Coexistentes no Sistema Internacional.
Que tipo de interesses estavam em jogo para o Reino Unido sair da União Europeia? 
política instável. 
O voto pela saída não eram das grandes cidades, então cidades globais têm uma relação diferente com os imigrantes e como eles se relacionam. Como aconteceu com o Trump, que teve mais votos nas cidades do interior, não das grandes cidades globais. 
O que eu achei interessante é que em ambos os casos a análise em geral vinha como se fosse o que resultou foi decisões individuais, de pessoas preocupadas com os benefícios dos imigrantes, discurso xenófobo. E isso importante, claramente fizeram as pessoas saírem de casa pra votar. Agora exigiam questões econômicas importantes gerando esse sentimento nas pessoas, eu acho que isso é marcante em vários casos. No acordo de paz da Colombia, votação do Brexit no Reino Unido, voltarão ao Trump nos EUA. Embora pareça uma situação individual e particular de um cara xenófobo votar em expressão de um sentimento em raça, esses sentimento foram mobilizados, acho importante ter clareza nisso. Tinham muitas empresas, por exemplo, setores econômicos que vão começar a aparecer daqui a pouco para entendermos quem são essas forças, que por exemplo estão bancando essa campanha. Vários representantes industriais entrando em cadeiras do governo… Essas coisas sinalizam que não é simplesmente um cara do meio oeste, xenófobo que sem conhecimento algum, pega e vota, alguém mobilizou o sentimento dessas pessoas para que gerasse esse resultado. Então acho interessante como no caso do Brexit aconteceu a mesma coisa. Muitas empresas apoiando o Brexit, quem são essas empresas? Empresas globais importantes, mas que de alguma forma se sentiam ameaças. Mais o sentimento latente da sociedade. 
A União Europeia está colocada em xeque? 
A maior opinião diz que não. Ela irá perder força, mas é pouca as chances de outros países saírem. 
TEXTO:
O próprio título do livro “Cooperação e Conflito nas Relações Internacionais” retomando um pouco umas discussões que tivemos já teve, Merle discutia como se estrutura o Sistema Internacional, e como se discutia estrutura e concluía que a estrutura é anárquica, ele trazia hipóteses do que resulta o funcionamento dessa estrutura. Vamos discutir hoje exatamente isso, ou seja, essa estrutura tem como resultadoque tipo de comportamento? Quais são as regras de conduta desse sistema? Como os Estados e os atores internacionais em geral se comportam dentro dessa estrutura que o Sistema Internacional Anárquico. 
E aí essas duas discussões cooperação e conflito, como os Estados se relacionam, de forma cooperativa ou de forma conflituosa dentro desse sistema? 
Esse é o tema de hoje, e depois vamos debater se a ascensão da China tem como resultado possivelmente uma relação cooperativa ou conflituosa com os EUA que é hoje, a grande potência internacional. 
O autor discute basicamente, quais são os elementos de permanência e mudança na política internacional e nesse sentido ele traz uma discussão desde lá da guerra do Peloponeso, de dizer que a relação entre os Estados independente do tipo de Estado, contexto histórico, da natureza de como eles funcionam tem elementos de permanência, que marcam as relações em entre as unidades soberanas. E também elementos de mudança que dizem respeito justamente aos contextos, tecnologia, os regimes internacionais, a forma como o Estado lida com as crises econômicas, tudo isso já foi discutido como elemento de mudança, mas apesar disso tem um elemento por trás, central, que são de permanência, o que vocês vão estudar 
é qual é o elemento de permanência, ou seja, o que marca a relação entre os Estados e faz ela ter uma certa dinâmica, um certo modo de funcionamento, regras de jogo, ainda que não sejam explícitas, o que influencia as relações entre os Estados diferente das relações sociais? Quais são as regras do jogo dessas relações? 
E aí o autor discute como se estrutura o esquema internacional ele apresenta 3 tipos de sistema. 
Isso tínhamos visto principalmente no texto do Watson, e o autor retoma com alguns exemplos esses tipos de sistema. 
O sistema Imperial. 
Eram isolados, não tinham convivio com outros impérios. Impérios regionais, ou seja, o sentido de globo que temos hoje… O sistema global fechado, não tem mais como se expandir era diferente desses modelos imperiais que eram impérios regionais, o alcance de comunicação que se tinha nesses impérios já era bastante restrito, tinha esse sentido de que toda a área conhecida ali era dominada por um império. 
O sistema Feudal.
Não estavam unidas pela nacionalidade, ou pelo território dividido, elas estavam unidas ao senhor e suas obrigações e elas poderiam ser tiradas daquela terra e ser realocado e não ter essa noção de mudança territorial “Eu era inglês, agora sou francês…” . As lealdades não eram atreladas a territórios, como é hoje. Já discutido isso no texto do Watson, que marcou a paz de Vestfália. 
O sistema Anárquico.
Os Estados agora soberanos e nunca com uma autoridade máxima acima deles para reger as relações internacionais. Por isso existe essa Anarquia.
O que eu acho marcante é comparar o sistema anárquico do qual conhecemos hoje, com a relação entre Esparta e Atenas. Então, a ideia é que existiu anteriormente relações entre Estados soberanos que refletiram de alguma forma aquilo que existe hoje. É isso que o autor discute com o Peloponeso e em Tucidides (nessa época, viveu conflito de Esparta e Atenas, o cara escreveu nessa época, até hoje é lido e é pai das teorias realistas de relações internacionais. Os estudos de defesa, estratégia em guerra, principalmente em guerras estatais se baseiam ou citam Tucidides de alguma forma, ele continua sendo uma importância referência, como se lê em Maquiavel por exemplo). 
A partir da constatação e de uma concordância mínima que existe entre alguns teóricos que o sistema internacional se trata de um sistema anárquico, disso decorrem várias opiniões divergentes de que essa anarquia resulta. E os grandes pais da filosofia política, que deram o ponta pé inicial para que os teóricos de relações internacionais se baseassem, foram Hobbes (natureza dos Estados, natureza humana como uma natureza conflitiva, ou seja, quando não tem ninguém para regular a relação entre os homens eles vai lutar pela sua sobrevivência e por isso, agir de forma egoísta, nessa medida, ele gera violência com outros indivíduos que irão agir da mesma forma, e aí a tal da guerra de todos contra todos. E nisso decorre a solução do Leviatã que seria o Estado como organização que de alguma forma o indivíduo sede parte de sua soberania para esse Leviatã que vai regular a relação entre esses indivíduos, resultando em um estado de ordem). A partir dessa discussão da natureza humana e de como ela é conflitiva num sistema de anarquia, ou seja, num sistema que não haja um Estado, que não haja um Leviatã, os realistas usaram essa mesma linha de raciocínio para pensar o sistema internacional. Então os Estados como se fossem esses indivíduos e organizados de maneira internacional que não tem o Leviatã que vai tomar conta das relações e garantir a sobrevivência desses Estados. Isso significa que os Estados terão que cuidar de sua própria sobrevivência e para isso agir de forma egoísta. Logo, a lógica “O homem lobo do Homem” no sistema internacional. A anarquia resulta em insegurança, força e luta pela sobrevivência, sendo assim, um sistema inseguro e conflituoso. Nisso decorreu uma linha teórica que é a realista nas relações internacionais. 
E John Locke, pai de outra linha teórica. Ele discute a possibilidade das pessoas estabelecerem laços e contratos que amenizam a violência da soberania. Então de alguma forma ele não parte de uma visão tão pessimista da natureza humana e tão violenta desse Leviatã, mas reconhecem a possibilidade das pessoas estabelecerem esses laços e contratos amenizando a violência dessa soberania. O mesmo raciocínio para as Relações Internacionais, ou seja, mesmo que o sistema internacional seja anárquico, existe a possibilidade que essas partes, os Estados, estabeleçam esses contratos entre si que amenizem a violência e a natureza conflitiva dessas relações. Linha teórica liberal. 
Então de forma bastante generalizada, os realistas têm uma visão mais pessimista da possibilidade de cooperação e os liberais uma visão mais otimista que vê possibilidade de cooperação entre os Estados. 
De que fonte os teóricos beberam pra chegarem nessa discussão. 
*contrato social, filosofia política parte de uma ideia contratualista, num momento específico os indivíduos tivessem estabelecido um contrato com o Estado. 
Escola Realista:
Por que se chama realismo?
Na arte, literatura, baseados não na utopia, em teorias abstratas, fugir do ideal, mas sim em teorias concretas. O pensamento realista nasceu enquanto um movimento de reação aquilo que, nas relações internacionais, se chama de pensamento utópico, que é viver a mudança otimista, aquele pensamento que acredita na alteração dessas relações conflitivas, sobretudo no fim das guerras, e de mudança nessa natureza violenta entre as relações dos Estados. 
Não discutir como o sistema internacional deveria ser, ou como todos querem que seja, mas sim como ele é. Sem levar em conta justiça e moral, mas como realmente funciona. 
23:01
Cooperação e Conflito como Processos Coexistentes no Sistema Internacional
 
