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Profa. Paula Rosa FT – 6 Aula 2 Estática dos fluidos 26/03/2019 A Estática dos Fluidos é o estudo dos fluidos no qual não há movimento relativo entre as partículas do fluido; Fluido encontra-se em repouso; Velocidade constante (partículas movimentam com iguais veloc.) Em um fluido em equilíbrio (estático), não podem existir tensões tangenciais Tensão normal (Fluido em repouso é denominado de pressão) Tensão de cisalhamento ou tangencial du/dx = 0 Única tensão → Tensão Normal → Pressão (devido ao peso do fluido) Estática dos fluidos APLICAÇÕES Determinar forças sobre corpos flutuantes/submersos Determinar forças desenvolvidas por dispositivos: Prensas hidráulicas Macacos de automóveis Estática dos fluidos APLICAÇÕES Projeto de sistemas de engenharia Represas (cálculo de reações em comportas) Tanques de armazenamento de líquidos Cálculo de pistões de válvulas de controle Manometria (medida de pressão) Uma das grandezas mais importantes quando se lida com fluidos Quantificar grande parte das características cinemáticas dos escoamentos Só falamos de pressão quando lidamos com um gás ou um líquido. O equivalente da pressão nos sólidos é a tensão normal. Uma pressão é a razão de uma força normal para uma área sobre a qual a força atua. Definição de Pressão Leis de Pascal: A pressão atua uniformemente em todas as direções sobre um volume pequeno (ponto) de um fluido. Em um fluido confinado por fronteiras sólidas, a pressão atua perpendicular à fronteira – é uma força normal. Unidades de Pressão Unidade Definição ou Relações 1 pascal (Pa) 1 kg m-1 s-2 1 bar 1 x 105 Pa 1 atmosfera (atm) 101,325 Pa 1 torr 1 / 760 atm 760 mm Hg 1 atm 14.696 libras por plegada quadrada (psi) 1 atm 7 Estática dos fluidos Em um fluido estático, não há tensão de cisalhamento, portanto a única força de superfície é a força de pressão: força de compressão normal por unidade de área (tensão normal) que atua sobre um ponto do fluido num dado plano. A pressão exercida num ponto de um fluido estático é igual em todas as direções, isto é, ele é um escalar! E não um vetor P = Px = Py = Pz P é um escalar (requer apenas um valor numérico para ser caracterizada). Conceitos Fundamentais Pressão Absoluta: É a pressão real em determinada posição Medida com relação ao vácuo absoluto; a pressão absoluta zero Pressão Manométrica: É a pressão do fluido medida em relação à pressão atmosférica.Indica a diferença entre a Pressão Absoluta e a Pressão atmosférica Pman = Pabs - Patm * Atmosférica: É a força exercida pela atmosfera na superfície terrestre. A pressão atmosférica pode variar de um lugar para o outro, em função da altitude e das condições meteorológicas (como a umidade e a densidade do ar). Ao nível do mar esta pressão é aproximadamente de 760 mmHg, ou 1 atm. Pressão atmosfé rica Pressão Manométrica e Pressão absoluta Pressão manométrica PA = pressão absoluta Atmosfera local Pressão positiva Pressão manométrica negativa (PB) (vácuo) Pabs = Patm + Pman Pressão absoluta (B) Zero absoluto de pressão Atmosfera padrão 101,3 kPa 760 mm Hg 14,7 psi Obs: A pressão absoluta chega a zero quando o vácuo ideal é atingido Pman = Pabs - Patm Pvac = Patm - Pabs EXEMPLO 1 O manômetro no condensador de vapor de uma turbina indica 26,2 in Hg de vácuo. A leitura do barômetro é de 30,4 in Hg. Qual é a pressão absoluta do condensador em psi? 26,2 inHg Variação da pressão com a posição x y z y x z Px +x Py +y Pz +z Px Py PZ Direção da gravidade W Para o elemento em repouso, somatório das forças de superfície e de ação (gravitacional) à distância é zero. Considerando as três direções isoladamente: 0 0 0 z y x g z p g y p g x p Contudo, a gravidade se impõe somente no eixo y (vertical). Então: yg dy dp Eixo y “aponta para cima”, e a gravidade “aponta para baixo” Para um fluido incompressível (líquido), = 0 = constante. yygppgdydpg dy dp y y p p 00000 00 ghpp 00 13 Variação da pressão com a posição A maioria dos medidores de pressão, na verdade, mede o resultado da pressão relativamente à pressão atmosférica (referência). p0= patm p – patm = 0gh 14 ghpp 00 Equação da Hidrostática A pressão em um fluido estático aumenta linearmente com a profundidade Abaixo: Refere-se ao ponto de menor elevação (mais profundo no fluido) Acima: Refere-se ao ponto de maior elevação Obs: A variação da pressão com a altura para pequenas distâncias é desprezível para os gases, por causa da sua baixa densidade Se considerarmos o ponto “acima” da superfície livre de um líquido aberto para a atmosfera Então, a pressão a uma profundidade h da superfície livre torna-se Pressão manométrica Equação da Hidrostática Consideremos agora, um tanque cheio de fluido e aberto à pressão atmosférica local (P0). Neste tanque são feitos alguns furos, conforme está esquematizado na Figura 1. 