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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E FISIOLOGIA DISCIPLINA: FISIOLOGIA PROFESSOR: ACÁCIO SALVADOR VERAS E SILVA FRANCISCO DE SOUSA SENA AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS E VISCERAIS NA ESPÉCIE HUMANA TERESINA_PI FRANCISCO DE SOUSA SENA AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS E VISCERAIS NA ESPÉCIE HUMANA ACÁCIO SALVADOR VERAS E SILVA TERESINA-PI 1 INTRODUÇÃO O controle adequado da função muscular requer não apenas a excitação do músculo pelos neurônios motores anteriores da medula espinhal, mas também a retroalimentação contínua da informação sensorial de cada músculo em cada instante. Para fornecer essas estas informações os músculos e seus tendões são supridos abundantemente com dois tipos de receptores: os fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi, (GUYTON; HALL, 2006). Por isso, que esses receptores favorecem as ações reflexas somáticas na espécie humana, que em condições normais indicam que as estruturas do arco reflexo, como: receptor, via aferente, centro de integração, neurônio eferente e efetuador, estão intactas, (GUYTON; HALL, 2006). Os reflexos da medula espinhal são respostas motoras estereotipadas e tipos específicos de estímulos, como o estiramento do músculo. O circuito neuronal que dirige essa resposta motora é denominado arco reflexo. O arco reflexo inclui receptores sensoriais, nervos sensoriais aferentes (que carreiam a informação até a medula espinhal), interneurônios da medula espinhal e motoneurônios (Constanzo, 2014). O controle adequado da função muscular requer não apenas a excitação do músculo pelos neurônios motores anteriores da medula espinhal, mas também a retroalimentação contínua da informação sensorial de cada músculo em cada instante. Para fornecer essas estas informações os músculos e seus tendões são supridos abundantemente com dois tipos de receptores: os fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi, (GUYTON; HALL, 2006). Por isso, que esses receptores favorecem as ações reflexas somáticas na espécie humana, que em condições normais indicam que as estruturas do arco reflexo, como: receptor, via aferente, centro de integração, neurônio eferente e efetuador, estão intactas, (GUYTON; HALL, 2006). Nesse contexto o objetivo dessa aula prática é estudar algumas manifestações reflexas somáticas. 2 METODOLOGIA Em laboratório foi proposto aos alunos seguirem o caderno de práticas para se fazer os testes nele indicado, a turma foi dividida em grupos que faziam uma espécie de rodízio, para que todos os alunos realizassem a prática. Para se realizar o teste do reflexo corneal, foi usado um lenço de papel para tocar a córnea, o reflexo plantar foi realizado esfregando um bocal de uma caneta ao longo da planta do pé próximo ao lado medial. O reflexo patelar foi realizado com o indivíduo sentado, de forma que suas pernas ficassem suspensas, usando um martelo de borracha foi percutido o ligamento patelar. Ainda utilizando o martelo de borracha, foi realizado o teste do reflexo aquileu, no qual a pessoa com o joelho apoiado em um banco de modo que seu pé relaxasse livemente, o teste consistia na percussão do martelo no tendão de Aquiles. Com o martelo, se bateu no tendão de inserção do tríceps braquial, a 2cm do cotovelo. A pessoa deve estar com o braço repousando sobre uma das mãos do examinador de forma que o antebraço balance livremente. Para realização do reflexo fotomotor, foi solicitado ao aluno que olhasse para a lâmpada após ter coberto os olhos por 10 segundos sem deixar penetrar luz entre os dedos, e deixando os olhos abertos (apenas comprimindo os globos oculares), foi ordenado que tirasse a mão e olhasse para a luz, e foi observado o fenômeno que aconteceu na íris do indivíduo. Para realizar o reflexo espino-ciliar foi beliscado a nuca do aluno em grau de “surpresa” e foi examinado também as pupilas do mesmo. O reflexo bradicárdico foi realizado com a aferição da frequência cardíaca por palpação da artéria radial, após se ter anotado o valor, o examinado mergulhou o rosto em uma bacia com água um pouco fria por 15 segundos, após isso, se esperou 5 segundos e foi aferido novamente a frequência cardíaca. 3 RESULTADOS QUADRO 1. REFLEXO PLANTAR Candidato Resposta ao estímulo I.K.C.S. Flexão dos dedos Flexão dos dedos Flexão dos dedos Flexão dos dedos I.J.O. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar M.A.N. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar T.M.C. Flexão dos dedos Flexão dos dedos Flexão dos dedos Flexão dos dedos Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 2.REFLEXO PATELAR Candidato Resposta ao estímulo I.K.C.S. Hiperreflexia Hiperreflexia Hiperreflexia Hiperreflexia I.J.O. Hiporeflexia Hiporeflexia Hiporeflexia Hiporeflexia M.A.N. Hiporeflexia Hiporeflexia Hiporeflexia Hiporeflexia T.M.C. Arreflexia Arreflexia Arreflexia Arreflexia Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 3.REFLEXO AQUILEU Cand idato Resposta ao estímulo I.K.C.S. