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MEDICINA LEGAL resumo

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U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA 
 
 
LEGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 4 
 
 
 
 
CONCEITUAÇÃO 
 
 MEDICINA LEGAL: São os conhecimentos médicos a disposição da Justiça. 
 
 
 
 
Antropologia Forense: É a aplicação prática ao Direito de um conjunto de 
conhecimentos da Antropologia Geral visando principalmente às questões relativas 
à identidade médico-legal e à identidade judiciária ou policial. 
 
Traumatologia Forense: É o capítulo da Medicina Legal no qual se estudam as 
lesões corporais resultantes de traumatismos de ordem material ou moral, danosos 
ao corpo ou à saúde física ou mental 
 
Tanatologia Forense (Necropsia): É o capítulo da Medicina Legal que estuda a 
morte e as conseqüências jurídicas a ela inerentes. 
 
Sexologia Forense (perícia da esfera sexual): É o capítulo da Sexologia que 
estuda as ocorrências médico-legais atinentes à gravidez, ao aborto, ao parto, ao 
puerpério, ao infanticídio, à exclusão da paternidade e a questões diversas 
relacionadas com a reprodução humana. 
 
Psicopatologia – estudo das doenças psíquicas – art. 26 CP 
 
Infortunística – É o capítulo da Medicina Legal que cuida do acidente do trabalho 
e da doença profissional. 
 
Toxicologia – É a parte da medicina Legal que estuda as substâncias tóxicas e as 
ocorrencias médico-legais inerentes aos seus efeitos no organismo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 5 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DA 
 
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
 
DPT POLÍCIA CIVIL POLÍCIA MILITAR 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DO DPT 
 
 
 
DPT 
 
 
IMLNR ICAP IPM LCPT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 6 
 
 
PERÍCIAS 
 
 
Art. 158 do CPP: “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame 
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado.” 
 
Há necessidade sempre do exame de corpo delito. 
 
Obs: exame indireto se verifica quando um perito pega o prontuário, os relatórios 
médicos e transporta para o documento e isso tem validade legal. Isso ocorre na 
impossibilidade do exame direto. 
 
Art. 159 do CPP: “ 
 
Perícia é todo procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necroscopia, 
exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por 
profissional de Medicina visando prestar esclarecimentos à Justiça. 
 
Perito é todo técnico que, por sua especial aptidão, solicitado por autoridades 
competentes, esclarece à Justiça ou à polícia acerca de fatos, pessoas ou coisas, a 
seu juízo, como início de prova. 
 
Perito oficial – profissão perito, concursado. 
 
Perito nomeado – Art. 159. As autoridades processantes tem o poder de determinar 
profissional de nível superior para atuar como perito. 
 
 
Autoridades que podem nomear peritos: 
 
 Juiz de Direito 
 
 Promotor de Justiça 
 
 Delegado de Polícia 
 
 Encarregado de Inquérito Policial Militar 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 7 
 
 
Documentos Médico-Legais 
 
 
Podem ser escritos ou verbais e visam elucidar a Justiça e servir pré-
constituidamente para a prova ou de prova do ato neles representados. São em 
número de cinco: notificações, atestados, relatórios, pareceres e depoimentos orais. 
 
 Notificação: informação breve sobre um laudo. Nota, detalhe do exame 
completo dada a autoridade para agilizar o procedimento relativo a situação. É um 
documento oficial que pode não ser escrito. 
 
 Atestado: informação mais completa e necessário ser por escrito. É também 
um fragmento do relatório, informando uma situaçào do periciando. Ex. atestado 
de óbito. 
 
 Relatório: documento mais completo de uma perícia. Pode ser de dois tipos: 
 
 Auto – perito dita sua perícia para um escrivão. 
 
 Laudo – Perito descreve a perícia no seu próprio punho. 
 
 
 
 
Estrutura do Relatório 
 
 Preâmbulo: hora, dia e local da perícia, nome dos dois peritos, nome da 
perícia realizada, o número do periciando, autoridade que determinou a perícia e 
através de qual documento. 
 
 Histórico: é de suma importância, deve conter a informação referente a quia 
policial e a informação da vítima. 
 
 Descrição: é a parte médica, é o exame propriamente dito: exame externo, 
exame interno e exames complementares. 
 
 Exame externo 
 
 exame interno: 4 exames (craniana, toráxica, abdominal e às vezes 
raquidiana). 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 8 
 
 
 Exame Complementar: acidente de veículo, solicita o exame de alcolemia 
(teor de álcool no sangue). Vão variar de acordo com as situações ocorridas: se 
lesões corporais, envenenamento, ... etc. 
 
 
 Comentário: se tem maior flexibilidade; tenta explicar a autoridade o que 
deve ter não pode ser comprovado, ficando apenas na suposição. Cruza as 
informações com os achados periciais. 
 
 Conclusão: fecha o laudo, se baseia na descrição e não no comentário. Dar o 
diagnóstico da perícia. O diagnóstico médico e não jurídico. 
 
 Resposta aos quesitos: Estes são pré-formulados que automaticamente 
devem ser respondidos pelo perito. Pode ser feito o quesito a qualquer momento 
durante ou após a perícias.Parecer: Exame crítico de uma perícia já realizada. Deve ser realizado por um 
perito com mais experiência, mais renome. 
 
Depoimento Oral: a qualquer momento o perito pode ser convocado a depor 
sobre sua perícia, eternamente ele está preso a sua perícia. 
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
 
 
Identificação: É a aplicação de técnicas e métodos para determinar-se uma 
identidade. É a demarcação da individualidade. E, para fazê-la, ela se serve de um 
conjunto de diligências, numa sucessão de atos sobre o vivo, o morto, animais e 
coisas. 
Obs: identificação # de reconhecimento 
 
Identidade: É um conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou uma 
coisa tornando-a distinta das demais. Nunca se pode determinar a identidade 
apenas com uma característica. A partir do momento que se tem uma característica 
divergente, não se trata da mesma pessoa. 
 