17 Figura 2 – Tanque cheio de fluido com furos nas laterais Pergunta-se: Qual dos furos originará um jato com o maior alcance horizontal? Teorema de Stevin (Princípio dos Vasos Comunicantes) STEVIN e relaciona as pressões estáticas exercidas por um fluido em repouso com a altura da coluna do mesmo em um determinado reservatório. Seu enunciado diz: “A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de nível entre os dois pontos”. 18 Teorema de Stevin 19 As pressões são radiais e igualmente distribuídas ao longo da superfície. pressão estática (PE). À medida que o fluido entra em movimento, a distribuição do perfil de pressão ao redor do corpo é alterada e torna-se assimétrica. pressão diferente daquela quando o fluido estava em repouso. Pressão “P” não varia nas posições “x” nem “y”. Pode-se afirmar então, que pontos no interior do tanque com os mesmos “x” ou “y” possuem a mesma pressão. 20 De acordo com a solução da integral, quanto mais próximo à base do tanque, menor é a variável “z” e, portanto, maior é a pressão (quanto maior a coluna de fluido acima do ponto analisado, maior será a pressão no mesmo). Logo, pode-se concluir que o furo de nº 4 será o que terá o jato cujo alcance será o maior dentre todos. Equação da Hidrostática A pressão em um fluido estático uniforme é a mesma em todos os ponto a mesma altura de um plano horizontal, independente da geometria, desde que os pontos estejam interconectados pelo mesmo fluido. PA = PB = PC = PD = PE = PF = PG = Patm + ρgh Ph = PI Portanto, a pressão: Depende somente da altura do fluido até a superfície livre; Em um fluido estático uniforme, distribuído continuamente, varia apenas com a distância vertical e é independente da forma do recipiente; É a mesma em todos os pontos sobre um dado plano horizontal no fluido; Aumentacom a profundidade no fluido. Equação da Hidrostática Vasos comunicantes: ligação de dois recipientes através de um duto aberto. Exemplo 2 Determine a pressão em um nível 2 de uma massa de água, situado 5 m abaixo da superfície, sabendo que na superfície (nível 1) age a pressão atmosférica que, para efeitos deste exemplo, vale 100 kPa. Considere que a massa específica da água é constante e vale 1000 kg/m³. Dado: 1 Pa = 1 N/m² = 1 (kg.m/s²)/m² Teorema de pascal O acréscimo de pressão produzido num fluido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos dele. Consideremos um líquido em equilíbrio colocado em um recipiente. Vamos supor que as pressões hidrostáticas nos pontos A e B (veja a figura) sejam, respectivamente, 0,2 e 0,5 atm. 24 Se através de um êmbolo comprimirmos o líquido, produzindo uma pressão de 0,1 atm, todos os pontos do líquido , sofrerão o mesmo acréscimo de pressão. Portanto os pontos A e B apresentarão pressões de 0,3 atm e 0,6 atm, respectivamente. Elevador Hidráulico A pressão aplicada a um fluido no interior de um recipiente é transmitida sem diminuição a todos os pontos do fluido e para as paredes do recipiente. 25 Princípio de funcionamento de um elevador hidráulico, uma aplicação da lei de Pascal. Sistemas multiplicadores de força Já que os pistões estão no mesmo nível: P1=P2 Teorema de Pascal: macaco hidráulico 26 A2= 5 A1 Exemplo 3 Considere um macaco hidráulico usado em uma oficina de carros. Os pistões têm uma área de A1 = 0,8 cm² e A2 = 0,04 m². Óleo hidráulico com densidade relativa de 0,870 é bombeado a medida em que o pequeno pistão do lado esquerdo é empurrado para cima e para baixo, elevando lentamente o pistão maior do lado direito. Um carro que pesa 13000 N deve ser levantado. (a) No início, quando ambos os pistões estão na mesma elevação (h = 0), calcule a