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PETIÇÕES - COMPRA DE PRODUTO NA INTERNET PAGO E NÃO ENTREGUE

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA do juizado especial cível da comARCA DE PORTO VELHO - RONDÔNIA.
.............................., brasileiro, casado, vendedor, com o RG n. 1............... SSP/...... e CPF n. ........................................, residente e domiciliado na Rua ......................, n. ................, Bairro ...................., CEP n. ..............................., nesta capital, por sua advogada que esta subscreve (instrumento de mandato anexo – Doc. 01), no endereço abaixo indicado onde poderá receber intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de NEON DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 10.310.483/0001-84, na pessoa de seu representante legal, com sede na Rua Rodolpho Alexandre Martinelli, n. 280, Distrito Industrial, CEP 17212-747, Município de Jau – SP, neste ato figurando como PRIMEIRA requerida e AKATUS MEIOS DE PAGAMENTO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 14.576.597/0001-21, na pessoa de seu representante legal, com sede na Avenida Doutor Cardoso, n. 1460, Conjuntos 91/92/93, Vila Olímpia, CEP 04548-005, Município de São Paulo – SP, neste ato figurando como SEGUNDA reQUERIDA e pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I – DOS FATOS 
O Autor comprou pelo sítio eletrônico http://www.neoneletro.com.br/, da Primeira Requerida, no dia 10/12/2012 uma Televisão Sony Bravia 40’’, de LED – 3D, KDL-40NX725, DTVi, 3X HDMI, USB, Skype, Wireless, Full HD, da marca Sony, com código de pedido n. 275470, pagando pelo objeto a quantia de R$ 999,90 (novecentos e noventa e nove reais e noventa centavos), em três parcelas iguais, através do cartão de crédito de sua titularidade. 
Acontece que para ter mais segurança em sua compra, o Reclamante efetuou o pagamento através da Segunda Requerida, que atua no ramo de facilitação de pagamentos.
Conforme consta no pedido do Requerente, o pagamento foi aprovado no dia 10/12/2012 e pago no dia 12/12/2012, com o prazo de 90 (noventa) dias para entrega, contudo, o prazo expirou e o Requerente não recebeu o produto (Doc. 02).
Transcorrido o prazo estipulado, o Requerente entrou em contato com a Primeira Requerida e não obteve qualquer retorno, então entrou em contato com Segunda Requerida e solicitou o cancelamento da compra, sendo informado que o cancelamento havia sido realizado na data de 08/05/2013 e o valor pago seria estornado no fechamento de sua próxima fatura, fato este que não aconteceu (Doc. 03).
No mês de agosto o Requerente foi informado pela Segunda Requerida que o prazo para cancelamento de 90 dias havia expirado, e que no próximo mês o Requerente teria enfim o valor estornado, fato que novamente não aconteceu (Doc. 04).
Após muitas tentativas frustradas para obter a devolução do seu dinheiro, devidamente atualizado, no dia 03/09/2013 o Autor foi ao PROCON desta capital e narrou o ocorrido, sendo orientado a retornar no período de 03 a 10/10/2013 para informar caso o problema não fosse resolvido (Doc. 05).
No dia 03/10 do corrente ano, o Requerente retornou ao PROCON, onde recebeu do funcionário uma cópia da petição protocolizada pela Segunda Requerida alegando que não era de responsabilidade, e que o Requerente devia entrar em contato com a primeira Requerida (Doc. 06). O Requerente então foi orientado pelo funcionário do Procon a buscar a via judicial, visto que lá nada mais poderia ser feito.
Tamanha irresponsabilidade, incompetência e descaso com o cliente não pode virar rotina para grandes empresas, como as Requeridas tentam fazer com o Autor. 
Portanto, o Autor faz jus a devolução do valor pago no importe de R$ 1.146,01 (hum mil cento e quarenta e seus reais e oi centavo), devidamente atualizados conforme planilha anexa (Doc. 07) e indenização por dano moral no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
II - DO DIREITO 
"Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de reparação, como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua própria existência e o desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de valores alheios perturbam o fluxo tranquilo das relações sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a restauração do equilíbrio rompido.” (Carlos Alberto Bittar) 
In casu, O Autor é pessoa honesta, sério e trabalhador. Sua conduta moral é, assim, inquestionável. Ao celebrar um contrato com as Requeridas, prontamente cumpriu com sua obrigação, atitude esta contrária a das Requeridas, o que acarretou quebra da boa-fé objetiva na sua função integrativa e, por consequência, quebra de confiança entre as partes.