Leitura Obrigatória: NYE, Joseph. Cooperação e Conflito nas Relações Internacionais. São Paulo: Gente, 2009. Capítulo 1: “Existe uma lógica permanente do conflito na política mundial?”
 
Melle discutia como funciona sistema internacional: como funciona a estrutura, a estrutura é anárquica.
 
Essa estrutura tem como resultado que tipo de comportamento? Quais Regras de conduta deste sistema? Como os estados e atores internacionais se comportam dentro desta estrutura que é o sistema internacional anárquico?
 
Cooperação ou conflito: como os Estados se relacionam? De forma cooperativa ou conflituosa dentro desse sistema?
 
O autor discute basicamente:
 
Qual é o elemento de permanência e de mudança na política internacional? E nesse sentido ele traz uma discussão desde a Guerra do Peloponeso, de dizer que o sistema de estados, a relação entre estados (independente do tipo de estado, do contexto histórico, da natureza decomo esses governos funcionam) tem elemento de permanência que marca as relações entre unidades soberanas entre os estados, e também tem elementos de mudança, que dizem respeitos exatamente aos contextos, a tecnologia, aos regimes internacionais, as crises econômicas… tudo que temos discutido aqui.
Mas, apesar disso, tem um elemento por trás central que é um elemento de permanência.
O que vamos estudar em Teoria das RI é tentar identificar qual é o elemento de permanência, ou seja, o que marca a relação entre os estados e o que faz ela ter uma certa dinâmica, um certo modo de funcionamento, quais são as regras de jogo ainda que não sejam explícitas, o que diferencia a relação entre os estados de outras relações sociais.
 
Como se estrutura o sistema internacional (três tipos de sistema): imperial, feudal e anárquico. 
 
Imperial (impérios regionais isolados): alcance de comunicação era bem restrito, mas sabia-se que toda área conhecida ali era dominada pelo império. Bem diferente do que temos hoje, que todo o sistema está ligado, não existe mais fora do sistema.
 
Feudal: pessoas não eram unidas por um território (nacionalidade – não tinham essa noção). Lealdade não eram atreladas ao território como temos hoje.
 
Anárquico: Estados soberanos mas não tem uma autoridade acima deles que rege o sistema internacional.
Comparar anárquico como conhecemos hoje com Esparta e Atenas – existiam anteriormente, ainda que em cidades-Estados e em contextos diferentes, relações entre estados soberanos que refletiam o que existe hoje. Nesse contexto que o autor discute a Guerra do Peloponeso.
Tucídides – escreveu e viveu o conflito Esparta e Atenas – é lido até hoje é importante referência - Pai das teorias realistas das RI.
A partir da constatação e da concordância que existe entre alguns teóricos que o sistema internacional se trata de um sistema anárquico disto decorre opiniões divergentes do que essa anarquia resulta.
 
Os grandes pais da filosofia política que deram o ponta pé inicial para que esses teóricos de RI basearem sua análise foram:
 
Para teoria realista: Thomas Hobbes – discutia a natureza humana do ponto de vista da formação do estado. Natureza humana é conflitiva, ou seja, a medida que não tem ninguém para regular a relação entre os homens, eles vão, antes de tudo lutar pela sua sobrevivência, é por isso que tem a frase “o homem é o lobo do homem”. Por lutar pela sua sobrevivência, ele age de forma egoísta e na medida que ele age de forma egoísta ele vai gerar violência com outros indivíduos que vai agir da mesma forma. Aí que é a tal da guerra de todos contra todos. E disso que decorre a solução do Leviatã - que seria o Estado, o estado enquanto uma organização, que de certa forma o indivíduo cede parte da sua soberania para esse Leviatã, que vai regular, ainda que de mãos duras, a relação entre esses indivíduos, que vão ceder suas soberanias para viver em um estado de ordem concedido por esse Leviatã.
 
A partir da discussão dessa natureza humana e de que ela é naturalmente conflitiva no sistema de anarquia, ou seja, em um sistema que não haja o estado, esse leviatã. Os analistas usaram essa mesma linha de raciocínio para pensar o sistema internacional. Então são os Estados como se fossem esses indivíduos, e os estados organizados em uma sociedade internacional que não tem o Leviatã, ou seja, não existe esse Leviatã que vai tomar conta dessa relação entre os estados e garantir a sobrevivência desses estados. Isso significa que os estados vão ter que cuidar de sua própria sobrevivência e para isso agir de forma egoísta. Usamos a mesma lógica para entender a relação entre os Estados.
 
