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Matemática aplicada Prof. Danilo Guia CAPÍTULO 1 Equações diferenciais Matemática aplicada 2 Equações diferenciais estão presentes em diversos modelos em física, química, biologia, economia, engenharia, etc. Vários fenômenos envolvem a variação de uma quantidade em relação a outra, levando naturalmente a modelos baseados em equações diferenciais. Equações diferenciais 3 Podemos ter variações temporais de, por exemplo, a posição de um objeto, a temperatura de um material, a concentração de um agente químico, a concentração de um poluente ou nutriente em um meio, a umidade do ar, o numero de habitantes de uma cidade, a densidade de bactérias de uma cultura, a densidade de massa de um gás, o valor de uma mercadoria, o câmbio entre moedas, o produto interno bruto de um país, etc. Equações diferenciais 4 Além de variações temporais dessas quantidades, podemos ter variações em relação a outras quantidades, como variação de temperatura em relação a posição e variação de densidade de massa de um fluido em relação a temperatura, por exemplo. Equações diferenciais 5 Uma equação algébrica é uma equação em que as incógnitas são números, enquanto uma equação diferencial é uma equação em que as incógnitas são funções e a equação envolve derivadas destas funções. Numa equação diferencial em que a incógnita é uma função y(t), t é a variável independente e y é a variável dependente. Equações diferenciais 6 Exemplos O movimento de um pêndulo simples de massa m e comprimento l é descrito pela função θ(t) que satisfaz a equação diferencial Equações diferenciais 7 Nesta equação a incógnita é a função θ(t). Assim θ é a variável dependente e t é a variável independente. Exemplos Um circuito RC é um circuito que tem um resistor de resistência R, um capacitor de capacitância C e um gerador que gera uma diferença de potencial V(t) ligados em série. A carga Q(t) no capacitor satisfaz a equacão diferencial Equações diferenciais 8 Nesta equação a incógnita é a função Q(t). Assim Q é a variável dependente e t é a variável independente. Classificação As equações são classificadas quanto ao tipo, a ordem e a linearidade. (a) Quanto ao tipo uma equação diferencial pode ser ordinária ou parcial. Ela é ordinária se as funções incógnitas forem funções de somente uma variável. Caso contrário ela é parcial. Portanto as derivadas que aparecem na equação são derivadas totais. Por exemplo, as equações que podem ser escritas na forma Equações diferenciais 9 Exemplos EDO: Equações diferenciais 10 Exercício Classifique em equações diferenciais ordinárias e parciais. Equações diferenciais 11 Ordem e Grau de uma Equação Diferencial A ordem da equação diferencial é a ordem da mais alta derivada da função incógnita que ocorre na equação. Grau é o valor do expoente para a derivada mais alta da equação, quando a equação tem a “forma” de um polinômio na função incógnita e em suas derivadas, como por exemplo: Equações diferenciais 12 Exemplos: Equações diferenciais 13 Exercício Determinar o grau e a ordem de cada uma das seguintes equações diferenciais. Equações diferenciais 14 07 3 2 2 dx dy dx dy dx yd 03 2 y dx dy dx dy Exercício A Equação (a) é uma equação diferencial de primeiro grau de ordem 2 porque d2y/dx2 é a derivada de maior ordem na equação e está elevada à primeira potência. Notar que a terceira potência de dy/dx não tem influência no grau da Equação (a) porque dy/dx é de menor ordem que d2y/dx2. A Equação (b), por outro lado, é uma equação diferencial de segundo grau e primeira