DA RESCISÃO CONTRATUAL E DEVOLUÇÃO DO VALOR PAGO 
O artigo 35, incisos I e III do Código de Defesa do Consumidor, preconiza que: 
Artigo 35 - Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Devemos ressaltar que a Primeira Requerida não se propôs a dar satisfação ao Requerente informando o motivo do produto não ter sido entregue após tantos meses e a Segunda Requerida, apesar de se prontificar a realizar o estorno do valor, vem enrolando o Requerente há meses, portanto, as duas estão agindo em total discrepância com o que determina a legislação.
Assim, impõe-se as Requeridas, a obrigação de restituir o valor pago pelo produto não entregue, monetariamente atualizado no valor de R$ 1.146,01 (hum mil cento e quarenta e seus reais e oi centavo), bem como o pagamento de indenização a título de danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais)..
DO DANO MORAL 
Viola a boa-fé objetiva a renovação automática de relações contratuais, notadamente as de consumo, quando não prevista em lei nem objeto de contratação pelas partes. Pode-se ver como a boa-fé objetiva apresenta vários papéis fundamentais no sistema de direito positivo.
Tratam-se, por exemplo, da função de imputar a responsabilidade extracontratual diante da ruptura imotivada de negociações, de vedar o exercício inadmissível de posições jurídicas, de impedir a quebra da base do negócio jurídico, determinando, quando esta se romper, um reequilíbrio das prestações negociais de acordo com a alteração das circunstâncias advindas. 
Além destas, importante função consiste na criação de deveres anexos ou instrumentais que, pela incidência da cláusula geral de boa-fé, obrigam as partes contratantes independentemente da declaração de vontade e mesmo contra ela.
No venire contra factum proprium, não é permitido agir em contradição com comportamento anterior. A conduta antecedente gera legítimas expectativas em relação à contraparte, de modo que não se admite a volta sobre os próprios passos, com quebra da lealdade e da confiança.
O STF tem proclamado que " a indenização, a título de dano moral, não exige comprovação de prejuízo" (RT 614/236), por ser este uma consequência irrecusável do fato e um "direito subjetivo da pessoa ofendida" (RT 124/299). As decisões partem do princípio de que a prova do dano (moral) está no próprio fato, "não sendo correto desacreditar na existência de prejuízo diante de situações potencialmente capazes de infligir dor moral. Esta não é passível de prova, pois está ligada aos sentimentos íntimos da pessoa. Assim, é correto admitir-se a responsabilidadecivil, p. ex., na maioria dos casos de ofensa à honra, à imagem ou ao conceito da pessoa, pois subentendem-se feridos seus íntimos sentimentos de auto-estima (CRJEC, 3ª Turma, Rec. 228/98, rel. Juiz Demócrito Reinaldo Filho, j. 20.08.98, DJ 21.08.98). Como já proclamava José de Aguiar Dias, nesses casos "acreditar na presença de dano é tudo quanto há de mais natural" (Da Responsabilidade Civil, vol. II, p. 368).
Vejamos ainda o que dispõe o Código Civil Brasileiro em seus artigos 186 e 927: 
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
(...) 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
(Grifamos) 
O direito doa Autor também se encontra amparado pela Constituição Federal em seu artigo 5º, e incisos que informam:
Art. 5º da Constituição Federal: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. (Grifamos)
Temos ainda a Lei nº 8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor) que dispõe em seu artigo 6º, inciso VII, a seguinte redação: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativas, com a prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais coletivos, ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados. (Grifamos). 
A posição atual da Jurisprudência é francamente protetiva às vítimas, definindo-se nos casos concretos, pela reparação de quaisquer danos que afetem os direitos essenciais das pessoas direta ou indiretamente, vem-se aplicando continuadamente a respeito de indenização por danos morais. 
Na lição de Aguiar Dias, “o dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão abstratamente considerada”. 
Para Savatier o “dano moral é todo sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária”. 
Para o saudoso Pontes de Miranda “nos danos morais, a esfera ética da pessoa que é ofendido, o dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio”( TJ/RJ, 1ª C. Ap. Rel. Carlos Alberto Menezes Direito, j. 19/11/91 – RDP 185/198). 