A identidade, por passível de simulação e de dissimulação, reveste-se de 
importâancia tanto no foro civil como no criminal, pois a responsabilidade somente 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 9 
 
 
pode ser atribuída após prévia identificação. Desse modo, depreende-se haver um 
dever e um direito de identidade, protegendo, a identificação, os interesses 
individuais e coletivos. 
 
Ao Direito interessa, particularmente, a investigação da identidade do homem, que 
se faz pela identificação. 
 
 
 
A identificação pode ser: 
 
Policial ou judiciária – utiliza técnicas que não há necessidade de conhecimentos 
médicos. Diz respeito à Antropometria e à Dactiloscopia. 
 
Médico-legal – aplicação dos conhecimentos médicos para a determinaçào da 
identidade. Poderá ser feita no vivo, no cadáver inteiro ou espostejado, ou ainda 
reduzido a fragmentos ou a simples ossos. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA 
 
 
 Ferrete: antigamente, a depender do crime da pessoa, ela era ferrada. Foi o 
método de identificação policial muito usado no Brasil-colônia e em alguns países 
árabes. 
 
 Amputações: ainda é muito utilizado nos países àrabes. 
 
 Antropométrico de Bertilon: Na França Dr. Bertilon, em Lion, criou uma 
ficha de identificação, sendo o 1º método científico de identificação. 
 
 Fotografia: Bom método, mas não é excepcional. Prático e barato. Porém, 
há sósias e pessoas que passam por cirurgias plásticas. É até hoje utilizado. 
 
 Retrato falado: Bom. Porém, o grande problema é que as informaçãoes não 
são precisas. 
 
 Assinalamento sucinto: É a pessoa dizer mais ou menos as características do 
assaltante. Por exemplo, a cor da camisa, cabelo, etc. Não é muito válido. 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 10 
 
 
 
 
 Datiloscopia: Estudo das impressões digitais, que são vestígios e marcas 
deixadas pelas polpas dos dedos graças à substância gordurosa secretada pelas 
glândulas sebáceas em quase todos os locais de crime e em objetos os mais 
variados. Interessa, portanto, diretamente à justiça para apontar autor de delito 
pela impressão digital deixada em local de crime, reincidências etc.. De origem 
grega (daktilos, dedos; scopein, examinar), tem hoje consagração universal. O 
método baseia-se na existência, na polpa dos dedos, de desenhos característicos, 
individuais, formados pelas cristas papilares na derme. 
 
 
 
 
SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH 
 
 
Duas pessoas nunca terão as mesmas impressões digitais. Datiloscopia “é a ciência 
que se propõe identificar as pessoas fisicamente consideradas por meio das 
impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares 
das extremidades digitais”. Juan Vucetich (1891). 
 
A datiloscopia ficou sendo um método excelente devido a quatro qualidades: 
 
 Unicidade: apenas uma pessoa possui aquela impressão digital. 
 
 Imutabilidade: a partir do 4º mês de gravidez o feto já possui a impressão 
digital que permanecerá até a sua morte. Não muda nunca. Obs: para Delton Croce 
e Delton Croce Jr. essa qualidade seria verificada a partir do 6º mês de gravidez. 
 
 Praticabilidade: É prático. 
 
 Classificabilidade: Se consegue classificar a impressão digital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
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Através da presença ou não do delta, formando este ou aquele desenho, Vucetich 
fez classificações. O delta geralmente encontra na base. Qualquer impressão 
digital tem que ser classificada num desses quatro tipos: 
 
Verticilo: 2 deltas e linhas circulares. 
 
 
 
Presilha externa: 1 delta do lado esquerdo e linhas convergindo para o mesmo 
lado. 
 
Presilha interna: o delta é do lado direito e linhas convergindo para o lado 
esquerdo. 
 
Arco: as linhas basilares vão se arqueando e não há delta. 
 
Vucetich bolou uma forma datiloscópica. Olha-se cada dedo e se identifica qual é 
o desenho. Vucetich convencionou de identificar o desenho pela letra: Verticilo 
(V), presilha externa (E), presilha interna (I), arco (A). Os demais dedos se 
identifica pelo número (cada qual identificando um tipo de desenho). 
 
Série – mão direita 
Secção – mão esquerda 
 
 (Exêmplo de Formula Dactiloscópica) 
 
 
Ex. Fórmula Dactiloscópica (FD) = V4431 
 I2243 
 
 
 
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Só os polegares são identificados com as iniciais das palavras, os demais dedos 
com a numeração, vejamos: 
 
Verticilo (V) = 4 
Presilha Externa (E) = 3 
Presilha Interna (I) = 2 
Arco (A) = 1 
 
Obs: Sem dedo = 0 
 
 
Dedo sem possibilidade de identificação = X 
Dedo a mais = maior possibilidade de identificar 
 
Pontos característicos: são acidentes encontrados nas cristas papilares 
evidenciando 12 pontos numa e outra impressão digital, em mesma localização, a 
identidade é estabelecida. 
 
Exemplos de pontos característicos que podemos encontrar numa 
Impressão Digital: 
Ilhota: apenas uma linha solta. 
 
Cortada: linha que não para no meio do caminho. 
 
Bifurcação: linha que se bifurca.Forquilha: linha em ângulo agudo. 
 
Encerro: linha que se bifurca e se encontra mais a frete e se junta novamente. 
 