ordem; dy/dx é a derivada de maior ordem (ordem 1) e 2 é a maior potência de dy/dx aparecendo na equação. Equações diferenciais 15 Linearidade Quanto a linearidade uma equação diferencial pode ser linear ou não linear. Ela é linear se as incógnitas e suas derivadas aparecem de forma linear na equação, isto é, as incógnitas e suas derivadas aparecem em uma soma em que cada parcela é um produto de alguma derivada das incógnitas com uma função que não depende das incógnitas. Por exemplo uma equação diferencial ordinária linear de ordem n é uma equação que pode ser escrita como Equações diferenciais 16 Constituem exemplos de equações diferencias ordinárias lineares, supondo y=y(x), Equações diferenciais 17 São equações diferenciais ordinárias não lineares, supondo y=y(x), Equações diferenciais 18 Causas da não-linearidade Na equação (1) a não linearidade deve-se ao termo y2; Na equação (2) é devida ao produto ydy/dx; Na equação (3) é causada pelo termo (dy/dx)2; Nas equações (4) e (5) é devida às funções transcendentes cosseno e exponencial que têm como argumento y ou uma função de y. Equações diferenciais 19 Note-se, portanto, que nas equações diferenciais lineares: Tanto y como as suas derivadas são sempre de primeiro grau; Não surgem produtos de y ou das suas derivadas; Não figuram funções transcendentes de y (exponencial, seno, cosseno, logaritmo, potência, etc.) ou das suas derivadas. Equações diferenciais 20 No caso das equações diferenciais de primeira ordem, e conforme veremos em seguida, estas podem ser escritas essencialmente de três formas equivalentes: Equações diferenciais 21 Em particular, pode acontecer que determinada equação diferencial de primeira ordem não seja linear para determinada escolha da variável independente, mas passe a ser linear se for reescrita considerando outra variável independente (na prática, trocando o papel das variáveis dependente/independente). Equações diferenciais 22 Exemplo Onde se assumiu que x=x(y). Esta equação diferencial já é linear (na variável dependente x) Porém, para a equação abaixo Verifica-se que é não-linear (na variável dependente x) devido ao termo 1/x. Equações diferenciais 23 Classificar cada uma das seguintes equações diferenciais como ordinárias ou parciais; mencionar a ordem de cada equação; averiguar, no caso de se tratar de uma equação diferencial ordinária, se esta é linear Equações diferenciais 24 Respostas (a) EDO, 1ª ordem, não linear se y=y(x) ou x=x(y); (b) EDO, 4ª ordem, linear; (c) EDP, 2ª ordem; (d) EDO, 1ª ordem, não linear se u=u(t) ou t=t(u); (e) EDO, 2ª ordem, não linear; (f) EDO, 1ª ordem, linear se y=y(x), mas não linear se x=x(y).; (g) EDO, 1ª ordem, não linear se s=s(t) ou t=t(s); (h) EDO, 1ª ordem, não linear se y=y(x) ou x=x(y); (i) EDP, 4ª ordem; (j) EDO, 1ª ordem, não linear se y=y(x), mas linear sex=x(y). Equações diferenciais 25 Solução da EDO Uma solução para uma equação diferencial é uma função que satisfaz identicamente à equação. A solução mais geral possível que admite uma equação diferencial é denominada solução geral, enquanto que outra solução é chamada uma solução particular. Equações diferenciais 26 Considerando A solução de uma equação diferencial é qualquer relação (explícita ou implícita) entre as variáveis x e y que não contenha derivadas e que verifique a equação acima. Equações diferenciais 27 As soluções de uma equação diferencial correspondem a uma família de curvas. Por exemplo, dada a seguinte equação diferencial de ordem 1: Por integração temos Equações diferenciais 28 Isto é, uma famíliade