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2015 Apostila de Estetica e Historia da Arte

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1 O QUE É ARTE?
Se nos fosse dada a capacidade de viajar através do tempo e pudéssemos conhecer diversas épocas e civilizações, como resistiríamos à tentação de inquirir os grandes mestres,aqueles cujas lições continuam imorredouras, sobre os assuntos que consideramos mais importantes? Talvez, de passagem por Atenas, ser um dos convivas de Sócrates e Platão em um de seus famosos “banquetes”. Presenciar os primeiros rascunhos de Leonardo da Vinci durante a feitura do Homem Vitruviano. Quem sabe, com sorte, ouvir um discurso inflamado de um jovem Marx, na Alemanha. Ou mesmo acompanhar as ruminações quase inaudíveis de Nietzsche durante um passeio pela orla de uma praia em Nice.
Mas, sendo nos dado pouco tempo, o que perguntaríamos a cada um destes mestres? Com receio de perguntarmos sobre o que é a vida, talvez perguntássemos sobre o que é a arte. Correndo o risco de ouvir, de alguns deles, que a arte é a própria vida.
Os antigos gregos eram essencialmente práticos e possuíam um conceito objetivo do mundo. Sua arte refletia o antropocentrismo, mesmo sua crença religiosa é mais uma forma de enaltecer os sentimentos humanos. A “Teoria das Id ias” de Platão rompe com esta tradi ão ao afirmar que tudo aquilo que contemplamos no mundo empírico nada mais é do que a sombra de algo que existe efetivamente no mundo ideal. Sendo assim, a arte para este pensador nada mais é do que a cópia de alguma coisa do mundo sensível, que, por sua vez, não passa de uma cópia de algo existente no mundo das idéias. Para Platão, a arte seria então uma “sombra de sombra”, imperfeita e danosa à moral.
Um pensador que certamente não comungava com este ideal platônico foi o alemão Friedrich Nietzsche. Parte considerável de sua produção literária é dedicada a resgatar a contribuição dos pré-socráticos e negar os postulados de Sócrates e Platão, por reconhecer neles “sintomas da decadência” e “instrumentos da decomposição grega”.
Até mesmo a importância dedicada à arte na filosofia destes pensadores difere radicalmente. Enquanto que para o discípulo de Sócrates a arte seria simplesmente uma forma de imitação, tratada apenas lateralmente em sua obra “A Rep blica”. Grande parte das obras de Nietzsche relacionada ao tema por acreditar no potencial redentor da arte e enxergar o mundo como um acontecimento estético. Para ele, criamos a arte para que a realidade não nos destrua.
Karl Marx foi outro pensador que teve o conceito de arte fortemente influenciado por sua visão de mundo. Acredita que as forças econômicas são as responsáveis pelas transformações em todos os setores da sociedade e, consequentemente, pela alteração dos rumos da história.
Sua teoria contempla a existência de uma infra-estrutura, composta pelas relações materiais e econômicas, e de uma superestrutura, que expressa o modo de pensar da sociedade através de suas leis, costumes, crenças e manifestações artísticas.
Marx acredita que a arte que surge na antiguidade clássica é uma arte de contemplação, mas que, com o passar do tempo e com a paulatina consolidação do capitalismo, ela, como praticamente todos os demais aspectos da vida humana, tem se voltado para o lucro. Desta forma, o artista tem sua criatividade tolhida pela “demanda” do mercado, não podendo produzir livremente de acordo com seu senso crítico e inspiração, mas sim pautado pela necessidade de sobrevivência. Para este pensador, “o escritor deve ganhar dinheiro para poder viver e escrever, mas, em nenhum caso, deve viver e escrever para ganhar dinheiro”. Ciente desta capacidade que o capitalismo possui de transformar a arte em mercadoria, o autor de “O Capital” pregava o engajamento do artista às causas sociais em benefício dos menos favorecidos.
Quase ao término do passeio, diante de tantos conceitos distintos e de formas tão diversas de se enxergar a realidade, talvez nos sentíssemos um pouco zonzos, menos pela viagem do que pelo volume de informações. Mas ainda faltaria uma visão importante, a de um artista! Se optássemos por um dos mais célebres, talvez pudéssemos encontrá-lo já velho caminhando por uma das ruas estreitas do Vaticano em direção à seu ateliê. Se apertássemos o passo, poderíamos alcançá-lo e, quem sabe, inquiri-lo: Mestre, apenas duas perguntinhas, eu gostaria de saber o que é a arte e qual o sentido da vida?.
Da Vinci nada nos responderia, lançar-nos-ia um “sorriso de Monalisa” como dando a entender que sua vida, tal como sua arte, disse o indizível, exprimiu o inexprimível e traduziu o intraduzível, se não respondeu, nela própria e sem palavras, como fez Tom Jobim, citado no recente filme de Nelson Pereira dos Santos.
O estudo da História da Arquiteura temo objetivo de servir a você, um veículo capaz de conduzi-lo aos diversos momentos da história da humanidade em que se pensou e se produziu arte. Tentaremos analisar os diferentes conceitos e formas de produção artística através dos tempos.
Ernest Gombrich, um dos mais importantes historiadores da arte do século XX afirma em sua obra que o estudo da História da Arte consiste numa reflexão sobre as principais correntes da crítica da arte e sobre os objetos artísticos. Ao buscar a arte na relação do homem com o mundo, se torna possível pensar e analisar os momentos culturais, artísticos e estéticos de diversos tempos e sociedades, criando desta forma conhecimentos significativos sobre a humanidade.
Acreditamos que estudar a arte através da história é uma das melhores maneiras de seguir os passos da humanidade nesta e em outras searas, uma vez que a arte possui esta capacidade de comunicar a forma de pensar e de sentir de um povo, de uma época, ou mesmo de um pequeno setor da sociedade.
A importância de se estudar a Historia da Arquitetura e da Estética é crescente. O conteúdo de Artes tem sido cobrado cada vez mais em vestibulares e outros certames e seu conhecimento é pré requisito de praticamente todas as disciplinas que compõem as ciências humanas, incluindo obviamente a História e as Artes em geral (Cênicas, Gráficas, Visuais, etc).
Não procuramos aqui trazer respostas definitivas sobre os questionamentos propostos, nos contentamos em dividir com você, as inquietações que tem tirado o sono de pensadores de todas as épocas.
Convidamos aos academicos do curso de Arquitetura e Urbanismo, a se perderem conosco por estes intrincados labirintos de idéias a fim de que adquiram subsídios para que conosco ou em seguida possam trilhar seus próprios caminhos.
Sendo assim, esperamos que estejam confortáveis, pois nossa viagem está prestes a começar!
1.1 CONCEITOS DE ARTE
Chegar a uma definição do que seja a arte é realmente uma tarefa ingrata. Por estar presente na história da humanidade desde o princípio, tem sido mais fácil exemplificar do que explicar a idéia do que venha a ser uma obra de arte. Mas desta forma, ao tentarmos elaborar uma rela ão com tudo aquilo que ou foi considerado “obra de arte” ao longo do tempo, perceberemos que a lista é tão longa quanto variada, reunindo objetos e manifestações tão diferentes entre si que dificilmente alguém conseguiria elaborar uma definição a partir de sua mera observação.
Se recorrermos ao senso comum, poderíamos ouvir que obra de arte é apenas o fruto do trabalho do “gênio”, “do grande artista”. Como se todos os artistas renomados já nascessem “grandes”, ou mesmo como se pessoas comuns não fossem capazes de produzir algo que possa vir a ser considerado arte em sua época ou em outra. Apesar de ser uma idéia amplamentedifundida na sociedade, definitivamente, este conceito não nos parece suficiente.
Na tentativa de solucionar este problema, pensadores de todas as épocas elaboraram “teorias da arte”, a fim analisar a “natureza” das obras de arte em geral. Mas, quais seriam as condições que, uma vez presentes, nos garantiriam estarmos diante de uma obra de arte?
Figura 01: Os Kouros de Kroisos, estátuas de mármore de Paros descoberto em Anavyssos (Grécia), datado de 530 a.C aproximadamente.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Kouros_anavissos.jpg. Acessado em: 25/05/2012
A mais antiga teoria da arte chamada de “representacionalismo”. Ela remonta aos gregos antigos que sugeriam que a função da arte seria representar algo. Platão acreditava que a arte seria a cópia da natureza, que, por sua vez, seria a representa ão imperfeita do “mundo ideal”. Aos artistas, no mundo sensível, restaria apenas a imita ão ou a cópia desta beleza perfeita.
Este primeiro conceito e tantos outros influenciados por ele foram paulatinamente sendo abandonados na medida em que os pensadores se afastam da metafísica e passam a buscar soluções mais científicas para seus questionamentos. Outras versões do representacionalismo chegaram até nós despidas da subjetividade platônica, mas ainda assim, buscando uma aproxima ão mesmo que sem ntica da obra para com o “original”. Mas at mesmo estas se mostram incapazes de nos auxiliar a definir como arte a produção dadaísta ou abstracionista do século XX, por exemplo.
Figura 02 – Cuadrats (Homenaje a Mondrian) (1968), de Sarrey, D.Fonte: Wikimedia Commons. Apostila Mondrian.
 Disponível em: http://nl.wikipedia.org/wiki/Bestand:Cuadrats.jpgAcesso em 31/05/2012.
A noção do que é arte e mesmo do que é belo varia muito de acordo com cada tempo e lugar, desta forma, recorrer a fórmulas para tentar entender estes conceitos acaba por manter nos afastados da verdadeira compreensão dos mesmos.
Em 1955, em seu ensaio “O Papel da Teoria Est tica”, Morris Weitz propôs que a definição de arte deveria ser um conceito aberto, que tivesse condições de se reajustar e se corrigir de acordo com as circunstâncias.
Todavia, para efeito didático, como é prec iso começar de algum lugar, principiemos pela noção de que a arte não é senão uma necessidade humana de buscar o prazer que se obtém através de certas combinações de formas, de linhas, cores, movimentos, sons, ritmos, imagens.
Tão logo nos afeiçoamos a esta idéia, já surgem os primeiros questionamentos. Se a arte é aquela que nos propicia prazer, o que dizer da obra que nos proporciona o seu contrário?
O horror? O asco? Seria arte da mesma forma?
Do mesmo jeito que a noção daquilo que é belo varia de acordo com a época e o lugar, também pode se afirmar o mesmo com relação àquilo que é feio. Sendo assim, chegamos a um novo conceito. A arte não existe necessariamente para agradar ou desagradar, aliás, ela sequer precisa de motivos para existir. Mas de qualquer forma, ela possui esta capacidade fantástica de mexer com as emoções humanas de um jeito ou de outro. A arte seria, portanto, uma experiência humana de conhecimento estético, capaz de formular e transmitir idéias e emoções na forma de um objeto artístico. Conhecimento estético, por sua vez, significa uma faculdade de sentir, de compreender pelos sentidos, ou seja, o conhecimento sensível. É através dos sentimentos que a arte amplia e matura nosso universo emocional.
1.2 CONCEITOS DE ESTÉTICA
O que é Estética?
Estética é uma palavra com origem no termo grego aisthetiké, que significa “aquele que nota, que percebe”. Estética é conhecida como a filosofia da arte, ou estudo que determina o caráter daquilo que é belo nas produções naturais e artísticas. O conceito de estética nasce nas épocas clássicas ( greco-romanas ), a estética era definida como a “filosofia do belo”. O Belo era uma propriedade do objeto, que era captado e estudado subdividindo-se entre o belo da arte e da natureza. Influenciada por Platão a filosofia estabeleceu uma hierarquia entre esses dois belos. Considerando que o belo da natureza tinha primazia sobre a arte.
Originalmente, a estética se ocupava apenas do estudo do belo, porém, hoje este conceito se encontra bem mais ampliado. Além dos juízos elaborados acerca da beleza ou não de um objeto, o estudo da estética também passou a considerar outros valores artísticos. Se em um primeiro momento buscava-se o “belo em si”, a partir do s culo XVIII esta no ão de beleza foi relativizada, uma vez que se passou a compreender o belo não como uma qualidade das coisas, mas sim como uma sensação na mente de quem as contempla. Nas palavras de Eugéne Véron (1890), a estética é a ciência que tem por fim o estudo filosófico das manifestações do gênio artístico.
A experiência estética é desprovida de valor material e desinteressada, não pode ser analisada frente ao conhecimento lógico nem pode ser julgada por sua utilidade para determinado fim. Ela também é a experiência da presença e se dá pelo comparecimento tanto do objeto estético como do sujeito que o percebe. Vejamos estes conceitos através de exemplos.
Imaginem que ao visitarmos um amigo ou parente, percebemos em sua sala vários quadros pendurados na parede, mas nenhum que nos chame verdadeiramente a atenção. Após alguns minutos de conversa, nosso interlocutor resolve nos mostrar orgulhoso a nova tela que acabara de trazer de uma viagem ao exterior e que ele adquirira em uma galeria badaladíssima da Europa e que teria custado, segundo ele, o equivalente a um “carrinho popular zero quilômetro”! Certamente arregalaríamos os olhos assustados em dire ão ao quadro que antes nos parecia comum e começaríamos a nos esforçar para enxergar nele a beleza e as características que justificassem tamanho investimento. Por fim, o suposto valor da obra associada ao discurso de nosso anfitrião poderia muito bem nos convencer de que estaríamos diante de uma legítima “obra de arte”. Apesar de a cena relatada ser fictícia, ela mais comum do que se imagina e acontece diariamente em muitos lugares, principalmente através dos meios de comunicação. É notório que nossa experiência estética descrita no exemplo acima não se constituiu como uma experiência estética legítima, uma vez que foi fortemente influenciada pelo “valor financeiro atribuído obra” em decorrência do “discurso” de seu propriet rio. O que admiramos nela é seu valor material e não seu valor estético.
Quanto à presença, seria impossível realizar a análise de uma obra de arte unicamente através da descrição de um terceiro. Por isso, para que exista arte, é preciso que haja um artista para concebê-la e cria-la, e um expectador para percebê-la, interpretá-la, admirá-la. Este último é o público que vê a obra de uma perspectiva distinta à do artista, uma vez que primeiro cria a noção de mundo que ela contém e o segundo recria essa noção – interpreta a obra. Para tanto é preciso uma sensibilidade apurada e conhecimento de mundo para compreender obras de arte não apenas dando a elas significados pessoais, como também entendendo os significados que o artista procurou imprimir ali. Desta forma, o público poderá apreender o sentido implícito no objeto artístico e estabelecer algum diálogo com a sua realidade particular criando, para muitos críticos de arte, uma terceira dimensão da arte.
Quem faz – Arte – Quem vê
Comunicação – Interpretação
Sociabilidade (processo dinâmico e dinamizador) – Culturaceira dimensão da arte.
São possíveis quatro diferentes modos de conceber a estética. Primeiro, uma estética praticada no dia a dia, indissociável da experiência de todos e que é usufruída nos prazeres dos sentidos.É praticada quando ornamentamos o corpo, quando decoramos a nossa casa, quando escolhemos o que consumir imaginariamente na televisão.
Em segundo lugar, há uma estética aplicada, a qual é decorrente da produção industrial. É voltada para a qualificação estética do produto de consumo. Visa agradar sensorialmente o consumidor, dar-lhe alimento imaginário, seduzi-lo.
Em terceiro lugar, há uma estética da atividade artística, própria das obras da cultura - pintura, escultura etc. É uma estética não apenas da produção das obras de arte, mas, também, da fruição delas. Esta estética pode, muitas vezes, ser experimental, propondo novos modos da sensibilidade.