 
 
CURIOSIDADES SOBRE A DACTILOSCOPIA: 
 
1.“Serão necessários 4.660.337 séculos para que se encontre 2 homens com todos 
os desenhos digitais idênticos, isto considerando somente 20 pontos característicos 
para cada uma das 10 impressões do indivíduo” (Galdino Ramos); 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 13 
 
 
 
 
2. A disposição dos poros das glândulas sudoríparas que se encontram nos dedos, 
ao serem observadas numa ampliação mais apurada, podem ser usadas como 
pontos coincidentes, no caso de só haver uma parte da individual datiloscópica; 
 
3. Para haver uma identificação dactiloscópica, pelas normas brasileiras, é 
necessário que exista no mínimo 12 (doze) pontos coincidentes, seria o limite da 
pesquisa para o dactiloscopista. Ao chegar aos doze pontos, o legislador achou que 
seria o suficiente para o perito estabelecer uma identificação mais precisa, ao 
contrário, levaria muito tempo para estabelecer todos os pontos coincidentes 
possíveis. Em outros países, Estados Unidos por exemplo, bastaria o perito 
identificar 08 (oito) pontos coincidentes para estabelecer a identificação 
dactiloscópica de uma determinada pessoa. 
 
 
 
 
 
 (Fixa de Identificação Dactiloscópica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL 
 
 
 
Utiliza-se o conhecimento do médico: 
 
Espécie 
Cor da pele (raça) 
Sexo 
Idade 
Estatura 
Sinais individuais 
Mal formações 
Sinais profissionais 
Odontologia legal 
 
 
IDENT. ESPÉCIE 
 
Ossos 
Morfologia (aspecto do osso) 
Canais de Havers (nutre o osso) 
 
 
Sangue 
Cristais de Teichmann 
Hemácias (são anucleadas – as humanas não tem núcleo) 
Albumino reação 
 
 
IDENT. COR DA PELE 
 
Caucásico – Leucoderma (branco) 
Mongólico – Xantoderma (amarelo) 
Negróide – Melanoderma (negro) 
Indiano – Eritroderma (índio) 
Australóide – Faioderma (pardo) 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 15 
 
 
IDENT. DO SEXO 
 
Cromossomial (verifica-se XX ou XY) 
Gonadal (testículo e ovário – órgãos da reprodução) 
Genital 
 
Interno (próstata, vesícula seminal – homem / útero, ovário, trompa, parte da 
vagina – mulher). 
Externo (genitália). 
Psíquico 
Jurídico (como a pessoa foi identificada, como está registrada no papel) 
 
Médico legal (estudo de tudo isso para ter uma posição para a justiça) 
 
 
 
IDENT. DA IDADE 
 
 
Aparência (imaginação que determina a faixa etária) 
Pele (manchas decorrente da idade, rugas, etc) 
Pêlos (pubarca; sem pêlos pubianos identifica menor; não adolescente) 
Globo ocular 
Dentes (radiografia panorâmica; dente de leite, siso, ...) 
Ossos. 
 
 
 
 
 
 
IDENT. ESTATURA 
 
 
Tabelas 
Manouvrieu 
Etienne Rolet (mais importante e mais utilizada) : média aritmética que se 
identifica a estatura da pessoa 
Orfila 
Dipertuis e Hadden 
Pearson 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 16 
 
 
 
 
SINAIS INDIVIDUAIS 
 
 
Cicatrizes 
Próteses ortopédicas 
Hábitos (roer unha, etc) 
Fumante 
Tatuagens (amorosas, políticas, profissionais, religiosas, históricas, patrióticas, 
hierárquicas, atípicas). 
 
 
 
 
MÁS FORMAÇÕES 
 
Lábio Leporino 
Pé torto 
Consolidação viciosa 
Genus (pernas para dentro ou para fora) 
Valgo 
Varo 
 
 
 
 
 
SINAIS PROFISSIONAIS 
 
 
Sapateiro 
Alfaiate 
Bordadeira 
Trabalhador braçal 
Fotógrafo e radiologista 
Músicos 
Etc 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 17 
 
 
 
ODONTOLOGIA LEGAL 
 
 
Odontograma 
Restauração (material) 
Cárie 
Ausência de peças 
Prótese 
Desgastes 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL - MÉTODOS AUXILIARES 
 
 
Radiologia 
 
Idade óssea 
Identificação de calos ósseos e corpos estranhos 
Doenças ósseas (osteoporose) 
Método comparativo de identificaçào pelos seios frontais. 
 
 
Laboratório Forense 
 
Hematologia 
Diologia 
 
 
Cromatografia gasosa 
Espectrofotometria 
Raio Laser 
 
 
Anatomia Patológica 
 
Lesões em vida e após a morte 
Identificação histológicas de tecidos 
Cromática sexual em células nucleadas 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 18 
 
 
Genética Forense 
 
DNA 
Antropologia Forense 
 
Prososcopia – supervisão da fotografia sob o crânio. 
 
 
 
 
 
AGENTES LESIVOS 
 
 
São instrumentos ou meios, capazes de produzirem violência sobre o corpo 
humano. Podem ser: 
 
Físicos 
Mecânicos 
Não mecânicos 
Químicos 
“tóxicos” 
cáusticos 
Biológicos 
Mistos (asfixias mecânicas) 
 
 
 
 
 
AGENTES LESIVOS FÍSICO-MECÂNICOS 
 
 
Objeto é diferente de instrumento; o objeto é o substantivo, a matéria; o 
instrumento é o adjetivo, a qualidade, a maneira que o objeto foi utilizado para 
produzir a lesão (ex: instrumento cortante). 
 
Agentes físico-mecânicos podem ser: 
 
 Contundentes: quando o objeto faz pressão sobre uma área do corpo. (são 
aqueles que agem por pressão). 
 