força F1 em newtons necessária para manter o peso do carro. (b) Repita o cálculo depois de o carro ser levantado a dois metros (h= 2 m). Óleo hidráulico GE = 0,870 Manometria Manometria é uma área dos Fenômenos de Transporte que estuda as técnicas de medida de pressão. Por sua vez, os dispositivos medidores de pressão são denominados de manômetros. A aplicação prática mais simples da forma da hidrostática é o barômetro inventado por Torricelli, que mede a pressão atmosférica. Manometria: Barômetro de Torricelli (medida da patm): Esse barômetro é constituído de um tubo de vidro com a boca para baixo, cheio de mercúrio, com sua abertura imersa num recipiente também cheio de mercúrio. Devido à pressão que o ar (Patm) faz sobre a superfície do recipiente, o nível de mercúrio na coluna aumenta. Forma-se assim uma coluna de líquido que tem o mesmo peso da coluna de ar sobre o recipiente. Portanto, a altura da coluna de mercúrio representa uma medida da pressão atmosférica. Torricelli calculou que o efeito da pressão atmosférica no nível do mar é igual àquela que existe numa pequena coluna de mercúrio com 760 mm de altura. Esse valor é chamado “atmosfera” (atm). http://educacao.uol.com.br/ciencias/o-barometro-de-torricelli-fisico-e-matematico-italiano-foi-o-primeiro-a- medir-a-pressao-atmosferica.jhtm Manometria: Barômetro de Torricelli (medida da patm): 31 Barômetro de Torricelli (medida da patm): A pressão atmosférica é, em unidades do sistema internacional (SI) 101325 Pa, e a aceleração da gravidade é 9,81 m/s². A altura da coluna de mercúrio, sabendo que a massa específica do mercúrio é 13579 kg/m³. Patm = gh h = 760 mmHg Manômetros Um manômetro consiste principalmente em um tubo em forma de U de vidro ou plástico, contendo uma ou mais fluidos como mercúrio, água, álcool ou óleo São instrumentos que usam colunas de fluidos para medir Diferenças de pressão Manômetro U Pressões relativamente pequenas Único fluido manométrico Pressões relativamente elevadas z1 z2 Manômetros Manômetros Manômetro do tipo coluna inclinada ρm ρ O manômetro abaixo é utilizado para medir a pressão de um tanque Manômetro básico Análise 1) A Pressão de um fluido não varia na direção horizontal 2) A coluna de fluido diferencial de está em equilíbrio estático e aberta para atmosfera Assim a Pressão no ponto 2 podem ser determinada diretamente por: Muitos problemas de engenharia e alguns manômetros envolvem a sobreposição de vários fluidos imiscíveis de diferentes massas específicas uns sobre os outros Análise 1) A variação da pressão em uma coluna de fluido de altura h é: ΔP = ρgh 3) Dois pontos em uma mesma altura em um fluido contínuo em repouso estão a mesma pressão Qual é a pressão no ponto 1 Manômetros são utilizados também para medir a QUEDA DE PRESSÃO entre dois pontos específicos de uma seção de escoamento horizontal Uma relação para a diferença de pressão P1 – P2 pode ser obtida iniciando-se pelo ponto 1 com P1, movendo-se ao longo do tubo adicionando ou subtraindo os termos até atingir o ponto 2 Simplificando Manômetros Manômetro do tipo elástico Robert Hook estabeleceu a lei que relaciona a força aplicada em um corpo e a deformação por ele sofrida: “o módulo da força aplicada em um corpo é proporcional à deformação provocada’. Essa deformação pode ser elástica (determinada pelo limite de elasticidade). Manômetros de Bourdon (analógico ou digital), facilmente adquiridos no comércio. São medidores dotados de uma ampla faixa de pressão, bem como, uma ampla escala de precisão. É importante dizer que os manômetros de Bourdon medem a pressão relativa do sistema no qual está inserido em relação à pressão ambiente em que o envolve. Manômetros Manômetro elástico do tipo Bourdon Internamente, há um dispositivo do tipo “Língua de Sogra” que sofre um deflexão conforme a pressão a que está submetida. Assim, o fabricante correlaciona cada deflexão com uma determinada pressão, materializada sob a forma de uma escala contida no painel do manômetro. Funciona segundo o mesmo princípio da língua de sogra: conforme a pressão aumenta a língua de sogra abre produzindo uma deflexão no ponteiro do mostrador proporcional a diferença entre pressão que está sendo medida e a pressão ambiente a que o