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2015 Apostila de Historia da Arquitetura e Urbanismo I

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HISTÓRIA DA ARQUITETURA
A História da Arquitetura é uma subdivisão da história da arte, responsável pelo estudo da evolução histórica da arquitetura , seus princípios, idéias e realizações. Esta disciplina, assim como qualquer outra forma de conhecimento , está sujeita às limitações e potencialidades da história enquanto: existem diversas perspectivas em relação ao estudo da arquitetura, a maior parte das quais ocidentais. Na maioria dos casos (mas nem sempre), os períodos estudados pela História da Arquitetura correm paralelos aos da História da Arte, embora existam momentos em que as se sobreponham ou se confundam. Não raro, uma estética que é considerada nas artes plásticas ainda não ter encontrado sua representação na arquitetura, e vice-versa.
Pré-História
Arquitetura neolítica 
Os primeiros homo sapiens refugiavam-se nos lugares que a natureza lhes oferecia, podendo ser em aberturas nas rochas, cavernas, grutas ao pé de montanhas ou até no alto delas. As primeiras grandes obras de arquitetura remontam à Antiguidade, mas é possível traçar as origens do pensamento arquitetônico em períodos Pré-históricos, quando foram erigidas as primeiras construções humanas. Durante Pré-história surgem os primeiros monumentos e o Homem começa a dominar a técnica de trabalhar a pedra. Só no final do neolítico e início da idade do bronze que surgem as primeiras construções de pedra, principalmente entre os povos do Mediterrâneo e os da costa atlântica. Esses monumentos colossais tinham a função de templo ou de câmaras mortuárias, não se tratando de moradias. O abrigo, como sendo a construção predominante nas sociedades primitivas, será o elemento principal da organização espacial de diversos povos.
	A arquitetura primitiva pode ser compreendida primariamente, segundo Benjamim de Carvalho, como uma imposição da necessidade de conservação da vida humana que se sujeita aos efeitos do clima, da nocividade do tempo meteorológico, visando elaborar um abrigo para o corpo inserindo-o em um "microambiente alterado". Instintivamente, o homem primitivo orienta-se a um recinto fechado, onde ele acostuma-se a retornar frequentemente não apenas para repousar, mas também para escapar às intempéries. Esse local, que pode se configurado por um acidente geográfico, um espaço natural, sob o qual se exerce uma intervenção humana tem todas as qualidades básicas para ser definido como uma "habitação primitiva". As ambiências internas de uma habitação primitiva qualquer é sem dúvida, segundo o autor, um "microclima", especialmente preparado pelo homem primitivo de modo a fornecer-lhe as condições mínimas de higiene, repouso e segurança necessárias.
	Essa abordagem conduz ao entendimento da habitação primitiva como um "microclima artificial". Oferece uma vantagem considerável sobre microclimas naturais porque pode ser parcialmente modificado, regulado e amenizado quando ocorrem situações de viciação ou a ocorrência de fenômenos meteorológicos desfavoráveis e imprevistos. A partir desse ponto de vista, Carvalho considera-a um "acidente geográfico", ou seja, uma "descontinuidade do espaço natural intocado". Apesar de descontínua em relação ao ambiente natural, a arquitetura das construções primitivas (o abrigo humano desenvolvido sob a intuição visando à resolução de problemáticas espaciais) é fortemente influenciada pelo sítio onde se insere. Concordamos com o autor que, via de regra, tais descontinuidades arquiteturais não poderiam ser imediatamente transportadas de uma região para outra de clima inverso ou com condições naturais diferentes daquelas que geraram suas resultantes formais, tal qual analogamente ocorre com as especificidades locais da vegetação, dos animais e dos próprios seres humanos. Há aqui um forte princípio de adaptação que condiciona a produção destes modelos específicos de configuração dos abrigos primitivos. 
	A transcorrência da evolução humana fez com que, uma vez construído o abrigo elementar pelo homem primitivo, de acordo com as limitações naturais e técnicas, ele começou a perceber que o ato inicial de abrigar-se não era por si só suficiente. Carvalho nos lembra de que, paulatinamente, o ser primitivo inicia a introdução ao seu abrigo ainda rudimentar de melhorias e aperfeiçoamentos que permitissem a ele um melhor rendimento frente seus objetivos. Cabe destacar que neste contexto, as técnicas construtivas elaboradas sempre foram o produto da manipulação e aplicação direta dos materiais de construção disponíveis e geralmente adquiridos da região geográfica onde ele se insere. 
	Uma definição resultante destas primeiras considerações permite definir esse processo de "melhoria substanciada" como uma "ordenação das peças, lugares e objetos, programados segundo uma disposição, orientação e interdependência coerentes com a sua natureza e necessidade". Além dessas considerações de ordem prática, o que faz da arquitetura uma das mais intricadas das artes (aqui considerando um recorte da "arte como ofício", características dos períodos antigos) é a conciliação dos fatores naturais-construtivos com princípios estéticos (questões que não serão abordadas aqui neste artigo, mas discutidas posteriormente num momento oportuno). O recorte "arte enquanto ofício" é conveniente para podermos considerar o "arquiteto primitivo", antes de tudo, como um "artista", no sentido definido por Carvalho de um "criador de formas condicionadas", cujo ofício implica na resolução de aspectos práticos das mais diversas ordens e a simultânea expressão de valores subjetivos. 
	Segundo Carvalho, o sagrado extrapola os limites da proteção humana primordial. Templos e outros espaços simbólicos são lugares de interface do mundo terreno com outro espaço, "superior". Segundo ele, a noção de um espaço sagrado é anterior à ideia de um templo religioso propriamente dito, no qual identificamos a presença de uma divindade verdadeiramente definida. O espaço sagrado é um lugar de forte relação introspectiva, ritualística, de oração e culto. 
	Em um breve apanhado histórico, cabe destacar que as primeiras construções de maior importância que se conhecem são os monumentos funerários, datados do período Mesolítico. Para Carvalho, as tumbas e os enterramentos com sinais de ritual remontam ao período Paleolítico Médio e, assim como os monumentos, são elementos sem função utilitária prática. No entanto, contrariando as colocações de Carvalho, essas construções possuem sim uma finalidade prática, seja de manutenção higiênica, ou proteção do corpo e dos bens do cadáver, embora concordemos que elas possam estar em segundo plano. Ao contrário do que afirma o autor, sua forma não está desligada de qualquer função concreta. 
	"A morada dos mortos é a primeira arquitetura". Essa afirmação articula-se ao fato de que grande parte das construções mais significativas e imponentes realizada pelos povos primitivos estava associada aos templos funerários. A inumação do cadáver na terra é o ritual funerário mais utilizado pelos povos primitivos. Desse tipo de estruturação se desenvolvem a maioria dos exemplares dos túmulos encontrados. Etimologicamente, o termo túmulo remete ao conceito de lembrança. Segundo Lewis Munford, "o respeito do homem antigo pelos mortos (...) teve um papel maior ainda que as necessidades de ordem mais prática, ao fazer que procurasse um local fixo, um ponto fixo. Os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo coletivo. Constituíam marcos aos quais provavelmente retornavam os vivos a intervalos, a fim de comungar com os espíritos ancestrais". 
	Como colocado anteriormente, o habitat primitivo em muitos casos apropriava-se de ambientes naturais existentes. As cavernas eram ambientes bastante apropriados, onde o homem primitivo não somente utilizava como ambiente de vida temporária, mas onde periodicamente regressava. Nas camadas das grutas calcárias de Dordogne, na França, por exemplo, é possível retraçar sucessivas ocupações pelo homem pré-histórico.Mais importante que sua utilização para finalidades domésticas foi o papel que a caverna desempenhou na arte e nos rituais. Embora algumas delas não tenham sido habitadas, como as de Lascaux e Altamira, parecem ter sido centros cerimoniais de alguma espécie. 
	Carvalho comenta que alguns outros ambientes naturais também personificavam propriedades e poderes sagrados que atraiam os homens primitivos: grandes pedras, bosques sagrados, árvores monumentais, fontes santificadas. Eram marcos fixos que reuniam aqueles que de alguma maneira compartilhavam das mesmas práticas. A fixação do homem a um determinado local associa-se também a motivos sagrados e não simplesmente à sobrevivência. Os antigos santuários do Paleolítico são locais onde primeiramente se desenvolveram indícios da vida cívica: locais de regresso devido à fome ou fonte de água ou alimento, ou algum tipo de escambo. 
	Considerações importantes acerca da fixação do homem no período Neolítico estão associadas às inovações ocorridas na produção dos recipientes: utensílios de pedra e de cerâmica, os vasos, jarros, tinas, potes, depósitos, etc. Sem recipientes vedados (como os jarros de pedra ou argila), o aldeão neolítico não tinha como guardar seus alimentos, protegê-lo de roedores e insetos. E sem casa permanente de morada, os filhos, os doentes e os velhos não poderiam ser mantidos juntos e em segurança. Foi com a ajuda dos recipientes permanentes que a invenção neolítica possibilitou uma relação mais firme do homem primitivo com uma região geográfica específica.
Apesar da rudimentaridade das técnicas e do simplismo das relações sociais encontradas nos primórdios das arquiteturas, já era possível reconhecer aí indícios de uma formação cultural baseada na intervenção direta sobre o ambiente e um modo não autoconsciente de articular estas intervenções. 
A cultura megalítica, que se desenvolve entre 5000 a 3000 a.C., é a primeira expressão da vontade e da necessidade das sociedades conceberem e organizarem os espaços e os lugares, não só em termos físicos, como também em termos simbólicos. Como principais tipos de monumentos megalíticos temos:
MENIRES;
Consiste num megalítico, coluna rudimentar, erguida em direção ao céu.
ALINHAMENTOS;
Agrupamento de menires organizado em linha reta.