Ainda devemos lembrar os seguintes julgados exarados sobre o tema: 
‘’Todo e qualquer danos causado a alguém, ou ao seu patrimônio, deve ser indenizado, de tal obrigação não se excluindo o mais importante deles, que é o dano moral, que deve autonomamente ser levado em conta.’’ (RF 270/190.) 
‘’Dano Moral Puro. Caracterização sobrevindo, em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranquilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configurar-se o dano moral, passível de indenização.’’ (RTSTJ 34/285).
‘’O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não apenas a dor física que geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência, de sorte que as duas modalidades se acumulam e têm incidências autônomas. (Súmula 37 do STJ).’’ 
Vejamos abaixo alguns julgados semelhantes ao caso em questão:
Processo: 71003728607 RS 
Relator(a): Fabio Vieira Heerdt 
Julgamento: 26/07/2012 
Órgão Julgador: Terceira Turma Recursal Cível 
Publicação: Diário da Justiça do dia 31/07/2012 
EMENTA 
RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E DEVOLUÇÃO DE VALORES. COMPRA DE CELULAR DA LOJA RÉ ATRAVÉS DE SITE DA INTERNET. ENTREGA NÃO EFETIVADA. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL E DESCASO COM A FIGURA DO CONSUMIDOR, CONTRATANTE VULNERÁVEL NA RELAÇÃO JURÍDICA. DANO MORAL EXCEPCIONALMENTE CONFIGURADO. MONTANTE DA INDENIZAÇÃO MANTIDO. (Sublinhamos e Negritamos) 
Caso em que o autor efetuou a compra de um aparelho celular através de site da internet. Contudo, já adimpliu três parcelas e não recebeu o produto. Falha na prestação do serviço.
E ainda: 
Processo: APL 9082316052009826 SP 9082316-05.2009.8.26.0000 
Relator(a): Cristina Zucchi 
Julgamento: 14/01/2013 
Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito Privado 
Publicação:18/01/2013
EMENTA 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ATRASO NA ENTREGA DE PRODUTOS ADQUIRIDOS POR MEIO ELETRÔNICO PREJUÍZO INDENIZÁVEL INDENIZAÇÃO MORAL DEVIDA, PORÉM EM IMPORTE AQUÉM DO FIXADO MONOCRATICAMENTE. (Sublinhamos e Negritamos). 
Transcrevemos abaixo uma parte do voto com o brilhante entendimento da Relatora Cristina Zucchi na Apelação - Nº 9082316-05.2009.8.26.0000 do 34ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo em um caso semelhante ao do Autor (ementa acima):
‘’...Quanto ao dano moral, constatado, in casu, que não houve o regular cumprimento do convencionado entre as partes, sem justificativa plausível (somente com esta constatação é que estaria confirmada a conduta culposa). Sendo assim, é claro o direito da parte lesada, o que enseja o ato reparatório. Ao revés disso, chegaríamos ao absurdo de admitir que tais ocorrências são normais e que o prestador de serviços pode cometer erros, a seu bel prazer, pois isso gera, apenas e tão somente, singelos aborrecimentos ou contratempos. Frise-se que o equívoco perpetrado pela ré e apelante é indiscutível, pois falhou no serviço que prestou à autora. Neste contexto, inegável a prática do ato ilícito e a ocorrência do dano moral, ligados pelo nexo de causalidade, conforme exigência dos artigos 186 e 927, ambos do Código Civil de 2002. O dano moral decorrente desse comportamento é evidente, sendo patente o dever de indenizar os danos morais experimentados pela autora, porém não nos moldes estabelecidos pelo juízo monocrático, que não atendeu aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. A reparação do dano moral tem nítido propósito de minimizar a dor experimentada, além de também servir de desestímulo à prática de atos contrários ao direito, prevenindo a ocorrência de situações assemelhadas.’’ (Negritamos)
Resta evidenciado nos julgados expostos acima que a Jurisprudência vem a muito se posicionando pelo deferimento da indenização por danos morais nos casos de demora e/ou entrega não efetivada de produtos adquiridos por meios eletrônicos, portanto, resta comprovado o direito do Autor.
A FIXAÇÃO DO QUANTUM
Trata-se de questão difícil e que durante algum tempo serviu de negação para a própria indenização do dano moral, ou seja, a fixação do justo ressarcimento, tendo em vista a subjetividade dos bens atingidos e a dificuldade de sua qualificação. 
É cediço que a indenização por dano moral é arbitrável, mediante ato prudencial do julgador. Entretanto, nunca é demais lembrar que o valor arbitrado representa punição e desestímulo ao ato ilícito praticado. 