A anarquia resulta em insegurança, força e luta pela sobrevivência. Na medida que não há um Leviatã que regula as relações, cada um vai agir de forma egoísta visando sua própria sobrevivência, portanto é um sistema inseguro e um sistema conflitivo.
 
Sistema que soma zero: quando um perde o outro ganha, não existe a possibilidade de dois ganharem porque cada um está lutando contra o outro para garantir a sua sobrevivência.
 
Disso decorreu uma linha teórica que tem vários traços e várias diferenças entre si, que a teoria realista.
 
Linha teórica: John Locke (foi o pai de outra linha teórica, o liberalismo) - Contrato social.
Ele discute a possibilidade de as pessoas estabelecerem laços e contratos que amenizam a violência da soberania. Então de alguma forma ele não parte de uma visão tão pessimista e violenta da natureza humana. Mesmo raciocínio para as relações internacionais, ou seja, mesmo que o sistema internacional seja anárquico, existe a possibilidade que essas partes, os Estados, estabeleçam esses contratos entre si que amenizem a violência e a natureza conflitiva dessas relações.
 
Ambos na filosofia política partem da ideia de contrato social. Como se em um momento zero os indivíduos tivessem estabelecido um contrato com o estado. Então, eu cedi minha soberania e estabeleci um contrato com esse Leviatã, o que é uma abstração, em nenhum momento quando você nasceu alguém te deu a possibilidade de assinar esse contrato. É uma abstração para entender porque a sociedade se organiza em volta de uma autoridade.
 
De forma mais generalizada:
 
Os realistas têm uma visão mais pessimista da possibilidade de cooperação e os liberais uma visão mais otimista e vê possibilidade de cooperação entre os Estados.
 
Esses dois são precursores filosóficos das teorias das relações internacionais.
 
Essas são as fontes que os teóricos das RI beberam para chegarem a essa discussão.
 
Realismo: nasceu como reação daquilo que se chama de pensamento utópico, de pensamento idealista.
Reagindo a quem vê a possibilidade de mudança de forma otimista, vê a possibilidade de paz entre estados e do fim das guerras: realistas não acreditam nisso.
O realista pega o objeto e mostra como ele é, o liberal mostra como ele deveria ser. Essa é principalmente a crítica realista. Os realistas dizem que fazem ciência a partir dos fatos, então eu não vou discutir como o sistema internacional deveria ser, eu vou discutir como o sistema internacional é.
 
Algumas correntes realistas respondem a essas críticas de serem utópicos. A importância de considerar atores é como esses atores, como a ONU, podem ser transformadores desse sistema anárquico e, portanto, amenizar essa natureza conflitiva na anarquia internacional. Portanto considerar outros atores como relevantes também é uma visão otimista. Dizer que os regimes da ONU vão amenizar a natureza egoísta dos estados, fazer com que eles cooperem. Por isso que a ONU foi criada, como forma de negociação, para fazer com que eles cooperem, acordem em normas comuns, fazer com que eles barrem impulsos violentos dos estados.
 
Os autores vão surgindo em reação um ao outro e aos eventos. Os realistas vão ter que aceitar que a ONU e a UE foram criadas, por exemplo.
 
A resposta dos realistas sobre a ONU: Ela nada mais é do que expressão das vontades dos Estados e das potências que guiam a ordem internacional, especialmente o conselho de segurança. Ela vai atender os interesses das grandes potências e se ela não atender, não vai servir para nada. Guerra do Iraque foi uma vitória dos realistas nesse sentido.
 
O conselho de segurança é quase que um projeto liberal reconhecendo a diferença de poder.
 
Liberal e realista são duas visões de como funciona o sistema internacional em disputa, que interpretam o sistema internacional de formas diferentes.
 
Realismo é uma tradição dominante nas relações internacionais, é o que é marcante e central nas relações entre os estados é o uso da força em decorrência da anarquia. Ou seja, o Estado precisa se proteger dos outros Estados e dos seus concorrentes e, para isso, ele vai recorrer à guerra e ele vai se armar para garantir que não seja destruído por outras potências.
 
O que chamamos de liberal em RI, não é o que chamamos de liberal em sociologia. Tantos os realistas, como os liberais de RI partem de visões liberaisda sociologia. Ou seja: Estado, livre mercado, propriedade privada e etc.
 
Liberais e realistas se diferem em torno do funcionamento e da capacidade de ordenamento ou não do sistema internacional.
Os realistas vão dizer que não é possível esse ordenamento nas RI, por mais que existam essas organizações, os Estados continuam sendo Estados soberanos e principais atores no sistema internacional e o sistema continua sendo anárquico. Os Estados vão continuar disputando segurança e poder e a marca das relações entre os Estados vai continuar sendo a guerra, as relações vão se dar a sobra da guerra.
 
Os liberais vão ter uma visão de que é possível estabelecer um ordenamento no sistema internacional, por meio de regimes internacionais, de organizações internacionais, de cooperação. É possível que esse sistema internacional se transforme. Acima de tudo, os liberais vêem a possibilidade de mudança, os realistas não enxergam essa possibilidade. Os liberais vêem como a globalização alterou as relações entre os estados, assim como as empresas privadas e como isso alterou os objetivos dos estados e como eles se relacionam.
 
Realistas focam em hard power, cálculo de força, balanço de poder: poderes materiais, competição entre grandes potências.
Liberais dariam importância em relações comerciais, empresas privadas fazem com que esses países se entrelaçam de forma que guerras não seriam viáveis, que as organizações internacionais são capazes de domar o comportamento dos países.
 
Teoria crítica: coloca e economia no centro. É baseada no marxismo.
 
Os analistas partem do pressuposto que a relação entre estados é diferente das relações dentro dos estados, entre as pessoas. É uma relação especial, a relação entre unidades soberanas em um sistema anárquico, isso gera um resultado diferente, um modo de regulação diferente. Eles tentam entender a realidade e os eventos vão corroborando ou não as teorias, e eles vão argumentando.
 
Liberalismo: a ideia que existe uma sociedade mundial que funciona ao lado dos Estados, ou seja, os atores individuais, as empresas privadas, organizações, possivelmente podem impactar nas relações entre os Estados e atuam ao lado deles.
 
A grande questão que cruza todos os liberais e todos os períodos da história em que o pensamento liberal foi discutido nas relações internacionais é o comércio internacional. A ideia de que o comércio cruza as fronteiras. As pessoas se relacionam, as organizações internacionais formalizam relações entre os estados.
 