CROMELEQUE;
 
Agrupamento de menires organizado em círculo.
ANTA OU DÓMEN 
Construções megalíticas formadas por pedras colocadas na vertical sobre as quais assenta uma laje.
À medida que as comunidades humanas evoluíam e aumentavam, acometidas pelas ameaças bélicas constantes, as primeiras modalidades arquitetônicas a se desenvolver foi essencialmente a militar. Com a evolução das culturas, muitos aspectos da vida cotidiana estavam baseados no respeito ou na adoração ao divino e ao sobrenatural. O poder divino, portanto, equiparava-se (ou mesmo superava) o poder secular, fazendo com que os principais edifícios das cidades fossem os palácios e os templos. As necessidades de infraestrutura daquelas primeiras cidades também tornaram necessário o progresso técnico das obras de engenharia. 
A CIDADE NA PRÉ-HISTÓRIA 
	A Pré-história dividiu-se em Paleolítico, Mesolítico e Neolítico. No Paleolítico o homem buscava locais fixos para usar como abrigo, encontrando na caverna um lugar onde se podia segurança. Já no Mesolítico inicia-se a domesticação dos animais e a reprodução de vegetais comestíveis por meio de mudas, gerando uma condição necessária para o aparecimento das cidades. Nesses dois primeiros períodos a economia baseava-se na caça, pesca e coleta de alimentos. Os homens fabricavam seus instrumentos de pedra lascada e ossos.
	No Neolítico as povoações apresentavam poucos habitantes e o número de casas variava entre dezesseis e trinta. O grupo médio nesta época tinha em média 200 a 400 membros. Este foi um período onde duas revoluções importantes aconteceram:
* A Revolução Agrícola, que se constituiu no tempo em que o homem começou a irrigar e arar a terra, selecionar sementes para plantar e também passou a conhecer estações do ano. Por causa dessa revolução o homem passa a permanecer mais tempo no mesmo lugar, embora o aglomerado pré-urbano ainda continue a mudar de sítio.
* A Revolução Urbana, que é quando passar a existir a divisão entre a agricultura e o pastoreio. É nesse período histórico que surgem os postos de troca, que levarão às aglomerações de pessoas. A aglomeração passa a ser uma técnica de dominação, que dá à produção um aparelhamento, através da divisão e especialização do trabalho, além de serem o tipo de organização social que mais se aproximaram das primeiras cidades.
	Até esse momento não havia a cidade, existiam apenas aldeias rurais que mudavam de lugar pelo cansaço do solo. Alguns historiadores consideram o surgimento da cidade como sendo o fator que dividiu a História da Pré-história. Muitos consideram o cemitério, local ocupado por mortos, como sendo o lugar que deu origem às primeiras formas de moradias fixas, uma vez que algumas pessoas decidiam não mais se deslocarem para não terem que ficar longe de seus parentes que haviam sido enterrados naqueles lugares. Por isso, os sítios escolhidos para as primeiras aglomerações permanentes não resultavam apenas de características naturais, mas também do fato de serem tidos como lugares sagrados.
A PRÉ HISTÓRIA, A HISTÓRIA E ORIGEM DAS CIDADES
As pesquisas indicam que o homem apareceu na face da terra há alguns milhões de anos e durante um longo período viveu coletando seu alimento e procurando abrigo no ambiente natural. Para a arqueologia, a história da civilização humana começa na pré-história e continua na história até o presente século. O estudo da Pré-história é muito difícil, pois depende da análise de documentos não escritos, como restos de armas, utensílios de uso diário, pinturas, desenhos, etc.
De acordo com ARRUDA (1993), os estudiosos em geral costumam distinguir três grandes etapas na evolução do homem durante a Pré-história: a antiga Idade da Pedra ou Paleolítico Inferior (500 000 -30 000 a.C.) e o Paleolítico Superior (30 000 - 18 000 a.C.); nova Idade da Pedra ou Neolítico (18000 - 5000 a.C.) e a Idade dos Metais (5000 - 4000 a.C.). Ressalta-se que, convencionalmente, a divisão entre História e Pré-história tem como marco a invenção da escrita, ocorrida por volta do ano 4000 a.C. Durante o período da Idade da Pedra (Paleolítico Inferior), o homem vivia em um estado cultural voltado para a caça, pesca, recolhendo alimentos da própria natureza e começando a fabricar os primeiros instrumentos (arcos e setas, objetos de pedra, etc.).
No período Paleolítico Superior, ocorre uma diminuição das habituais fontes de carne, provavelmente em virtude das extremas variações de calor e frio, chuva e secas ocorridas nesse período. O homem para subsistir, volta-se, em grupos, à atividade da colheita. Objetos encontrados, pertencentes a essa época, revelam progressos consideráveis na fabricação de instrumentos: por exemplo, serras de madeira com filas de pequenas lascas geométricas de pedra, para servirem de dentes.
A necessidade de segurança, convivência, permuta e, principalmente, da impossibilidade da comunidade subsistir sem alimento, leva essas comunidades a passarem do estágio de nomadismo para a fixação em locais específicos. Quando o homem sai do estágio da colheita, e começa a desenvolver técnicas de pastoreio e agricultura, tem-se o início do período neolítico ou a nova Idade da Pedra. Neste estágio civilizatório, o homem passa também a organizar o espaço em que habita, a irrigar o solo, a selecionar sementes e cultivar algumas plantas comestíveis, a domesticar um pequeno número de animais, a fabricar objetos de cerâmica, conhecer as estações do ano e, conseqüentemente, começa a modificar seu meio ambiente.
No fim do Paleolítico Superior existiu uma fase de transição para o período Neolítico, chamada Mesolítico. Nesse período aumentou a precisão dos trabalhos em osso, preparando a verdadeirarevolução que ocorreria na época neolítica. (ARRUDA, 1993)
Segundo MCEVEDY (1990), a “transição do modo de vida do Mesolítico para o Neolítico é um momento de viragem, no desenvolvimento social e econômico do homem, comparável, em importância, às revoluções industrial e científica dos séculos XIX e XX. O contraste entre um acampamento mesolítico e uma aldeia de camponeses do Neolítico é tão frisante que justifica perfeitamente o termo “Revolução Neolitica”. Convém destacar, entretanto, que as origens reais da agricultura continuam pouco compreendidas.
O conhecimento da técnica de fundição dos metais inaugurou a Idade dos Metais (5000 - 4000 a.C.),fazendo com que o homem abandone progressivamente os instrumentos de pedra; inicialmente, predominavam a produção de cobre, do estanho e do bronze (3000 a.C. no Egito e Mesopotâmia). O ferro apareceu mais tarde (1500 a.C.), na Ásia Menor, ganhando preferência na fabricação das armas.
Com o passar do tempo, as atividades agrícolas passaram a ser incompatíveis com a criação de gado na mesma área, fazendo com que haja a necessidade da separação entre a agricultura e o pastoreio, fato este que pode ser apontado como a primeira divisão social do trabalho: agricultor e o pastor. O pastor precisava dos produtos agrícolas. O agricultor, por outro lado, necessitava dos produtos animais. Começaram então a aparecer locais para troca, onde pastores e agricultores permutavam os seus produtos. Acontece que nem sempre a troca podia ser procedida de fato: não era ocasião da colheita ou não havia pronta disponibilidade de produtos animais.
Acredita-se que a necessidade de se registrarem as trocas combinadas e as entregas de produtos, forçou o aparecimento da escrita. Nessa direção, pode-se afirmar também que a moeda foi criada como meio para facilitar as trocas de produtos.
Em fins do período neolítico e princípios do período histórico, isto é, aproximadamente no ano 4000a.C., começam a se formar os primeiros agrupamentos humanos, com características de cidade. O aumento da densidade populacional vai, aos poucos, transformando as antigas aldeias em cidades, e conseqüentemente provocando alterações na esfera da organização social. Para BENEVOLO (1993), a cidade -- local de estabelecimento aparelhado, diferenciado e ao mesmo tempo privilegiado, sede da autoridade -- nasce da aldeia, mas não é apenas uma aldeia que cresceu.
Ela se forma quando os serviços já não são executados pelas pessoas que cultivam a terra, mas por outras que não têm esta obrigação, e que são mantidas pelas primeiras com o excedente do produto total. Nasce, assim, o contraste entre dois grupos sociais, dominantes e subalternos: os serviços já podem se desenvolver através da especialização, e a produção agrícola pode crescer utilizando estes serviços. A sociedade se torna capaz de evoluir e de projetar a sua evolução. A cidade, centro maior desta evolução, não só é maior do que a aldeia, mas se transforma com uma velocidade muito maior. De acordo com GOITIA apud SPENGLER (1992), “o que distingue a cidade da aldeia não é a extensão, nem o tamanho, mas a presença de uma alma da cidade, (...) a coleção de casas aldeã, cada uma com a sua própria história, converte-se num todo conjugado. E este conjugado vive, respira, cresce, adquire um rosto peculiar, uma forma e uma história internas”. Assim, com o contínuo aumento populacional, somado com a consolidação da prática da agricultura intensiva surgiu um novo estilo de vida, o qual induziu a mudanças fundamentais, na economia e nas ordens social, tecnológica e ideológica.
A cidade, núcleo dessa evolução, não é apenas maior que a aldeia, ela possui uma velocidade de transformação muito maior, o que determina um salto civilizador e a abertura de novos caminhos para a sociedade, com mudanças profundas da composição e das atividades da classe dominante, que influem sobre toda a sociedade.
OS PRIMEIROS SITIOS HABITADOS
Apesar do desenvolvimento das técnicas agrícolas, ocorrido no período Neolítico, ter provocado um aumento populacional nos lugares onde foram aplicadas, esse acréscimo foi mais sensível nas regiões onde a fertilidade do solo era maior, como sucedeu na Baixa Mesopotâmia. Assim, os primeiros sítios habitados se desenvolveram, essencialmente, nos vales dos rios em virtude da fertilidade do solo, facilidade de irrigação e de transportes. Como exemplos pode-se apontar: Nilo(Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Hindus (Paquistão) e rios Amarelo e Yang-Tsé-Kiang(China).