circunferências centradas na origem diferenciadas pela constante R (raio). Para equações diferencias de ordem superior teríamos tantas constantes quanto a ordem da equação diferencial. Equações diferenciais 29 Exercício Prove que a função abaixo é solução da equação diferencial, via substituição. Equações diferenciais 30 Exercício Equações diferenciais 31 Solução geral x solução particular Uma solução particular pode ser obtida se forem dadas certas condições iniciais. Uma condição inicial de uma equação diferencial é uma condição que especifica um valor particular de y = y0, correspondente a um valor particular de x = x0. Isto é, se y = f(x) pode ser uma solução da equação diferencial, então a função deve satisfazer a condição: y0 = f(x0). O problema de ser dada uma equação diferencial com condições iniciais é chamado um problema de valor inicial. Equações diferenciais 32 Exemplo A equação pode ser resolvida por integração direta obtendo que é a solução geral da equação diferencial dada. Equações diferenciais 33 Para encontrarmos a solução do PVI Substituímos t = 1/3 e y = e/3 na solução geral encontrada obtendo C = 0. Assim a solução do PVI é: válida para −∞ < t < ∞, que é o maior intervalo em que a solução e sua derivada estão definidas Equações diferenciais 34 Exercício Mostre que a função é uma solução para a equação diferencial e encontre a solução particular determinada pela condição inicial Equações diferenciais 35 Exercício Verifique as afirmações abaixo Equações diferenciais 36 Aula 02 Equações diferenciais 37 As formas normal e diferencial de primeira ordem Uma grande quantidade de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem pode ser escrita na sua forma normal, dada por: ou quando a função f = f(x, y) pode ser escrita como o quociente de duas outras funções M = M(x, y) e N = N(x, y), temos: Equações diferenciais 38 É vantajoso manter o sinal negativo antes da fração, na forma pois usando o fato que dy = y’(x)dx, poderemos escrever Equações diferenciais 39 Exemplos: 1. A equação diferencial y’ = cos(x + y) está em sua forma normal. 2. A equação diferencial y’ =x/y está em sua forma normal, mas pode ser reescrita na sua forma diferencial xdx − ydy = 0. Equações diferenciais 40 Exercício Reescrever a equação diferencial abaixo Equações diferenciais 41 Resposta Equações diferenciais 42 Classificação das Equações Diferenciais de 1ª Ordem Equações nas quais as variáveis podem ser separadas; Equações homogêneas (todos os termos são do primeiro grau); Equações lineares (onde y e y’ são do primeiro grau). Equações diferenciais 43 Todas as equações anteriores podem ser escritas na forma M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0, onde M(x,y) e N(x,y) são funções envolvendo as variáveis x e y. Para esse tipo de equação, pode-se juntar todos os termos contendo x com dx e todos os termos contendo y com dy, obtendo-se uma solução através de integração. Tais equações são ditas separáveis, e o método de solução é o método de separação de variáveis. O método é descrito a seguir. Equações diferenciais 44 Equações Diferenciais Separáveis Coloque a equação na forma diferencial na forma M(x)dx + N(y)dy = 0 ou M(x)dx = - N(y)dy Equações diferenciais 45 Exemplo: Reescreva a equação diferencial de primeiro grau na forma de equação de variáveis separáveis Neste exemplo, M(x) = -2/x e N(y) = 1/y2. Equações diferenciais 46 Exercício Determinar a solução geral da equação diferencial x2yy’ – 2xy3 = 0. Equações diferenciais 47 Resposta Equações diferenciais 48 Exercício: Resolver a