O comércio sempre foi a grande questão que deu força ao pensamento liberal, ou seja, o comércio cruza fronteiras, ele não necessariamente passa pelas decisões do estado e mais do que isso, a guerra atrapalha o comércio internacional. Isso está presente em vários pensadores liberais, que vão dizer que é possível promover a paz na medida em que se incentive o comércio internacional.
 
A interdependência econômica e as forças transnacionais: a ideia de que o comércio gera interdependência econômica e essa interdependência faz com que a guerra não valha a pena.
 
Sempre que as teorias consideram outros atores é de forma otimista, sempre vem para pacificar. Nunca vai chegar à conclusão que as empresas podem trazer mais conflito, por exemplo. Ou que o comércio de drogas vá trazer mais conflito.
 
Nye é da escola neoliberal. O neoliberalismo e o neorrealismo aproximaram as duas escolas de alguma forma.
Nye reconhece a importância do elemento poder enquanto central na política internacional, ou seja, os estados de fato agem para maximizar o poder. Mas aí ele vai introduzir a importância das corporações, dos regimes, do poder brando (de como esse poder pode ser exercido de forma menos violenta). Ele desenvolve junto com outros autores a ideia de interdependência complexa.
 
“Toda Nação deseja, sinceramente, a paz. E todas as nações perseguem cursos, que se persistirem devem tornar a paz impossível. ” Autor: Normal Angell - escrito em 1910.
Ele critica como o pensamento belicista era irracional. Os governantes e a população acreditavam que iria se beneficiar com a guerra, com as conquistas territoriais e etc. Mas, na verdade, a guerra não trazia prosperidade, prejudicava inclusive quem ganhou a guerra. Ele usava o argumento de que se os atores pensassem economicamente, os Estados não fariam guerra, pois a guerra prejudica o comércio internacional.
 
Interdependência: as forças transnacionais estão desfazendo a política de Vestfália, essa discussão que os liberais fazem, e humanidade está evoluindo para uma nova modalidade de política internacional. A discussão de como a interdependência e as relações transnacionais entre sociedades, entre organizações das sociedades estão desfazendo o sistema de Vestfália, de fronteiras bem definidas, de relações apenas entre estados.
 
Realismo está preocupado em explicar relações entre grandes potências, ou seja, não dá para explicar relação do Brasil, por exemplo, ele não te dá instrumentos para isso. Guerra fria foi o momento mais importante para pensar essa teoria, tudo estava sobre o jogo de poder entre as potências, tudo está debaixo desse guarda-chuva. Se for estudar o Brasil, vai ver onde o Brasil está situado na balança de poder das potências. Os liberais já veem como as organizações internacionais podem dar voz a outros países.
 
Outras correntes:
 
Teoria da dependência: FHC foi um dos teóricos.
Damos muita pouca importância para essa corrente, infelizmente. A teoria vai fazer uma crítica, vai reconhecer que o mundo está dividido entre norte e sul, e que o norte não tem interesse em ver a ascensão dos países do sul, que criam uma ordem específica que mantém os países em seu devido lugar. Crítica que o Nye faz ao FHC que quando ele se tornou presidente incluiu o Brasil nos próprios regimes que a teoria da dependência crítica.
 