De acordo com descobertas arqueológicas, foram localizados no Oriente Médio vestígios dos primeiros aldeamentos baseados no cultivo do trigo e da cevada e na domesticação de cabras e ovelhas. Encontraram-se aldeias em ruínas onde subsistiam os primeiros silos e fornos de padeiro --Jarimo e Zawi Chemi, no Iraque; Ras Shamra, na Síria, e outras.
Os dois maiores e mais desenvolvidos sítios arqueológicos que se tem conhecimento são Jericó e Çatal Hüyük. De acordo com pesquisas arqueológicas, o sítio de Jericó, localizado no vale do Jordão, região do mar Morto, entre Jerusalém e Amã, é considerado o mais antigo do mundo descoberto até aos nossos dias. A determinação da data por meio do carbono-14 indicou que Jericó havia sido construída em 7000 a.C..
Sabe-se que o sítio de Jericó possuía uma área de 1,6 hectares, protegido por uma vala cortada na rocha e um muro de pedra com sólida torre circular. Existiam edifícios públicos e santuários em seu interior, alguns contendo estátuas de gesso. O sítio de Çatal Hüyük, localizado na planície central da Turquia, ocupava uma área de 13 hectares e não era protegido por muralhas. Pesquisas arqueológicas constataram que as casas de Çatal Hüyük eram todas semelhantes e próximas entre si, dispondo de uma divisão principal, com dimensões de aproximadamente 6,0 x 4,0 metros. Essas casas não possuíam portas para o lado externo no nível do solo, uma escada de mão passada através da abertura para a sala em baixo permitia o acesso a casa. Outros importantes sítios arqueológicos conhecidos, que se formaram dentro desse período histórico são: Hacilar (5000 a.C.), na Turquia; Lepenski Vir (5000 a.C.), na Iugoslávia; Ombos (4000 a.C.), no Egito e Pequim, com o nome de Ki (1100 a.C.), na China.
A EVOLUÇÃO DA CIDADE OCIDENTAL NA ANTIGUIDADE
Em relação ao aparecimento das primeiras civilizações, alguns arqueólogos acreditam que elas surgiram próximas aos rios que atravessavam as férteis planícies, onde a agricultura começou a se desenvolver. Durante o V milênio a.C., o domínio de técnicas de irrigação, permitiu estender a colonização dessas regiões até locais antes fora do alcance das comunidades agrícolas. A construção de pequenas valas transversais, que permitiam desviar os cursos de água até os campos próximos, eram uma garantia contra a seca, nos períodos de escassez de chuva.
Entretanto, existem outros arqueólogos que defendem a teoria de que o aparecimento das primeiras cidades ocorreu, não nos grandes vales aluviais, como se julgava até a pouco, mas nas zonas montanhosas que delimitavam uma área fértil, nas vertentes das montanhas do Irã, do Iraque, de Israel, da Jordânia e da Síria. Durante o IV milênio a.C., os oásis localizados ao longo do curso dos rios Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, e do Nilo, no Egito, áreas de enorme potencial agrícola, tornar-se-ão as primeiras sedes com as características de uma civilização urbana. As planícies dessas regiões eram muito férteis, pois as periódicas inundações dos rios traziam para a várzea o limo, um excelente fertilizante natural. Foram, então, utilizadas para o cultivo de diversos cereais (trigo, aveia, centeio, cevada, arroz, milho, etc.) e plantas frutíferas (uvas, figos, damascos, melões, mangas, bananas, morangos, laranja, etc.), proporcionando colheitas excepcionais. Além disso, o terreno aberto favorecia as trocas de mercadoria e de notícias, facilitando as comunicações.
Com o passar do tempo, melhoram-se as técnicas de irrigação e as áreas cultiváveis ampliam-se cada vez mais. A introduçãodos metais, da roda, do carro puxado pelos bois, do burro de carga e das embarcações à vela e a remo acelera de modo acentuado o desenvolvimento dessas regiões. Começava assim, a partir IV milênio, nas cidades localizadas nas planícies pluviais no Egito, a espiral de uma nova economia: o aumento da produção agrícola, da população e o início da concentração do poder e do excedente da produção nas cidades.
O fato de essas cidades estarem localizadas entre o rio e o deserto fez com que se desenvolvessem de forma concentrada. O mesmo não ocorreu com as cidades européias, que, por possuírem um largo campo fértil para produzir, desenvolveram-se de forma espalhada, de acordo com as características de cada região, por todo o continente europeu.
A CIDADE DA MESOPOTÂMIA
 Mesopotâmia -- região onde viveram os sumérios, os acádios e os assírios -- localizava-se entre os rios Tigre e Eufrates. Acredita-se que por volta de 3500 a.C. surgiram os primeiros povoados nessa região. Inicialmente formaram-se aldeias isoladas, as margens da planície pluvial dos rios Tigre e Eufrates, que foram evoluindo com o desenvolvimento da agricultura. Segundo ARRUDA (1993), como a Mesopotâmia não era uma região isolada, tornou-se muito difícil determinar exatamente a composição dos povos que lá viveram; por outro lado, também seria difícil que um mesmo reino ou império tivesse sobrevivido durante muito tempo.
Estudos arqueológicos mostram que os habitantes da Mesopotâmia faziam uso da madeira e do betume do vale superior, ao norte, como abrigo e proteção contra as águas. O domínio da técnica de construção de redes de valas de irrigação, canais, e locais de moradia junto à represas, garantia à regularidade da produção agrícola, isso porque havia uma natural ameaça de escassez de água no começo da estação de crescimento e, havia ainda, a probabilidade de tempestades e enchentes no tempo da colheita. (MUMFORD, 1982)
Sabe-se que as enchentes dos rios da Mesopotâmia eram avassaladoras. Se não houvesse controle, tudo era inundado. A violência das águas do rio Tigre devastava áreas extensas. Foi preciso organização política para construir diques e canais a fim de controlar os rios. Em relação ao sistema político, na Mesopotâmia cada cidade era governada por um sacerdote que representava o povo, auxiliado por um conselho de anciãos. Esses sacerdotes eram considerados como um verdadeiro Deus. Nesta condição, recebiam “os rendimentos de parte das terras comuns, a maior parte dos despojos de guerra, e administravam estas riquezas acumulando as provisões alimentares para toda a população, fabricando ou importando os utensílios de pedra e de metal para o trabalho e para a guerra, registrando as informações e os números que dirigem a vida da comunidade”.(BENEVOLO, 1993)
Ainda de acordo com o autor, até meados do III milênio a.C., as cidades da Mesopotâmia formam Estados independentes, que lutam entre si para repartir a planície irrigada pelos dois rios. Por volta do ano 2850 a.C., surgiu a primeira dinastia histórica em Ur. Mas a dinastia mais famosa foi a de Lagash, que acabou vencendo e anexando a cidade de Ur. Por volta de 2330 a.C. as cidades-estados da Mesopotâmia se uniram sob o controle dos semitas. Originários das orlas do deserto da Arábia, esses povos pastores fundaram algumas cidades às margens do Tigre. A mais conhecida era Acad (que deu origem ao nome acádios). Seu rei, Sargão, conquistou e unificou todas as cidades sumérias, tornando-se o fundador da Dinastia de Agade (acadiana), primeiro império estável (que duraria cerca de um século). Mais tarde sua tentativa é repetida pelos reis sumérios de Ur, por Hamurabi da Babilônia e pelos reis assírios e persas. Os empreendimentos de Sargão de Acad se caracterizam pela fundação de novas cidades residenciais, onde a estrutura dominante não é mais o templo, mas o palácio do rei. São exemplos desses empreendimentos a cidade-palácio de Sargão II nos arredores de Nínive e, mais tarde, as cidades-palácios dos reis persas, Pasárgada e Persépolis. Tem-se também, a ampliação de algumas cidades que se tornam capitais de império e, onde se concentram não só o poder político, mas também o tráfico comercial e o instrumental de um mundo muito maior, como é o caso de Nínive e da Babilônia. Essas cidades permaneceram, à época, durante muito tempo como símbolos e protótipos de toda grande concentração humana, com seus méritos e seus defeitos. (BENEVOLO, 1993) Em 2180 a.C. a Dinastia de Agade foi sucedida pela Dinastia Sumeriana. A cidade de Ur consegue recuperar-se e conquistar a hegemonia sobre toda a Suméria, cuja administração burocrática era mais compacta e estável que Agade.
A partir do início do II milênio a.C., as cidades da Mesopotâmia já são muito grandes -- Ur mede cerca de 100 hectares --, abrigando dezenas de milhares de habitantes. Em seus aspectos físicos, essas cidades são circundadas por muro e fosso, utilizados para a defesa, excluindo o ambiente aberto natural do ambiente fechado da cidade. Na cidade os templos se distinguem das casas comuns por sua massa maior e mais elevada. Os terrenos da cidade são divididos em propriedades individuais entre os cidadãos, em oposição ao campo, que é administrado em comum por conta das divindades. (BENEVOLO, 1993). Em 2000 a.C., outro povo -- os elamitas -- atacou e destruiu o Império de Ur, pondo fim à independência política da Suméria. O enfraquecimento das cidades sumérias criou condições para a ascensão dos semitas, que se achavam concentrados em torno da cidade de Babilônia. (ARRUDA,1993).