 
 U.C.Sal.Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 19 
 
 
 Cortante: quando o objeto obrigatoriamente possui gume (bordo afiado do 
objeto) e a ação do instrumento cortante é sempre por deslize, linear (produz ferida 
incisa). 
 
 Perfurante: quando o objeto é obrigatoriamente delgado, fino e possui ponta. 
A sua ação sempre vai ser pressão sobre essa ponta (agulha, alfinete, estilete bem 
fino) 
 
 Perfuro cortante: quando o objeto tem que ter ponta e gume. 
 
 Corto contudente: quando o objeto possui gume, a ação se processa pelo 
bordo cortante e há contusão. O objeto tem que ser pesado. 
 
 Perfuro contudente: ele vai perfurar e contundir ao mesmo tempo (arma de 
fogo). 
 
 
Lesões produzidas por: 
 
Instrumento contundente, pode provocar: 
 
 Rubefação: acontece quando existe uma ação contundente e no local fica 
apenas avermelhado. 
 
 Escoriação: ocorre quando a ação contundente lesiona apenas a epiderme. 
Não sangra. Arranhões. 
 
 Equimose: Sangue espalhado pelo tecido. Em função da ação contundente, 
tem uma lesão vascular. Resulta em uma mancha roxa, atinge a derme. 
 
 
 Hematoma: igual a equimose, porém forma um volume. 
 
Obs: equimose e hematoma só ocorre com pessoa viva. A equimose pode servir 
para fazer a cronologia da lesão. 
 
 Ferida contusa: é quando a ação contundente vai produzir uma lesão além da 
epiderme, também na derme. Bordos irregulares e equimóticos. 
 
 Fratura: se a ação contundente se produz sobre uma haste óssea (a unidade 
óssea perde sua integridade). 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 20 
 
 
 Luxação: ação contundente que resulta na perda da articulação. 
 
 Entorce: quando a articulação passa do ângulo útil. A ação contundente 
provoca um hematoma. 
 
 
 
 
Instrumento cortante: 
 
Obrigatoriamente tem gume e é acionado por deslize, produz uma ferida incisa 
(bordos regulares, certinhos). 
 
A ferida incisa – cauda escoriativa, vai dizer a direção, o sentido em que o 
instrumento foi utilizado. 
 
Esgorjamento: ferida incisa na face anterior do pescoço. 
 
 
 
Degolamento: ferida incisa na face posterior do pescoço. 
 
Decapitação: Ferida incisa na face anterior e posterior, deslocando a cabeça do 
corpo. 
 
Ação perfurante, produz uma ferida punctiforme. 
 
Instrumento perfuro cortante: possui ponta e gume (bordo afiado), bordas 
regulares; a profundidade é bem superior ao comprimento. 
 
Obs: Não associar o comprimento da ferida com a largura do objeto. 
 
 
Ação corto contundente: produz uma ferida corto contusa feita por um 
instrumento corto contundente. Não possui caudas escoriativas. A ferida é 
associada, geralmente, a fraturas e amputações. Apresenta bordas equimóticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 21 
 
 
TRAUMATOLOGIA FORENSE 
 
 
Instrumento perfuro Contudente: possui ponta e age por contusão sobre um 
ponto, produzindo a ferida perfuro contusa. 
 
Ferida perfuro contusa: 
 
Orifício de entrada 
Orifício de saída 
Trajeto 
Distância do disparo 
 
Orifício de entrada: 
 
Forma: geralmente tem o formato circular ou ovalar. É circular quando o projétil 
penetra perpendicular a pele (ângulo de 90º ou próximo). Se chega ao corpo de 
forma diagonal (oblíquo), o formato é ovalar. 
 
Tamanho (não se pode avaliar o calibre pelo orifício): calibre da arma é diferente 
do tamanho do orifício. 
 
 
 
 
 
Orlas 
 
contusão: borda do orifício de entrada. 
 
enxugo: borda do orifício de entrada com pólvora. 
 
Zonas 
 
tatuagem: quando grânulos de pólvora se prendem a pele. Pequenas queimaduras. 
 
 
 
esfumaçamento: mancha em função da fumaça. 
 
chamuscamento: pêlos queimados, chamuscados, calor. 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 22 
 
 
 
 
Disparo à distância. 
 
Disparo à curta distância. 
 
Zonas de esfumaçamento 
 
Zona de tatuagem 
 
Zona de chamuscamento 
 
Obs: as três zonas se sobrepõe uma na outra, didaticamente é que se separa. 
 
Disparo encostado (arma encostada na pele): o projétil penetra juntamente com os 
gases. A massa gasosa também expande. 
 
Camara de Mina de Hoffmann 
 
Orifício de saída: 
 
Maior que o orifício de entrada. 
Bordos irregulares e evertidos. 
Não possui orla de contusão e de enxugo. 
 
 
 
 
 
Ferida perfuro Contusa: 
 
Orifício de entrada Orifício de saída 
regular dilacerado 
invaginado (voltado para o centro) evertido 
proporcional ao projétil desproporcional ao projétil 
orlas e zonas sem orlas e zonas 
 
 
 
 
 
 
 U.C.Sal. Medicina Legal 
Prof. Dr. Raul Barreto Filho Revisada e Atualizada 2000 23 
 
Trajeto # Trajetória 
 
Trajetória é o percusso do projétil da boca do cano da arma até o último ponto de 
impacto. 
 