Finalmente, há uma estética filosófica a qual tenta explicar aquelas outras experiências estéticas, dar sentido coerente às diversas vivências. Entretanto, ela própria pode tornar-se fonte de prazer. Isto ocorre quando apreciamos a beleza e harmonia de uma ideia em um texto filosófico.
1.3 O DISCURSO SOBRE A ARTE
Com relação ao discurso é importante ressaltar que tudo o que se afirma sobre a Arte faz parte, de modo geral, daquilo que chamamos de crítica de Arte. Trata-se de um conjunto de discursos, feitos a partir de pontos de vista de diversos autores, sobretudo da área de humanidades. Ainda que extremamente diferentes, esses discursos atendem a objetivos específicos: definir, classificar e qualificar a arte.
Neste sentido, a crítica de arte assumiu um papel muito importante na definição da arte. Isto ocorreu a partir de meados do século XIX, quando a arte passou a ser ensinada nas academias europeias, ganhando rigor, erudição e disciplina em seu conceito. Segundo Nicolaus
Pevsner (2009), esse movimento fez dos discursos sobre a arte um dos parâmetros para definir o que é ou não é arte, o que é ou não é uma boa obra de arte. Daí a importância de se estudar a crítica de arte ou os discursos sobre ela, como nomeamos aqui.
A crítica pode julgar uma obra apenas pelo critério técnico, por exemplo, mas é impossível a não utilização de parâmetros subjetivos para avaliar uma produção. Isto acaba resultando em normas ou juízos arbitrários que, como ensina Jorge Coli (1995), não nos conferem segurança no interior do universo das artes.
Foi o filósofo e crítico de arte estadunidense Arthur Danto que em 1964 cunhou a expressão “mundo da arte”. Seus estudos sobre o tema têm gerado muitos debates e interpretações acerca da existência de um universo que evoca para si a capacidade de conferir ou não a um objeto o estatuto de arte.
Influenciado por estas idéias, George Dickie, outro pensador estadunidense, chega a formular uma “teoria institucional da arte” que nada mais do que uma tentativa de solucionar o dilema sobre o que é arte, direcionando a atenção para a posição que elas ocupam dentro de um contexto institucional. Em sua teoria, o “mundo da arte” algo tão importante que um objeto só pode ser considerado como arte se tiver condições de ser apresentado a uma ou mais pessoas, que atuam em nome de determinada instituição social, que é o próprio mundo da arte.
Com efeito, as reflexões acima expostas tem origem nas intervenções de artistas como Michel Duchamp que, no começo do século XX, envia um urinol branco para ser julgado como objeto artístico no Salão da Sociedade Novaiorquina de Artistas Independentes. A peça foi rejeitada pelos juízes sob a alega ão de não se tratar de uma “obra de arte”. Com efeito, tratava-se tão somente de um mictório de porcelana branca, invertido e com a assinatura "R. Mutt" na lateral, que foi fábrica que o produziu. Porém, com atitudes como esta chamadas mais tarde de Ready Made, Duchamp escancara a noção de que é o lugar de exposição e a assinatura do artista que tornam os objetos “arte” e não necessariamente as propriedades que eles carregam que fazem deles “obras de arte”.
Ready Made Foi o nome dado pelo artista francês Marcel Duchamp à técnica de transporte de um elemento do dia a dia, não reconhecido como artístico, para o universo das artes. Ao utilizar se de objetos “j feitos” este estilo visa propor conceitos, ao inv s de formas artísticas trabalhadas. Preocupa se mais com a idéia do que com as formas. Ao lado, a obra entitulada "A Fonte" (1917), que foi enviada por Duchamp ao Salão da Sociedade Novaiorquina de Artistas Independentes.
Figura 03: Marcel Duchamp's Fountain at Tate Modern by David Shankbone, London 
 photography: December 2004/Work of art:1917.
Disponível em:
Disponível em :http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marcel_Duchamp_Fountain_at_Tate_Modern_by_David_Shankbone.jpg
Um problema da influência do discurso é que, muitas vezes, ele está a serviço de determinados grupos sociais e/ou econômicos a quem interessa consolidar a noção de que apenas determinado tipo de produção pode ser considerada verdadeiramente como “arte”, enquanto outras não mereceriam este “status”. Por m, como estes grupos e seus interesses não são perenes, uma obra ou artista marginalizado em seu tempo, pode perfeitamente alcançar notoriedade e reconhecimento póstumos, como atesta a biografia de muitos pintores e artistas.
A genialidade do artista holandês Vincent Van Gogh somente foi reconhecida após a sua morte. Durante toda a sua vida Van Gogh passou dificuldades, morou em barracos, passou fome e foi castigado pelo frio. Em seus últimos anos, devido à fragilidade de seu estado psicológico, passou a ter crises epiléticas constantes, sendo internado por diversas vezes em clínicas psiquiátricas até sua morte, em 1890.
Figura 04: G OGH, V Autorretratos, pinturas a óleo. 1889.
Disponível em:http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Self-Portrait_with_Bandaged_Ear_and_Pipe20.jpg. Acessadoem: 23/05/2012
Seu legado é o uso abstrato da cor e da forma, que influenciou largamente toda a arte do século XX. Entre suas principais obras encontram se: Auto-Retrato com Chapéu de Feltro (1887), Os Girassóis (série de 7 quadros pintados entre 1888 e1889); A Noite Estrelada (1889) e Auto-Retrato com a Orelha Cortada (1889), reproduzido na imagem acima.
RECAPITULANDO
O QUE É ARTE?
Uma idéia razoavelmente aceita sobre a arte é que ela é uma ex periência humana de conhecimento estético, capaz de formular e transmitir idéias e emoções na forma de um objeto artístico. Possui a capacidade de desafiar tanto a razão quanto o “cora ão” uma vez que dialoga conosco através de nossos sentidos.
O QUE É ESTÉTICA?
Na antiguidade, a est tica era tida como a “ciência do belo”, por m, atualmente este conceito vai muito além dos julgamentos acerca da beleza ou não de um objeto, uma vez que passou a considerar outros valores artísticos. Também é possível nos referirmos à estética enquanto substantivo, na medida em que circunscreve os padrões artísticos de um determinado momento histórico. Desta forma temos a “Est tica Renascentista”, a “Est tica Barroca”, etc.
O QUE É O DISCURSO SOBRE A ARTE?
O discurso é parte do aparato cultural que envolve os objetos artísticos em nossa sociedade. Através de suas ações, buscam possibilitar sua manifestação (exposição,apresenta ão), ou ainda, como pretendem alguns, conferirem ao objeto o “status” de arte. O técnico ou crítico de arte podem perfeitamente elaborar um juízo acerca de determinada produção, pautados por critérios objetivos, porém, nada impede que,com o passar do tempo, este julgamento se torne obsoleto à luz de novas tendências, técnicas ou mesmo, gostos.
1.4 O QUE É HISTÓRIA DA ARTE?
Agora que já temos uma noção do que é arte, podemos nos dedicar a entender o que é a história da arte. Primeiramente, é preciso saber que história é a área de conhecimento que se dedica a estudar os homens e suas relações ao longo do tempo. Para tanto, os historiadores se debruçam sobre as remanescências de outras épocas e procuram, mediante problemas, objetos e metodologias específicas, dar a entender melhor diferentes modos de vida.
Chamamos essas remanescências de fontes históricas e estas podem ser materiais ou imateriais. São exemplos de fontes materiais os discursos impressos, os objetos, utensílios, as ruínas arquitetônicas, os monumentos, artefatos religiosos, entre outros tantos, assim como os documentos em geral. Fontes imateriais, por sua vez, s e mantém através das tradições, das lendas, do vocabulário, etc.
Ao contrário do que popularmente se acredita e do que ainda hoje se ensina nos bancos escolares, a história não se ocupa unicamente dos acontecimentos políticos e ou econômicos relativos às na es e s “grandes personalidades”. Aliás, desde a Escola dos Annales históriatambém se dedica ao estudo das idéias religiosas, dos usos e costumes dos povos e também de suas manifestações artísticas, uma vez que, nas palavras de Ernest Grosse (1893), não existe povo sem arte.
Para Grosse, cabe à história da arte estudar o desenvolvimento cultural dos povos tal como manifestado em sua produção artística. Grosse acredita que sua missão está mais no estudo e na descrição da história da arte que na explicação dos fatos. Todavia, esta que se constitui como ciência autônoma desde o século XIX, não deve servir somente à catalogação de “artes” e de “histórias”. Seu estudo sistem tico um instrumento importantíssimo para desvendar “pensamentos” e “sentimentos” de outros povos e de outras épocas.
Normalmente, os pensadores que se dedicaram a este assunto acabaram por dialogar mais com a história das artes visuais mais tradicionais, como a pintura e a escultura, mas, mesmo quando não o fazem diretamente, é possível estender suas análises às demais formas de manifestação artística.
É comum também vermos a História da Arte associada somente ao estudo da evolução artística ocidental. Isto se dá um pouco em consequência do eurocentrismo que permeava praticamente quase todas produções intelectuais dos séculos XVIII e XIX, mas também à falta de conhecimento pleno das produções artísticas de outras culturas, como as do extremo oriente ou as africanas. A partir do século XX, com o fenômeno conhecido como globalização, este cenário será alterado condideravelmente.
A História da Arte se dedica a trabalhar com a história das idéias, com os conceitos que fundamentam as obras de arte, mas também se preocupa com a história das técnicas e dos temas representados. Porém, é preciso ressaltar, o seu enfoque é dentro de um tempo e um espaço, organizado por meio de métodos de pesquisa e classificação. Seu trabalho consiste em inventariar, catalogar, entender e situar a obra de arte dentro de um contexto histórico-cultural.
Nas breves linhas que se seguem buscaremos examinar a História da Arte, que é a história da humanidade contada a partir das obras de arte e seus entendimentos. O homem, objeto da história, é o mesmo, mas aqui acompanharemos sua trajetória a partir de cores, sons,gostos e formas peculiares.
 A “Escola dos Annales” foi um movimento historiogr fico do s culo XX, articulado
“Annales d’Histoire Économique et Sociale”em torno do periódico, que foi fundado por Lucien Febvree Marc Bloch.
A “Escola” pregava a aproxima ão da história a outros ramos das ciências humanas, como a geografia e a sociologia. Deixou sua marca na historiografia, ampliando os horizontes do estudo da história para al m dos acontecimentos ditos “relevantes”, preocupando-se também com as instituições, com as modas e com as mentalidades.
1.5 COMO SE ESCREVEU A HISTÓRIA DA ARTE?
A arte tem um papel, não necessariamente uma função. É a partir desta perspectiva que nos propomos a observá-la no decorrer da história da humanidade, uma vez que ela se mostra presente desde o momento que nossos antepassados desceram das árvores. Salvo exceções pontuais, a forma como os pensadores, historiadores, pesquisadores e críticos em geral optaram pela representação da História da Arte, foi a da linearidade emprestada da narrativa histórica. O cruzamento destas linhas permite a interpretação da produção artística à luz dos acontecimentos históricos, geográficos, políticos e sociais.
Esta divisão do tempo em períodos históricos permite uma melhor organização de artistas e de tendências, muitas vezes chamadas de “escolas”, por representarem um pensamento ou estética predominante durante um período e que é passado de geração em geração.
Este esforço contínuo de transmissão do conhecimento artístico não começa na pré-história, e sim, às margens do Nilo, há aproximadamente cinco mil anos atrás. Mas seria um equívoco não iniciar nossos estudos pelas primeiras manifestações artísticas da humanidade, pois de outra forma não teríamos a oportunidade de observar o quão importante foi o papel exercido pela arte desde o princípio da humanidade.
Estudar estes povos primitivos torna-se um imperativo neste momento, justamente pelo fato da História da Arte tê-los mantido por tanto tempo distante de sua análise.
Figura 05: Cervo pintado na “Cueva de Las Chimenesas” de Monte Castillo, Puente Viesgo (Cantabria, Espanha)
Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cueva_de_Chimeneas_(ciervo).png. Acessado em: 22/05/2012
A História da humanidade pode ser dividida em dois grandes períodos: antes e depois da escrita. Normalmente, o período anterior ao advento da escrita é chamado equivocadamente de “Pré -História”. Este termo permite a interpreta ão errônea de que só existe história durante o período literário, quando sabemos que, antes deste, existia sim história, contada, porém, de uma maneira diferente. Os sistemas de escrita evoluíram de forma independente em várias regiões do planeta, como Mesopotâmia, China e Egito, e não sofreram influências mútuas, ao menos em seus começos. É bem provável que as escritas mais antigas sejam a escrita cuneiforme, dos sumérios e os hieróglifos, dos antigos egípcios. Ambos os sistemas foram criados há aproximadamente 5.500 anos.
Sem dúvida, a partir do momento que os povos começaram a registrar de forma escrita as informações que julgavam importantes, ficou bem mais fácil para os historiadores entender o funcionamento daquelas sociedades. Além dos artefatos arqueológicos, das obras de arte, temos a partir deste momento, o pensamento destes povos registrados de forma verbal ecoando através dos séculos.
Figura 06: Gravura de um homem Maori tatuado
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Maori_gravure.jpg. Acessado em: 22/05/2012
Porém, ao traçar a cronologia da arte, os historiadores desta matéria se defrontaram com um problema prático. Como interpretar os sinais e a produção artística dos primeiros habitantes do planeta? Sem dúvida, tratou-se de um problema de difícil solução, uma vez que quanto mais recuamos no tempo, mais nos distanciamos dos fatos históricos e da compreensão plena dos acontecimentos. Quando a proposta é estudar o período anterior ao advento da escrita, esta tarefa se torna quase impossível.
A solução dospensadores que primeiro se debruçaram cientificamente sobre este assunto, no século XIX, foi recorrer à arqueologia e à etnografia. A primeira se ocupa da análise dos modos de vida de civilizações já extintas a partir do exame dos vestígios materiais deixados por estes povos. A segunda consiste em um ramo da antropologia que se dedica a estudar povos contemporâneos dentro de um recorte específico, no nosso caso, os povos primitivos. Assim chamados por ainda manterem um modo de vida muito semelhante ao dos primeiros habitantes da terra, se considerados à luz da sua forma de aquisição de alimentos.
É importante ressaltar que, se ainda hoje existem tribos nestas condições, tanto no interior da África, América e Oceania, em meados do século XIX o distanciamento físico e cultural destes para com os povos ditos “civilizados” era muito maior. A conjugação destas e de outras ciências tem nos fornecido hipóteses bastante razoáveis quanto a este período obscuro da história da humanidade. Seu estudo nos mostra o quanto alguns hábitos ditos “modernos”, como a maquiagem, o uso de brincos, piercing´s, alargadores, tatuagens, entre outros, sempre foram praticados com maior ou menor freqüência em todas as etapas da trajetória humana, por povos distintos, mas não necessariamente por razões distintas.
Figura 07 Marc Pinto, tatuador mundialmente conhecido, com estúdios na Austrália e em Cingapura2
É comum vermos este tipo de produção primitiva associada a motivos religiosos, porém, seria demasiado simplista e até mesmo desonesto reduzir todas as manifestações artísticas de tantas etnias diferentes a uma única motivação. Com efeito, para inúmeros povos, a arte sempre teve uma finalidade prática e também ornamental. Estava presente sim nas manifestações religiosas, mas também na distinção social, na guerra e nos ritos sexuais.
20
 
Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marc-pinto.jpg.
A tatuagem é uma das mais antigas formas de ornamentar o corpo. Dados arqueológicos atestam que este tipo de intervenção já era praticada a séculos antes de Cristo em povos como os Esquimós, os Maori da Nova Zelândia e os Bosquímanos do sudoeste da África. No início, tal como hoje, sua finalidade era quase que exclusivamente ornamental. Era obtida na maioria das vezes pela inserção de um pigmento, geralmente pó de carvão, na pele da pessoa. Os primeiros povos utilizavam pequenos riscos no rosto e corpo. Geralmente, estes riscos estavam associados à rituais de passagem e maturidade. Com o passar do tempo, alguns povos, como os Maori desenvolveram uma maior habilidade na confecção de desenhos utilizando o próprio corpo como suporte.
2 DAS CAVERNAS ÀS GRANDES CIDADES
2.1 A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Como já dito anteriormente, o termo “Pré -História” bastante controverso. Permite ainterpreta ão de que este período seria “anterior” história, como se isto fosse possível. O homem é o objeto da história e esta começa com o surgimento daquele. Porém, a forma do homem contar a própria história nem sempre foi a mesma, houve um tempo em que prevalecia a tradição oral e os registros eram efetuados em linguagem não verbal. É este o período normalmente chamado de “Pr -História”, que na verdade não anterior história mas sim à escrita.
Este período pode ser dividido em “Idade da Pedra” e “Idade dos Metais”. O primeiro se subdivide em Paleolítico (superior e inferior), Mesolítico e Neolítico. A “Idade dos Metais” se subdivide em “Idade do Cobre”, “Idade do Bronze” e “Idade do Ferro”.É durante a “Idade da Pedra” que surgem os primeiros hominídeos. Nossos antepassados aprenderam a controlar o fogo e a utilizar instrumentos de pedra e de madeira para auxiliá-los nas atividades de caça e na defesa contra seus inimigos. A produção artística deste período está diretamente ligada ao modo de subsistência destes povos. Eram representadas nas paredes das cavernas figuras de animais, principalmente de caça, abatidos ou, após sua feitura, riscados com pedaços de pedras. É possível que o homem primitivo atribuísse certos poderes mágicos à sua arte, de forma que, ao representar de forma pictórica o abatimento da presa, estariam garantindo o sucesso de sua empreitada.
A estas pinturas dá-se o nome de pinturas rupestres e entre os sítios arqueológicos mais famosos estão as cavernas de Lascaux, na França e no Brasil, o Sítio Arqueológico do Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí. 
 