Em 1800 a.C. a cidade da Babilônia, planificada por volta de 2000 a.C., passou a ser a capital e centro religioso da Mesopotâmia, dando início ao 1º Império Babilônico (1800 - 1600 a.C.). A cidade apresentava um formato de um grande retângulo de 2500 por 1500 metros, cercada por muralhas, era dividida em duas metades pelo rio Eufrates. Toda a cidade, e não somente os templos e palácios, parece traçada com regularidade geométrica: as ruas eram largas e retas e de largura constante, os muros se recortam em ângulos retos e possuía prédios de 3 e 4 pavimentos.
Um dos primeiros reis babilônicos foi Hamurabi (1728 - 1686 a.C.). Esse soberano, além de ampliar o Império através de conquistas territoriais, tornou-se sobretudo um legislador, responsável pelo primeiro código de leis que se conhece: o Código de Hamurabi.
Segundo ARRUDA (1993), destacam-se também, na história do Oriente Médio, os seguintes Impérios, que sucederam o 1º Império Babilônico: o Império Assírio (1875 - 612 a.C.), o 2º Império Babilônico (612 - 539 a.C.) e o Império Persa (539 - 331 a.C.).
ARQUITETURA NA MESOPOTAMIA
A arquitetura de adobe na Mesopotâmia 
Civilização assentada em uma zona pantanosa entre os rios Tigre e Eufrates, suas primeiras habitações devem ter sido choças de juncos (planta pantanosa de regiões temperadas, caule cilíndrico, delgado e flexível), com esteiras para tapar buracos e para impermeabilização utilizavam substâncias betuminosas. Os povos mesopotâmicos também foram célebres trabalhadores de blocos de argila: adobes. A argila era encontrada em abundância para a fabricação de tijolos. Os adobes eram blocos prismáticos de barro seco ao sol de uns 35 cm de comprimento. Era costume dispô-los ainda úmidos, de forma que, ao secarem, constituíssem blocos compactados. Por vezes, as paredes reforçavam-se com encadeados de madeira e tijolo. A partir do IV milênio costumava-se esmaltar a face externa dos tijolos para preservar as paredes de umidade. Raras vezes se utiliza a argamassa de cal para a fixação ou o betume. A escassez e a má qualidade da pedra que se tinha determinaram a sua pouca utilização como material de construção. A pedra e a madeira precisavam ser importadas. 
As cidades eram planejadas com uma planta quadrada, e possuíam muralhas defensivas, resultado da necessidade e se evitar invasões e dominações por outros povos. As muralhas eram construídas com barro cru com 6 metros de espessura, estucadas e decoradas com cenas das vidas dos Reis. Eles dominavama técnica dos tijolos esmaltados e relevos.
Os tijolos eram usados, na maioria das vezes, crus e de preferência úmidos, o que dava ao conjunto a solidez e aparência de um monobloco de argila. Era comum usar os tijolos crus servindo como embasamento (miolo) para depois ser revestido com tijolos cozidos. O betume, farto na Babilônia, também serviu como argamassa para os tijolos e para a impermeabilização das galerias de escoamento de águas pluviais; eram grandes mestres de drenagem. Com a intenção de manter tanto os cadáveres como os utensílios secos e conservados, instalaram tubos e manilhas, com forma de um hiperboloide de revolução para aumentar a sua resistência. Na parte superior eram constituídos de calotas esféricas sobrepostas e perfuradas. 
A pedra foi sempre para os povos antigos um material de luxo, que reservavam para a escultura, quer livre, quer incorporada à decoração arquitetônica. As paredes se levantavam sobre fundações de escassa profundidade. A espessura era variável. É muito característica a decoração das paredes com mosaicos, que são também usados para decorar o fuste dos pilares. Como suporte empregou-se a madeira (na maioria originária das palmeiras ou cedro) e mais tarde os pilares de tijolos. A madeira devia ser transportada e, tal como no Egito, era escassa; por isso foi raramente empregada nas construções. 
As abóbadas: os babilônios foram verdadeiros mestres na construção das abóbadas. Com o objetivo de se reduzir o vão a se vencer com a cobertura existia a preocupação de ir se reduzindo a largura das galerias. Abobadas de berço: as paredes vão se aproximando aos poucos até restringir-se a uma linha, uma sequencia de tijolos chamados chaves de abóbada. Em todos os palácios havia galerias de descarga de águas pluviais, cobertas por abóbadas de berço. 
Segundo escavações, a construção dos templos remonta o IV milênio a.C. O modelo do templo é uma edificação quadrada formada por uma nave com câmaras laterais e capelas na cabeceira. A entrada na lateral impede que a imagem seja vista a partir da porta: sistema em cotovelo. 
A ideia do recinto sagrado se desenvolve a partir do III milênio, normalmente um templo situado numa esplanada a que se acede por uma escadaria. Esse templo era denominado zigurate, uma pirâmide escalonada de vários pisos, que mantém certo paralelismo com os teocalli mexicanos. A construção desse tipo de edificação também se faz pelo processo de empilhamento de pedra, muita das vezes feita sem a utilização de argamassa. Eram normalmente de planta retangular, com esplanadas superiores acessadas por conjuntos de escadas, com as paredes revestidas com tijolos coloridos e fortalecido com contrafortes. Nas tumbas reais eram realizadas escavações de uma fossa profunda, em cujo fundo se fizeram as câmaras funerárias, com abobadas e cúpula, cobrindo-se com terra. Os primeiros agrupamentos das habitações sumérias formaram-se com casas organizadas como recintos retangulares, sem mais abertura do que a porta que dava para o pátio, centro da casa. Eram construções de adobe, às vezes reforçado com canas. Nestas construções, as canas - que foram o material estrutural utilizada primitivamente - curvaram-se para amarrá-las aos postes centrais, para os extremos adquirirem forma de voluta. 
Os palácios: alguns deles, como o de Mesalim de Kish, constituíam uma verdadeira cidade. Era formado por dois corpos independentes de estreita planta retangular, coroados por amplas esplanadas em que se dispunham jardins, o que garantia certo grau de umidade, benéfico para melhorar a conservação dos adobes. Compreendia vários pátios com dependências anexas, para além de templos com zigurates. O habitual era que o palácio, como o santuário, constituísse um núcleo independente do casario, isolando-se dele por uma alta muralha. Esta organização passará ao mundo assírio e mais tarde ao bizantino e ao islâmico, mantendo-se o conceito de pequena cidade dominando a grande.
Nota-se um funcionalismo muito acentuado, sem a menor preocupação com a simetria. Os corredores tortuosos e a disposição confusa sempre indicam uma preocupação com ataques surpresa; defesa da casa e do proprietário.
PÉRSIA (Planalto do Iran): Ocupou um local abundante em pedra: o mármore de várias colorações. Utilizavam alvenaria de tijolos e pedra, coberturas em madeira (que vinham dos montes do Líbano através dos desertos da Síria, arrastados pelas planícies da Mesopotâmia em dezenas de carros). A pedra e o mármore eram utilizados nas colunas (tambores). A alvenaria de pedra possuía grandes peças com mais de 4 metros de comprimento, unidas uma à outra com grampos de ferro cravados e envoltos com chumbo. O emprego da abóbada e da cúpula pelos persas estendeu-as até Constantinopla (Istambul) e fez surgir a estruturação da arquitetura bizantina. Os persas não tinham conhecimento da abóbada de arestas. Utilizavam a construção da cúpula esférica para os edifícios de planta octogonal.
ARQUITETURA PRÉ-COLOMBIANA 
CIVILIZAÇÃO MAIA
	
	No final do séc. XV, a América foi descoberta pelos espanhóis e portugueses. Enquanto na Europa vivia-se o auge do Renascimento, na América as construções apresentavam uma evolução bem diferenciada.
	As civilizações americanas que mais se destacaram nesse período foram: México e Peru.
No sul mexicano, mais precisamente na Península de Yucatan, desenvolveu-se a civilização Maia (1000 a.C), porém, seu desenvolvimento mais significativo se deu entre os 300 - 1000 d.C. Projetaram grandes edificações entre pirâmides e palácios.
A foto acima se refere ao Templo das Inscrições de Palenque (México).  Abaixo, está o Templo do Sol, também em Palenque:
	Contudo, as mais intrigantes das construções Maias, talvez sejam: Templo do Jaguar, Poço Sagrado e de Chichen Itza.
	
	A arquitetura Maia esteve sempre muito ligada aos seus ideais religiosos. Os Maias eram politeístas, e também acreditavam na vida pós-morte.  Ao lado da arquitetura, a arte Maia se desenvolveu intensamente na escultura, com os monólitos, amplamente coloridos e refinados que decoram os templos e palácios.
Segue abaixo o monólito do calendário Maia:
CIVILIZAÇÃO ASTECA
	A última civilização a se desenvolver antes da chegada dos colonizadores foi a civilização Asteca, entre os meados dos séc. XIV e XVI. Contribuíram para a arquitetura do ponto de vista urbanístico, criando a cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), situada próxima a ilha do lago Texcoco, de forma bem organizada. Os astecas ergueram grandes pirâmides, templos e luxuosos palácios. Eram também politeístas como os Maias, e também acreditavam no ritual de sacrifícios humanos para deixar os deuses mais tranquilos.
Assim como os egípcios, e povos antigos, retratavam seu cotidiano em todas as formas de arte.
Pirâmide Asteca de Tenochtitlán
	Ao ser invadido pelos colonizadores espanhóis, a cidade foi destruída para a construção da nova Cidade do México, restando apenas algumas ruínas, porque grande parte deste acervo encontra-se soterrado.
	Os espanhóis no intuito de ampliar a nova cidade aterraram o lago Texcoco, criando então um solo extremamente frágil. A terra não é capaz de suportar o peso das novas construções, o que torna a Cidade do México, um dos piores solos do mundo para se construir... Todas as edificações sofrem recalque nas estruturas, ou seja, a Cidade do México está afundando!