Construtivismo: vai dizer que a forma que o sistema funciona e que os estados se comportam vai depender das ideias e de como os atores sociais entendem como deveriam se comportar, ou seja, as ideias moldam os fatos sociais. Ou seja, falamos que dois países são inimigos, isso é uma ideia construída socialmente. Exemplo: a Coreia do Norte tem uma bomba nuclear e é uma ameaça para os Estados Unidos. A Inglaterra tem várias e não é. Qual motivo disso? Isso é uma questão de identidade, isso são noções construídas socialmente. E se o sistema vai funcionar de uma forma mais parecida como o liberalismo ou com o realismo, vai depender da forma de como os atores sociais entendem como deveriam se comportar. Então dizer que ter no poder um liberalista ou realista vai moldar a forma como eles vão se comportar a partir da forma de que eles entendem o mundo. 
Exemplo: Trump, se importar com a forma que ele vê o mundo é dar créditos a essa teoria, pois é pensar que a forma que ele vê o mundo vai mudar a forma que o mundo acontece. A realidade não antecede das ideias, as ideias que antecedem a realidade. 
AULA 12 (18/05/2017) - Os Níveis de Análise nas Relações Internacionais.
O objetivo é entender como as diferentes análises de política internacional entendem por que as guerras acontecem e a partir da compreensão disso, discutir se ela é inevitável ou não, se é possível que a guerra não aconteça.
Seria possível ter evitado a segunda guerra mundial? Essa é a discussão quando se pensa em causalidades.
Exemplo para discussão: discutir política no brasil, há várias formas de analisar como isso acontece. Podemos partir da índole do político, dizemos que o cara é mau caráter, corrupto ou que quando vira político é porque ele tem uma sede de poder, discutimos as características pessoais daquele político. Podemos também atribuir isso à estrutura dos partidos, dizer que o PT que faz isso, ou PSDB que faz aquilo, ou que as alianças dos partidos que faz com que eles se envolvam em corrupção, e podemos dar um passo além e dizer que tudo isso acontece porque o sistema político brasileiro induz os partidos a se portarem dessa forma e, portanto, os políticos dentrodesses partidos a se comportarem dessa forma. Podemos ir além e falar que o Estado é isso, o Estado capitalista funciona a favor de classes econômicas burguesas e que é normal que isso aconteça e isso reflete em como o sistema político é montado, e a partir disso como os partidos se estruturam e a partir disso como os indivíduos vão responder.
O esforço das teorias é identificar quais são as causas estruturantes, quais são as causas predominantes para os eventos sociais.
Os três níveis de análise: o indivíduo, o Estado e o sistema internacional.
1. 	A GUERRA
É inevitável? A guerra é resultado da anarquia do sistema internacional e, portanto, é resultado do sistema de Estados que se organiza da forma que se organizou (vimos na primeira unidade), e que não existe nenhum poder que controle essa relação
A paz entre as nações é um fim possível? O homem tem uma natureza própria, conflitiva. É egoísta e vai atrás dos seus interesses.
O que deve ser alterado para gerar a paz? Se não existe anarquia, ou criamos uma sociedade de nações soberano-império. A causalidade vem da organização do sistema.
2. 	QUAIS AS CAUSAS DA II GUERRA MUNDIAL?
Busca por território, interesses estatais.
O indivíduo molda o Estado ou o Estado molda o indivíduo?
A partir do que consideramos como causalidade, o Waltz discute o que deve ser alterado para gerar a paz. Ele fala de prescrições decorrentes da forma como entendemos. Toda solução política resulta do entendimento do que são esses fenômenos. Se o problema está no indivíduo, fazemos a discussão das pessoas terem que estudar, ser esclarecidas, tem que saber ler história, achamos que falta as pessoas terem o voluntarismo de alterarem o seu pensamento, e que a partir disso vão mudar o comportamento político deles. Ou quando discutimos religião, falamos que os conflitos do Oriente Médio, por exemplo, que a religião daquelas pessoas que faz com que aquela sociedade se comporte daquela forma. Se entendermos que a organização estatal que altera isso (as políticas de construção de Estado de alguma forma respondem a esse modo de entender o comportamento dos Estados). Por fim, a ONU em si, parte de uma compreensão de que a causalidade também está na anarquia internacional, e que, portanto, uma organização que vai amenizar essa anarquia também pode alterar a lógica conflituosa entre os Estados. A ONU também é uma tentativa de dar conta dessas três possíveis causalidades em que as teorias vão debater quais delas é mais importante.
3. 	AS CAUSAS DA GUERRA
O homem em sociedade poder ser mais bem entendido mediante o estudo do homem ou o estudo da sociedade? Hobbes se encaixa na natureza humana, o homem é conflitivo, a natureza do homem faz com que ele reflita essa característica nas instituições e essa discussão de base Hobbesiana é levada para a teoria das Relações Internacionais para pensar que se o homem forma sociedades (Leviatã) os Estados também formam sociedades de Estados, mas essa sociedade de Estados e não de indivíduos, não tem o tal do Leviatã, e portanto, essa característica humana não se repetiria nessa característica dos Estados, e portanto, vai ter um resultado conflitivo e violento, partindo da natureza humana.
Quando falamos do primeiro nível de análise, falamos tanto de características possivelmente pessoais (perfil do líder: religioso/agressivo/incompetente). Assim como quando vamos à filosofia política, falamos da natureza humana como um todo. De qualquer forma, estamos atribuindo as características do indivíduo ao seu comportamento.
“A raiz de todo mal é o homem, sendo, portanto, ele raiz do mal específico que é a guerra (…) O homem faz a sociedade à sua imagem” P. 6-7
O que confronta essa posição: “o homem nasce e, em sua condição natural, não é nem bom e nem mau. É a sociedade que constitui a força de degradação da vida os homens, mas ela é também o agente moralizador” P. 8 que é a visão Rousseauniana, que o homem não é bom e nem mau, que a sociedade que dá essas características a ele.
Platão quanto Rousseau, veem essa característica também em organização política, o Estado vai moldar o seu comportamento interno e a forma como a sua sociedade se comporta.
O Hobbes discute o indivíduo formando sociedades e as RI pegam essa discussão dele e tenta transpor para as relações internacionais. O Hobbes não fala de relações internacionais, ele não fala em guerra interestatal. A partir da discussão dele dos indivíduos para a formação do Estado, da discussão de Leviatã, os teóricos de RI falam “como podemos transpor esse raciocínio dele para entender não só o indivíduo-Estado, mas o Estado e sociedade de Estados?” dá um passo além, o Hobbes não diz isso. Os teóricos de RI é que usam esse raciocínio da filosofia política para tentar entender a relação entre os Estados.
Quando discutimos independente, luta pelo poder, de onde vem a luta pelo poder? Estamos achando que uma anarquia entre os indivíduos, essa luta pelo poder, é do indivíduo? Estamos falando da relação dos Estados e que os Estados entram em guerra, então está na natureza dos Estados a relação de busca pelo poder. A sua natureza é conflitiva, a natureza do Estado é conflitiva porque busca expandir o seu poder.
Se formos para a visão Marxista, há uma luta de classes, o sistema capitalista. Ou seja, o sistema capitalista que molda a preferência dos indivíduos. Então, se eu sou parte da burguesia, eu não me comporto enquanto burguês porque eu quero, porque minha mãe me ensinou ou porque eu sou má, é porque eu estou nessa posição na sociedade e o sistema capitalista molda minhas preferências e faz eu ter esse comportamento, não é voluntarismo, não é a minha vontade ser exploradora ou não da classe trabalhadora, a minha posição dentro do sistema capitalista, para eu sobreviver dentro desse sistema, a única opção que eu tenho é me comportar da forma como burguês se comporta numa sociedade capitalista.