 
Figura 08: Réplica de um dos cavalos encontrados nas cavernas de Lascaux. Anthropos Brno
museu
.
Disponível em:http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lascaux,_horse.JPG?uselang=pt
. Acessado em: 23/05/2012
Com o passar do tempo, também desenvolveu-se a cerâmica e, já no paleolítico superior, a escultura. Percebe-se em alguns povos, uma predominância da representação de figuras femininas que, ora aparecem representadas com seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas, ora com silhuetas afinadas, membros compridos e feições extremamente esbeltas. A estas estatuetas foi dado o nome gen rico de “Estatuetas de Vênus”.
 Figura 10: Vênus de Willendorf.
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Venus12.jpg. Acessado em: 25/05/2012
 A “Idade da Pedra” o maior período da história da humanidade, fontes apontam seu início entre 2,9 e 2,7 milhões de anos atr s. A “Idade da Pedra” só chega ao fim cerca de 6000 anos antes de Cristo, com o início da Idade dos Metais. Acima, a pintura de um caranguejo, datada de mais de 10.000 anos[3]. Epistemologicamente,paleolítico significa pedra lascada e neolítico, pedra polida. O próprio nome destas duas fases já mostra uma preocupação em denotar o amadurecimento cultural destes primeiros homens que, neste momento, já possuem uma habilidade mais acentuada de modificar a natureza em seu favor. Durante o neolítico, graças à revolução agrícola, o homem torna-se sedentário, aprimora seu artesanato e começa a confeccionar tecidos.
O estabelecimento do homem em locais fixos proporcionado pelo aprendizado das técnicas agrícolas e pela domesticação de animais, possibilitou o surgimento dos primeiros agrupamentos humanos que, posteriormente, se tornariam as primeiras cidades. A arte agora não mais cumpre um papel exclusivamente prático, existirá também uma preocupação com a beleza dos objetos. São dessa fase também os primeiros registros arquitetônicos como os Dolmens e os Menires. Os Dolmens são monumentos tumulares compostos por duas ou mais pedras grandes dispostas verticalmente no chão, sobrepostas por uma grande pedra horizontal.Os Menir, por sua vez, consistem em pedras alongadas verticalmente dispostas com o objetivo de marcar as estações, realizar festividades ou mesmo demarcar território. Possuem entre 50 centímetros e 11 metros de altura e são muito comuns nas regiões outrora habitadas pelos antigos povos celtas.
Jà na “Idade dos Metais”, a metalurgia possibilitar avan os gigantescos na confec ção de armas, mas também de adornos. O ouro, o cobre, o bronze e o ferro, cada qual em um momento distinto, passam a ser utilizados no feitio de pulseiras, brincos, colares, diademas, elmos, enfim, toda sorte de utensílios visando o embelezamento de homens e mulheres daquela época.
É importante ressaltar que o início e fim destes períodos ocorrem em datas diferentes nas diversas regiõesdo mundo. A título de exemplo, quando os espanhóis chegaram na América, no final do século XV, os povos pré-colombianos ainda se encontravam na fase inicial da idade dos metais, uma vez que mal conheciam a metalurgia do bronze e desconheciam a do ferro.
 