	
Esse castelo asteca ainda sobrevive... "Palácio de Chapultepec", hoje é utilizado como museu:
Civilização Inca
	Desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes, especialmente no Peru. A arquitetura Inca impressiona pela sua imponência e simplicidade na construção pedra sobre pedra, uma vez que seu único elemento ornamental são as portas em forma de trapézio (ruas da cidade de Cuzco, e Machu Picchu). 
	Por ser uma região afetada pela presença constante de terremotos, os Incas desenvolveram uma técnica construtiva de amarração de pedras, de modo que suas construções ganharam uma resistência frente à movimentaçãode terra. E os colonizadores espanhóis, percebendo isso, usaram os muros incas como suportes para suas próprias construções.
	
	Machu Picchu foi descoberta somente no ano de 1911, revelando ao homem moderno toda a sua eficiente estrutura urbana de uma sociedade bem antiga... Sua agricultura era muito além do seu tempo, uma vez que plantavam nos chamados terraços (degraus construídos nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam milho e feijão (alimentos sagrados) e batata. Construíram canais de irrigação de solo, desviando o curso dos rios para as aldeias.
	
	Como habitavam regiões montanhosas, os incas construíram várias estradas de acesso, todas em pedra. A arte inca destacou-se pela qualidade dos objetos esculpidos em ouro e prata, assim como a confecção de tecidos e joias.
 
 
ARQUITETURA EGIPCIA
	A importância da Religião e a crença de que a sobrevivência da civilização dependia da preservação do corpo do Faraó – considerado o próprio Deus, fez com que a ênfase da produção fosse dada aos monumentos (em pedra) e não às obras civis (em materiais perecíveis).
“Os egípcios não tinham guindastes nem roldanas. Todos os seus monumentos foram erguidos com a ajuda de rampas de cascalho e areia. Os grupos de homens arrastavam blocos de pedra pelas rampas acima. Por vezes, colocavam-se rolos por baixo dos blocos para que se movessem mais facilmente. Os blocos eram dispostos em uma camada de cada vez.”Millard, Anne. The Egyptians (people of the past).
MATERIAIS
Pedra – em grandes obras – cidade dos mortos, tumbas e pirâmides;
Adobe – tijolo de 38 cm X 14 cm X 11 cm – Cidade dos Vivos – Residências e edifícios comerciais;
Argila e Areia.
TÉCNICAS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Cobertura plana sobre vigamento de pedra;
Colunas monolíticas – até 20 m de altura.
CARACTERÍSTICAS PLÁSTICAS
Predominância de formas piramidais;
Predominância de cheios sobre vazados;
Policromia interior;
Temática decorativa – símbolos: sol, serpente cruz;
Lei da Frontalidade: Figura humana com a cabeça e membros de perfil e os olhos e tórax de frente;
Iluminação e intensidade das cores variando conforme se penetra no edifício.
Arquitetura Civil – Monumentos:
Religiosos (templos);
Funerários (pirâmides);
Obeliscos e Esfinges;
Palácios e Residências.
Arquitetura Militar – Fortalezas.
Se analisarmos o caráter dos templos reais da civilização egípcia percebemos que a construção simbolizava a recriação para o rei morto da vida que ele levava na terra. Templos como as pirâmides tinham um caráter predominantemente funerário. As tumbas eram construídas basicamente por motivos religiosos, e o esforço para sua execução suplantava até mesmo as necessidades de construção de habitações para a população. Nos seus rituais de inumação, os egípcios envolviam os corpos em esteiras e os colocavam com a cabeça orientada para o quadrante sul. (prescrições religiosas ao culto solar). A ideia primitiva da existência de uma divindade e de uma vida após a morte é um fator decisivo e marcante das obras de arquitetura egípcia. A ideia de reencarnação da alma irá condicionar quase todas as formas de desenvolvimento das construções, gerando impactos decisivos na linguagem, orientação, decoração, técnicas de construção, proteção, etc. A exemplo dos símbolos da serpente que morde a própria calda, podem encontrar símbolos diversos que trazem as ideias de vidas sucessivas implantados nas faces das edificações. As principais divindades eram retratadas na figura do Deus Sol (Rá = representado por um sol alado) e Horus (o sol nascente). A doutrina esotérica egípcia é baseada na ressurreição e no renascimento. Eram extremamente preocupados com a orientação solar das edificações: o que definia o posicionamento era fundamentado no conceito de "força vital" emanada pelo sol, que deveria continuar a ser captada pelo morto durante certos períodos do ano. 
O processo de mumificação pode ser entendido como sendo responsável pela salvação da alma. Quanto aos edifícios funerários, podemos hierarquizá-los primeiramente nas pirâmides e depois nas mastabas.
Quanto aos métodos construtivos, as paredes e os muros eram inclinados em função da técnica do empilhamento. As principais construções acompanham o Vale do Nilo. Existia um predomínio de linhas horizontais e um desprezo pelas curvas. Os egípcios são considerados carpinteiros medíocres, e evitavam o uso de andaimes e escoramentos devido à escassez e à má qualidade das madeiras da região. A pedra e a argila se impuseram definitivamente sobre a madeira enquanto elemento construtivo das edificações, somente utilizadas nos poucos andaimes. A pedra utilizada nos templos e nos túmulos era calcária. Nas residências, nos palácios e nas construções militares eram utilizados os tijolos de argila misturados com palha e secos ao sol. Os tijolos eram unidos por meio de argamassa de argila ou areia fina. Nunca foram cozidos, mas eram usados apenas depois de completamente secos. Os ângulos inclinados da alvenaria de tijolos eram conseguidos pelo assentamento escaliforme das unidades. Os egípcios evitavam a construção de andaimes. Nas grandes construções, como as pirâmides e certos templos, os andaimes eram substituídos por enormes rampas de terra ou tijolo que eram retiradas depois de pronta a obra. A pedra era aparelhada somente na parte que era visível, e usada em vários tamanhos conforme a necessidade estática. Às vezes utilizavam monólitos de mais de 70 toneladas. A alvenaria de pedra era do tipo "pedra seca". As fundações eram pouco profundas, repousando sobre um compacto leito de areia.
Os arquitetos egípcios solucionavam problemas de estabilidade e cobertura com o emprego de tijolos de barro para construção de abóbadas de berço. Outro grande problema para eles era o esforço de flexão sobre as vigas de pedra. Uma solução encontrada foi o "falso engaste". A condição ideal era buscada através da colocação de uma grande carga distribuída sobre as vigas, na direção vertical das paredes onde elas se apoiavam. O engastamento reduz as flechas provenientes da flexão, o que se dá em virtude da anulação dos momentos negativos sobre os apoios. As coberturas dos edifícios eram planas e construídas com vigas de pedra dispostas horizontalmente e que se apoiavam em colunas. As colunas podiam ser monólitos ou constituídas de tambores monolíticos. A elevação e o transporte das grandes massas de pedra eram feitos com o emprego de alavancas (ascensão) e de rampas (deslizamento). Os obeliscos eram transportados através do Nilo, presos a duas ou mais barcas, e mergulhados na água, o que reduzia consideravelmente o seu peso. 
De todas as figuras geométricas, o triângulo foi o preferido do Vale do Nilo, seja pelo fato de ser um polígono indeformável, seja por ser "trino" (a trindade estava impressa em todos os princípios se sua doutrina religiosa) o fato é que eles empregaram largamente esta figura. Entre os triângulos, um lhes chamou particularmente a atenção: o que exibia em seus lados a relação três, quatro e cinco, e que era, portanto um trilátero retângulo. Esta figura deve ter sido de grande importância, pois como sabemos, permite a construção fácil e exata de linha perpendicular, até pelo emprego de uma simples corda. Na figura que se chama "regulador de proporções", o cateto menor tripartido simbolizava Osíris, a base com quatro divisões representava Isis e a hipotenusa fragmentada em cinco figurava Horus. O perfil das abóbadas de tijolo era desenhado a compasso, com três centros feitos sobre os três vértices de dois destes triângulos geminados. Outro triângulo retângulo possui a relação áurea - a hipotenusa e o menor cateto guardam entre si a relação 1,618. Antes dos gregos, os egípcios procuraram corrigir as ilusões de ótica, oriundas das grandes fachadas horizontais onde existe a repetição sistemática de elementos como, por exemplo, as colunas. Os gregos compensavam a flecha aparente poruma curva inversa, segundo um plano vertical, enquanto os egípcios a compensavam no sentido de um plano horizontal. 
"Nenhuma arquitetura tem como esta a exata correspondência das massas, ninguém sabe talvez, melhor sacrificar a realidade para obter a aparência." Auguste Choisy.
A arquitetura deste povo é inegavelmente única em relação às características plásticas. Nos túmulos e templos, ela ostenta um caráter eminentemente grandioso, monumental, rica, maciça e austera, com a predominância dos cheios sobre os vazados, e possuidora de uma simetria rígida, que se manifesta até na colocação dos monumentos exteriores ao prédio, como os obeliscos, esfinges, mastros e estátuas. Está perfeitamente enquadrada dentro da concepção estática da forma estabelecida por Lúcio Costa, na qual "a energia plástica do objeto, parece atraída por um suposto núcleo vital.”
A pirâmide é um monumento tipicamente egípcio. Os seus primeiros exemplares eram escaliformes. Os mais importantes destes monumentos estão em Giseh, próximo do Cairo e foram erigidos durante a IV dinastia (3.733-3.566 AC) por três reis Cheops, Quefrem e Miquerinos. A preocupação de defender cada vez mais a múmia da profanação dos vivos, fez com que as primitivas mastabas se transformassem progressivamente nestes monumentos.