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar I.J.O. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar M.A.N. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar T.M.C. Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Flexão Plantar Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 4. REFLEXO TRICIPITAL Candidato Resposta ao estímulo I.K.C.S. Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo I.J.O. Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo M.A.N. Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo T.M.C. Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Extensão do Cotovelo Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 5. REFLEXO FOTOMOTOR Candidato Resposta ao estímulo I.K.C.S. MIOSE MIOSE MIOSE MIOSE I.J.O. MIOSE MIOSE MIOSE MIOSE M.A.N. MIOSE MIOSE MIOSE MIOSE T.M.C. MIOSE MIOSE MIOSE MIOSE Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 6. REFLEXO CORNEAL Candidato Resposta ao estímulo I.K.C.S. MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE I.J.O. MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE M.A.N. MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE T.M.C. MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE MIDRÍASE Fonte: Alunos da UFPI, 2018. QUADRO 7.REFLEXO BRAQUICÁRDICO Candidato Frequência cardíaca Antes Depois I.K.C.S. 68 61 I.J.O. 66 60 M.A.N. 69 62 T.M.C. 72 65 4 DISCUSSÃO Os músculos e seus tendões são supridos abundantemente com dois tipos especiais de receptores: os fusos musculares, que estão distribuídos no ventre do músculo, e os órgãos tendinosos de Golgi, que estão localizados nos tendões musculares e transmitem informação sobre a tensão do tendão, (GUYTON; HALL, 2006). Os sinais desses dois receptores são inteiramente ou quase inteiramente para o controle intrínseco do músculo. Eles operam quase completamente a um nível subconsciente. Mesmo assim, eles transmitem uma quantidade enorme de informação não somente para a medula espinhal, mas também par ao cerebelo, e mesmo para o córtex cerebral, auxiliando cada uma dessas regiões do sistema nervos no controle da contração muscular, (GUYTON; HALL, 2006). Quando um músculo normalé alongado passivamente, suas fibras resistem à extensão contraindo-se. O alongamento pode ser causado por gravidade, manipulação ou outros estímulos. Nas respostas reflexas, a contração decorre de estimulação dos órgãos sensoriais no músculo, quer direta ou indiretamente por um estímulo aplicado aos seus tendões, ao osso ao qual ele está fixado ou à pele sobrejacente. (CAMPBELL, 2007) O reflexo corneal é um piscar brusco em resposta ao toque da córnea. Esse reflexol é dado pelo V nervo e a resposta do fechamento das pálpebras é função do nervo facial. A prática dessa experiência é importante, pois a partir dela é possível observar se houve paralisia ou não do nervo facial. O comprometimento do nervo impossibilitará o fechamento da pálpebra, esta permanece aberta e o olho roda, reflexivamente, para cima constatando-se o sinal de Bell. (CAMPBELL, 2007) Este reflexo é importante para proteger o globo ocular contra a entrada de corpos estranhos que possam vir a prejudicá-lo. Os reflexos têm função protetora, especialmente em atividades como ficar de pé e andar; eles ajudam a contrabalançar quaisquer forças inesperadas. Devido ao seu papel crítico na manutenção da postura ereta os músculos extensores das pernas, quadríceps e músculos da panturrilha têm reflexos extensores mais bem desenvolvidos que os flexores. Essa fisiologia é explorada clinicamente aplicando uma extensão artificial por uma batida no tendão do músculo com um martelo de reflexos. (MACHADO, 2002) No reflexo patelar os receptores são mais profundos do que nos dois anteriores; são do tipo proprioceptores, que de forma geral localizam-se principalmente nas articulações, músculos e tendões. O reflexo patelar é a contração do músculo quadríceps femoral, com conseqüente extensão do joelho, em resposta a percussão do tendão patelar. A contração do quadríceps causa um movimento rápido para cima, juntamente com a extensão da perna. Se o paciente encontra-se tenso ou apresenta resposta patelar fraca, realiza-se a manobra de Jendrassik, fazendo o paciente agarrar suas próprias mãos, uma na outra, puxando-as vigorosamente, isso permite a facilitação dos reflexos. A ausência do reflexo patelar é designado como sinal de Westphal. Um reflexo invertido pode ser visto em lesões do nervo ou das raízes nervosas que caracteriza reflexo miotático invertido. (CAMPBELL, 2007) Assim como no reflexo patelar, o reflexo aquileu faz-se necessário para a detecção de afecções da região lombar. A percussão do martelo no tendão de Aquiles provoca a contração dos músculos crurais posteriores, o gastrocnêmio, o sóleo e o plantar, causa flexão do pé no tornozelo. Quando há disseminação reflexa, bater no tendão de Aquiles pode causar flexão do joelho. O reflexo aquiliano tende