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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO Projeto de Acionamentos à base de Motores de Indução Disciplina: Projeto Mecatrônico Professor: Mikhail Polonskii Aluno: Julio Cesar Spier da Silva Passo Fundo 2016 Projeto de Acionamentos à base de Motores de Indução Dimensionar um motor 3-fásico de 2 polos e uma transmissão para acionar um mecanismo. O motor deve ser acionado por um inversor de frequência. A frequência máxima na saída do inversor é 60 Hz. Dimensionar uma engrenagem (redutor) de único estágio e dois conjuntos de Polias-Correia. Dimensionar um motor da linha W22 Plus da WEG. A velocidade V ou Ω do mecanismo corresponde à velocidade nominal do motor (60 Hz). A espessura das polias e das rodas dentadas é 0,03 (m). Esteira Motor Engrenagem Rolamentos Rolos m Polias-Correia Figura 1 - Modelo de trabalho v(t) Ciclograma para o modelo: v(t), ω(t) V Ω t t5 t6 t7 t1 t2 t3 t4 -V -Ω Tciclo As rodas dentadas da engrenagem, o tambor, os rolos e o fuso são fabricados de aço (Paço = 7800 kg/m3). As polias e a mesa giratória são fabricadas de alumínio (PAl = 2600 kg/m3). Diâmetro da polia menor = 0,1 m. Diâmetro da roda dentada menor = 0,07 m. Velocidade máxima da esteira: V = 0,95 m/s Ciclograma: t1 = 3 s; t2 = 4 s; t3 = 3 s; t4 = 3 s; t5 = 3 s; t6 = 4 s; t7 = 3 s; Diâmetro do rolo da esteira: D = 0,09 m; Comprimento do rolo: L = 0,75 m; Massa: m = 180 kg; Peso específico de aço: Paco = 7800 kg/m3; Peso específico de Alumínio: Pal = 2600 kg/m3; Nomenclatura: Equações MATLAB Descrição a1 a1 Aceleração do rolo no final de t1 a3 a3 Aceleração do rolo no final de t3 Dengr_max Diâmetro da roda maior da engrenagem Dpolia_max Diâmetro da polia maior Fdm1 Força dinâmica necessária para acelerar a massa m em t1 Fdm3 Força dinâmica necessária para desacelerar a massa m em t3 Fdp1 Forca dinâmica necessária para acelerar os dois rolos em t1 Fdp3 Forca dinâmica necessária para desacelerar os dois rolos em t3 FS Fator e serviço do motor i i Fator de Redução da transmissão iengr Fator de redução da engrenagem ipolia Fator de Redução de cada conjunto polia-correia Jengr_max Momento de inercia da roda maior da engrenagem Jengr_min Momento de inercia da roda menor da engrenagem Jpolia_max Momento de inercia da polia maior Jpolia_min Momento de inercia da polia menor Jrolo Momento de inercia do rolo Md1 Torque dinâmico necessário para acelerar os dois rolos Md1_compl Torque dinâmico completo referido ao motor em t1 Md3_compl Torque dinâmico completo referido ao motor em t3 Mrolo Massa do rolo M1 M1 Torque solicitado no intervalo t1 M1_motor Torque completo referido ao motor em t1 M2_motor Torque completo referido ao motor em t2 M3_motor Torque completo referido ao motor em t3 M4_motor Torque completo referido ao motor em t4 M5_motor Torque completo referido ao motor em t5 M6_motor Torque completo referido ao motor em t6 M7_motor Torque completo referido ao motor em t7 ntrans Rendimento da transmissão nmotor Rotação do Motor nrolo Velocidade máxima do rolo P Potencia solicitada do motor Pciclo Potencia equivalente no ciclo Pcv Potencia em cv solicitada pelo mecanismo Pm_cv Potencia do motor em cv Pm_w Potencia do motor em Watts P1 Potencia equivalente no intervalo t1 P2 Potencia equivalente no intervalo t2 P3 Potencia equivalente no intervalo t3 P4 Potencia equivalente no intervalo t4 P5 Potencia equivalente no intervalo t5 P6 Potencia equivalente no intervalo t6 P7 Potencia equivalente no intervalo t7 Tdisp Torque disponível do motor Teq Torque equivalente do motor no ciclo Teq_t1 Torque equivalente do motor no intervalo t1 Teq_t2 Torque equivalente do motor no intervalo t2 Teq_t3 Torque