A Grande Pirâmide, a de Quéops, possui originalmente cerca de cento e quarenta metros de altura e duzentos e trinta de lado e estão com suas faces voltadas para os quatro pontos cardeais. Foram empregados, aproximadamente dois milhões e trezentos mil blocos de pedra na sua construção. Possui apenas estreitas galerias para o acesso às três câmaras funerárias e tubos ventiladores. A mastaba era um tipo de túmulo que copiava fielmente a casa de residência egípcia. Retangulares ou quadradas eram todas muito sólidas. Possuem três câmaras, sendo a entrada da mortuária disfarçada. Os hipogeus são sepulcros escavados na rocha. Compõem-se de um pórtico que dá para a câmara de oferendas que por sua vez se liga a câmara mortuária. Os templos egípcios não eram utilizados para preces comuns ou rituais públicos, mas para rituais misteriosos e desfiles sacerdotais. Possuíam, geralmente, três partes distintas: um pátio parcialmente descoberto, repleto de colunas, uma antessala hipostila e o recinto sagrado, proibido ao povo.
Templo de Abul Sibel baixa Núbia 1260 a.C
Templo de Luxor
O templo era uma obra longa. Sua construção levava às vezes centenas de anos para ser concluída. Outra característica marcante nos templos do Vale do Nilo era a sua policromia interior. Esses desenhos narravam de maneira singela a história do templo e dos deuses em homenagem aos quais ele tinha sido construído, a vida dos faraós e seus construtores, e das pessoas que colaboraram para a sua realização. Os obeliscos eram pilastras decorativas que serviam como marcos históricos. Compunham-se de um vasto monólito, prismático de base quadrangular, que se pode encontrar sempre aos par, nas entradas de alguns templos. A esfinge era uma estátua situada à entrada da Grande Pirâmide, e voltada para o oriente. É quase um monólito esculpido em pedra viva. As residências privadas eram de alvenaria de tijolos e teto plano com terraço; as janelas eram invariavelmente abertas para um pátio ou jardim interno. As defesas militares eram construídas em planaltos de quase vinte metros de altura. Eram edificados de tijolos crus e as suas paredes atingiam dez metros de espessura e eram dotadas de vigas e outros elementos estruturais embutidos na alvenaria.
ARQUITETURA NA MESOPOTAMIA
A arquitetura de adobe na Mesopotâmia 
Civilização assentada em uma zona pantanosa entre os rios Tigre e Eufrates, suas primeiras habitações devem ter sido choças de juncos (planta pantanosa de regiões temperadas, caule cilíndrico, delgado e flexível), com esteiras para tapar buracos e para impermeabilização utilizavam substâncias betuminosas. Os povos mesopotâmicos também foram célebres trabalhadores de blocos de argila: adobes. A argila era encontrada em abundância para a fabricação de tijolos. Os adobes eram blocos prismáticos de barro seco ao sol de uns 35 cm de comprimento. Era costume dispô-los ainda úmidos, de forma que, ao secarem, constituíssem blocos compactados. Por vezes, as paredes reforçavam-se com encadeados de madeira e tijolo. A partir do IV milênio costumava-se esmaltar a face externa dos tijolos para preservar as paredes de umidade. Raras vezes se utiliza a argamassa de cal para a fixação ou o betume. A escassez e a má qualidade da pedra que se tinha determinaram a sua pouca utilização como material de construção. A pedra e a madeira precisavam ser importadas. 
As cidades eram planejadas com uma planta quadrada, e possuíam muralhas defensivas, resultado da necessidade e se evitar invasões e dominações por outros povos. As muralhas eram construídas com barro cru com 6 metros de espessura, estucadas e decoradas com cenas das vidas dos Reis. Eles dominavam a técnica dos tijolos esmaltados e relevos.
Os tijolos eram usados, na maioria das vezes, crus e de preferência úmidos, o que dava ao conjunto a solidez e aparência de um monobloco de argila. Era comum usar os tijolos crus servindo como embasamento (miolo) para depois ser revestido com tijolos cozidos. O betume, farto na Babilônia, também serviu como argamassa para os tijolos e para a impermeabilização das galerias de escoamento de águas pluviais; eram grandes mestres de drenagem. Com a intenção de manter tanto os cadáveres como os utensílios secos e conservados, instalaram tubos e manilhas, com forma de um hiperboloide de revolução para aumentar a sua resistência. Na parte superior eram constituídos de calotas esféricas sobrepostas e perfuradas. 
A pedra foi sempre para os povos antigos um material de luxo, que reservavam para a escultura, quer livre, quer incorporada à decoração arquitetônica. As paredes se levantavam sobre fundações de escassa profundidade. A espessura era variável. É muito característica a decoração das paredes com mosaicos, que são também usados para decorar o fuste dos pilares. Como suporte empregou-se a madeira (na maioria originária das palmeiras ou cedro) e mais tarde os pilares de tijolos. A madeira devia ser transportada e, tal como no Egito, era escassa; por isso foi raramente empregada nas construções. 
As abóbadas: os babilônios foram verdadeiros mestres na construção das abóbadas. Com o objetivo de se reduzir o vão a se vencer com a cobertura existia a preocupação de ir se reduzindo a largura das galerias. Abobadas de berço: as paredes vão se aproximando aos poucos até restringir-se a uma linha, uma sequencia de tijolos chamados chaves de abóbada. Em todos os palácios havia galerias de descarga de águas pluviais, cobertas por abóbadas de berço. 
Segundo escavações, a construção dos templos remonta o IV milênio a.C. O modelo do templo é uma edificação quadrada formada por uma nave com câmaras laterais e capelas na cabeceira. A entrada na lateral impede que a imagem seja vista a partir da porta: sistema em cotovelo. 
A ideia do recinto sagrado se desenvolve a partir do III milênio, normalmente um templo situado numa esplanada a que se acede por uma escadaria. Esse templo era denominado zigurate, uma pirâmide escalonada de vários pisos, que mantém certo paralelismo com os teocalli mexicanos. A construção desse tipo de edificação também se faz pelo processo de empilhamento de pedra, muita das vezes feita sem a utilização de argamassa. Eram normalmente de planta retangular, com esplanadas superiores acessadas por conjuntos de escadas, com as paredes revestidas com tijolos coloridos e fortalecido com contrafortes. Nas tumbas reais eram realizadas escavações de uma fossa profunda, em cujo fundo se fizeram as câmaras funerárias, com abobadas e cúpula, cobrindo-se com terra. Os primeiros agrupamentos das habitações sumérias formaram-se com casas organizadas como recintos retangulares, sem mais abertura do que a porta que dava para o pátio, centro da casa. Eram construçõesde adobe, às vezes reforçado com canas. Nestas construções, as canas - que foram o material estrutural utilizada primitivamente - curvaram-se para amarrá-las aos postes centrais, para os extremos adquirirem forma de voluta. 
Os palácios: alguns deles, como o de Mesalim de Kish, constituíam uma verdadeira cidade. Era formado por dois corpos independentes de estreita planta retangular, coroados por amplas esplanadas em que se dispunham jardins, o que garantia certo grau de umidade, benéfico para melhorar a conservação dos adobes. Compreendia vários pátios com dependências anexas, para além de templos com zigurates. O habitual era que o palácio, como o santuário, constituísse um núcleo independente do casario, isolando-se dele por uma alta muralha. Esta organização passará ao mundo assírio e mais tarde ao bizantino e ao islâmico, mantendo-se o conceito de pequena cidade dominando a grande.
Nota-se um funcionalismo muito acentuado, sem a menor preocupação com a simetria. Os corredores tortuosos e a disposição confusa sempre indicam uma preocupação com ataques surpresa; defesa da casa e do proprietário.
PÉRSIA (Planalto do Iran): Ocupou um local abundante em pedra: o mármore de várias colorações. Utilizavam alvenaria de tijolos e pedra, coberturas em madeira (que vinham dos montes do Líbano através dos desertos da Síria, arrastados pelas planícies da Mesopotâmia em dezenas de carros). A pedra e o mármore eram utilizados nas colunas (tambores). A alvenaria de pedra possuía grandes peças com mais de 4 metros de comprimento, unidas uma à outra com grampos de ferro cravados e envoltos com chumbo. O emprego da abóbada e da cúpula pelos persas estendeu-as até Constantinopla (Istambul) e fez surgir a estruturação da arquitetura bizantina. Os persas não tinham conhecimento da abóbada de arestas. Utilizavam a construção da cúpula esférica para os edifícios de planta octogonal.
ARQUITETURA GREGA
Origem e características da civilização grega.
A arquitetura pré-helênica floresceu nas Ilhas do Mar Egeu e atingiu a Grécia onde se desenvolveu. A arquitetura grega sofreu influencia oriental trazida pelos hititas e fenícios. As principais cidades eram Tirinto e Micenas. As civilizações egeias datam de um período de 2000 a 3000 a.C. A Ilha de Creta, a maior das ilhas do mediterrâneo, foi o palco desse desenvolvimento e tinha como uma das edificações de maior importância o Palácio de Cnossos. Além dos fenícios, um fato que impulsionou a arquitetura grega foi à invasão dos dóricos. A arquitetura grega não trouxe consigo nenhuma herança das abóbadas micênicas e baseou todas as suas construções no simples modelo trilítico. O emprego do ferro no trabalho da pedra permitiu o aperfeiçoamento dos cortes e o progresso na escultura, e na arquitetura. O que se pode perceber é que o desenvolvimento gradual dos equipamentos e dos utensílios de uso dos artistas teve influência direta no resultado formal encontrado nas edificações da época. Primeiramente os instrumentos de trabalho eram constituídos de sílex de bronze e não eram capazes de trabalhar as pedras com eficiência. A ausência do ferro deu origem a um tipo de alvenaria ciclópica. As ferramentas de ferro permitem, num segundo estagio, encarar o problema da construção dando origem a um novo conceito construtivo. 