2.2 ARTE NA ANTIGUIDADE
2.2.1 Egito
As primeiras civilizações principiaram nos lugares em que existiam as melhores condições de desenvolvimento, como água potável, comida e proteção contra os inimigos. Nas famosas palavras do historiador Heródoto (1998), no Livro II de suas “Histórias”, “o Egito é a dádiva do Nilo”. Situado ao nordeste do continente africano, uma terra com gua em abundância, fértil e de difícil acesso, protegida ao norte pelo mar Mediterrâneo, ao leste pelo Mar Vermelho, à leste pelo deserto da Líbia e ao sul por suas cataratas. Os antigos egípcios deixaram contribuições consideráveis no campo das artes, do direito, da religião, da filosofia, da astronomia, da matemática, da medicina, além de terem desenvolvido um dos primeiros sistemas de escrita do mundo, como já mencionado anteriormente.
Com relação à arquitetura, a arte egípcia chega ao seu apogeu durante o período conhecido como Antigo Império, ao substituir o uso do tijolo cru pelo uso de pedras, na construção de grandes monumentos.
As pirâmides mais famosas do Egito estão situadas no deserto de Gizé e foram construídas para servir de tumbas a importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Próxima a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, porém, com corpo de leão (simbolizando força) e com cabeça humana (significando sabedoria). As esfinges eram utilizadas para manter afastadas visitas indesejadas, vivas ou mortas.
As principais características da arquitetura egípcia são o naturalismo, a solidez e a durabilidade de suas obras. Estas características combinadas produziram momentos de rara beleza, como as colunas que imitam troncos de palmeiras (palmiforme) e os capitéis em forma de flores de lótus (lotiforme).
A Grande Pirâmide de Quéops é a mais antiga de Gizé, foi construída por volta de 2500 a.C. com cerca de 2.300.000 blocos de calcário, movidos pela força de 20.000 homens. Estima-se que tenham sido usadas para a construção de todas as pirâmides cerca de dois milhões de blocos de pedras calcárias, pesando cerca de vinte toneladas cada uma e medindo cerca de dez metros de largura. 
Figura 15: Litografia das Pirâmides de Gizé. Publicado entre 1846 e 1849. Biblioteca do
Congresso Americano [7].
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pyramids_of_Geezeh.jpg?uselang=pt-br
Acessado em: 22/05/2012
As pirâmides, com seus vértices apontando o infinito, simbolizam a preocupação deste povo para com a eternidade, mas constituem apenas os aspectos visíveis de uma série de ritos que tinham a finalidade de garantir o sucesso da transição de seus nobres para a vida após a morte. As pinturas nas tumbas, as esculturas, o processo de mumificação a fim de deixar o corpo do defunto “intacto”, tudo deveria servir como garantia de imortalidade tamb m para o povo, pois o faraó era a corporificação da vida nacional.
No princípio, estes rituais eram reservados apenas aos faraós, mas logo os outros nobres passaram a ter também seus próprios túmulos agrupados próximos ao túmulo do rei. Com o passar do tempo, toda pessoa com condições se preocupava em tomar providências para a vida no além, encomendando uma dispendiosa tumba e um caríssimo processo de mumificação.
Os templos vieram substituir as pirâmides em importância durante o Médio e o Novo Império. Apesar de não mais abrigarem os corpos de seus monarcas, mantiveram as características maciças das estruturas que expressariam a força do império e a eternidade de sua cultura. Em suma, a arquitetura egípcia sempre buscou simbolizar através desta arte a força de seu império e a estabilidade de seu estado.
A pintura e a escultura egípcia modificaram-se pouco ou quase nada durante o período dinástico devido a uma série de normas fixas que não poderiam ser alteradas. De acordo com estas regras, o rei sempre deveria ser representado em proporções maiores que as originais e com semblantes impassíveis. O faraó, tal como o estado governado por ele, se mostra imperturbável em sua eternidade. As pinturas geralmente obedecem chamada “lei da frontalidade”, que determinava queo tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, pernas e pés seriam visualizados de perfil. Isto se deve ao fato destes artistas buscarem representar as pessoas e os objetos da forma mais “inteira” possível. Acreditavam que este tipo de representação que mescla diversos pontos de vistas em um mesmo plano, apesar do distanciamento estético, se aproxima muito mais satisfatoriamente da ideia que desejam ver ali representada: o homem em sua totalidade.
Figura 16: Livro dos Mortos, Museu Britânico de Londres[8].
Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Bookdead.jpg. Acessado em: 23/05/2012
As margens do Nilo já eram povoadas por culturas razoavelmente organizadas desde 6000 antes de Cristo. Paulatinamente estas tribos foram se unificando até formarem os Nomos, pequenos reinos governados cada qual por um nomarca. Passados alguns seculos deu-se a fusão de varias destas cidades estado em dois grandes reinos, um ao norte e outro ao sul. Em 3150 antes de Cristo, aproximadamente, aconteceu a unificação destes dois reinos dando início à primeira de uma série de dinastias que governariam estas terras pelos próximos 3 mil anos.
2.2.2 Grécia e Roma
No momento em que a importância econômica das civilizações da antiguidade clássica migra das margens dos grandes rios em direção à orla fresca do mediterrâneo, a arte parece acompanhar este movimento e experimenta entre os gregos uma liberdade até então não conhecida pela humanidade. O abandono do dogmatismo e do medo do sobrenatural foram, indubitavelmente, molas propulsoras do desenvolvimento intelectual e artístico deste povo.
Podemos entender o racionalismo grego ao nos debruçar sobre o seu sistema de crenças, privado de valores morais e voltado quase que unicamente para a explicação do mundo físico e obtenção de benefícios concretos através de contratos firmados com as divindades pormeio de sacrifícios. Seus cultos tinham então apenas um caráter externo e mecânico. Bastaria ao adorador desempenhar a sua parte no combinado, executando o sacrifício indicado, e os deuses cumpririam a sua. Como os deuses são caprichosos, essa troca, todavia, nem sempre era equânime ou estável, portanto, não devemos nos deixar levar pela sedução de uma explicação simples para o passado.
É comum vermos os gregos associados ao princípio do que hoje se chama “pensamento ocidental”. Certamente, parte do que somos hoje se deve a eles, em grande parte devido à sua filosofia em todas suas diferentes vertentes, mas também graças aos seus progressos científicos na medicina, na biologia, na história, na matemática. E artísticos, na literatura, no teatro, na arquitetura e na escultura.
A arte para os gregos era musical, ou seja, inspirada pelas Musas. Os gregos julgavam a inspiração para a produção da arte como algo tão belo e sublime que só poderia ser oriundo das mesmas divindades que criaram o universo.
O teatro grego tinha como principais gêneros a tragédia e a comédia. As máscaras representativas destes dois gêneros sãousadas ainda hoje como o símbolo do teatro. As tragédias retratavam as sagas de heróis e suas relações com os deuses de forma didática, visando instruir os cidadãos da polis no exemplo a ser ou não seguido. O espectador encherga no herói trágico a sua própria dor, servindo esta como um alerta para não cair no mesmo erro que ele. As comédias, por sua vez, tratavam de temas coloquiais e visavam na maioria das vezes o entretenimento.
Aristófanes é considerado como sendo o maior representante da comédia grega clássica. Os principais dramaturgos de tragédias deste período foram:
- Ésquilo, autor de “Prometeu Acorrentado”. - Sófocles, autor de “Édipo Rei”. - Eurípedes, autor de “As Troianas”.
Figura 17 Teatro de Dionísio em reconstituição do século XIX.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:DionysiusTheater.jpg. Acessado em: 23/05/2012
No tocante à arquitetura, o teatro grego era uma estrutura construída em lugares abertos e que possuíam uma parte dedicada à encenação dos atores, outra dedicada ao coro e uma terceira aos espectadores. Mas estruturalmente, o que realmente chamou a atenção dos homens no transcorrer dos séculos foram os templos gregos.
Talvez a característica mais importante dos templos gregos seja a simetria, simbolizando o equilíbrio e a racionalidade de seu povo. Três degraus constituíam a base do templo, sendo o mais elevado deles chamado de estilóbata . Era sobre este último que se erguiam as colunasque sustentavam um entablamento horizontal.
As construções gregas obedecem a um sistema arquitetônico dotado de elementos previamente definidos que, ao relacionar-se entre si, conferem harmonia, unidade e proporção à obra. A estes sistemas dão se o nome de “ordens”.
Figura: Concepção artística de 1891 do Partenon.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ParthenonRekonstruktion.jpg. Acessado em: 25/05/2012
O Partenon foi construído no estilo dórico, mas muitos outros templos utilizaram o estilo jônico. Ao compararmos um estilo ao outro perceberemos que as colunas do templo jônico são muito menos robustas e fortes. São como suportes delgados e a cabeça da coluna deixou de ser uma simples almofada sem enfeites para se tornar ricamente decorada com espirais. Através da combinação destes recursos consegue-se um resultado de extrema graça e suavidade. A arte grega da pintura chegou até nós por meio da cerâmica. Seus vasos possuíam uma função utilitária, além da ritualística. Razão pela qual possuem diversos formatos condizentes com as funções a que serviam. Em geral, as pinturas dos vasos representavam pessoas comuns em atividades cotidianas, mas também, cenas da mitologia. Em razão das características gerais, podemos dividir a pintura grega em três grupos, que são as figuras negras sobre o fundo vermelho, as figuras vermelhas sobre o fundo negro e as figuras vermelhas sobre o fundo branco.
 