equivalente do motor no intervalo t3 Teq_t4 Torque equivalente do motor no intervalo t4 Teq_t5 Torque equivalente do motor no intervalo t5 Teq_t6 Torque equivalente do motor no intervalo t6 Teq_t7 Torque equivalente do motor no intervalo t7 Tn Tn_motor Torque nominal do motor w1 Velocidade angular do rolo no final de t1 Solução: Figura 2 - Ciclograma do mecanismo No intervalo t1 a velocidade da esteira varia de 0 até V: Velocidade angular do rolo no final de t1: Aceleração angular no intervalo t1: Força dinâmica necessária para acelerar a massa m: Massa do rolo: Momento de inércia do rolo: Torque dinâmico necessário para acelerar os dois rolos: A força dinâmica necessária para acelerar os dois rolos: A potência mecânica instantânea no intervalo t1 é calculada da seguinte forma: A potência mecânica no intervalo t2: No intervalo t3 a velocidade varia de a·V até 0: Força dinâmica para desacelerar a massa m: Força dinâmica para desacelerar os dois rolos: A potência mecânica instantânea no intervalo t3: Potência equivalente no intervalo t1: Potência equivalente no intervalo t2: Potência equivalente no intervalo t3: Potência equivalente no intervalo t4: Potência equivalente no intervalo t5: Potência equivalente no intervalo t6: Potência equivalente no intervalo t7: Potência equivalente no ciclo: Rendimento da engrenagem: Rendimento do conjunto polias-correia: Um par de rolamentos: Rendimento da transmissão: Potência solicitada do motor: Velocidade máxima do rolo: Potência do motor em cv: 1ª Tentativa Escolher o motor número 7 da planilha da WEG. Os parâmetros do motor: potência 0,16 cv; 2 polos; 60 Hz; Cp/Cn = 2,6 (Cp=torque na partida direta da rede elétrica, Cn=torque nominal); Cm/Cn = 3,0 (Cm=torque máximo quando o motor é alimentado diretamente da rede elétrica); Jmotor = 0,00010 kgm2 (momento de inércia do motor); n=3355 rpm (velocidade nominal do motor); (rendimento do motor com carga nominal); FS = 1,15 (fator de serviço). Verificação Fator de redução da transmissão: O maior torque é solicitado no intervalo t1 que é igual ao intervalo t5. Este torque é calculado como: Verificar se o motor consegue desenvolver este torque: Torque nominal do motor: Torque disponível: O torque disponível Tdisp é maior do que o maior torque solicitado M1, então o motor selecionado vai conseguir acelerar a carga. Definir a transmissão: Seja o fator de redução da engrenagem: Este valor é um dos valores recomendados para engrenagens. Fator de redução dos dois conjuntos polias-correia: Fator de redução de cada conjunto polias-correia: Diâmetro da polia menor é definido como: Diâmetro da polia maior: Espessura das polias é definida como: Momento de inércia da polia menor: Momento de inércia da polia maior: Diâmetro da roda menor da engrenagem é definido como: Diâmetro da roda maior da engrenagem: Espessura das rodas da engrenagem é definida como: Momento de inércia da roda menor da engrenagem: Momento de inércia da roda maior da engrenagem: Recalcular os torques solicitados do motor nos intervalos do ciclo levando em consideração os momentos de inércia dos componentesda transmissão. Para isso utilizar o esquema cinemático mostrado na Fig.3. ηengr; iengr Eixo 4 Motor Eixo 3 ηpolia; ipolia Eixo 2 ηpolia; ipolia Eixo 1 Massa m rolamentos V(t) Fig.3. Esquema cinemático. Torque dinâmico completo referido ao eixo do motor, no intervalo t1: Na equação anterior, o primeiro termo corresponde ao Eixo 1 (Fig.3), o segundo – ao Eixo 2, o terceiro – ao Eixo 3, e o quarto – ao Eixo 4. Torque completo referido ao eixo do motor, no intervalo t1: Aceleração a3 no intervalo t3: Torque dinâmico completo referido ao eixo do motor, no intervalo t3: Torque completo referido