Na tumba de Midas podemos apreciar os mais antigos exemplares de coberturas de duas águas, de onde se derivou o frontão grego. O pendural, peça vertical de sustentação, sofre um esforço de compressão e daí sua construção se apresentar em forma de alvenaria de tijolos.
Os edifícios gregos eram constituídos por blocos horizontais sustentados por paredes e colunas: construção de pilar e lintel. Não existiam praticamente nem curvas nem arcos. A simetria era característica das construções e foi em parte atingida através de um processo conhecido como entasis destinado a eliminar as ilusões de ótica. Os edifícios a que os antigos gregos dedicavam maior importância eram os templos. Os primeiros templos foram construídos de madeira e tijolos de barro, mas no fim do séc VI a.C., passaram a ser construídos de pedra calcária. O mármore, que pode ser polido e trabalhado até a perfeição, tornou-se cada vez mais utilizado. Os templos não eram constituídos para abrigar congregações; sua finalidade imediata era a de recolher a estátua de um deus. Um único recinto antecedido de um átrio servia a este fim. Os templos eram geralmente construídos sobre uma plataforma com três degraus que lhe davam acesso. Nos mais belos templos, os quatro lados do edifício eram rodeados por uma colunata denominada peristilo. A entrada principal estava orientada para o Leste. O conjunto das fachadas oriental e ocidental era coroado por frontões. ATENAS: a deusa apresentava-se armada com lança, capacete e escudo, trajando na mão direita erguida uma estátua da vitória e estava acompanhada por uma cobra. O teto de madeira era decorado com pinturas e dourados. A luz penetra no templo apenas pelas portas, que orientadas para o Leste banhavam de sol a estátua de Atenas quando as portas eram abertas.
Amarravam as pedras com grampos de ferro, e as juntas se apresentavam com extrema perfeição de encaixe, sendo assentadas por meio de alavancas. Os telhados eram empregados a madeira e todas as peças sofriam o esforço de compressão. As telhas eram confeccionadas em terracota ou porcelana. Costumavam recobrir o mármore com cerâmica ou estuque pintado. A pintura das construções tinha uma dupla finalidade: colorir o conjunto e ressaltar os relevos. Pintavam também as estátuas, já que elas também eram parte importante na arquitetura. As edificações obedeciam a uma fisionomia relativamente permanente, constituída por: embasamento + colunas + entablamento; sendo as colunas, por sua vez, subdivididas em alguns casos em: base + fuste + capitel e o entablamento: arquitrave + friso + cornija. 
Dentre as edificações, as mais características da civilização grega eram: o teatro, composto de um semicírculo onde se localizava a orquestra, seguida de uma tribuna cercada de paredes por onde entravam e saíam os atores e, envolvendo a orquestra a arquibancada, sempre ao ar livre. Era de um modo geral, construído na encosta de uma colina, para que os degraus fossem esculpidos na terra, resolvendo o problema de visibilidade e estabilidade; os odeons, pequenos teatros destinados unicamente ä audições musicais; as ágoras, definida por uma grande praça pública, rodeada de pórticos onde se reuniam os cidadãos; além dos ginásios, estádios e hipódromos. A Acrópole grega era uma cidadela construída sobre um penhasco sobre o qual eram implantados os templos.
Quando falamos em ordens construtivas, estamos definindo conjuntos de soluções decorativas e construtivas que se apresentavam segundo certa constância das medidas e das proporções. O exemplo delas temos:
Dórica: era simples e transmitia uma única impressão de solidez e força. A colunata não tinha base, ergue-se direto sobre a plataforma. A superfície do fuste era dividida (comprimento) em estrias largas e côncavas (caneluras). O capitel (que pode ser chamado de equino) era liso com formato semelhante ao de uma almofada e sustentado por um ábaco (tem a função de diminuir o vão entre as colunas) quadrado e liso. A arquitrave era também lisa, não suportando diretamente a cornija, havendo entre eles o friso. Na fachada dos templos se sobrepunha o frontão, que podia ter sua superfície decorada e servia para esconder o telhado. Como exemplos de templos de ordem Dórica temos: Atenas em Corinto, Zeus em Olímpia, Teseu em Atenas, Partenom em Atenas, Apolo em delos. Cinco nomes célebres são responsáveis pela realização do templo de Atenas na Acrópole: Péricles - administrador e protetor das artes, Ictinus, Calicrates, Mnesicles - arquitetos gregos e Phidias - escultor.
Jônica: Introduzida através do Mar Egeu. Era mais ornamentada que a dórica e mais trabalhada. O fuste era mais alto e estreito e se erguia sobre uma base formada por uma série de anéis. O capitel apresentava dois pares idênticosde espirais e volutas semelhantes a um rolo de papel. O espaço entre as espirais era preenchido com uma escultura decorativa, encontrada também no ábaco. A arquitrave era composta por três planos horizontais. Alguns frisos eram lisos e outros decorados com esculturas em relevo. Como exemplos de templos jônicos: Artemisa em Efeso, Ilissos em Atenas, Dionísio em Teos, Erecteo na Acrópole de Atenas.
Coríntia: capitel mais bem ornamentado com folhas de acanto rodeava a parte inferior do capitel, coroado por volutas simétricas ou folhas de lótus ou de palmeira. Os gregos o consideravam como uma variante rica da ordem jônica. Segundo Vitrúvio, o primeiro capitel coríntio foi executado por um ourives em Corinto (as formas frágeis e os finos detalhes são mais apropriados para terem nascido do metal e não do mármore).
A cariátide consistia em um entablamento dórico ou jônico, sobre colunas cujo fuste é uma figura humana a exemplo do Templo Erecteo. A arquitetura e a estatuária se completam mutuamente num todo único e harmonioso. A razão dessa harmonia se dá pelo fato dos escultores e arquitetos gregos praticarem ambas as artes, e serem ávidos na busca da perfeição do traço. 
As medidas, por exemplo, a altura de uma colunata era expressa em múltiplos do diâmetro da base do fuste. Dórica 4x e 6x, Jônica 9x, Coríntia 10x. As esculturas nos templos utilizavam o espaço (frontões triangulares, as métopas nos templos dóricos, e os longos frisos nos templos jônicos) para empregar toda a sua arte retratando grandes acontecimentos da vida cotidiana, da história e da mitologia. O efeito do conjunto das esculturas dos frontões era acentuado pela utilização de tinta vermelha, azul e dourada.
O Parthenon, que constituía o templo da Deusa Atena, teve sua construção concluída em 436 a.C. Possuía uma estátua da Deusa Atena de ouro e marfim em sua sala principal, que era antecedida por uma antecâmara. No séc. VI d.C. o edifício foi convertido em Igreja, sendo mais tarde convertido em mesquita. No séc. XVII foi utilizado como arsenal e em 1687 sofreu vários danos quando os venezianos cercaram Atenas. Era orientado com sua pronaus para o quadrante leste e media 68x30x18m. 
Praticado a partir do séc. V a.C., a construção de esculturas em bronze seguia um processo particular. O artista começava a fazer um modelo de argila que lhe permitia experimentar e fazer correções necessárias numa primeira fase. Podia-se assim acrescentarem-se curvas e ajustar contornos de uma forma que o mármore não permitia. Completado o modelo, o artista cobria-o com uma fina camada de cera que lhe dava uma boa indicação sobre a forma como ficaria a estátua de bronze uma vez terminada. Envolvia então o modelo com um molde de argila fixado através de pequenas varas de ferro. A cera era depois derretida, deixando um espaço entre o modelo e o molde exterior. Introduzia-se o bronze em fusão nesse espaço e o molde era depois quebrado.
A planta da casa grega derivou do mégaron, subdividida em uma sala retangular com um pórtico frontal suportado por colunas. Além das civilizações cretenses, o grego sofreram influência egípcia, de povos do mediterrâneo oriental, assírios sendo percebidos nos ornamentos arquitetônicos, flor de lótus, palmas, espirais e volutas que tem sua origem no mundo oriental.
Os gregos também se desenvolveram nas correções de ótica. As linhas retas eram substituídas por linhas curvas. As arquitraves côncavas, paredes internas e colunas eram inclinadas para dentro, ábacos e cornijas sobressaiam das paredes, o fuste das colunas reduzia com a altura e as estrias menos pronunciadas na parte superior diminuíam a sensação de tortuosidade. 
ARQUITETURA ROMANA
Localizadas nas colinas do Palatino, ponto estratégico no Mar Mediterrâneo, as aldeias de Esquilino, Célio e Aventino deram origem a Roma - ou cidade das sete colinas. Dentro de sua tradição eminentemente conquistadora, por volta de 117 d.C. toda a costa do Mediterrâneo foi conquistada pelos povos latinos. Enquanto a religião grega viam nos deuses manifestações poéticas abstratas, os romanos os viam poderosos e vingativos, e eram adeptos dos sacrifícios. Os edifícios deixam de lado parte do caráter puramente espiritual para se tornarem elementos mais materiais, de uso do povo. 