 Figura : Exemplo de pintura vermelha sobre fundo negro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Chryses_Agamemnon_Louvre_K1.jpg. Acessado em: 27/05/2012
As esculturas gregas, por sua vez, representam o apogeu da técnica, atingindo no equilíbrio, a perfeição das formas e a idéia de movimento. No princípio, a estatuária grega era rígida como a egípcia, mas com o passar do tempo, seus escultores foram incorporando os êxitos obtidos através de muitos estudos e tentativas até alcançar o que muitos consideram ser insuperável.Um dos maiores exemplos da escultura grega está no discóbolo, ou arremessador de discos. Nele, a harmonia da composição é dada pelo encontro de dois segmentos de linha curva. Uma que se inicia no disco e alcança o pé esquerdo da estátua e outra que começa neste mesmo pé e vai até a cabeça, passando pelas costas do atleta. Este encontro de curvas transmite a idéia de movimento, sem sacrificar a leveza e a harmonia. O próprio rosto da estátua permanece impassível, como se não estivesse realizando nenhum esforço, o que reforça a idéia de leveza. 
 Figura 23: Réplica de um Discóbolo.
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Discobolus_icon.png?uselang=pt-br. Acessado em: 12/05/2012
Após a morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., iniciou-se um período conhecido como helenístico, que irá durar até a anexação do mundo grego por Roma em 146 a.C.. Caracterizou-se pela junção da cultura grega com a cultura oriental. Durante um primeiro momento, prevaleceram os ideais racionalistas gregos, porém, estes foram fortemente influenciados pelas doutrinas orientais. Apesar dos avanços na matemática, na medicina e na astronomia, a filosofia e a arte passaram a sucumbir diante de um misticismo e cepticismo crescente.
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas possuíam um temperamento completamente diferente. Eram um povo mais voltado para o êxito de suas conquistas militares e econômicas do que para a inclinação intelectual ou científica. Foi somente a partir do governo de Otaviano, iniciado em 27 a.C., que a arte romana assumiu o caráter especial de expressão da vida nacional. Antes disto, praticamente toda a arte romana era importada ou copiada do mundo helenístico. 
Durante muito tempo, Roma foi abastecida com carregamentos de estátuas, colunas de mármore e relevos, oriundos dos saques da Grécia e da Ásia Menor. Este espólio servia para decorar as casas dos poderosos, esgotando rapidamente e gerando uma demanda que fomentou a produção de muitas cópias. Daí a pouca originalidade da arte romana. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.
 Figura : Busto de mármore de Marco Antônio
Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/File:MarkAntony1.jpg. Acessado em: 23/05/2012
Além dos gregos, os romanos sofreram uma forte influência dos etruscos, de quem herdaram o uso do arco e da abóbada nas construções. Com efeito, será na arquitetura que os romanos irão se destacar. Este povo construiu grandes obras públicas visando atender aos vários aspectos de suas vidas, como templos religiosos, basílicas para a prática do comércio e do civismo, termas para sua higiene, além de circos, teatros, casas, entre outros.
Como características gerais, a arquitetura romana possuía o senso de realismo, ou seja,a busca do útil imediato, daí sua inclinação para o urbanismo. Através da grandeza material, buscava realçar a ideia de força, energia e virilidade. É patente o predomínio do caráter sobre a beleza. Talvez o maior símbolo arquitetônico deste período seja o Coliseu, construído entre 68 e 79 depois de Cristo.
 
 Figura :Desenho do Coliseu, em Roma, feito em 1891[15].
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:ColosseumRoma.jpg. Acessado em: 13/05/2012
Assim como aconteceu com a civilização grega, os romanos, no crepúsculo de sua civilização, assistiram ao fortalecimento do misticismo e do pessimismo. Em meio a uma realidade insuportável, o homem perde o interesse nas realizações terrenas e volta desesperadamente suas atenções para uma vida após a morte. Isto se deve em grande parte à influência das religiões orientais e, principalmente,do cristianismo.
2.3 IDADE MÉDIA
Três novas culturas surgem na Europa após o fim do Império Romano. A civilização bizantina, a civilização islâmica e os reinos da Europa ocidental. Os períodos relativos à história dessas três civilizações se sobrepõem parcialmente.
2.3.1 Arte bizantinaNo ano 324 da nossa era, devido às freqüentes incursões bárbaras, o imperador Constantino decide transferir a capital do Império Romano para Bizâncio, cidade grega depois chamada de Constantinopla, em sua homenagem. Como em um jogo de futebol, o movimento defensivo de Constantino foi um convite ao avanço dos bárbaros, que se apoderaria m de Roma pouco depois.No campo artístico, a mudança permitiu o surgimento da Arte Bizantina, o primeiro estilo de arte cristã. As múltiplas influências decorrentes de sua localização geográfica possibilitaram o nascimento de um estilo diferenciado tanto na técnica quanto na cor.
Aqui,a temática religiosa é predominante. A produção artística é cuidadosamente controlada por um estado teocrático que usa a arte como propaganda de seus líderes e de sua doutrina. A Arte Bizantina tornou-se mundialmente famosa por seus mosaicos, que consistem em inúmeros pedaços de pedra e vidro coloridos, muitas vezes, folheados a ouro.
 Figura : Detalhe de mosaico presente na Igreja de Santa Sofía, em Istambul.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hagiasophia-christ.jpg. Acessado em: 23/05/2012
Apesar da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, a arte bizantina extravasou em muito os limites territoriais e temporais do império, penetrando em toda a Europa, África e Ásia.
 
2.3.2 Arte islâmica
O calendário islâmico começa no ano 622 da era cristã. Foi nesta data que o profeta Maomé fugiu de Meca para Yatrib, posteriormente conhecida como Medina, para organizar sua doutrina e seu retorno para a cidade que o expulsou. Após o sucesso desta empreitada, os Califas, sucessores de Maomé, continuam suas investidas em todo o território conhecido hoje como Península Arábica, norte da África e Península Ibérica. Essa expansão só seria interrompida por Carlos Martel em 732, na Batalha de Poitiers.
Durante essa expansão Islâmica, foram assimiladas as cúpulas bizantinas que hoje se encontram em seus templos religiosos, bem como a tapeçaria persa e os mosaicos europeus.Com o passar do tempo, destacam-se sobremaneira tanto arquitetonicamente na construção de mesquitas, quanto na tecelagem de seus tapetes. Não possuíam quase que nenhuma tradição na pintura, se limitando a absorver a estética dos povos dominados. Destas combinações nasceram os afrescos e as miniaturas. 
Os afrescos serviam para enfeitar prédios públicos e eram muito semelhantes à arte helênica, embora fortemente influenciados pela cultura local. A miniatura árabe era usada para ilustrar publicações de divulgação científica, a fim de facilitar a compreensão do texto e para acompanhar as narrativas das obras literárias.
No tocante ao restante das produções pictóricas, é nítida uma predileção pelo geométrico e pelo abstrato. A fim de evitar a representação humana, que começava a ser encarada como heresia (Maomé sempre era representado sem rosto), surge o arabesco, resultado da combinação de traços ornamentais com a caligrafia. 
 