ao eixo do motor, no intervalo t2: Os torques referidos nos intervalos t5, t6 e t7 são opostos respectivamente a t1, t2 e t3, pois possuem o intervalo de tempos iguais e a velocidade é no sentido contrário. No intervalo t4 não temos torque pois o motor está em repouso. Figura 4 - Torque Mi_motor De acordo com o documento “Motores de Indução Alimentados por Inversores de Frequência PWM. Guia Técnico. WEG” (www.weg.net), o torque disponível do motor de indução da WEG, quando alimentado por inversor de frequência, depende da frequência de alimentação. A Fig.5 mostra as curvas válidas para os motores da WEG. Fig.5. Torque/Torque_nominal em função de Frequência/Frequência_nominal. (Torque_frequencia_motores_WEG_fluxo_otimo.fig) Para os motores autoventilados, a troca de calor fica comprometida com a diminuição de velocidade. Por isso, a verificação de dimensionamento do motor, se for empregado o método de torque equivalente, deve ser feita usando a seguinte expressão: onde é o torque no ponto do eixo do motor; é a duração do ciclo; é o coeficiente que depende da velocidade do motor (veja a Fig. 5). Mais precisamente, k depende da relação Frequência/Frequência_nominal (f/fnom). O valor do torque equivalente Teq possibilita avaliar a escolha do motor feita com base na potência equivalente no ciclo, Pciclo. O torque equivalente no intervalo t1 pode ser calculado através do programa torque_equivalent.m no MATLAB: % torque_equivalent.m t = [0 3]; % vetor de tempo w = [0 1]; % vetor de velocidade T = [2.0257 2.0257]; % vetor de torque imax = 500; % número de intervalos de tempo para integração % os vetores f_fnom (f/fnom) e C_Cnom_B (C/Cnom) determinam % uma parte do gráfico mostrado em % Torque_frequencia_motores_WEG.fig f_fnom = [0 0.1 0.25 0.5 0.8 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2]; C_Cnom_B = [0.4 0.6 0.75 0.85 0.95 0.95 0.86 0.79 0.73 0.68 0.63 ... 0.59 0.55 0.52 0.5 0.47]; % foi acrescentado 0 para f_fnom % e 0.4 para C_Cnom_B Int = 0; % valor inicial da integral com aumento de torque Int_1 = 0; % valor inicial da integral sem aumento de torque delt = t(length(t))/(imax - 1); % passo de integração DEL_T = t(length(t)); % intervalo de integração for i = 1:(imax - 1); tt(i) = t(1) + delt*(i - 1); ww(i) = interp1(t, w, tt(i)); k(i) = interp1(f_fnom, C_Cnom_B, ww(i)); % coef. de aumento de torque TT(i) = interp1(t, T, tt(i)); Int = Int + (TT(i)/k(i))^2*delt; Int_1 = Int_1 + TT(i)^2*delt; end Teq = sqrt(Int/DEL_T) % torque equivalente com aumento Teq_1 = sqrt(Int_1/DEL_T) % torque equivalente sem aumento O resultado de execução do programa é: >> torque_equivalente Teq = 2.6724 Teq_1 = 2.0257 O valor de Teq_1 é igual ao M1_motor, enquanto que o valor de Teq é maior, pois Teq foi calculado com base na curva para a Classe de isolamento B na Fig.4. Este aumento do torque equivalente aconteceu devido à diminuição da troca de calor entre o motor e o ambiente em velocidades menores que a nominal. Assim: O torque equivalente no intervalo t2 é: Para calcular o torque equivalente no intervalo t3, o programa torque_equivalent.m,deve ser modificado como se segue: t = [0 3]; % vetor de tempo w = [1 0]; % vetor de velocidade T = [2.0257 2.0257]; % vetor de torque O resultado de cálculo é: >> torque_equivalent Teq = 2.6645 Teq_1 = 2.0257 Logo: O torque equivalente no intervalo t4 é: O torque equivalente no intervalo t5 é igual a: O torque equivalente no intervalo t5 é igual a: O torque equivalente no intervalo t7 é igual a: Figura 6 – Torque Teq_ti Calcular o torque equivalente no ciclo: O torque equivalente no ciclo, Teq é maior do que o torque disponível, , que é igual a 0,3855 N·m, logo um motor mais potente deve ser escolhido. 