a diminuir com a idade. (CAMPBELL, 2007) A prática do reflexo tricipital testa o nervo radial que surge dos segmentos da medula espinhal C7 e T2. O reflexo do tríceps invertido ou paradoxal consiste em flexão do cotovelo em resposta a percussão do tendão do tríceps. Essa resposta aparece quando o arco aferente do reflexo do tríceps é lesado como nas lesões do sétimo e oitavo segmentos cervicais, especialmente quando há um elemento de espasticidade, como na espondilose cervical com radiculomielopatia. (CAMPBELL, 2007) O olho humano é um órgão da visão, no qual uma imagem óptica do mundo externo é produzida e transformada em impulsos nervosos e conduzida ao cérebro. A pupila é circular, bem centrada e com diâmetro de 2 a 4 mm. Quando seu diâmetro é aumentado chamamos de midríase, e o contrário chama-se miose. Quando a luz incide sobre a retina, os impulsos resultantes seguem, pelo nervo óptico, em direção ao sistema nervoso central e voltam, pelos nervos parassimpáticos, para promover a contração do músculo do esfíncter da íris, ocasionando a miose. (GUYTON, 2006) Quando uma luz incide sobre os olhos, observa-se a ocorrência da contração da pupila. A luz excessiva que entra nos olhos estimula uma via reflexa que é controlada pelo sistema parassimpático. Dessa forma, a via eferente parassimpática traz a informação de contrair o músculo circular da íris provocando a miose. Este reflexo é importante para proteger a retina do excesso de luz. Já na ausência de luz, como quando fechamos as mãos sobre os olhos, observa-se que a pupila se dilata (midríase). Isso ocorre, porque o sistema simpático prevalece sobre o sistema parassimpático, que não é estimulado por não haver luz excessiva. A midríase é importante para a retina captar uma maior quantidade de raios luminosos possíveis quando o ambiente está escuro. O primeiro reflexo citado acima é um reflexo fotomotor direto ou à luz, pois é estimulado por luz intensa e provoca a ação no mesmo olho que está recebendo a luz. Quando a luz brilha nos olhos as pupilas se contraem, uma reação chamada de reflexo fotomotor. A luz ao invadir a retina, alguns dos impulsos resultantes passam dos nervos ópticos para os núcleos pré-tectais. Daí os impulsos secundários passam para o núcleo Edinger-Westphall e, finalmente, voltam para os nervos parassimpáticos para contração do esfíncter da Iris. Inversamente, na escuridão, o reflexo se torna inibido, o que resulta em dilatação da pupila. A função do reflexo luminoso é ajudar o olho a adaptar-se de forma extremamente rápida às mudanças das condições de luminosidade. (GUYTON, 2006). Ao se incidir a luz sobre um dos olhos do indivíduo normal verifica-se, depois de curto período de latência, a contração da pupila do mesmo olho estimulado (reflexo fotomotor direto) e também a contração, simultânea e de mesma amplitude, da pupila do olho contralateral não estimulado (reflexo fotomotor consensual). Se não houver reflexo fotomotor direto e consensual podemos dizer que há lesão do II par de nervos cranianos. No entanto, se não houver reflexo fotomotor direto, mas houver consensual, podemos inferir que há uma lesão no III par de nervos cranianos e não do II par. Na prática do reflexo fotomotor pode-se também observar se as pupilas apresentam o mesmo tamanho em cada olho. A dor e o susto provocado pelo ato de beliscar causam períodos de excitação que estimulam o sistema nervoso simpático que prevalece sobre o parassimpático, assim a pupila dilata-se. Esse é o reflexo espino-ciliar. A estimulação simpática e parassimpática produz efeitos diversos em diversos órgãos do organismo. No olho controla a abertura ciliar e o foco do cristalino. A estimulação simpática contrai as fibras meridionais da íris, e, portanto, dilata a pupila. A estimulação parassimpática contrai o músculo circular da íris e provoca constrição pupilar. Quando penetra um excesso de luz pela pupila, o parassimpático é estimulado reflexamente, contraindo a pupila. (BRIDI, 1997) 4 CONCLUSÃO A partir da análise e discussão dos dados coletados com a prática pode-se perceber que, em muitos casos, a simples predominância de influências “facilitadoras” ou “inibitórias” de estruturas superiores do sistema nervoso sobre o centro de associação de determinado arco reflexo. Muitas atividades coordenadas por setores mais “inferiores” do sistema nervoso, podem ser modificadas consciente ou inconscientemente por estruturas mais superiores. Desta forma, quando reflexos estão sendo testados, convém que a pessoa sob à vontade e com atenção voltada para algo distante (GUYTON; HALL, 2006). BIBLIOGRAFIA CAMPBELL, W. W. O exame neurológico. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. CONSTANZO, Linda .S. Fisiologia. 5. Ed. Rio de Janeiro: elsevier, 2014 GUYTON, A.C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 MACHADO, ANGELO. Neuroanatomia Funcional. 2ª Ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2002.
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