Então quando falamos do sistema internacional (anárquico) um Estado que não se comporte da forma como um Estado deve se comportar no sistema anárquico, ele vai colocar sua sobrevivência em cheque, assim como um burguês se decidir não explorar mais a mais-valia, ele vai quebrar, não vai mais funcionar dentro daquele sistema. Então o Estado vai se comportar daquela forma porque o sistema induz ele a essas preferências, ou podemos dizer que a própria estrutura do Estado que faz isso, que não é a relação entre eles.
A anarquia internacional gera uma balança de poder, a balança de poder faz parte dessa anarquia internacional. Ou seja, a relação entre as partes se organizam pelo poder, não por uma força reguladora, a balança de poder é consequência dessa anarquia. Essa anarquia não é bagunça, não é zona, existe uma ordem e essa ordem é definida pela diferença e pela relação de poder entre as partes, não é por uma constituição, não é por um poder a cima, é uma relação entre forças que define essa ordem anárquica. Essa discussão de balança de poder que os realistas usam bastante define exatamente isso, ou seja, o poder não contradiz a anarquia, ele é a ordem que funciona num sistema anárquico.
A ideia do contrato social no Estado, o momento abstrato (que nunca existiu) os indivíduos assinam o contrato social com o Estado e cedem parte da sua soberania individual para esse Leviatã/governo/organização, e dá a possibilidade dessa autoridade de te governar, você permitiu nesse contrato social que o governo te governasse, dissesse o que você pode fazer ou o que você não pode. Você pode quebrar esse contrato como qualquer outro contrato, se você quebrar esse contrato (que no caso são as leis no país), você vai ser julgado e punido por aquilo. Se existisse uma organização supra estatal, seria isso que iria acontecer. São iniciativas que a ONU tenta fazer.
Falando sobre o Japão: tem que ver se a personalidade dos indivíduos é forte o suficiente para alterar o comportamento internacional ou se gerar um desequilíbrio na relação de poder na Europa, será que esses indivíduos vão continuar tendo esse mesmo comportamento?Por exemplo: agora a entrada de imigrantes nos países nórdicos tem levantado uma personalidade assombrosa desses países que sempre falamos “vamos descobrir o que está sendo feito na Suécia que queremos fazer igual” e estamos começando a articular grupos neonazistas e umas coisas assustadores, ou seja, não é voluntarismo dos indivíduos serem pacíficos ou não, alguma alteração na ordem política dali fez com que rapidamente as pessoas mudassem o seu posicionamento em relação aos conflitos internacionais.
4. 	COMO OS ESTADOS SE RELACIONAM?
“Assim como os homens vivem em Estados, os Estados existem em um mundo de Estados” P. 9
Então a partir daí que se pega os autores da filosofia política e os levam para as relações internacionais.
Se analisarmos as causas da guerra, focamos em quem? Nos Estados, ou no mundo dos Estados?
Como o “sistema internacional” define o comportamento dos Estados?
Por isso que o livro chama “o homem, o Estado e a guerra”, porque os três níveis de análise: o indivíduo, o Estado e o sistema internacional.
5. 	OS TRÊS NÍVEIS DE ANÁLISE
O Indivíduo: caímos num buraco de avaliações preconceituosas (religião, cultura, por exemplo). O povo é agressivo, o líder é louco, etc.
O Estado.
O Sistema Internacional: organizado entre Estados soberanos, dentro desses Estados é formado por indivíduos, e quando falamos em nível individual, vamos dar ênfase sobretudo aos líderes políticos (tomadores de decisão).
Quem “condiciona” as relações internacionais?
A guerra pode ocorrer porque o Estado “A” quer algo que o Estado “B” tem (expansão territorial, recurso, minério, petróleo, etc). Quer dizer que estamos dizendo que um Estado A precisa do que o Estado B tem, o que já tínhamos discutindo.
A causa ativa da guerra é o desejo do Estado “A”, mas a causa permissiva é o fato de nada haver que impeça o Estado “A” de correr os riscos de uma guerra. Ou seja, a causa ativa da guerra são esses elementos que dizemos. Exemplo: queria expandir territorialmente, queria conquistar colônias, queria petróleo do outro país, essas são as causas ativas, ou seja, as causas que desencadeiam a guerra.
Mas segundo Waltz, a causa permissiva, que é anterior a tudo isso, é o fato de nada haver que impeça esse Estado de correr os riscos de uma guerra. Então, não existe nenhuma força que vai impedir que esse Estado entre em guerra, e por isso que a guerra acontece antes de tudo. Para ele, antes de tudo, o sistema internacional leva a guerra. A partir dessa relação entre esses Estados vão aparecer as causas ativas: vingança (que pode ir para o lado do indivíduo), disputa pelo poder, disputa por território, essas são as causas ativas, mas antes disso tem uma causa permissiva que é a anarquia internacional em última instância. Não há nada que impeça que esse Estado entre em guerra para atingir esse interesse que ele tem.
Última instância dentro dos Estados seria a lei. Algo que impeça que eu veja um branquinho e fala “que branquinho bonito, vou levar para casa”. Na relação entre os Estados não existe essa força que impeça.
Na teoria dele, a balança de poder é que vai dar esse ordenamento. Então não vamos fazer nada que atinja os interesses vitais dos EUA, porque vamos ter medo da reação do outro por ser uma grande potência. Existe uma lei pelo poder. Não deixa de ser anárquico por uma forma de balanceamento pelo poder.
A balança de poder é o elemento estabilizador da relação entre os Estados. A guerra vem do desequilíbrio disso, de alguma alteração. A balança não é uma política de Estado, é uma consequência natural.
6. 	IMAGENS OU NÍVEIS DE ANÁLISE
As pessoas fazem política.
Os Estados fazem política.
O sistema internacional encoraja ou desencoraja certos tipos de comportamento.
A GUERRA OCORRE PORQUE NÃO HÁ NADA QUE A PREVINA
AULA 13 (25/05/2017) - Sem aula (filme)
AULA 14 (01/06/2017) - Política Domestica e Internacional.
A relação entre política doméstica e política internacional, então de alguma forma é um texto que da continuidade ao debate sobre os níveis de análise, certamente da pra retomar vários desses debates que fizemos de níveis de análise. Então ja adiantando que quando falamos do segundo nível de análise, que era a análise do Estado, a partir dele também é possível que tenhamos várias interpretações do que é considerar o segundo nível de análise enquanto no ambiente de guerra. 
Quando falamos características do Estado, o que estamos dizendo? 
O quanto ele entende de poder e quais são os interesses nacionais e internacionais dele, ou estamos dizendo os aspectos domésticos (instituições políticas, sociedade, estrutura econômica interna)?
Então o segundo nível de análise, quando usamos esse termo, ele é muito abrangente e a uma diferença imensa entre atores que partem dele para entender as guerras e nas relações internacionais a maior parte deles, os autores enxergam o Estado como falamos, como uma bola de bilhar, ou seja, do Estado para fora. 
Então se eu falo que eu estou olhando para características dos Estados do ponto de vista das teorias mais tradicionais das relações internacionais eu digo que estou olhando para o quanto de poder militar, quais são os interesses internacionais e estratégias de política externa, como atuam militarmente, características que portanto não entram nas questões domésticas de um Estado. A maior parte das análises de relações internacionais partem de um Estado fechado, ou seja, não interessa o que acontece dentro do Estado, não me interessa entender a formação daquela sociedade, o sistema político, como são as eleições, quem está no poder, se é democrático ou não, mas se o Estado possui tem poder militar, poder econômico e seus interesses internacionais. 