 
 Figura : Exemplo de arabesco
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Roof_hafez_tomb.jpg Acessado em: 22/05/2012
2.3.3 A arte da Europa Ocidental
A partir de Carlos Magno, no século VIII,perceberemos um esforço no sentido de valorização das artes na Europa Ocidental. Dois estilos se destacarão na Europa Ocidental durante essa Idade Média, o Românico e o Gótico.
O estilo Românico, assim chamado devido à sua semelhança com as construções dos antigos romanos, surge no século XI. Suas principais características são as abóbadas, em substituição ao telhado das basílicas; pilastras maciças para sustentar as grossas paredes; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e arcos redondos.
As igrejas românicas são comumente chamadas de Fortalezas de Deus, devido à força de sua arquitetura combinada com seu caráter monástico. O ambiente interno deveria ter pouca luminosidade e quase nenhum estímulo visual a fim de favorecer a introspecção e à devoção.
 Figura: Frente da Sé de Lisboa, exemplo de arquitetura românica.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Se_de_Lisboa_Frente.JPG Acessado em 27/05/2012.
Já no começo do século XII, com o renascimento comercial e urbano, a vida social do homem medieval começa a migrar do campo para as cidades. Neste momento, a arte românica convive agora com um novo estilo mais leve e aprimorado, que respira as transformações que se anunciam no horizonte.
Nasce a arte gótica. Entre suas características principais, se encontra o arco ogival e as nervuras nas abóbadas cruzadas que permitiam o lançamento de coberturas mais altas e leves.
Os complicados sistemas de suporte permitiram paredes mais finas que, combinadas com os imensos vitrais, criaram um ambiente mais iluminado e arejado. Além disso, três portais dão acesso às naves do interior da igreja: uma nave central e duas naves laterais.
Outro elemento ornamental muito importante do estilo gótico é a rosácea. A rosácea consiste em uma abertura circular onde um desenho geométrico é preenchido com vidro colorido. A luz filtrada através de suas cores, simboliza o contacto com a espiritualidade e a ascensão ao sagrado.
 
Figura: Detalhe de rosácea do século XIII, ilustração de 1856.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rosace.XIIIe.siecle.png. Acessado em: 27/05/2012
Por se tratar de um estilo artístico imediatamente anterior ao renascimento cultural e científico, os pensadores da renascença sempre se referiam à estética gótica de forma depreciativa. Inclusive a forma como a nominamos ainda hoje é uma referência pejorativa à uma falsa origem bárbara germânica (goti), sendo que esta arquitetura, na verdade, nasceu na França.
A arte gótica é perfeitamente condizente com este período de transição da Idade Média para a Idade Moderna chamada na literatura de “humanismo”. Sua arquitetura privilegiava a luz, em oposição às trevas. Seus vitrais, não raras vezes, retratavam trabalhadores em seus ofícios cotidianos e suas construções não serviam apenas como templos religiosos, mas também como bibliotecas, escolas e salas de reuniões para assuntos variados. Com efeito, estas catedrais não eram tão somente igrejas, mas o coração da vida de muitas comunidades. Nas palavras de Edward McNall Burns (1971), “se algum significado espiritual tinha a arquitetura gótica, era como símbolo de uma religião que passara a reconhecer a import ncia desta vida”.
 
 Figura: FRANTZ, Ricardo André. Vista interna da Catedral de Notre-Dame, París[20]
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Notredame8b.jpg. Acessado em: 23/05/2012
 Percorremos os caminhos traçados pela humanidade desde sua aurora até o fim da Idade Média. Vimos a produção pictografica da chamada “Pré- História”. A arte do Egito, Grécia e Roma antigas. E a produção artística dos bizantinos, islâmicos e dos povos da Europa ocidental, dentro do contexto da Idade Média. Aqueles que desejarem conhecer um pouco mais sobre a arte dos povos primitivos poderá buscar a obra de Ernest Grosse chamada “As Origens da Arte”. O livro foi escrito em 1893, mas é considerado um “divisor de águas” com relação aos mé todos de pesquisa empregados e à qualidade de suacontribuição. Aqueles que desejarem aprender mais sobre a Idade Média encontrarão uma boa guarida na obra de Hilrio Franco Junior, chamada “AIdade Média, Nascimento do Ocidente”. Nela encontramos informações seguras e precisas sobre todo este ultimo período estudado. Outros importantes autores são Gombrich, R. H. A historia da Arte. Tradução de Alvaro Cabral, Rio de Janeiro: LTC 199, Strickland, Carol; Boswell, John. Arte Comerciada: Pré-Hisória ao Pós-Moderno. Trad. Angela lobo de Andrade. 2 ed. Rio de Janeiro; Ediouro 1999, Baumgart, F. Breve História da Arte São paulo: martins Fontes, s.d. Estes e outros autores encontram-se a disposição na Biblioteca da Unipar.
A ARTE MEDIEVAL
INTRODUÇÃO
	Após séculos de glórias e conquistas territoriais o Império Romano, começa a apresentar sinais de crise no século III d.C. Sua enorme extensão territorial dificultava a administração e controle militar (defesa).Com o fim das guerras de conquistas diminuíram a entrada de escravos, e com menos mão-de-obra ocorreu uma forte queda na produção de alimentos gerando a diminuição de impostos. Conflitos entre os patricios e plebeus ocasionaram a instabilidade politica em todo Império Romano. O crescimento do cristianismo que contestava as bases políticas do império (guerra, escravidão, domínio sobre os povos conquistados) e religiosas (politeísmo e culto divino do imperador) ganhou força durante esse periodo. O aumento da corrupção no centro do império (Roma) e em suas províncias enfraqueceram seus exercitos e as fronteiras do Império ficaram desprotegidas, facilitando assim a invasão dos povos bárbaros germânicos no século V.
	No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média. Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos chegaram até os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. 
Podemos destacar como exemplos deste legado: 
O Direito Romano;
Técnicas de arquitetura;
Línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano);
Técnicas de artes plásticas, filosofia e literatura.
	A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. 
	O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todo os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
	A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
	A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
	Durante a Idade Média (século V ao XV), a arte europeia foi marcada por uma forte influência da Igreja Católica. Logo, a arte medieval também foi influenciada pelo clero católico.
	A arte medieval pode ser dividida em três períodos distintos:
Período Cristão
Período Românico
Período Gótico 
PERÍODO CRISTÃO – (200 - 900 d.C)
	Marca o início do cristianismo e obedecem praticamente os mesmos padrões da Arte Bizantina.
	
Suas principais caracteristicas são:
Surgimento de símbolos para aceitação do cristianismo;
Criação de templos para cultos católicos;
Pintura reflexo de cópia bizantina, resumindo-se à mosaicos e afrescos;
Simples e tosca;
Arte catacumbária (catacumbas).
Nesse período ocorre uma mudança de pensamento com as seguintes características:
Foco: a salvação e a vida eterna;
Desaparecimento pela representação realista do mundo;
Os nus foram proibidos: os ideais greco-romanos desapareceram;
Os artistas medievais se interessavam pela alma dispostos a iniciar uma conversão de novos fiéis nos dogmas da Igreja;
A arte se tornou serva da Igreja;
Os teólogos acreditavam que os cristãos aprenderiam a apreciar a beleza divina através da beleza material, no que resultou numa profusão de mosaicos, pinturas e esculturas.
Na arquitetura forma de construções mais arejadas, mais leves: discretos no exterior mas refulgentes com mosaicos, afrescos e vitrais espiritualmente no interior.
A arte medieval se compõe em três estilos: bizantino, romanico e gótico.
A ARTE BIZANTINA
	Em 330, antes da divisão do Império Romano, o imperador Constantino transferiu a capital do ocidente para o oriente. Após a divisão do Império Romano enquanto no ocidente as cidades desapareciam, o Império Bizantino manteve-se predominantemente urbano. Atingindo sua máxima extensão no reinado de Justiniano (527-565). A arte tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de Deus e com poderes temporais e espirituais.
 