Trajeto é o espaço compreendido entre o orifício de entrada e o de saída. É a 
trajetória dentro do corpo. 
Trajeto: Da direita para a esquerda 
 Da esquerda para direita 
 Descendente 
 Ascendente 
 
 
AGENTES LESIVOS FÍSICOS NÃO MECÂNICOS 
(também capaz de lesionar o organismo humano) 
 
Temperatura 
Eletricidade 
Natural 
Artificial 
Pressão atmosférica 
Radioatividade 
Luz 
calor 
Som 
 
 
AGENTES LESIVOS QUÍMICOS 
 
Tóxica: quando ela é absorvida pelo organismo para haver a lesão. É encontrado 
no sangue. 
 
Cáustica: Não há absorção, pois só há o contato. Não é encontrado no sangue. 
 
 
 
AGENTES LESIVOS BIOLÓGICOS 
 
Microorganismos que vão lesionar o organismo humano 
 
 
 
 
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AGENTESLESIVOS MISTOS (ASFIXIAS MECÂNICAS) 
 
 
Asfixia vem do grego e significa sem pulso. O nome correto atualmente é 
hipoxemia (pouco oxigênio no sangue). 
 
Asfixia mecânica é o impedimento mecânico à penetração do ar nas vias 
respiratórias de causa primária, de forma fortuita, violenta e de origem externa. 
 
Sob o ponto de vista legal, é a síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência do 
oxigênio por impedimento mecânico de causa primária, violenta e externa. 
 
Asfixia = falta de oxigenação no sangue 
 
Tipos de Asfixia mecânica: Sufocação, afogamento, por constrição do pescoço. 
 
 
Sufocação(pura) 
 
Direta: obstrução dos orifícios respiratórios ou das vias respiratórias. 
Indireta: impedimento dos movimentos respiratórios. É ocasionada especialmente 
pela compressão do tórax ou eventualmentedo tórax e abdome, em grau suficiente 
para impedir os movimentos respiratórios e ocasionar a morte por asfixia. 
 
 
Soterramento 
 
Impedimento da passagem do ar nas vias respiratórias por substância pulverulenta 
(ex: farinha, areia, etc). É modalidade de sufocação direta de origem acidental, 
especialmente nas avalanchas e no desabamento, ou homicida (infanticídio). 
 
 
 
Obs: A presença de corpos pulverulentos na traquéia, brônquios, esôfago e 
estomago é de importância fundamental para a afirmação diagnóstica de lesão intra 
vitam, pois indica que a vítima respirou e viveu durante algum tempo após o 
soterramento. 
 
 
 
 
 
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Confinamento 
 
É a asfixia por sufocação direta de indivíduo enclausurado em espaço restrito ou 
fechado, sem renovação do ar atmosférico, por esgotamento do oxigênio e aumento 
gradativo do gás carbônico, aumento da temperatura, alterações químicas e 
saturação do ambiente por vapores de água. Consumo de oxigênio superior a oferta 
do oxigênio no ambiente 
 
 
Afogamento 
 
É modalidade de asfixia mecânica verificada pelo impedimento da penetração do 
ar nas vias respiratórias devido a entrada de líquido (nas vias respiratórias), por 
permanência da vítima totalmente ou apenas com a extremidade anterior do corpo 
imersa nos mesmos. Por isso, não se deveria empregar o conhecidíssimo termo 
“submersão”, que significa imersão total do corpo, já que, como permite concluir a 
definição, para ocorrer basta a esse tipo de asfixia a introdução dos orifícios 
respiratórios e da boca no meio líquido. 
 
 
 
Por constrição do pescoço 
 
Enforcamento 
 
É a modalidade de asfixia mecânica determinada pela constrição do pescoço, por 
um laço (aste flexível que consegue envolver o pescoço) cuja extremidade se acha 
fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do indivíduo como força viva. 
 
 
Estrangulamento 
 
É a asfixia mecânica por constrição do pescoço, que utiliza um laço, cuja força 
constritiva é de origem externa (força constritiva qualquer que não seja o peso da 
vítima). 
 
 
 
 
 
 
 
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Esganadura 
 
É asfixia mecânica por conscrição do pescoço, utilizando as mãos; constrição 
anterolateral do pescoço; sinais externos: cianose e equimose punctiforme da face; 
hiperemia conjuntival, escoriações ungueais no pescoço, cogumelo de espuma) 
 
 
 
ASFIXIAS MECÂNICAS – CARACTERÍSTICAS 
 
 
Sinais externos 
 
Cianose (arroxeado, lábios, mucosa): encontrada em certos tipos especiais de 
asfixia, como na esganadura, na estrangulação e na compressão toráxica. A 
tonalidade arrozeado da pele e mucosas se dá devido à carboxiemoglobina 
patogenicamente aumentada no sangue capilar. 
Cogumelo de espuma – sai espuma pela boca. Só se forma pela entrada de líquido 
nas vias aéreas e por expulsão de ar e muco nos indivíduos que reagiram à 
proximidade da morte e cujos cadáveres foram retirados precocemente da água. 
 
Procidência da língua – (língua para fora):encontrada no enforcamento e no 
estrangulamento em que a língua escurecida é projetada além das arcadas 
dentárias; pode, também, esporadicamente, ocorrer no afogamento, no início da 
putrefação. 
0Livores cadavéricos – costas arroxeadas. 
 
rosado – afogamento 
escuro – outras asfixias 
vermelho vivo – intoxicação por CO 
 
Sinais internos 
 
Sangue fluido e escuro (devido ao gás carbônico). 
 
Equimose viscerais. 
 
Manchas de tardieu (pequena e geralmente encontrada no afogado – coração e 
pulmão): Têm forma arredondada, puntiforme ou lenticular ou de sufusões 
sanguíneas. São explicadas pela fluidez do sangue nos vitimados por asfixia e 
 
 
 
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especialmente pela ruptura dos capilares produzida pelo aumento da tensào arterial 
consequente à excitação nos centros nervosos bulbares pelo gás carbônico. 
Manchas de Pattauf (coração e pulmão) 
 
 
Congestão polivisceral: oxigênio centralizado não mais atingindo a periferia. 
Contraem-se todos os vasos da periferia. O resto do O2 fica circulando na porção 
central (defesa do organismo). 
 