E o que esse texto vai questionar e o tom dele…
É uma ideia fechada. 
O artigo está lá do começo ao fim, é um artigo completo. Ao longo do texto todo é estabelecido um debate com outros autores. 
E o complementar discutia a noção do estrangeiro, continuidade da política doméstica e internacional colocando uma variável importante, a figura do estrangeiro. O que é o estrangeiro? o que ele traz de diferente em relação aos indivíduos, diferença de me relacionar com indivíduos que somos nós e os que são outros. 
Quando falamos de segunda guerra mundial, vocês apontaram vários elementos que vocês já sabiam e que o texto trouxe para vocês, das causas da segunda guerra mundial. E desses aspectos o que vocês lembram de serem aspectos domésticos, ou seja, aspectos internos dos Estados que os levaram a guerra? 
Hitler (formato de chegada ao poder)
política e crise econômica
cenário internacional (não é causalidade doméstica)
política de paz (não querer se envolver nas guerras). Ex: a lentidão da Inglaterra e EUA de reagirem a política alemã. De alguma forma os EUA falavam de isolacionismo e na Inglaterra o temor de se envolver nas próximas guerras. 
ideologia, nacionalismo (o que explica em grande parte o Hitler, e do que decorre, nesse sentido a crise econômica).
Ou seja, aspectos internos vão se desencadeando nos cenários. 
Precisamos pensar na identificação de causalidade, ou seja, da onde partiu… Se você dizer que o evangelismo (não tenho certeza se identifiquei essa palavra corretamente) é resultado do acordo de paz a causalidade está no acordo de paz naquela ordem internacional, agora se eu disser que a guerra tem a ver com o fato da Alemanha ter um louco no poder aí é diferente, ai vai dizer que ele instrumentalizou aquele acordo. Então é muito mais uma identificação teórica, mas que é importante de fazermos análises de onde está a causalidade, qual era a margem de manobra dos indivíduos perante um cenário internacional. 
Se considerarmos que existiu uma margem de manobra, ou seja, movimento estratégico da Inglaterra e dos EUA , não estamos dando importância primária à ordem internacional, a sua convenção de paz, a crise… É muito mais uma decisão política de manejar essas questões. Agora se dissermos que a ordem internacional criada por aquele acordo, que a crise internacional…não davam opções alternativas aos líderes, ou seja, necessariamente levaria a guerra, que o quadro de tensões fazia com o que o cara louco como o Hitler chegasse ao poder, aí estamos colocando a causalidade na estrutura, ou seja, a estrutura é tão forte que ela limita as possibilidades de ação dos indivíduos, então você enquanto um sujeito do sistema capitalista, qual a sua capacidade de livre decisão enquanto consumidor, por exemplo? ou você tem que entrar nesse sistema porque ele é mais forte que sua capacidade de alterar a lógica dele, ou de você viver de uma forma alternativa que não envolva aquele sistema que te força a se comportar daquele jeito. 
A mesma lógica para política internacional, pensar que existe uma sistema internacional de tensões e relações de poder tão forte, que limita as capacidades dos indivíduos de tomar decisão. Então é muito mais essa identificação de qual são as variáveis causais, da onde ela partem, o que condiciona o que?
O que esse texto tenta fazer é uma crítica aos estudos teorias de relações internacionais de que nas relações internacionais considera-se apenas esses fatores internacionais (balança de poder, ordem internacional, Estado enquanto uma caixa fechada que se traduz apenas por poder militar e econômico), e não olha como é importante para causa e o desenrolar estruturas e características específicas da política interna.
O Estado não atua num vazio, ele é resultado de dinâmicas internas, decisões políticas. 
Quando falamos de interesse nacional, vários casos quando falando de guerra, mencionamos a ideia de interesse. Do que deriva esse interesse? o que ele é?
interpretação da vontade comum;
como o líder interpreta a razão de Estado;
Primeiro uma conjunção que varia de poderes específicos determinados interesses particulares de grupos específicos dentro do Estado, ou seja, só ai já dá uma margem para que esse interesse tenha uma variedade ao longo do tempo a partir das redes que você articula internamente de quem você quer favorecer a partir da atuação enquanto agente estatal. Outra e talvez que seja a mais propagada seja de que a tradução de uma racionalidade e interesse comum, talvez seja o que o governo diga o que ele faz. O Itamaraty tem muito isso, porque é um corpo diplomático que se diz apolítico, ou seja, ele não está lá no meio das disputas partidárias, não tem ideologia, classe social… e a ideia é muito isso, por que ser um corpo isolado, que não tenha vinculações com as políticas das paixões, porque o congresso traduz as paixões nacionais, né? Você elege um cara que vai responder aquilo que você quer ouvir, em 4 anos, aquilo vai mudando de forma a partir das emoções nacionais. O Itamaraty se pretende um corpo que não tem grandes alterações, ele é um corpo que se propõe a ter uma linha constante de atuação a longo prazo que não pode variar a cada 4 anos, justamente porque a ideia é que eles tenham a capacidade de traduzir o interesse coletivo, que ajude a sociedade.
	Outro lado, que é o que o autor critica é a ideia de que o Estado busca maximizar poder, em última instância em um poder internacional anárquico, buscar poder visando sua própria sobrevivência, ou seja, naquele contexto anárquico da luta de todos contra todos, é preciso acumular poder para garantir a sobrevivência a frente aos outros atores. É quase aquela ideia “eu preciso de uma arma pra me proteger de quem tem arma”. Se eu partir dessa visão, de que o Estado em última instância… vamos esquecer as outras (população, interesse econômico), se eu partir da definição de que o Estado visa seu interesse nacional para sobrevivência, o que isso significa, o que ele vai levar em consideração para acumular poder? 
garantir fronteiras, o espaço que ele ocupa, como ele faz isso? Polícia, fronteira, forças armadas, força de guerra… 
expansão territorial visando maior proteção daquele território (espaço vital alemão).
Esse ponto de vista, se olharmos que o interesse nacional de um Estado é atuar internacionalmente visando sua sobrevivência com acúmulo de poder, o que eu preciso saber desse Estado, não necessariamente envolve suas características as internas, ou seja, o que interessa quando falamos… localização geográfica, quem são os inimigos que podem eventualmente atacar, quanto poder esse Estado tem previamente…
Em última instância tudo acaba em força militar, que afinal de contas eu só posso querer qualquer outro objetivo dentro do meu espaço territorial, na medida em que ele exista. 
Então primeiro é garantir a sobrevivência, todo resto vem a partir dessa garantia, então por que eu preciso de acúmulo de capital? para me armar e garantir minha soberania interna e frente a ameaças externas que colocam em cheque a existência do meu Estado. 
Agora há várias discussões de como essa visão pode ser pobre, como é óbvio que não se resume a isso o poder do Estado. E aí que entra a discussão das estruturas internas e a primeira delas que o autor vai colocar é justamente a relação da democracia na guerra e o que a democracia tem de específico na guerra, além de processo decisório. 
Pensadores utópicos, partiram da ideia que as democracias não entram em guerra, ou tendem a ter mais dificuldade de entrar em guerra. Parte da ideia de que as pessoas não querem entrar em guerra. A partir do momento que você tem um sistema político que tornem o indivíduo parte da tomada de decisão, tornam-se menos propensas a entrar em guerra porque haveria uma pressão da sociedade pra isso não acontecer. 