equação diferencial Equações diferenciais 49 Resposta Equações diferenciais 50 Exercícios: Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais. Equações diferenciais 51 (2) (3) (4) (1) (5) (6) (7) (8) Exercícios: Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais. Equações diferenciais 52 (10) (11) (12) (1 + x2)dy + xdx = 0 (1 + x2)dy – dx = 0 (9) (13) (14) (15) (16) Aula 03 Equações diferenciais 53 Exercícios Determinar a solução particular de cada uma das seguintes equações diferencial sujeitas às condições dadas. Equações diferenciais 54 y (1) = 1 y (0) = 2 (17) (18) y (0) = 4(19) y (1) = 1(20) Dica: https://pt.symbolab.com Equações diferenciais 55 Respostas Equações diferenciais 56 1) y.lnx + 1 = Cy 8) y = arc tg[(ex – 1)³.k] 15) y = Ce x /1ln 2) y = k. 3xe 9) y = 3 x ke3 16) y = 22 1/ xxk 3) y = C/x 10) 2y + e-2x = C 17) (2 – x³).y³ = 1 4) y = arc cos(senx – c) 11) y = sen Cx 6/2 18) y = xe48 5) 3y² = 2x³ + C 12) y = arc tg x + C 19) y² = 2.ln(x² + 1) + 16 6) y = k. 3x 2 13) y = - Cx 1ln.5,0 2 20) y = x1xe 7) 1 = 2y².(senx + C) 14) arc tg y = x + 3/3x +C Equações Diferenciais Homogêneas Algumas equações que não são separáveis podem vir a sê-lo mediante uma mudança de variáveis. Isso funciona para equações da forma y’ = f(x,y), onde f é uma função homogênea, e f pode ser escrita como uma função E não varia se substituirmos os “x” -> “kx” e y por “ky”. Equações diferenciais 57 Exemplos: (1) f(x,y) = x2 – 3xy + 5y2 f(kx,ky) =(kx)2 – 3(kx)(ky) +5(ky)2= k2x2–3k2 xy+5k2y2 f(kx,ky) = k2 [x2–3xy+5y2] = k2 f(x,y) função homogênea de grau dois. (2) f(x,y) =x3+y3+1 f(kx,ky) = (kx)3+ (ky)3+1 k3 f(x,y) função não é homogênea. Equações diferenciais 58 OBS: Muitas vezes uma função homogênea pode ser reconhecida examinando o grau de cada termo. Exemplos: (1) f(x,y) = 6xy3 – x2y2 A função é homogênea de grau quatro. (2) f(x,y) = x2 – y A função não é homogênea, pois os graus dos dois termos são diferentes. Equações diferenciais 59 Solução de equações diferenciais homogêneas M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 é chamada homogênea se ambos os coeficientes M e N são funções homogêneas do mesmo grau. Para resolver uma equação diferencial homogênea pelo método de separação de variável, basta fazer a mudança de variáveis dada pelo Teorema a seguir. Equações diferenciais 60 Teorema Mudança de Variáveis para Equações Homogêneas Se M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 é homogênea, então ela pode ser transformada em uma equação diferencial cujas variáveis são separáveis pela mudança de variável y=ux onde u é uma função diferenciável de x e dy/dx = u + xdu/dx. OBS: São válidas também as substituições x = yu e dx = ydu + udy. Equações diferenciais 61 Exemplo: Resolva (x2 + y2)dx + (x2 – xy)dy = 0 Equações diferenciais 62 Exercícios Resolva a equação diferencial homogênea dada. Equações diferenciais 63 1 4 2 5 3 6 (usar a subst. x = y*v) Exercícios Encontre a solução particular que satisfaz a condição inicial dada. Equações diferenciais 64 7 xdy – (2xe-y/x + y)dx = 0; y(1) = 0 9 8 – y2dx + x(x + y)dy = 0; y(1) = 1 10 y(1) = 0 y(1) = 0 Respostas Equações diferenciais 65 1) x = C.