 
 
Sinais externos – Enforcamento 
 
Sulco equimótico, escoriativo (devido a ação contundente formando equimose e 
escoriações); 
 
Hipostáse na metade inferior do corpo (depósito de sangue na parte mais baixa do 
corpo; 
 
Relaxamento dos esficteres; 
 
Ejaculação. 
 
 
 
ENFORCAMENTO X ESTRANGULAMENTO 
 
 
Diagonal horizontal 
Descontínuo contínuo 
Profundidade irregular profundidade uniforme 
Acima da cartilagem tireóide abaixo da cartilagem tireóide 
 
 
Enforcamento 
 
A morte pode ocorrer: 
 
Asfixia mecânica (epiglote fecha a glote,...) 
 
 
 
 
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Obstrução circulatória 
enforcados azuis 
enforcados brancos 
Inibição nervosa 
 
 
LESÕES CORPORAIS 
 
 
Lesão corporal é todo e qualquer dano causado à normalidade do corpo humano, 
quer do ponto de vista anatômico, quer do fisiológico ou mental. O crime de lesão 
corporal é, assim, definido no Código Penal: 
 
Art. 129: “ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem” 
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano. 
 
É realizado devido a três finalidades:Constatação: toda vez que é cometido um crime e é apresentado vestígios corporais 
é necessário que se faça o exame de corpo de delito. 
 
Obs: saúde é o bem estar físico, social e mental. 
 
Qualificação: é a repercussão da lesão sobre o organismo. É verificado se a lesão é: 
 
Leve: são as designadas pelo caput do art. 129. Ofendem a integridade corporal ou 
a saúde de outrem (elemento positivo) e não determinam as conseqüências 
previstas nos §§ 1
o
, 2
o
 e 3
o
 (elemento negativo) do citado dispositivo. 
 
As lesões corporais leves são representadas freqüentemente por danos superficiais, 
interessando apenas a pele, tela subcutânea, músculos superficiais, vasos arteriais e 
venosos de pequeno calibre. São escoriações, equimoses, hematomas, feridas 
contusas, algumas entorses, os torcicolos traumáticos, edemas e luxações 
 
Grave: são representadas pelos quatro tipos explicitados no § 1
o
 do art. 129 do 
nosso diploma legal. 
 
Incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias; 
Perigo de vida 
Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 
 
 
 
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Aceleração de parto 
 
Caracterizam-se as lesões graves um elemento positivo, representado por qualquer 
das conseqüências previstas pelo § 1
o
, e um elemento negativo, indicado pela 
inexistência das lesões configuradas no § 2
o
 do art. 129 do Código Penal). 
 
Pena: reclusão de um a cinco anos 
 
 
Ocupação habitual a que se refere o art. 129, § 1
o
, I, do Código Penal, não têm o 
sentido de trabalho diário, nem são aquelas de natureza lucrativa. São todas e 
quaisquer atividades corporais comuns. A lei lhe empresta sentido funcional, tendo 
em vista a atividade habitual do indivíduo in concreto, pouco importando que seja 
economicamente improdutiva, pois, não fora assim, não se puniriam as lesões 
corporais graves em desocupados, crinças, senis e obreiros aposentados. 
 
 
Perigo de vida # Risco de vida. O perigo é algo imediato à ação lesiva. É 
diagnóstico; risco é prognóstico, pode vir a acontecer ou não. O perigo de vida é 
uma situação atual, ou surgida no curso de processo patológico, conseqüente à 
ofensa, em que, pelo estado do ofendido, há o perigo de morte, se não for socorrido 
adequadamente em tempo hábil. Pode apresentar-se no momento da lesão ou 
depois de horas ou dias, em qualquer fase da evolução clínica, antes dos 30 dias. 
 
Debilidade – tudo aquilo que não mais funcionará como anteriormente. A 
debilidade a que se refere a lei é fraqueza, diminuição de forças, enfraquecimento, 
embotamento, debilitação. Para ser considerada grave, deverá resultar da lesão 
indubitável e duradoura debilidade de membro, sentido ou função, prejudicando 
efetivamente o vitimado, mas não chegando, todavia, à verdadeira inutilização 
configurativa de lesão gravíssima. 
Aceleração de parto –sofrer a gestante a lesão e em função dela resultar na 
aceleração do parto, nascendo uma criança viva. O preceito legal não se refere à 
rapidez do trabalho de parto, ou seja, ao encurtamento do tempo de dilatação 
cervical ou à brevidade da fase expulsiva, e sim à antecipação quanto à ocasião do 
partus, mas, necessariamente, depois do tempo mínimo para a possibilidade de 
vida extra-uterina. 
 
Gravíssima: são as ofensas à integridade corporal ou à saúde de outrem explícitas 
no § 2º do art. 129 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
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Incapacidade permanente para o trabalho. Não se cogita da comum atividade 
corporal do § 1
o
 do art. 129 do Código Penal (lesão grave), mas sim da 
incapacidade ou invalidez permanente e total para o trabalho, qualquer que ele 
seja; 
 
Enfermidade incurável. Supõe desvio definitivo da normalidade, pertubações 
permanentes da saúde. Tem, portanto, caráter de estabilidade reforçado pelo 
legislador devido à exigência de incurabilidade; 
 
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. Perda é a amputação posterior 
à agressão, consequente à intervenção cirurgica, objetivando salvar a vida ou evitar 
consequencias gravíssimas para a saúde do ofendido, ou mutilação, quando ocorre 
no momento do delito. 
 