 Imperador Justiniano
	A arte bizantina foi uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de varias fontes orientais, sendo assim preservada a cultura clássica greco-romana. Com essa mistura de etnias, foi possível associar todas as partes da cultura bizantina: como o idioma grego, a religião cristã, o direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquitetura de inspiração persa entre outros, formando assim um novo estilo de arte, rico na técnica e na cor.
	Na maioria das vezes com relação à igreja cristã, o objetivo principal da arte bizantina foi representar por meio da arte a supremacia do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação da contemplação das coisas espirituais conseqüência dessa proposição. Podemos afirmar então que a arte bizantina está dirigida pela religião. O clero também organizava a arte, fazendo com que os artistas fossem meros executores de suas obras.
	O imperador não só tinha poderes administrativos e espirituais, mas era também considerado o representante de Deus. Assim os artistas faziam a imagem dele com uma auréola sobre a cabeça, muito encontrado em mosaicos, onde imperador e imperatriz na maioria das vezes encontravam-se ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
	
	A aparência grandiosa das figuras frontais, fortalecidas nas obras da arte bizantina, deu lugar a obras que além de se manter solenes e majestosas, eram mais vivazes e variadas.Foi da arte bizantina que surgiu os modelos para toda a Idade Média. Nela também surgiu, pela primeira vez, representações das côrtes angelicais. Dentro dostemplos, a arte representou uma teologia da imagem. Na parte interna, a arte pode ser concretizada através de pinturas, mosaicos e esculturas. A imagem bizantina foi um aumento do tempo do dogma e o progresso doutrinal através da doutrina da arte.
	Elementos se fundiram para originar a arte bizantina atuante neste período com ênfase nas criações arquitetônicas, já que pouco restou da pintura, da escultura e dos mosaicos da época. Postado por Gaby e Nati.
 
Período Justiniano (527-565) 
	
	Corresponde a determinação dos importantes traços dessa arte imperial. Os projetos arquiteturais diversificaram-se: planta retangular de naves variável e coberta com uma cúpula. Santa de Constantinopla, concedida a Artêmios de Talles e Isidoro de Mileto, é o mais destacado templo dessa época juntamente com as Igrejas de Ravena e Santa Catarina do Sinais. A crise do iconoclasmo, caracterizado pelo desprezo da imagem do divino, favoreceu o monaquismo e o surgimento da escola capadociana. 
Período Macedoniano 
	
	Também nomeada a 2ª fase áurea bizantina o período inicia-se com Basílio I (867-886) e o ápice é atingido no reinado de Constantino VII Porfirogênito (945-959) aos meados do século X, a decoração das igrejas era de forma hierárquica: cúpulas, altar-mor e partes superiores, todos destinados às figuras celestes (Cristo, a Virgem Maria e os Santos).As partes intermediárias, como áreas de sustentação, às cenas da vida de Cristo, as partes inferiores, à evocação de patriarcas, profetas, apóstolos e mártires eram figuras expressas dentro dos templos.
A tendência, cor e aspecto das diferentes cenas variam de modo sutil, para formar a impressão de espaço e reverter tensão dinâmica à superfície achatada e estática das figuras. 
Período Comeneniano 
	Há uma independência maior da tradição, o que destaca-se basicamente é a religiosidade, que mais tarde servirá de modelo à arte bizantina dos Balcãs e da Rússia, que coloca em prática nos ícones e pinturas as expressões mais elevadas. 
Período Paleologuiano (1258-1460) 
	O realismo e decoração narrativa tenderam a propagar-se. As imagens estão cheias de personagens; os afrescos se multiplicaram. Os mais importantes centros de arte sacra bizantina são tessalônicas, Trebizonda e Mistra.
	Apesar do desaparecimento do império, a arte bizantina manteve-se com sua marca nas regiões mais variadas, como o monte Atos, a Iugoslávia, a Bulgária, a Romênia e a Rússia, onde continuaria a desenvolver notáveis ícones.
Período ítalo-bizantino 
	
	Parte da Itália foi ocupada pelos bizantinos, gerando o Estilo Ìtalo- Bizantino, expandindo-se por Veneza, Siena, Pisa, Roma e na Itália meridional.Seguido do ícone, pintores de gênero, formaram os objetivos fundamentais da pintura italiana.A influência da arte-bizantina ainda no século XIV repercutiu principalmente nos primeiros expoentes da pintura veneziana.
 A ARTE ROMÂNICA – (1000 - 1100)
	
	Com a conversão de boa parte da Europa ao cristianismo, a partir do século 4, a honorável arte clássica, tida como pagã, foi abandonada com a vitória da nova crença pregada pelos Apóstolos de Jesus. Muitos dos templos religiosos e prédios públicos dos romanos e dos gregos foram destruídos, abandonados ou reaproveitados pelos cristãos. Lentamente, das ruínas do passado mundo pagão, um novo estilo começou a ser forjado, uma linha artística e estética que melhor expressou o sentimento religioso dos povos convertidos à Cruz.
	
	
	Num primeiro momento, no tempo da Alta Idade Média, denominou-se a expressão artística daquela época de estilo românico, num período posterior, durante a Baixa Idade Média, foi chamado de estilo gótico. O cristianismo oriental, por sua vez, cuja capital espiritual era Constantinopla (Bizâncio), e que somente sucumbiu mil anos depois da queda de Roma, manteve uma identidade estética própria, conhecida como Estilo Bizantino, que muito influenciou a arte medieval ocidental.
	
Frontal de Esquius - Barcelona
	A arte românica foi a arte cristã do Ocidente europeu desenvolvida entre os séculos XI e XII. Ela marcou a ruptura com o período clássico da Era Greco-Romana e serviu como ponte para o estilo seguinte, quando então evoluiu para formas arquitetônicas ditas góticas ou ogivais.Tornou-se a expressão artística dos tempos dos cruzados, das lutas dos mouros contra os cristãos, da proliferação das Ordens Religiosas, das constantes refregas travadas entre o imperador e o papa, e entre os reis e os barões feudais que tanto empobreceram a Europa.
	A construção da época foi fundamentalmente religiosa, pois somente a Igreja cristã e as ordens religiosas possuíam fundos suficientes ou pelo menos a organização eficiente para arrecadá-los e financiar o erguimento de capelas, de igrejas e de mosteiros.Expressão de um tempo belicoso e inseguro, pobre em atividades comerciais e mercantis, os edifícios da época do românico, além de toscos, assemelham-se à fortalezas. Era uma estética da pedra bruta, de paredes expostas quase sem reboco, com um diminuto número de janelas e interiores geralmente sombrios.
	A arte românica não é fruto do gosto refinado da nobreza nem das ideias desenvolvidas nos centros urbanos. Trata-se de um estilo totalmente clerical. A igreja tornou-se a única fonte de encomendas de trabalhos artísticos.
	A escultura ficava concentrada no tímpano. Está inteiramente subordinada à arquitetura e à religião, são esculpidos relevos e estátuas colunas que ornamentam as paredes externas das construções românicas,mostram cenas do Antigo e Novo Testamento, o juízo final, figuras de animais fantasiosos e demônios.Tanto a escultura como a pintura Românica retratavam temas religiosos, pois numa época em que havia pouquíssimos letrados, a Igreja recorria à arte para transmitir os ensinamentos religiosos. 
	
	Cenas da ascensão de Cristo eram freqüentes, assim como os sombrios dioramas do Juízo Final em que demônios agarram almas desesperadas e diabos horríveis estrangulam e cospem nos corpos nus dos condenados.
	Na pintura a deformação: o artista interpretava de modo místico a realidade e retratava seus sentimentos religiosos nas figuras de forma desproporcional. Cores vivas e planas. Perfis bem marcados.
	
	A pintura também aparece nos manuscritos sob a forma de iluminuras, ou seja, ilustrações de textos com cores vivas, ornamentadas com ouro e prata.
	
	A arte românica predominou até o início do séc. XVII, quando surgiram as primeiras mudanças que mais tarde resultariam numa revolução na arquitetura. De modo depreciativo, essa nova arquitetura foi chamada de Gótica pelos estudiosos do renascimento. Eles relacionaram esse novo estilo aos “godos” (povo bárbaro de origem germânica que invadiu o império Romano). Com o passar do tempo, o nome Gótico ficou definitivamente relacionado à arquitetura de arcos ogivais.
O GÓTICO – (1100 - 1300 d.C)
	São Francisco de Assis inicia uma nova situação para as representações, ao dizer que animais e plantas são criações divinas. Uma inovação nas obras é a representação de sentimentos e emoções das personagens representadas.
	O estilo gótico tem ênfase na leveza estrutural na iluminação das naves do interior do edifício, e surgiu em contraposição à massividade e à deficiente iluminação interior das igrejas românicas.
	Paredes são substituídas por grandes bem mais leves possibilitando melhor iluminação que ainda permite representar passagens e figuras do catolicismo. Além da pintura onde os artistas não estavam muito preocupados com o realismo, e sim em passar mensagens religiosas, a tapeçaria foi a mais importante forma de arte. A mais famosa tapeçaria medieval é A Senhora e o Unicórnio.
	
	Música medieval é o termo dado a música típica do período da idade media da música ocidental européia. Cantochão: É um tipo de música muito simples: sem acompanhamento na sua primeira fase, apenas uma melodia,

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