Ademais, os parâmetros para a fixação devem levar em conta as condições das partes envolvidas, a gravidade da lesão, o fato em si, as sequelas deixadas na vítima, a dor, o sofrimento, as circunstâncias, a intensidade da culpa, a dor íntima que sofreu o ofendido.
Com efeito, à vista da inexistência de parâmetros legais, o julgador deve observar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Igualmente, deve atentar para a natureza jurídica da indenização, que deve constituir uma pena ao causador do dano e, concomitantemente, compensação ao lesado, além de cumprir seu cunho pedagógico sem caracterizar enriquecimento ilícito.
Nesse sentido é a lição de Caio Mário da Silva Pereira ( in ResponsabilidadeCivil , 4ª ed., 1993, p. 60), nos seguintes termos:
‘’A vítima de uma lesão a algum daqueles direitos sem cunho patrimonial efetivo, mas ofendida em um bem jurídico que em certos casos pode ser mesmo mais valioso do que os integrantes de seu patrimônio, deve receber uma soma que lhe compense a dor ou o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo às circunstâncias de cada caso, e tendo em vista as posses do ofensor e a situação pessoal do ofendido. Nem tão grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva. ‘’
Sergio Cavalieri Filho (na obra Programa de Responsabilidade Civil , 8ª ed., Editora Atlas S/A, 2009, p. 93), ao tratar do arbitramento do dano moral, assim se manifestou:
‘’Creio, também, que este é outro ponto onde o princípio da lógica do razoável deve ser a bússola norteadora do julgador. Razoável é aquilo que é sensato, comedido, moderado; que guarda uma certa proporcionalidade. A razoabilidade é o critério que permite cotejar meios e fins, causas e conseqüências, de modo a aferir a lógica da decisão. Para que a decisão seja razoável é necessário que a conclusão nela estabelecida seja adequada aos motivos que a determinaram; que os meios escolhidos sejam compatíveis com os fins visados; que a sanção seja proporcional ao dano. Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes. ‘’
Assim sendo, é necessário que seja considerado as peculiaridades do caso concreto e as diretrizes alhures referidas, que se leve em conta a situação econômica das partes, a magnitude da lesão e o sofrimento do ofendido, bem como que atenda ao caráter pedagógico e preventivo da medida, observando assim os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, não se olvidando que a reparação não pode ser fonte de enriquecimento indevido, mas sim de uma forma de reparação pelo dano cometido ao Autor.
DO ÔNUS DA PROVA
Imperioso aduzir que o Autor, a despeito de ter sido bastante diligente em relação ao serviço que contratara junto ad Requeridas, não obteve em contrapartida o tratamento devido pelas mesmas. Ao contrário, foi tratado com indiferença e descaso. 
Ao revés, preferiram as Requeridas, mesmo tendo recebidos o valor do produto e não terem entregue, não se manifestarem em dar uma satisfação do motivo da não entrega, tampouco de não estornar o valor recebido.
 No caso em questão, deve ser aplicado in casu o que insculpe o inciso VIII do art. 6º do CDC relativamente aos direitos básicos do consumidor:
Art. 6º CDC - "a facilitação da defesa de seus direitos, INCLUSIVE COM A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, A SEU FAVOR, NO PROCESSO CIVIL, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência". [grifo nosso])
Desta forma, incube as Requeridas de apresentarem as provas necessárias para justificar a não entrega do produto e o estorno do valor pago pelo Autor.
III – DO PEDIDO 
Isto posto, requer: 
 A citação das Requeridas, para que em querendo, contestarem a presente ação, no prazo legal, devendo constar no mandado, quanto aos efeitos da revelia; 
ii) E ao final, requer a procedência do pedido para deferir a rescisão contratual e determinar a condenação das Requeridas para restituírem o valor pago pelo Autor, na quantia de R$ 1.146,01 (hum mil cento e quarenta e seus reais e oi centavo), devidamente atualizados conforme planilha anexa; bem como sejam as Requeridas condenadas também ao pagamento de indenização a título de dano moral no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais); 
iii) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial pela prova documental e juntada posterior de documentos. 
Dá-se a causa o valor de R$ 16.146,01 (dezesseis mil cento e quarenta e seis reais e um centavo). 
Termos em que, 
Pede e Espera Deferimento 
Porto Velho, 10 de outubro de 2013. 
Advogada 
OAB/RO ..............

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