As tipologias arquitetônicas encontradas podiam ser definidas por: termas - casas de banho com requintes de conforto, constituídos por dois edifícios, um balneário (banhos individuais, reservatórios de água, academia, salas de conferência, palestras, ginásios.) e o outro, um peristilo descoberto, sala de massagens, perfumes, etc). Nas áreas externas, piscinas de água morna construídas em mármore. No interior de grandes conjuntos, como por exemplo, os edifícios termais, o equilíbrio estrutural se baseia principalmente na eliminação dos esforços diante da compensação mútua sobre as paredes interiores. No perímetro das edificações ocorre a solução dos contrafortes, que podem ser externos, como vai acontecer mais tarde no Gótico ou interno como era mais comum; os teatros: que teve uma evolução formal se tornando um anfiteatro. A experiência no uso de arcos e abóbadas e a experiência prática no uso do concreto habilitaram os romanos executarem nunca construções antes vistas. A diferença essencial entre o teatro grego e o romano é o fato do último não conter nenhum caráter religioso. Possuía uma tribuna mais larga e a orquestra era ocupada pelo povo. Enquanto o teatro grego era constituído nas encostas, o teatro romano independia das encostas. Utilizavam filas superpostas de arcos construídas de concreto para servir como encosta, na qual assentavam o auditório. Os teatros poderiam ser assim executados em qualquer lugar. Deram uma aparência de maior unidade aos espaços, enxergando o teatro como uma só edificação. Com exceção das peças teatrais, outros divertimentos não tinham a necessidade de serem vistas de um ponto de vista específica. De fato, eram vista igualmente bem de qualquer ponto à volta. A partir daí criaram uma forma arquitetônica para se ajustar a essa necessidade: dois teatros colocados de costas com as paredes intervenientes removidas, resultando em uma arena oval encaixada em um oval de assentos dispostos em filas escalonadas - o anfiteatro, locais de combate entre gladiadores e feras, possuía uma pista elíptica cercada por degraus. Podiam abrigar 60000 pessoas como pro exemplo o coliseu. Ele possuía arcadas do exterior repletas de esculturas. No andar inferior, meias colunas dóricas adossadas sustentam uma arquitrave também adossada, no segundo andar meias colunas jônicas adossadas e no terceiro, meias colunas coríntias adossadas. Outra edificação comum eram os circos, onde eram realizadas corridas de carros numa pista retilínea dividida ao centro, com arquibancadas dispostas paralelamente. No que tange ao urbanismo, construíram estradas, aquedutos, pontes e redes de esgoto. A legião romana construiu estradas ligando-se à Espanha, Grécia, Gália e Danúbio.
Quanto aos templos, o templo romano difere do grego pela profundidade do pórtico e a frequência de plantas, ostentando a forma circular. O templo romano precedente etrusco, construídos sobre um elevado pódio, acessível por um lance de escadas. Dos templos circulares eram conhecidos o Panteon no qual o arquiteto baseou-se nas antigas tradições, técnicas e materiais romanos para construir algo novo. A altura da cúpula é o diâmetro da base, um grande hemisfério assentado sobre um tambor. Os romanos já tinham acumulado a técnica da construção de abóbadas, cúpulas e zimbórios. Os arcos são construídos em forma de cunha, de modo a se estabilizar ao ser colocada a última peça. Um arco no qual que se imprime um giro de 360 graus se transforma num domo ou zimbório e é construído com a ajuda de uma armação de madeira. O zimbório do Panteão não necessita de chave porque é feito de concreto. A forma final só foi possível através do domínio que se tinha do concreto.
Quanto à tecnologia construtiva, os romanos se aproveitavam das boas soluções adotadas emoutras regiões. Utilizaram as abóbadas de berço com chave etrusca, assim como as abóbadas de aresta (interseção de arestas), a alvenaria de pedra seca aparelhada sem rejuntamento de argamassa e ainda desenvolveram o concreto.
Devido à tradição conquistadora e a dominadora, os arquitetos se preocupavam com o transitório e econômico. Com isso se deu o desenvolvimento da concreção, um método construtivo que possibilitava a construção de muros de grande espessura tendo a preocupação com o desperdício de mão de obra e tempo na construção em pedra aparelhada somente. A solução construtiva consistia em dois muros delgados construídos paralelamente, preenchidos com argamassa de saibro ou areia e cimento vulcânico denominado pozzolna. A técnica do concreto foi primeiramente utilizada em II a.C. Era barato, forte, maleável e podia ser utilizado em projetos grandiosos. No Santuário da Deusa Fortuna em Prenestes, a encosta da colina foi transformada em um complexo arquitetônico. Para a sua execução faziam-se duas paredes baixas, acima do solo de tijolos com argamassa e abaixo com fôrmas de madeira. O espaço era preenchido com pedra britada conhecida como agregado. Depois disso vinha a inserção do concreto líquido sobre e entre as pedras ligando-se à argamassa e endurecendo. Logo após esse processo reiniciava-se a partir daquela altura. À medida que o edifício crescia a constituição do agregado modificavam-se, pedras pesadas eram utilizadas na base e outras mais leves por cima. Materiais muito leves como pedra pomes eram utilizados como agregado nos zimbórios, para o qual um cimbre circular de madeira era utilizado. Como eles utilizavam tijolos pequenos, podiam executar paredes curvas. O concreto recebia formas independentes.
Os telhados romanos também se diferenciavam dos telhados gregos, onde todas as peças eram trabalhadas somente sob o esforço de compressão. Os romanos inauguram a tesoura moderna, criada a partir de um triângulo indeformável, onde a linha é tracionada e o pendural trabalha flutuando, ou retesado na linha como a corda de um arco. O resultado estrutural era uma solução de estabilidade que permitiu a construção de vãos livres de 20 metros como a Basílica de Trajano e outras pontes. Ocasionalmente substituíam o madeirame dos telhados por estruturas metálicas como na Basílica Ulpiana ou no pórtico do Panteon.
As arcadas se desenvolvem a partir do cruzamento da coluna grega com o arco etrusco. No seu funcionamento os pés dos arcos não se apoiam na coluna, mas em pilastras menores que fazem às vezes das escoras para a coluna de sustentação que, por sua vez, se ergue acima da chave do arco, para receber a arquitrave, o friso e a cornija. A coluna, em razão da espessura da parede da arcada, passa a ser uma pilastra, por possuir sua metade embutida.
Animados pelo sucesso da concreção e da grossura dos muros, surge a ideia natural de superposição de pavimentos, solução quase que compulsória para esse tipo de sistema estrutural. E assim foram superpondo dois e três pavimentos, que se separavam horizontalmente por um estilobata. A ordem toscana era aplicada no térreo, a jônica no centro e no mais elevado a coríntia. As ordens romanas também incluíam a Toscana, uma variação da ordem dórica, porém mais esguia, com base e sem friso. A Coríntia era mais utilizada pelos romanos, e foi transformada em paradigma: modelo de majestade e imponência. Os reforços na coluna eram chamados "motivos de ângulo", disfarçados em esculturas de animais. A chamada entasis, ou correções de ótica, é tratada displicentemente, não obedecendo aos rigores do modelo grego. O capitel também sofreu várias transformações plásticas, variações temáticas da proporção, natureza e disposição das folhas que se variam entre o acanto, a oliva, florões. Não satisfeitos desenvolvem o 
 A casa romana possuía uma planta rigorosa e invariável. Dotada de um forte eixo central tinham a entrada situada no centro da fachada, aonde sempre um lado menor de um retângulo conduzia ao átrio (grande espaço central com abertura retangular por onde entrava luz e ar - onde também se coletava a água (implúvio ligado a uma cisterna subterrânea)). Situado na face oposta da entrada havia o tablinto, cômodo principal da casa. Sua disposição era basicamente simétrica. Os romanos incorporaram uma série de elementos das casas gregas como os peristilos.
	Um dos personagens mais importantes no cenário da filosofia construtiva foi Vitruvio. Marco Vitruvio Polion, nasce por volta do ano 70a.C. em Verona. Sua profissão era arquiteto que equivale segundo os conceitos de época engenheiro e mecânico. Foi nomeado mais tarde para o alto cargo de arquiteto militar do imperador Augusto. Desenvolveu a obra intitulada "De architectura libri decem", dedicada ao imperador. É o único tratado da antiguidade a ter chegado até nós. Nele se encontravam normas para se projetar uma cidade. As muralhas não devem se traçar segundo ângulo salientes ou quadrados, e sim arredondadas, o que permite ver o inimigo de todos os pontos. A defesa de um reduto quadrado é mais difícil, porque os vértices protegem mais o inimigo e os assaltantes do que os habitantes e defensores da cidade. 
Uma vez fortificada a cidade, devem-se traçar as parcelas ocupadas pelas casas, ruas e passeios, tendo em conta a referência do clima. Elas estarão bem traçadas se se preocupa em não estarem alinhadas as ruas principais com os ventos dominantes. Os ventos frios desagradam, os quentes enervam e os carregados de umidade causam enfermidades. A composição das construções: o desenho do templo deve obedecer ã simetria, cujas leis o arquiteto deve observar rigorosamente. A simetria depende por sua vez da Proporção que é a correspondência nas medidas das distintas partes do todo com a parte que se toma como norma. Sem proporção e simetria não haveriam leis segundo as quais traçar os planos do templo, como se não houvesse relações entre os seus elementos como ocorre com os membros do corpo humano. 
	Enquanto que nos monumentos gregos toda a construção era de pedra aparelhada, nos romanos podemos encontrar três tipologias diferentes que se unem de diversas formas: a arquitetura das massas de paredes, das pedras empilhadas e dos revestimentos com lajes. A primeira é essencialmente romana. A segunda deriva de sua tradição, respondendo aos materiais e aos lugares, em parte da arquitetura grega e etrusca, unidas entre si por muitos vínculos.
RECORDANDO:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA ROMANA 
 Solidez nas construções (característica que herdaram dos etruscos);
 Uso do arco nas construções;
 Uso da abóbada (construção em forma de arco que preenche espaços entre arcos, muros e outros tipos de espaços);
 Construções sóbrias, funcionais e luxuosas.
 A monumentalidade (espaço que ocupa e seu significado. 
Referências Bibliográficas:
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 HISTÓRIA GERAL DA ARTE - ARQUITETURA I, II, III, IV, V, VI. ediciones del Prado. tradução:LETRAS,S,1995. 
 SHAVER-CRANDELL, Anne. História da arte da Universidade de Cambridge. A idade Média. Trad.: Álvaro Cabral. Ed Círculo do livro, São Paulo 1982.
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ABIKO Alex Kenia; ALMEIDA Marcos Plácido de Almeida; BARREIROS, Mario Antônio Ferreira.

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