(x – y)² 5) y = C 22 y2xe 9) y = x arc sen(ln x) 2) x = k.y² - 2y 6) y = kx² - 3x 10) y = x sen(- lnx) 3) x² - 2xy – y² = k 7) xye = ln x² + 1 4) x² - kx = y² 8) y = 1xye Aula 04 Equaçõesdiferenciais 66 Equações Diferenciais Exatas Embora a equação y dx + x dy = 0 seja separável e homogênea, podemos ver que ela é também equivalente à diferencial do produto de x e y; isto é: y dx + x dy = d(xy) = 0, integrando xy = c. Equações diferenciais 67 Se z = f(x,y) é uma função com derivadas parciais contínuas em uma região R do plano xy, então sua diferencial total é E se f(x,y) = c, então Equações diferenciais 68 (1) (2) Exemplo 1 Se x2 – 5xy + y3 = c, então por (2) (2x –5y)dx + (-5x +3y2)dy = 0 Ou Equações diferenciais 69 Note que a equação anterior não é separável nem homogênea. Uma equação diferencial M(x,y)dx + N(x,y)dy é uma diferencial exata em uma região R do plano xy se ela corresponde à diferencial total de alguma função f(x,y). Isto é: Equações diferenciais 70 Exemplo 2 A equação (x2y3)dx + (x3y2)dy = 0 é exata, pois Equações diferenciais 71 Teorema Critério para uma Diferencial Exata Sejam M(x, y) e N(x, y) funções contínuas com derivadas parciais contínuas em uma região R definida a < x < b, c < y < d. Então, uma condição necessária e suficiente para que M(x,y)dx + N(x,y)dy=0, seja uma diferencial exata é Equações diferenciais 72 Método de solução Dada a equação: M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 Mostre primeiro que Depois suponha que Integrando, considerando y=cte, obtém-se: onde g(y) é a constante de integração. Equações diferenciais 73 Derivando f(x,y) com relação a y e supondo f/y = N(x,y) Executando os cálculos acima chega-se a f(x,y) = c. Equações diferenciais 74 Exemplo 3 Resolva (2xy) dx + (x2 – 1) dy = 0. Equações diferenciais 75 Exemplo 4 Resolva o problema de valor inicial Equações diferenciais 76 Exercícios Verifique se a equação diferencial dada é exata e, se for, encontre sua solução geral. Equações diferenciais 77 1. (2x – 3y)dx + (2y – 3x)dy = 0 6. 2y2 2xye dx + 2xy 2xye dy = 0 2. yexdx + exdy = 0 7. 0)( 1 22 ydxxdy yx 3. (3y2 + 10xy2)dx + (6xy – 2 + 10x2y)dy = 0 8. 0)()( 22 ydyxdxe yx 4. 2.cos(2x – y)dx - cos(2x – y)dy = 0 9. 0)( 1 22 2 dyxdxy yx 5. (4x3 – 6xy2)dx + (4y3 – 6xy)dy = 0 10. 0cos dytgxyxydxxye y Encontre a solução particular que satisfaz a condição inicial dada. Equações diferenciais 78 11. 02)1ln( 1 dyyxdx x y ; y(2) = 4 14. 0)3cos3(sen3 ydyydxe x ; y(0) = 12. 0)( 1 22 ydyxdx yx ; y(4) = 3 15. (2xtgy + 5)dx + (x2sec2y)dy = 0; y(0) = 0 13. 0)( 1 22 ydyxdx yx ; y(0) = 4 16. (x2 + y2)dx + 2xydy = 0; y(3) = 1 Respostas Equações diferenciais 79 Aula 05 Equações diferenciais 80 Fatores integrantes Algumas vezes, é possível converter uma equação diferencial não exata em uma equação exata multiplicando-a por uma função (x,y) chamada fator de integração. Porém, a equação exata resultante (x,y)M(x,y)dx + (x,y)N(x,y)dy = 0 Pode não ser equivalente à original no sentido de que a solução para uma é também a solução para a outra. A multiplicação pode ocasionar perdas ou ganhos de soluções. Equações diferenciais 81 Exemplo Se a equação diferencial (2y) dx + (x) dy = 0 (Não é uma equação exata) for multiplicada pelo fator integrante (x,y) = x, a equação resultante 2xy dx + x2 dy = 0 é exata, ou seja, Equações diferenciais 82 Pode ser difícil encontrar um fator integrante. No entanto, existem duas classes de equações diferenciais cujos fatores integrantes podem ser encontrados de maneira rotineira - aquelas que possuem fatores integrantes que são funções que dependem apenas de x ou apenas de y. O Teorema a seguir, que enunciaremos sem demonstração, fornece um roteiro para encontrar esses dois tipos especiais de fatores integrantes. Equações diferenciais 83 Teorema Fatores Integrantes 1) Considere a equação diferencial M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0. Se é uma função só de x, então é um fator integrante. Equações diferenciais 84 