2ª Tentativa Escolher o motor número 316 da planilha da WEG. Os parâmetros do motor: potência 2 cv; 2 polos; 60 Hz; Cp/Cn = 3,2 (Cp=torque na partida direta da rede elétrica, Cn=torque nominal); Cm/Cn = 3,1 (Cm=torque máximo quando o motor é alimentado diretamente da rede elétrica); Jmotor = 0,00087 kgm2 (momento de inércia do motor); n=3385 rpm (velocidade nominal do motor); (rendimento do motor com carga nominal); FS = 1,15 (fator de serviço). Verificação Fator de redução da transmissão: O maior torque é solicitado no intervalo t1 que é igual ao intervalo t5. Este torque é calculado como: Verificar se o motor consegue desenvolver este torque: Torque nominal do motor: Torque disponível: O torque disponível Tdisp é maior do que o maior torque solicitado M1, então o motor selecionado vai conseguir acelerar a carga. Definir a transmissão: Seja o fator de redução da engrenagem: Este valor é um dos valores recomendados para engrenagens. Fator de redução dos dois conjuntos polias-correia: Fator de redução de cada conjunto polias-correia: Diâmetro da polia menor é definido como: Diâmetro da polia maior: Espessura das polias é definida como: Momento de inércia da polia menor: Momento de inércia da polia maior: Diâmetro da roda menor da engrenagem é definido como: Diâmetro da roda maior da engrenagem: Espessura das rodas da engrenagem é definida como: Momento de inércia da roda menor da engrenagem: Momento de inércia da roda maior da engrenagem: Recalcular os torques solicitados do motor nos intervalos do ciclo levando em consideração os momentos de inércia dos componentes da transmissão. Para isso utilizar o esquema cinemático mostrado na Fig.3. Torque dinâmico completo referido ao eixo do motor, no intervalo t1: Torque completo referido ao eixo do motor, no intervalo t1: Aceleração a3 no intervalo t3: Torque dinâmico completo referido ao eixo do motor, no intervalo t3: Torque completo referido ao eixo do motor, no intervalo t2: Os torques referidos nos intervalos t5, t6 e t7 são opostos respectivamente a t1, t2 e t3, pois possuem o intervalo de tempos iguais e a velocidade é no sentido contrário. No intervalo t4 não temos torque pois o motor está em repouso. Figura 7 - Torque Mi_motor O resultado de execução do programa torque_equivalente.m é: >> torque_equivalente Teq = 2.8112 Teq_1 = 2.1309 O valor de Teq_1 é igual ao M1_motor, enquanto que o valor de Teq é maior, pois Teq foi calculado com base na curva para a Classe de isolamento B na Fig.4. Este aumento do torque equivalente aconteceu devido à diminuição da troca de calor entre o motor e o ambiente em velocidades menores que a nominal. Assim: O torque equivalente no intervalo t2 é: Para calcular o torque equivalente no intervalo t3, o programa torque_equivalent.m,deve ser modificado como se segue: t = [0 3]; % vetor de tempo w = [1 0]; % vetor de velocidade T = [2.1309 2.1309]; % vetor de torque O resultado de cálculo é: >> torque_equivalent Teq = 2.8029Teq_1 = 2.1309 Logo: O torque equivalente no intervalo t4 é: O torque equivalente no intervalo t5 é igual a: O torque equivalente no intervalo t5 é igual a: O torque equivalente no intervalo t7 é igual a: Figura 8 – Torque Teq_ti Calcular o torque equivalente no ciclo: O torque equivalente no ciclo, Teq é menor do que o torque disponível, , que é igual a 4,7755 N·m, logo o motor pode ser escolhido, pois terá torque suficiente para acionar o mecanismo. OBSERVAÇÕES FINAIS: O motor escolhido para acionar o mecanismo da figura 1, com o cilcograma da figura 2 é o motor 316 da planilha WEG, com potência de 2cv, 2 polos, rotação de 3385 rpm e momento de inercia de 0,00087 kgm2.
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