 
 
Inutilização é a falta de habilitaçãodo órgão à sua função específica; é a perda 
funcional em membro que subsiste anatomicamente; 
 
Deformidade permanente (resulta numa cicatriz marcante). É o dano estético 
irreparável em si mesmo, consequente à deformação, constitutivo de vexame 
permanente para o ofendido, constatado a olho nu. 
 
Pena: reclusão de dois a oito anos. 
A maioria dos juizes acham que é para qualquer tipo de trabalho (não a profissão 
da vítima). 
 
Em decorrência da lesão fica com uma doença incurável. Lesão no pancreas: 
diabetes pós-traumático. 
 
Não só física mas também de função do órgão. 
 
Seguida de morte: 
“Se resultar morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”. 
Pena: reclusão de 4 a 12 anos. 
 
Nexo causal: em qualquer perícia é obrigação do perito fazer o nexo causal. No 
comentário se faz o nexo entre o histórico e o exame pericial. 
 
 
 
 
 
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SEXOLOGIA FORENSE 
 
 
Sedução (art. 217) – “Seduzir mulher virgem, menor de 18 e maior de 14 anos, e 
Ter com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável 
confiança”. 
 
É definida como a obtenção de um desejo por meio de irresistível influência. 
Assim, revela a sedução toda e qualquer atuação exercida de modo irresistível e 
influente o bastante para convencer outrem a fazer ou realizar o que é de intenção 
do agente. 
 
Virgem – sem manter contato vaginal. 
 
Hímen – verifica se tem ruptura ou não; se é recente (sinais evidentes) ou antiga (7, 
15 dias, 1 mês). 
 
Faixa etária verificada pelo raio x e odontologia legal. 
 
 
Conjunção carnal: penetração de pênis em vagina. Se confirma através de: 
 
Ruptura himenal (errado se dizer ruptura da membrana himenal, pois hímem quer 
dizer membrana); 
Gravidez 
Presença de espermatozóide e/ou fosfatase acida na vagina (enzima próxima da 
próstata). 
 
O esperma tem o mesmo antígeno que o grupo sangüíneo. 
 
 
Violência sexual 
 
Estupro (art. 213) – constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência 
ou grave ameaça. 
 
Conjunção carnal: penetração de penis em vagina. 
 
Ruptura himenal (hímem = membrana); 
A borda do hímem cicatrizada – antiga 
Não cicatrizada – recenteU.C.Sal. Medicina Legal 
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Período para cicatrização – 7 a 10 dias 
 
Fosfatase acida ou presença de espermatozoide 
Gravidez 
 
 
Violência: 
 
Física – em qualquer local do corpo; 
Psíquica – se o autor utilizou de algum artefato para modificar o psíquico da 
vítima. A medicina legal faz o exame toxicológico; 
Presumida 
vítima menor de 14 anos 
vítima alienada (louco de todo gênero/idade cronológica compatível) ou débil 
mental. O 1
o
 não se relaciona socialmente; o 2
o
 apresenta idade cronológica 
incompatível. É preciso o exame psiquiátrico 
 
Grave ameaça: bastante subjetiva. Dependerá muito da investigação policial. Deve-
se compreender por grave ameaça uma modalidade de constrangimento psíquico, 
de violência moral, visando a vencer a resistência da mulher e levá-la, pelo temor 
ou pelo perigo, à conjunção carnal, mesmo contra a sua vontade. 
 
 
Atentado violento ao pudor (art. 214) – “constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso 
diverso da conjunção carnal”. Entende-se, portanto, por atentado violento ao pudor 
todo ato libidinoso ou impudico, diverso da conjunção carnal, praticado com 
violência ou grave ameaça contra pessoa de um ou outro sexo, visando à satisfação 
das paixões lascivas, completa ou incompleta, em manifestação inequívoca de 
depravação moral. Com efeito, o agente do delito habitualmente é portador de toda 
uma gama de perversões sexuais. São elementos comuns ao crime: 
 
constrangimento; 
a violência ou grave ameaça; 
os atos impudicos ou libidinosos; 
dolo específico 
 
Quem induz pessoa maior de 14 e menor de 18 anos a presenciar, a praticar ato 
libidinoso, ou nela pratica mesmo com o seu consentimento, não incorre no art. 
214, atentado violento ao pudor, mas sim no art. 218, corrupção de menores. 
 
 
 
 
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Quem constrange mediante violência presumida menor de 14 anos a praticar ato 
libidinoso diverso da conjunção carnal, com si ou com outros, comete o delito 
previsto no art. 214 e não o do art. 218 do Código Penal (corrupçãode menores) 
 
Libido – desejo sexual. Ato libidinoso é ato que desperta desejo sexual. 
 
Impotência – perícia da área sexual. 
 
Da conjunção carnal – coeundii no homem e na mulher 
De engravidar – generandii no homem e concipiend na mulher 
 
Fenômenos Cadavéricos 
 
Morte: é a parada das funções vitais de forma irreversível. (morte encefálica); de 
tronco encefálico. 
 
Cérebro: contato do ser humano com o exterior. 
 
Morte não é um momento, é um processo. 
 
Cada órgão tem a sua resistência à anoxia (falta de oxigênio). 
 
Existe dois tipos de morte: (causa mortis): 
Médica – determina a falência orgânica que levou a morte 
 
 
Jurídica – diagnóstico dado pela justiça 
 
Homicídio 
Suicídio 
acidente 
 
Ex. Hemorragia interna – causa mortis médica 
 
A morte pode ser: 
 
 
De causa natural: tem como causa mortis alguma patologia, doença, e a doença não 
pode ter relação com nenhuma violência. 
De causa violenta: é aquela que advém de um homicídio, suicídio, um acidente. 
 