manômetro está submetida. Quanto maior a pressão no interior da câmara do manômetro maior a deflexão de seu ponteiro. Exemplo 4 Considere um tubo em forma de U. Determine a pressão no ponto A em relação a Patm. Qual a diferença de pressão entre os pontos A e B, considerando que as esferas estão preenchidas completamente com água (massa específica = 1000 kg/m³), e que entre os dois pontos há um trecho com óleo (densidade = 0,8) cuja diferenças de altura são: d1 = 20 cm d2 = 10 cm d3 = 30 cm g= 10 m/s2 óleo Exemplo 5 pA Calcule a diferença de pressão entre o bulbo de água e o bulbo de óleo conectados por tubulações horizontais. Um manômetro do tipo U contendo Hg é conectado entre as tubulações, como mostrado: Exemplo 6 água = 998,2 kg/m 3 ar = 1,204 kg/m 3 óleo = 860 kg/m 3 Hg = 13600 kg/m 3 Hg ar Princípio de Arquimedes: Lei do Empuxo O que Arquimedes descobriufoi que: "Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo." Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=TYuAhV2v5AU&feature=player_embedded E= fluido.g.Vdeslocado Princípio de Arquimedes: Lei do Empuxo A força de empuxo, E, aplicada pelo fluido sobre um objeto é dirigida para cima. A força deve-se à diferença de pressão exercida na parte de baixo e na parte de cima do objeto. Para um objeto flutuante, a parte que fica acima da superfície está sob a pressão atmosférica, enquanto que a parte que está abaixo da superfície está sob uma pressão maior porque ela está em contato com uma certa profundidade do fluido, e a pressão aumenta com a profundidade. Para um objeto completamente submerso, a parte de cima do objeto não está sob a pressão atmosférica, mas a parte de baixo ainda está sob uma pressão maior porque está mais fundo no fluido. P1.A A 0 y + ∆y y ∆m P2.A Fp/cima = P2.A Fp/baixo P1A + ρ0 (∆y.A).g = Princípio de Arquimedes: Empuxo Massa específica do corpo ρ0 Força peso do objeto Fp/cima Fp/baixo - P2.A = - (P1.A + ρ0.A.∆y.g) Fp/cima Fp/baixo - (P2 = - P1).A - ρ0.(A.∆y).g F = ( ρH20.V.g – ρ0.V.g)ŷ Onde ... ρH2O.V.g E = Empuxo ( buoyancy) ŷ P2 – P1 = ρH2O.g.∆y Porém já vimos que: ρ.V.g – ρ0.V.g)ŷ F = ( ρ0 > ρH2O Corpo afunda ρ0 < ρ Corpo flutua H2O Princípio de Arquimedes: Lei do Empuxo 50 Para um corpo totalmente imerso em um líquido, tem-se: Se ele permanece parado no ponto em que foi colocado, a intensidade da força de impulsão, ou empuxo, é igual a intensidade da força peso (E = P); Se ele afundar, a intensidade da força de impulsão é menor que a intensidade da força peso (E < P); Se ele for levado para a superfície, a intensidade da força de impulsão é maior do que a intensidade da força peso (E > P). Relação entre as forças: E= fluido.g.V deslocado Princípio de Arquimedes: Lei do Empuxo Em ambos os casos a diferença na pressão resulta em uma força resultante para cima (força de empuxo) sobre o objeto. Empuxo (Força de Flutuação) O corpo imerso em um fluido: 1. Permanece em repouso em qualquer ponto do fluido quando sua densidade é igual à densidade do fluido; 2. Vai até o fundo quando sua densidade é maior que a densidade do fluido; 3. Sobe à superfície do fluido e flutua quando a densidade do corpo é menor do que a densidade do fluido. Corpo suspenso (neutramente flutuante) Corpo afundado Fluido Corpo flutuante Exemplo 7 Um guincho é usado para abaixar pesos no mar (ρágua do mar = 1025 kg/m³) para um projeto de construção submarina. Determine a tensão no cabo do guincho devida a um bloco de concreto retangular de 0,4 m x 0,4 m x 3 m (ρconcreto = 2300 kg/m³) quando ele é: (a) suspenso no ar (b) completamente imerso na água. Referências Bibliográficas •Welty, J. R.; Wicks, C. E.; Wilson, R. E.; Rorrer, G. L., Fundamentals of Momentum, Heat, and Mass Transfer, 5th Edition, John Wiley and Sons, New Jersey, 2007. •Potter, M. C., Wiggert, D. C., Hondzo, M. Shih, T. I. P. - Mecânica dos Fluidos, 3a. edição, tradução de A. Pacini, Pioneira Thomson Learning, São Paulo-SP, 2004. •Roma, W, N. L. - Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2. edição revisada, Rima Editora, São Carlos-SP, 2006. •Fox, R. W.; McDonald, A. T.; Pritchard, P. J., Introduction to Fluid Mechanics, 6th Edition, John Wiley and Sons, New Jersey, 2004.
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