2) Se é uma função só de y, então é um fator integrante. Equações diferenciais 85 Exemplo 1 Encontre a solução geral da equação diferencial (y2 – x) dx + (2y) dy = 0. A equação dada não é exata, pois Entretanto, como Equações diferenciais 86 Temos que é um fator integrante. Multiplicando a equação dada por ex obtemos a equação diferencial exata (y2ex – x ex) dx + 2yex dy = 0 cuja solução é obtida da seguinte maneira: Equações diferenciais 87 dxxhe )( = xdx ee 1 Solução Equações diferenciais 88 Outra forma de encontrar o fator integrante é em E. D. na forma: M(x,y) = y. f(x,y) e N(x,y) = x. g(x,y), então Equações diferenciais 89 Exemplo 2 Resolva Equações diferenciais 90 Resposta Equações diferenciais 91 Exemplo: Considere a equação: Equações diferenciais 92 Esta nova equação acima é exata ! Eq.(1) Encontrando o fator integrante Equações diferenciais 93 Eq.(2) Encontrando o fator integrante Equações diferenciais 94 Eq.(3) Encontrando o fator integrante Equações diferenciais 95 Encontrando o fator integrante Equações diferenciais 96 Exercícios Equações diferenciais 97 Resolução Equações diferenciais 98 Resolução Equações diferenciais 99 Resolução Equações diferenciais 100 Resolução Equações diferenciais 101 Resolução Equações diferenciais 102 Resolução Equações diferenciais 103 Resolução Equações diferenciais 104 Resolução Equações diferenciais 105 Exercícios Encontre o fator integrante que é função apenas de x ou apenas de y, e use-o para encontrar a solução geral da equação diferencial dada Equações diferenciais 106 1. ydx - (x + 6y2)dy = 0 6. (2x2y – 1)dx + x3dy = 0 2. (2x3 + y)dx - xdy = 0 7. y2dx + (xy - 1)dy = 0 3. (5x2 - y)dx + xdy = 0 8. (x2 +2x + y)dx + 2dy = 0 4. (5x2 – y2)dx + 2ydy = 0 9. 2ydx + (x – sen y )dy = 0 5. (x + y)dx + tgxdy = 0 10. (-2y3 + 1)dx + (3xy2 + x3)dy = 0 Respostas Equações diferenciais 107 1) FI: 1/y² (x/y) – 6y = C 6) FI: x -1 x²y – ln x = C 2) FI: 1/x² (y/x) – x² = C 7) FI: (1/y) xy – ln y = C 3) FI: 1/x² (y/x) + 5x = C 8) FI: 2xe 2xe (2y + 2x² - 4x + 8) = C 4) FI: e-x e-x (y² - 5x² - 10x – 10) = C 9) FI: (1/ y ) x. y + cos y = C 5) FI: cos x y sen x + x sen x + cos x = C 10) FI: x -3 x -2y³ + y - (1/ 2x²) = C Aula 06 Equações diferenciais 108 Equações Diferenciais Lineares de Primeira ordem Equações diferenciais 109 Definimos a forma geral para uma equação diferencial linear de ordem n como, A linearidade significa que todos os coeficientes an(x) são funções de x somente e que y e todas as suas derivadas são elevadas à primeira potência. Equações diferenciais 110 Quando n = 1, a equação linear é de primeira ordem: Procuramos uma solução para a equação acima em um intervalo no qual as funções P(x) e Q(x) são contínuas. Rescrevendo na forma: Equações diferenciais 111 Podemos sempre encontrar uma função (x) para equações lineares, isto é: é uma equação diferencial exata. Neste caso: Equações diferenciais 112 Portanto, (x) é um fator de integração para aequação linear. Note que não precisamos usar uma constante de integração pois a equação diferencial não se altera se multiplicarmos todos os temos por uma constante. Para (x) 0, é contínua e diferenciável. Equações diferenciais 113 Esta solução pode ser obtida diretamente pelo método Método de Lagrange. Resolve-se a equação considerando Q(x)=0, e obtendo-se y(x)=Af(x), com A=Cte. Depois, substitui-se A por uma função A(x) e resolve a equação completa, e então obtém-se o valor de A(x). Equações diferenciais 114 Resolução Equações diferenciais 115 Exemplo 1: Encontre a solução geral da EDO abaixo Equações diferenciais 