 
 
 
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De causa suspeita: é aquela que de início não se sabe se é natural ou violenta. 
Precisa da perícia médico legal. 
Mortes violenta e suspeita é obrigado ir para o IML 
 
 
 
Sinais abióticos 
 
Imediatos (sinais de presunção de morte): 
 
Parada cardíaca (olhar na carótida); 
Cessação da circulação; 
Cessação da respiração; 
Perda da consciência; 
Abolição da motilidade e do tonus muscular; 
Parada respiratória (em criança não é toráxica, é abdominal); 
Imobilidade; 
Insensibilidade; 
Arreflexia (estímulos que é feito na pessoa). 
 
Consecutivos (certeza de morte): 
 
Rigidez cadavérica: sistema aeróbico devido ao ácido lático que produz a caimbra 
cadavérica e vai contrair. Se processa das extremidades para o centro. Se inicia de 
15 a 30 minutos e se completa de 6 a 8 hs; 
 
 
 
 
Hipostase (livores cadavéricos): depósito de sangue nas partes mais baixas do 
corpo. Depois de 6 hs as hipostases se fixam, menos que 6 hs elas se modificam; 
 
Algidez: a temperatura do corpo igual a temperatura ambiente. Grosseiramente o 
cadáver perde 1
o
 grau por hora (irá depender de vários aspectos); 
 
Desidratação: vai suar que é uma das formas dele esfriar; 
Resfriamento do corpo; 
 
Espasmo cadavérico 
 
 
 
 
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Fenômenos Transformativos 
 
Conservadores 
 
Saponificação: é um processo transformativo de conservação que aparece sempre 
após um estágio regularmente avançado de putrefação, em que o cadáver adquire 
consistência untuosa, mole, como o sabão ou a cera (adipocera), às vezes 
quebradiça, e tonalidade amarelo escura, exalando odor de queijo rançoso. A 
saponificação atinge comumente segmentos limitados do cadáver; pode, entretanto, 
raramente, comprometê-lo em sua totalidade. Tal processo, embora factível de 
individualidade, habitualmente se manifesta em cadáveres inumados coletivamente 
em valas comuns de grandes dimensões. 
 
 
Mumificação: é a dessecação, natural ou artificial, do cadáver. Há de ser rápida e 
acentuada a desidratação. A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto, em 
regiões de clima quente e seco e de arejamento intensivo suficiente pra impedir a 
ação microbiana, provocadora dos fenômenos putrefativos. A mumificação por 
processo artificial foi praticada historicamente pelos egípcios e pelos incas, por 
embalsamamento, após intensa dessecação corporal. 
 
 
Fenômenos Destrutivos 
 
Maceração: ocorre quando o cadáver está exposto em um ambiente asséptico (não 
tem bactéria). Ele vai se destruir em função do ácido lático. No útero materno com 
membranas íntegras o bebê, em funç!ao do ácido lático, se contrae e ocorre a 
maceração. 
 
Autólise: após a morte cessam com a circulação as trocas nutritivas intracelulares, 
determinando lise dos tecidos seguida de acidificação, por aumento da 
concentração iônica de hidrogênio e conseqüente diminuição do PH. A vida só é 
possível em meio neutro; assim, pordiminuta que seja a acidez, será a vida 
impossível, iniciando-se os fenômenos intra e extracelulares de decomposição. Os 
tecidos se desintegram porque as membranas celulares se rompem e flocula o 
protoplasma, devido às desordens bioquímicas resultantes da anóxia e da baixa do 
PH ntra e extracelular. 
 
A autólise afeta precocemente os cadáveres de recém-nascidos e aqueles ainda não 
putrefeitos ou em que esse fenômeno mal se iniciou. 
 
 
 
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A acidificação dos tecidos é então sinal evidente de morte, que pode ser 
pesquisado por vários métodos laboratoriais, dentre os quais a colorimetria, ou, 
quando não se dispõe de aparelhagem especial, por diversos sinais, para se apurar a 
realidade da morte. 
 
 
Putrefação: se inicia após a autólise, pela ação de micróbios aeróbicos, anaeróbicos 
e facultativos em geral sobre o ceco, porção inicial do grosso intestino onde mais 
se acumulam os gases e que, por quardar relação de contiguidade com a parede 
abdominal da fossa ilíaca direita, determina por primeiro, nessa região, o 
aparecimento da mancha verde abdominal, a qual, posteriormente, se difunde por 
todo o tronco, cabeça e membros, a tonalidade verde-enegrecida conferindo ao 
morto aspecto bastante escuro. Os fetos e os recém-nascidos constituem exceção; 
neles a putrefação invade o cadáver por todas as cavidades naturais do corpo, 
especialmente pelas vias respiratórias. Nos afogados, a coloração verse dos 
tegumentos aparece primeiramente na metade superior e anterior do tórax e, 
depois, na cabeça, pela posição declive assumida pelo corpo dentro d’água. 
 
Na dependência de fatores intrísecos e de fatores extrínsecos, a marcha da 
putrefação, embora não siga cronologia rigorosa, se faz em quatro períodos: 
Período de coloração; 
Período gasoso; 
Período coliquativo; 
Período de esqueletização. 
 
O meio em que se encontra o cadáver determina o fenômeno cadavérico 
conservador ou destrutivo. 
 
 
 
 
“O AMOR de Deus é infinito e incondicional. Confiando nele, encontramos a 
paz e a felicidade. Ame a Deus sobre todas as coisas, ame o seu próximo como a 
si mesmo, realize todos os seus objetivos e seja muito feliz”.

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