O autor reflete embora que esse pensamento kantiano tenha sido propagado, não há evidências de que haja diferenças significativas entre democracia e ditaduras em relação de tomar decisões na guerra. Em muitos casos na verdade é a população quem demanda que o Estado tome a decisão. E não necessariamente a população é contra a guerra. 
E os Aspectos econômicos? De que maneira eles são importantes para a guerra? 
O texto foi por uma linha de aventura de mercado e de uma crítica marxista. Basicamente discutindo “distribuição desigual de riqueza nas sociedades capitalistas, gera superproteção, oportunidades inadequadas de investimento doméstico e economias geralmente estagnadas, esses eventos levam a política expansionista e imperialista no exterior” Isso é basicamente o que Lenin vai discutir do imperialismo dizendo que o esgotamento do espaço e das possibilidades econômicas dentro daquela área delimitada vai fazer com que as potências capitalistas se expandem territorialmente e tenham políticas imperialistas na medida de que primeiro de exportar suas contradições internas da democracia e acumular mais matérias primas, força de trabalho e mercado consumidor, por exemplo, abertura econômica pros produtos norte americanos. Do ponto de vista das potências a própria expansão capitalista foi uma das causas de guerras, inclusive as guerras mais tradicionais que não tendemos a olhar desse jeito. “E a concorrência entre empresas capitalistas para o acesso entre os mercados, oportunidades de investimentos e matérias primas em última análise para as guerras entre os Estados capitalistas” então a guerra do Iraque também pode explicar dessa forma, inclusive essa era a visão crítica mais comum, a entrada norte americana no Iraque é dizer “ah, eles foram atrás do petróleo”, de alguma forma, interesses capitalistas de empresas e setores importantes dentro do governo levaram o país a guerra. A relação econômica, uma relação de fechamento as empresas norte americanas naquele território fizeram com que os EUA decidissem ir a guerra, entre outras razōes, por fins econômicos.
E ai alem disso tem uma discussão entre capitalismo e guerra como o capitalismo também gera economias de guerra, então discutimos os EUA, por exemplo, o complexo industrial militar. Eu não lembro se o McNamara fala disso, mas na década de 70 se discutia como tinha um complexo industrial militar, ou seja, uma economia de guerra estruturada nos EUA, indústrias que produzem armas para a guerra e serviços para a guerra que vinham se estruturando desde a primeiraguerra mundial, e o presidente americano da época dizia que estava preocupado com isso, em que momento que as decisões se inverteriam, ou seja, o Estado tomar decisões de segurança nacional e recorrer a suas forças militares não se inverteriam. A força da indústria militar é que direcionada os interesses nacionais norte americanos, ou seja a necessidade da manutenção de uma indústria para a guerra não levaria os próprios Estados a guerra. Então quando o autor fala “Capitalismo também gera economias de guerra e altos níveis de gastos militares, o que podem levar a guerras de corridas armas, tensões internacionais e uma espiral de conflitos. Com a corrida armamentista , por exemplo, durante a guerra fria de certa maneira revela isso, e contudo as pesquisas demonstram as democracias capitalistas não se envolvem mais em guerra que outras estruturas político-econômicas.” Então da mesma forma em que se compara democracias com ditaduras também se associarmos capitalismo a estruturas democráticas também não vê diferença entre regimes capitalistas e não capitalistas em decidirem a guerra. 
E aí tem uma outra linha que considera a economia que é a discussão de livre comércio e paz. 
dois pensamentos:
as empresas ganhariam tamanha força que qualquer tipo de disputa estaria acima de tudo na manutenção dos interesses dessas empresas. Disso tem uma linha liberal que vai dizer que primeiro essas disputas econômicas são passíveis de serem resolvidas no âmbito econômico, ou seja, seja uma guerra em termos de monopólio, de compra, de venda de negociações que essas disputas poderiam ser resolvidas, na medida que esse setor privado fosse ta
tão importante não seria interessante a essas empresas a guerra, porque afinal de contas interromperia negócios importantes. É nessa linha que os liberais vai dizer que quanto mais globalizada a economia for, menor a chance de guerra. Agora por outro lado, as empresas passariam a disputar entre si entrar em guerra, aí pode-se avaliar o pensamento marxista, no sentido de que sim, elas entram em guerra via Estado, sendo ele capitalista que atua para os interesses dessa elite econômica, dessa classe burguesa. Então sim, em última instância para a visão capitalista, as guerras são de ordem econômica e são guerra entre capitalistas que via Estado são operacionalizadas na forma de guerra, então ou seja, na interpretação da importância as empresas podemos chegar a esses dois tipos de conclusão, por exemplo. 
E agora voltando ao tema de opinião pública. Ela é pacífica, a noção de nacionalismo, o intencionamento dessa ideia do coletivo que pode levar ao nacionalismo, a ideia de interesse de uma coletividade que precisamos do Estado e da proteção do Estado para que esses interesses sejam atingidos. Normalmente eles partem muito de mitos fundadores, ou seja, há algo entre nós em comum e que faz de nós especial em relação ao outro, que nos diferencia do outro, e que leva a esse tipo de pensamento “precisamos do Estado para traduzir esse interesse coletivo”. E aí a ideia que o autor diz é que as elites políticas não são apenas limitadas pela opinião pública, mas também podem manipular ativamente a opinião pública para seus próprios interesses como falamos do Iraque, inclusive, criando sentimentos nacionalistas. Inclusive, o discurso do Trump da força a quem fala essas coisas, ou seja, da legitimidade do que tinha vergonha de falar.
E aí na paz 165 e 166 o autor diz assim: “Assim, o nacionalismo pode gerar opinião pública de linha dura, que impõe restrições importantes sobre estadistas, que reconhecem os limites do poder e preferiam agir com mais prudência.” O autor diz assim, por vezes, o sentimento nacionalistas na população força o estadista a tomar uma linha dura de decisão, ou seja, as pessoas clamam por uma decisão dura e nacionalista sendo que o estadista se não tivesse que prestar essa conduta a população talvez ele tomasse uma decisão mais estratégica, menos apaixonada. “Em outros casos, a tendência dos povos em apoiar políticas nacionais acertivas, que parecem aumentar o poder e o prestígio do Estado pode levar os decisores a se engajar na guerra como meio de como manter o seu apoio.” Então como situações de crise interna e de legitimidade perante a população, por vezes a política internacional é iplementalizada para fins internos, ou seja, um estadista toma ações que demonstrem sua força e seu poder visando ganhar prestígio internamente, como decisões externas por vezes são bem vistas também pelo país
TEXTO COMPLEMENTAR:
E aí, a discussão sobre o estrangeiro que o outro texto trata, também faz uma discussão sobre o doméstico e internacional a partir de uma relação de como o nacionalismo e esse tipo de conflito não só é resultado de uma relação de somos nós e são eles, mas como esse tipo de sentimento é instrumentalizado politicamente, ou seja, um estadista pode ganhar força internamente na medida em que ele constrói e identifica um inimigo externo, como esse inimigo externo gera um tipo de coesão dentro do país e um tipo de identidade nacionalista, que faz com que as pessoas se enxerguem enquanto iguais na medida em que você apresenta o outro. 
Existe algum exemplo atual disso? 
Bush. O cara que estava super fragilizado dentro do país, em termo de apoio político e vários escândalos, fez uma bomba mãe na Síria, isso fez com a que a popularidade dele subisse e adquirisse força interna.

Outros materiais