116 Resposta Equações diferenciais 117 Resposta – pelo método de Lagrange Equações diferenciais 118 Exemplo 2: Um corpo de massa m, afunda em um fluido e sofre a resistência deste. Como as velocidades são pequenas, a resistência é proporcional à velocidade na forma f=Bv. Determine a velocidade do corpo. Equações diferenciais 119 Resposta Equações diferenciais 120 Exemplo 3: Uma esfera de diâmetro D e massa m, com velocidade inicial de translação v0, é desacelerada pela ação do ar. Se a força de resistência do ar fR=CD 2v, onde C é uma constante e D2 refere-se a área de seção transversal da esfera em relação ao movimento. Calcule o comportamento da velocidade e do deslocamento da esfera. Equações diferenciais 121 Resposta Equações diferenciais 122 Exemplo 4: Calcule a corrente elétrica que circula em um circuito composto por uma fonte V=V0 cos(wt), onde w é a frequencia angular, conectada em série com um resistor R e um capacitor C. Equações diferenciais 123 Resposta Equações diferenciais 124 Exercícios Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais. Equações diferenciais 125 1. 3 3 5 5 1 2 x x x dy y e dx y e Ce 2. 2 2 3 3 x x x dy y e dx y e Ce 3. 3 7 4 3 2 1 2 7 14 ³ dy y x dx x y x x C x 4. 22 5 ³ 5 ² dy y x dx x y x x Cx 5. 2 3 3 1 2 (3 2 )x xx dy xy e x dx y e Ce 6. 2 23 (3 1)x x dy x y e x dx y e C 7. 2 4 4 4 3 ³ x x dy ydx x e dx y x e C 8. 3 2 23 1 : 3 x dy x ydx x dx R y Ce 9. 6 6 5 5 4 : xdy ydx x x dx R y x x Cx 10. 3 3 ; 0 1 1 – + 3 9 x dy x y dx y x y Ce 11. 2 2(1 ) 2 3 ³ 1 ² x dy xydx x dx x C y x 12. tan sen sen² sec 2 dy y x x dx x y C x 13. 2 4 5 2 7 1 35 5 ² dy x xy x dx y x x C x 14. 2 32 5 5 ² ln ² 3 dy x xy x dx y x x x Cx 15. 2 2 3 ; 0 2 3 1 x x x dy y e y dx y e e 16. 2 2 3 3; (1) 3 ln 2 dy y x y dx x x y x x C 17. cosec cot 3 2 2 1 sen dy x y x dx y y x x 18. 2 3 4 2 2 2 ( 4) 41 : 8 dy x y x dx x R y C x Exercícios Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais. Equações diferenciais 126 1. 3 3 5 5 1 2 x x x dy y e dx y e Ce 2. 2 2 3 3 x x x dy y e dx y e Ce 3. 3 7 4 3 2 1 2 7 14 ³ dy y x dx x y x x C x 4. 22 5 ³ 5 ² dy y x dx x y x x Cx 5. 2 3 3 1 2 (3 2 )x xx dy xy e x dx y e Ce 6. 2 23 (3 1)x x dy x y e x dx y e C 7. 2 4 4 4 3 ³ x x dy ydx x e dx y x e C 8. 3 2 23 1 : 3 x dy x ydx x dx R y Ce 9. 6 6 5 5 4 : xdy ydx x x dx R y x x Cx 10. 3 3 ; 0 1 1 – + 3 9 x dy x y dx y x y Ce 11. 2 2(1 ) 2 3 ³ 1 ² x dy xydx x dx x C y x 12. tan sen sen² sec 2 dy y x x dx x y C x 13. 2 4 5 2 7 1 35 5 ² dy x xy x dx y x x C x 14. 2 32 5 5 ² ln ² 3 dy x xy x dx y x x x Cx 15. 2 2 3 ; 0 2 3 1 x x x dy y e y dx y e e 16. 2 2 3 3; (1) 3 ln 2 dy y x y dx x x y x x C 17. cosec cot 3 2 2 1 sen dy x y x dx y y x x 18. 2 3 4 2 2 2 ( 4) 41 : 8 dy x y x dx x R y C x Aula 07 Equações diferenciais 127 Equações Diferenciais Não-Lineares de Primeira ordem Equações diferenciais 128 Equações de Bernoulli A equação diferencial em que n é um número real qualquer, é uma equação não-linear, chamada de equação de Bernoulli. Dividindo por yn(x), obtém-se: Equações diferenciais 129 Exemplo Resolva: Equações diferenciais 130 Resposta Equações diferenciais 131 Comparando com ndy Py Qy dx verificamos que 1 ; e 2P Q x n x . (1 ) ( 1)1 1 ln ln 2 ( ) (1 ) ln ( ) 1 ( ) n P x dx n P x dxn x x dx y x n Q x e dx C e P x x x y x xe dx C e dx C x x x C y x x C Exercícios Resolva a equação diferencial de Bernoulli dada. Equações diferenciais 132 Próximas aulas: Sistema de equação diferencial Equação linear de ordem superior Equações diferenciais 133
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